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Sensação, Perceção e Atenção 

 
Aula nº1 - Sensação

Recepção e codificação de energia ambiental:


1. Resulta do contacto com o ambiente 
2. Energia física/química 
3. Informação bioelétrica 
 
 
Células receptoras (sensores):
1. Fotões → Retina do olho 
2. Ondas sonoras → Ouvido interno 
3. Pressão/temperatura → barorrecetores 
4. Químico (paladar) → papilas gustativas 
5. Químico (olfato) → cílios da cavidade nasal  
 
 
 
Áreas sensoriais primárias: Ligação entre o ambiente físico e consciência do
ambiente exterior

 
 
 
 
Processos Sensoriais

Visão:
Luz (Fotões) → Olho (retina) → Imagem (análise básica) → Imagem (análise 
complexa) 
 
Audição:
Ondas sonoras → Ouvido → Sons → Melodias 
 
Somatossensorial:
Pressão/dor/temperatura → Pele → Potenciais de ação 
 
Químicos (paladar/olfato):
Substância química → Cavidade nasal/boca → Evocação de memórias 
emocionais. 
 
 
Sensação e Percepção

1. Produto de processos biológicos que permite dar significado à 


informação que o indivíduo recebe do ambiente  
2. A nossa perceção de um estímulo é influenciada pelas nossas 
experiências anteriores. Exemplo: Uma pessoa com fobia a aranhas e 
uma pessoa sem fobia a aranhas acabam por ver uma na janela, a que 
não tem fobia irá agir de forma normal, porém, a que tem fobia irá 
reagir com medo e ansiedade, sendo o estímulo o mesmo, mudando 
apenas a perceção dele. 
3. A energia é 
transmitida por 
impulsos elétricos que 
viajam pelo sistema 
nervosos até chegar ao 
cérebro  
Abordagem Top-down e bottom-up:
1. Bottom-up: Depende do estímulo e da imagem do estímulo na retina  
2. Top-down: Depende do observador, das suas experiências anteriores, 
do seu conhecimento geral e da sua perspetiva 
 

Estudo da Perceção:

Tipos de tarefas:

1-  Descrição; 

2-  Reconhecimento; 

3-  Deteção; 

4-  Perceção de magnitude; 

5-  Pesquisa. 

Aula nº2 - Sensação: Fundamentos Conceptuais

Sistema Visual

Luz:

1. Tem duas características: O comprimento de onda (cor da luz) e a 


Intensidade (força da luz; os nossos olhos estão programados para ver 
fotões de luz, quantos mais fotões, mais intensidade. 
2. Alguns animais têm uma perspetiva de cor diferente da dos humanos, 
sendo que conseguem ver através de raios ultravioleta e 
infravermelhos o que faz com que vejam objetos com mais facilidade; 
Certos répteis conseguem ver na radiação infravermelha o que faz com 
que consigam ver um rato devido ao calor que este emite  
3. Intensidade (dimensão física, depende do número de fotões); Brilho 
(dimensão perceptiva, depende da perceção da luz) 
4. O desenvolvimento dos fatores sensoriais deve-se ao meio 
Perceção da luz:

1. Transdução de sinal por células especializadas (coletor de luz → 


formador de imagens) 
2. Há animais que têm olhos formadores de imagens e outros que têm 
apenas olhos formadores de luz 

Olhos formadores de imagens:

1. Artrópodes (insetos, caranguejo) 


2. Moluscos (polvo) 
3. Vertebrados 

Animais noturnos:

A visão noturna é superior à humana em termos de condições de fraca 


luminosidade. 

