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Transcrição

PROFª. ALEXANDRA AMARAL


Dogma central da Biologia Molecular
O que é a Transcrição?
Processo no qual um gene da sequência de DNA é copiado
(transcrito) para fazer uma molécula de RNA
Principais pontos da transcrição
▪RNA polimerase é a principal enzima de transcrição
▪A transcrição começa quando a RNA polimerase se liga a uma
sequência promotora próxima ao início de um gene (diretamente ou
através das proteínas auxiliares)
▪A RNA polimerase usa uma das fitas de DNA (a fita molde) como uma
referência para fazer uma molécula de RNA nova, complementar.
▪A transcrição acaba num processo chamado terminação. A terminação
depende das sequências no RNA, que sinalizam que a transcrição acabou.
RNA

Sintetizado no núcleo e é
transportado para o
citoplasma
Transcrição = 1º passo da expressão gênica

Uma sequência de DNA de um gene é copiada em RNA


▪Antes que a transcrição possa ocorrer, a dupla hélice de DNA deve
se desenrolar próximo ao gene que está sendo transcrito
▪A região do DNA aberto é chamada de bolha de transcrição
Bolha de transcrição
Fita Molde

▪Uma das duas fitas de DNA expostas


▪O produto de RNA é complementar à fita molde e é quase idêntico à
outra fita de DNA, chamada de fita não-molde (ou codificante)
▪diferença importante: no RNA recém-formado todos os nucleotídeos
T (timina) são substituídos por nucleotídeos U (uracila)
RNA
RNA
Uma sequência de DNA de um gene é copiada em RNA
As pontes de hidrogênio
se rompem .

MOLÉCULA ORIGINAL
(DNA)
As fitas originais se separam

FITA
INATIVA

Nucleotídeos LIVRES encaixam – se em uma das fitas


.

MOLÉCULA Molécula de
ORIGINAL RNA
(DNA)
DNA ≠ RNA
Sítio de Iniciação

▪Local no DNA de onde o primeiro nucleotídeo de RNA é transcrito


(também chamado de local +1)
▪Nucleotídeos que vem antes do sítio de iniciação recebem números
negativos e são ditos estar a montante
▪Nucleotídeos que vem depois do sítio de iniciação são marcados
com números positivos e ditos estar a jusante
RNA polimerase
▪Enzimas que transcrevem DNA em RNA
▪Usando um molde de DNA, a RNA polimerase constrói uma nova
molécula de RNA através do pareamento de bases
RNA polimerase
RNA polimerase sempre constrói uma nova fita de RNA na direção 5'
para 3‘ (só pode adicionar nucleotídeos à extremidade 3' da cadeia)
RNA polimerase

▪RNA polimerases são grandes enzimas com múltiplas subunidades,


mesmo em organismos simples como bactérias
▪Seres humanos e outros eucariontes têm três tipos diferentes de
RNA polimerases: I, II e III
▪Cada uma especializa-se em transcrever determinadas classes de
genes.
Iniciação

Transcrição
Alongamento

Terminação

Processamento
Etapas da Transcrição
▪Iniciação
▪ Alongamento
▪ Término
▪ Processamento
▪Adição do cap
▪Adição da cauda poli A
▪Recomposição (splicing)
Iniciação
RNA polimerase liga-se ao DNA do gene numa região
denominada promotor, que informa à polimerase onde "se sentar"
no DNA e começar a transcrever
Promotor

▪Cada gene (ou, em bactérias, cada grupo de genes transcritos


juntos) tem seu próprio promotor
▪Um promotor contém sequências de DNA que deixam a RNA
polimerase ou as suas proteínas auxiliares se ligarem ao DNA
▪Uma vez formada a bolha de transcrição, a polimerase pode iniciar a
transcrição
Promotores nas bactérias
Um promotor bacteriano típico contém duas sequências de DNA
importantes, os elementos -10 e -35 (35 e 10 nucleotídeos antes do
sítio de iniciação (+1 no DNA)
A RNA polimerase reconhece e se liga diretamente à essas
sequências.
As sequências posicionam a polimerase no ponto certo para iniciar a
transcrição de um gene alvo e elas também asseguram que a mesma
está apontando para direção correta
Promotores nas bactérias
Assim que a RNA polimerase se estabelece, ela abre o DNA e começa
a trabalhar
A abertura de DNA ocorre no elemento -10 (A e T)
Promotores em humanos

