Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Canoas
2019
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO DE TEOLOGIA
Canoas
2019
JOSSEMAR SCHULZ DOS SANTOS
Banca examinadora:
Canoas
2019
À minha esposa Jociéli e minha filha Alice pela paciência
e compreensão ao escrever este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por em Cristo ter me dado a salvação de presente e por ter
guiado os meus passos por toda a minha vida.
Agradeço a minha família, Roseli, Renato e Juliano. Agradeço em especial minha
querida esposa Jociéli que esteve lado a lado comigo em todo esse tempo, me apoiando e
auxiliando em tudo. Agradeço à minha filha Alice, que é fonte e inspiração para mim,
que suportou minha ausência, a fim de escrever esse trabalho. Agradeço aos meus
professores, e em especial o meu orientador Anselmo Ernesto Graff, que me estimulou e
me guiou na construção desse trabalho, com compreensão e paciência.
Agradeço aos meus amigos, àqueles que em meio às dificuldades, nos ajudaram a
seguir em frente. Grato também pelos momentos de descontração. Afinal, a todos que nos
ajudaram de alguma forma ou outra.
“Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem
sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das
Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo que
preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de
vir.”
Martinho Lutero
Romanos 10.9-10
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
Gálatas 2.20
RESUMO
O presente trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como principal tópico de estudo
a enfermidade e saberes necessários para a prática pastoral de visita a enfermos e
acompanhamento de familiares. Sabe-se que doenças causam impactos socioemocionais
na vida do próprio enfermo bem como na vida de seus familiares. Neste sentido, a
presente pesquisa se dispôs a encontrar elementos que possam servir de auxílio ao
ministro religioso envolvido, seja na capelania hospitalar ou em visitas esporádicas, para
um acompanhamento pastoral eficaz. Esta investigação é de cunho qualitativo e de
natureza exploratória. Como procedimento técnico de investigação foi usada a pesquisa
bibliográfica. Os resultados da investigação apontam para o fato de que a doença é
inevitável na vida do ser humano e são diversas as visões e perspectivas a respeito da
enfermidade. A partir dos conhecimentos necessários a respeito da doença, é importante
perceber os sentimentos que o paciente transmite no momento da enfermidade e o seu
clamor pela cura e alívio da dor. O apoio da família do enfermo é fundamental nesse
momento de cuidado e o visitador pode intervir para ajudar essa família a encarar a
situação do paciente. Para um cuidado pastoral eficiente na visitação, é importante o
visitador manter algumas qualidades essenciais como ouvir, ser humilde, ser empático e
manter um bom relacionamento com o paciente, família e a equipe hospitalar.
This Final Paper of Course Conclusion (TCC) has as its main topic of study the disease
and knowledge necessary for the pastoral practice of visiting the sick and accompanying
family members. It is known that diseases cause socioemotional impacts on the patient’s
own life as well as on the lives of their families. In this sense, the present research aims
to find elements that can serve as an assistance to the religious minister involved, whether
in hospital chaplaincy or in sporadic visits, for an effective pastoral care. This research is
of a qualitative design and of an exploratory nature. Bibliographic research was used as
a technical procedure of investigation. The results of the investigation point to the fact
that the disease is inevitable in the life of the human being and that there are different
visions and perspectives regarding the disease. Based on the necessary knowledge about
the disease, it is important to realize the feelings that the patient transmits at the time of
the disease and his cry for healing and pain relief. The support of the patient’s family is
essential in this moment of care and the visitor can intercede to help this family face the
patient’s situation. For efficient pastoral care during visitation, it is important for the
visitor to maintain some essential qualities such as listening, being humble, being
empathetic and maintaining a good relationship with the patient, family and hospital staff.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
2 ENFERMIDADE COMO REALIDADE UNIVERSAL E INEVITÁVEL ...................... 12
2.1 A ENFERMIDADE NA PERSPECTIVA TEOLÓGICA ................................................. 12
2.2 A ENFERMIDADE DE ACORDO COM PENSAMENTOS FILOSÓFICOS ................. 15
2.3 A ENFERMIDADE DE ACORDO COM RELIGIÕES NÃO-CRISTÃS ........................ 16
2.4 A DOENÇA NA PERSPECTIVA NEOPENTECOSTAL ................................................ 17
3 O ENFERMO ......................................................................................................................... 21
3.1 SENTIMENTOS ................................................................................................................ 21
3.2 EM BUSCA DE AJUDA ................................................................................................... 24
3.3 A FAMÍLIA COMO CO-ENFERMA .............................................................................. 27
4 CUIDADO PASTORAL A ENFERMOS E AS COMPETÊNCIAS BÁSICAS DESTA
MISSÃO ..................................................................................................................................... 30
4.1 PERFIL DO CONSELHEIRO ........................................................................................... 30
4.1.1 Ouvir............................................................................................................................ 30
4.1.2 Humildade ................................................................................................................... 32
4.1.3 Empatia ...................................................................................................................... 33
4.1.4 Relacionamentos ......................................................................................................... 34
4.2 RESULTADOS DAS VISITAÇÕES................................................................................. 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 36
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 37
10
1. INTRODUÇÃO
É certo, do ponto de vista teológico, que a doença tenha entrado na raça humana
como resultado da queda em pecado, e desde então, os homens ficaram sabendo o que é
não ter saúde. A causa em última análise é espiritual. Contudo, está implícito que cada
uma das doenças, seja qual for, causa tensão psicológica e física. A doença é a realidade
individual e social mais próxima dos dois momentos essenciais da vida humana (o
nascimento e a morte) (AUGÉ apud BORGES, 2009, p.2). Doença de forma alguma,
pertence às condições naturais da criação, mas é consequência de culpa e atesta uma
ruptura na ordem da criação (WIESE, 2008, p.15-16).