Especificidades: 
1. Lentes maiores 
2. Dilatação da pupila superior 
3. Maior distância até à retina 
4. Retina com maior superfície 
5. Mais fotorecetores bastonetes 
6. Menos melanina 

 
Retina (2 tipos de fotorecetores):

1. Cones​ → São mediadores de funções na visão diurna, são responsáveis 


pela acuidade visual e visão a cores. Visão dominante nas aves 
2. Bastonetes​ → São mediadores de funções na visão noturna, são 
responsáveis pela acuidade visual e visão monocromática (preto e 
branco). Visão dominante nos animais noturnos 
3. Existem 3 classes de cones: Red - Green - Blue; Existem mais 
vermelhos e verdes e apenas 5 a 10% são azuis; Estas cores formam 
as outras todas 
4. Fotorecetores → Receção de fotões; Se tiver pouca melanina pode ter 
mais dificuldade em tolerar a luz 
5. Extremidade dos recetores encontra-se incluída na camada epitetial de 
pigmentos (melanina, que previne a reflexão difusa da luz) 

Ponto cego:

1. Pequena área na retina que não tem recetores de luz. Corresponde à 


porção na retina onde se insere o nervo ótico que transmite os 
estímulos nervosos da camada plexiforme interna ao córtex cerebral. 
2. Nervo ótico → Transmissão do ambiente ao Sistema Nervoso Central 
3. A ligação na retina ao nervo ótico não tem fotorecetores, formando 
assim o ponto cego (região que não tem informação) 
4. Quiasma ótico → Cruzamento dos nervos óticos  

 
Campo Visual:

1. Espaço em que o nosso sistema pode detetar presença de estímulos 


2. Aquilo que o nosso olho consegue ver quando fixamos o olhar num 
ponto estático e inclui o ponto fixado e o que está á sua volta 
(periferia)  
3. Permite-nos perceber o que nos rodeia no dia-a-dia 
4. As presas têm uma visão monocular onde têm os seus olhos de lado 
para conseguirem ver o que as rodeia, de maneira a conseguirem fugir 
com mais facilidade dos predadores, que por sua vez têm uma visão 
muito mais estreita. 
5. Os predadores têm uma visão binocular muito mais alargada onde 
ambos os campos visuais de cada olho se sobrepõem de modo a terem 
uma visão a longa distância muito melhor, o que lhes é útil para 
caçarem as presas  

Sistema Auditivo
1. É semelhante ao visual (só há uma estrutura responsável pela receção 
de informação) 
2. O que varia é o tipo de energia (as células são diferentes) 
3. O som propaga-se pelo ar através de energia mecânica e precisa de 
uma meio para se propagar sendo que não se propaga no vácuo 
4. As ondas sonoras diferenciam-se pelas diferenças na pressão (tendo 
mais ou menos pressão) 
5. Têm níveis diferentes de energia por intensidade; Se o som for mais 
forte (maior intensidade) a onda também vai ser maior 
6. O som tem uma componente subjetiva (o timbre) que está relacionado 
com a complexidade da onda sonora 
7. Qualquer onda tem “fases”: A positiva (pico da onda) e a negativa 
(baixo da onda) 
8. O nosso ouvido consegue entender a complexidade (saber se é grave 
ou agudo) 
9. Hertz → Medida que mede a frequência  
10.Quanto mais grave o som mais lenta a onda; Quanto mais agudo o 
som, mais rápida a onda 
11. O som atinge primeiro um certo ouvido que nos permite entender de 
que lado vem o som; Atinge o outro noutra fase da onda, logo, os 
ouvidos nunca captam o mesmo som. 
 
Células receptoras → Córtex temporal:
São células ciliadas, e o córtex interpreta os sons, linguagem e música 
1. Ouvido Externo (Amplifica o som) 
2. Ouvido Médio (Transfere o som) 
3. Ouvido Interno (Gera potencial de Ação) 
 
Ouvido Interno:
Cóclea → Liga-se ao nervo auditivo que envia a informação sob forma de 
eletricidade até ao sistema nervoso  
Cóclea distendida → Análise longitudinal dos sons captados no ouvido 
O líquido ao agitar, agita as células ciliadas; 
Quando o som é mais rápido as células agitam-se mais perto da base da 
cóclea e quando é mais lento, agitam-se mais longe 
As células da cóclea têm uma distribuição tonotópica (Ativação de 
frequências altas/baixas vai ativar uma região específica no cérebro. A lógica 
é semelhante nos vários sentidos) 
 
