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“Nossa missão:
anunciar o Sangue de Cristo
A nossa única vivência:
beber o Sangue de Cristo
O único instrumento:
a Cruz de Cristo
A única meta:
traduzir o Sangue de Cristo
A única glória:
falar dia e noite do Sangue de Cristo
Nossa fé:
esbanjadora no Sangue de Jesus
A nossa especialidade:
converter os pecadores com
o Sangue de Cristo”
(São Gaspar del Búfalo)
O Catecismo da Igreja Católica
(CIC n.1488) nos diz que,
“aos olhos da fé, nenhum mal é
Sangue que faz o nosso coração
bater ardorosamente por amor
a Jesus Cristo. É pelo Sangue
mais grave que o pecado; e nada de Jesus que a alma se torna
tem consequências piores para os cada vez mais radiante e bela;
próprios pecadores, para a Igreja é o Sangue de Jesus que realiza
e para o mundo inteiro”. O pecado todas as transformações e nos
afasta a nossa alma de Deus e configura aos moldes da vida de
corrompe o que há de mais belo Cristo. Todos nós precisamos – e
em nós. Ele distorce a mais pura mais do que isso: necessitamos –
verdade de Deus em nossa vida e do Sangue Precioso em todos os
gera muitas consequências não só momentos de nossas vidas.
para nós, mas também para nossas Se pertencemos a Jesus, o
famílias, para a nossa Igreja e para pecado é o nosso maior inimigo,
o mundo inteiro, como nos diz o bem como nosso maior mal.
CIC. É necessário brotar em nosso
Como, então, nos livrar do pecado interior uma verdadeira decisão
e caminhar num verdadeiro de romper inteiramente com o
caminho de santidade? Como pecado, deixando que cada gota
vencer esta luta diária contra este do Sangue que jorra das Chagas
grande inimigo que é o pecado? de Jesus recaia sobre nós e realize
Como deixar crescer em nós as uma verdadeira obra de santidade.
virtudes que nos santificam e nos Que esta Quaresma seja para
tornam cada dia mais imagem e você de muita conversão e
semelhança de Deus? Eis a única libertação das escravidões do
saída para todo e qualquer mal: pecado, abrindo novos caminhos
O SANGUE DE JESUS! O Sangue e um novo respirar de vida. Que
de Jesus é, de fato, o antídoto o Sangue de Cristo, através dos
para o pecado, é o remédio para mistérios de cada uma das Suas
nossas enfermidades, é a nossa Chagas, faça brotar novas virtudes
esperança e a nossa salvação. em tua alma. Coragem! Sejamos
Somente o Sangue Precioso santos!
nos purifica de todo pecado,
retirando de nós a feição de Que Nossa Senhora de Fátima,
homens abatidos, desapontados, junto a todos os Santos Anjos,
cansaços e esgotados, sintomas nos guiem e nos conduzam neste
estes gerados pelo nosso maior tempo tão importante para nós.
mal. Não há insuficiência no
Sangue Precioso. É somente este
Deus te abençoe!

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“... uma só gotícula, das milhares de
gotas do Sangue Precioso, no Corpo
glorificado de Jesus, seria mais que
suficiente para eliminar cada uma
daquelas criaturas decaídas e para
absolver cada pecador de cada falta
dentre a multidão de seus pecados. O
valor de uma só gota do Sangue Precioso
é simplesmente infinito.”

(Livro “SANGUE PRECIOSO


– Preço da nossa salvação” – p.36)

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Explicações
de utilização
- A nossa apostila é marcada pelos dias em que estaremos fazendo
aquele tema. Tenham atenção para não acumular e, assim, perderem a
força da experiência de cada dia. A sua disciplina é muito importante!

- Escolha um local apropriado e recolhido para que você faça o seu


momento de oração;

- Tenha com você uma Cruz de mão. Monte o seu local de oração
e utilize vela benta, água benta e outros sacramentais que desejar.
Os sacramentais, utilizados com fé, são grandes e poderosas armas
espirituais.

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1° DIA
Quarta-feira
TIRANDO SUAS DÚVIDAS...

1) O que é a Quarta-feira de Cinzas?


A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja como o
dia em que marca o início da Quaresma, tempo de penitência e de oração
mais intensa. Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava
arrependimento dos pecados e volta para Deus. As cinzas bentas colocadas
sobre a nossa cabeça nos fazem lembrar de que vamos morrer, de que somos
pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja
refeito por Deus de maneira gloriosa e, assim, não mais perecer. A intenção
deste sacramental é de nos levar a um profundo exame de consciência, ao
arrependimento dos pecados e à abertura do nosso interior a um tempo de
conversão e transformação.

2) O que é a Quaresma e qual a sua importância?


A Quaresma é um tempo litúrgico especial, no qual a Igreja se prepara para
celebrar o mistério mais importante da fé cristã: o mistério pascal. Inicia-se
na Quarta-feira de Cinzas e finaliza na Semana Santa.
O nome deste tempo litúrgico indica a sua duração: quarenta dias, que faz
referência aos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de iniciar a
Sua missão pública (cf. Mt 4,1-11).
A Quaresma é marcada pelo convite ao arrependimento e conversão. É
com esta intenção que, na inauguração do tempo quaresmal, durante o rito
da imposição das cinzas, é proferida a fórmula: “Convertei-vos e crede no
Evangelho!”.

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3) O que é a penitência?
A Quaresma é um tempo propício para fazermos penitência. Certamente,
o sentido da penitência não é para nos punir física ou espiritualmente! A
mortificação não é um fim, mas sim um meio de se chegar à santidade.
A penitência é definida pelo Catecismo como uma reorientação radical da
vida por inteiro, um regresso, uma conversão a Deus de todo o coração, que
comporta uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal, com repugnância
pelas más ações cometidas e que implica, simultaneamente, o desejo e o
propósito de mudar de vida, com a esperança da misericórdia divina e a
confiança na ajuda da sua graça (cf. CIC 1431).

4) Como fazer penitência?


Assim como Jesus jejuou e orou quarenta dias no deserto para poder vencer,
humanamente, as tentações do inimigo, nós também precisamos disso.
De modo especial, a Igreja recomenda o jejum, a esmola e a oração como
“remédios contra o pecado” e para fortalecer o nosso espírito no combate
espiritual. Jesus nos alertou: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis”
(Lc 13,3).
O primeiro remédio contra os nossos males deve ser a oração. Sem a oração
perseverante, não temos força para vencer o pecado, pois Jesus disse: “Sem
Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja,
dizia: “Quem reza se salva, quem não reza se condena”. Sem a oração, a
meditação da Palavra de Deus e a vida sacramental (confissão e Eucaristia),
não vencemos o pecado.

5) Qual a penitência e mortificação que eu preciso fazer?


É aquela que me ajuda a vencer os meus pecados!
Se eu sou soberbo, então, minha penitência deve ser o exercício de
humildade. Fugir do orgulho, da vaidade, do desejo de aparecer, de me exibir,
de procurar aplausos, de querer fazer valer a minha vontade, de querer falar
em primeiro lugar; deixar de ser arrogante, prepotente, auto suficiente e

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dado à presunção. Devo cultivar o silêncio, a obediência e o último lugar.
Se o meu pecado é o apego aos bens materiais e ao dinheiro, então, eu
preciso exercitar, e muito, a boa esmola e o desprendimento do mundo. São
Pedro diz que “a caridade encobre uma multidão de pecados” (1 Pe 4,8).
“Tenhamos caridade e humildade e façamos esmolas, já que essas lavam as
almas das nódoas dos pecados”, dizia São Francisco.
Se o meu mal é a luxúria e a impureza, então, vou exercitar a castidade:
nos olhos, nos ouvidos, nas leituras, nos pensamentos, nos atos; vou fugir
de tudo que possa excitar-me. Jesus mandou vigiar e orar, porque o espírito
é forte, mas a carne é fraca.
Se sou irado e raivoso, vou exercitar a mansidão; não vou dizer palavras
pesadas ou ofensivas aos outros; serei tolerante com quem erra e terei
complacência com quem me ofende.
Há muitas formas de penitência e cada um deve se exercitar naquela que
mais precisa.

6) Como fazer o jejum e a abstinência?


Jejuar significa abster-se de algo. O jejum e a abstinência são práticas muito
comuns no período da Quaresma. A Igreja recomenda que os fiéis as façam
especialmente durante este tempo litúrgico, mas também no decorrer do
ano.
De acordo com o Código de Direito Canônico – livro das leis que orienta a
Igreja Católica – o jejum é a “forma de penitência que consiste na privação
de alimentos”. Para tal prática, a orientação tradicional é que se faça apenas
uma refeição completa durante o dia e, caso haja necessidade, pode-se
tomar duas outras pequenas refeições, que não sejam iguais em quantidade
à habitual. Pelas orientações da Igreja, estão obrigados ao jejum os que
tiverem completado 18 anos até os 59 completos. Os outros podem fazer,
mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados do jejum, bem
como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia
do jejum.
Sobre a abstinência, o Direito Canônico diz que “consiste na escolha de uma

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alimentação simples e pobre”. Segundo o documento, a tradição da Igreja
indica a abstenção de carne, pelo menos nas sextas-feiras da Quaresma.
“Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas,
sobretudo os mais requintados e dispendiosos [caros] ou da especial
preferência de cada um”, orienta o documento. A obrigação da abstinência
começa aos 14 anos e se prolonga por toda a vida. Grávidas que necessitem
de maior nutrição e doentes que, por conselho médico, precisam comer
carne, estão dispensados da abstinência, bem como os pobres que recebem
carne por esmola.

7) Qual a diferença entre penitência e abstinência?


Nenhuma! A abstinência é uma forma de penitência. Ou seja: jejum +
abstinência = penitência.

Portanto,
Escolha qual será a sua abstinência;

- Faremos jejum e abstinência de carne na Quarta-feira de Cinzas e na


sexta-feira santa; Mas esteja livre caso, deseje fazer abstinência de carne
em outros dias.

- Todas as quartas-feiras e sextas-feiras da Quaresma faremos jejum


( cada um deve escolher o jejum mais adequado para sua realidade)

ESCREVA:
1. Qual é o seu objetivo para esta Quaresma? Aonde você quer chegar?
2. Você está disposto(a) e desejoso(a)?
3. Qual será a sua abstinência?
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2° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

QUARESMA: tempo favorável!

Falar de Quaresma é falar de conversão e, consequentemente, falar de


mortificação e penitência. Somos convidados a viver como disse São Paulo:
“Completo na minha carne o que falta à Paixão de Cristo pelo seu corpo, que é
a Igreja” (Colossenses 1, 24). Somos, ainda, convidados a dar um profundo
sentido de reparação aos nossos propósitos neste tempo quaresmal.

Nas aparições do Anjo da Paz e de Nossa Senhora de Fátima aos 3


pastorinhos, percebe-se que a oferta de vida passa a receber uma dimensão

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de reparação: toda a existência se torna reparação: “De tudo que puderdes,
oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é
ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores” (segunda aparição do
Anjo); “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que
Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é
ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” (Nossa Senhora de
Fátima).

Podemos dizer que todos os pedidos de Nossa Senhora de Fátima aos


pastorinhos têm como finalidade intensificar a nossa relação íntima com
Deus e nos levar a um compromisso com a história da salvação. É aqui que
introduzimos o aspecto da reparação.

O que seria, então, a reparação?

A reparação é uma forma de expressar o amor pelos outros e de corrigir


as debilidades da sociedade atual, tão marcada pelo isolamento, pela
autorreferencialidade e pelo egocentrismo, através da solidariedade no
bem. Somos responsáveis pelos nossos irmãos e irmãs, pela história da
salvação, pela paz no mundo.

Pensar na Cruz de Jesus ajuda-nos a compreender a reparação, porque esta


só é compreensível no quadro da salvação. A mística da reparação é a de
testemunhar o excesso do amor de Deus pela humanidade, transbordando
com o dom da vida pelos outros, como fez Jesus. A característica fundamental
deste modelo de reparação é a de ser movida pelo amor. É o coração que
ama que deseja reparar, e reparar com amor.

A palavra “reparação” significa “restauração”, “reconstrução”, “renovação”.


Mas, no contexto de Fátima, também possui um sentido de “consolação”.
Pela reparação, somos convidados a levar em consideração dois aspectos: a
relação com Deus e a relação com os outros.

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Perante a tendência natural que nos leva a olhar apenas para nós mesmos,
Fátima convida-nos a dar um passo para fora de nós, a pensar nos outros
e a desejar participar no plano salvífico de Deus. Cada vez que faço um ato
de reparação, estou a colaborar com Cristo para que as relações quebradas
pelo pecado possam ser novamente restauradas.

Fazer reparação é, ao mesmo tempo, uma possibilidade que temos para


consolar o nosso Deus e o Imaculado Coração de Maria, porque não pensamos
nas nossas próprias necessidades, mas apenas em fazer-lhes companhia,
mostrando-lhes que os amamos acima de todas as nossas intenções ou
motivações para fazer oração. Imaginemos uma mãe muito rica que tem
duas filhas. A primeira filha vai todos os dias ter com ela para lhe pedir
alguma coisa. A mãe dá-lhe o que ela pede, porque é rica e ama a sua filha. É
mãe. Já a segunda filha vai todos os dias ter com a mãe, não para pedir, mas
para dar, para fazer companhia, para pensar nela e nas suas necessidades.
Qual destas filhas ama mais a sua mãe? Certamente, a segunda...

Se, numa relação, alguém está apenas à procura do que o outro lhe pode
dar, não é uma relação de amor. O amor acontece quando procuramos
darmo-nos a nós próprios ao outro. E o amor termina onde alguém se
procura a si mesmo. A reparação é, portanto, uma grande oportunidade
para aprendermos a amar a Deus acima de todas as coisas, inclusivamente
acima das nossas listas de intenções.

Em todas as aparições marianas, o tema da penitência surge em primeiro


lugar. Nos chama a atenção o fato de que, Nossa Senhora, num primeiro
momento, fala de penitência, para, em seguida, falar de oração. Foi assim
nas aparições da Medalha Milagrosa, de Salette, de Fátima e, também, de
Cimbres.

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E por que é tão necessária a penitência pedida por Nossa Senhora? Porque a
penitência nos faz perceber, acima de tudo, a nossa condição de pecadores,
o quanto precisamos nos humilhar e o quanto necessitamos, sim, pedir a
misericórdia de Deus. Somos pecadores, cujo pecado vai nos cegando, vai
nos afastando de Deus, vai endurecendo o nosso coração. A pessoa que não
tem vida penitencial se entrega ao pecado. Não podemos ver a penitência
apenas como um sofrimento corporal, apenas um “sofrer por sofrer”.
Quando Nossa Senhora pede a penitência, esta está intimamente ligada à
conversão, à mudança de mentalidade. Somos criaturas racionais e, muitas
vezes, queremos ser donos da nossa própria vida, mas a penitência vem
para arrumar a “casa” e reorganizar o ser humano por dentro. Ou seja, o ser
humano que tem vontade de comer, comer e comer, a Igreja oferece o jejum,
um meio de praticar o controle dos apetites, das paixões, e não se deixar
levar pelo ímpeto. A penitência, o jejum, o sacrifício é como uma escola
para reeducar o homem, para colocar o homem na sua centralidade: “Estou

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3° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.

Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade.

Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

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MEDITAÇÃO DO DIA

“Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio


do Filho do Homem” (João, 1,51)

A quaresma, como já vimos anteriormente, é a proposta de um caminho. E


que caminho é esse?

Somos chamados por Deus a voltar para a nossa casa, a desejar o encontro
definitivo com Ele, a desejar o céu, estado de espírito de profunda união
com Deus, e a desejar àquele que nos ama abundantemente. “Vós não sois
deste mundo”, já nos ensinava Jesus. “Se Meu reino fosse deste mundo, os
Meus me defenderiam?”. Isso nos mostra que em nosso coração há uma
marca profunda, há o desejo da união com Aquele que nos ama e nos criou,
há o desejo da plenitude que está no encontro com Deus.

Desejar ser santo é desejar ser melhor a cada dia, mas, infelizmente, o
pecado ficou mais perto de nós a cada dia do que o desejo de santidade.

O Senhor não nos chama à perfeição, mas sim ao aperfeiçoamento. E, para


isso, precisamos ter o esforço de subir as “Escadas do Paraíso”, como já nos
ensinou São João Clímaco.

“O cristão é aquele que, na medida de suas forças humanas, imita Cristo no


pensamento, nas palavras e ações, e crê, com retidão e inocência, na santíssima
Trindade” (São João Clímaco).

Os pecados nos levam a descer as escadas, mas as virtudes nos levam a


subir. Este é o caminho para identificar os pecados e os vícios, nos libertar
e, assim, conquistar as virtudes para a cada dia sermos melhores.

“Uma virtude gera a outra, o levando até o céu...”

“Os vícios(….)produzem e asfixiam uns aos outros” (São João Clímaco)

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1. Você deseja ser santo?

2. Qual é a sua meta? Onde deseja chegar?

TAREFA DO DIA:
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4° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Vícios e pecados: o que são?

Segundo São Tomás de Aquino, “o pecado não consiste em passar do


múltiplo para algo único, como é o caso das virtudes, mas consiste em
abandonar o único pelo múltiplo”. Quando pecamos, nos esquecemos
da bondade última de Deus em troca dos bens menores e temporais que

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desejamos. Deus quer que nos amemos, mas não no lugar de amá-lO e amar
os outros. Quando pecamos, dizemos que amamos a nós acima de tudo, e
isso se chama auto-idolatria. Portanto, é evidente que o amor desordenado
a si mesmo é a causa de todo pecado. O pecado é causado por um amor
próprio pelo qual nos voltamos às coisas mundanas e nos afastamos de
Deus. Ele se manifesta nos pensamentos (ou desejos), palavras ou ações,
que podem ser vistos como três estágios do pecado. Por exemplo: o homem
irado pelo desejo de vingança é, primeiro, perturbado em pensamento para,
então, dizer palavras abusivas e, por fim, partir para ações ofensivas; e o
mesmo se dá com a luxúria e qualquer outro pecado.

Santo Agostinho nos diz que tudo o que falta para a perfeição natural de
algo pode ser chamado de vício. Assim como as virtudes são hábitos que
tornam a pessoa boa, os vícios são hábitos que nos predispõe para o mal – o
mal sendo ausência de bem. Os vícios são maus hábitos, e as virtudes são
bons hábitos. Os pecados são atos viciosos, literalmente, atos do vício.

Qual é o pior: o vício ou o pecado? O pecado. É ruim desenvolver um hábito


que nos dispõe ao mal, mas é pior ainda exercitar a nossa vontade a ponto
de agirmos mal.

São Tomás diz que o orgulho é um desejo desordenado pela perfeição, de ser
excelente, e dita como o começo do pecado, mas diz que a cobiça é a raiz de
todo pecado porque ela cria a oportunidade de realizar todos os desejos do
pecado. Isso não quer dizer que a cobiça é a única raiz de todos os pecados,
já que outros pecados, como a pretensão e a gula, podem desenvolver em
alguém a avareza por dinheiro. Outros males surgem mais frequentemente
do amor pelo dinheiro.