A doença faz parte da vida neste mundo e causa impacto na vida das pessoas
(COLLINS, 1995, p.330), e junto com o sofrimento, modificam o coração, bem como a
maneira de agir e de pensar das pessoas que sofrem (BALDESSIN, 2008, p.21-22).
A doença, quando se abate sobre o ser humano, abala e transtorna toda a sua
existência, chegando mesmo a perturbar seu relacionamento com Deus. A sensação de
abandono se apodera dele. Sente-se só e impotente (MUNARO apud BALDESSIN, 2008,
p.48). Diante dessa situação, muitas vezes solitário em seu leito, o paciente sofre ao
pensar na possível causa de estar doente: será castigo de Deus? De onde vem tudo isso?
Para que tudo isso? Porque comigo? (MENDONÇA, 2010, p.12). A partir de tantas
perguntas desse tipo, nem sempre as pessoas estão querendo uma resposta. Em geral, isso
é apenas um desabafo (BALDESSIN, 2012, p.59).
A doença frequentemente causa sofrimento e desencadeia a procura de
significados, na tentativa de compreender uma experiência tão avassaladora (BOUSSO;
POLES; SERAFIM; MIRANDA, 2011, p.398). Doenças podem agravar as perguntas em
torno do sentido da vida e causar profundas angústias, principalmente quando a cura tarda
ou, o que é pior, quando as perspectivas de cura são mínimas ou até nulas (WIESE, 2008,
p.9).
13
dádivas. São uma oportunidade para crescer, que é a única finalidade da vida (KÜBLER-
ROSS, 1998, p.297).
Na Idade Média, também percebemos o domínio de várias doenças na Europa que
assolaram a população, principalmente no contexto de Lutero. As pessoas acreditavam
que Deus estava as punindo por causa de seus pecados:
[...] no início do século [XX], uma outra ordem de fatores causais passa a ser
agregada ao conceito de multicausalidade: os fatores psíquicos. O Movimento
da Medicina integral, nos Estados Unidos, na década de 40, vai definir o
homem como ‘ser bio-psico-social’ [...]. O homem que tem um corpo biológico
também tem funções psíquicas e atributos sociais, tais como a ocupação, renda,
instrução e outros (BARATA apud BALESTRIN E BARROS, 2009, p.27).
grande saúde (CALÇADO, 2009, p.50). A doença faz parte da totalidade da saúde e está
ligada à vida como um todo. O bem-estar deixa de simbolizar saúde (CALÇADO, 2009,
p.68). A doença faz parte de uma vida entendida em sua totalidade. Negar isso é negar a
realidade e vida com todas as suas possibilidades (CALÇADO, 2009, p.69).
Assim, da perspectiva filosófica, o tema da doença é entendido como o mau uso
do corpo, o qual atrai males físicos. A partir disso há um desconhecimento do que a
natureza pode oferecer para tratar as doenças. Nessa perspectiva também a doença é vista
como uma maneira de aproximar os incrédulos de Deus, e também por busca de saúde e
mais vida.
Nesta parte do TCC serão expostas algumas ideias de religiões consideradas não-
cristãs. Com a expressão “não-cristãs”, está se referindo àquelas religiões que não têm
como fundamento de sua doutrina Jesus Cristo como Senhor e Salvador, de acordo com
as Escrituras Sagradas.
Para o Budismo, o nascimento do ser humano dá origem ao sofrimento da doença
(GYATSO, 2016, p.47). Se descobrirmos que a nossa doença é incurável e não tivermos
experiência espiritual, sofreremos de ansiedade, medo e arrependimento. Podemos ficar
deprimidos e perder a esperança, ou podemos ficar com raiva da nossa doença, sentindo
que ela é um inimigo que maldosamente nos privou de toda a alegria (GYATSO, 2016,
p.49).