Estruturas auditivas comparativas:
Há diferenças condicionadas pelo desenvolvimento 
As células que estão no interior da cóclea compõem a membrana basiliar 
 
Faixas audíveis por espécies de mamíferos:
O limiar depende da estrutura da cóclea e da membrana basiliar 
O nervo auditivo é um dos pares de nervos que nós temos que liga o sistema 
nervoso ao corpo (sons enviados ao ouvido ao sistema nervoso) 
 
 
Sistema Somatossensorial: Sentido Vestibular (1) e Sentido da pele (2)

1) Sentido Vestibular (Sentido de orientação):


- Detetores de gravidade 
- Localização: Ouvido Interno dos mamíferos 
- Estruturas precursoras da audição 
 
 
Órgãos Otolíticos:
- O nervo auditivo é importante para a audição e para o sentido 
vestibular 
- O sistema vestibular é importante para o equilíbrio 
- A visão é mais importante para o equilíbrio pois andamos com mais 
dificuldade de olhos fechados  

Mecanismo vestibular:
Nervo auditivo VIII​ →​ núcleos no tronco encefálico (interagem com o tronco 
encefálico para manter o balanço e com mesencéfalo para controlo dos 
movimentos oculares)  
 
Algumas funções:  
- Reflexo de endireitamento no ar (gatos e coelhos)  
- Nistagmo vestibular 
 
Disfunções do sistema vestibular:
- Náuseas de movimento: 
1. Seres humanos, macacos, coelhos, etc 
2. Incongruência entre input do sistema vestibular e visual (ex: Ao 
andar de barco, se não vemos o movimento, o nosso sentido 
vestibular assimila um movimento mas como não o vemos, 
ficamos com náuseas 
 
Sentido Magnético:
- Indícios de sentido magnético em algumas espécies 
- As abelhas podem navegar com a ajuda dos campos magnéticos 
terrestres (sistema vestibular mais avançado) 
- Resultados menos consistentes noutras espécies (pombos) 
 

2) Sentido da pele:
 
- Pele → Córtex somatossensorial 
- Sistema especializado em descodificar informação (quando toco num 
objeto consigo identificá-lo 
- Quanto maior for a sensibilidade, maior é a área do cérebro que 
comanda essa área do corpo 
- Membro fantasma: erro no sentido somatossensorial onde uma pessoa 
amputada diz que continua a sentir dores no membro pois as células 
associadas ao membro continuam no cérebro, que eventualmente se 
irá organizar e as células vão ter outras funções 
 
Vias somatossensoriais:
- Recetores de toque/pressão 
- Recetores de temperatura 
- Recetores de dor 
 
2 sub-sistemas:
1) Sistema lemniscal → toque e pressões leves 
2) Sistema Espinhotalâmico → Toque difuso, dor e temperatura 
 
 
Sistemas Químicos
Relacionados com a alimentação 
Para testar alimentos, primeiro cheiramos e se gostarmos comemos e 
segundo, se souber bem, ingerimos 
 
Paladar:
- Depende da presença de quimiorrecetores 
- Existente nos vertebrados (incluindo peixes, embora estes tenham 
função limitada) 
- Perdemos a qualidade no paladar devido ao envelhecimento das 
células 
- Sistemas de paladar/olfato podem estar presentes nos anfíbios  
- Paladar pode preceder o olfato (meio para tirar informação do ar)mas 
podem funcionar independentemente 
- Sabores primários: Doce, Ácido, Amargo, Salgado 
- O sabor deriva da ativação de diferentes recetores e da influência de 
fatores como: odor, temperatura, textura. 
 
