Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
humana está no obscuro poder da matéria (sinónimo de natura, natureza, cosmos,
mundo, universo). O SH responde às Q.P. centrado na impossibilidade de conhecer a
causalidade real de tudo o que existe: ele só se relaciona com a sua própria origem,
essência e finalidade através da competência sensorial. Esta competência esclarece-o
muito pouco e fá-lo permanecer numa atitude de fragilidade e necessidade perante
natureza material obscura, todo poderosa e incognoscível.
2
Conceito: a essência, a origem e a finalidade da vida humana (as Q.P.) encontram-se
respondidas na relação íntima do SH com o Ser Superior ao Mundo material, seu
Criador. Há aqui uma ampliação antropológica, ou seja, o SH é considerado em ordem a
uma quarta dimensão (para além das três essenciais: sentir, raciocinar e escolher), a
dimensão da relação com Deus. A relação a esse Ser é simultaneamente uma relação de
filiação (o Ser Superior é Criador das criaturas e o SH reconhece aí o papel de Pai e
filhos): essa consciência da filiação divina é um quarto dom, o dom da fé sobrenatural,
que nega qualquer poder fora de Deus. A mentalidade religiosa opõe-se à mentalidade
mitológica, porque esta diviniza a matéria mundana (que, no entender dos religiosos,
não tem poder algum).
3
mediante uma ascese (subida), que inclui práticas de vida o menos mundanas possível.
Aquele que ascende (asceta) eleva-se (sobe a Deus) através dos meios que escolher para
tal: a oração, o jejum, a mortificação, o silêncio, a solidariedade, o voluntariado, a
pobreza, etc. Estes meios afastam-no da matéria (que não é Deus) e aproximam-no do
espírito (que é Deus). Os ascetas das várias religiões são seres humanos mortais mas, ao
mesmo temo, são exemplo de santidade para os seus irmãos na fé e abrem caminhos
ascéticos de maior união a Deus.
4
propõe a luta contra o preconceito vulgar e o opinativo através de um caminho
(METHODOS) seguro e progressivo. A Escola de Atenas, com Tales a chefiar os
filósofos da altura, inicia um método crítico que é hoje universal: 1ºpasso do método:
observação directa do fenómeno; 2ºpasso: levantamento de uma hipótese explicativa do
fenómeno observado. O 3º (testar) e o 4º passo (validar ou recomeçar) só serão
completados no século 17 com Galileu (igualmente, humanista e cientista). Da atitude
filosófica (crítica) nasce portanto o método que todas as ciências contemporâneas
seguem.
6
As duas gerações da Escola de Atenas deixaram ideias fantásticas, completamente
inovadoras na altura. Aos filósofos gregos devemos, séculos depois, noções como: o
estado de direito, a humanidade como igualdade, a soberania do espírito, a liberdade de
pensamento, os direitos humanos das minorias, etc. Mediante esses homens, Atenas
gerou um capítulo «único» na história do pensamento universal (como afirmará no
século XX o historiador alemão Werner Jaegger), numa qualidade e intensidade de
produção que jamais se repetiu. Ela é o berço ou origem do melhor que fez a
humanidade através das suas ideias e competências.
SIM.
Se houve essa revolução ou ruptura, em que consistem essas principais mudanças face
aos valores preconizados pelas duas mentalidades ou paradigmas anteriores? (1v)
A revolução que a Filosofia Crítica originou pôs em causa todas as anteriores respostas
civilizacionais às Q.P.
Essas respostas eram a mentalidade mitológica e a mentalidade religiosa. Embora o
mito e a religião sejam muito diferentes entre si (nos conceitos), mostram-se porém
similares em costumes e valores defendidos. Por isso, a revolução e a consequente
ruptura epistemológica que a Filosofia provocou, levou às principais propostas
humanistas:
Se há (essa relação ou passagem), quais são os nomes das fases ou períodos marcantes
dessa relação? (0,5v)
7
A passagem de testemunho e de ensinamentos da Escola de Atenas (Cultura Crítica) até
à denominada Cultura Ocidental segue QUATRO grandes períodos marcantes na
História Universal: helenização, romanização, colonialização e globalização.
Séculos depois, entrando na nascente Idade Moderna, narcísica e racionalista, e no, por
vezes desastroso, fenómeno da colonização, será por sua vez feita a expansão da
mentalidade crítica e antropocêntrica aos povos do Novo Mundo. Protagonista dos
Descobrimentos e das descobertas, o Velho Mundo instruirá a condução de novas
nações, desejosas da democracia (grega) e dos direitos humanos universais (a ética
aristotélica, em suma).