Os sete degraus para vencer os sete pecados mortais são:

1. Exame de consciência;

2. Assiduidade nos sacramentos;

3. Conscientizar-nos de nossos passos em direção ao pecado;

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4. Treinamento da oração;

5. Cultivo das virtudes;

6. Imersão no mundo do espírito;

7. Imitação de Cristo.

TAREFA DO DIA:

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5° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que, pela
humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde para
vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal, recebestes


de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba do príncipe
das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis de Deus a
verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no cumprimento
contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no sofrimento e na
penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus, socorrei-nos para
que não desfaleçamos!

Dia da “pausa”. Faça um momento de revisão/análise dos conteúdos vistos


até aqui.

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6° DIA
Segunda-feira
ORAÇÃO

São Gabriel Arcanjo, vós que sois o Arcanjo que nos ensina a ouvir a voz
de Deus, vinde em nosso auxílio! Peça essa graça de ser visitado por São
Gabriel, que ele te ensine a ouvir a vontade de Deus, a Sua palavra e as Suas
ordens de amor.

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL ARCANJO

Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos


para que possamos captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça
emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que
fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a Palavra de
Deus e Suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente
aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e
vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo, mas
atentos ao Seu chamado!

MEDITAÇÃO DO DIA

Vamos iniciar falando sobre o pecado da PREGUIÇA:

“Maldito o que cumpre com preguiça a missão que lhe deu o Senhor!” (Jeremias
48,10)

A acídia, preguiça, ou tédio, como diz São João Clímaco, “é uma paralisia
da alma, uma frouxidão da mente, uma negligência quanto ao exercício do
espírito, uma hostilidade aos votos feitos”. Segundo os monges do deserto,
eles diziam ser afligidos pelo “demônio do meio dia”.

A preguiça é bem diferente do que se pensa. Não é somente para aqueles


que ficam deitados durante um dia inteiro ou que ficam sentados em sofás

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vendo televisão sem vontade de fazer nada. Na verdade, este mal começa te
deixando entediado por suas próprias orações, se sentindo cansado e fraco,
gerando várias distrações para que, ao menor barulho, você se distraia. A
preguiça pode lhe levar a pensar em coisas boas que poderia estar fazendo
ao invés de ir rezar. Ela pode te levar a recordar os prazeres do mundo, além
de sussurrar em seus ouvidos que sua oração e trabalho são infrutíferos.

Hoje em dia, estamos sendo afligidos pelo “demônio do meio dia” de


várias formas. Sentimo-nos desestimulados a fazer tarefas importantes que
sabemos que devemos fazer, estamos nos entupindo de serviços e tarefas
de forma a não poder parar nem para pensar, vivendo um ativismo extremo,
sem tempo para rezar e se relacionar de verdade com as pessoas.

Examinando a preguiça em plena luz do dia

Um primeiro passo em toda batalha é o conhecimento do inimigo. São


João Damasceno descreve a preguiça como “uma mágoa opressora que pesa
sobre a alma de uma pessoa e que a faz desistir de qualquer empreitada”.

“A preguiça é uma lentidão da alma que rejeita fazer o bem”

(São Tomás de Aquino).

Essa preguiça, apatia, tristeza ou mágoa espiritual pode ser maligna tanto
em si quanto em seus efeitos.

Inicie avaliando e tornando consciente das ideias, emoções e ações (ou


omissões) preguiçosas… Sabendo que a preguiça pode ser chamada de
apatia, tristeza ou mágoa opressora, devemos nos perguntar até que ponto
não teríamos convidado esse demônio (ou esse vício, pelo menos) por conta
própria para dentro do nosso coração:

Às vezes, você não se vê frio e nem morno… Mas você se vê como aquele
que se deixa navegar por entre as ondas de sua vida espiritual?

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- Vive inquieto, precisando constantemente ver seu celular, email, redes
sociais para ver se chegou mensagem?

- Santo Agostinho disse: “Nosso coração está inquieto enquanto não


repousar em ti”. Será que estamos inquietos por não ter nosso coração Nele
e por estarmos distraídos? Será que esta busca por diversão e satisfações
não estão nos deixando mais inquietos?

- Tenha coragem de colocar este pecado na mira de sua investigação.

Questione-se:

- Tenho guardado o domingo, deixando horário para oração pessoal, horário


para receber Jesus Eucarístico, para rezar o Santo Terço, o Terço do Sangue,
e momento de descanso e lazer?

- Minha mente vagueia por pensamentos proibidos?

- Distraio-me facilmente das devoções e práticas devocionais das virtudes


cristãs?

Aristóteles dizia: “Aqueles que não se alegram com prazeres espirituais


recorrem aos prazeres corporais”. Será que sou um desses?

Vejo isso nos membros da minha família? Sou para eles um exemplo de
quem encontra prazeres espirituais?

Desanimo com frequência quanto as minhas obrigações espirituais? Já


pedi a Deus coragem e fortaleza para fazer as tarefas mais difíceis?

Sucumbo por vezes ao espírito do desespero? Perco a esperança nas alegrias


que Deus tem reservado para mim? Duvido do poder e da misericórdia de
Deus quando me vejo diante de medos, dúvidas e desafios? Sou pessimista,
negativista?

Até que ponto dei a César o que é de César e a Deus o que é de Deus,
auxiliando e colaborando com os inimigos na tarefa de espalhar a preguiça
espiritual por toda a terra?

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“A preguiça é capaz de correr para longe dos sacramentos”. Como você
tem buscado os sacramentos? Tem buscado a confissão individual com real
desejo de mudança? Tem buscado a Eucaristia com atenção, preparação
para comungar em estado de graça?

Os sacramentos são armas poderosas na batalha contra os pecados capitais,


capazes de fazer até a preguiça sair correndo para se esconder. O batismo
nos torna membros do poderoso corpo de Cristo, a Crisma nos fortalece
e nos faz soldados maduros para lutar no bom combate, e a confissão é o
degrau que vem logo após o exame da nossa consciência. Ela é o próximo
patamar de nossa escada.

(Espaço para que você possa anotar as respostas de todas as perguntas do


texto)

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TAREFA DO DIA:

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7° DIA
Terça-feira
ORAÇÃO

Hoje é dia de dedicar nossas orações a todos os Santos Anjos, em especial,


gratidão ao nosso Anjo da Guarda.

ORAÇÃO AOS SANTOS ANJOS

“Anjo de Deus, que sois a minha guarda e a quem fui confiado por celestial
piedade, iluminai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. Amém!”

SANTO ANJO DA GUARDA

Anjo santo, meu conselheiro, inspirai-me.

Anjo santo, meu defensor, protegei-me.

Anjo santo, meu fiel amigo, pedi por mim.

Anjo santo, meu consolador, fortificai-me.

Anjo santo, meu irmão, defendei-me.

Anjo santo, meu mestre, ensinai-me.

Anjo santo, testemunha de todas as minhas

ações, purificai-me.

Anjo santo, meu auxiliar, amparai-me.

Anjo santo, meu intercessor, falai por mim.

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Anjo santo, meu guia, dirigi-me.

Anjo santo, minha luz, iluminai-me.

Anjo santo, a quem Deus encarregou de conduzir-me, governai-me.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine.
Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Para São Tomás de Aquino, a indiferença e a incredulidade são filhas


mortíferas do desânimo e da mornidão, ou seja, da preguiça.

O desânimo e a mornidão são as preguiças espirituais, são a fraqueza da


alma, a indiferença da obra da salvação, e nos aflige quando relaxamos
na luta pela conquista das virtudes. Começa como uma perda do senso de
propósito e termina em desespero e morte espiritual. Poderíamos dizer,
assim, em uma depressão espiritual.

Dizia São João Clímaco: “Uma alma corajosa ressuscita sua mente moribunda,
mas a acídia e a preguiça desperdiçam todos os seus tesouros”.

O homem que chora os próprios pecados não conhece a acídia, pois está
na luta para conquistar as virtudes e não relaxa no seu caminho de ascese.
Quando Paulo disse: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei
a fé”, é disso que se trata. A fé nos move a esperança, e a esperança nos move a
lutar e a não desistir, mesmo quando as ondas são fortes e achamos que não
seremos capazes de aguentar. Já se sentiu assim? É por isso que a preguiça
e a incredulidade são amigas íntimas, ou, como nos ensinou São Tomás, são
mãe e filha. Como isso é sério e não temos dimensão! Veja o que a Palavra
de Deus nos alerta: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos... a parte
que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre” (Apocalipse 21.8).
Esta é a sentença que Deus profere contra este pecado.

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Por que os incrédulos estão ameaçados de tão severo julgamento? Por que
a incredulidade é um pecado tão grave? Porque, por meio dessa conduta, os
incrédulos mostram não confiar em Deus. Se um pai ama seu filho e tudo
sacrifica para ajudá-lo, poderá o filho ofendê-lo mais do que desconfiando
dele e pensando: “Meu pai não se interessa em fazer algo em meu favor”?
Jesus condena tal desconfiança na parábola dos talentos replicando ao servo
que disse “Senhor, sabendo que és homem severo…” (Mateus 25.24) com a
sentença: “E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro
e ranger de dentes” (Mateus 25.30).

Assim, vemos que não é pecado inocente abrir a porta à incredulidade e nela
persistir. As consequências serão graves. O Reino dos Céus estará fechado
para nós e as portas do reino das trevas se abrirão para receber-nos. Então,
será inútil tentar desculpar nossa incredulidade, como talvez procuremos
fazer agora, dizendo que, para nós, é difícil crer, ou compadecendo-nos de
nós mesmos por “não sermos capazes de crer”. Não! Pois, se Jesus nos exorta
a crer quando diz: “Tende fé em Deus” (Marcos 11.22), então podemos crer.
Se não cremos, estamos pecando. É sinal do nosso orgulho. O orgulho e a
arrogância levam-nos a criticar Deus, dizendo: “Afinal de contas, Jesus não
pode me ajudar! Ele não pode me perdoar! Ninguém, nem o próprio Deus
é capaz de tirar-me do aperto, dessa situação desesperadora, das minhas
tentações e pecados. São fortes demais”, sendo que o Senhor nos chama de
valentes guerreiros, nos chama a lutar e nos ensina a lutar com fé. Antes
de criticar a Deus, avaliemos, primeiro, se somos nós que estamos com
preguiça de lutar, de esperar com esperança e de correr o risco de confiar!

Com a meditação de hoje e com o que você viveu no Trilhando, anote aqui
o que percebeu em seu coração e em suas ações:

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TAREFA DO DIA:
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8° DIA
Quarta-feira
ORAÇÃO

São Rafael Arcanjo, Vós que sois o Anjo do discernimento dos espíritos, o
radar de Deus, aquele que corta, arranca o mal e pisa na cabeça da serpente,
vinde em nosso socorro neste dia de oração. Clamemos a visita de São
Rafael!

ORAÇÃO A SÃO RAFAEL ARCANJO

Vós que sois lança e bálsamo do amor divino, feri o nosso coração e depositai
nele um amor ardente a Deus. Que esta ferida não se apague nele, para que
nos faça perseverar todos os dias no caminho da caridade e do amor. Que
tudo vençamos pelo amor!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Tudo está consumado” (Jo 19,30)

Durante a Quaresma de 1939, o Arcebispo Fulton J. Sheen proferiu uma


série de discursos no rádio extremamente fascinantes, na qual ele relacionou
cada um dos sete pecados capitais às sete últimas palavras de Cristo na cruz.

“Está consumado” (Jo 19,30) é a palavra de Jesus na cruz que repara o


pecado da preguiça. Tais palavras, que Ele proferiu logo antes de entregar
seu espírito, deixaram claro que Cristo fez todo o trabalho que tinha de
fazer sobre a Terra - e assim nós temos que fazer, se queremos tomar nossas
cruzes e segui-lO. Lembrando que Cristo sofreu e morreu a fim de que os
nossos pecados fossem vencidos e os portões que dão para a vida eterna se
abrissem. Portanto, estejamos bem armados contra a preguiça - o vício mais
enfadonho, mundano e prosaico - e contra todas as suas filhas mortíferas.

Jesus veio para nos salvar, e quando Ele diz que tudo está consumado, Ele

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está dizendo: “O que Eu vim para fazer está feito!”. Jesus estava dizendo:
“Eu já conquistei a salvação para você! Eu já conquistei as glórias para você!”
E é por isso que, em nosso terço do Sangue, no 6º mistério, rezamos: “Jesus,
liberta-me pelo Teu Sangue redentor” - Ele veio nos redimir, nos salvar, e
aqui dizemos que aceitamos essa redenção e essa salvação.

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9° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

Antídoto contra a preguiça: a virtude da diligência

A virtude sempre acerta na “mosca”. Podemos usá-la para atingir os vícios


mortais da nossa vida. Tomás de Aquino diz que a preguiça é oposta à virtude
da caridade, especificamente à alegria que deveria nascer da caridade no
que diz respeito ao bem divino.

Que tipo de virtudes, portanto, devemos nos esforçar para desenvolver a


fim de vencer a preguiça? Muitas!

A diligência é uma virtude diretamente oposta às manifestações físicas


da preguiça, tais como a moleza ou a apatia, uma vez que ela significa
justamente o hábito de trabalhar com afinco. Os hábitos são consolidados
com a prática, de modo que os fisicamente preguiçosos necessitam cultivar
a virtude da diligência através de inúmeras lutas que consomem esforços

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significativos, não importando se no princípio esses esforços sejam
pequenos. Diz a Palavra que, “para todo esforço, há fruto” (Pr 14, 23).

E quais outras virtudes podem nos inspirar a fortalecer a diligência em


nossas almas?

- A gratidão

- A piedade

- A justiça

São nossos sentidos que geralmente nos guiam para longe da relação com
Deus, mas temos capacidade de pôr rédeas nesses sentidos e de fazer bom
uso deles através dos poderes da razão que Deus nos deu. Se queremos
vencer a preguiça espiritual, devemos controlar nossos sentidos e modificar
o nosso entorno a fim de que possamos receber regularmente o estímulo
espiritual que vem do Bom, do Belo e do Verdadeiro.

- Somos fortemente influenciados pelas imagens que vemos, então que


tipo de imagens procuraremos ver? Podemos ver a preguiça ir embora ao
tirarmos algum tempo para contemplar obras de tamanha beleza.

- O que é que você tem ouvido ultimamente? Existem muitos gêneros


musicais que podem combater a nossa preguiça e elevar nossas almas para
a beleza e glória de Deus.

- O olfato e o tato são outros sentidos que podemos elencar para nos ajudar
a vencer a guerra contra a preguiça. Você costuma, por exemplo, parar para
sentir o aroma das flores e agradecer a Deus por nos tê-la dado? O incenso
leva seus pensamentos para perto de Deus?

Práticas como essas ajudarão a acalmar nossos corações inquietos e a


reaver um pouco da alegria que vem da caridade, alegria esta que inflama
nossos corações, fazendo-nos ocupar com aqueles que estão ao nosso lado.

Questione-se…

Vejo as dificuldades da vida como um convite de Deus para “ir além”, para
crescer em qualidade humana e espiritual, numa escalada do bom para o

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melhor?

Encaro os meus ideais familiares, profissionais e sociais como uma missão?


Procuro realizá-los com generosidade e alegria? Deixo para trás a tentação
de me acomodar, de me encolher quando a caminhada se torna áspera?
Cumpro os meus deveres como quem carrega um fardo, ou como quem
aspira a alcançar cada dia uma maior perfeição, passando por cima das
desilusões, das incompreensões, da ingratidão?

Quando surgem os obstáculos, procuro “interpretar” o que Deus me diz


através deles? Concretamente, que virtudes me pede nesses momentos
difíceis?

Percebo que as minhas inconstâncias, muitas vezes, “denunciam os defeitos


que barram o meu progresso cristão, e que me deixam morno e estagnado?
Sou um “derrotado prévio”, isto é, alguém que se rende e se dá por vencido
antes de ter combatido? Por que “largo as armas” (as virtudes difíceis) tão
facilmente? Se conseguisse responder a isso, conheceria melhor as fraquezas
que devo vencer.

Queixo-me com frequência dos problemas da vida? Suspiro por uma vida
mais fácil? Não compreendo que aquele que muito se queixa revela falta de
vigor de alma, de ideais, de coragem?

Enfrento, com confiança em Deus, o obstáculo das minhas próprias faltas?


Procuro levantar-me logo das minhas quedas, pedir ajuda ao Senhor, e
continuar a luta com mais brio?

Compreendo que, para uma alma decidida e perseverante, não hás fracassos;
e que é verdadeira esta afirmação de Caminho: “Não fracassaste; adquiriste
experiência. - Para a frente!”?

Agradeço a Deus as contrariedades que Ele permite para limpar e fortalecer


a minha alma?

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10° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.
Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade. Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Você está roxo de inveja?

Todos nós somos propensos ao vício da inveja, mas poucos dentre nós
estão mesmo dispostos a suportar a tristeza que vem com ela. A inveja é

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uma raiz venenosa em nossa alma, que pode matar outra pessoa. As pessoas
invejosas não suportam ver seus semelhantes, principalmente os que lhe são
iguais ou com quem elas convivem, conseguirem algo melhor do que elas.
Isso é verdade principalmente nas áreas que mais nos interessam, como
por exemplo, talento intelectual, beleza e força física, reconhecimento,
vantagens materiais ou privilégios.

“Quando invejas a virtude do próximo, tu te tornas teu pior inimigo, pois


enquanto continuas em estado de graça, unido a teu próximo pela caridade,
compartilha de todas as suas boas obras, e quanto mais ele ganha por mérito,
mais rico tu te tornas. Longe por tanto de invejares sua virtude, tu devias
considerar uma fonte de consolação”, dizia Luís de Granada no “O guia do
pensador”.
A inveja é mesquinha e egoísta. É um vício desconfortável e vergonhoso.
Inveja é a tristeza com relação ao bem de outra pessoa, seja ela qual for.
Desejar o que não é meu ou o que não tenho - “O do outro é sempre melhor!”,
isso é inveja! A inveja gera um coração ingrato.

A raiz da inveja é desconfiar de Deus. É a comparação que fazemos de nós


mesmos com os outros, dando a impressão de que Deus foi injusto quando
distribuiu seus dons e responsabilidades.

A primeira carta de Pedro nos diz: “Despojando-vos de toda maldade e


dolo, de hipocrisias e invejas” (1 Pedro 2,1).

Haverá um monstrengo roxo de inveja escondido em sua consciência?

Num certo sentido, pode ser muito difícil extirpar a inveja dos recônditos de
nossa consciência. Ela nasce do orgulho, e pode ser que sejamos orgulhosos
demais para admitir que esse vício mesquinho e vil está à espreita dentro
de nós. Mas não conseguiremos nos enganar por muito tempo, por conta do
desconforto que a inveja traz ao topo de nossa consciência. Pensemos um
pouco a respeito.