Estímulo Químico:
Substância dissolvidas ou solúveis: 
1. Ácido resulta de compostos ácidos 
2. Amargo resulta de alcalóides 
3. Salgado resulta de sais 
4. Doce associado a nutrientes como aminoácidos (aspartame) 
 
Diferenças intra-individuais e entre-indivíduos:
1. Humanos e ratos parecem gostar de soluções de sacarose, mas não os 
gatos 
Hamsters demonstram aversão ao sal 
 
Vias gustativas:
3 nervos cranianos que conduzem a informação da língua: 
1. Nervo glossofaríngeo 
2. Nervo vago 
3. Nervo facial 
 
Olfato:
- Diferenças funcionais entre espécies 
- Maior importância para espécies em contacto com terra/mar 
- Nos seres humanos tem algumas funções relacionadas com a escolha 
dos alimentos 

Tipos de odores:
- Substância volátil/vaporizável (estado gasoso) 
- Hidro-lipossolúvel 
 
Vias nasais:
- Células receptoras olfativas ligam-se aos bulbos olfativos via nervo 
olfativo (I) 
 
Vias olfativas:
- Sistema Límbico (Amígdala) → Evocação dos componentes emocionais 
- Córtex Orbitofrontal → Perceção consciente 
 
Outras funções do Olfato:
Feromonas: 
- Sistema vomeronasal 
- Excreção ao nível da pele, urina ou saliva  
- Funções para a sobrevivência por comunicação química  
- Artrópodes e alguns mamíferos (inferiores aos primatas)  
- Funções em primatas superiores ainda não foram demonstradas  
 
Aula nº3 - Psicofísica
- Utilizada na psicologia mas não é exclusiva 
- Procura ligar o mundo físico à experiência psicológica 
- Limiar sensorial = Limiar onde o estímulo se torna consciente 
- Tem como objetivo medir a experiência sensorial e perceptiva 
- A ativação do sistema sensorial depende da intensidade e duração 
mínima de um estímulo 
- O sistema sensorial é bombardeado com vários estímulos sensoriais 
que por serem fracos ou não importantes são filtrados e a psicofísica 
tenta perceber o porquê disto acontecer 
- Força, intensidade e duração são muito importantes para o limiar 
- Quando um estímulo é grande o suficiente chama-se supralimiar, 
quando não o é, é filtrado e chama-se sublimiar, há quem diga que 
apesar disto ser inconsciente são processados (diverge de autores) 
- Quando as imagens são processadas de forma muito rápida, a pessoa 
sabe que viu algo mas não sabe o que viu 
- Limiar de detenção é o limiar absoluto (para cima) 
- Limiar sensorial varia de pessoa para pessoa 
- A detenção dos estímulos é variada pois depende de outros fatores 
- O limiar sensorial é relativo (as vezes posso ouvir no 3 e outras no 6) 
- O limiar deteção varia durante o dia devido à atenção 
 
 
Métodos Psicofísicos
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) 
- Método dos limites → Dos mais usados; Tem como desvantagem o 
efeito-expectativa pois os estímulos estão ordenados 
- Método dos estímulos constantes → É usado com aleatoriedade não 
causando expectativa 
- Método dos ajustes → Mais rápido pois não mostra todos os estímulos, 
somente os que o investigador acha adequado , sendo a desvantagem 
a subjetividade 
 
Teoria de Detenção de Sinal:
1. Procura explicar como ocorre a deteção do estímulo 
2. Esta teoria prevê que a deteção é variável (pelo mesmo observador) 
3. Não depende de um valor absoluto, a intensidade de um estímulo é 
variável as vezes deteta-se com intensidade 3 e outras só em 6 
(deve-se a outros fatores) 
 
 
 
Deteção e Ruído: 
- A deteção dos estímulos depende do ruído (que são todos os fatores 
que influenciam a capacidade de deteção do sinal)  
- Quando estamos ao nível de probabilidades temos sempre um nível de 
incerteza, a vantagem é que conseguimos prever alguns dados 
- O sinal tem que estar acima do ruído, porém quando o ruído é alto ou 
o sinal baixo, há uma sobreposição de probabilidades da pessoa não 
captar o sinal. 

