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RESPIRAÇÃO

Do ponto de vista químico, a respiração vegetal pode ser expressa como a oxidação da
molécula de 12 carbonos sacarose e a redução de 12 moléculas de O2

C12H22O11 + 13H2O → 12CO2 + 48 H + 48e-


12 O2 + 48H + 48 e- → 24H2O

Essa reação é o inverso do processo fotossintético; ela representa uma reação redox acoplada,
na qual a sacarose é completamente oxidada a C02, enquanto o oxigênio serve como aceptor
final de elétrons, sendo reduzido à água no processo.

Essa reação é o inverso do processo fotossintético; ela representa uma reação redox acoplada,
na qual a sacarose é completamente oxidada a C02, enquanto o oxigênio serve como aceptor
final de elétrons, sendo reduzido à água no processo.

Essas reações podem ser agrupadas em quatro processos principais: glicólise, a rota
oxidativa das pentoses-fosfato, o ciclo do ácido cítrico e a fosforilação oxidativa.

→ GLICÓLISE
Envolve uma série de reações catalisadas por enzimas localizadas tanto no citosol quanto nos
plastídeos. Um açúcar é parcialmente oxidado via açúcares-fosfato de seis carbonos e açúcares-
fosfato de três carbonos para produzir um ácido orgânico.

O processo rende uma pequena quantidade de energia como ATP e exerce poder redutor sob a forma
do nucleotídeo nicotinamida reduzido, NADH.

- Substratos

● A sacarose é decomposta em duas unidades de monossacarídeos - glicose e frutose -


que podem prontamente ingressar na rota glicolítica.
● O carbono obtido da degradação do amido ingressa na rota glicolítica no citosol
primariamente como glicose.
● Na luz, os produtos fotossintéticos podem também entrar na rota glicolítica
diretamente como trioses-fosfato

- Mecanismos

● Cada unidade de glicose é fosforilada duas vezes e depois quebrada, produzindo,


consequentemente, duas moléculas de triose-fosfato. Esta série de reações consomem
de duas a quatro moléculas de ATP por unidade de sacarose.
● Formado o gliceraldeído-3fosfato, a rota glicolítica pode começar a extrair energia
utilizável na fase de conservação de energia.
● A enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase catalisa a oxidação do aldeído a um
ácido carboxílico, reduzindo NAD+ a NADH. Essa reação desprende energia livre
suficiente, permitindo a fosforilação do gliceraldeído-3-fosfato, para produzir 1,3-
bifosfoglicerato
● Catalisada pela fosfoglicerato cinase, o fosfato no carbono 1 é transferido para uma
molécula de ADP, produzindo ATP e 3-fosfoglicerato.

○ Esse tipo de síntese de ATP, tradicionalmente denominada fosforilação em


nível de substrato, envolve a transferência direta de um grupo fosfato de
uma molécula de substrato para o ADP, formando ATP

● O fosfato do 3-fosfoglicerato é transferido para o carbono 2, e, então, uma molécula


de água é removida, produzindo o composto fosfoenolpiruvato (PEP).
○ PEP é um doador de fosfato extremamente adequado para a formação de
ATP. Usando PEP como substrato, a enzima piruvato cinase catalisa uma
segunda fosforilação em nível de substrato, produzindo ATP e piruvato.

● Essa etapa final, que é o terceiro passo essencialmente irreversível na glicólise,


produz quatro moléculas adicionais de ATP para cada sacarose que ingressa na rota.
- Regulação

Um regulador mais importante da glicólise vegetal é a concentração citosólica de PEP, o qual é um


potente inibidor da fosfofrutocinase dependente de ATP dos vegetais.

Regulação primária no nível do metabolismo do PEP pela piruvato cinase e pela PEP carboxilase. A
regulação secundária é exercida pelo PEP na conversão da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato

→ FERMENTAÇÃO
A fosforilação oxidativa não funciona na ausência de oxigênio. Portanto, a glicólise não pode
continuar a operar porque o suprimento celular de NAD+ é limitado, e, uma vez que todo o NAD+
fica aprisionado no estado reduzido (NADH), a atividade catalítica da gliceraldeído 3-fosfato
desidrogenase cessa o funcionamento.

Duas enzimas, piruvato descarboxilase e álcool desidrogenase, atuam sobre o piruvato, produzindo,
ao final, etanol e C02 e oxidando NADH no processo.

A maioria da energia disponível na sacarose permanece no etanol ou no lactato. O aceptor final de e- é


o próprio piruvato

Devido à baixa recuperação de energia da fermentação, uma taxa maior de degradação de carboidratos
é requerida para sustentar a produção de ATP necessária para a sobrevivência celular.
→ CICLO DE KREBS
O piruvato é completamente oxidado a CO2. Esse processo gera a maior parte do poder redutor
oriundo da quebra da sacarose.