Quando ficamos sabendo que alguém se deu bem ou conseguiu algo bom,

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seja um simples ganho material, como um aumento salarial, ou um carro ou
uma casa nova, seja um reconhecimento, um elogio por algum feito nobre
e espiritual, como um bom serviço prestado à comunidade, nossa reação é
de alegrarmo-nos com essa pessoa ou de sentirmos um desconforto - uma
sensação de que, de algum modo, o sucesso do outro implica algum defeito
em nós?

Responda:

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O outro sempre faz melhor do que eu? O outro sempre consegue as coisas
e eu não? O que você sente?

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Faríamos bem se nos treinássemos a cortar esses sentimentos de tristeza


com relação ao bem de outra pessoa assim que passarem pela nossa cabeça
e contorcerem nossas feições.

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O que você identificou? Anote os pontos mais importantes para que possa
rezar:

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TAREFA DO DIA:

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11° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Ódio e difamação

A inveja também tem suas filhas mortíferas: o ódio, a maledicência, a


calúnia, alegria na tristeza alheia e desgosto com a prosperidade alheia. É
preciso que as cacemos, tendo em mente que elas aparecem em sequência,
segundo Tomás de Aquino. Façamos a nós mesmos as seguintes perguntas:

- Quando fiquei sabendo do sucesso de alguém, pus a inveja em ação


espalhando boatos àquele respeito? Fiz fofoca para outras pessoas, tentando
dar destaque aos defeitos daquela pessoa, com o intuito de mostrar aos

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outros que ela “não é tudo isso”? Eu considero que isso, de algum modo, faz
de mim uma pessoa mais valorosa?

- No que diz respeito à difamação pura e simples, por acaso eu tive o


descaramento de menosprezar aquela conquista na frente da pessoa? Fiz
piada dela em sua presença, ou na presença de outros, provoquei-a com
más intenções? Menosprezei, sem qualquer escrúpulo, a conquista de um
colega/ amigo/ irmão dando-lhe um elogio falso - isto é, falando bem, mas
de tal modo a diminuir a importância do que foi feito? A tristeza desse
colega me trará alegria?

- Se meus esforços em fofocar e depreciar o outro atingiram seus objetivos,


fiquei feliz com a desgraça alheia? Se sim, seria essa uma alegria com a qual
um discípulo de Cristo deve se comprazer?
- Se minhas fofocas e difamações não deram certo, esse fracasso me fez
lamentar o sucesso alheio? Se sim, vejo agora como a inveja é um “vício
justo” que carrega sua própria punição?

- Se esse processo todo se passou dentro de mim, entendo agora e admito


que tais pensamentos, sensações e ações alimentam um ódio vicioso?
Reconheço que o ódio é oposto à virtude de amar ao próximo? É assim que
Cristo quer que e eu viva? Como posso esmagar esse ódio e crescer no amor
e na caridade?

Responda:

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A difamação é filha do ódio, disse São João Clímaco. É uma doença sutil,
delicada e, ao mesmo tempo, crassa e grosseira. É um sanguessuga à espera
da emboscada. A difamação nasce do ódio e do ressentimento.

Aquele que deseja vencer os impulsos da difamação não deve considerar


culpado o homem que erra, mas sim o demônio que lhe sugeriu o erro:
ninguém quer pecar contra Deus, embora todos pequemos sem que sejamos
forçados a fazê-lo.

“Conheci um homem que pecou à luz do dia, mas depois se arrependeu em


segredo. Condenei-o por sua lascívia, mas ele era casto aos olhos de Deus,
tendo conquistado a Sua boa graça na verdadeira conversão”, contou São
João Clímaco.

Não leves em consideração o respeito humano ao ouvir aquele que difama,


mas o exorte da seguinte maneira: “Basta, irmão. Mais graves do que esses
são os meus pecados diários, então como eu poderia criticá-lo?”. É dessa
maneira que conquistarás duas coisas: tu te curarás a ti mesmo e ao teu
irmão com um só emplastro. É esse um dos caminhos mais curtos para o
perdão dos pecados; quero dizer: não julgues. Tira primeiro a trave do teu
olho, e depois verás para tirar a aresta do olho do teu irmãos (Lc 6,37).

“O fogo e a água são incompatíveis; e, da mesma maneira, o são o


arrependimento e a difamação” (São João Clímaco)

Mesmo que vejas um moribundo pecando às portas da morte, não o julgues.


O Julgamento Divino é oculto aos homens.

Pense nisso: o homem que enxerga seus próprios pecados com exatidão,
sem o véu do amor-próprio, não se dá notícias dos pecados alheios.

Não condene, mesmo que vejas o pecado com teus próprios olhos, os olhos
são frequentemente enganados. Aquele que o domina é aquele que pratica
o amor, ou aquele que chora os próprios pecados.

Anotações:

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TAREFA DO DIA:
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12° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que,
pela humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde
para vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal,


recebestes de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba
do príncipe das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis
de Deus a verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no
cumprimento contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no
sofrimento e na penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus,
socorrei-nos para que não desfaleçamos!

Dia da “pausa”. Faça um momento de revisão/análise dos conteúdos vistos


até aqui.

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13° DIA
Segunda-feira
ORAÇÃO

São Gabriel Arcanjo, vós que sois o Arcanjo que nos ensina a ouvir a voz
de Deus, vinde em nosso auxílio! Peça essa graça de ser visitado por São
Gabriel, que ele te ensine a ouvir a vontade de Deus, a Sua palavra e as Suas
ordens de amor.

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL ARCANJO

Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos


para que possamos captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça
emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que
fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a Palavra de
Deus e Suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente
aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e
vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo, mas
atentos ao Seu chamado!

MEDITAÇÃO DO DIA

Qual, então, das últimas sete palavras de Cristo na cruz que o Venerável
Fulton Sheen associou à inveja? São Lucas conta que os soldados e
comandantes desafiaram o Cristo dizendo que ele pôde salvar os outros,
mas não podia salvar-se a si mesmo. O ladrão à esquerda blasfemava contra
ele: “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!” (Lc 23, 39). O
ladrão à direita, então, respondeu o da esquerda, perguntando se ele não
temia a Deus, já que eles haviam recebido a mesma condenação e, apesar

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de serem culpados, Cristo era inocente. Ele pediu a Jesus que se lembrasse
dele quando entrasse no seu reino celestial.

Fulton Sheen explica que o ladrão que estava à esquerda teve inveja da
bondade e dos poderes de Cristo. Ele achou que se ele próprio tivesse os
mesmos poderes, teria feito as coisas de modo mais acertado, vencendo
todos os inimigos em vez de ser pendurado numa cruz. O ladrão à direita,
pelo contrário, viu seu lugar nos planos de Deus e que ele não era e jamais
poderia ser o Salvador. Ele não se entristeceu pela bondade de Cristo, mas
pediu humildemente que pudesse tomar parte nela, o que Cristo graciosa
e imediatamente lhe concedeu. Foi esse o momento em que Cristo disse
as últimas palavras contrárias à inveja: “Em verdade te digo: hoje estarás
comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

Faríamos bem se meditássemos diariamente nessas palavras se a nossa


intenção é implodir a inveja. Fomos todos feitos por Deus para buscá-Lo e
eventualmente unirmo-nos a Ele no Paraíso. Cabe a nós aceitarmos ou não
a oferta que Ele nos faz. Fomos feitos para a felicidade, e assim também o
nosso próximo. Devemos ajudar um ao outro a viver uma vida de graça e
virtude, para que possamos gozar dessa felicidade juntos.

Não devemos invejar o Cristo, como fez o mau ladrão, mas devemos sim
imitá-lO. Santo Tomás falou sobre essa imitação sob o nome de zelo, um zelo
que gera não a tristeza pelo bem do próximo, não o desejo de que esse bem
seja retirado dele, mas um desejo de que também possamos aspirar àquele
bem através da imitação do comportamento daquele a quem buscamos nos
assemelhar. Foi dito que a imitação é o ápice da exaltação, e nós somos
chamados a nos moldar em Cristo. São Paulo não poderia ter sido mais
claro: Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo (1Cor 11, 1).

Os dois homens estão sentindo as mesmas dores que Jesus, porém, enquanto
um deles zomba do Senhor, o outro encontrou um dos grandes segredos da
vida: deixou a dor purificar o seu coração. Diante da dor, temos duas opções:

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ou deixamos que ela nos santifique ou deixamos que ela nos leve para as
profundezas do inferno. Quantas vezes, diante da dor, tomamos caminhos
errados e, assim, enfraquecemos. Jesus conhece essa dor… Às vezes, diante
da dor, você vai estar aos pés de Jesus sem conseguir dizer muita coisa, mas
você precisa estar aos pés Dele, Ele sabe o que é estar aos pés Dele sem ter
forças para falar ou rezar, mas esteja aos pés Dele, Ele te entende, Ele sabe,
Ele não vai te cobrar.

Em meio àquele sofrimento, Ele olha para aquele rapaz que diz “quando
Você chegar lá, lembra de mim!”, e, às vezes, basta a gente dizer isso: “Jesus,
lembra de mim!”, e Ele não terá outra coisa a dizer se não “Hoje estarás
comigo no paraíso!”.

Jesus não condena, não julga, não castiga. Ele está de braços abertos,
disposto e disponível, pois Ele veio para salvar, Ele quer te salvar. O máximo
que pode acontecer é, se você quiser permanecer no pecado, você não
receberá a graça.

E aí sim, no 2º mistério do Terço do Sangue de Jesus, podemos rezar: “Eu sou


vitorioso pelo Sangue de Jesus!”. Por que? Porque qualquer um, ainda que
seja o pior dos pecadores, que se colocar diante Dele e disser “Tende piedade
de mim, eu reconheço que Tu podes tudo!”, Ele vai derramar graças. Pobre
daquele que não consegue perceber que é preciso pedir perdão todos os
dias. O bom ladrão reconheceu-se pecador e clamou “Lembre-se de mim!”,
e imediatamente o Senhor respondeu “Hoje estarás comigo no paraíso!”.

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14° DIA
Terça-feira
ORAÇÃO

Hoje é dia de dedicar nossas orações a todos os Santos Anjos, em especial,


gratidão ao nosso Anjo da Guarda.

ORAÇÃO AOS SANTOS ANJOS

“Anjo de Deus, que sois a minha guarda e a quem fui confiado por celestial
piedade, iluminai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. Amém!”

SANTO ANJO DA GUARDA

Anjo santo, meu conselheiro, inspirai-me.

Anjo santo, meu defensor, protegei-me.

Anjo santo, meu fiel amigo, pedi por mim.

Anjo santo, meu consolador, fortificai-me.

Anjo santo, meu irmão, defendei-me.

Anjo santo, meu mestre, ensinai-me.

Anjo santo, testemunha de todas as minhas

ações, purificai-me.

Anjo santo, meu auxiliar, amparai-me.

Anjo santo, meu intercessor, falai por mim.

Anjo santo, meu guia, dirigi-me.

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Anjo santo, minha luz, iluminai-me.

Anjo santo, a quem Deus encarregou de conduzir-me, governai-me.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine.
Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Antídoto contra a inveja: virtude da benevolência

Os tipos de virtude que não toleram a inveja

Cristo nos instrui a fazermos ao próximo o que gostaríamos que ele fizesse
por nós, e não reagir ao próximo apenas. A gentileza – esta virtude que
expressa o nosso cuidado ao próximo – não se mistura com a inveja. Se a
inveja o pegou em suas garras, peça ao Senhor em suas orações: “Senhor,
ajuda-me a ser gentil”, e então saia dali e vá ser gentil com todas as pessoas
que encontrar pelo caminho.

Outra virtude fundamental para derrotar a inveja é a humildade, cuja raiz


etimológica vem de húmus, que significa terra, isto é, a base de tudo, o
chão, literalmente. Quando somos humildes, reconhecemos nosso lugar na
hierarquia do universo feito por Deus. Não decidimos quem recebe qual dom
em particular, qual talento, habilidade, virtude, qual conquista e qual tipo
de sucesso. Isso é por conta da providência divina. O humilde agradecerá
a Deus por tudo que Ele lhe conceder, sem ressentir-se egoisticamente
quando parece que Ele deu maiores dons ao próximo. São Paulo diz: “Nada
façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine
a considerar os outros superiores a vós mesmos” (Fl 2,3).

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15° DIA
Quarta-feira
ORAÇÃO

São Rafael Arcanjo, Vós que sois o Anjo do discernimento dos espíritos, o
radar de Deus, aquele que corta, arranca o mal e pisa na cabeça da serpente,
vinde em nosso socorro neste dia de oração. Clamemos a visita de São
Rafael!

ORAÇÃO A SÃO RAFAEL ARCANJO

Vós que sois lança e bálsamo do amor divino, feri o nosso coração e depositai
nele um amor ardente a Deus. Que esta ferida não se apague nele, para que
nos faça perseverar todos os dias no caminho da caridade e do amor. Que
tudo vençamos pelo amor!

MEDITAÇÃO DO DIA

Avareza

Iniciamos o dia de hoje falando sobre o pecado da avareza. Você sabe o que
é? A avareza é o amor exagerado ao mundo material, e é esse amor/apego
desordenado aos bens materiais que é a fonte do grande pecado da avareza.

A avareza revela sua verdadeira face quando temos dificuldade em dar


alguma coisa. Isso pode acontecer em muitas áreas, dependendo daquilo
a que nosso coração estiver particularmente ligado. Assim, uma pessoa
avarenta “mergulha” em seus bens, esquivando-se a dá-los, até que se
afoga neles; recusa-se, muitas vezes, a dar àqueles que pedem, podendo até
mesmo se disfarçar ou camuflar em “economia” ou “poupança” o ato de não

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partilhar com o próximo.

Observe bem, o dinheiro não é pecado, mas o amor ao dinheiro é. Santo


Tomás diz que a avareza é “o amor desordenado por possuir”. Isto não
se refere ao amor pelo dinheiro de que precisamos para suprir nossas
necessidades, mas à sensação de que jamais teremos dinheiro o bastante.
Na Bíblia, esse pecado aparece vinte sete vezes, ocupando o terceiro pecado
mais citado na Palavra. Menciono aqui apenas algumas!

Uma passagem bíblica bem conhecida é a do jovem rico, que, ao encontrar


Jesus, perguntou-Lhe o que seria necessário para segui-lO. O jovem disse
que obedecia a todos os mandamentos. Jesus o desafiou a vender todos
os seus bens e repartir com os pobres e, então, segui-lO. O jovem ficou
entristecido e se afastou de Jesus (Mt 19,16-26). Esta passagem nos mostra
o quanto o amor aos bens materiais pode nos afastar de Deus.

Outra passagem é a do tesouro no céu, “pois, onde está o nosso tesouro,


estará o nosso coração” (Mt 6,19-21).

São Paulo afirma fortemente na Bíblia que “o amor ao dinheiro é a raiz


de todos os males; e foi nessa cobiça que alguns se desviaram da fé e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores (1Tm 6,10).

O pecado da avareza fere e adoece o homem, e gera muitos outros pecados.


São Gregório, por sua vez, apresenta duas cadeias que fere o homem, ou seja,
os pecados que estão atrelados à avareza, mas, usa o termo de “prole” para
designá-las, que depois seria aproveitado por Santo Tomás de Aquino. Como
estamos falando de avareza, vamos nos ater apenas na “prole da avareza”,
conhecida também como “filhas da avareza”, cujos pecados são: traição,
fraude, enganação, perjúrio (falso juramento), inquietação, violência e
dureza de coração ao invés de compaixão.

Façamos uma pequena checagem em nosso coração para vermos se há


vestígios das filhas insaciáveis da avareza:

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Na busca por mais bens, por acaso usei de traição, fraude, enganação, falso
testemunho ou violência? Sinto inquietação? Insatisfação pelo constante
desejo de possuir mais, que faz pensar em maneiras de conseguir mais
dinheiro e colocá-lo para rodar? Sou um workaholic (viciado em trabalho)?
Sou insensível diante da misericórdia de Deus? Faço doações livremente?
Sou generoso em minhas doações para a caridade e para a igreja?

Nesta hora, peçamos ao Espírito Santo a graça da luz que nos revela este
pecado dentro de nós.

TAREFA DO DIA:

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16° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

Mentira

Vamos iniciar o nosso dia aprofundando no pecado da avareza e suas


filhas! Como falamos no dia de ontem, o pecado da avareza possui algumas
filhas atreladas a ela, ou seja, a traição, fraude, enganação, perjúrio
(falso juramento), inquietação, violência e dureza de coração ao invés de
compaixão.

Quero falar aqui de uma das filhas da avareza: a enganação ou mentira.


Muitos acham que uma mentirinha não faz mal, e tem gente que diz
que existem a mentirinha branca, aquela que, se for para ajudar alguém,
pode! Porém, na Bíblia, não existem classificações de mentiras. Todas são

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mentiras, e, por sua vez, se tornam pecados. O Evangelho de São João 8,44
é categórico em dizer que “o pai da mentira é satanás”. Logo, se mentimos,
independente do motivo, estamos assumindo satanás como nosso pai,
atraindo sobre nós a condenação eterna. Assim, todos os que mentem
entrarão para o seu reino.

É preciso lutar com todas as forças contra o pecado da mentira! Muitos não
sabem, mas o pecado da mentira se torna um vício e, quando nos damos
conta, estamos mentindo sem motivos, simplesmente pelo vício de mentir.
Mentir sem motivo aparente sinaliza o quanto você está acorrentado pelo
pecado e vai precisar de ajuda para se livrar dele.

Com a mentira não se deve nem brincar! É uma questão de nos mantermos
alertas aos primeiros sinais: quando torcemos ou exageramos os fatos, ou
evitamos expor nossas falhas à luz e tentamos encobri-las com silêncio
ou dissimulação/engano, já estamos mentindo. O encobrimento dos fatos
começa quando dizemos somente meias-verdades com o intuito de tirar
algum proveito. É importante saber que esse ato já está repleto de espírito
de avareza.

O avarento, quando deseja muito algo, faz de tudo para conseguir, inclusive
começa a mentir: mente no trabalho para obter um cargo ou promoção;
mente em casa para os filhos; mente para as pessoas ao redor, a fim de
conseguir o que deseja. Ele age de forma secreta, porque não quer que os
outros vejam o quanto está agindo errado. Ele entra num ciclo de segredos,
enganos e mentiras. Para interromper este ciclo, é necessário trazer à luz as
mentiras, reconhecer a cobiça, se confessar e não tratar nada em segredo.
Jesus disse quando foi acusado pelos fariseus: “Tenho falado francamente
ao mundo… e nada disse em oculto” (Jo 18,20). Jesus é luz. Esta é a Sua glória.
Sua natureza é pura luz e verdade. Ele nos redimiu para sermos filhos da luz,
por isto, não importa o que possa custar, devemos romper totalmente com o
reino das trevas e da mentira. De outra maneira, perderemos nossa herança
no Reino de Deus, a comunhão dos fiéis e, acima de tudo, a comunhão com

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Jesus. Precisamos pedir a Jesus que nos mostre a extensão do nosso pecado
e nos ajude a odiá-lo, para que não caiamos mais nele. Repito: é importante
confessar e trazer sempre à luz e à verdade tudo o que fizer.

