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AULA 4

Biologia Celular e Molecular

Janaína Soares
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Transporte através da membrana

• Como a célula delimita o meio intra e extracelular, é


necessário o transporte e a comunicação com o meio.

• Os transportes podem ou não envolver gasto de energia,


classificados como ativo ou passivo.

Exemplos:
• de transporte passivo: as difusões simples e facilitada.
• transportes ativos: as bombas de íons.
Transporte através
da membrana
Os transportadores formam
um grupo de proteínas
integrais, que movem
substâncias para dentro
ou para fora da célula.
A. Difusão facilitada por
canais iônicos:
proteínas integrais
permitindo a passagem
de íons. Ex. Na+, K+, Cl- e
Ca2+.
B,C e D. Difusão facilitada
por meio de proteínas
carreadoras:
carboidratos e aa
atravessam a membrana
ligados através de uma
proteína da membrana.
E e F Transporte por meio de ATPases transportadoras: íons transportados
através das membranas, impulsionados pela energia proveniente da hidrólise do ATP
(bombas iônicas). Moléculas maiores (fármacos), também podem ser transportadas
por proteínas integrais.

G, H e I. Transporte ativo
Secundário:
movimento de solutos contra
um gradiente de
concentração ou de potencial
elétrico, não está acoplado a
Ē metabólica. A Ē é derivada
do acoplamento ao
movimento de outro soluto.
Transporte através
da membrana

As substâncias podem ser


levadas para dentro ou
expelidas da célula, por meio
de vesículas revestidas por
membranas:
exocitose e endocitose
(A e B).
C.Transcitose: células dos
capilares e do intestino,
movem material através de um
processo integrado endocitose
e exocitose.
D.Osmose
Transporte através das Membranas Celulares

- A membrana Plasmática é uma barreira semipermeável

- Fluidez x Permeabilidade

Estudo de permeabilidade utilizando membranas artificiais


Transporte através das Membranas Celulares
-“Seleção” das moléculas que atravessam a bicamada lipídica está relacionada com a
natureza da bicamada lipídica:
-Tamanho
-Polaridade
-Carga: camada de hidratação
-Concentração. Ex.: trocas gasosas DIFUSÃO
SIMPLES

A permeabilidade relativa de uma bicamada lipídica


sintética a diferentes classes de moléculas.
Quanto menor a molécula e, mais importante, quanto
menos fortemente ela associa-se com a água, com mais
rapidez a molécula difunde-se através da bicamada
Transporte através das Membranas Celulares
-OSMOSE
-Fluxo passivo de água entre dois compartimentos. Ou seja, a água se comporta
como SOLUTO.
-Água: solvente universal

Resposta de uma célula vermelha do sangue humano a mudanças na osmolaridade do fluido extracelular.
A célula incha ou murcha com o movimento da água para o interior ou para o exterior da célula, a favor do
seu gradiente de concentração.

Crenada Normal Inchada Lisada

0,5 M 0,25 M
SACAROSE SACAROSE
Transporte através das Membranas Celulares

-OSMOSE

Vacúolo contrátil evita


a lise em protozoários

Osmose em células vegetais


Transporte através das Membranas Celulares

-Proteínas Transportadoras

-Especializadas em mediar o transporte de um tipo ou classe restrita de soluto


(aminoácidos, açúcares, íons, etc...)

-Proteínas transmembrana do tipo Multipasso Multipasso

-Podem ser de dois tipos:

1) Canais: formam um poro hidrofílico através da bicamada lipídica.


Interagem fracamente com o soluto, em geral íons inorgânicos.

2) Proteínas carreadoras ou permeases: ligam ao soluto a ser


transportado de forma específica, mudam de conformação e permitem a sua
passagem através da membrana.
Transporte através das Membranas Celulares

-Proteínas Transportadoras

Proteínas carreadoras e canais.