Para o Islamismo, a ausência de baraka1 se manifesta no advento de doenças, de
possessão, de loucura, miséria entre outros males. A força se eximiria de frequentar
ambientes tocados pelo trauma, pela tragédia, pelo luto, pela maldição (FERREIRA,
2012, p.202). Este polo negativo seria: “Sinal de benção, ela se retira de uma casa tocada
pela desgraça, ou maculada pela maldição. Ignora-se a causa, mas é certamente atribuída
1
Baraka, segundo a definição de Chelhod seria uma força de caráter sagrado presente na natureza e que se
manifesta nos seres e nas coisas. Habitando a ramificação do polo positivo do sagrado, baraka seria a
bênção, a graça. Porém esta é, segundo ele, uma noção “racionalizada” pelo islã, que a desloca de suas
primícias calcadas difusamente no nomadismo árabe pré-islâmico e a instala no coração do dogma, fazendo
da baraka um dom dado apenas por Deus, excluindo suas potencialidades naturais que o paganismo lhe
atribui (FERREIRA, 2012, p.201-202).
17
a esta força misteriosa que está tanto na origem de toda felicidade como de toda
infelicidade” (CHELHOD apud FERREIRA, 2012, p.202).
Para o Espiritismo, doença e saúde se referem ao estado em que se encontram as
pessoas e não ao estado de órgãos ou partes do corpo que nunca está só doente ou só
saudável, já que nele se expressam realmente as informações da consciência. O corpo de
um ser humano vivo deve seu funcionamento ao espírito que o habita. Quando as várias
doenças corporais se desenvolvem em conjunto dentro de uma harmonia, ele se encontra
num estado que denominamos de saúde (JOTZ, 2019).
Para o Hinduísmo, a doença e o sofrimento fazem parte da missão do indivíduo, a
qual ele precisa cumprir como formas de reações acumuladas nas vidas anteriores ou
como consequência de uma ação na vida presente (BRASIL apud BORGES, 2012, p.29-
30). A partir disso, a medicina hindu entende que
[...] para uma pessoa estar bem de saúde tem que existir um equilíbrio numa
tríplice dimensão: psique, corpo e espírito. Por exemplo, uma pessoa pode estar
bem fisicamente, mas se está doente espiritual ou mentalmente não pode ser
considerada uma pessoa com saúde. Uma mente feliz é capaz de produzir
efeitos positivos sobre o corpo; ao contrário, uma mente infeliz ou em conflito,
pode ser potencialmente fonte de doenças (BORGES, 2012, p.30).
Nesta seção serão expostas algumas ideias sobre a doença na visão neopentecostal.
Por neopentecostal, se tem em vista instituições como a Igreja Universal do Reino de
Deus (IURD), a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) e a Igreja Mundial do Poder
de Deus (IMPD). Alguns líderes dessas igrejas e de outras denominações neopentecostais
proclamam ao povo a imagem de que quem crê em Jesus não adoece, não passa por
sofrimentos e tribulações, não se cansa, não conhece limitações. Mesmo crendo em Jesus
e salvo por ele, o homem continua passível de doenças e da morte (MENDONÇA, 2010,
p.3). Santana e Erdman, falam sobre as visões gerais da doença, segundo a teologia
neopentecostal:
2
As passagens bíblicas utilizadas nesse trabalho de conclusão de curso, são da versão Almeida Revista e
Atualizada, 2013, SBB.
3
Segundo o bispo Marcus Vinícius do Programa Ponto de luz, encosto é um espírito opressor que se
apodera da vida das pessoas, causando sofrimento, transtornos, confusões, virando a vida das pessoas ao
19
2005, p.41). Para Edir Macedo, tudo o que existe de ruim nesse mundo tem sua origem
em Satanás e seus demônios. São eles os causadores de todos os infortúnios que atingem
o ser humano de forma direta ou indiretamente (..). Toda pessoa endemoniada possui
doenças que não encontram explicações médicas ou naturais (MACEDO apud SANTOS,
2010, p.69).
Macedo acredita que estamos vivendo na “era do demonismo”, fazendo do diabo
o motivo até da presença do vírus da gripe, da AIDS ou de uma doença qualquer no corpo
humano (SANTOS, 2010, p.99). A doença pode ser considerada um sinal de possessão
demoníaca ou interferência de espíritos malignos na vida da pessoa (SANTOS, 2010,
p.116).
