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Universidade Federal do Acre

Centro Multidisciplinar- CMULTI 1


Bacharelado em Enfermagem
Fisiologia Humana

Líquidos Corporais e Fisiologia de


Membrana, Nervo e Músculo

Profª Enfª Liliane Maia

Cruzeiro do Sul- AC
2023
1
Plano Geral do Corpo

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Meio Externo

 Uma camada de tecido epitelial


separa o meio externo do
interior do corpo;
 Quando o ar adentra os pulmões
ou o alimento adentra o
estômago, essas substâncias
ainda estão, na verdade, no
meio externo, pois estão no lado
externo dessa barreira epitelial,
essa barreira é contínua.
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Meio Interno

 Para animais multicelulares, o meio interno é o ambiente aquoso


interno que circunda as células. É um “mar interno”, dentro do
corpo, chamado de líquido extracelular (LEC).

Os processos fisiológicos elaborados evoluíram para manter a


composição do LEC relativamente ESTÁVEL.

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Compartimentos Fluidos do Corpo

 A substância mais abundante no corpo é a água;


 ACT= Água corporal total (volume de água contido em todos os
compartimentos do corpo);
 Para uma pessoa que pesa 70 kg, o volume de ACT é de 42
litros, representando aproximadamente 60% do peso total do
corpo;
 A ACT inclui a água presente no LIC e no LEC.

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Membrana Plasmática

 Por volta de 1890: cientistas concluíram que a superfície externa


das células, a membrana celular, era uma fina camada de lipídeos
que separa o fluido aquoso do interior da célula do seu meio
externo;
 Atualmente sabemos que a membrana consiste em camadas duplas,
ou bicamadas, de fosfolipídeos com proteínas inseridas neles.

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Funções Gerais da Membrana

 Isolamento físico;

 Regulação das trocas com o seu ambiente externo


(líquido extracelular);

 Comunicação entre a célula e o seu ambiente externo;

 Suporte estrutural.
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Membrana Plasmática

▶ Substâncias se
movem através
da membrana
por meio de:
o Transporte
passivo;
o Transporte
ativo.

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Transporte Ativo Transporte Passivo

Transporte de Transporte de
moléculas através da moléculas através da
membrana que membrana de
requer energia. maneira espontânea.

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Difusão

A favor do
gradiente de
concentração: do
local de maior
concentração
para o de menor.

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Fatores que Influenciam a
Permeabilidade da Membrana

1. A solubilidade lipídica da substância em difusão;


2. Tamanho e forma das moléculas em difusão;
3. Temperatura;
4. Espessura da membrana.

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4
Difusão Simples
▶ Passagem de substâncias
Lipossolúveis.
o Oxigênio; Dióxido de Carbono;
Ácidos Graxos; Vitaminas
Lipossolúveis.
▶ Moléculas polares pequenas e
não carregadas como água e ureia
e álcoois pequenos.

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Difusão Facilitada

▶ Solutos que são muito polares ou altamente carregados


podem passar pela membrana ainda de maneira passiva;
▶ Uma proteína de membrana integral ajuda uma substância
específica a atravessar a membrana;
▶A proteína pode ser: um canal ou um carreador.

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Difusão Facilitada- Canal

“Canal: é uma proteína transmembrana que transporta moléculas


por meio de um conduto ou poro que se estende de um lado a
outro da membrana”

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6
Difusão Facilitada- Canal

▶ A maioria são canais


iônicos: permitem a
passagem de íons
inorgânicos pequenos
que são muito
hidrofílicos para
penetrar no interior
apolar da bicamada
lipídica;
 Canal controlado.
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7
Difusão Facilitada- Canal

▶ Canais dependentes de
voltagem: reguladas por sinais
elétricos.
▶ Canais dependentes de
ligantes: sinais químicos que
se ligam a proteínas do canal.

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8
Difusão Facilitada- Carreador

▶ Transportam sem gasto de


energia pequenas moléculas
orgânicas, que são muito grandes
para passar através de canais;

▶ Exemplos de substâncias:
glicose, frutose, galactose e
algumas proteínas.

Carreadores são proteínas integrais de membrana que


sofrem mudanças em seus formatos para moverem 17
substaâncias através da membrana por difusão facilitada.
Difusão Facilitada- Carreador

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9
Osmose
▶ Movimento da água através
de uma membrana em
resposta a um gradiente de
concentração de um soluto.
▶ Movimentação da água
ocorre:
o Entre 2 moléculas de
fosfolipídio vizinhas na
bicamada lipídica (difusão
simples);
o Através de aquaporinas.
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Conceitos na Osmose

Osmolaridade: É a concentração total de partículas de soluto de


uma solução;
Pressão Hidrostática: Pressão exercida por um líquido;
Pressão Osmótica: Outro termo que descreve a concentração
total de soluto de uma solução;
Tonicidade: termo fisiológico utilizado para descrever uma solução
e como esta afeta o volume de uma célula se a célula for colocada
nessa solução até o equilíbrio.