TAREFA DO DIA:

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17° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.
Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade. Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23, 46)

O sinal do dólar enfrenta o sinal da cruz

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Cristo não disse que o dinheiro em si é mau, mas sim o amor imoderado ao
dinheiro, que o eleva além de sua verdadeira importância e o trata como um
fim, e não como um meio. Ele trabalhou como carpinteiro antes de começar
seu ministério, e mesmo durante este, pagou a César o que era de César e
instruiu os seus a fazerem o mesmo (Mc 12, 17). Assumiu pessoalmente
a pobreza, desde seu nascimento quando veio ao mundo por uma pobre
virgem no meio de um estábulo, até o momento em que escolheu seus
discípulos. A riqueza não o impressionou, porque as coisas do espírito são
muito mais impressionantes. Fez notar que o pobre e os que são pobres
em espírito são bem-aventurados (Lc 6, 20; Mt 5, 3). A avareza não é só
para os ricos. Mesmo os pobres, se não forem pobres de espírito, podem
ser gananciosos e mesquinhos com a pouca riqueza e os míseros bens que
possuem ou querem possuir. E os ricos não são necessariamente avarentos,
pelo menos não o são se usam sua riqueza para os fins adequados e não
a amam desordenadamente, buscando insaciavelmente por mais. Diz o
Venerável Luís de Granada:

Assim como os pobres conformam-se a Jesus Cristo por meio de sua


pobreza, assim também os ricos, através de suas esmolas, podem conformar
seus corações ao Coração Misericordioso do Modelo Divino, que em sua
manjedoura humilde recebeu não apenas os simples sinais de afeição dos
pastores, mas também os homens poderosos e sábios do Oriente, que vieram
pôr a seus pés seus tesouros de ouro, incenso e mirra.”

E no que diz respeito à outra ponta da vida do Cristo, conforme nos


movemos da manjedoura à cruz, qual das sete últimas palavras de Cristo o
Venerável Fulton J. Sheen enxerga como um remédio para a avareza? “Pai,
em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23, 46). Sheen nos diz que essas
palavras deveriam nos ensinar duas coisas:

1. Para nós, quanto mais apegos tivermos na Terra, mais difícil será
morrer.

2. Não fomos feitos para satisfazer-nos perfeitamente aqui embaixo.

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Estas foram realmente as últimas palavras que Cristo pronunciou antes
de sua morte, e estamos bem aconselhados a aprender suas lições. Todos
já ouvimos o ditado: “Isso você não pode levar com você”, o que sempre
foi verdade com relação às coisas materiais, assim como o mais rico dos
mais ricos faraós já tentou fazer, sem sucesso algum. Tudo que qualquer
um de nós terá para dar de volta a Deus no nosso próprio dia final serão as
coisas do espírito - as nossas próprias almas, é claro. Se permanecermos
entranhados com a avareza, isso só servirá para nos puxar para baixo, do
mesmo modo como o personagem de Um conto de Natal, de Charles Dickens,
Jacob Marley, andava carregando uma corrente que ficou mais pesada por
causa dos cofrinhos de dinheiro que ele tanto cobiçou. E a avareza não vai
apenas dificultar a nossa ida para o Céu; dificultará também que encaremos
o fato de que um dia nossos espíritos se separarão da Terra. Não haverá
mais dólares a ganhar, nenhum bem para acumular, e seremos julgados
pelo peso não da nossa riqueza, mas da nossa caridade.

Concluamos então nosso tratamento da avareza com três pequenas


anedotas da vida de Santo Tomás, que também terminam na cruz de Cristo.
Conta uma das histórias que, quando Tomás e alguns colegas frades se
aproximavam da grande cidade de Paris, um dos irmãos considerou quão
maravilhoso seria possuir toda a vasta riqueza daquela cidade. Santo Tomás
respondeu que preferia ter um exemplar das Homilias sobre o Evangelho de
São Mateus, de São João Crisóstomo! Outra história conta a respeito de um
homem muito rico que vinha conversando com Santo Tomás pelas ruas de
Paris e insistia que o

Aquinate permitisse que ele o presenteasse de modo generoso. O santo


pediu então que o homem comprasse para ele todos os pássaros engaiolados
que eram vendidos na rua, a fim de que ele os pudesse soltar! Por fim, certa
vez Santo Tomás teve uma visão do próprio Cristo. Jesus lhe disse que havia
escrito muito bem a seu respeito e lhe perguntou o que poderia lhe dar
como recompensa. Tomás respondeu: “Apenas tu mesmo, Senhor”.

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“Neste momento em que Jesus está se unindo ao Pai com toda a Sua
divindade, Ele está levando consigo tudo o que somos e temos, e é por isso
que, muitas vezes, eu rezo: “Pai, em Tuas mãos eu entrego a minha vida, a
minha família, o meu passado, presente e futuro…”. Não tinha outra coisa
a dizer se não: “Eu sou vitoriosa; a vitória é certa; é de vitória em vitória!”
(Raquel Carpenter).

TAREFA DO DIA:

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18° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Abandonando a avareza: a virtude da caridade

Nosso melhor contra-ataque à ganância é doar tudo. “Tudo” aí não se


refere ao próprio vício da avareza, é claro. Certamente não queremos passá-
lo adiante para os nossos vizinhos, especialmente se eles já estiverem
acumulando uma porção maior do que deveriam! O que temos que dar de
graça é aquilo que a avareza deseja desmedidas e riquezas. Se virmos que

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fomos agraciados com saúde e muitos bens, muito mais do que precisamos
para cobrir nossas necessidades reais, daremos um bom passo para acabar
com a avareza em nossas almas se cultivarmos a virtude da doação generosa,
aquilo que Santo Tomás chama de liberalidade, dar livremente, termo que
deriva do adjetivo latino liber, “livre”.

Santo Tomás faz notar que a virtude da liberalidade está relacionada com
a justiça, já que envolve nossos acordos com os outros com relação a bens
externos a nós, mas “a justiça dá ao próximo aquilo que lhe cabe, enquanto
a liberalidade dá ao outro o que é propriamente nosso”. Além do mais, a
justiça leva em conta “o dever legal”, enquanto a liberalidade “leva em conta
certo dever moral”. A liberalidade, portanto, está relacionada à justiça, mas
ela é, em certo sentido, uma generosidade que vai além do escopo do dever
legal e da natureza.

De acordo com o Aquinate, que resume tudo muito bem, “gastar dinheiro
consigo mesmo é uma inclinação da natureza; gastá-lo com outros, portanto,
é próprio da virtude”?

Devemos saber também que a liberalidade não exige que sejamos


descuidados na nossa doação. Santo Tomás usa uma metáfora militar
muito adequada para dizer que a fortaleza verdadeiramente virtuosa de um
soldado consiste não apenas em empunhar bem a sua espada durante a
batalha, mas também em afiá-la entre uma batalha e outra e em guardá-la
em sua bainha. Assim também a liberalidade significa não só doar dinheiro,
mas usar sempre de meios racionais para ganhar dinheiro e guardá-lo, a
fim de que possa ser usado quando realmente for necessário. E por falar
em fortaleza, há uma virtude relacionada a ela que é a magnificência, que
deriva de magnus (grande) e facere (fazer).

A virtude da magnificência requer que se esteja disposto a sofrer algumas


perdas na carteira no intuito de que algo grande possa ser feito ou alcançado.
Pense, por exemplo, nas grandes catedrais e basílicas de todas as épocas, na
multidão de abadias católicas, missões, escolas e hospitais da Igreja que

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elevaram, educaram, socorreram e curaram o mundo através dos séculos,
tudo isso construído com a liberalidade magnificente de inúmeras doações.
Que magnífica virtude é a magnificência! Como esmaga a mesquinhez da
avareza o seu foco apontado para a grandeza! Como ela desata os dedos da
mão mais fechada com sua aberta generosidade!

Uma virtude que envolve tamanha doação não cabe apenas aos mais ricos.
As virtudes da liberalidade e da magnificência são proporcionais aos nossos
meios. Santo Tomás diz: “A liberalidade não depende da quantidade doada,
mas do coração do doador”. Basta que recordemos a viúva do evangelho e
suas moedinhas doadas. Cristo deu mais valor às duas pequenas moedas que
ela deu, que valeriam hoje alguns centavos, que às riquezas da multidão, já
que ela “pôs, da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc
12, 41-44; Lc 21, 1-4).

Então, como podemos vencer a avareza através do cultivo da liberalidade


em nossa vida diária? Santo Tomás nos recorda que devemos também
empregar a virtude da prudência, ou sabedoria prática, para que façamos
doações de modo sábio. O santo nota que nosso dinheiro pode ser usado de
duas maneiras principais: ou para o nosso uso, ou para uso dos outros. Ele
chama a primeira maneira de custos ou despesas, e a segunda de doação.
Portanto, para acabar com a falta de liberalidade da avareza e fortalecer
a virtude da liberalidade, devemos agir com prudência nas duas maneiras
pelas quais gastamos nosso dinheiro com nós mesmos e na maneira como
o damos para os outros.

Como, pois, cultivamos em nós a capacidade de agir prudentemente com o


nosso dinheiro, guiados pela caridade cristã? Eis uma pequena sugestão: da
próxima vez que você se sentir tentado a comprar alguma coisinha de que
você não precisa de verdade, algo talvez tão pequeno quanto um cafezinho
ou uma sobremesa especial, considere deixar isso de lado e somar o valor
desse produto à próxima doação que fizer a uma igreja, a uma instituição
de caridade confiável ou a uma pessoa que você sabe que está precisando.

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19° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que,
pela humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde
para vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal,


recebestes de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba
do príncipe das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis
de Deus a verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no
cumprimento contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no
sofrimento e na penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus,
socorrei-nos para que não desfaleçamos!

Dia da “pausa”. Faça um momento de revisão/análise dos conteúdos vistos


até aqui.

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20° DIA
Segunda-feira
ORAÇÃO

São Gabriel Arcanjo, vós que sois o Arcanjo que nos ensina a ouvir a voz
de Deus, vinde em nosso auxílio! Peça essa graça de ser visitado por São
Gabriel, que ele te ensine a ouvir a vontade de Deus, a Sua palavra e as Suas
ordens de amor.

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL ARCANJO

Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos


para que possamos captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça
emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que
fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a Palavra de
Deus e Suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente
aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e
vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo, mas
atentos ao Seu chamado!

MEDITAÇÃO DO DIA

Vanglória

“A vanglória é a glória que damos a nós mesmos; seja por aquilo que não
está realmente em nós, seja por aquilo que está de fato em nós mas não é
devido a nada do que fizemos, seja ainda por aquilo que está em nós, mas não
merece ser causa de ostentação [...]. Há aqueles que se gabam e se orgulham
porque montam um cavalo magnífico, ou porque seu chapéu ostenta uma
bela pena, ou porque estão usando alguma roupa elegante. Quem é que não
percebe a insensatez aí presente? Se alguma glória é devida, ela pertence ao
cavalo, ao pássaro ou ao alfaiate! E que coração mais deplorável é esse do

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homem que espera algum apreço por causa de um cavalo, de uma pena ou
de uma renda qualquer!”

(São Francisco de Sales | Introdução à vida devota)

Agora entraremos para vencer o vício da vanglória. Amém?!

O próprio nome “vanglória” já diz: uma glória que é vã. É um vício moral
e tem parentesco muito próximo com o vício da inveja. Às vezes invejamos
a honra e a glória que os outros recebem porque ficamos frustrados por
não as possuir. Quanto mais vangloriosos nós somos, mais provável é que
sintamos inveja quando alguém elogia qualquer outra pessoa que não nós
mesmos!

No entanto, devemos lutar para agir de modo digno de louvar a fim de dar
glórias a Deus por meio de nossas ações.

Precisamos nos perguntar: qual é, afinal, essa glória que buscamos em vão?

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Para São João Clímaco, a mãe do orgulho é a vanglória. Para ele, um é o início
e o outro é o fim, mas a mesma coisa. Ele ainda diz: “Quanto à sua forma, a
vanglória é uma paixão da alma que altera a natureza das coisas, perverte
o caráter e repele censuras e repreensões. O vanglorioso é um crente e um
idólatra. A primeira vista ele honra a Deus; quer agradar, porém, não a Ele,
mas aos homens”.

A quem você tem buscado agradar? Seja sincero, pois é a verdade que nos
liberta.

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Segundo Santo Tomás, a glória pode ser vã de três maneiras, dependendo
dos seguintes fatores:

1. Se as coisas pelas quais se busca a glória são vãs ou mesquinhas;

2. Se as pessoas de quem se busca o apreço são questionáveis ou lhes falta


um bom juízo;

3. Se os fins pelos quais se busca a glória não são o aumento da honra de


Deus ou o auxílio na batalha espiritual do próximo, mas sim a exaltação de
si mesmo.

Resumindo: a glória que perseguimos é vã quando a queremos pelas coisas


erradas, pelas pessoas erradas ou pelas razões erradas.

Eu busco a atenção e a aprovação dos outros, ou até mesmo tento fazê-los


passar inveja de coisas temporais e passageiras, como o tipo de carro que
dirijo, as roupas ou jóias que uso, ou talvez as citações que faço?

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Busco ser honrado por traços que não são frutos do meu trabalho? Olho
as pessoas de cima (física e literalmente) por causa da minha grande
estatura? O que fiz para merecê-la? “Qual de vós, por mais que se esforce,
pode acrescentar um só dia à duração de sua vida?” (cf. Mt 6, 27). Sinto-
me melhor do que os outros e mais digno de elogios por conta de minha
beleza física, ou talvez por conta da riqueza e das conquistas de meus pais
ou parentes? Se alguma glória é devida, ela não deveria ir a Deus, que deu
todas essas coisas boas para mim, no intuito de que eu pudesse fazer boas
coisas para a Sua glória?

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Fui vanglorioso através de minhas palavras ou fiquei me gabando? Eu


realmente acredito que tal autoelogio irá melhorar minha imagem aos
olhos dos outros?

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Tentei demonstrar minha superioridade e distinção intelectual ou espiritual


com relação aos outros?

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Sou sempre “do contra”, como aqueles antigos que diziam que eram
deliberadamente contra o que quer que os outros dissessem que eram “a
favor”? Tenho cortejado a filha da vanglória chamada discórdia?

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TAREFA DO DIA:

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21° DIA
Terça-feira
ORAÇÃO

Hoje é dia de dedicar nossas orações a todos os Santos Anjos, em especial,


gratidão ao nosso Anjo da Guarda.

ORAÇÃO AOS SANTOS ANJOS

“Anjo de Deus, que sois a minha guarda e a quem fui confiado por celestial
piedade, iluminai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. Amém!”

SANTO ANJO DA GUARDA

Anjo santo, meu conselheiro, inspirai-me.

Anjo santo, meu defensor, protegei-me.

Anjo santo, meu fiel amigo, pedi por mim.

Anjo santo, meu consolador, fortificai-me.

Anjo santo, meu irmão, defendei-me.

Anjo santo, meu mestre, ensinai-me.

Anjo santo, testemunha de todas as minhas

ações, purificai-me.

Anjo santo, meu auxiliar, amparai-me.

Anjo santo, meu intercessor, falai por mim.

Anjo santo, meu guia, dirigi-me.

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Anjo santo, minha luz, iluminai-me.

Anjo santo, a quem Deus encarregou de conduzir-me, governai-me.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine.
Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Desobediência

Para São Tomás de Aquino, uma das filhas da vanglória é a desobediência,


e é sobre esse vício que trataremos hoje.

Por causa da desobediência, Saul perdeu seu reino, embora tivesse dedicado
muito tempo e energia trabalhando para o Senhor. Deus não se interessa
pelo trabalho e sacrifícios que nós mesmos escolhemos, ainda que digamos
estar fazendo tudo para Ele. Quando Saul claramente se recusou a obedecer
à ordem do Senhor, Samuel lhe lembrou que “o obedecer é melhor do que o
sacrificar” (1 Samuel 15.22). A obediência é amor a Deus; a desobediência é
o desejo egoísta de satisfazer o nosso ego.

Se somos cristãos, não agimos habitualmente em desobediência declarada


como os não-cristãos. Mas, à semelhança de Saul, disfarçamos nossa
desobediência. Alegamos que nosso trabalho é necessário, que é um
ministério proveitoso para Deus e para as pessoas. Quer sejamos cristãos ou
incrédulos, a desobediência impenitente está no rol dos pecados passíveis de
morte (Romanos 1.30-32). As pessoas que se arriscam a cometer tal pecado,
estão rejeitando a vontade de Deus. É por isso que devemos renunciar a
toda desobediência. Quando contemplamos o povo de Israel, vemos as
consequências da desobediência. Por causa dela o povo de Israel se afastou
de Deus, e muitos dos israelitas pereceram no deserto.

Não levaram a sério as palavras de Deus: “Se ouvires a voz do Senhor, teu

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Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos” (Deuteronômio
28.2). Foi só por amor que Deus exigiu obediência. Foi só por amor que
Ele lhes deu os mandamentos; e é só por amor que Ele, hoje, nos dá os
mandamentos. Eles nos levarão à felicidade, se nos mantivermos submissos
a eles. Por outro lado, a desobediência sempre nos conduzirá à infelicidade.

Na verdade, a desobediência, o desrespeito aos mandamentos de Deus -


que tão claramente nos mostram Sua vontade, estão se manifestando mais
largamente hoje do que jamais ocorreu antes. A maldição consequente dessa
desobediência já está evidente em todo o horror do pecado, que arruína
vidas e leva ao caos.

Será que Deus não deve lamentar hoje de novo acerca de muitas nações
e, em particular, acerca dos que pertencem a Ele: “Todo o dia estendi as
mãos a um povo rebelde e contradizente” (Romanos 10.21)? “Povo... que
anda por caminho que não é bom, seguindo os seus próprios pensamentos”
(Isaías 65.2). Muitas vezes são principalmente os que pertencem a Ele que
estão em perigo de desobediência e não se apercebem disso. Conhecem Sua
vontade e mandamentos melhor do que as pessoas que estão separadas
de Deus, e sabem quão importante é ouvir e obedecer. Mas, atualmente,
há muitos argumentos “razoáveis” explicando por que os mandamentos de
Deus não são obrigatórios para nós cristãos. Há pessoas que dizem que os
mandamentos precisam ser adaptados às condições dos tempos. Mas, se os
cristãos são desobedientes e, por meio de falseamentos, alteram as normas
dos mandamentos, virão fatalmente a sofrer sérias consequências.

Há outra forma de desobediência, uma forma “piedosa”. Muitos cristãos se


desgastam em serviço ao Senhor, oferecem um sacrifício após o outro, e nem
assim produzem frutos. Não há bênção em seu trabalho, embora recebam
muitos elogios. Deus vê o coração deles, enquanto os homens só vêem o que
está diante dos olhos. Pela impressão deixada por seu trabalho no Reino
de Deus, não falta quem os exalte “nas maiores alturas celestiais”, mas,
na realidade, o seu lugar pode estar muito longe de Deus. Seus sacrifícios

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foram escolhidos por eles mesmos; foram oferecidos em desobediência a
Deus.

