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Mayara Tostes - Turma 122 B

Neurobiologia
Transporte de pequenas moléculas através das membranas biológicas
•Devido ao seu interior hidrofóbico, a bicamada *O transporte por meio de proteínas de canal
lipídica das membranas celulares serve como ocorra a uma velocidade muito mais rápida do
uma barreira à passagem da maioria das que o transporte mediado por proteínas
moléculas polares. Essa função de barreira transportadoras.
permite que a célula mantenha concentrações
de solutos no citosol que são diferentes
daquelas no líquido extracelular e em cada um
dos compartimentos intracelulares delimitados
por membranas.
•Duas principais classes de proteínas de →Princípios do Transporte de
membrana que medeiam o tráfego membrana
transmembrana:
-Transportadoras (carreadoras, ou
permeases): que sofrem alterações
sequenciais de conformação para o
transporte de moléculas pequenas específicas
através das membranas. Ligam-se ao soluto
específico a ser transportado e sofrem uma •As bicamadas lipídicas livres de proteínas são
série de alterações de conformação que
impermeáveis a íons.
levam à exposição alternada dos sítios de
ligação ao soluto em um dos lados da ***Em geral, quanto menores e mais
membrana e, a seguir, no outro lado, para hidrofóbicas, ou apolares, mais facilmente as
transferir o soluto através desta. moléculas se difundirão através da bicamada
lipídica.
-De canal: que formam poros estreitos que
permitem o movimento passivo
transmembrana, predominantemente de água
e de pequenos íons inorgânicos. Interagem
muito mais fracamente com o soluto a ser
transportado. Elas formam poros contínuos e
que atravessam a bicamada lipídica. Quando
abertos, esses poros permitem a passagem
de solutos específicos (como íons inorgânicos
de tamanho e carga adequados e, em alguns
casos, de pequenas moléculas como água,
glicerol e amônia) através da membrana.
*As moléculas pequenas apolares, como O2 e
CO2, facilmente dissolvem-se em bicamadas
lipídicas e, portanto, difundem-se rapidamente
através delas. As pequenas moléculas polares
sem carga, como água ou ureia, também se
difundem através da bicamada, embora muito
mais lentamente. Em contraste, as bicamadas -O CO2 é produzido pelo metabolismo das
lipídicas são essencialmente impermeáveis a células, então a concentração extracelular de
moléculas carregadas (íons), não importando CO2 nos tecidos é bastante alta e isso implica
o tamanho: a carga e o alto grau de hidratação que ele possa entrar na hemácia, passando
de tais moléculas impedem-nas de penetrar a pela bicamada. Na hemácia, a anidrase
fase hidrocarbônica da bicamada carbônica irá catalisar a reação entre CO2 e
•Difusão através de membranas permeáveis: H20, formando HC03- + H+. Dessa forma, a
concentração de CO2 é sempre baixa dentro
da hemácia. O bicarbonato sai por meio de um
trocador Cl -/ HCO3 - e o H+ se une à Hb,
reduzindo-a. A Hb reduzida, expulsa o
oxigênio, que nessa situação é mais
concentrado do lado de dentro e, assim, tende
a sair para os tecidos. Isso é um ciclo que
envolve a diferença de concentração dessas
substâncias que passam livremente pela
-Antes do equilíbrio: concentração 1 é maior bicamada lipídica. Quando chega no pulmão,
que concentração 2. Assim, o fluxo líquido ocorre o contrário. Existe a absorção do
será de C1 para C2. bicarbonato, existe muito oxigênio no pulmão,
que, então, tende a entrar na hemácia, tirando
-Após o equilíbrio: as concentrações se o H+ da Hb, oxidando-a, liberando esse próton
igualam (cada compartimento fica com que vai se ligar como bicarbonato formando
metade da concentração original) e não há CO2 e H20 (pela ação da anidrase carbônica).