 
 
Critério:
4 possibilidades de resposta (Sim/Não): 
- Acerto → Sinal apresentado e detectado pela pessoa 
- Rejeição correta → Diz “Não” quando não foi apresentado 
nenhum som, como não foi mostrado a pessoa não ouviu, o que 
torna a resposta certa 
- Falso Alarme → Quando diz “Sim” mas o sinal não foi 
apresentado 
- Omissão → Quando a pessoa diz “Não” mas o sinal foi 
apresentado 

 
 

 
 
 
 
Efeitos do critério:
1) Expectativa: Faz com que a pessoa já saiba qual é o próximo sinal; Se 
tivermos numa tarefa onde a frequÊncia de sinal é maior, então a 
pessoa vai ter uma tendência a dizer mais vezes que sim aumentando 
o número de acertos e dos falsos alarmes (o mesmo para o oposto) 
2) Motivação: Se dermos a alguém dinheiro por cada resposta certa, ele 
vai dizer mais vezes que sim tomando uma atitude mais liberal , 
porém se dissermos que iremos retirar dinheiro da conta por cada 
erro, ela vai adotar uma postura mais conservadora, dizendo mais 
vezes que não. 
 
Curva ROC:
- Mostra que quando os acertos aumentam, os falsos alarmes também 
- Se a pessoa responder ao acaso vai acertar 50% das vezes 
- Para a tarefa ser mais difícil a curva tem que estar acima da diagonal 
 

Aula nº4 - Organização Perceptiva

Percepção Visual
- Resulta da projeção da imagem na retina 
- Projeção na retina pode ser ambígua 
- Conhecimento do objeto/estímulo permite-o aceder a esta informação 
de forma independente da ativação da retina 
- Área visual primária-​ de análise visual da informação de entrada é 
dependente do padrão de ativação da retina – córtex retinotópico 
(Área 17) 
- Área visual secundária-​ de análise visual a informação da informação 
de entrada é independente do padrão de ativação da retina (Áreas 18, 
19, ...) 
- Reconhecimento de objetos é uma tarefa difícil para máquinas 
- Visão computacional simula o sistema visual humano: 
1. Informação sensorial 
2. Memória (experiência prévia) 
3. Operações cognitivas – dedução mental 
- Flexibilidade Humana depende de uma estrutura cerebral 
evolutivamente recente – neocórtex (6 camadas celulares) 
 
Perceção Figura-Fundo
Capacidade que permite a distinção entre objetos no mesmo campo visual, 
baseada nas características físicas destes objetos.  

Ambiguidade na Figura-Fundo:
- Características similares entre objetos (ambiguos)  
- Figura-Fundo podem ser revertidos:  
- Alteração do foco atencional.  
- Fatores cognitivos (aprendizagem). 
 
Gestalt
Psicologia de Gestalt vs. Estruturalismo (Estudo sistemático da perceção 
visual)  
• Max Wertheimer  
• Kurt Koffka  
• Wolfgang Kohler  
Impulsionada pelo reducionismo que dominou as ciências naturais no final do 
séc. XIX. 
- A perceção não é a soma mas sim o todo, enquanto no estruturalismo 
a perceção é a soma de todos os fatores/estimulos 
- A perceção resulta de tendência não aprendida para a organização dos 
objetos segundo características como:  
- Arranjo  
- Localização  
- Interações  

Princípios da Gestalt:

Lei da propaganz ou simplicidade - todo o padrão de estímulos é visto de tal 


forma que a estrutura resultante é simples. 
Estruturalismo:

Influenciado pelo reducionismo percecionou o objeto pela soma de todas as 


sensações; O importante é a relação de todos os elementos 

Reconhecimento de objetos - A psicologia de Gestalt

Teorias Clássicas:

• David Marr (1982): 

- Neurociências  
- Psicologia  
- Computação  

• Irving Biederman (1987):  

- Teoria do reconhecimento por componentes. 

