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Obtenção de matéria pelos seres

heterotróficos

BIOLOGIA
Prof.ª IvoneE Pinto
GEOLOGIA - 10.º
ANO
Seres heterotróficos
Necessitam de obter matéria (água,
minerais, vitaminas, glícidos, lípidos
e proteínas) do meio ambiente,
alimentando-se de outros
organismos ou dos seus produtos.
O processamento de alimentos pelos
seres heterotróficos, inclui os
processos de
Ingestão
digestão
absorção.
Todos os animais, todos os fungos e grande parte dos protistas e das
bactérias são heterotróficos.
Heterotrofia
A nível celular, o processamento e a utilização dos nutrientes são
idênticos (fonte de energia e síntese de biomoléculas) nos
seres unicelulares e nos pluricelulares e iniciam-se sempre
com a sua absorção.
Heterotrofia

A ingestão de alimentos pelos seres pluricelulares, obriga a uma digestão


extracelular, com transformação de moléculas complexas em moléculas
mais simples, capazes de serem absorvidas pelas células.
A absorção é a passagem de substâncias simples do meio externo para o
meio interno. Nos seres unicelulares, a absorção ocorre directamente
através da membrana celular ou podem ser incorporadas na célula no
interior de vesículas, sofrendo, posteriormente, digestão intracelular.
Para compreender os mecanismos que garantem a obtenção de
matéria a nível celular, é necessário conhecer as estruturas
responsáveis por este fenómeno.

Constituição da
membrana
plasmática
Membrana Plasmática
Responsável pela integridade celular,
delimita a fronteira entre o meio
extracelular e o meio intracelular,
constituindo uma barreira selectiva,
através da qual a célula processa
trocas de substâncias e energia com
o meio.

A membrana celular também funciona


como sensor, permitindo à célula
modificar-se em resposta a diversos
estímulos externos.
Estrutura da Membrana Plasmática
1899- Overton: Afirmou que a membrana plasmática era constituída por lípidos.

Início Séc. XX- Langmuir: propôs o primeiro modelo no qual as membranas


plasmáticas eram constituídas por uma monocamada de fosfolípidos.

1925- Gorter e Grendel: propõem o modelo estrutural baseado numa bicamada


fosfolípidica.

1935- Davson e Danielli: propõem um modelo com bicamada fosfolípidica mas


revestida internamente e externamente por proteínas.

1954- Davson e Danielli: afirmam que a M.P possui poros revestidos


internamente por proteínas.
Evolução dos modelos
Modelo Gorter e Grendel (1925)

Bicamada
Fosfolipídica

Modelo da Bicamada Fosfolipídica


Limitações:

- Não explicava a passagem, através da membrana, de moléculas


polares (água).
Modelo Davson e Danielli (1935)

Camada
Proteica

Bicamada
Fosfolipídica

Modelo Lipoproteico da Membrana


Limitações:

- Não explicava a passagem de moléculas polares (água),


aminoácidos, monossacarídeos, através da zona hidrofóbica.
Modelo Davson e Danielli (1954)
Camada
Proteica

Bicamada
Fosfolipídica

poro
Limitações:

- A relação entre proteínas e lípidos não era a que realmente se


verificou existir;
- A proporção entre proteínas e fosfolípidos neste modelo seriam
muito menor, isto é, havia proteínas a mais.
Modelo do mosaico fluido
Membrana Plasmática - Ultraestrutura
O modelo do mosaico fluido, proposto por Singer e Nicholson, em 1972, é o mais
aceite actualmente.
Modelo do mosaico fluido
Modelo do mosaico fluido
É assim chamado devido ao facto de admitir que a membrana
não é uma estrutura rígida, existindo movimentos das
moléculas que a constituem, dotando-a, assim, de grande
fluidez.

-movimentos laterais de fosfolípidos;


-movimentos transversais de fosfolípidos
Movimentos laterais de fosfolípidos
Difusão Lateral
Movimentos transversais de fosfolípidos

Movimento de Cambalhota
(flip-flop)
Constituição da Membrana Plasmática

• Proteínas – 60 a 75 %;
• Lípidos – 25 a 40 %;
• Glícidos – 10 %
Membrana plasmática: Proteínas
- As proteínas membranares podem
ser integradas ou íntrinsecas, quando
penetram na bicamada lipídica, e
periféricas ou extrínsecas, quando se
encontram ligadas à superfície da
membrana.
- Podem ter uma função estrutural ou
intervir no transporte de substâncias
através da membrana.
- Também funcionam como receptores
de estímulos químicos vindo do meio
extracelular ou como enzimas,
catalisando reacções que ocorrem na
superfície da célula.
Membrana plasmática: Lípidos
São maioritariamente fosfolípidos, colesterol e
glicolípidos;

-Os fosfolípidos e glicolípidos são moléculas


anfipáticas;

-O colesterol pertence ao grupo dos esteróides


e é insolúvel em água e ocorre em menor
quantidade que os fosfolípidos;

-Os glícidos situam-se na parte exterior da


membrana (reconhecimento de substâncias).
Membrana plasmática: Glícidos

Os glícidos membranares situam-se na


parte exterior da membrana plasmática.
Podem ligar-se a proteínas
(glicoproteínas) ou lípidos(glicolipídos).

