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Ciclo de Krebs
Por @Detinomed_

Tópicos abordados

Introdução

Formação do Acetil-Coa

Reações

Regulação

Importância

Introdução

Quando a célula possuir uma baixa pressão de oxigênio, como no caso das células musculares durante uma
atividade física intensa, esse piruvato vai permanecer no citosol, sofrendo ação da lactato desidrogenase
(fermentação láctica). Entretanto, quando houver um maior aporte de oxigênio, as duas moléculas de
piruvato vão entrar na mitocôndria e realizar o ciclo de Krebs

Por que Ciclo de Krebs faz parte do metabolismo oxidativo se ele não utiliza oxigênio?

Porque o NADH e o FADH2 precisam ser oxidados na cadeia transportadora de elétrons para poderem
voltar ao Ciclo de Krebs. E quem permite a oxidação dessas coenzimas é o oxigênio

Logo, a função do ciclo de Krebs é gerar coenzimas reduzidas (NADH e FADH2) que irão ceder elétrons
na cadeia respiratória e, consequentemente, formar ATP

Inicialmente, o piruvato passa pelas porinas da membrana externa da mitocôndria e, em seguida, ele passa
pela membrana interna (mais impermeável) por meio de um transportador chamado piruvato translocase.
Depois, o piruvato é convertido em acetil-coa (substrato do ciclo de Krebs)

Formação do Acetil-Coa → Complexo Piruvato Desidrogenase

Piruvato + Coenzima A + NAD+ → Acetil-Coa + CO2 + NADH + H+

O complexo é composto por 3 enzimas (piruvato desidrogenase, diidrolipoil transacetilase e diidrolipoil-


desidrogenase)

E também possui 5 coenzimas → 3 são grupos prostéticos (TPP, LIPOAMIDA e FAD), e 2 se ligam ao
conjunto transitoriamente (CoA e NAD+/NADH)

É uma reação irreversível, ou seja, é uma das reações reguladoras do ciclo de Krebs

Ciclo de Krebs 1
Importância das vitaminas no Complexo Piruvato Desidrogenase

B1 (Tiamina) → precursora do cofator TPP. O TPP é importante na descarboxilação de alfa-cetoácidos


(lembrando que o piruvato é uma molécula de 3 carbonos e a Acetil-Coa possui 2 carbonos). A
deficiência dessa vitamina é bem comum de acontecer e, geralmente, é mais comum ainda em quadros
de alcoolismo, uma vez que o álcool interfere na absorção de diversas moléculas. A sua deficiência
causa a Beriberi (neurite), além do acúmulo de piruvato e de alfa-cetoglutarato

B2 (Riboflavina) → precursora do cofator FAD

B3 (niacina) → importante na formação de NAD (deficiência → doença dos 3D ou pelagra)

Ácido Lipóico → precursor do cofator lipoamida (o arsênio atua inibindo a ação do ácido lipóico)

B5 (Ácido pantotênico) → auxilia na formação da acetil-coA

Reações

1) Citrato Sintase → Condensação do Oxalacetato (4C) com o Acetil-Coa (2C) formando Citrato

É uma reação irreversível (reação reguladora)


Obs.: Reações de condensação de carbonos exigem um alta valor de energia. Nesse caso, a saída do CoA
garante essa energia

Ciclo de Krebs 2
2) Aconitase → É uma reação de isomerização realizada a partir de uma desidratação seguida de uma
reidratação, formando um intermediário chamado cis aconitato. Essa etapa leva a formação do isocitrato

Essa reação permite a troca de lugar da hidroxila e do hidrogênio

3) Isocitrato desidrogenase→ descarboxilação oxidativa do isocitrato formando o alfa-cetoglutarato

Etapa irreversível (reação de regulação) e instável


Nessa etapa ocorre a liberação de uma molécula de CO2 e de um NADH + H+ por ciclo. Dessa forma, o α-
cetoglutarato possui 5 carbonos em sua estrutura
A enzima possui Mn2+ como cofator.

4) Complexo alfa cetoglutarato desidrogenase → Descarboxilação oxidativa: Reação semelhante à


descarboxilação do piruvato (requer os 5 cofatores) que gera a formação do Succinil-Coa

Dessa forma, como essa reação também requer os 5 cofatores, uma deficiência da tiamina, por exemplo,
também gera o acúmulo de alfa cetoglutarato

Há entrada de uma coenzima A e a saída de um NADH e um CO2 por ciclo, ou seja, o Succinil-Coa é uma
molécula de 4 carbonos

Ciclo de Krebs 3
5) Succinil CoA Sintetase → Fosforilação ao nível do substrato para a conversão de Succinil-CoA a
Succinato.

A ligação tioéster do succinil-CoA é rompida, liberando a coenzima A e liberando energia, a qual é utilizada na
síntese de GTP

O fosfato do GTP produzido, é transferido para um ADP, formando GDP e ATP (No Ciclo de Krebs, há
formação direta de GTP e indireta de ATP, apesar de o GTP ser equivalentemente energético ao ATP)

6) Succinato desidrogenase → Reação de desidrogenação do Succinato, o qual é oxidado a Fumarato.

