Você está na página 1de 12

Tato

@destinomed_

Tópicos abordados

Introdução

Receptores somáticos na pele

Campos receptores

Entrada da informação sensorial na medula espinhal

Tipos de axônios aferentes primários

Organização segmentar da medula espinhal e os dermátomos

A trajetória dos axônios Abeta sensíveis ao toque na medula espinhal

S1 e S2

Somatotopia

Plasticidade do mapa cortical

Introdução

Sistema subdividido principalmente em tato, sensibilidade térmica, dor e propriocepção

Um único receptor sensorial pode codificar características do estímulo, como a intensidade, a duração, a
posição e, algumas vezes, a direção → No entanto, um único estímulo ativa normalmente muitos receptores
→ O sistema nervoso central (SNC) interpreta a atividade de diversos tipos de receptores para gerar
percepções coerente

É a integração das respostas geradas por um estímulo que causa a resposta final, assim, por mais que cada
receptor identifique um estímulo, pensar esse sistema isoladamente não é adequado

Tato 1
Receptores somáticos na pele

A maioria dos receptores sensoriais do sistema somatossensorial são mecanorreceptores → sensíveis à


deformação física, como flexão ou estiramento

Todos os receptores do tato são mecanorreceptores

Os receptores da epiderme são o Corpúsculo de Meissner e a Célula de merkel; e os receptores da derme


são os Corpúsculos de Ruffini e os Corpúsculo de Pacini

Tato 2
Em relação a intensidade e o tempo de estímulo → O corpúsculo de Meissner e de Pacini são receptores de
adaptação rápida ou fásica (possuem duas fases), pois respondem
inicialmente de forma rápida, porém, a seguir, param de disparar impulsos mesmo que o estímulo continue.
Já o corpúsculo de Merkel e o corpúsculo de Ruffini são receptores de adaptação lenta ou tônica, pois
geram uma resposta de menor frequência de disparos que se mantém durante um estímulo longo

Em relação ao campo receptivo → O corpúsculo de Meissner e o disco de Merkel possuem um campo


receptor pequeno e o corpúsculo de Pacini e de Ruffini possuem um campo receptor grande

Campos receptores

Tato 3
É a região da superfície sensorial que, quando estimulada, altera o potencial de membrana de um receptor
sensorial (neurônio)

O campo receptor do neurônio define a resolução espacial do estímulo → ou seja, se um estímulo “cair” no
campo X, ele vai ativar o receptor X responsável por esse campo

A densidade de receptores/área e tamanho do campo receptor interferem na discriminação do estímulo

Há sobreposição de campos receptores, ou seja, é possível que a área de um capo receptor se sobreponha a
área de outro campo receptor

Uma técnica utilizada para mapear o tamanho dos campos receptores é a discriminação entre dois pontos. A
partir da distinção ou não pelo indivíduo de dois pontos, é possível inferir se eles então dentro do mesmo
campo receptor ou não → Se o indivíduo sentir apenas um estímulo a partir de dois pontos realizados
simultaneamente, então esses dois pontos estão no mesmo campo

A partir dessa técnica, é possível analisar quais receptores estão mais localizados em uma determinada
área. Ex.: Nas costas, os campos receptores são maiores, logo, é possível afirmar que essa região possui
mais corpúsculos de Pacini e de Rufini

Outra conclusão que podemos chegar é que existem muito mais receptores sensoriais destinados a
captar estímulos na mão, por exemplo, do que nas costas. E, consequentemente, as mãos terão um
maior detalhamento dos estímulos do que as costas

Em resumo, por que a ponta dos dedos é muito melhor para ler em Braille do que, digamos, o cotovelo?

Existe uma densidade muito maior de mecanorreceptores cutâneos na ponta dos dedos da mão do que
em outras partes do corpo;

Tato 4
As pontas dos dedos têm um número maior de receptores com campos receptivos pequenos (p. ex., os
discos de Merkel);

Existe uma área cortical maior (e, portanto, um maior poder de computação resultante) destinada ao
processamento da informação sensorial de cada milímetro quadrado da ponta do dedo da mão do que
de outros locais;

Entrada da informação sensorial na medula espinhal

Gânglio espinhal (gânglio da raiz dorsal) → Localização dos corpos celulares dos neurônios primários.
Esses neurônios se projetam para dentro da medula

A informação sensorial primária entra na medula pela região dorsal e a informação motora sai pela região
ventral

Tipos de axônios aferentes primários

Tato 5
A maioria dos neurônios que levam as informações táteis são do tipo Abeta, ou seja, possuem uma alta
velocidade de propagação do potencial de ação (grande espessura e mielinizado)

Organização segmentar da medula espinhal e os dermátomos

A medula é segmentada de acordo com a região da coluna vertebral em que ela se encontra. Logo, a coluna
vertebral e a modula são divididas em: Cervical, torácica, lombar e sacral

Existem duas regiões de maior dilatação da medula: intumescências cervical e lombar. Essas regiões
possuem maior entrada e saída de neurônios → Na intumescência cervical, há entrada dos neurônios
sensoriais dos membros superiores e saída dos neurônios motores para os membros superiores. Já na
intumescência lombar, há entrada dos neurônios sensoriais dos membros inferiores e saída dos neurônios
motores para os membros inferiores

Tato 6
Um dermátomo é região da superfície corporal que corresponde a um determinado segmento da medula. É
a área da pele inervada por fibras nervosas que se direcionam para tal segmento

Portanto, graças ao conhecimento dos dermátomos, é possível saber qual tipo de perda sensorial e motora o
corpo terá caso haja uma compressão de alguma vértebra

A face também tem seus dermátomos → inervada pelo nervo trigêmeo.