Estas moléculas formam o glicocálix:


tem um papel importante no
reconhecimento de certas substâncias.
Funções da Membrana Celular
Movimentos transmembranares
Membrana plasmática
Permeabilidade selectiva

O transporte depende de:

•  Dimensão

•  Carga  eléctrica  do  


composto

•  Solubilidade  do  composto


Movimentos transmembranares

O movimento de substâncias através da


membrana pode ocorrer sem intervenção
de moléculas transportadoras, transporte
não mediado, ou com intervenção dessas
moléculas, transporte mediado.

Transporte Transporte
não mediado mediado
Transportes membranares
Transporte não mediado: difusão simples

Na difusão simples as moléculas


movimentam-se do meio onde a sua
concentração é mais elevada para o
meio onde a sua concentração é mais
baixa, isto é, a favor de um gradiente
de concentração.

A osmose e a difusão simples são


processos de transporte passivo,
porque a sua ocorrência não implica
gasto de energia pela célula.
Aquaporinas (canais de água)
Transporte não mediado - Osmose
Pressão osmótica

Pressão necessária para


contrabalançara tendência
da água para se mover,
através de uma membrana
selectivamente permeável,
da região onde há maior
quantidade de moléculas
de água para a região onde
há menor quantidade de
moléculas de água.
Pressão osmótica
• A pressão osmótica da água pura é zero.
• Uma solução com elevada concentração de soluto
e, portanto, com baixa quantidade de moléculas de
água, tem uma elevada pressão osmótica.
• Inversamente, uma solução com baixa
concentração de soluto, e, portanto, com elevada
quantidade de moléculas de água, tem uma baixa
pressão osmótica.
Meio hipotónico vs Meio hipertónico

Meio em que existe uma baixa


concentração de soluto.
Meio hipotónico

Corresponde a um meio em que existe


uma elevada concentração de soluto.
Meio hipertónico
Movimento da água através da membrana de células
animais

Das situações representadas identifique as soluções:


a. Hipertónicas em relação às hemácias;
b. Hipotónicas em relação às hemácias;
c. Isotónicas em relaçãoàs hemácias.
d. Apresente uma explicação para o que ocorreu na situação D.
e. Qual das soluções terávalores de concentração muito semelhantes aos do nosso plasma sanguíneo?
Justifique a resposta.
f. Qual a importância de o soro fisiológico aplicado em medicina apresentar uma concentração salina
de9%o?
Transporte não mediado - Osmose
Transporte não mediado - Osmose
Turgescência
Pressão de turgescência
Corresponde à pressão que o conteúdo celular exerce sobre as
paredes celulares, quando a célula fica túrgida após a entrada
de água
Plasmólise Vs Turgidez
Transporte não mediado - Osmose
Num meio hipertónico, a água sai da célula por osmose, diminuindo o volume celular
– a célula fica no estado de plasmólise.
Num meio hipotónico, a água entra por osmose, levando a uma aumento do volume
celular – a célula fica no estado de turgescência.
Numa célula animal túrgida, quando a entrada de água ultrapassa a capacidade
elástica da membrana, ocorre a lise (destruição) celular. Isto não sucede nas
células vegetais, devido à existência da parede celular.
Difusão simples
A água não é a única substância que se movimenta através da
membrana celular.
Difusão simples
As moléculas movimentam-se do meio onde a sua concentração é
mais elevada para o meio onde a sua concentração é mais baixa.
Difusão simples
Exemplo
Difusão facilitada
Difusão facilitada
Um elevado número de
moléculas polares de
dimensões
consideráveis,
atravessam a
membrana celular a
favor do gradiente de
concentração, mas a
uma velocidade
superior à esperada, se
o fizessem por difusão
simples.
Permeases
A difusão facilitada deve-se à existência de proteínas
transportadoras na membrana, que promovem a passagem
destas moléculas. As proteínas são específicas para cada tipo de
substância e denominam-se permeases.
Transporte mediado: transporte activo

Os processos até agora mencionados têm em


comum o facto de contribuírem para a
uniformização das concentrações de solutos e
solventes entre o meio intra e extracelular.
Mas o meio intracelular não apresenta todos os
constituintes em concentrações semelhantes ao
meio extracelular.

Se considerarmos que as células necessitam de:


-manter o seu meio interno em concentrações e constituição independente do
meio exterior.
-retirar nutrientes do meio, mesmo que estes aí existam em menor quantidade,
relativamente ao interior da célula;
-libertar para o exterior produtos de excreção, mesmo que aí as suas
concentrações sejam superiores.
Transporte activo
O movimento de substâncias através da membrana contra um
gradiente de concentração, mediante a intervenção de proteínas
transportadoras específicas, designa-se transporte activo e requer
gasto de energia por parte da célula.