Marr (1982):

- Análise Hierárquica da Visão:  


1. Visão resulta da transformação de uma matriz visual 
bidimensional (imagem na retina) para uma descrição do mundo 
tridimensional. 

 
Biederman (1987): 

1. Teoria de reconhecimento da forma 


2. Objectos são reconhecidos como um conjunto de formas 

Evidências

• Sugerem diferentes fases no reconhecimento visual de objectos. 

Classificação clássica: 

1. Análise visual das propriedades do estímulo: 

Agnosia aperceptiva​ (Dificuldade no reconhecimento) 


(nos elementos que compõem um objecto – HD) Defeito na cópia de objetos 

2. Atribuição de significado ao estímulo - categorização semântica: 

Agnosia associativa 
(entre percepção e significado - HE) Cópia preservada 

Perceção visual é constituída por:

· Bottom up: depende da imagem na retina; 

· Top down: depende de caraterísticas do conservador (experiência prévia, 


memória, expetativa) influenciam a perceção. 

  
Vecera e Farah

Autores pensam que o x está sempre em posição diferente; 

Depende dos cones, luz, intensidade da luz e área da retina; 

+ Luz – cones; 

- Luz – bastonetes. 

Aula nº5 - Características e funcionamento da perceção visual

Cor

Experiência psicológica da cor (perceção):

- Resulta do comprimento de onda da luz refletido (albedo = coeficiente 


de reflexão) nos objetos 
- Perceção da cor resulta da combinação de 3 cores primárias (RGB) nos 
cones: 
1. VERMELHO (longo);  
2. VERDE (médio); 
3. AZUL (curto) 
- Visão retiniana a cores pelos cones: tricromática 

Perceção da cor:

V1 e V2 → ​Áreas envolvidas na primeira fase da percepção visual; 


Processamento da cor e forma 

V3 → ​Processamento da forma (objectos em movimento) 

V4 ​→ ​ ​Processamento da cor 

V5 → ​Processamento do movimento 
Visão fotópica e escotópica:

• Capacidade de adaptação ao nível de iluminação.  

• 2 componentes na resposta de adaptação.  

• 2 tipos de fotorrecetores.  

Cones:

• Centro da retina.  

• Respondem à cor (RGB).  

• Alto limiar excitabilidade.  

• Visão fotópica.  

Bastonetes:

• Periferia da retina (Menor Acuidade).  

• Não respondem à cor.  

• Menor limiar (Alta Sensibilidade). 

• Visão escotópica 

Persistência Visual

- Saturação dos fotorreceptores. 


- Demonstrada pelo aumento da sensibilidade numa condição de 
ausência de luz. 
Anomalias na Perceção da cor

John Dalton:

- Procurou explicar as alterações na perceção da cor  


- Alterações atribuídas à presença de um líquido azul dentro do olho 
- Em 1844 as alterações na perceção da cor associaram-se ao órgão 
frenológico da cor 

Acromatopsia: ​(Cole et al., 2003) 

- Incapacidade de processamento consciente da cor 


- Lesão na área cortical V4 
- A informação da cor pode ser utilizada de forma implícita 

Perceção de profundidade:

- Distância absoluta – do observador ao objecto 


- Distância relativa – entre dois objectos (+ precisa) 

Pistas oculares​: 

- Monoculares (pictóricas) 
- Binoculares (e.g., estereoscopia) 
- Oculomotoras (acomodação) 

Sinais monoculares / pictóricos:

1. Perspectiva linear 
2. Contraste 
3. Focagem 
4. Sombras 
5. Tamanho relativo 
6. Interposição de Objetos 
7. Textura 
8. Paralaxe de movimento 
Sinais Binoculares:

Estereopsia​ - Processo através do qual somos capazes de perceber o que nos 


rodeia em três dimensões, experimentando a sensação de profundidade, 
distância ou proximidade de cada um dos objetos. Esse processo ocorre 
graças a um mecanismo chamado disparidade retiniana de imagens que 
ocorre quando, graças a duas imagens ligeiramente diferentes que são 
projetadas em cada uma das retinas de nossos olhos, o cérebro consegue 
combinar ambos para compor uma visão tridimensional.  