- Tenho tido a má vontade de concordar com o outro a respeito de questões


contrárias ao que acredito, mesmo sabendo, lá no fundo, que estou errado?

- Tenho sido desobediente? Desobedeci à ordens do meu chefe, formadores,


gerentes, ou desrespeitei as leis de trânsito, dos impostos, da cidadania,
porque acho que sei o que é melhor para mim?

- Eu sempre acho que o que penso e sei é melhor ou certo?

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TAREFA DO DIA:

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22° DIA
Quarta-feira
ORAÇÃO

São Rafael Arcanjo, Vós que sois o Anjo do discernimento dos espíritos, o
radar de Deus, aquele que corta, arranca o mal e pisa na cabeça da serpente,
vinde em nosso socorro neste dia de oração. Clamemos a visita de São
Rafael!

ORAÇÃO A SÃO RAFAEL ARCANJO

Vós que sois lança e bálsamo do amor divino, feri o nosso coração e depositai
nele um amor ardente a Deus. Que esta ferida não se apague nele, para que
nos faça perseverar todos os dias no caminho da caridade e do amor. Que
tudo vençamos pelo amor!

MEDITAÇÃO DO DIA

A segunda serpente

“Já vi alguns que, vivendo em obediência, através do guiamento espiritual


de seus diretores, tornaram-se compungidos, mansos, moderados, zelosos,
livres de conflitos internos e fervorosos. Mas os demônios visitaram-
nos, então, e semearam-lhes a convicção de que estavam, daquele modo,
qualificados para a vida de quietude, e disseram-lhes que na solidão
alcançariam como prêmio final a libertação das paixões. Assim enganados,
deixaram o porto e foram para o mar, porém veio sobre eles a tormenta,
e, como não tinham pilotos, foram lamentavelmente expostos aos perigos
deste oceano imundo e cruel.

Este mar tem de ser agitado, provocado e enfurecido para lançar novamente,
à terra seca, a madeira, o feno e toda a sujeira que lhe foi trazida pelos rios

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das paixões. Observemos a natureza: depois de uma tempestade no mar,
surge uma profunda calmaria.

Aquele que às vezes obedece ao seu diretor e às vezes lhe desobedece é


como alguém que às vezes põe remédio nos olhos e em outras põe cal.

Está dito: Se um edifica e outro destrói, que proveito lhes resulta daqui
senão trabalho? (Eclo 34,28)

Não te deixes enganar, filho e obediente servo do Senhor, pelo espírito da


vaidade, de modo a confessares teus pecados ao teu diretor como se fossem
de outra pessoa. Tu não podes escapar da vergonha a não ser pela vergonha.
É comum os demônios nos persuadirem a não nos confessarmos, ou a fazê-
lo como se estivéssemos a confessar os pecados de outrem, ou a culpar os
outros por nossos pecados. Revela, revela ao médico a tua ferida e, sem te
envergonhares, diz: “Eis minha ferida, Pai, eis o meu flagelo, que causei
por minha própria negligência, e não por qualquer outra coisa. Ninguém é
culpado por ela; homem nenhum, espírito nenhum, nem corpo nem nada
além de minha própria negligência”. Ao te confessares, deves portar-te
como um criminoso condenado, em teus pensamentos e em tua aparência.
Mantém baixa a tua cabeça, e, se possível, lava com as tuas lágrimas os
pés do teu médico e juiz, como se ele fosse o próprio Cristo. Os demônios
têm o costume de incitar-nos a que não nos confessemos, ou, ao menos, a
que façamos isso em nome de outros, como os acusando de algum pecado.
Se sofreres quedas, não deixes a arena da batalha, pois é ao cair que mais
temos necessidade de um médico. Da obediência surge a humildade; pois
o Senhor lembrou-se de nós em nossa humildade e livrou-se de nossos
inimigos (salmo 135,23-24)”.

Estas são páginas do livro “Escada do Paraíso”, de São João Clímaco. Ele
nos diz da grande necessidade de atenção e zelo pela obediência. Assim,
obedecer é renunciar, de todo, ao próprio julgamento, a fim de submetê-lo
com perfeição ao julgamento de um superior. Ele dizia que a obediência é
o túmulo da vontade e a ressurreição da humildade, pois aquele que está

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morto não discute.

TAREFA DO DIA:

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23° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

Falaremos hoje sobre mais uma filha da vanglória: a hipocrisia

“Ai de vós, hipócritas!”. Este clamor ressoa sete vezes nas exortações de Jesus
aos escribas e fariseus. “Assim também vós exteriormente pareceis justos
aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade”
(Mateus 23.28). Isso é verdade também a respeito de nós, cristãos de hoje.

Muitas vezes os outros, ao olharem para nós, pensam que somos cristãos
dedicados, mas, na realidade, nosso coração está cheio de pecados tais
como rancor, julgar os outros, orgulho, mentira, contenda, entre outros.
Jesus chama isso de hipocrisia. Hipocrisia é a pretensão de sermos piedosos
quando, na verdade, não somos. Esse tipo de falsidade é ainda pior, visto
que se espera que a piedade seja uma vida com Deus e para Ele, que é

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Luz e Verdade. É por isso que Jesus diz que os hipócritas sofrerão severos
juízo. Ele prevê o infeliz destino dos hipócritas piedosos (Mateus 23.33).
A advertência de Jesus nos mostra que Satanás, que é mentiroso desde
o princípio, de qualquer maneira quer agarrar os que lhe escaparam por
terem crido em Jesus. Quer, agora, apanhá-los na rede da hipocrisia, sem
que eles se apercebam. Satanás geralmente obtém sucesso fácil, porque
nós, que conhecemos Jesus Cristo como Redentor, corremos o perigo de
nos tornarmos demasiadamente convencidos de que vivemos para Jesus,
na esfera da verdade divina por meio da palavra de Deus. Mas, na realidade,
nossa vida cristã muitas vezes não passa de uma fachada. Atrás dela, a
realidade é muito diferente.

Podemos, por exemplo, dizer que Jesus nos reconciliou, podemos pregar
a reconciliação a outros e, no entanto, ter inimizade contra alguém,
guardando pensamentos amargos e críticos no coração. Não ouvimos que
Jesus pronuncia Sua sentença sobre nós: “Hipócrita!” (Lucas 6.42), porque
Ele sabe que não estamos vivendo o que pregamos.

Nossa hipocrisia provoca a ira de Deus, porque Ele só se agrada quando


vivemos a vida diária de acordo com Sua Palavra. Dificilmente haverá outro
pecado que Jesus condene com tanta severidade como o da hipocrisia.
Portanto, devemos fazer todo esforço para sermos libertados da prisão
desse pecado. Como pode acontecer isso? Primeiro, identificando a raiz da
hipocrisia. Jesus chamou os piedosos fariseus hipócritas de “cegos” (Mateus
23.16). Em que sentido eles eram cegos? No que diz respeito às suas fraquezas
e pecados. Pensavam que eram perfeitos. Por isso, quando pensamos que
somos bons cristãos, deveríamos estar cheios de santa incerteza e nos
perguntar se estamos vivendo uma vida hipócrita. Se não queremos cair
nesse pecado, temos que pedir a Jesus renovadamente: “Coloca-me na luz
da Tua verdade; mostra, por meio da Tua luz, tudo que em minha vida não
é puro!”.

Para sermos salvos desse pecado e guardados para não cair nele, é necessário

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pedir constantemente ao Senhor pela luz da verdade. Nossos olhos têm de
ser abertos, de modo que possamos reconhecer nossa cegueira, presunção
e adormecimento. Somente quando vemos nossos pecados e ficamos
preocupados com eles, é que podemos apresentá-los a Jesus para sermos
libertos. Uma pessoa enferma só pode ser tratada se reconhece e admite
que está doente. De outro modo, jamais procurará o médico, a doença irá
piorando e, sendo perigosa, resultará em morte. Os discípulos de Jesus
devem seguir este conselho: não tenham certeza de que estão cem por
cento. Ou seja, de que estão certos e perfeitos.

Embora ignoremos, pode existir em nós um pecado muito grave aos olhos
de Deus, encoberto por uma vida piedosa. Somente se tivermos uma santa
incerteza e nos mantivermos alertas, poderemos enfrentar o perigo da
hipocrisia.

TAREFA DO DIA:

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24° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.
Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade. Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46; Mc 15, 34)

Se quisermos fixar nossos olhos nas coisas mais altas e verdadeiramente


mais gloriosas, recordemo-nos de que estas têm, de tempos em tempos,

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repousado na figura pregada no crucifixo. Qual das sete últimas palavras de
Cristo na cruz o Venerável Fulton Sheen associou ao pecado da vanglória?
Bem, o bom arcebispo usou a lista dos sete pecados capitais que inclui o
orgulho em vez da vanglória. Isto não é problema para nós, já que tanto
Gregório quanto Tomás reconhecem o estreito parentesco entre eles e
como a vanglória procede tão diretamente do orgulho. Ora, eis as palavras
do Cristo: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Mt 27, 46; Mc
15, 34).

Sheen repara que essas palavras de desespero do Cristo antes de sua morte
revelam sua rejeição final ao orgulho e à vanglória. Lembre-se daqueles que
são vangloriosos quanto à sua ancestralidade ou ao seu pedigree. O pedido
Cristo, por assim dizer, inclui o Rei Davi na Terra e Deus Pai no Céu, e no
entanto ele buscou para si nesta Terra justamente o oposto das glórias vãs.
Pelo contrário, ele se fez o menor dos menores durante seu tempo aqui,
para que toda verdadeira glória fosse dada ao seu Pai Celestial. Quando
Cristo veio ao mundo, operou o ato supremo de humildade, tendo em vista
que a própria palavra humildade faz referência à terra. Tomando o Cristo
na cruz como nosso modelo, agiríamos bem imaginando que enterramos
nossas pretensões à vanglória bem embaixo da cruz de Cristo.

Quando contemplando esta parte da vida de Jesus, estamos contemplando


um grande mistério: Jesus, na cruz, decide sentir tudo o que sentimos. Ele
quis sentir a dor da solidão. Até então Ele nunca havia experimentado a
solidão de alma. Quem nunca experimentou a solidão? Jesus está se unindo
a nós em todas as possíveis dores da vida, Ele sentiu até a solidão, solidão
de alma. Ele está fazendo a experiência que muitas vezes fazemos de não
ouvir Deus e não saber o que fazer. Ele sentiu uma escuridão de alma. Ele
quis sentir tudo o que sentimos para dizer: “Eu te entendo, Eu quero estar
com você até na tua solidão”. Quando rezamos este mistério, estamos
contemplando um Deus que fez de tudo para estar comigo em todos os
momentos. Assim, podemos escutá-lO dizendo a cada um de nós: “É só
um momento de cruz, aguenta firme, porque vai passar!”. É por isso que

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pedimos: “Jesus, lava toda a minha história com Teu Sangue, lava todas
as áreas da minha vida em que eu me senti sozinho…”. Ele quer tirar essa
angústia e essa solidão de você e Ele faz de tudo para que isso aconteça.

A verdadeira humildade é quando nos colocamos pequenos e dependentes


de Deus, e deixamos Ele cuidar de nós, tendo a certeza de que somos
muito amados. Mesmo que em nossa história tenhamos vivido momentos
e situações de solidão e desamor, temos essa certeza de sermos amado,
porque Deus nos ama. Aquele que sabe que é amado, sabe ser pequeno e
humilde.

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25° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

O antídoto contra a vanglória: a virtude da humildade

A humildade é o fundamento de todas as virtudes. Se o orgulho as estraga,


a humildade as vivifica, cura todas e protege tudo.

Por três vezes a Bíblia repete estas mesmas palavras: Deus resiste aos
soberbos, mas concede a graça aos humildes (Pr 3,24; Tg 4,6; 1Pd 5,5). E,

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por três vezes, Jesus insiste que todo aquele que se exaltar será humilhado,
e quem se humilhar será exaltado (Mt 23,12; Lc 14,11 e 18,14), ao mesmo
tempo que nos pede: Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração
(Mt 11,29).

A palavra humildade vem da expressão de origem latina “húmus”, que


significa terra, solo. É uma terra fértil, adubada, preparada para dar frutos.
Na terra boa da humildade, todos os dons de Deus dão fruto. Na terra boa
da humildade, todas as virtudes podem ser plantadas e crescer sadias, sem
medo de pragas que a devastem; todos os erros podem ser reparados e as
perdas resgatadas, e acabam, assim, desabrochando em frutos agradáveis a
Deus e ao próximo.

A verdadeira humildade nos coloca prontos para servir, em uma atitude


de alegria, e não em busca de honras. Faz-nos gratos a Deus pelos dons
que temos, levando-nos a reconhecer que tudo o que temos de bom vem
unicamente Dele. Uma pessoa que possui a virtude da humildade atrai
o amor de Deus - os humildes são os prediletos do Senhor. O Livro do
Eclesiástico nos aconselha: “Meu filho, seja modesto em sua atividade e
será mais estimado que um homem generoso. Quanto mais importante
você for, tanto mais seja humilde e encontrará favor diante do Senhor. Pois
o poder do Senhor é grande, mas ele é glorificado pelos humildes” (Eclo 3,
17-20).

A humildade nos leva a ter consciência de nossas fraquezas e,


consequentemente, a agir com amor. O humilde possui uma fortaleza
especial porque ele, de fato, se apoia na grandeza de Deus. Além disso, ele
possui uma alma e um coração dispostos e disponíveis aos apelos que Deus
o faz nas diversas circunstâncias de sua vida.

Deus, em Seu infinito amor, poderá realizar muitas maravilhas, se encontrar


em nós um coração humilde e desprendido. “A humildade – dizia Cervantes
– é a base e fundamento de todas as virtudes, e, sem ela, não há nenhuma
que o seja”.

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A humildade é a virtude propriamente oposta ao orgulho, ela se opõe a
todos os tipos de orgulho. É o que nos assenta na terra e nos faz lembrar
quem somos e de onde viemos. Se não somos humildes, sucumbiremos ao
orgulho e o edifício de nossas virtudes ruirá.

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26° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que,
pela humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde
para vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal,


recebestes de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba
do príncipe das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis
de Deus a verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no
cumprimento contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no
sofrimento e na penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus,
socorrei-nos para que não desfaleçamos!

Dia da “pausa”. Faça um momento de revisão/análise dos conteúdos vistos


até aqui.

84
27° DIA
Segunda-feira
ORAÇÃO

São Gabriel Arcanjo, vós que sois o Arcanjo que nos ensina a ouvir a voz
de Deus, vinde em nosso auxílio! Peça essa graça de ser visitado por São
Gabriel, que ele te ensine a ouvir a vontade de Deus, a Sua palavra e as Suas
ordens de amor.

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL ARCANJO

Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos


para que possamos captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça
emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que
fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a Palavra de
Deus e Suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente
aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e
vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo, mas
atentos ao Seu chamado!

MEDITAÇÃO DO DIA

“A gula é a hipocrisia do estômago, que, quando está saciado, reclama da


penúria; quando empanturrado e abarrotado, grita de fome”.

(São João Clímaco)

Trataremos hoje o vício do estômago: o pecado da gula. São João Clímaco


dizia que o “estômago é um mestre perverso e quanto agradável a todos”.

Comer é natural e é tão forte no homem o instinto de alimentação, mesmo


porque é uma questão de sobrevivência. Porém, o comer e o beber exagerados

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desequilibra a vida e prejudica a própria saúde.

“A gula é enganosa: come com moderação, mas quer devorar tudo de uma
só vez. A barriga saciada é pai da fornicação” (São João Clímaco)

Escrevendo aos Filipenses, São Paulo se refere àqueles cujo “deus é o


ventre” (Fil 3,19); isto é: o alimento. Sabemos bem os prejuízos da gula;
tanto para o corpo como para a alma. Um corpo “pesado” debilita o espírito.

Santo Agostinho dizia que temia não a impureza da comida, mas a do


apetite. Ele escreve uma página sábia sobre isto:

“Vós me ensinastes a ingerir os alimentos como se tratasse de remédios.


Mas, ao passar do mal da indigência ao contentamento da saciedade, nesse
mesmo momento a concupiscência me arma a sua cilada. A mesma passagem
é prazer e não há outro caminho senão que nos obriga a necessidade. E,
como o comer e beber são condições para a saúde, acompanha-o o prazer,
perigoso escudeiro, que muitas vezes toma a dianteira para aproveitar-se
do que eu faço ou quero fazer somente para a minha saúde. A medida não
é a mesma em ambos os casos, pois o que basta para a saúde, para o prazer
é escasso. E muitas vezes não conseguimos discernir quem reclama aquela
atenção: se o cuidado obrigatório do corpo ou a hipócrita satisfação do
prazer”.

Na verdade, uma alimentação leve e balanceada é causa de saúde para o


corpo e para a alma. Se a Igreja nos aponta a gula como um vício capital, é
porque, sem dúvida, ela gera outros males: preguiça, comodismo, paixões,
doenças, entre outros.

Santa Catarina de Sena dizia que o “estômago cheio prejudica a mente”.

Santo Ambrósio afirmava que “aquele que submete o seu próprio corpo e
goverv a sua própria pessoa”.

Você está muito cheio para entrar na briga espiritual?

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Conforme nosso combate espiritual avança para o quinto dos sete vícios
capitais, precisamos ter certeza de que estamos servindo na linha de frente
da batalha, e não apenas sentados nos flancos, engordando esse inimigo
guloso que habita em nós. A gula é o primeiro pecado carnal, ou do corpo,
contra o qual nos prepararemos para lutar. Não deixa de ser estranho que
os mais variados tipos de desordem alimentar desde a bulimia e a anorexia
nervosa, problemas mentais relativamente raros, até a obesidade infantil e
a adulta, já realmente epidêmicas, sejam tão bem conhecidos e estejam na
ponta da língua em qualquer conversa, e o antigo vício da gula raramente
apareça como tópico de discussão, até mesmo nas nossas igrejas. Pense um
pouco: quando foi a última vez que você ouviu um sermão sobre a gula?
Aliás, apostaríamos um chocolate de meio-quilo que você já ouviu muito
mais convites para um café com bolacha no salão da paróquia depois da
missa do que ouviu homilias sobre a gula.

Não estamos dizendo que uma bolachinha seja coisa má (o que dirá um
chocolate), mas parece realmente que perdemos aquela antiga noção de
que, se deixarmos a razão de lado na hora de comer, provavelmente a
deixaremos de lado também em várias outras áreas da nossa vida espiritual
e física. Portanto, temos que entender como combater o vício da gula e suas
filhas, a fim de que não nos dominem e nos retirem de muitas frentes nas
quais temos de travar nossas batalhas espirituais. Apertemos os cintos e
ataquemos o alvo!

São João Clímaco afirma: “A mortificação do ventre é guardiã da pureza”.