Ex: Bomba de sódio e potássio


Transporte activo
O transporte de compostos contra o gradiente de concentração e
com gastos de energia é efectuado por proteínas designadas
por bombas.
Transporte de partículas
Transporte de partículas
Transporte de partículas
Transporte de partículas: exocitose
Digestão intracelular: Sistema endomembranar

A membrana plasmática
encontra-se em contacto com o
complexo de Golgi, o retículo
endoplasmático e a
membrana do invólucro
nuclear, formando um sistema
de membranas denominado
sistema endomembranar.
Retículo endoplasmático
Retículo endoplasmático
O retículo endoplasmático rugoso(RER)
possui ribossomas ligados à face externa das
membranas, conferindo-lhe um aspecto rugoso,
e o retículo endoplasmático liso (REL) não
possui ribossomas, apresentando por isso, um
aspecto liso.

O RER tem como função receber no seu lúmen


as proteínas sintetizadas pelos ribossomas, a
sua eventual maturação e transporte até
determinados organitos citoplasmáticos, ou
para o exterior da célula.
O REL pode desempenhar, entre outras
funções, a modificação de pequenas moléculas
que entram na célula (drogas ou pesticidas) e a
síntese de lípidos.
Complexo de golgi
Complexo de Golgi
Formado pelo conjunto dos
dictiossomas da célula. Cada
dictiossoma é composto por
conjuntos de sáculos ou
Face de formação
cisternas achatadas empilhadas
de forma regular, na periferia ou
das quais existe uma série de face Cis
vesículas.
.
O complexo de Golgi forma-se a
partir das vesículas que se
libertam do retículo
endoplasmático. Estas unem-se e
formam sáculos.
Face de maturação
No complexo de Golgi, as
proteínas recebidas do retículo Ou
são concentradas, envolvidas em face trans
membranas e enviadas para os
locais de destino.
Lisossomas
Lisossomas
Digestão intracelular

Lisossoma
primário

Heterofagia
ou ou
Fagossoma Lisossoma
secundário
Sistema endomembranar
Sistema endomembranar – conjunto de organitos membranares
envolvidos no transporte intracelular e para o exterior da célula.
Organito Função

Retículo Rugoso (RER) Maturação de proteínas e transporte das


endoplasmático mesmas no interior ou para o exterior
(RE) das células.
Liso (REL) Transformação de substâncias nocivas e
síntese de lípidos.
Complexo de Golgi Aglomeração das proteínas produzidas
pelo RE e transporte para o local de
destino em vesículas.
Lisossomas Vesículas com enzimas hidrolíticas
responsáveis por fenómenos de
digestão intracelular.
Digestão intracelular
Digestão intracelular
Digestão intracelular
ex: Amiba
Digestão intracelular
Digestão extracelular em heterotróficos multicelulares
Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos multicelulares
Digestão extracelular
Exemplo: esponja
Sistema digestivo incompleto
Digestão intracelular
Sistema digestivo incompleto
Digestão intracelular e extracelular

Exemplo: hidra

Na parede do corpo da hidra, que rodeia a cavidade gastrovascular existem dois tipos
de células:
- Células digestivas;
- Células glandulares.
Exemplo: planária

Sistema digestivo incompleto


Digestão intracelular e extracelular
Digestão extracelular
Na Planária, a cavidade digestiva
apresenta uma maior
diferenciação.

À boca segue-se uma faringe


musculosa que se pode projectar
para o exterior e captar os
alimentos.

A cavidade gastrovascular é
ramificada, o que aumenta a área
de digestão e de absorção.

A digestão, como na hidra, inicia-se na


cavidade gastrovascular e completa-
se no interior das células do corpo.
Sistema digestivo completo
Digestão extracelular
Absorção intestinal
Digestão extracorporal
No fungos a digestão é extracorporal, com lançamento de enzimas hidrolíticas
para o exterior do corpo, onde se realiza a digestão, e posterior absorção de
nutrientes.

Nos animais a digestão é em regra também extracelular mas efectua-se


no interior do corpo – Digestão intracorporal.
Tendências evolutivas
Aplicar os conhecimentos

1.°FASE — De um conjunto de ratos idênticos,


constituíram-se dois lotes —A e B — e foram
colocados em ambientes idênticos durante o mesmo
número de dias.
- Os ratos do lote A foram alimentados
abundantemente.
- Os ratos do lote B permaneceram em jejum.
- Foi feita uma biopsia ao fígado dos ratos do lote A
e do lote B, sendo observadas as células ao
microscópio electrónico. Na figura apresentam-se os
resultados das observações efectuadas.

2.a FASE — Os ratos do lote B foram alimentados


com abundância durante alguns dia se observadas as
suas células hepáticas ao M.E. Verificou-se que
apresentavam um aspecto idêntico ao das células
hepáticas dos ratos do lote A.
A um rato previamente sujeito a jejum foi extraído o pâncreas e cortado em fatias finas
que foram colocadas num meio de cultura que continha uma minoácido marcado,
aleucina tritiada).
- Após algum tempo de exposição, fez-se a localização da leucina radioactiva nas
células, tendo sido seguidamente o tecido transferido para um meio de cultura contendo
leucina não radioactiva.

- Periodicamente, foram realizados novos testes para localização de sinais de


radioactividade.

- Os resultados obtidos estão registados na figura.

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