A degradação da sacarose em piruvato libera menos que 25% da energia total da sacarose; a energia
restante é armazenada nas quatro moléculas de piruvato.

- Estrutura da mitocôndria

As mitocôndrias vegetais têm duas membranas: uma membrana externa lisa, que circunda
completamente uma membrana interna altamente invaginada → Como consequência de sua área
de superfície significativamente aumentada.

A região entre as duas membranas mitocondriais é conhecida como o espaço intermembrana.

O compartimento envolto pela membrana interna é referido como a matriz mitocondrial.

A fração lipídica de ambas as membranas é principalmente formada por fosfolipídeos, 80% dos quais
são ou fosfatidilcolina ou fosfatidiletanolamina. Cerca de 15% é difosfatidilglicerol (também
chamado cardiolipina), a qual ocorre nas células somente na membrana mitocondrial interna. A
cardiolipina faz com que a membrana interna seja muito impermeável.

- Antes de entrar no ciclo

● O piruvato gerado no citosol durante a glicólise é transportado pela membrana impermeável


interna da mitocôndria, através de uma proteína de transporte específica.

● Na matriz mitocondrial piruvato é descarboxilado, em uma reação de oxidação catalisada


pela piruvato desidrogenase.
● Os produtos são NADH, C02 e acetil-CoA, no qual o grupo acetil derivado do piruvato é
ligado por uma ligação tioéster a um cofator, a coenzima A (CoA)
● Na próxima reação, a enzima citrato sintase, formalmente a primeira enzima no ciclo do
ácido cítrico, combina o grupo acetil do acetil-CoA com um ácido dicarboxílico de quatro
carbonos (oxaloacetato) para gerar um ácido tricarboxílico de seis carbonos (citrato).
● O citrato é, então, isomerizado a isocitrato pela enzima aconitase.
● As duas reações seguintes são descarboxilações oxidativas sucessivas, sendo que cada uma
delas produz um NADH e libera uma molécula de C02, produzindo um produto quatro
carbonos ligado ao CoA, succinil-CoA.
○ Três moléculas de CO2 foram produzidas para cada piruvato que ingressou na
mitocôndria, ou 12 C02 para cada molécula de sacarose oxidada

● No restante do ciclo do ácido cítrico, succinil-CoA é oxidado a oxaloacetato, permitindo a


operação continuada do ciclo. Inicialmente, a grande quantidade de energia livre disponível
na ligação tioéster do succinil-CoA é conservada por meio da síntese de ATP a partir de ADP
e Pi.
● O succinato resultante é oxidado a fumarato pela succinato desidrogenase, que é a única
enzima do ciclo do ácido cítrico associada a membranas e também parte da cadeia de
transporte de elétrons.
● Os elétrons e os prótons removidos do succinato terminam não no NAD+, mas em outro
cofator envolvido em reações redox: flavina adenina dinucleotídeo (FAD). FAD é ligada
covalentemente ao sítio ativo da succinato desidrogenase e sofre uma redução reversível com
dois elétrons para produzir FADH2

● Fumarato é hidratado para produzir malato, que é subsequentemente oxidado pela malato
desidrogenase, para regenerar oxaloacetato e produzir outra molécula de NADH.

● A oxidação em etapas de uma molécula de piruvato na mitocôndria dá origem a três


moléculas de CO2 sendo que a maior parte da energia livre desprendida durante essas
oxidações é conservada na forma de quatro NADH e um FADH2.
→ CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS

A energia química conservada durante o ciclo do ácido cítrico sob a forma de NADH e
FADH2 deve ser convertida em ATP para realizar trabalho útil dentro da célula.

Esse processo dependente de O2, denominado fosforilação oxidativa, ocorre na membrana


mitocondrial interna.

Para cada molécula de sacarose oxidada pela glicólise e pelo ciclo do ácido cítrico, quatro
moléculas de NADH são geradas no citosol e dezesseis moléculas de NADH mais quatro
moléculas de FADH2 são geradas na matriz mitocondrial.

O papel da cadeia de transporte de elétrons é realizar a oxidação do NADH e, no processo,


utilizar parte da energia livre desprendida para gerar um gradiente eletroquímico de prótons,
através da membrana mitocondrial interna.

As proteínas individuais de transporte de elétrons estão organizadas em quatro complexos


transmembrana multiproteicos (identificados pelos numerais romanos de I a IV), todos
localizados na membrana mitocondrial interna.
- Complexo I (NADH desidrogenase)

Os elétrons do NADH gerados na matriz mitocondrial durante o ciclo do ácido cítrico são
oxidados pelo complexo I

Os carregadores de elétrons no complexo I incluem um cofator fortemente ligado (flavina


mononucleotídeo, ou FMN, o qual é quimicamente similar à FAD.