fluxo líquido. O C02 vai sair da hemácia, pois ele está mais
•Difusão simples de CO2 nas hemácias: concentrado na hemácia, do que no pulmão.
Obs: Gradiente = diferença de concentração
entre 2 compartimentos. Só ocorre fluxo
líquido se há gradiente.
-Nesse transporte, a única energia utilizada é
a do próprio gradiente da molécula.
•Transporte Mediado -O transporte ativo é mediado por proteínas
transportadoras acopladas a uma fonte de
energia
-Se o soluto porta uma carga líquida, tanto
seu gradiente de concentração como a
diferença de potencial elétrico através da
membrana, o potencial de membrana,
influenciarão seu transporte.
***O gradiente de concentração e o
gradiente elétrico podem ser combinados
para formar uma força motriz líquida, o
gradiente eletroquímico, para cada soluto
carregado***
*Mediado por ptnas de membrana.
-De fato, quase todas as membranas
→Tipos de transportes plasmáticas apresentam um potencial elétrico
(uma voltagem) através delas, com o interior
geralmente negativo em relação ao exterior.
Esse potencial favorece a entrada de íons
carregados positivamente na célula, mas se
opõe à entrada de íons carregados
negativamente; ele também se opõe ao
efluxo de íons carregados positivamente.
•Transporte passivo: não precisa de energia
para ocorrer o transporte. A energia vem
apenas do gradiente de concentração da
substância que passa pela membrana.
•Transporte Ativo: sempre a célula gasta
energia para transportar uma substância
através da membrana.
!!!! Nem sempre o transporte ativo é contra -O gradiente eletroquímico de um soluto
o gradiente de concentração!!!! com carga (um íon) afeta seu transporte. Esse
gradiente combina o potencial de membrana
-Ele também pode ser a favor do gradiente, e o gradiente de concentração do soluto. Os
basta que a célula gaste energia para realizar gradientes químico e elétrico podem atuar de
o transporte. Por exemplo, mesmo sendo a forma aditiva, aumentando as forças que
favor do gradiente de concentração, a ptna direcionam um íon através da membrana (no
pode precisar de gastar energia para mudar centro) ou podem trabalhar um contra o outro
sua conformação e transportar a substância. (à direita).
concentração. O gradiente determina o fluxo
da substância.
•Na imagem, esse é um canal vazante, como
se ele estivesse permanentemente aberto,
permeável, na membrana. Muitos canais não
são assim, eles são o que chamamos de canais
•Podemos ter proteínas que fazem transporte transientes, que estão normalmente fechados
de uma substância apenas (uniporte) e elas e, através de um estímulo eles vão abrir.
podem transportar mais de uma substância ao Quando eles abrem, eles deixam passar a
mesmo tempo (co-transporte). O co- substância a favor do gradiente de
transporte, também chamado de transporte concentração.
acoplado, pode ser simporte ou antiporte.
•Cada proteína costuma transportar apenas
um tipo específico de molécula ou, algumas
vezes, uma classe de moléculas (como íons,
açúcares ou aminoácidos). •Os estímulos que ocorrem normalmente
•Os indivíduos com a doença genética para a abertura dos canais transientes:
cistinúria, por exemplo, são incapazes de 1. Mudança na diferença de potencial de
transportar certos aminoácidos (incluindo a membrana. *Canais dependentes de voltagem.
cistina, o dímero de cisteína ligado por
dissulfeto) da urina ou do intestino para o 2. Dependentes de ligantes (moléculas que
sangue; o acúmulo de cistina resultante na vão se ligar de forma não-covalente à ptna
urina leva à formação de cálculos renais de canal de membrana).
cistina. 3. Sensíveis à distorção mecânica. Mais
abundantes nas terminações nervosas
→Difusão por canais
sensitivas.

