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PLATÃO

(Arístocles)
427 a.C. - 347 a.C.
Pintura de Raffaello Sanzio
QUEM FOI PLATÃO (ou ARÍSTOCLES)?
Filósofo grego da antiguidade;

Um dos principais pensadores da história da filosofia;

Sua teoria é de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um


mundo ilusório, confuso.

O mundo espiritual é mais elevado, eterno, onde o que existe verdadeiramente


são as ideias, que só a razão pode conhecer.
Nasceu em Atenas - Grécia (+ ou - 427 a.C);

De família nobre, portanto, recebeu uma educação especial:

- Leitura e escrita, música, pintura, poesia e ginástica.

Sendo um excelente atleta, participou dos jogos olímpicos como lutador.

Recebe o apelido de Platão, com o significado de “ombros largos”, “forte”, devido


ao seu porte físico.

Desejava dedicar-se a vida pública, construindo uma brilhante carreira na política.


PLATÃO E SÓCRATES
Discípulo de Sócrates (470 a. C - 399 a. C);

Aprendeu e discutiu com esse filósofo os problemas do conhecimento do mundo


e das virtudes humanas;

Após Sócrates ser condenado à morte, Platão deixa a cidade, afastando-se da


política e dedica-se inteiramente à filosofia;

Durante 12 anos, permanece em constante estudo, passando pelos países de


Cirene, Itália e Egito, em contato com grandes mentalidades da época;

Escreve vários diálogos com a figura de Sócrates, para transmitir suas ideias, já
que o mesmo não escreveu livros.
ACADEMIA DE PLATÃO
Em seu retorno à Atenas, com aproximadamente 40 anos, abriu a escola de
filosofia, denominando-a de Academia, pois lá se reuniam mestres e discípulos,
estudando Filosofia e Ciências;

Campo científico: Matemática e Geometria;

Profunda fé na RAZÃO e na VIRTUDE: adotando o lema de seu mestre Sócrates:


“O sábio é o virtuoso.”;

A academia existiu até 529 a. C, quando o imperador Justiniano mandou fechar


junto com outras escolas cristãs.
MI

MITO DA CAVERNA
PLATÃO E ARISTÓTELES
Um de seus discípulos foi Aristóteles (384 a.C - 322 a.C);

Com 17 anos começa a frequentar a Academia de Platão, causando admiração


por sua inteligência.

Se torna o discípulo de destaque, preferido por Platão:

“Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos estudantes e o cérebro


de Aristóteles”.

Porém, após a morte do mestre, Aristóteles não assume a Academia.


Atenas Academia de Platão
A REPÚBLICA
É o diálogo mais célebre de Platão, o mais lido e o mais comentado ao
longo da história.

Como impedir que a cidade, que não vivia mais numa tradição por todos
aceita e que submetia todas as disputas ao princípio da discussão, não
naufragasse na anarquia dos interesses particulares e da dispersão?
A obra contém diversos temas filosóficos, sociais e políticos entrelaçados.
A questão chave é a da justiça em seu sentido amplo, oportunidade que
Platão aproveita para tecer comentários sobre a educação e o tema
genérico do conhecimento das coisas.
Nos livros I e II o texto se concentra numa tentativa de definição do que
seria realmente a aplicação da justiça perante a comunidade.

Nos livros II a V os diálogos evoluem para a definição dos princípios da


justiça, ou seja, o que constitui a verdadeira justiça administrada à
população?
Os livros VI e VII tratam da necessidade da justiça em si. Aqui é
apresentado a famosa Alegoria da Caverna, procurando mostrar que a
verdade pode ser atingida por meio do conhecimento.

Nos livros VIII e IX, o tema é a decadência da cidade, decorrente da


concentração do poder nas oligarquias e o surgimento da tirania.
Finalmente, o livro X faz uma crítica à poesia como meio educativo.
1. Em que consiste a justiça (livro I e começo do livro II)

Polêmarco sustenta que a justiça consiste em dar a cada um o que lhe é


devido, em fazer o bem aos amigos e o mal aos inimigos. Mas, como
considerar que alguém é nosso amigo? Poderia o homem justo fazer mal
a alguém?

Trasímaco é radical: a justiça não é nada mais que reforçar o poder dos
fortes contra os fracos. Não é isto que fazem os tiranos, com suas leis
autoritárias?
A intervenção de Sócrates é sábia: governar é estar a serviço dos
governados. A justiça é superior à injustiça e é preferível sofrer a injustiça
do que praticá-la. Onde se pratica a injustiça, aí está a desunião e a
discórdia. Onde houver justiça, aí está a felicidade.

Gláucon e Adimanto contra-argumentam dizendo que todos os homens


são gananciosos e querem mais do que seriam merecedores e que assim
cumprem as leis por pura conveniência.
2. Os princípios da Justiça (livros II a V)

Diante das teses referidas, Sócrates é levado a argumentar que a justiça


tem valor em si mesma, dependendo apenas das condições para o seu
exercício.