▪A principal RNA polimerase não se liga diretamente aos promotores


como a RNA polimerase bacteriana
▪Proteínas acessórias chamadas fatores de transcrição basais(gerais)
se ligam primeiramente ao promotor, auxiliando a RNA polimerase
em suas células a obter um ponto de apoio no DNA
▪Muitos promotores eucarióticos possuem uma sequência chamada
de TATA box (papel muito similar ao elemento -10 das bactérias)
Alongamento
▪Inicia-se com a RNA polimerase na posição do promotor
▪Fase em que a sequência de RNA fica mais longa, graças à adição de
novos nucleotídeos
▪RNA polimerase "caminha" ao longo de uma fita de DNA (fita
molde) da 3' para 5'.
▪Para cada nucleotídeo no molde, a RNA polimerase adiciona um
nucleotídeo de RNA correspondente
Alongamento
Terminação
Ocorre quando a polimerase transcreve uma sequência de DNA
conhecida como terminador

Rho-dependentes

Em bactérias

Rho-independentes
Terminação Rho-dependente
▪RNA contém um sítio de ligação para uma proteína chamada fator
Rho
▪O fator Rho se liga à essa sequência e começa a "subir" o transcrito
em direção à RNA polimerase
▪Quando ele alcança a polimerase na bolha de transcrição, o Rho
puxa a transcrição do RNA e o molde de DNA se separa, liberando a
molécula de RNA e terminando a transcrição
Terminação Rho-dependente
Terminação Rho-independente

▪Depende das sequências específicas do modelo do DNA


▪Enquanto a RNA polimerase se aproxima do final do gene que está
sendo transcrito, ele atinge uma região rica em nucleotídeos C e G
▪O RNA transcrito desta região se dobra de volta para si mesmo e os
nucleotídeos complementares C e G se ligam
▪O resultado é um grampo de cabelo estável que faz com que a RNA
polimerase fique presa
Terminação Rho-independente

▪o grampo é seguido de trechos de nucleotídeos U no RNA, que se


pareiam com nucleotídeos A no modelo de DNA
▪A região complementar U-A da transcrição do RNA forma somente
uma fraca interação com o modelo de DNA
▪Isto produz instabilidade suficiente para a enzima cair e liberar o
novo RNA transcrito
Terminação Rho-independente
Terminação em Eucariontes
▪A terminação tem início quando um sinal de poliadenilação aparece no
transcrito de RNA (sequência de nucleotídeos que marca onde um transcrito de
RNA deve terminar)
▪O sinal é reconhecido por uma enzima que corta o transcrito de RNA nas
proximidades, liberando-o da RNA polimerase
▪Curiosamente, a RNA polimerase continua a transcrever após o transcrito ter
sido liberado, frequentemente gerando 500 a 2000 nucleotídeos a mais de RNA
▪Eventualmente, a enzima se desprende do DNA por meio de mecanismos ainda
não totalmente compreendidos
▪O RNA adicional não é traduzido e aparenta ser um subproduto desnecessário
da transcrição
O que acontece com o transcrito de RNA?