Ocorre a liberação de um FADH2 por ciclo


Diferente das outras enzimas do ciclo de Krebs, a Succinato desidrogenase não está livre na matriz
mitocondrial, mas está presente na membrana interna da mitocôndria com o sítio ativo voltado para a matriz
mitocondrial, por isso ela também faz parte da cadeia transportadora de elétrons.

7) Fumarase → Reação de hidratação introduz o grupamento hidroxila para a próxima etapa de oxidação,
convertendo fumarato a malato

Ciclo de Krebs 4
8) Malato desidrogenase → Reação de desidrogenação que catalisa a oxidação de L-malato a
oxaloacetato, permitindo que o ciclo de Krebs se reinicie

Ocorre a liberação de um NADH + H+

Resumo: Por ciclo são produzidos 3 NADH, 1 FADH2, 2 CO2 e 1 GTP/ATP (indiretamente). Como são 2
moléculas de piruvato por glicose, conta-se esses produtos em dobro

Embora o ciclo de Krebs gere diretamente somente um “ATP” por rodada, as quatro etapas de oxidação do
ciclo abastecem a cadeia respiratória com potenciais
redutores (NADH e FADH2), permitindo a formação de um grande número de moléculas de ATP durante a
fosforilação oxidativa.

Regulação

Regulação do complexo piruvato desidrogenase (PDH)

Acetil-Coa e NADH vão atuar como moduladores negativos → Altas concentrações dos produtos da
reação do complexo PDH inibem o complexo

Além disso, o complexo também é covalentemente regulado por fosforilação → A fosforilação inativa
o complexo e a desfosforilação ativa o complexo

A quinase/fosfatase que faz essa fosforilação/desfosforilação faz parte do próprio complexo PDH.

Ciclo de Krebs 5
A quinase (que inativa o complexo) é ativada pelo NADH e pelo Acetil-Coa e inativada pelo
piruvato → Ou seja, altas concentrações de piruvato ativam o complexo piruvato desidrogenase

E a fosfatase (que ativa o complexo) é ativada por cálcio (lembrar da atuação do cálcio na
contração muscular) e também pela insulina

As células tumorais expressam mais as quinases que inibem o complexo piruvato desidrogenase, ou
seja, células tumorais acabam inibindo tanto o ciclo de Krebs quando a cadeia respiratória, fazendo
com que o tumor passe a fazer mais fermentação lática → O nome desse fenômeno é efeito warburg.

Como a fermentação lática possui um baixo rendimento energético, as células do tumor passam a
captar muita glicose do sangue. Como consequência, para tentar suprir a carência provocada pela
hipoglicema, o organismo entra em estado catabólico → Nesse estado, há perda de tecido adiposo,
músculo e massa óssea.

Regulação do Ciclo

Os pontos de regulação ocorrem nas reações irreversíveis catalisadas pelo Citrato sintase (reação 1),
pela isocitrato desidrogenase (reação 3) e pelo complexo alfa cetoglutarato desidrogenase (reação 4)

Na reação 1, ATP, NADH, Succinil-CoA e citrato atuam como moduladores negativos, enquanto ADP
atua como modulador positivo

Obs.: O citrato, apesar de ser substrato do Ciclo de Krébs, também regula a glicólise, uma vez que alta
de citrato indica abundância de precursores biossintéticos e, portanto, não há necessidade de
degradação de glicose

Na reação 2, o ATP atua como modulador negativo, enquanto o ADP e Ca2+ atuam como moduladores
positivos.

O cálcio indica contração muscular e, portanto, alta demanda energética. Por isso altas
concentrações desse íons estimulam o ciclo de Krebs

Na reação 3, NADH e Succinil-Coa atuam como moduladores negativos, enquanto Ca2+ atua como
modulador positivo

Ciclo de Krebs 6
Vale ressaltar que no complexo piruvato desidrogenase, a regulação é feita por modulação covalente e
por sítios alostéricos, já no ciclo de Krebs, a regulação é feita apenas por sítios alostéricos

Em resumo, o ATP e o NADH atuam como moduladores negativos (inibe o ciclo de krebs) e o ADP e
Cálcio servem como moduladores positivos (estimula o ciclo de krebs)

Importância

O objetivo do ciclo de Krebs não serve somente para gerar ATP (reações catabólicas). Sob determinadas
circunstâncias, intermediários são drenados do ciclo para serem utilizados como precursores em diferentes
vias biossintéticas

Portanto, o ciclo de Krebs tem um papel anfibólico → Ele pode atuar tanto do cataboslimo, gerando as
coeznimas reduzidas, quanto do anabolismo, gerando precursores da síntese de outras moléculas

Reações Anapleróticas → reações que repõem os compostos que foram utilizados fora do ciclo. A mais
importante é a conversão o piruvato em oxalacetato (piruvato carboxilase)

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Ciclo de Krebs 8

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