O complexo I, então, transfere esses elétrons à ubiquinona.

Quatro prótons são bombeados da matriz para o espaço intermembrana para cada par de
elétrons que passa pelo complexo.

- Ubiquinona

Pequeno carregador de prótons e elétrons solúvel em lipídeos

Localizada dentro da membrana interna. Ela não está fortemente associada a qualquer
proteína e pode se difundir no interior hidrofóbico da bicamada da membrana.

- Complexo II (Succinato Desidrogenase)

A oxidação do succinato no ciclo do ácido cítrico é catalisada por esse complexo.

Sendo os equivalentes redutores transferidos via FADH2 e um grupo de centros ferro-enxofre


para a ubiquinona. O complexo não bombeia prótons.

- Complexo III (Complexo de Citocromo BC1)


Oxida a ubiquinona reduzida

Transfere os elétrons ao citocromo e por intermédio de um centro ferro-enxofre, dois


citocromos tipo-b e de um citocromo c1 ligado à membrana.

Quatro prótons por par de elétrons são bombeados pelo complexo III, utilizando um
mecanismo chamado de ciclo Q.

- Citocromo c

Pequena proteína fracamente presa à superfície externa da membrana interna e serve como
um carregador móvel que transfere elétrons entre os complexos III e IV.

- Complexo IV

Esse complexo é a oxidase terminal e realiza a redução do O2 a duas moléculas de H20 com
quatro elétrons. Dois prótons são bombeados para cada par de elétrons.

- ATP sintase

É uma proteína de membrana virada para a matriz mitocondrial e fosforila ATP a partir de
ADP mais Pi.
O mecanismo da síntese mitocondrial de ATP baseia-se na hipótese quimiosmótica. A
orientação dos carregadores de elétrons dentro da membrana mitocondrial interna permite a
transferência de prótons através da membrana interna durante o fluxo de elétrons

Para cada ATP sintetizado, 3 H + passam pelo componente F°' vindos do espaço
intermembrana para a matriz, ao longo de um gradiente eletroquímico de prótons.

- Transporte de ATP e ADP

O transportador ADP / ATP (adenina nucleotídeo) efetua a troca ativa de ADP e ATP através
da membrana interna. O movimento do ATP4-, mais negativamente carregado, para fora da
mitocôndria, em troca de ADP3 - ou seja, uma carga negativa líquida para fora, é governado
pelo gradiente de potencial elétrico (positivo fora) gerado pelo bombeamento de prótons.

A absorção de fosfato inorgânico (P) envolve uma proteína de transporte ativo de fosfato,
que uti1iza o componente de potencial químico (ΔpH) da força motriz de prótons, para
governar a troca eletroneutra de Pi- (para dentro) por OH- (para fora).

Enquanto o ΔpH seja mantido através da membrana interna, o conteúdo de P; dentro da


matriz permanece alto.

Raciocínio similar aplica-se à absorção de piruvato, a qual é governada pela troca


eletroneutra de piruvato por OH-, levando à absorção contínua de piruvato do citosol.

O custo energético total de absorção de um fosfato e de um ADP para a matriz e de


exportação de um ATP é o movimento de um H+, do espaço intermembrana para a matriz:

● O movimento de um OH- para fora em troca de Pi- equivale a 1 H + para dentro;


assim, essa troca eletroneutra consome o potencial químico, mas não o potencial
transmembrana.
● Mover uma carga negativa para fora (ADP3- que entra na matriz em troca de ATP4-
que sai) é o mesmo que mover uma carga positiva para dentro; assim, esse transporte
diminui somente o potencial elétrico.

Esse próton, que governa a troca de ATP por ADP e Pi, deveria ser também incluído no
cálculo do custo de síntese de um ATP. Assim, o custo total é de 3 H + usados pela ATP
sintase mais 1 H + para a troca através da membrana, ou um total de 4 H+.

- Balanço

A oxidação completa de uma molécula de sacarose leva à formação líquida de:

● Oito moléculas de ATP por fosforilação em nível de substrato (quatro durante a


glicólise e quatro no ciclo do ácido cítrico.
● Quatro moléculas de NADH no citosol.
● Dezesseis moléculas de NADH mais quatro moléculas de FADH2 (via succinato
desidrogenase) na matriz mitocondrial.

52 moléculas de ATP serão geradas por molécula de sacarose, pela fosforilação oxidativa.

A oxidação aeróbia completa da sacarose (incluindo a fosforilação em nível de substrato)


resulta um volume aproximado de 60 ATPs sintetizados por molécula de sacarose.