(A) Uma proteína carreadora alterna entre duas conformações, de tal forma que o sítio de ligação ao
soluto é seqüencialmente acessível em um lado da bicamada e então no outro.
(B) Em contraste, um canal forma um poro preenchido por água através da bicamada para poder
difundir os solutos específicos.
Transporte através das Membranas Celulares

1) Canais iônicos: podem alternar entre as conformações aberta e fechada. Ex.:


canal de K+

O canal forma um poro hidrofílico através da bicamada lipídica somente no estado


conformacional “aberto”. Os grupos polares parecem revestir a parede do poro,
enquanto as cadeias laterais de aminoácidos hidrofóbicos interagem com a
bicamada lipídica. O poro afunila para dimensões atômicas em uma região (filtro de
seletividade) em que a seletividade iônica do canal é grandemente determinada.
A estrutura de um canal de potássio bacteriano

Somente duas das quatro subunidades idênticas são mostradas. A partir do lado citosólico, o
poro abre-se para um vestíbulo no meio da membrana. Esta estrutura facilita o transporte,
permitindo que os íons K+ permaneçam hidratados, mesmo quando estão atravessando a
membrana. O estreito filtro de seletividade liga o vestíbulo ao exterior celular. Os oxigênios da
carbonila revestem as paredes do filtro de seletividade e formam sítios temporários de ligação
para desidratar os íons K+.
Dois íons K+ ocupam sítios no filtro de seletividade, enquanto um terceiro íon K+ está
localizado no centro do vestíbulo, onde está estabilizado por interações elétricas
Transporte através das Membranas Celulares

1) Canais de água ou Aquaporinas: proteínas de membrana específicas para a


passagem de moléculas de água. Estão ausentes em ovócitos de peixes e anfíbios
e presentes em muitos tipos celulares. Em túbulos renais, p. ex., parte da água
perdida durante a filtração do sangue é reabsorvida, diminuindo o volume da urina.
Transporte através das Membranas Celulares

2) Proteínas carreadoras ou permeases: podem ser comparadas às enzimas, pois


ligam-se a um soluto específico e sofrem mudanças de conformação até liberar o
soluto do outro lado da membrana e reiniciar o processo.
No entanto, não alteram o soluto que é transportado!
Ex.: Transportador de glicose GLUT1.

Modelo de mecanismo de transporte uniporte pela GLUT1. Nos momentos em que hé


maior necessidade de glicose, como em situações de esforço muscular, a célula aumenta
o número de transportadores na sua membrana.
Transporte através das Membranas Celulares

- Proteínas carreadoras podem atuar de 3 formas:

1) Uniporte: quando carreiam apenas uma espécie química. Ex.: GLUT1, a


concentração de glicose intracelular é geralmente menor que a extracelular.

2) Simporte: quando duas espécies químicas são simultaneamente


transportadas e no mesmo sentido. Ex.: Simporte de Na+ e Glicose em
células epiteliais do intestino e do rim.

Modelo proposto para o transportador de 2Na+/Glicose


Transporte através das Membranas Celulares

3) Antiporte: quando 2 moléculas diferentes são transportadas em sentidos


opostos.
Ex.: antiporte Cl-/HCO3- , Na+/H+ e a Na+,K+-ATPase.

E ainda... Co-transporte: Ex. Co-transportador Na+/HCO3-/Cl-

Efeito do pH intracelular
sobre a atividade das
proteínas de transporte de
membrana envolvidas na
regulação do pH citosólico
em células de mamíferos.
Transporte através das Membranas Celulares
O transporte de moléculas e íons através da membrana pode ou não
requerer dispêndio de energia por parte da célula.

1) Transporte passivo ou difusão facilitada: onde canais e muitas proteínas


carreadoras permitem a passagem de soluto sem dispêndio de energia.

2) Transporte ativo: é feito por proteínas carreadores. Se dá sempre contra o


gradiente de concentração do soluto a ser transportado e requer gasto
energético (ATP).
O transporte passivo a favor de um gradiente eletroquímico ocorre
espontaneamente ou por difusão simples através de canais e carreadores
passivos. Em contraste o transporte ativo requer um aporte de energia
metabólica e é sempre mediado por carreadores que captam energia
metabólica para bombear soluto contra seu gradiente eletroquímico.
Transporte através das Membranas Celulares

1) Transporte passivo ou difusão facilitada

Diferenças entre a Difusão Simples e a Difusão Facilitada


A) Velocidade de deslocamento
Difusão facilitada >>>>>>> Osmose ou Difusão Simples

B) Saturação pelo soluto

Cinética da difusão simples e da difusão mediada


por carreador. Enquanto a velocidade da primeira
é sempre proporcional à concentração do soluto,
a velocidade da última atinge um máximo (Vmáx)
quando a proteína está saturada.
A concentração do soluto, quando o transporte
está na metade do seu valor máximo, aproxima-
se à constante de ligação (Km) do carreador para
o soluto e é análoga ao Km de uma enzima para
o seu substrato