E continua: “o homem que afaga um leão é capaz de domá-lo; mas o que
afaga o corpo torna-se cada vez mais ávido e selvagem”. Aquele que acalenta
seu ventre e, ao mesmo tempo, tem a esperança de controlar o espírito da
fornicação é como quem tenta apagar o fogo com óleo. Refreia teu estômago
e teu coração se tornará humilde: mas, se o agradares, tua mente se tornará
orgulhosa.

A vitória contra esse vício exige muita coragem!

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- Eu como demais? Notei que ganhei peso, o cinto está mais apertado? Vivo
sentindo dores de barriga, refluxos ou interrupções no sono porque comi
demais antes de dormir? Se sim, será que consigo diminuir essas porções?

Eu como de um modo muito voraz? Engulo tudo de uma vez? Se sim, será
que conseguirei me acalmar se apoiar os talheres na mesa durante uma
garfada e outra a fim de tomar um golinho d’água ou trocar umas palavrinhas
com a família?

- Eu como precipitadamente? Tenho dificuldade de esperar a hora certa da


refeição? Consigo fazer os breves jejuns entre uma refeição e outra, ou entre
um lanche e outro? Se não, consigo me esforçar para isso, para esperar um
pouco até que a fome comece a bater, para fazer alguma outra coisa e me
segurar até a próxima refeição? Sou capaz de considerar a ideia de oferecer
esse pequeno sacrifício?

- Eu como de um modo muito suntuoso ou gracioso? Quero apenas os


pratos mais refinados, preparados de acordo com meus gostos especiais?
Se sim, consigo vir a apreciar e agradecer a Deus pelo variado espectro de
comidas simples, saudáveis e saborosas que Ele nos deu?

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Neste espaço, anote o que ficou mais forte para você com a meditação do

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Trilhando.

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TAREFA DO DIA:

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28° DIA
Terça-feira
ORAÇÃO

Hoje é dia de dedicar nossas orações a todos os Santos Anjos, em especial,


gratidão ao nosso Anjo da Guarda.

ORAÇÃO AOS SANTOS ANJOS

“Anjo de Deus, que sois a minha guarda e a quem fui confiado por celestial
piedade, iluminai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. Amém!”

SANTO ANJO DA GUARDA

Anjo santo, meu conselheiro, inspirai-me.

Anjo santo, meu defensor, protegei-me.

Anjo santo, meu fiel amigo, pedi por mim.

Anjo santo, meu consolador, fortificai-me.

Anjo santo, meu irmão, defendei-me.

Anjo santo, meu mestre, ensinai-me.

Anjo santo, testemunha de todas as minhas

ações, purificai-me.

Anjo santo, meu auxiliar, amparai-me.

Anjo santo, meu intercessor, falai por mim.

Anjo santo, meu guia, dirigi-me.

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Anjo santo, minha luz, iluminai-me.

Anjo santo, a quem Deus encarregou de conduzir-me, governai-me.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine.
Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Tagarelice

A língua é um membro do corpo e deve ser treinada pelo hábito, assim já


dizia São João Clímaco, assim como todos os outros membros. A tagarelice
tem como causa principal a vanglória e, por vezes, também a gula. Por isso,
muitos que reprimem o estômago conseguem dominar com facilidade a
língua e a tagarelice.

As Sagradas Escrituras dizem repetidamente que a conversa ociosa é pecado,


mas geralmente não levamos isso a sério. No entanto, esse é um pecado
que Deus julgará severamente. É enumerado juntamente com imoralidade,
impureza e cobiça que não convém a santos (Efésios 5.3,4). Em resumo,
diz o Apóstolo: “Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por essas
coisas vem à ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não
sejais participantes com eles” (Efésios 5.6,7). Não podemos brincar com
este pecado. Falar é algo muito sério. Nossas palavras não são dispersas
pelo vento como a palha. Elas reaparecerão no juízo final. Nenhuma delas
se perderá. Um dia devemos dar contas de toda palavra inútil; seremos
julgados de acordo com nossas palavras (Mateus 12.36,37). Ai de nós, se
nossa língua, “mal incontido, carregado de veneno mortífero” (Tiago 3.8),
foi instrumento do mal, porque falamos palavras venenosas, amargas, sujas
e cheias de ódio.

Visto que o pecado da tagarelice “corrói como câncer” (2 Timóteo 2.17),

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uma operação total tem de ser executada. De acordo com as palavras de
Jesus: “Se um dos teus olhos (tua língua) te faz tropeçar, arranca-o” (Marcos
9.47).

De que maneira podemos ser completamente livres? Primeiro, devemos


achar a raiz da tagarelice. Muitas vezes ela resulta do desejo de atenção.
Queremos parecer importantes. Pensamos que devemos dar nossa opinião a
respeito de tudo. Quão rapidamente essas palavras inúteis nos levam a falar
de forma depreciativa acerca de outros que não estão presentes! Começamos
logo a mexericar e espalhar rumores. Às vezes, usamos a conversa ociosa
para afogar a consciência pesada; outras vezes tagarelamos por preguiça,
por não querermos trabalhar; ou então somos mordazes, porque queremos
desabafar nossos pensamentos venenosos. Ainda há muitas outras razões.

A causa mais profunda da tagarelice é o fato de estarmos separados de


Jesus. O tagarela geralmente não fala muito com Jesus, porque a conversa
com Ele nos deixa quietos e faz com que nossa mente se dirija para
Deus. Quanto menos tempo dedicarmos à “hora tranquila” com Ele, mais
tagarelas seremos. Como resultado das muitas palavras vazias e conversas
inúteis, perdemos o anseio pela comunhão íntima com Deus. Tudo depende
de reservarmos tempo de silêncio para ouvi-lO. Quando o nosso tempo
de reflexão pessoal termina e voltamos ao contato com os outros, a Sua
presença deveria acompanhar-nos e nossas palavras deveriam estar cheias
do Espírito Santo. Dessa forma não diremos piadas inconvenientes nem
falaremos à toa. Diremos apenas aquilo que diríamos se Jesus estivesse
fisicamente presente. As únicas palavras que sairão da nossa boca serão as
que são boas para edificação, como requer a ocasião, que comunicam graça
aos que as ouvem (Efésios 4.29).

Certamente não será fácil para muitos de nós achar tempo para a quietude
no decorrer de um dia cheio e agitado. Mas, onde existe vontade, o meio
aparece. Sempre haverá uma oportunidade. No céu, Jesus só conversará com
aqueles que aqui O procurarem em oração e não se perderem em conversas

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inúteis.

Todo o que diz: “Não sei o que fazer na minha hora tranquila”, não conseguirá
livrar-se da tagarelice. Não quer pagar pela cura dessa doença pecaminosa.
Para que possamos conversar com Deus, precisamos obter paciência e
prática. Isso é necessário para que possamos orar sinceramente. Mas todo o
que quiser livrar-se da tagarelice deverá considerar real a promessa de Jesus:
“Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Até nossa língua se
tornará nova, visto que será um instrumento do Espírito de Deus e poderá
falar Suas palavras e, em vez de falar ociosamente, ficará em silêncio. Jesus
nos libertou da escravidão do pecado. Ele nos deu poder sobre a língua.

TAREFA DO DIA:

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29° DIA
Quarta-feira
São Rafael Arcanjo, Vós que sois o Anjo do discernimento dos espíritos, o
radar de Deus, aquele que corta, arranca o mal e pisa na cabeça da serpente,
vinde em nosso socorro neste dia de oração. Clamemos a visita de São
Rafael!

ORAÇÃO A SÃO RAFAEL ARCANJO

Vós que sois lança e bálsamo do amor divino, feri o nosso coração e depositai
nele um amor ardente a Deus. Que esta ferida não se apague nele, para que
nos faça perseverar todos os dias no caminho da caridade e do amor. Que
tudo vençamos pelo amor!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Tenho sede” (Jo 19, 28)

Sem tempo para a gula enquanto carrega-se a cruz

Se queremos ganhar da gula, faremos igualmente bem ao recordar algumas


das últimas palavras de Cristo na cruz. O Arcebispo Fulton Sheen afirma que
as palavras Tenho sede (Jo 19, 28) foram ditas por Cristo em reparação pelo
pecado da gula. Eis o Cristo, que havia dito: Se alguém tiver sede, venha a
mim e beba (Jo 7, 37), morrendo de sede na cruz, e a ele não é dado mais
que uma esponja ensopada em vinagre. Certamente o Cristo sentiu uma
sede física, mas ele nos fala aí de uma sede espiritual por amor e pela vida
eterna.

Jesus reconheceu o valor da comida e da bebida para a preservação da vida


humana e para o deleite. Por vontade própria, participou de banquetes
com amigos, aliás comeu também com aqueles que eram rebaixados pelos

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30° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

Antídoto contra a gula: virtude da temperança

“A temperança cria a alma sóbria, modesta, compreensiva; confere-lhe um


recato natural que é sempre atraente, porque se nota na conduta o império
da inteligência”.

O Catecismo da Igreja Católica, de um modo geral, define a virtude da


temperança como “a virtude moral que modera a atração pelos prazeres
e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da
vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da
honestidade” (n. 1809). Em outras palavras, a temperança estabelece e
mantém o equilíbrio, a harmonia, entre a dimensão espiritual e corporal

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do homem. Ela “modera” as tendências instintivas da natureza e a ânsia de
prazer; mantém equilibradas, em especial, as tendências e prazeres ligados
à autoconservação, como comer, beber, descansar, sexualidade, e faz com
que vivamos na dignidade humana e de filhos de Deus.

É importante ressaltar que o cristianismo não é inimigo do corpo, nem do


prazer. Basta pensar que Deus assumiu um corpo humano em Jesus Cristo e
que o primeiro milagre de Jesus foi a transformação da água em vinho, para
que a alegria de um banquete de casamento não fosse prejudicada (Jo 2,1
ss).

É justamente porque o corpo é criado por Deus e porque é um grande dom


de Deus que é necessário mantê-lo equilibrado, a fim de que nem os abusos,
nem as deturpações, nem as loucuras o rebaixem ou o estraguem. Esta é a
função da virtude da temperança.

É dito, simbolicamente, que “Deus pôs o homem em pé para que entendesse


que a cabeça está por cima do resto: a cabeça está por cima do coração; e
cabeça e coração, por cima do ventre e do sexo. Transtornar essa ordem,
colocando a gula ou o sexo acima do coração (do amor) e da cabeça (num nível
irracional), isso é degradar o homem” (Livro “A conquista das Virtudes”).

O Catecismo também diz que “a pessoa temperante guarda uma santa


discrição e não se deixa arrastar pelas paixões” (cf. n. 1809).

A virtude da temperança exige o domínio sobre os desejos egoístas e


abusivos, e esse domínio é conquistado pelo amor ao bem, pela súplica a
Deus e pelos atos frequentes de autodomínio através das mortificações.

“A temperança não supõe limitação, mas grandeza. Há muito maior privação


na intemperança, porque o coração abdica de si mesmo para ir atrás do
primeiro que lhe faça soar aos ouvidos o pobre ruído de uns chocalhos de
lata” (Amigos de Deus, n. 84).

- No meio de uma sociedade consumista e hedonista, dominada pelo culto


ao prazer, sei viver a moderação e o desprendimento próprios do espírito

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cristão?

- Pratico com esforço a virtude da temperança, sem me deixar dominar


pelo desejo desordenado de prazer, de diversões, de compensações, etc.?

- Estou preso a caprichos pouco sensatos em matéria de gula? Sou


dependente desses prazeres?

- Deixo-me arrastar por colegas ou amigos ao abuso da bebida – sequências


imoderadas de cervejas, por exemplo ou, o que é bem pior, à sugestão de
“experimentar” qualquer tipo de droga?

A temperança estraçalha a gula

A virtude da temperança com relação ao desejo por comidas e bebidas


demonstra claramente como as virtudes sempre miram os preciosos
“meios-termos”, evitando a deficiência e o excesso. Se queremos vencer a
gula, devemos adquirir a temperança para evitar comer muito ou evitar até
que pensemos pouco demais, e na verdade para demais ou de menos no
papel dos alimentos na nossa vida diária. Algumas pessoas que passam por
dietas extremas, comendo muito pouco, tornam-se as mais propensas a ir
ao outro extremo, isto é, a pensar demais em comida, chegando a salivar,
metaforicamente (ou até literalmente), enquanto esperam e antecipam a
próxima refeição!

A virtude da temperança com relação ao nosso desejo por comida e bebida


também mostra claramente, como Aristóteles e Santo Tomás sempre
gostaram de dizer, que as virtudes são essencialmente bons hábitos. Os
vícios, tais como a gula, são essencialmente maus hábitos. Se o objetivo é
vencermos o mau hábito da gula, devemos desenvolver a virtude contrária
da temperança dietética. É construindo que nos tornamos construtores; é
tocando a harpa que nos tornamos harpistas, e é comendo com temperança
- todo dia, idealmente perantes. Esta é a chave para descobrir por que a
maioria das dietas alcançam sucesso a curto prazo e falham a longo prazo.

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A maioria das pessoas que entra numa dieta perde peso enquanto a segue
e logo ganha-o de novo assim que sai dela. As medidas extremas adotadas
quanto ao limite ou à falta de gosto das comidas escolhidas e a natureza
perecível desse tipo de alimento não levam ao desenvolvimento da virtude
da temperança dietética que pode ser praticada durante toda a vida da
pessoa na Terra.

Se nosso objetivo ao controlar a gula não é um ajuste momentâneo no


corpo a fim de cair melhor no traje de banho, mas uma tentativa de nos
relacionarmos com o nosso templo corporal de um modo mais apropriado
e, no processo, dar glória a Deus, então devemos lutar todos os dias para
adquirir a virtude da temperança e aplicá-la à nossa alimentação diária.
Isso implica o aprendizado de uma alimentação saudável e de dicas de
nutrição, e a consequente disso passagem em ações diárias pelo resto de
nossas vidas.

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31° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.
Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade. Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Luxúria

Não pense que vencerás o demônio da luxúria entrando numa discussão


com ele. A natureza está do lado dele e ele é quem tem o melhor argumento.

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Portanto, o homem que decide lutar contra a própria carne e vencê-la com
base apenas nos seus próprios esforços está lutando em vão. A verdade é
que, a não ser que o Senhor destrua o castelo da carne e erga a morada
do espírito, aquele que quiser sobrepujar a luxúria tem vigiado em vão e
jejuado para nada. Oferece ao Senhor a fraqueza da tua natureza. Admite
tua incapacidade e, sem perceberes, ganharás para ti o dom da castidade.
(São João Clímaco)

Você está pronto para admitir que não pode limpar-se da luxúria por conta
própria?

A seguir, vamos nos ver com o segundo vício capital da carne, a luxúria,
aquele desejo veemente por prazeres corporais desregrados. Esse pecado
ameaça justamente o que em nós é mais íntimo, uma vez que todos nós
ganhamos a vida através de um ato de união sexual, e os nossos impulsos
potentes em direção a condutas sexuais, que estão orientados para a
preservação da espécie, estão sob um ataque quase constante das tentações
para os pecados de luxúria, por pensamentos, desejos, palavras ou atos.

A luta contra esse pecado poderoso da carne requererá muito mais do que
armas comuns. Conforme São João Clímaco esclarece, não haverá nenhuma
chance de vencermos essa guerra se planejamos contar apenas com as
nossas próprias forças. Muito pelo contrário: o primeiro passo que temos
que dar, e do qual jamais podemos nos afastar, é admitir que não poderemos
vencer sozinhos, e pedir a Deus que nos forneça um armamento espiritual
e sobrenatural.

Todos conhecemos o poder da cobiça que habita em nossa carne. Eva


cobiçou o fruto. Davi cobiçou a esposa de Urias. Existe alguém entre nós que
não saiba como a luxúria pode surgir subitamente no coração? Pensamos,
por exemplo, que não podemos viver, se não conseguirmos satisfazer nosso
desejo sexual em relação a uma certa pessoa. Este desejo surge vez por outra
em nosso sangue. A lascívia tem um poder tremendo, que não se dispõe a
ficar dentro dos limites dos mandamentos de Deus e, por meio dela, um

100
pecado vem atrás do outro. “A cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o
pecado” (Tiago 1.15): adultério, roubo, assassinato.

O inimigo sabe como camuflar a maldição que resulta de sermos indulgentes


com a luxúria ou lascívia, e faz isso tentando justificar o desejo sexual em
nossa carne: “Deus, o Criador, pôs esse desejo em nossa natureza; temos
que satisfazê-lo, pois de outro modo não teremos uma personalidade
completa.” Na realidade, porém, ser indulgente em relação ao desejo sexual
desenfreado, só leva à ruína. Sem dúvida, a nossa sexualidade pertence
à criação de Deus e, quando a praticamos à vista de Sua santidade, com
disciplina, em conformidade com Seus mandamentos, somos abençoados.

Não podemos tolerar o pecado dos desejos desenfreados em nenhuma área


da nossa vida. É preciso expô-lo à luz, confessá-lo e renunciar a ele. Temos
de romper com esse pecado, pois de outra forma Satanás nos prenderá com
seus grilhões e jamais nos livraremos. Mas isso não basta. Visto que tais
desejos estão arraigados em nós tão profundamente, precisamos começar
uma batalha diária de oração, e louvar o poder redentor do sangue de Jesus
sobre nossa natureza pecaminosa.

Parte dessa batalha de oração é que enfrentemos com fé o grito de nossos


corações - “Queremos viver e satisfazer nossos desejos”, com uma decisão
bem clara: “Queremos morrer para a lascívia; queremos ser crucificados
com Jesus e ressurgir com Ele para uma vida nova e herdar a glória”.

O primeiro passo a ser dado é na área do pensamento. A sensualidade tem


de ser enfrentada e combatida imediatamente, tão logo apareça em nossa
mente.

Nos sofrimentos de Jesus podemos ver a maldição mortal de toda lascívia;


podemos ver suas terríveis manifestações no corpo de Jesus. A figura do
nosso Salvador, açoitado e crucificado, é um sermão para nós; Jesus teve
de sacrificar Sua vida por nós, porque nós não queremos sacrificar a nossa.
Estamos cheios de desejos e lascívia. Ele teve de oferecer Seu corpo como

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um sacrifício, porque nós muitas vezes usamos erradamente o nosso,
cedemos à sensualidade e desrespeitamos os limites que Deus estabeleceu
em Sua Palavra. Ele teve de sofrer tanto, porque nós, por meio desse pecado,
desfiguramos a imagem de Deus, embora Ele nos tivesse criado e redimido
para que apresentássemos a Sua imagem.

Agora, Jesus nos pede: “Confiando em Meu sacrifício, empenhe-se em


sacrificar sua vida e crer que Eu lhe darei plenitude de vida!”.

Diante da luz, responda:

- Leio livros modernos ou assisto a filmes recentes que glorificam condutas


sexuais pecaminosas, ou então ouço músicas populares que promovem a
sexualidade ilícita e mancham a beleza e a bondade presentes em potência
na sexualidade humana? Faço isso sem pensar muito a respeito?