•Difusão, significa que é passivo e precisa ter


uma diferença de concentração entre os dois
lados da membrana. •A maioria dos canais são canais iônicos e os
•Quando o canal está aberto ocorre a difusão íons principais que passam por esses canais
da substância a favor do gradiente de são: Na+, K+, Cl-, H+, Ca2+, Mg2+.
→Estrutura do canal de Potássio •O canal é constituído por quatro subunidades
dependente de voltagem transmembrana idênticas, que, em conjunto,
compõem um poro central através da
•Bastante complexo, tem várias sub-unidades, membrana.
várias alfa-hélices. •Cada subunidade contribui com duas a-hélices
•É um canal que fica normalmente fechado. transmembrana que são inclinadas para o
Pela despolarização da membrana ele abre, exterior na membrana e, juntas, formam um
deixando passar apenas potássio. Esse canal é cone, cuja extremidade mais larga está voltada
específico para o K+. para o exterior da célula, onde íons K+ deixam
o canal.
•A cadeia polipeptídica que conecta as duas
hélices transmembrana forma uma curta a-
hélice (hélice do poro) e uma alça essencial
que forma uma projeção na seção larga do
cone para formar o filtro de seletividade. As
*Os canais são extremamente seletivos para alças de seletividade das quatro subunidades
a carga do íon. Muitos canais, distinguem não formam um poro curto, estreito e rígido,
só a carga, mas também o próprio íon. revestido pelos átomos de oxigênio carbonila
•O potássio, como vários outros íons, é da sua cadeia principal de polipeptídeos. Visto
que as alças de seletividade de todos os canais
hidratado, tem aquela água de solvatação, que de K+ conhecidos apresentam sequências
fica presa. Essa água vai sair do íon quando
semelhantes de aminoácidos, é provável que
ele passar no canal.
elas formem estruturas bastante similares.
•A estrutura do filtro de seletividade explica a
seletividade iônica fina do canal. Um íon K+
deve perder quase todas as moléculas de
água a ele ligadas para que penetre no filtro,
onde ele deverá interagir com os oxigênios
carbonila que revestem o filtro de seletividade.
•Estrutura do canal: Os oxigênios estão rigidamente espaçados a
uma distância exata para acomodar um íon
K+. Um íon Na+, ao contrário, não pode entrar
no filtro porque os oxigênios carbonila estão
demasiadamente afastados para que o íon
Na+, que é menor, consiga compensar o
consumo de energia associado com a perda
das moléculas de água necessária para a
entrada
→Canais de Sódio dependentes de →Transporte passivo de glicose
voltagem

•Quando a glicose se liga no sítio de ligação,


ela altera a conformação do ptna. A proteína
fará um movimento de “ping-poing” na
membrana.
•A velocidade do transporte vai depender do
→Canais de Cloreto nº de transportadores.
•A insulina muda a velocidade e a capacidade
da célula de absorver glicose, pois estimula a
colocação de mais proteínas transportadoras
(GLUT) na membrana.

•Terá filamentos positivos para retirar a água


do cloreto e atraí-lo.

→Canais dependentes de ligantes:


Receptores ionotrópicos para
neurotransmissores
•Se o indivíduo tiver algum problema nessa
sinalização, ele não irá conseguir colocar
transportadores na membrana e começa a
não absorver a glicose toda que o indivíduo
ingeriu. Começa a ter excesso de glicose no
meio extracelular, no meio circulante =
hiperglicemia.

•São menos seletivos que os canais


dependentes de voltagem.
•Quando o transportador está saturado (ou
seja, quando todos os sítios de ligação ao
soluto estão ocupados), a velocidade (ou taxa)
de transporte é máxima. Essa taxa,
denominada Vmáx, é característica para cada
carreador específico. A Vmáx indica a taxa na
qual um carreador pode alternar entre seus
estados conformacionais. Além disso, cada
proteína transportadora tem uma afinidade
característica por seu soluto, refletida no Km
•Quando nos alimentamos, absorvemos da reação, que é igual à concentração do
glicose, nós enchemos a célula do epitélio soluto quando a taxa de transporte é metade
intestinal de glicose. Na membrana basal dos do seu valor máximo.
enterócitos terá um GLUT2 que irá
transportar essa glicose para a circulação, a
favor do gradiente. Isso é passivo, depende da
concentração de glicose.