Porquê? (1v)
Alternativa SIM: porque o pensamento do século 21 tem raízes humanistas ainda hoje
muito visíveis e eficazes (ver a justificação completa feita na última resposta deste
Teste)
8
Nesta alternativa (NÃO), o pensamento contemporâneo deve ser apresentado como
«não contemporâneo» mas sim HERDEIRO DE TODAS AS MENTALIDADES
ANTERIORES, numa mistura eclética, relativista, hedonista, consumista, narcisista,
facilitista, multiculturalista (…) com o humanismo, a filosofia, a ciência, a inovação,
etc.
ECLECTICISMO
Ao longo dos últimos 27 séculos todas as culturas (da mitologia e da religião) ditaram
as suas morais, as suas etiquetas, os seus protocolos, os seus legítimos códigos
normativos, as suas legislações jurídicas. Porém, só a civilização (humanista) que nasce
na Escola de Atenas e se solidifica na Universidade de Bolonha (portanto, uma cultura
inicialmente europeia, hoje dita ocidental) definiu uma ÉTICA UNIVERSAL, inata e
natural, igual e transversal a todos os indivíduos. Por ironia, sabemos que hoje, nem os
povos (ditos) ocidentais seguem essa «eticidade humanista», pactuando com poderes
instituídos, mentalidades fechadas e pseudo-qualidade de vida… As democracias
ocidentais recebem «jovens democracias» que persistem, debaixo de uma capa
tecnológica e económica superior, sendo ancestrais ditaduras étnicas, arraigadas
servidões religiosas ou misturas mitológicas conspirativas. O eclecticismo globalizado,
misturado com crenças mitológicas e religiosas sem identificação na rede, levou a um
certo vazio de sentido da sociedade ocidental, adormecida num caldo de consumismo
frustrado e culto da trivialidade, preguiça e ignorância, que se traduz no alvo vulnerável
de todo o obscurantismo, manipulação e barbárie, onde germina latente uma recusa de
tudo a troco de nada. Instalou-se o vírus do relativismo, do «tudo vale».
Está em crise de identidade o intitulado «Ocidente» (que não é uma área geográfica,
mas sim uma área de influência mental e cultural). Talvez por essa fragilidade interna os
ocidentais estejam tão permeáveis ao intitulado «Oriente», e essa relação seja hoje um
paradoxo.
9
1º fenómeno: permanecem as clássicas mitologias antigas (e o seu padrão de mentalidade
sensorial). Legendárias civilizações como as Maia, Azteca, Fenícia, Suméria, Celta,
Chinesa, Persa, Egípcia e Grega, não estão ainda completamente extintas,
encontrando-se gerações tardias dos seus descendentes.
2º fenómeno: existem as comunidades mitológicas novas ou recém registadas (séc.XX)
na Sociedade das Nações (povos antigos, mas hoje melhor conhecidos nas suas origens
étnicas e dispersos por vários continentes). Referimo-nos a naturais de povos indígenas
(esquimós, índios sioux, apache, comanche, cheyene, guaranis, aborígenes, etc.), hoje
melhor conhecidos e protegidos pela humanidade em geral.
3º fenómeno: ultimamente, é sobretudo real, estendida e em todo o lado visível as
«novas mitologias globais», uma mitologia contemporânea e habitualmente urbana ou
cosmopolita. No século 21, o pensamento contemporâneo e as relações interpessoais
que se baseiem na submissão e centramento ao poder da matéria (o consumismo
contemporâneo) são herdeiras deste naturocentrismo materialista. Esta «nova mitologia
global» (particularmente apetecível às nações e indivíduos recém-chegados ao mundo
intelectual e científico) centra-se num absurdo consumismo.
4º fenómeno: a superstição generalizada, elevada a perda ou anulação do livre arbítrio,
é característica do século 21. O ser humano transfere à matéria (objectos, lugares,
pessoas, gestos) um poder imaginário mas considera-o real e, até, controlador da sua
própria existência.
10
maior sensibilidade ecuménica e o respeito universal pelos credos, sem que este
limite, porém, a livre expressão.
O criticismo tem agora de lidar com novos dogmatismos e efectuar novas rupturas
epistemológicas face ao ecleticismo e suas consequências:
1. Criticar o consumismo global, o culto do eu, da imagem, do entertainment, do
light, do cool, do easy (as novas formas do hedonismo e do materialismo)
2. Criticar as novas superstições globais como formas de anestesia da
intencionalidade do indivíduo e manutenção de mercados ilícitos
3. Criticar o relativismo social, político e económico, o falso multiculturalismo, as
demagogias e as infantilizações da sociedade
4. Criticar a inferiorização da ciência (e da atitude crítica que a fez nascer)
subordinada a interesses políticos e económicos
5. Criticar a rendição ao orientalismo quando este ainda contém mito e religião
Qual a parte desta disciplina que considera mais valiosa para si como pessoa e como
profissional futuro? E menos valiosa? (0,25v)
11