- Se sim, digo a mim mesmo que ignoro essas partes ruins e não sou
influenciado por elas? (Isto provavelmente não é verdadeiro, e mesmo que
seja, caso eu tenha pagado algum dinheiro para consumir esses produtos,
parei para considerar que eu auxiliei aqueles produtores a criar mais daquele
material, o que pode conduzir muito mais gente ao pecado?)

- Coloco-me de algum outro modo no caminho dos pensamentos e condutas


luxuriosos através das mídias que consumo, dos produtos que compro ou
dos lugares que frequento?

- Quando me vejo alimentando certos pensamentos luxuriosos despertados


por alguém ou alguma imagem que vi, ou por alguma memória que me
ocorreu, agrado-me com isso ou procuro evitá-los? Treinei a mim mesmo
para ver como esses pensamentos corroem e desonram a dignidade do meu
estado de vida, sendo eu solteiro, casado, viúvo ou religioso?

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Quanto aos precursores da luxúria: falhei ao lutar pelo autocontrole contra
a gula ou a bebedeira, que podem alimentar minhas tendências à luxúria?

Quanto às filhas da luxúria: procuro na consciência ocorrências de cegueira


de espírito, inconsideração, inconstância, precipitação, amor-próprio, ódio
de Deus, apego à vida presente e horror à vida futura? Mesmo que eu não
tenha cometido adultério, fornicação ou qualquer outro pecado sexual mais
explícito, pratiquei-os no coração? Desonrei meu cônjuge dando atenção
demais a pessoas do sexo oposto? Desonrei, pelo mesmo motivo, minha
condição de consagrado?

Agradeci a Deus pela sexualidade humana e demonstrei gratidão e amor a


Ele através da tentativa de purificar meus pensamentos?

TAREFA DO DIA:

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32° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Amor próprio – egoísmo

Fomos criados e remidos por Jesus, que é Amor eterno. Jesus nos libertou
para podermos amar, e este amor concentra-se em outra pessoa, e não voltado
para si mesmo. O egoísmo é o oposto do amor, porque concentra-se em si
mesmo e não é sensível a outra pessoa, nem ao que ele necessita ou deseja.
Enquanto o amor se preocupa com o outro e lhe dá a boa vontade, o egoísta
só pensa em satisfazer o ego, os seus prazeres, vontades, necessidades sem

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olhar para fora, ou para o outro primeiro. Acha sempre que deve ter direitos.
Suas exigências devem ser satisfeitas, quer sejam relacionadas com saúde,
conforto, tempo, direito e respeito. Ele vive para seu ego; ele mima o ego.
O aspecto grave disso está em que o egoísta vive para si mesmo e não para
Deus, nem para o próximo confiado por Deus a ele. Em vez de adorar a
Deus, ele está adorando o seu próprio ego. Vai ser terrível quando despertar
na eternidade. Será alcançado pelo veredito: “Fora (da cidade de Deus)
ficam... os idólatras” (Apocalipse 22.15). Um egoísta, em seu imprudente
egocentrismo, corre o risco de passar por cima de tudo para satisfazer às
próprias exigências, não importando o prejuízo que possa causar ao próximo.
Assim, de várias maneiras ele quebra os mandamentos de Deus e amontoa
julgamento e infelicidade para si. Por isso precisamos odiar o egoísmo e
empreender uma séria batalha da fé contra ele para sermos redimidos.

Acima de tudo, é necessário que reconheçamos, à luz de Deus, o nosso


egoísmo camuflado. Podemos camuflá-lo, por exemplo, amando nossa
família e cuidando dela. Com certeza isso é muito bom. Mas, se estamos tão
interessados nos direitos e no bem-estar da nossa família que prejudicamos
os outros, isso é “egoísmo familiar”. Estamos meramente nos concentrando
ao redor de um “ego ampliado”. Outra expressão deste egoísmo familiar
pode manifestar-se na atitude de pais que, por causa dos seus planos
ambiciosos, buscam evitar que seus filhos atendam ao chamado de Deus
para se dedicarem a um serviço de tempo integral no Seu Reino.

O egoísmo não somente faz com que outras pessoas sofram e que pequemos
contra elas, mas também prejudica nossa alma. Nós o alimentamos com tudo
que o ego deseja, de modo que não resta nenhum espaço para a vida divina,
para a habitação de Jesus em nosso coração. Então Jesus nos dirige estas
severas palavras: “Tens nome de que vives e estás morto” (Apocalipse 3.1).
Se cremos em Jesus, mas ainda somos dominados pelo egoísmo, estamos
levando uma vida cristã imaginária e pertencemos aos hipócritas. Quando
entregamos nossa vida a Jesus, nós Lhe demos as prioridades de nossa vida:
“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si

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mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios
5.15).

Visto que todos temos a tendência egoísta, é necessário compreendermos


claramente que temos de libertar-nos do egoísmo, custe o que custar. O modo
para se conseguir isso envolve uma rendição definitiva da vontade. Temos
que tomar uma decisão. Queremos continuar a impor nossas exigências
egoístas para que sejam satisfeitas? Ou queremos odiar esse “ídolo”, nosso
ego, e deixar de dar-lhe algo que possa alimentá-lo? Queremos fazer tudo
para sentenciá-lo à morte? Se dissermos a Jesus: “Quero ser Teu discípulo,
quero seguir contigo o caminho do sacrifício”, o primeiro passo foi dado.
Pois Jesus só pode nos libertar da sujeição ao pecado se, conscientemente,
nos entregamos a Deus.

“Sê forte e corajoso!”. Para aquele que crê no poder do Sangue de Jesus,
nada é impossível!

TAREFA DO DIA:

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106
33° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que,
pela humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde
para vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal,


recebestes de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba
do príncipe das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis
de Deus a verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no
cumprimento contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no
sofrimento e na penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus,
socorrei-nos para que não desfaleçamos!

Dia da “pausa”. Faça um momento de revisão/análise dos conteúdos vistos


até aqui.

107
34° DIA
Segunda-feira
ORAÇÃO

São Gabriel Arcanjo, vós que sois o Arcanjo que nos ensina a ouvir a voz
de Deus, vinde em nosso auxílio! Peça essa graça de ser visitado por São
Gabriel, que ele te ensine a ouvir a vontade de Deus, a Sua palavra e as Suas
ordens de amor.

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL ARCANJO

Vós, Anjo da encarnação, mensageiro fiel de Deus, abri os nossos ouvidos


para que possamos captar até as mais suaves sugestões e apelos de graça
emanados do coração amabilíssimo de Nosso Senhor. Nós vos pedimos que
fiqueis sempre junto de nós para que, compreendendo bem a Palavra de
Deus e Suas inspirações, saibamos obedecer-lhe, cumprindo docilmente
aquilo que Deus quer de nós. Fazei que estejamos sempre disponíveis e
vigilantes. Que o Senhor, quando vier, não nos encontre dormindo, mas
atentos ao Seu chamado!

MEDITAÇÃO DO DIA

Apego à vida presente

“O homem que verdadeiramente ama o Senhor e é vigoroso e diligente


na busca do Reino vindouro; o homem verdadeiramente agastado com os
seus próprios pecados; o homem verdadeiramente cônscio do julgamento
e do tormento eterno; o homem e que verdadeiramente vive no temor da
própria morte; esse homem não ama, não se importa ou se preocupa com
dinheiro, ou com bens, ou com sua família, ou com a glória deste mundo, ou
com seus amigos; esse homem não se preocupa com nada desta terra; mas,

108
tendo se desagrilhoado de todas as coisas e se desnudado de todas as suas
preocupações mundanas, e tendo começado a odiar até mesmo a sua própria
carne, seguirá a Cristo sem ansiedade ou hesitação, buscando apenas a ajuda
do Céu, de acordo com as palavras de Santo Agostinho: A minha alma está
intimamente unida a ti (sl 62,9) e de acordo com o memorável autor, que
disse: Mas eu não me turbei seguindo-te como meu pastor; nem desejei dia
(ou favor) de homem algum; tu bem o sabes (Jr 17,16)”. (São João Clímaco)

Quando o Apóstolo Paulo escreveu: “Demas, tendo amado o presente


século…” (2 Timóteo 4.10), afirmou que Demas o tinha abandonado, bem
como a obra de Jesus Cristo; ele se desviara. Porque “se alguém ama o mundo,
o amor do Pai não está nele” (1 João 2.15); está sob o domínio de alguém, o
“príncipe deste mundo”, e ama seu círculo de influência. Pensamos muitas
vezes que a “amizade do mundo” não é prejudicial e tentamos justificá-la
com desculpas, tais como: “eu sou aberto para o mundo, não sou de mente
estreita”. No entanto, a amizade do mundo é um pecado perigoso; coloca-
nos nas mãos do inimigo de Jesus.

Para não cairmos nesse engano, devemos discernir se amamos ao mundo


da maneira como “Deus amou ao mundo” (João 3.16), ou como o príncipe
deste mundo procura fazer que amemos. Um exemplo do relacionamento
certo com o mundo dá-nos o Apóstolo Paulo. Ele também viveu no mundo
e usou suas dádivas e bens, e desfrutou deles, mas dando graças a Deus.
Em tudo ele amou e honrou o Criador de todas as dádivas e O louvou por
elas. Sua alegria por tudo que foi criado era sua alegria por Deus que lhe
proporcionara as dádivas. Era por isso que não lhe importava se tinha bens
terrenos ou não; sentia-se totalmente livre deles. Só podia alegrar-se por
eles quando Deus lhe concedia essas coisas.

Mas seria horrível se vivêssemos para o mundo, em vez de vivermos para


Deus, ou seja, se amássemos as pessoas, os bens e posses deste mundo,
estando preso a eles sem uma ligação com Deus.

109
Estas palavras se aplicam a nós: somente podemos servir a Deus ou a
Mámon, isto é, o mundo; só podemos amar a Deus ou ao mundo. Amar
significa ser inteiramente dedicado àquilo que amamos. Pois, seja qual for
a pessoa ou objeto a que nos dedicamos, está roubando o lugar de Deus em
nossa vida.

Portanto, o amor ao mundo é culto idólatra. Jesus está nos perguntando:


“Desejam ser livres do pecado do amor ao mundo?”. Seu sangue só será
eficiente para aqueles que realmente querem ser libertados. Podemos crer
que Jesus nos concederá o desejo sincero de sermos livres, se ainda não o
temos, porque Ele também morreu e ressurgiu dos mortos para poder dar-
nos essa disposição. Ele quer nos livrar do amor ao mundo, porque sabe
que ele nos prende ao príncipe deste mundo, Satanás. No entanto, Jesus
quer nos conceder alegria agora e na eternidade, livres de correntes que
nos prendem às trevas. Por isso nos exorta: “Não amem o mundo nem o
que nele há... o desejo da carne, o desejo dos olhos e o orgulho dos bens...
Ora, o mundo passa, bem como seus desejos; mas aquele que faz a vontade
de Deus permanece para sempre” (1 João 2.15-17) com Jesus em Seu Reino.

“Todo dia, ao nos levantarmos, pensemos que não chegaremos até a


noite, e a noite, ao nos deitarmos, pensemos que não acordaremos no dia
seguinte. A nossa vida, por natureza, é incerta; todo dia nos é medido pela
providência. Dispostos e vivendo assim todo dia, não pecaremos...” (Santo
Antão)

TAREFA DO DIA:

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110
35° DIA
Terça-feira
ORAÇÃO

Hoje é dia de dedicar nossas orações a todos os Santos Anjos, em especial,


gratidão ao nosso Anjo da Guarda.

ORAÇÃO AOS SANTOS ANJOS

“Anjo de Deus, que sois a minha guarda e a quem fui confiado por celestial
piedade, iluminai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. Amém!”

SANTO ANJO DA GUARDA

Anjo santo, meu conselheiro, inspirai-me.

Anjo santo, meu defensor, protegei-me.

Anjo santo, meu fiel amigo, pedi por mim.

Anjo santo, meu consolador, fortificai-me.

Anjo santo, meu irmão, defendei-me.

Anjo santo, meu mestre, ensinai-me.

Anjo santo, testemunha de todas as minhas

ações, purificai-me.

Anjo santo, meu auxiliar, amparai-me.

Anjo santo, meu intercessor, falai por mim.

Anjo santo, meu guia, dirigi-me.

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Anjo santo, minha luz, iluminai-me.

Anjo santo, a quem Deus encarregou de conduzir-me, governai-me.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a


piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine.
Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Eis aí tua mãe” (Jo 19, 26-27)

Contra a luxúria, Jesus Cristo encarna o Amor

“Eis aí tua mãe” (Jo 19, 26-27) é a palavra de Cristo na cruz que o Arcebispo
Fulton Sheen disse que serviria como reparação pelos pecados de luxúria do
mundo. Na sua morte na cruz, “em reparação por todos os pecados da carne,
Ele quase se desfaz de toda a Sua carne, já que, de acordo com a Sagrada
Escritura, era possível contar todos os ossos de seu corpo”. Cristo, que não
tinha pecado algum, abriu mão de todos os apegos mundanos, inclusive de
Sua mãe e de Sua própria carne, por nossa causa.

Ele se fez carne pela Virgem Maria e não recebeu mancha alguma do Pecado
Original. A própria Virgem Maria foi agraciada por Deus com uma imaculada
conceição e não portava mancha nenhuma, nem do Pecado Original e
nem de nenhum pecado adquirido, e, no entanto, os dois voluntariamente
sofreram muito com e pelos pecados dos outros. Nenhum deles pecou
por luxúria, apesar de seus corações terem ido ao alcance daqueles que
sofriam com o vício da luxúria. Jesus sentou-se à mesa com prostitutas e
perdoou a adúltera, ainda que lhe tenha pedido que renegasse seus modos
pecaminosos no intuito de segui-lo, ele que é o verdadeiro caminho. Ao
contrário dos outros, incluindo aí Judas Iscariotes, ele não se incomodou
com Maria de Betânia, a mulher pecadora que ungiu seus pés com um
perfume preciosíssimo. Pelo contrário, ele disse que ela havia feito uma

112
boa coisa, e a abençoou (cf. Jo 12, 1-8).

Quando formos tentados por aqueles primeiros impulsos da luxúria,


devemos admitir nossa fraqueza e pedir ajuda a Deus, e que peçamos também
pela ajuda específica de Seu Filho e de sua Santa Mãe. Eles nos ajudarão a
derrotar a luxúria, e se renegarmos Sua ajuda e formos derrotados pelo vício,
eles estarão sempre prontos para nos ajudar a retomar o prumo, limpar a
sujeira e a nos reequipar com a temperança e a castidade, no intuito de
voltar ao campo de batalha.

Jesus experimentou o olhar de uma Mãe que dizia: “Coragem, filho!”.


Maria ficou aos pés da Cruz e a sua presença ao lado Dele acompanhando,
olhando, chorando foi essencial. A Bíblia faz questão de dizer que Maria
permaneceu de pé, pois Ela está ali sabendo que a missão dela é ajudá-lO, é
incentivá-lO e fortalecê-lO para que Ele consiga ir até o fim. Apenas com o
olhar Ela dizia: “Coragem, filho!”.

Jesus viveu uma experiência incrível, e Ele quis nos deixar isso. É como
se Ele dissesse: “Nos momentos das minhas dores, Ela estava lá comigo, e
eu vou deixar Ela contigo para que Ela fique também ao teu lado nas tuas
dores”. Maria aponta Jesus a todo tempo. Em todas as aparições de Nossa
Senhora, Ela nos direciona para Jesus.

Faça hoje esta experiência de se colocar aos pés da cruz de Cristo e sentir
Maria ao seu lado te dizendo: “Coragem, filho(a)!”.

113
36° DIA
Quarta-feira
ORAÇÃO

São Rafael Arcanjo, Vós que sois o Anjo do discernimento dos espíritos, o
radar de Deus, aquele que corta, arranca o mal e pisa na cabeça da serpente,
vinde em nosso socorro neste dia de oração. Clamemos a visita de São
Rafael!

ORAÇÃO A SÃO RAFAEL ARCANJO

Vós que sois lança e bálsamo do amor divino, feri o nosso coração e depositai
nele um amor ardente a Deus. Que esta ferida não se apague nele, para que
nos faça perseverar todos os dias no caminho da caridade e do amor. Que
tudo vençamos pelo amor!

MEDITAÇÃO DO DIA

Antídoto contra a luxúria: virtude da castidade

“A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e,


com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. A
sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e
biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando é integrada
na relação de pessoa para pessoa, na doação mútua integral e temporalmente
ilimitada do homem e da mulher” (Catecismo, n. 2337).

São João Paulo II, no documento do Conselho Pontifício para a Família,


intitulado Sexualidade humana: verdade e significado, escreveu para nós:
“O ser humano, enquanto imagem de Deus, é criado para amar. Criando-o
à Sua imagem, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a
vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão.

114
A pessoa é, portanto, capaz de um tipo de amor superior: não o amor de
concupiscência, que vê só objetos com que satisfazer os próprios apetites,
mas o amor de amizade e oblatividade, capaz de reconhecer e amar as
pessoas por si mesmas.”

A castidade é a capacidade de se viver um amor de generosidade, à


semelhança do amor de Deus; é querer, em tudo, o bem ao outro porque se
reconhece que se é digno de ser amado. É um amor que gera a comunhão
entre as pessoas.

A castidade, aliada à temperança, é a virtude específica que comanda as


batalhas contra a luxúria. Uma arma muito eficaz nesta batalha é a “modéstia
dos olhos”. Somos chamados a viver a castidade conforme o nosso estado de
vida, sejamos casados ou não, e ao praticar a modéstia dos olhos estaremos
ajudando Deus a “livrar-nos de todo mal”.

Santo Tomás diz que “aqueles que não acham alegria nas coisas espirituais
recorrem aos prazeres aos prazeres da carne”. Para refrear a luxúria, portanto,
concentremo-nos nas coisas mais altas de Deus, de onde decorrerá o amor
em vez da luxúria. Os prazeres espirituais são os “puros” prazeres de que
estamos falando. Ser puro de coração é estar na melhor condição para ver
a Deus. Quando nos esforçamos para vê-Lo e para guiar nossas vidas de
acordo com Sua luz, estamos nos colocando na melhor posição para manter
puros o coração e o corpo.

115
37° DIA
Quinta-feira
ORAÇÃO

Pedimos, nesta quinta-feira, aos Anjos da luz para que possam nos visitar e
nos conduzir a termos um coração adorador. Assim como o Anjo de Portugal
ensinou aos pastorinhos de Fátima, em suas orações, a adorar Deus no
Santíssimo Sacramento, rezemos com a certeza de que esta oração atrai os
Anjos e o Senhor dos Anjos.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente


e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus
Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes,
sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

MEDITAÇÃO DO DIA

Ira: raiva

Hoje falaremos de algo que muitos têm em comum no seu dia-a-dia, mas,
não é normal. A ira é um sentimento pecaminoso e, por isso, sai da ordem
do normal, uma vez que Deus não nos criou para a ira.