Na visão da IURD, a procura por outras religiões, deixa o “corpo aberto”, para
doenças.
avesso do dia para a noite, como em um piscar de olhos. A inveja, o olho grande e a praga são os meios
mais comuns de se lançar um encosto em alguém. Se você tem doenças que a medicina não consegue
diagnosticar ou qualquer outro problema que você não consegue resolver, há um encosto em sua vida
(FARIA, 2005, p.39-41).
4
Thomas Lee Osborn, mais conhecido como T.L. Osborn, foi um pastor norte americano nascido em 1923
no estado de Oklahoma, vindo a falecer em 2013 aos 89 anos. O foco do seu trabalho missionário iniciado
em 1948, é a cura de doenças e a libertação de entidades malignas. Durante mais de 60 anos de atividades,
Osborn e sua esposa Daisy viajaram em mais de 90 países reunindo em algumas reuniões públicas mais de
300 mil pessoas (ROCHA; ARAGÃO apud SILVA, 2017, p.39).
20
parte das doenças dos homens e a cura delas se dá única e exclusivamente pela expulsão
desses demônios, o chamado exorcismo (SILVA, 2017, p.43).
Para o entendimento neopentecostal, a doença só existe em quem não acredita em
Deus e sua origem é o demônio. Seus cultos são sempre emotivos objetivando uma
libertação do mundo satânico (ROCHA, 2014, p.28). Em muitos pontos, pode-se dizer
que suas doutrinas são bem parecidas com as doutrinas das religiões orientais, tais como
o Hinduísmo e o Budismo (ROCHA, 2014, p.28-29).
Existem inúmeras crenças que tendem a satisfazer a vontade humana. Muitas
pessoas tendem a associar o otimismo com pensamento positivo, se baseando que de uma
vontade combinada com fé, pode-se superar qualquer dificuldade (BALDESSIN, 2015,
p.67). Para muitos pacientes, o que mais consideram importante para vencer a doença é a
força de vontade e o pensamento positivo (BORGES, 2009, p.5).
Muitos se baseiam na afirmação bíblica feita por Jesus: “Por isso, vos digo que
tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos
11.24). No entanto, outros textos e a própria experiência cristã mostram que, às vezes,
mesmo não havendo fé, Deus cura. É uma manifestação da sua imensa graça. Outras
vezes, mesmo havendo fé, ele não cura. É uma manifestação da sua vontade. Mas, diante
de doenças incuráveis e outras situações irreversíveis, as pessoas tentam, através do
pensamento positivo misturado com a fé, acreditar que tudo vai dar certo. Quando “essa
mistura” não surte os efeitos desejados, além de decepcionar aqueles que creem, pode
aumentar ainda mais a incredulidade dos incrédulos e atiçar a zombaria deles
(BALDESSIN, 2015, p.68).
Este capítulo tratou da visão da enfermidade em diferentes perspectivas. Do ponto
de vista teológico, a doença é uma consequência que afeta todas as pessoas de alguma
forma por causa do pecado. Do ponto de vista filosófico, e de algumas religiões “não-
cristãs” de certa forma o homem é responsável pelas causas das enfermidades. Do ponto
de vista neopentecostal, a causa das doenças é o próprio Diabo e a falta de fé do ser
humano.
21
3. O ENFERMO
Neste capítulo do TCC, o objetivo é falar sobre os sentimentos que o doente pode
sentir e/ou emitir no momento da enfermidade. Também será abordado o momento em
que o enfermo busca ajuda – com vistas ao alívio da dor e à busca de respostas – e como
o conselheiro pode agir frente a essas situações. Ainda se falará da presença ou ausência
da família – como a companhia pode ou não ajudar o doente. Por fim, diante da ausência
dos familiares e amigos, como o conselheiro pode intervir.
3.1 SENTIMENTOS
A doença envolve muito mais do que o mau funcionamento físico; antes, ela está
associada a uma grande variedade de reações psicológicas e espirituais que preocupam
tanto aos médicos quanto aos conselheiros leigos. Muitas dessas influências psicológicas
e espirituais agravam a moléstia física e atrasam ou impedem a recuperação (COLLINS,
1995, p.331).
Os enfermos normalmente sentem medo quando ficam doentes. O medo deve ser
expresso, discutido, avaliado, entregue a Deus em oração e não ignorado, mesmo quando
o conselheiro o considera irracional (COLLINS, 1995, p.337). O autor do livro de Gênesis
afirma: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste
formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19). Portanto, mais cedo ou mais
tarde viraremos pó. E isso nos assusta (BALDESSIN, 2015, p.56). É importante quando
o enfermo expressar sentimentos de medo, o confortar na certeza que esse sentimento não
é falta de coragem. Nas palavras de Feltz:
O objetivo principal é ajudar o paciente a entender que ele pode ter medo e que
isso não é o contrário de ter coragem. É ajudá-lo a entender que essa
necessidade de poder manifestar seus medos diante do sofrimento e da morte
não significa que ele não tenha coragem de encará-los (FELTZ, 2018, p.101).