Então, o primeiro princípio da justiça é a solidariedade social, ou as


formas pelas quais a pessoa contribui para o bem estar coletivo, pois este
é que tem a prioridade.
O segundo princípio é o desprendimento, o dever consciente de pessoas
realmente dispostas a prover o bem comum.

Para tanto, será necessária a distinção da sociedade em três classes,


como são os distintos metais: ouro para os chefes dos guardiões, prata
para os próprios guardiões (ou militares) e ferro para os produtores e
artesãos. Os guardiões são mantidos pelo Estado e não têm direito à
riqueza.
3. A distinção da justiça no indivíduo e no Estado

A principal finalidade da cidade é educar as pessoas e ela não precisa


legislar sobre tudo. A cidade é sábia porque é governada por
reis-filósofos; a cidade é corajosa, porque é garantida por guardiões
valentes. Há que haver temperança nas paixões e ela deve ser praticada
tanto pelas pessoas como pelos governantes. A justiça consiste em cada
um fazer o que deve: o sábio governar, o professor ensinar, o artesão
produzir, etc.
A alma humana é composta de três partes: os desejos, a razão (nous) e
os impulsos (thymos). Estes são dominantes, em certas ocasiões,
superando as contenções racionais. A justiça, portanto, consiste na
harmonia entre estas três partes, o que a faz aproximar-se da moral.
4. Sócrates e suas três proposições revolucionárias (livro V)

1) Na classe dos guardiões, homens e mulheres são iguais, capazes de


exercer as mesmas tarefas.

2) Eles não podem constituir família.

3) Não podem possuir bens; seu poder deriva de seu saber (os
reis-filósofos).
5. A racionalidade da Justiça (livros VI e VII)

Cultivar a filosofia é subir numa escala de competência e dignidade, para


que ela não seja desvirtuada. O fim da subida é atingir a idéia do Bem,
que é superior a da justiça e de todas as outras, por ser o seu
fundamento. Contudo, como definir o Bem? Por meio de metáforas, como
aquela do sol que nos dá luz e calor.
A alegoria da caverna, no começo do livro VII nos fornece a ilustração de
como podemos atingir a verdade em nosso conhecimento e em nossas
ações: imaginemo-nos presos a uma caverna, de costas para a sua
abertura. Nessa condição, só podemos perceber o movimento das
sombras do que está acontecendo lá fora. De repente, um de nós livra-se
das correntes e sai para o mundo exterior, onde encontra vida, cor, luz e
calor. Ao retornar, relata aos prisioneiros o que viu. Inconformados, estes
ameaçam matá-lo. Sem outra condição, o liberto cria fantasias e mitos
para justificar as aparências, procurando assim poupar a sua vida.
6. A decadência da Cidade (livros VIII e IX)

A cidade ideal degrada-se naturalmente, como tudo o mais. Com o


esfriamento das virtudes dos timocratas, com a concentração do poder
das oligarquias, com o individualismo das democracias, o resultado fatal
só poderá ser o surgimento da tirania. Esta é a ordem natural da
decadência dos regimes políticos, destruídos pelas suas próprias
negatividades.
7. Arte, Moral e Filosofia (livro X)

O real possui graus diferenciados de apreciação, cabendo aos artistas,


em suas diferentes habilidades, representá-lo. Cada um fica submisso à
sua técnica, como se não tivesse escolha para expressar-se
diferentemente. Daí a força inelutável do gênio de cada um. Isto afeta
igualmente a moral e a filosofia.
O BANQUETE
É um texto filosófico de Platão, composto por volta de 385-380 a.C.

Nele Platão define o amor como a junção de duas partes que se


completam, constituindo um ser andrógino que, em seu caminhar
giratório, perpetua a existência humana. Esse ser, que só existe no
mundo das idéias platônico, confere à sua natureza e forma uma espécie
peculiar de beleza: a beleza da completude, do todo indissociável, e não
uma beleza que simplesmente imita a natureza.
Assim, temos em Platão, uma concepção de belo que se afasta da
interferência e da participação do juízo humano, pois não está sob sua
responsabilidade o julgamento do que é ou não é belo.

O Banquete não pode ser considerado um diálogo; é um duelo no qual os


participantes pretendem fazer, cada qual, o melhor discurso sobre a
amizade.
O pano de fundo são os sete discursos acerca do deus Eros, o deus do
amor.