Difusão passiva da glicose


Transporte através das Membranas Celulares

1) Transporte passivo ou difusão facilitada

C) Seletividade
D) Sensibilidade a inibidores competitivos e não-competitivos

Algumas particularidades sobre os canais iônicos

-Funcionam basicamente como poros hidrofílicos


-A abertura pode ser promovida por dois mecanismos:
-A) Alteração de voltagem (polaridade) da membrana
-B) Substâncias químicas específicas. Ex. Neurotransmissores
Transporte através das Membranas Celulares
Algumas particularidades sobre os canais iônicos
Controlado Controlado Controlado Controlado
por voltagem por ligante por ligante mecanicamente
(ligante extracelular) (ligante inracelular)

Membrana despolarizada
Ex.: plantas insetívoras
Transporte através das Membranas Celulares

COMPONENT INTRACELLULAR EXTRACELLULAR


CONCENTRATION (mM) CONCENTRATION (mM)
Cations
Na+ 5-15 145
K+ 140 5
Mg2+ 0.5 1-2
Ca2+ 10-4 1-2
H+ 7 × 10-5 (10-7.2 M or pH 7.2) 4 × 10-5 (10-7.4 M or pH 7.4)
Anions*
Cl- 5-15 110
HCO3- 12 29

A maioria dos constituintes celulares é carregada negativamente


Existe cerca de 20 mM de Mg2+ nas células
Existe 1-2 mM Ca2+ nas células
Transporte através das Membranas Celulares
Quase todas as membranas celulares apresentam uma diferença de potencial
elétrico (gradiente de voltagem) através delas, com o interior geralmente
negativo em relação ao meio extracelular.
Chamamos isso de Potencial de Membrana

O QUE ISSO TEM A VER COM OS CANAIS IÔNICOS???

Um gradiente eletroquímico
combina o potencial de
membrana
e o gradiente de concentração,
os quais podem atuar
aditivamente
para aumentar a força motriz
sobre um íon através da
membrana
Gradiente eletroquímico
Gradiente eletroquímicoGradiente eletroquímico ou podem atuar um contra o
com potencial com potencial
sem potencial
de membrana de membrana de membrana outro
Interior negativo Interior positivo
Transporte através das Membranas Celulares
A diferença de potencial através da membrana plasmática de uma célula
animal em repouso (Potencial de repouso), ou seja, na qual não existe fluxo
líquido de íons, varia entre -20 mV e -200 mV.

A base iônica de um potencial de membrana. Um pequeno fluxo de íons


pode causar uma grande mudança no potencial de membrana
Transporte através das Membranas Celulares

Considerando-se um potencial de membrana médio igual a 70 mV (com o


interior mais negativo que o exterior) e que a membrana plasmática tem cerca
de 3,5 nm de espessura, então

O gradiente de voltagem é igual a 0,07 V x 3,5 x 107 cm... Ou seja:

200.000 V por centímetro

Para se ter uma idéia, os fios de alta tensão da energia elétrica


utilizam gradientes de cerca de 200.000 V por Km!
Transporte através das Membranas Celulares

Modelo experimental para geração de um potencial de voltagem


transmembrana.

O principal movimento iônico através da membrana citoplasmática é o de K+ de


dentro para fora, deixando um excesso de carga negativa no interior e criando
um excesso de carga positiva no exterior.
Transporte através das Membranas Celulares

Dizemos que a entrada de


Na+ nas células de
mamíferos tem uma G
(energia livre) negativa, pois
as duas forças (o gradiente
elétrico e o gradiente de
concentração) atuam
normalmente na mesma
direção.
Na+
Na+
K+ K+

O principal movimento iônico através da membrana citoplasmática é o de K+ de


dentro para fora, deixando um excesso de carga negativa no interior e criando
um excesso de carga positiva no exterior.
Transporte através das Membranas Celulares

2) Transporte ativo

A manutenção da distribuição iônica assimétrica nos dois lados da


membrana plasmática é feita com dispêndio de energia. Se apenas os
canais iônicos promovessem o transporte de íons, em pouco tempo
haveria uma distribuição uniforme de cargas dentro e fora da célula e a
diferença de cargas entre o lado interno e o externo da membrana
celular seria zero.