Diante disso, Baldessin (2012, p.26) também diz que se faz muito necessário: “[...]
o apoio médico, porque justamente os doentes crônicos encontram-se muitas vezes num
clima de abatimento tal que só com ‘boas palavras’ não é possível ajudá-los. São
necessárias ações que facilitem a situação do doente”.
22
Também cada pessoa reage de uma forma diferente a dor. Muitas pessoas com
uma pequena dor tornam-se irritadiças e melindrosas. Outras têm capacidade para
suportar terríveis dores sem reclamar. O conselheiro deve ser sensível com essa situação.
Deve respeitar a pessoa em suas necessidades e condições próprias (YANCEY apud
MENDONÇA, 2010, p.11). O conselheiro deve reconhecer e aceitar essas diferenças
individuais. Elas influenciam as emoções da pessoa doente, as reações e o prognóstico de
recuperação (COLLINS, 1995, p.331).
O médico Paul Brand chegou à conclusão de que deveríamos ser agradecidos a
Deus pela invenção da dor, pois ele a vê como um sistema de proteção e sinal de alerta
que exige uma reação imediata. A dor avisa ao organismo a respeito de uma grande
enfermidade que necessita ser examinada para se tomar as devidas providências a fim de
saná-la (LANGE, 2000, p.53).
O fato é que diante de uma enfermidade, muitas mudanças podem ocorrer na vida
do enfermo e de sua família, pois:
A doença arranca a pessoa de sua rotina de vida e traz medo por uma série de
fatores. Ao adoecer, o paciente entrega a estranhos o cuidado de seu corpo,
precisa obedecer a horários de alimentação, medicação, sono e até mesmo de
banheiro. Suas vontades passam a ser ignoradas e submetidas a regulamentos
e tratamentos (MENDONÇA, 2010, p.11).
Outra tentação para o conselheiro é que ele venha a projetar suas próprias ideias
para dentro do processo de aconselhamento e tentar arranjar as coisas do modo como ele
gostaria de vê-las. Tal atitude, muitas vezes praticada inconscientemente, rouba do
orientando o direito de pensar e resolver livremente (FLOR, 1970, p.113).
Quando estamos doentes, precisamos deixar que outros nos ajudem e nos amem.
Para muitos isso não é fácil. Eles se sentem ameaçados pela sua dependência de outros,
fracos e incompreendidos. Como resultado, algumas vezes retraem-se numa atitude de
autopiedade e subsequente solidão (COLLINS, 1995, p.334). É importante que o
conselheiro ajude o aconselhado a pensar nas coisas positivas e negativas da vida,
encorajando-o a perguntar se a doença tem algum resultado positivo e, também, guiando-
o a orar e confessar sua amargura a Deus pedindo perdão e orientação divina (COLLINS,
1995, p.337).
Muitas pessoas não querem admitir que estão desanimadas e evitam falar coisas
que as deixam para baixo. No entanto, o conselheiro também pode mostrar que “não é
errado desanimar por algum tempo”. O conselheiro pode ajudar os aconselhados a orar e
fazer o possível para enfrentarem corajosamente as causas do desânimo (COLLINS,
1995, p.338). Clinebell (1987, p.151) diz que o conselheiro deve ajudar a pessoa a
satisfazer suas necessidades de formas socialmente construtivas, orientadas para a
realidade. Também examinar as aspirações da pessoa e ajudar a fazer e a executar planos
24
realistas e satisfatórios para o futuro. Os pacientes devem ser encorajados a expressar sua
culpa, a confessar seus pecados e falhas a Deus e a outros: “Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1
João 1.9). Com isso, experimentar a alegria de saber que Deus perdoa (COLLINS, 1995,
p.338). O conselheiro deve mostrar compreensão quanto ao desconforto, mas tentar
descobrir as ansiedades subjacentes e procurar fazer com que o aconselhado as enfrente
(COLLINS, 1995, p.339).
Pacientes costumam ter sentimentos de culpa por algum “pecado”, real ou
imaginário, e se sentiam bastante aliviados quando lhes era oferecida a oportunidade de
confessá-lo, sobretudo na presença de um capelão (KÜBLER-ROSS, 1996, p.293).
As pessoas algumas vezes buscam ajuda por desejarem alívio imediato da dor.
Entretanto, quando descobrem que o alívio permanente pode exigir tempo, esforço e
maior sofrimento ainda, elas resistem ao aconselhamento (COLLINS, 1995, p.33).