▪O transcrito de RNA que está


pronto para ser utilizado na
tradução é chamado de RNA
mensageiro (RNAm)
▪Possui a sequência de
aminoácidos para orientar a
síntese de proteínas
Curiosidades
▪Em bactérias a tradução pode começar enquanto a transcrição ainda
está acontecendo
▪Estes processos ocorrem na mesma direção de 5' para 3'. Isso
significa que um pode seguir ou "perseguir" o outro que ainda está
ocorrendo
▪Além disso, nas bactérias, não existem compartimentos internos de
membranas para separar a transcrição da tradução
Curiosidades
Quando um RNAm está sendo traduzido por múltiplos ribossomos,
diz-se que o RNAm e os ribossomos formam um polirribossomo
Em eucariontes...
Não há simultaneidade porque:
▪a transcrição ocorre no núcleo de células humanas, enquanto a
tradução ocorre no citosol.
▪as moléculas de RNA precisam passar por etapas especiais de
processamento antes da tradução = processamento do RNA
Processamento do pré-RNAm
Pré-RNAm = molécula de RNA recém-fabricada que tem que passar por
algumas etapas de processamento para se tornar um RNAm “maduro” que
pode ser traduzido em uma proteína

➔Etapas:
▪Adição de um cap 5' ao início do RNA
▪Adição de uma cauda poli-A (cauda de nucleotídeos A) ao final do RNA
▪Separação dos íntrons ou "sequências lixo" e conexão do que sobrou , das
sequências boas (os éxons)
Visão geral do processamento do pré-RNAm
em eucariontes
Cap 5' e a cauda poli-A

▪Ambas extremidades finais do pre-RNAm são modificadas pela


adição de grupos químicos
▪O grupo do início (final 5') é chamado de cap
▪O grupo de terminação (final 3') é chamado de cauda
▪Tanto o cap quanto a cauda protegem o transcrito e ajudam-no a ser
exportado do núcleo e a ser traduzido nos ribossomos
Cap 5' e a cauda poli-A
A cap 5' é uma guanina (G) modificada adicionada ao primeiro
nucleotídeo do transcrito durante a transcrição.
Funções da cap:
▪Proteger o transcrito de ser quebrado
▪Auxiliar o ribossomo a se ligar ao RNAm para começar a leitura e
fazer uma proteína
Cap 5' e a cauda poli-A
▪Quando no final 3' do RNA aparece uma sequência chamada sinal
de poliadenilação uma enzima corta o RNA em dois naquele ponto
▪Outra enzima adiciona aproximadamente 100 -200 nucleotídeos de
adenina (A) para cotar o final, formando uma cauda poli-A
▪A cauda torna o transcrito mais estável e ajuda a exportá-lo do
núcleo para o citosol
Splicing do RNA
▪No splicing do RNA, partes específicas do pré-RNAm,
chamadas íntrons são reconhecidas e removidas por complexos
proteína-e-RNA chamados de spliceossomos.
▪Os íntrons podem ser vistos como sequências "lixo" que devem ser
retiradas para que a "versão de partes boas" da molécula de RNA
possa ser montada.
▪As partes do RNA que não são cortadas são chamadas exons.
▪Os exons são colocados juntos pelo spliceossomo para formar o
RNAm maduro final, que é enviado para fora do núcleo.
Splicing do RNA
Splicing do RNA
▪Apenas os exons do gene que codificam a proteína
▪Os íntrons não carregam informação para formar a proteína
▪Os íntrons tem que ser removidos para que o RMAm codifique a
proteína com a sequência certa
▪Se o spliceossomo falhar em remover um íntron, um RNAm com um
"lixo" extra se formará e uma proteína errada será produzida durante
a tradução
Cientistas mudaram a nomenclatura
de DNA Lixo para Matéria Escura de
DNA.

Assim como a matéria escura do


Universo, não sabemos exatamente
para que esses trechos servem, nem
como eles funcionam, mas sabemos
que sem eles, nossa vida, e o
Universo, não seriam os mesmos.
Splicing alternativo
Processo em que mais de um RNAm pode ser formado a partir
do mesmo gene. Através do splicing alternativo, nós (e outros
eucariontes) podemos codificar mais proteínas diferentes do que
temos de genes em nosso DNA

Não está totalmente elucidado por que os íntrons e o splicing são tão
comuns nos eucariontes
Uma possibilidade é que o splicing em geral permite o splicing
alternativo. Já os íntrons algumas vezes contêm sequências regulatórias que
controlam a expressão de um gene
Splicing alternativo
Menino, 1 ano e 6
meses, atendido na
clínica escola

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