Jesus nos ensina no sermão da montanha que devemos ser mansos, como
diz no Evangelho de Mateus 5,5.9: “Felizes os mansos, porque receberão a
terra como herança; felizes os promovem a paz, porque verão a Deus”. Logo,
Ele exclui o comportamento irascível. Jesus continua dizendo em outra
passagem que, aqueles que proferem insultos violentos contra o próximo,
encontrarão seu lugar eterno no fogo do inferno, se não se arrependerem

116
de sua ira (Mateus 5,22). Jesus nos diz de forma bem clara: do mesmo modo
como os mansos Lhe pertencem, os irados pertencem a Satanás e ao seu
reino de trevas. Portanto, não importa quanto custe, devemos libertar-nos
da raiva, de nos encolerizarmos e enfurecermos.

Muitos trazem a desculpa de que a reação irascível foi para corrigir com
amor, porém, te questiono se, nossas boas intenções estão misturadas
com amargura e indignação. Poderá haver algo de bom por trás das nossas
palavras zangadas e furiosas, quando tudo isso está guardado em nosso
coração? Não passamos de mentirosos e hipócritas se fingimos que o
desejamos é ajudar outras pessoas a voltar ao caminho reto, passando-lhe
uma repreensão. Na verdade, o que de fato queremos, é dar vazão à nossa
contrariedade e ira.

Devemos declarar guerra à ira e escolher o caminho de Jesus. Devemos


imitá-lO, pois Ele mesmo nos diz: “Eu sou manso” (Mateus 11,29) – Jesus, o
Cordeiro de Deus, cheio de mansidão, paciência e bondade – um retrato de
amor que vence tudo! Ele nos redimiu para que alcançássemos essa imagem.
Devemos refletir esse amor, que ganha outras pessoas, que é oposto da ira e
da raiva. A mansidão e a bondade têm grande poder e derretem os corações
duros como um vento primaveril.

Um bom exercício de santidade quando estivermos contrariados e


aborrecidos por alguma coisa é não procurar o ofensor imediatamente para
dar vazão à nossa raiva. Esperemos e oremos primeiro. Quem sabe, em vez
de agredi-lo com palavras ofensivas, devêssemos escrever-lhe umas poucas
linhas num papel. Não devemos permitir que o sol se ponha sobre nossa
ira, mas humilhar-nos diante de Deus e, se necessário, também diante da
pessoa contra a qual estivemos zangados. Deus abençoará tais passos dados
em obediência, e fará de nós pessoas mais mansas.

Em Cristo somos nova criatura, remidos segundo a imagem do Cordeiro,


que se mostrou manso e humilde.

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Pare e reflita: como anda o seu comportamento? Faça um mapeamento
das suas atitudes quando você sente raiva, como você age e o que poderia
fazer para melhorar a sua reação.

TAREFA DO DIA:

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38° DIA
Sexta-feira
ORAÇÃO

Iniciamos, hoje, clamando a força e a presença dos Anjos da Paixão para


que, nesta sexta-feira, nos introduzam no mistério profundo da Via Sacra.

ORAÇÃO DOS SANTOS ANJOS

Nós vos louvamos e vos bendizemos, ó Cristo Jesus, porque sois o centro
do mundo angélico. Nós vos adoramos, ó Cristo Jesus, porque voltareis à
Vossa glória, com todos os Vossos Anjos. Em vós, ó Cristo Senhor, foram
criadas todas as coisas dos céus e da terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos,
Dominações, Potestades. Tudo foi criado por Cristo e para Cristo. Nós vos
bendizemos, Espíritos Celestiais, servidores enviados ao serviço dos que
herdam a Salvação. Nós vos bendizemos porque desde a criação estais a
serviço de Deus, como Mensageiros obedientes, anunciando a salvação dos
seres humanos e ajudando-nos nos caminhos de Deus. Nós vos bendizemos,
amigos de Deus, porque ajudais misteriosa e poderosamente a Santa Igreja.
Convosco nós adoramos o Deus Três Vezes Santo, na liturgia. Nós vos
bendizemos porque ajudais a vencer o maligno que luta contra o plano de
Deus. Anjos santos e benditos, obedientes à voz do Senhor, protegei a todos
nós e a tudo que temos. Cercai as nossas casas, o nosso trabalho e as nossas
vidas com a vossa bondosa proteção, e que um dia, com a vossa ajuda,
possamos chegar ao reino eterno, onde adoraremos convosco a Santíssima
Trindade. Com Maria, nossa Mãe, Rainha dos Anjos e dos Santos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

Ira – extirpando esse pecado

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Vamos continuar a tratar da ira, este pecado capital poderoso e mortal,
porque, assim como a luxúria, ele se desenvolve sobre uma paixão sensível
natural incorporada na nossa natureza decaída. Enquanto pecar por luxúria
é falhar ao usar a razão para refrear nosso apetite concupiscível por aquilo
que desejamos, pecar por ira é falhar ao usar a razão para controlar o nosso
apetite irascível, que busca lutar contra as coisas que tentam frustrar nossos
desejos.

Vejamos alguns dos caminhos possíveis para essa vitória e os ensinamentos


com os quais devemos nos armar.

O primeiro exame que preciso fazer é verificar como está o nosso coração.
Santo Tomás de Aquino nota que alguns descrevem a ira como “um acúmulo
de sangue próximo ao coração”, e que “uma disposição para a ira surge
de uma emoção da alma devida ao mal infligido” (ref. suma teológica). É
interessante mencionar a ligação entre a ira e o coração, dado que algumas
pesquisas modernas indicam que as pessoas mais agitadas e pró-ativas, que
são mais propensas a ataques cardíacos, têm uma tendência para sofrer
ataques frequentes de raiva. Logo, preciso avaliar como estou vivendo, como
anda os agitos do meu coração, avaliar como me permito ser tomada pelas
emoções. Desta forma, conseguirei o primeiro panorama da raiva dentro de
mim.

O segundo exame que preciso fazer é vasculhar a nossa consciência em


busca das filhas mortais da ira: contenda, inchaço da mente, insultos,
algazarra, indignação e blasfêmia. Precisamos nos treinar para reduzir a
presença dos vários tipos de filhas da ira que tendemos a manifestar mais
frequentemente no nosso dia-a-dia para, daí, confessá-los.

A raiva é perigosa porque pode facilmente obscurecer ou mesmo cegar a


nossa razão. Confessar pecados da ira, pelo contrário, pede que façamos bom
uso da razão, no intuito de colocar esses pecados sob a luz do entendimento,
uma vez que o ritmo do nosso coração e dos nossos pensamentos tenha
voltado ao normal. O santo sacramento da Eucaristia pode nos ajudar na

120
guerra contra a ira. Sempre peça a graça da mansidão, da paz interior e da
alegria, pois são dons do Espírito Santo, e quando pedimos com fé, esses
dons crescem em nós. É o momento que a transformação acontece, de
pessoas irascíveis para pessoas controladas pelo Espírito de Deus.

Para ajudar numa tomada de decisão nova, segue umas perguntas para a
reflexão:

- Permiti que eu me tornasse colérico e irritadiço, portador de uma raiva


facilmente inflamável que explode logo à primeira das inconveniências?
Xingo, brigo ou grito com o motorista que dirige devagar ou quando chuto
o pé da cama? Ou quando tropeço em algo? Ou quando um irmão vai me
fazer uma crítica?

- Permiti que me tornasse rabugento, alimentando antigas feridas,


mantendo-as presas no peito, talvez até saboreando minha ira efervescente
e borbulhante, garantindo que seus carvões permanecessem acesos até que
eu obtivesse a vingança?

- Tornei-me tão mal-humorado, austero ou rancoroso ao ponto de não ceder


em minha ira ou me desculpar depois de ter desferido um golpe vingativo
ou injusto, talvez até no tratamento com alguém querido?

Hoje é dia de clamar o batismo do Espírito Santo para que Ele controle o
nosso temperamento.

TAREFA DO DIA:

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121
39° DIA
Sábado
ORAÇÃO

Aos sábados, nos dedicamos às orações marianas. Pedimos, hoje, o auxílio


da Mãe em nosso caminho de santidade. Peça, neste momento, à Nossa
Senhora que mostre aquilo que você precisa enxergar, com muito carinho
e de maneira que só Ela sabe explicar. Ela irá te mostrar os teus pecados
e gerar em teu coração um caminho de arrependimento através da luz de
Deus que Ela revela a nós. Mãe, coloque-nos dentro da luz! Rezemos:

AUGUSTA RAINHA DOS ANJOS

Augusta Rainha dos Anjos, Vós que recebestes de Deus o poder e a missão
de esmagar a cabeça de Satanás, humildemente Vos rogamos que envieis
as legiões celestes para que, às Vossas ordens, persigam e combatam os
demônios, combatendo-os por toda parte, reprimindo-lhes a insolência e
lançando-os no abismo. Quem como Deus? Ó boa e terna Mãe, Vós sereis
sempre o nosso amor e a nossa esperança. Ó Mãe de Deus, enviai os Santos
Anjos para nos defender e repelir para longe de nós o cruel inimigo. Santos
Anjos e Arcanjos, defendei-nos, protegei-nos. Amém!

MEDITAÇÃO DO DIA

“Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34)

Das sete últimas palavras de Cristo na cruz, Fulton Sheen nos diz que a
primeira foi dita em reparação pelos pecados da ira: “Pai, perdoa-lhes;
porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Aqui jaz o Cristo crucificado,
vítima de uma ira inenarrável, de crueldade e brutalidade absurdas, ecoando
as palavras que nos ensinou a rezar, pedindo a Deus Pai que perdoasse
aqueles que nos têm ofendido. Ele nos mostra claramente que, quando
erram conosco, devemos pedir a Deus que perdoe aquele que cometeu a
transgressão, ao invés de espumarmos de raiva enquanto planejamos a

122
vingança. Isso não significa que não possa haver uma ira justificável, como
mostrou Jesus na limpeza do Templo (cf. Jo 2, 13-17), e o fez dando uma
demonstração perfeita da virtude da mansidão.

Ao rezarmos, todos os dias, o nosso terço do Sangue de Jesus, estamos


sendo introduzidos no mistério da Palavra, no mistério das 7 últimas
palavras de Jesus na cruz. No extremo dos limites humanos, Jesus se une
a cada um de nós. Ele se une às nossas dores e aos nossos maiores e mais
profundos sofrimentos. Jesus experimentava, ali, a dor de ser entregue à
morte por aqueles que Ele amou. E por que fez isso? Unicamente para nos
salvar. Quando contemplamos a cruz, contemplamos um olhar de amor que
nos entende, que entende a dor da traição, do abandono, da rejeição, se une
a nós e nos diz: “Filho, Eu vou te dar forças, o Meu Sangue vai te dar força
para vencer!”. Então, quando rezamos “Jesus, lava-me com Teu Sangue”, é
este Sangue que nos fortalece para perdoar, que lava nossas dores interiores
do veneno da ira, do ódio e da vingança. É no momento em que nos achamos
asfixiados, no momento em que achamos que fomos derrotados e vencidos,
e que estamos feridos nas profundezas, é aí que vamos precisar dizer: “EU
PERDOO!”. “Foi aqui, aos pés da cruz, que o Senhor me ensinou a perdoar
àqueles que haviam me ferido. O Senhor nunca nos pede nada que não tenha
experimentado ou vivido. Ao olhar para a cruz, eu contemplo um olhar que
entende que dor é essa da traição. Jesus, lava-me com Teu Sangue! Você
entende as minhas dores, então me ajuda a ficar de pé, porque está difícil…”
(Raquel Carpenter).

Este primeiro mistério nos une a Jesus e nos traz uma força grandiosa.
Não há dor que Jesus não compreenda. Quando Ele diz: “Amai até os que
o perseguem”, Ele sabe o que está dizendo. Com certeza foi muito custoso
dizer qualquer palavra em meio à tanta dor. Jesus já estava asfixiando e
precisava fazer força nos pés e no corpo inteiro para falar. São as últimas
palavras mais doídas, porém as mais profundas de Seu coração.

123
40° DIA
Domingo
ORAÇÃO

Inicie este dia clamando as graças de São Miguel Arcanjo, Arcanjo que,
pela humilde, derrotou o inferno. Peça a ele a graça de um coração humilde
para vencer os vícios e crescer em virtudes, por amor à vontade de Deus.

ORAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Vós, príncipe dos exércitos celestes, vencedor do dragão infernal,


recebestes de Deus força e poder para aniquilar, pela humildade, a soberba
do príncipe das trevas. Insistentemente vos suplicamos que nos alcanceis
de Deus a verdadeira humildade de coração, uma fidelidade inabalável no
cumprimento contínuo da vontade de Deus e uma grande fortaleza no
sofrimento e na penúria. Ao comparecermos perante o tribunal de Deus,
socorrei-nos para que não desfaleçamos!

MEDITAÇÃO DO DIA

Antídoto contra a ira: virtude da paciência

A palavra paciência procede do latim pati, que significa padecer. A virtude


da paciência é, de fato, “a arte de padecer”. Pela luz do Espírito, pode-se
definir como “a arte de sofrer com fé, esperança e amor”, sobretudo com
amor. Só o amor é causa da paciência, escreveu Santo Tomás. Isso significa
que toda impaciência tem como causa a falta de amor, de amor a Deus ou
de amor ao próximo, ou de ambos.

Por mais que a ira e todas as suas filhas sejam poderosas, devemos nos
certificar de que estamos armados com três virtudes serenas, porém
potentes, que podem colocá-las em seu devido lugar. A paciência é uma
virtude relacionada à fortaleza que, segundo Santo Tomás, capacita-nos a
suportar dificuldades e sofrimentos sem sentirmo-nos tristes ou derrotados,

124
especialmente quando essas dificuldades tiverem sido criadas pela ação dos
outros. Se tivermos em mente essa virtude de santo, que é a calma e sóbria
paciência, e lutarmos efetivamente para cultivá-la em nossos pensamentos,
palavras e ações, nossas almas abrigarão um espaço cada vez menor para a
raiva.

Às vezes, a justiça requeira algum tipo de punição para um transgressor,


e nessa situação talvez seja necessário usarmos da virtude da clemência.
Esta virtude está relacionada à virtude cardeal da temperança, e é ela que
tempera nossos desejos por vingança. Segundo Santo Tomás, “a clemência
é a leniência (suavidade) de um superior para com um inferior”.

Uma terceira grande virtude que trabalha bem com a paciência e com a
clemência na tarefa de derrotar a ira e suas filhas é a mansidão. A clemência
e a mansidão trabalham juntas para conter o “ataque da ira”, mas diferem
uma da outra “na medida em que a clemência modera a punição externa,
enquanto a mansidão atenua a paixão da ira, propriamente” (Aquinate).

Quando nos treinamos para domar os rompantes de ira através do uso da


sóbria razão e de uma vontade treinada – a nossa razão e a nossa vontade são
poderes espirituais através dos quais fomos feitos à imagem e semelhança de
Deus -, ficamos mais afinados com o mundo do espírito e menos facilmente
vencidos pelas agitações da carne.

Mansidão não é fraqueza. Há momentos para ações mais duras, mas


mesmo a justa ira deve ser moderada quanto ao modo pelo qual é expressa
e demonstrada. Cristo odiou o pecado, mas amou os pecadores, sempre
moderando sua ira, e de modo mais impressionante ainda quando sofreu
voluntariamente sua morte na cruz. Devemos lembrar: a clemência implica
a leniência de um superior para com um inferior. E quem poderia ser mais
superior a nós todos do que o próprio Deus encarnado? Quem poderia sofrer
uma punição mais injusta e hedionda e ainda oferecer aos seus algozes, não
a dor e a morte, mas a vida eterna de alegrias junto dele caso mudemos
nossos corações, nos voltemos a Ele e vivamos a vida de amor que Ele nos
demonstrou? Portanto, quem somos nós para espumar de raiva quando um
e outro não nos agrada? Seríamos muito mais agraciados se lutássemos

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para nos tornarmos mansos!

Na prática, quais exercícios deve-se fazer para adquirir a virtude da


paciência?

· Saber ir além de suportar

· Saber esperar

· Saber calar

· Saber falar

· Saber praticar as mortificações da paciência

Questionário sobre a paciência

- Vejo claramente que uma das manifestações principais da fortaleza é a


paciência, que leva a resistir às dificuldades, ao sofrimento e ao cansaço,
sem cair nas queixas nem no desânimo?

- Esforço-me por aceitar pacientemente os defeitos alheios, sem me irritar,


sem ofender, sem perder a serenidade nem cair na autocompaixão?

- Costumo dizer, em tom de queixa, que preciso de ter muita paciência com
as pessoas e com as dificuldades da vida? Não percebo que as almas grandes,
por serem generosas, precisam de menos paciência, porque aceitam com
mais naturalidade o sacrifício?

- Evito comentar desnecessariamente com os outros as dores, gripes, ou


outro tipo de mal-estar físico? Evito também resmungar do frio, do calor,
da lentidão do trânsito, etc?

- No relacionamento com os outros, respondo ao mal com o mal, ou sei


controlar-me, esperar, oferecer a Deus a mágoa, e reagir serenamente,
procurando - sempre que seja possível - “afogar o mal na abundância de
bem”?

- Tenho paciência com os que usam de conversas intermináveis ao telefone,


e procuro o modo mais delicado de abreviá-las?

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Sei repetir calmamente as explicações que dou a outros, quando não as
entendem de início ou ficam pedindo esclarecimentos que me parecem
inúteis?

Implico com os maus hábitos, tiques ou cacoetes dos outros, como a mania
de bater na cadeira ou no sofá, de fungar, de contar piadas sem graça...?

Evito os modos ásperos de falar, de cobrar, de lembrar aos outros o que


deveriam ter feito?

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Adentremos na SEMANA SANTA com o coração aberto para mergulhar
nos mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo. E, ao final desta
jornada, declare:

EU SOU VI TORIOSO(A)
PELO SANGUE DE JESUS!

Oh Glória!!!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Qual o sentido da Quarta-feira de Cinzas? (cancaonova.com)

2. O que é Quaresma? - Comunidade Católica Shalom (comshalom.


org)

3. Como discernir qual penitência fazer? (cancaonova.com)

4. Jejum e abstinência: saiba o que ensina a Igreja sobre o assunto -


Notícias (cancaonova.com)

5. Livro “SANGUE PRECIOSO – Preço da nossa salvação” – Frederick


William Faber

6. A Chaga do Lado do Corpo de Jesus e a virtude da humildade


(aleteia.org)

7. Livro “A Conquista das Virtudes” (Francisco Faus)

8. Livro “Dentro da Luz” ( Angela de Fátima Coelho)

9. Quaresma: um profundo sentido de reparação - Opus Dei

10. Livro “Os sete pecados capitais – Um guia tomista para derrotar
o vício e o pecado” (Kevin Vost)

11. Palestra “7 Palavras De Jesus na Cruz | Terço do Sangue de Jesus”


(Raquel Carpenter)

12. Livro “Nunca mais serás o mesmo” (M. Basilea Schlink)

13. Livro “Escada do Paraíso” (São João Clímaco)

14. Documentário “Cimbres: Nossa Senhora salvará o Brasil”

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