Alguns pacientes "lutam". Como não é fácil combater a doença, eles dirigem sua ira
contra os médicos, enfermeiras, família e outros, inclusive contra o conselheiro. Críticas,
queixas, protestos ruidosos e exigência de alívio caracterizam no geral tais pacientes,
criando frustração na vida de outros (COLLINS, 1995, p.334). Para Collins, alguns usam
da doença para tirar vantagens e proveito de conselheiros, família, etc. Ele diz que
“Algumas pessoas vivem tentando controlar e manipular outros através de meios
engenhosos ou "à força". Quando essas pessoas ficam doentes, não é surpresa que façam
uso da doença para controlar ou obter simpatia, atenção e favores de outros (COLLINS,
1995, p.335).
Para alguns, a doença se torna um meio de vida. Isto pode ser desagradável para
o paciente, mas ele acha isso mais fácil do que viver sem queixas físicas (COLLINS,
1995, p.335). Outro problema é que o conselheiro encontrará indivíduos carregados de
autossuficiência. Não sentem necessidade de Deus, muito menos de religião e dos outros.
São deuses de si próprios e pensam que conseguem se levantar sozinhos (BALDESSIN,
2008, p.41).
“Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou
a cura da filha do meu povo?” (Jeremias 8.22) (DESTRI apud BALDESSIN, 2008, p.11-
12).
Com relação à doença de Madalena, filha de Lutero, percebendo a gravidade e a
pouca possibilidade de cura, Lutero expressou a sua fé na seguinte oração: “Eu a amo
muito, Senhor, e gostaria imensamente de ficar com ela entre nós; mas, Senhor Deus,
como é da tua vontade leva-la desta vida, então me sentirei feliz sabendo que estará junto
de ti no céu” (HEIMANN; TOMM, 2006, p.252). Lutero desejava muito a cura de sua
filha; no entanto, entregou-a nas mãos de Deus deixando conforme fosse a Sua vontade.
A busca da cura, através de símbolos religiosos, sinaliza a interpelação da criatura
ao Criador a respeito de sua presente condição. Esse diálogo pode incluir o protesto e o
lamento. Jó, em sua enfermidade, orava: “Por isso não posso ficar calado. Estou aflito,
tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura” (Jó 7.11)
(SATHLER-ROSA, 2004, p.119). Jó estava aflito, e buscava a cura tanto física quanto
espiritual. Nos hospitais; principalmente, percebemos inúmeras pessoas pedindo a cura,
alívio da dor e do sofrimento.
Além disso, a fé do enfermo, que pode ser traduzida aqui como dom de Deus e
determinação humana de encontrar um caminho melhor para sua existência, contém
potencial curador reconhecido por profissionais de outras áreas do conhecimento
humano. Os milagres, entendidos como sinais do reino, são, portanto, decorrentes da
Graça que extrapola os limites da compreensão humana e que confere ao indivíduo
capacidades compatíveis com sua natureza de ser criado à imagem e semelhança de Deus
(SATHLER-ROSA, 2004, p.122).
Portanto, é um grande consolo ao que sofre ter a certeza de que Deus estará sempre
presente em meio ao sofrimento, dando ao sofredor, ou o alívio de suas dores, ou a força
para suportá-la. Cabe aos cristãos, não só não abandonar os que sofrem, mas também
maximizar o cuidado a eles enquanto vivem a história de sua vida (VASSÃO apud
MENDONÇA, 2010, p.8). Cabe também ao conselheiro saber e ter a certeza que Deus
está no controle de tudo, apesar da dor e do sofrimento.
saúde física desmoronar mais ainda. É necessário aprender a confiar em Deus apesar das
injustiças da vida (MENDONÇA, 2010, p.3).
Quando se pede a cura para Deus, isso deveria ocorrer com base em João 16.23
(Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá
em meu nome); Mateus 7.7s (Pedi, e dar-se-vos-á) e no Salmo 50.15 (Invoca-me no dia
da angústia, eu te livrarei e tu me glorificarás). O teor da intercessão deveria ser o
seguinte:
Em razão disso, nós, indignos pecadores, com base em tua Palavra e no
mandamento de teu Filho, pedimos por tua misericórdia, tanto quanto a nossa
fé nos permite, que te disponhas a libertar essa pessoa de todo mal e a
exterminar nela a obra de Satanás. Faça-o para tua glória e para o aumento da
fé e dos santos por meio de teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que habita
contigo e governa por toda a eternidade. Amém (LUTERO apud RIETH, 2003,
p.16).
[...] ajudar também a família do paciente a lidar com seus sentimentos, de modo
a trazer consolo a ele e aos parentes. Muito importante é o apoio pessoal e
sentimental aos familiares mais próximos, bem como ajuda e apoio pessoal nas
limitações dos doentes como fazer compras, ajudar na alimentação, escrever
cartas, ler, ou seja, promover ajudas práticas (MENDONÇA, 2010, p.12).