Assim, em contraposição ao transporte passivo, o Transporte ativo:


1) Dá-se sempre contra o gradiente de concentração do soluto
2) Requer gasto energético (ATP) por parte da célula.
3) É feito apenas por proteínas carreadoras.
Transporte através das Membranas Celulares

Quando um determinado estímulo leva à abertura de canais iônicos


para Na+ e K+, a rápida entrada no citoplasma de uma grande
quantidade de íons Na+ e a evasão de uma quantidade também
considerável de íons K+ provocam a DESPOLARIZAÇÃO da
membrana. No balanço final, o interior se torna positivo em relação ao
meio externo.

O papel do transporte ativo será fazer com que a célula retorne ao seu
estado de repouso, ou seja, refazer a distribuição dos íons, mesmo que
isso signifique deslocar íons do compartimento onde eles estão em
menor concentração para onde sua concentração seja maior. Isso é
feito pela Bomba de Na+ e K+ ou simplesmente Na+,K+-ATPase.
Transporte através das Membranas Celulares

A Bomba de Na+ e K+ ainda é importante para a manutenção do volume


celular. Muitas células tratadas com ouabaína, um inibidor específico da
enzima, incham e rompem.
Transporte através das Membranas Celulares

A ouabaína (estrofantidina) é um
Na+,K+-ATPase cardiotônico que consta de um
açúcar e um esteróide unidos por
uma ligação glicosídica.
Comercialmente, está disponível
como seus derivados digoxina e
digitoxina
Transporte através das Membranas Celulares
Na+,K+-ATPase
Transporte através das Membranas Celulares
E2 E1
Na+,K+-ATPase

Ciclo catalítico da Na+,K+-ATPase. Principais conformações da


subunidade catalítica da Na+,K+-ATPase, com a orientação dos sítios de
ligação aos cátions, bem como os sítios de ação da ouabaína.
Transporte através das Membranas Celulares

Na+,K+-ATPase
Transporte através das Membranas Celulares

Na+,K+-ATPase

A ação da Bomba de Na+,K+ faz com


que o gradiente de Na+ seja sempre
favorável à sua entrada na célula,
Transporte ativo
juntamente com a glicose. secundário.
Transporte através das Membranas Celulares

Outros tipos de transporte ativo


Ca2+-ATPase no retículo endoplasmático ou na membrana plasmática
(PMCA).
No retículo sarcoplasmático (músculos), é chamada SERCA.

Estruturas cristalizadas da Ca2+-ATPase de retículo sarcoplasmático (a) no


estado E1 (ligada a Ca2+; Toyoshima et al., 2000) e (b) no estado E2 (inibida
especificamente por thapsigargina; Toyoshima et al., 2002).
Transporte através das Membranas Celulares

Outros tipos de transporte ativo

H+-ATPase em fungos e bactérias

Proteínas de multirresistência a drogas (MDR), que fazem parte da


família dos transportadores ABC (ATP Binding Cassete). Atuam no
transporte tanto de íons quanto de pequenas moléculas, participando
de processos de detoxificação de várias drogas de natureza lipídica.
Ex. Plasmodium

F-ATPases

também conhecidas como ATP sintases, porque geralmente atuam no


sentido reverso, ou seja, sintetizando ATP. São encontradas na
membrana plasmática de bactérias, na membrana interna de
mitocôndrias e na membrana tilacóide de cloroplastos.
Transporte através das Membranas Celulares

Potencial de Ação

Um estímulo elétrico desencadeia uma explosão de atividade elétrica que


é rapidamente propagada ao longo da membrana plasmática e é mantida
por auto-amplificação. Essa “explosão” nada mais é do que uma onda
de excitação conhecida como potencial de ação ou impulso nervoso.

É uma conseqüência direta da ação dos canais de cátions controlados


por voltagem (voltage-gated ion channels).

A despolarização provocada pela abertura de um canal deve ser suficiente

Ocorre em células excitáveis:


neurônios, células musculares e endócrinas, célula-ovo, eletrócitos...
Transporte através das Membranas Celulares

Quando o
Potencial de Ação
potencial de
membrana é
despolarizado,
o canal se abre e
começa a conduzir
íons.
Transporte através das Membranas Celulares
Junção neuromuscular – sinapse especializada entre
um neurônio e uma célula musculoesquelética
VÍDEOS

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