Tato 7
Exemplo do Herpes Zoster → Na condição chamada de herpes zóster, todos os neurônios de um único
gânglio da raiz dorsal ficam infectados com o vírus. Isso significa que os sintomas ficam restritos ao
território da pele inervado pelos axônios da raiz dorsal afetada. Logo, o vírus torna bem definido o território
na pele correspondente a um dermátomo.

A trajetória dos axônios Abeta sensíveis ao toque na medula espinhal

Toda informação tátil que chega à medula, independente do seu local de entrada, vai realizar um
movimento ascendente e chegar ao bulbo

O neurônio de primeira ordem entra no corno dorsal e ascende via coluna dorsal para o cérebro, por onde
vai ocorrer a passagem do nervo que contém a informação tátil

Obs.: A medula possui a substância cinzenta e substância branca. A cinzenta é formada pelos corpos
celulares e a branca é formada em projeções (fibras, axônios)

Ao chegar no bulbo, em uma região denominada núcleo da coluna dorsal (junção de corpos celulares), o
neurônio de primeira ordem realiza a sua primeira sinapse → A partir de agora entra o neurônio de segunda
ordem (ou secundário)

Tato 8
O axônio desse neurônio de segunda ordem se direciona à linha média, se cruza com o lado aposto
(decussação) e ascende até o tálamo. Na linha média, onde ele cruza, existe uma estrutura denominada
lamnisco medial (por isso o nome da via é via coluna dorsal lamnisco medial)

Resumo: o neurônio de segunda ordem decussa na linha média e ascende até o tálamo

Ou seja, toda informação tátil que entra pelo lado direito, decussa no bulbo e é processada pelo
hemisfério esquerdo. E toda informação tátil que entra pelo lado esquerdo, decussa no bulbo e é
processada pelo hemisfério direito

Tato 9
O tálamo é chamado de núcleo de retransmissão ou núcleo relê. Ele é responsável por pré processar a
informação sensorial recebida e direcionar para o córtex daquele sistema sensorial. A partir do tálamo,
sai um neurônio de terceira ordem (ocorre uma segunda sinapse) e vai até o córtex somatossensorial
primário (S1)

Obs.: o tálamo possui vários núcleos sensoriais de pré processamento (olfativo, auditivo, visual,
tátil…)

Obs.2: Um dos processamentos realizados no tálamo é a inibição lateral: ressalta os estímulos mais
fortes e inibe os mais fracos (células vizinhas inibem umas às outras) → aumenta o contraste do
estímulo.

S1 e S2

S1 (córtex somatossensorial) →Primeiro giro após o sulco central

O S1 é subdivido em áreas: 1, 2, 3A e 3B → Cada área processa um tipo de informação (forma,


tamanho, pressão...)

Neurônios do S1 se projetam para diversas regiões, inclusive para S2 (córtex somatossensorial


secundário)

Qual a diferença do S1 para o S2? A complexidade das informações processadas → Ex.:


a descrição tátil de uma garrafa é processada no S1, já a sensação de sede gerada a partir da sensação tátil é
processada no S2

Quanto mais complexa é a informação processada, mais áreas vão processá-las, gerando novas
percepções

Tato 10
Somatotopia

O mapeamento das sensações da superfície corporal em uma área do encéfalo é chamado de somatotopia

A estimulação elétrica da superfície de S1 pode causar sensações somáticas localizadas em uma parte
específica do corpo → O tamanho relativo da área do córtex que processa cada parte do corpo está
correlacionado à densidade de aferências sensoriais recebidas daquela determinada parte e o tamanho do
mapa também está relacionado à importância da aferência sensorial daquela parte do corpo

Os resultados desse mapeamento demonstraram que a organização é S1 é fragmentada (não é sequencial no


córtex) e não é proporcional ao corpo

Plasticidade do mapa cortical

Experimento → Retira-se um dígito da mão de um macaco e observou-se a área cortical


responsável por esse dígito. Foi observado que o córtex referente aos dígitos adjacentes aumentou
(neurônios de áreas corticais adjacentes passaram a se projetar para a área cortical do dígito perdido). Ou
seja, há uma remodelação do circuito neural

Tato 11
Essa plasticidade do mapa cortical está relacionada a questão do membro fantasma.

Essas sensações de “membro fantasma” são evocadas pela estimulação de regiões da pele cujas
representações somatotrópicas são limítrofes àquelas do membro amputado; por exemplo, a sensação
pode ser provocada em um braço fantasma pela estimulação da face → Métodos de obtenção de
imagens funcionais do cérebro revelam que as regiões corticais destinadas originalmente aos membros
faltantes passam a ser ativadas com a estimulação da face. Ainda que essa plasticidade possa ser
adaptativa, no sentido de que o córtex não fique ocioso, a correlação equivocada entre a estimulação e
a percepção nos amputados indica que isso possa levar à confusão na interpretação das sinalizações em
S1

Tato 12

Você também pode gostar