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Osmose- Pressão Osmótica

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Edema

“Aumento da quantidade de líquido intersticial em um tecido


ou no interior de uma cavidade.”
Causas:
o Alterações na parede de um capilar;
o Diminuição da pressão oncótica do plasma;
o Aumento da pressão hidrostática do sangue;
o Retenção de sódio e diminuição da drenagem linfática.

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Transporte Ativo (Bombas)

▶ Movimentação de alguns solutos polares ou com carga elétrica


contra o gradiente de concentração;
▶ Necessita de energia para que proteínas carreadoras movam o
soluto através da membrana contra um gradiente de
concentração;
o Transporte ativo primário: utiliza da hidrólise de ATP como fonte de
energia;
o Transporte ativo secundário: utiliza da energia armazenada em um
gradiente de concentração iônica como fonte de energia.
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Transporte Ativo Primário

▶ A energia derivada da
hidrólise do ATP altera o
formato de uma
proteína carreadora que
bombeia uma
substância através da
membrana plasmática
contra o seu gradiente
de concentração.

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Transporte Ativo Secundário
▶ A energia armazenada em um
gradiente de concentração de
Na+ ou de H+ é utilizada para
direcionar outras substâncias
através da membrana contra
seus próprios gradientes de
concentração.
▶Simportadores ou
Contratransportadores.

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Transporte Vesicular

▶ Vesícula: saco pequeno e esférico;


▶ Esse processo requer energia (ATP);
▶ ENDOCITOSE: movimentação de material para dentro da célula em uma
vesícula formada a partir da membrana plasmática;
o Endocitose mediada por receptor; Fagocitose; Pinocitose.
▶ EXOCITOSE: o material se move para fora da célula após a fusão da
membrana plasmática com as vesículas formadas dentro da célula.
▶ TRANSCITOSE: as vesículas sofrem endocitose em um lado da célula, se
movem através dela e sofrem exocitose do lado oposto;
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ENDOCITOSE
MEDIADA POR FAGOCITOSE PINOCITOSE 28
RECEPTOR
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Exocitose e Transcitose

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POTENCIAL DE MEMBRANA

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Potencial de Membrana

“Em geral, o corpo é eletricamente neutro: para todos os cátions, há


um aníon correspondente.”
 Porém, há uma distribuição não uniforme entre eles no LIC e LEC;
 LIC: contém alguns ânions que não possuem cátions
correspondentes (carga negativa);
 LEC: alguns cátions não possuem ânions correspondentes (carga
positiva).

Estado de Desequilíbrio Elétrico 31


Diferença de Potencial em Repouso
da Membrana
1. Repouso= estado estacionário, não modificado;
2. Potencial= o gradiente elétrico criado pelo transporte ativo de
íons através da membrana celular é uma forma de energia
armazenada, ou potencial, da mesma forma que os gradientes
de concentração são uma forma de energia potencial;
3. Diferença= o potencial de membrana representa uma
diferença na quantidade de carga elétrica dentro e fora da
célula.

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Ação do Eletrodo

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Para células nervosas e musculares em repouso, o voltímetro geralmente
grava um potencial de membrana entre – 40 e – 90 mV, o que indica que
o líquido intracelular é negativo em relação ao líquido extracelular (0 mV).

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POTENCIAL DE AÇÃO

Rápidas alterações do potencial de membrana


que se propagam com grande velocidade!

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Potencial de Ação- Nervoso

▶ Começa por alteração súbita do potencial de membrana normal


negativo para um potencial positivo, terminando então com retorno
quase tão rápido para o potencial negativo;
▶ Estágios do potencial de ação:
o Repouso;
o Despolarização;
o Repolarização.

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Condução

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Limiar e “Princípio do Tudo ou Nada”

▶ Potencial de ação só vai ocorrer após um feedback + para


despolarização (intenso o suficiente);
▶ Aumento repentino do potencial de membrana, entre 15 e 30 milivolts
em geral, é necessário (-90 mv para -65mv- potencial de ação,
atingindo o limiar);
▶ As condições permanecendo ou não após o início da
despolarização ocorre propagação do potencial de ação;
▶ TUDO ou NADA: aplicável à todos os tecidos excitáveis.

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Período Refratário

“Período de tempo após o início do potencial de ação durante o


qual uma célula excitável não consegue gerar outro potencial de
ação em resposta a um estímulo limiar normal.”

 Período refratário absoluto: mesmo um estímulo muito intenso


não conseguirá gerar um segundo potencial de ação.
 Período refratário relativo: é o período de tempo durante o qual
um segundo potencial de ação pode ser gerado, mas apenas por
um estímulo maior que o usual.