Baldessin (2015, p.25) diz que em casos de final de vida, em vez de alta tecnologia
e medicamentos de alto custo, que trazem mais sofrimento do que bem-estar, é mais
conveniente oferecer cuidados básicos e uma “alta” dose de amor, carinho e conforto ao
doente. Ou seja, proporcionar um final de vida sem dor, sem sofrimento, e o que é melhor:
próximo dos seus familiares e amigos. Na maioria das vezes, a família não quer perder o
seu familiar enfermo, e com isso força um prolongamento de vida. Sem levar em conta o
sofrimento do outro, o autor entende que essa é uma atitude egoísta, mas muitas vezes é
difícil para a família. Nessas circunstâncias, não devemos pensar o que é melhor para nós,
os familiares, e sim o que é melhor para aqueles que estão sofrendo. Assim sendo, nessas
29
4.1.1 Ouvir
Para saber ouvir melhor, o conselheiro deve seguir alguns princípios, como: não
interromper uma conversação; não desviar o olhar da outra pessoa; valorizar os
sentimentos dos outros; não competir com a história da outra pessoa; não criticar; fazer
perguntas apropriadas e animá-la a continuar e não discutir transformando a conversa em
debate (VASSÃO apud MENDONÇA, 2010, p.5-6). Dessa maneira aprendemos a escutar
nossos próprios sentimentos e os sentimentos do paciente. Aprendemos a sentir sua dor e
suas ansiedades, e aprendemos o significado de escutar com o coração (WARD, 2011,
p.336). Em suma, o conselheiro deve se colocar em atitude de escuta.
[...] escutar pressupõe um trabalho intelectual, pois após ter ouvido é preciso
interpretar, avaliar e reagir à mensagem. Escutar é do campo da significação,
implica um processo intelectual e emocional. A escuta é muitas vezes
silenciosa, escuta-se o não verbal, a entrelinha, o gesto, a atuação” (POLITO
apud BALDESSIN, 2010, p.35).
No contato com o doente há sempre algo novo que o agente pode descobrir. Por
isso, precisa estar atento àquilo que o doente fala e ao que não expressa (BALDESSIN,
2008, p.21). Um bom ouvinte se interessa pelo que o outro tem a dizer (ADAMS, 1980,
p.95). Ouvir empaticamente é ouvir ativamente, exigindo um investimento emocional na
outra pessoa e uma relativa abertura para nossos próprios sentimentos (CLINEBELL,
1987, p.74-75). Para obtermos bons resultados em nosso relacionamento humano e
pastoral, também é preciso que sejamos, antes de tudo, bons ouvintes. Se não tivermos
alguns critérios como: ouvir, evitar as perguntas excessivas, dar atenção, respeitar, ser
autêntico, acabaremos desperdiçando tempo e também o dom que Deus nos deu
(BALDESSIN, 2008, p.27). Há muitas pessoas, principalmente enfermos, que querem
alguém apenas para ouvir.
Collins diz que ouvir é um modo de dizer "Eu me interesso" (COLLINS, 1995,
p.22). Ouvir é um dos primeiros e melhores passos para ajudar uma pessoa a vencer suas
lutas emocionais, mentais e espirituais que sempre acompanham as doenças; ouvir um
doente é enfrentar, ao seu lado, seus conflitos íntimos, é ajudar a levar o fardo, é transmitir
energia para a pessoa lutar pela vida (MENDONÇA, 2010, p.6). A indisposição para ouvir
pode muitas vezes ser um grande obstáculo à ajuda (COLLINS, 2002, p.37).
32
Se, todavia, o ministro religioso tiver o dom de ouvir ao invés de falar e der ampla
oportunidade ao enfermo falar da profundidade de suas angústias e, no caso de sentimento
de culpa, souber transmitir ao outro a sensação de que ele é aceito em todas as esferas de
seu ser, então ele estará testemunhando a mensagem da justificação, talvez na sua forma
mais eficiente (HOCH, 1980, p.94).
Ao ouvir, o conselheiro também deve saber ficar em silêncio. “[...] o silêncio é tão
importante em nossas vidas que nós só deveríamos falar quando as palavras fossem mais
importantes do que o silêncio” (BALDESSIN, 2012, p.111). É possível ajudar alguém
sem ações práticas e muitas vezes também sem palavras. Somente com uma presença
consoladora (BALDESSIN, 2015, p.54). Em situações em que não sabemos o que falar,
é melhor ficar em silêncio.