Instituíram um encontro filosófico sobre o elogio ao deus Eros, sugerido


por Erixímaco. Os oradores, em ordem de apresentação, foram: Fedro,
Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agaton, Sócrates e Alcibíades.
Fedro, o primeiro orador ao falar, coloca o Eros como um dos mais
antigos deuses, que surgiram depois do Caos da terra. Pelo fato de ser
antigo, traz diversas fontes de bem, que é o amor de um amante. De tudo
o que o ser humano pode ter nada no mundo pode, como Eros, fazer
nascer a beleza.
Pausânias, o segundo a falar, crítica o elogio a Eros, feito por Fedro,
porque o deus Eros não é único, pois há o Eros Celeste e o Eros Vulgar.
Para ele, qualquer ação realizada não é em si mesma nem boa nem ruim.
Para que uma ação seja boa, ela deve se fundamentar na justiça. O
mesmo se dá com o amor. Atender ao Eros Vulgar é prender-se à cobiça,
à iniquidade e aos caprichos da matéria. Para atender ao Eros celeste,
deve agir segundo os cânones da justiça e da beleza celeste.
Erixímaco, o terceiro orador, diz que o Eros não existe somente nas
almas dos homens, mas em muitos outros seres: nos corpos dos animais,
nas plantas que brotam da terra, em toda natureza. Para ele, a natureza
orgânica comporta dois eros: saúde e doença, e que "o contrário procura
o contrário". Um é o amor que reside no corpo são; o outro é o que habita
no corpo enfermo. O amor deve procurar o equilíbrio entre as
necessidades físicas e espirituais.
Aristófanes, o quarto orador, começa o seu discurso enfatizando o total
desconhecimento por parte dos homens acerca do poder de Eros. Para
conhecer esse poder, ele diz que é preciso antes conhecer a história da
natureza humana e, dito isto, passa a descrever a teoria dos andróginos,
que é o mito da nossa unidade primitiva e posterior mutilação.
Segundo Aristófanes, havia inicialmente três gêneros de seres humanos,
que eram duplos em si mesmos: havia o gênero masculino, masculino
masculino, o feminino, feminino feminino e o masculino feminino
masculino, o qual era chamado de Andrógino.
Agaton, o quinto orador, critica os seus antecessores, pois acha que eles
enalteceram Eros sem contudo explicar a sua natureza. Ele diz: "Para se
louvar a quem quer que seja, o verdadeiro método é examiná-lo em si
mesmo para depois enumerar os benefícios que dele promanam".
Sócrates, o sexto orador, considerado o mais importante dos oradores
presentes, afirma que o amor é algo desejado, mas este objeto do amor
só pode ser desejado quando lhe falta e não quando possui, pois
ninguém deseja aquilo de que não precisa mais. Segundo Platão, o que
se ama é somente "aquilo" que não se tem. E se alguém ama a si
mesmo, ama o que não é. O "objeto" do amor sempre está ausente, mas
sempre é solicitado. A verdade é algo que está sempre mais além,
sempre que pensamos tê-la atingido, ela se nos escapa entre os dedos.

Alcibíades, o sétimo orador, procura muito mais fazer um elogio a


Sócrates do que discorrer sobre o amor.
APOLOGIA DE
SÓCRATES
Apologia de Sócrates
- Defesa de Sócrates perante o tribunal ateniense.
La Mort de Socrate, Jacques-Louis David (1787).
Metropolitan Museum of Art.
Apologia de Sócrates
- Defesa de Sócrates perante o tribunal ateniense.

Plano da Apologia de Sócrates:

Discurso sobre a culpa de Sócrates:


I. Exortação
II. Desenvolvimento
III. Refutação
A. Os antigos acusadores
Apologia de Sócrates
1. Parte negativa: o que Sócrates
- Defesa de Sócrates perante o tribunal ateniense.
não é
a. Sócrates não é um pensador da
natureza
Plano da Apologia de Sócrates:
b. Ele não é um sofista

Discurso sobre a culpa de Sócrates: 2. Parte positiva: o que Sócrates é


I. Exortação realmente
a. a resposta do Oráculo
II. Desenvolvimento
b. A investigação do significado
III. Refutação desta resposta
c. Os resultados da investigação
A. Os antigos acusadores
Apologia de Sócrates
B. Novos acusadores: Interrogatório de Meletos
1. Introdução
1. Parte negativa: o que Sócrates
-2.Defesa de Sócrates perante o tribunal ateniense.
Na educação
não é
3. No ateísmo
a. Sócrates não é um pensador da
4. Conclusão natureza
Plano da Apologia de Sócrates:
b. Ele não é um sofista
C. Conclusão geral sobre as acusações contra
Sócrates sobre a culpa de Sócrates:
Discurso 2. Parte positiva: o que Sócrates é
I. Exortação realmente
a. a resposta do Oráculo
II. Desenvolvimento
b. A investigação do significado
III. Refutação desta resposta
c. Os resultados da investigação
CRÁTILO
Crátilo
- O diálogo sobre os nomes (Sobre a justeza dos nomes).

- Sapo, abelha, cavalo, estrela, casa


Crátilo
- O diálogo sobre os nomes (Sobre a justeza dos nomes).

som natural (bzzz, miau, toc-toc)

- Sapo, abelha, cavalo, estrela, casa


Crátilo
- O diálogo sobre os nomes (Sobre a justeza dos nomes).

som natural (bzzz, miau, toc-toc)

- Sapo, abelha, cavalo, estrela, casa

convenção
Ferdinand de Saussure (1857-1913)
mundo sensível

mundo das idéias

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