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Mielina

Axônio não mielinizado: possui uma baixa resistência ao


vazamento de corrente, uma vez que toda a membrana do axônio
está em contato com o líquido extracelular e contém canais iônicos
pelos quais a corrente pode vazar.
Axônios Mielinizados: pequenas porções da membrana exposta –
os Nódulos de Ranvier – alternam-se com segmentos mais longos
envoltos por múltiplas camadas de membrana (bainha de mielina). A
bainha de mielina cria uma barreira de alta resistência que impede o
fluxo de íons para fora do citoplasma.

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Axônios Mielinizados

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Esclerose Múltipla

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Fatores que Afetam a Propagação

 Mielinização: os potenciais de ação se propagam mais


rapidamente pelos axônios mielinizados do que pelos não
mielinizados.
 Diâmetro do axônio: axônios com diâmetros maiores propagam
os potenciais de ação mais rapidamente que os de menor
diâmetro, devido a sua maior superfície.
 Temperatura: os axônios propagam os potenciais de ação mais
lentamente quando são resfriados.

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Potencial de Ação- Cardíaco
 Fase 4: Repouso.

 Fase 0: Despolarização.

 Fase 1: Repolarização
inicial.

 Fase 2: Platô.

 Fase 3: Repolarização
rápida.
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Platô
▶ Quando não ocorre repolarização
imediata;

▶ O potencial permanece como platô perto


do pico do potencial em ponta, por vários
milissegundos;
▶ Ocorre nas fibras musculares do
coração: platô dura por período de 0,2 a 0,3
segundo e faz com que a contração dos
músculos do coração dure por esse mesmo
período de tempo.
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Contração do Músculo Esquelético

 Fibras musculares possuem miofibrilas;


 Miofibrilas são compostas por proteínas: miosina, que forma os
filamentos grossos; os microfilamentos de actina, que formam os
filamentos finos; as proteínas reguladoras tropomiosina e troponina;
e duas proteínas acessórias gigantes, a titina e a nebulina.

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Contração Muscular Esquelétic a

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Junção Neuromuscular
▶ Consiste na sinapse entre um neurônio
somático motor e uma fibra muscular
esquelética;
▶ Sinapse é a região onde ocorre a
comunicação entre dois neurônios ou entre
um neurônio e uma célula-alvo: neurônio
somático motor e uma fibra muscular;
▶ Existência de um espaço chamada de fenda
sináptica entre as duas partes necessitando
de um mensageiro químico
(neurotransmissor). 52
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Estruturas
da JNM

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Atividade da JNM

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Em resumo...

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Contração do Músculo Liso

▶ Diferenças com o esquelético:


1. Os músculos lisos precisam operar em uma faixa de
comprimentos;
2. Em um mesmo órgão, as camadas de músculo liso podem estar
dispostas em diferentes direções;
3. O músculo liso contrai e relaxa muito mais lentamente;
4. O músculo liso utiliza menos energia para gerar e manter um
determinado grau de tensão;

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5. O músculo liso pode manter as contrações por longos períodos
sem fatigar;
6. Os músculos lisos são formados por células fusiformes pequenas
e mononucleadas;
7. Os elementos contráteis não estão organizados em sarcômeros;
8. A contração do músculo liso pode ser iniciada por sinais
elétricos, químicos ou ambos.

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9.O músculo liso é controlado pelo sistema nervoso autônomo;
10.O músculo liso não apresenta regiões receptoras especializadas,
como as placas motoras terminais, encontradas nas sinapses do
músculo esquelético;
11.O Ca2+ necessário para a contração é proveniente do líquido
extracelular e do retículo sarcoplasmático.
12.O Ca2+ inicia uma cascata que termina com a fosforilação da
cadeia leve da miosina e a ativação da miosina-ATPase.

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Funcionamento:Músculo Liso

1. Íons cálcio vão para o citosol do músculo liso;


2. Uma proteína reguladora chamada calmodulina liga-se ao Ca²+ no
citosol;
3. Depois de se ligar ao Ca 2+ , a calmodulina ativa uma enzima chamada
de quinase da cadeia leve de miosina (MLCK — myosin light chain kinase);
4. A quinase usa ATP para adicionar um grupo fosfato a uma
porção da cabeça de miosina;
5. Uma vez fixado o grupo fosfato, a cabeça de miosina pode se ligar à
actina e a contração pode ocorrer.
61
Contração
do Músculo
Liso

62
Relaxamento
do Músculo
Liso

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Referências

▶ GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 10.ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
▶ TORTORA, G. J., GRABOWSKI, S. R. Princípios de Anatomia e
Fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
▶ STANFIELD, C. L. Fisiologia Humana. 5ª ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.
▶ SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem
integrada. 7.ed. Porto Alegre : Artmed, 2016.

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