Estrabismo​ - ↓ Neurónios binoculares no estrabismo reduz a perceção de 


profundidade. Pode ser vantagem para artistas que têm de transferir um 
mundo 3D para um plano 2D. 

Aula nº 6 - Características e funcionamento da Perceção Visual

Perceção do movimento

- Aspeto básico da visão 


- Decisivo para a sobrevivência. 
- Capacidade presente na maioria dos animais e em bebés. 
- Capacidade dependente de células especializadas na retina e no córtex 
visual. 
Dois sistemas de movimento com base em informação ocular:

a) Sistema de movimento imagem-retina - Capacidade de deteção de 


movimento pelo movimento do mesmo na retina 

b) Sistema de movimento olhos-cabeça - A luz não está em movimento mas 


o objeto está. 

Teoria Corolária de Descarga: 


- Utiliza os sistemas anteriores 
- Mostra que os dois sistemas estão relacionados 
- Quando os dois estão ativos o objeto está parado 

 
Visão para a ação:

• Via dorsal 

• Perceção dos objetos 

• Representações dependentes do ponto de vista 

Visão para a perceção:

• Via ventral 

• Perceção espacial 

• Representações independentes do ponto de vista 

Modelo de Perceção para Ação:

Via “HOW” considera a informação visoespacial 

directamente no sistema motor para guiar ações 

Via “WHAT” responsável pelo reconhecimento 

consciente dos objetos 

Evidências clínicas:

• Ataxia óptica → Lesões na área superior do córtex parietal posterior 

Dificuldade nos movimentos guiados pela visão 

(sem défices visuais oumotores) 

• Agnosia visual → Défice no reconhecimento ou identificação de objetos 

(perceção espacial preservada manifestada pela 

utilização dos objectos) 


Evidências Empíricas:

Anglioti e colaboradores: 

< Efeito da ilusão percetiva quando a escolha é realizada pelo ato motor.  

Haart, Carey e Milne: 

Resultados concordantes com modelo de perceção da ação 

Aula nº7 - Fundamentos Conceptuais

Definição:

- Orientação da consciência para um estímulo.  


- Capacidade de concentração sobre determinado tipo de informação 
(manutenção de resposta).  
- Conjunto de mecanismos que selecionam os estímulos relevantes da 
informação do ambiente (seletividade). 
- Capacidade determinante para outros processos cognitivos. 
- Atenção ↔ Consciência: 
1. Permite uso adequado de recursos mentais que são limitados. 
2. Foco num estímulo aumenta probabilidade de resposta rápida e 
precisa sobre estímulos relevantes (focalização) 
- Atenção - é o que permite processar o estímulo, mas não estar 
consciente. É possível haver atenção sem estar consciente. 
- Consciência têm haver com o acontecimento de que ocorreu.  

Fatores cognitivos (top down) ---------- atenção ativa(conservador); 

Fatores automáticos (bottom up) -------- atenção passiva (estímulo). 

 
Limitações importantes ao estudo da atenção​: 

- Falta de investigação sobre a importância de estímulos 

internos. 

- Validade ecológica das provas, que se baseiam em estudos 

laboratoriais com estímulos 2D, enquanto o mundo é dinâmico e em 3D. 