→Proteínas transportadoras e o
transporte ativo de membrana
•Cada tipo de proteína transportadora tem um
•Como ocorre com as enzimas, a ligação do
ou mais sítios de ligação específicos para seu
soluto pode ser bloqueada por inibidores
soluto (substrato).
competitivos (que competem pelo mesmo
•Elas transportam o soluto através da sítio de ligação, podendo ou não ser
bicamada lipídica via uma série de alterações transportados) ou por inibidores não
reversíveis de conformação que, competitivos (que se ligam em qualquer outra
alternadamente, expõem o sítio de ligação ao parte do transportador e alteram sua
soluto em um lado e em outro da membrana estrutura).
– mas nunca em ambos os lados ao mesmo •As células realizam transporte ativo de três
tempo. A transição ocorre via um estado
principais formas:
intermediário, no qual o soluto encontra-se
inacessível, ou ocluído, em relação a ambos 1. Os transportadores acoplados vinculam a
os lados da membrana. energia estocada em gradientes de
concentração para acoplar o transporte
através da membrana de um soluto na
direção de seu gradiente ao transporte de
outro soluto no sentido contrário ao seu.
2. As bombas dirigidas por ATP acoplam o
transporte contra o gradiente à hidrólise de
ATP.
3. As bombas dirigidas por luz ou reações importação de um pequeno grupo de
redox, encontradas em bactérias, arqueias, açúcares ou aminoácidos relacionados para o
mitocôndrias e cloroplastos, acoplam o interior da célula.
transporte no sentido do gradiente à energia
obtida da luz, como no caso da
bacteriorrodopsina, ou obtida de uma reação
redox, como no caso da citocromo c oxidase.
**Diz-se de transportadores acoplados
mediados por íons, que eles medeiam o
transporte ativo secundário. Em contraste, diz-
se que as bombas dirigidas por ATP medeiam
o transporte ativo primário, pois nestas a •Os neurotransmissores (liberados por
energia livre da hidrólise de ATP é usada
neurônios como sinalização nas sinapses –
diretamente para dirigir o transporte de um
conforme discutido a seguir) são recuperados
soluto contra seu gradiente de concentração.
por simportes de Na+ após sua liberação.
Estes transportadores de neurotransmissores
são importantes alvos para drogas:
estimulantes, como a cocaína e
antidepressivos, os inibem e,
consequentemente, prolongam a sinalização
mediada pelos neurotransmissores, os quais
⇢Transporte ativo dirigido por gradientes de
não são removidos de maneira eficiente.
concentração de íons
•Os transportadores em geral são formados
por feixes de 10 ou mais α-hélices que
atravessam a membrana.
•Os sítios de ligação para íons e para os
•Esse transporte só ocorre se houver solutos estão localizados a meio caminho,
gradiente do íon co-transportado. dentro da membrana, onde algumas hélices
apresentam quebras ou distorções, e cadeias
•Na membrana plasmática de células animais, laterais de aminoácidos e átomos da cadeia
o Na+ é o íon habitualmente cotransportado, principal polipeptídica os formam.
porque o seu gradiente eletroquímico fornece
⇢Bomba de Na+/K+
uma grande força motriz para o transporte
ativo de uma segunda molécula. -Essa ptna, para mudar sua conformação,
precisa de hidrolisar o ATP para adquirir
•As células epiteliais intestinais e renais contêm
energia.
uma ampla variedade de sistemas simporte
dirigidos pelo gradiente de Na+ através da
membrana plasmática. Cada simporte dirigido
por Na+ é específico em relação à
•Solução: Bombeamento de íons para fora da
célula (isso regula a osmolaridade da célula)
*Bomba de Na+/K+

⇢Bomba de Ca+
•As células mantêm concentração muito
baixas de Ca2+ livre no citosol, em
comparação com as concentrações
extracelulares muito mais altas. Mesmo
pequeno influxo de Ca2+ a favor de seu
gradiente acentuado pode gerar vias de
sinalização até de morte celular. ATPases de
Ca2+ bombeiam-no ativamente para fora do
citoplasma, como a do tipo P na membrana
do retículo sarcoplasmático (RS) de células
musculoesqueléticas, estocando Ca2+,
movimentando-o do citosol de volta ao RS.
*O REL de células musculares contém uma
→Osmose bomba semelhante, em menores quantidades.
⇢Bomba de H+
•Pra dentro de lisossomos, pra acidificar
vesículas para que proteases possam atuar
(atuam apenas em pH ácido).
•Problema: tenho muitas proteínas
concentradas dentro da célula e isso atrai água
por osmose.

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