[...] “o seu silêncio pode significar muito. Há horas em que o próprio Deus se cala
em nossa vida. Cala, mas está presente” (MUNARO apud BALDESSIN, 2008, p.49). O
silêncio é reconfortante, proporcionando esperança e paz ao paciente, mesmo sem
palavras [...] o melhor é permanecer calado e estar presente para o paciente, que pode não
estar necessitando de palavras, mas de alguém que esteja escutando com o coração
(WARD, 2011, p.337). Não são somente as palavras que consolam. Um abraço, o estar
ao lado, a compreensão dos sentimentos é muito mais importante (BALDESSIN, 2012,
p.113). O alívio nesses momentos de crise não vem das palavras que são ditas, mas da
presença ativa de um visitador pastoral capaz de ficar sentado calado e estar presente ao
lado da cama do paciente (WARD, 2011, p.341).
4.1.2 Humildade
É preciso que saiba que a solução vem de Deus, que ao aconselhar ele é apenas
um instrumento nas mãos de Deus para solucionar um determinado problema.
Assim, não deposita a confiança em si próprio, nem nas técnicas que emprega,
mas nas mãos de Deus, seu Senhor. Isto também fará com que ele não vacile,
mas, confiante, siga em frente depositando em Deus a sua confiança e levando
a Deus o problema em oração, esperando dele orientação e solução (JAGNOW,
1980, p.6).
4.1.3 Empatia
“Empatia” pode ser definida como “tendência para sentir o que você sentiria se
estivesse na situação de outra pessoa. Ou ainda: colocar-se em sintonia com o outro”
(BALDESSIN, 2012, p.68). Empatia é a capacidade de "sentir com" o aconselhado
(COLLINS, 1995, p.21).
A empatia é necessária no aconselhamento. Sem empatia não há aconselhamento.
Mas convém alertar sobre o perigo de uma empatia em excesso, uma empatia total [...] O
conselheiro não deve perder o seu "eu" para assumir completamente o "eu" do consulente.
O assumir completamente o "eu" do consulente é jogar-se dentro do problema dele sem
poder resolvê-lo (JAGNOW, 1980, p.8).
4.1.4 Relacionamentos
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ADAMS, Jay E. Conselheiro Capaz. Trad. Odair Olivetti. São Paulo: Editora Fiel Lida,
1980.
ALVES, Gisleno Gomes de Farias. Manual do Capelão. Teoria e Prática. São Paulo:
Editora Hagnos, 2017.
BALDESSIN, Anísio. Assistência Espiritual aos doentes: O que e como fazer? São
Paulo: Edições Loyola, 2015.
______ Assistência religiosa aos doentes: Aspectos bíblicos. São Paulo: Edições
Loyola, 2008.
______ Assistência religiosa aos doentes: Aspectos práticos. São Paulo: Edições
Loyola, 2010.
______ Entre a vida e a morte. Medicina e Religião. São Paulo: Edições Loyola, 2012.
BORGES, Paulo Jorge Torres. Cuidados de saúde e práticas hindus. 2012. 77f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Religiosas) – Instituto Universitário de Ciências
Religiosas, Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Teologia, Lisboa, 2012.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo: Edições
Vida Nova, 1995.
______ Aconselhamento Cristão. Edição século 21. ed. Século 21. Trad. Lucília
Marques Pereira da Silva São Paulo: Edições Vida Nova, 2004.
______ Ajudando uns aos outros pelo aconselhamento. 2. ed. São Paulo: Edições Vida
Nova, 2002.
JOTZ, José Carlos Pereira. Saúde e doença à luz da doutrina espírita. [S.I.]: Virtual
Books, 2019. Disponível em:
<http://www.institutochicoxavier.com/index.php/informativo/o-que-e-o-espiritismo-
2/2149-saude-e-doenca-a-luz-da-doutrina-espirita>. Acesso em 17 set. 2019.
LEITE, Maria Elizafá Sousa. “A mão de Deus está aqui”. Um estudo da Igreja
Mundial do Poder de Deus a partir da figura do apóstolo Valdemiro Santiago. 2015.
95f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) - Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, São Paulo, 2015.
RIETH, Ricardo Willy. Cruz e cura na poimênica de Lutero. Estudos Teológicos, São
Leopoldo, v. 43, n.2, p. 7-20, 2003.
ROCHA, Diego Angeline. Igreja Mundial do Poder de Deus: práticas religiosas para
soluções imediatas. 2014. 101f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-
Graduação em História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.
SANTOS, Elder Cerqueira; KOLLER, Sílvia Helena; PEREIRA, Maria Teresa Lisboa
Nobre. Religião, saúde e cura: um estudo entre neopentecostais. Psicologia Ciência e
Profissão, Brasília, v.24, n.3, p. 82-91, 2004.