- Change blindness (is a perceptual phenomenon that occurs when a 


change in a visual stimulus is introduced and the observer does not 
notice it. For example, observers often fail to notice major differences 
introduced into an image while it flickers off and on again.) 

Mecanismos Cerebrais:

 
Perturbações da Atenção:

Intensidade​:  
Estruturas mesencefálicas 

Exemplo​: Síndrome Confusional Agudo 

- Início agudo e flutuante 

- Alteração da vigilância e concentração 

- Desorganização do pensamento 

- Ideias delirantes 

- Desorientação (temporal ou espacial) 

- Perturbações mnésicas e psicomotoras 

Seletividade: 
Córtex parietal e conexões com frontal 

Exemplo:​ Neglect 

- Incapacidade para detetar, orientar e 

responder a estímulos contralaterais à lesão 

na ausência de perturbações sensoriais ou 

motoras elementares. 

Funções da Atenção:

- Vigilância 
- Atenção dividida 
- Atenção seletiva 
- Busca/Pesquisa 

 
Vigilância:

- Deteção de estímulo-alvo durante um período longo de tempo. 


- Alvo surge no campo de visão num momento que é desconhecido para 
o indivíduo. 
- Ambientes em que estímulo-alvo é raro na sua ocorrência, mas que 
requer atenção imediata quando ocorre. 
- Muito dependente do tempo na tarefa, que aumenta o número de 
omissões na deteção. 

Papel das Emoções​: 

Surgimento inesperado de um estímulo capta a atenção (mecanismo 


adaptativo).  

Tarefas de Vigilância​: 

Expectativas em relação à localização/tempo influenciam eficiência de 


resposta em detetar estímulo alvo:  

Medidas:  

• Velocidade.  

• Precisa na Deteção. 

 
Pesquisa Visual:

Descrição: Procura ativa de estímulo alvo.  

• Varredura do ambiente para encontrar características distintivas entre 


estímulos.  

• Dificuldade aumenta com presença de estímulos-distratores.  

Teoria da Integração de Características (Treisman, 1986)  

• Importância do sistema visual (- capacidade com idade).  

• Pesquisa por características (pré-atencional).  

• Pesquisa por conjunção (atencional).  

• Representação mental das características dos estímulos:  

- Cor 

- Forma  

- Posição  

- Tamanho  

- Orientação 

Teoria da Semelhança (Duncan & Humphreys, 1992)  

Capacidade de deteção é afetada: 

• Semelhança entre estímulo-alvo e distratores (A)  

• Disparidade entre distratores (B) 

 
Atenção seletiva e dividida:

Cocktail Party Effect:

- The cocktail party effect is the phenomenon of the brain's ability to 
focus one's auditory attention (an effect of selective attention in the 
brain) on a particular stimulus while filtering out a range of other 
stimuli, as when a partygoer can focus on a single conversation in a 
noisy room.  
- Teorias de filtro e atenuação → Estímulos com alterações na 
tonalidade/volume atingem níveis mais elevados de processamento: 

Modelo de Filtro Seletivo Vs Modelo de Atenuação:


Teorias baseadas em recursos de atenção:

Teste de Stroop John Ridley Stroop (1935)

Explicações: 

1) Dificuldade é explicada pela automaticidade da leitura, que não está 

dependente do controlo consciente, influenciando a resposta no teste de 

Stroop. 

2) Resposta é afetada pela interferência, entre uma via para a cor da palavra 

e outra via para a leitura do nome da cor. 

Processamento Automático

 
Critérios para definir processos automáticos:

​1. Rápidos  

2. Não reduzem a capacidade para desempenhar outras tarefas  

3. Inacessíveis à consciência  

4. Inevitáveis 

- Automatização de rotinas permite manter eficiência com menor gasto 


de recursos. 

Erro humano: 

1) Equívocos – erros em processos controlados intencionais 

2) Lapsos – erros em processos automáticos 

Lapsos resultam de interrupções do processo automático 

(eventos externos/internos) 

Fim 

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