→ OXIDASE ALTERNATIVA
As plantas apresentam uma capacidade de respiração resistente ao cianeto que é comparável à
capacidade da rota da citocromo e oxidase. A enzima responsável por essa captura de
oxigênio resistente ao cianeto foi identificada como uma ubiquinol oxidase denominada
oxidase alternativa.

Os elétrons saem da cadeia principal de transporte de elétrons para esta rota alternativa no
nível do pool de ubiquinona.

Quando os elétrons passam à rota alternativa a partir do pool de ubiquinona, dois locais de
bombeamento de prótons (nos complexos III e IV) são deixados de lado.

Como não existe um local de conservação de energia na rota alternativa entre a ubiquinona e
o oxigênio, a energia livre que normalmente seria conservada na forma de ATP é perdida
como calor.

- Aplicações

Em algumas espécies, um pouco antes da polinização, partes da inflorescência exibem um


drástico aumento na taxa de respiração via rota alternativa. Como resultado, a temperatura da
parte superior do apêndice aumenta em até 25ºC acima da temperatura ambiente. Durante
essa extraordinária explosão de produção de calor, certas aminas, indóis e terpenos são
volatilizados, e a planta, portanto, exala um odor pútrido que atrai insetos polinizadores.

Se a taxa respiratória excede a demanda celular por ATP (isto é, se os níveis de ADP estão
muito baixos), o nível de redução na mitocôndria será alto e a oxidase alternativa será
ativada. Portanto, a oxidase alternativa possibilita à mitocôndria ajustar suas taxas relativas
de produção de ATP e de síntese de esqueletos de carbono para uso em reações
biossintéticas..

Em resposta ao estresse, a cadeia de transporte de elétrons produz quantidades elevadas de


espécies reativas de oxigênio, que agem como um sinal para a ativação da expressão da
oxidase alternativa. Por meio da drenagem de elétrons do pool de ubiquinona a rota
alternativa evita a super-redução, a qual, se deixada sem correção, pode levar à geração de
espécies reativas de oxigênio destrutivas, como radicais hidroxila.

→ Via das pentoses-fosfato

As reações são realizadas por enzimas solúveis presentes no citosol e em plastídeos.

- Reação

As duas primeiras reações dessa rota envolvem os eventos oxidativos

A glicose-6-fosfato (6C) é convertida em ribulose-5-fosfato (5C), com perda de uma


molécula de CO2 e a geração de duas moléculas de NADPH.

As reações restantes da rota convertem ribulose-5-fosfato nos intermediários glicolíticos,


gliceraldeído-3-fosfato e frutose-6-fosfato.

Esses produtos podem ser depois metabolizados pela glicólise para produzir piruvato.

Glicose-6-fosfato pode ser regenerada a partir do gliceraldeído-3-fosfato e da frutose-6-


fosfato por enzimas glicolíticas.

O resultado líquido é a completa oxidação de uma molécula de glicose-6-fosfato a C02


(cinco moléculas são regeneradas) com a síntese concomitante de 12 moléculas de NADPH.

- A rota oxidativa das pentoses-fosfato desempenha diversos papéis no


metabolismo vegetal:

● Suprimento de NADPH no citosol.


● Suprimento de NADPH nos plastídeos. Em plastídeos não verdes, como os
amiloplastos, e em cloroplastos que funcionam no escuro, a rota das pentoses-
fosfato é a principal fornecedora de NADPH.
● Suprimento de substratos biossintéticos. Outro intermediário na rota das
pentoses-fosfato, a eritrose-4-fosfato (4C), se combina com o PEP na reação
inicial que produz compostos fenólicos vegetais, incluindo aminoácidos
aromáticos e os precursores da lignina, flavonoides e fitoalexinas.
● Na maioria dos organismos, a rota das pentoses-fosfato produz ribose-5-
fosfato, um precursor da ribose e desoxirribose, necessárias na síntese de
ácidos nucleicos.
- Regulação

A reação inicial da rota, catalisada pela glicose-6-fosfato desidrogenase, é, em muitos casos,


inibida por uma alta razão entre NADPH e NADP.

A glicose-6-fosfato desidrogenase é inibida por uma inativação redutiva envolvendo o


sistema ferredoxina-tiorredoxina e pela razão entre NADPH e NADP+.
→ METABOLISMO DE LIPÍDEOS

Gorduras e óleos são formas importantes de armazenagem de carbono reduzido em muitas


sementes, incluindo aquelas de espécies agronomicamente importantes.

- Triacilgliceróis

As gorduras e os óleos existem principalmente na forma de triacilgliceróis.

Os ácidos graxos em plantas são, normalmente, ácidos carboxílicos de cadeia reta com um
número par de átomos de carbono.

Os ácidos graxos em plantas são, normalmente, ácidos carboxílicos de cadeia reta com um
número par de átomos de carbono.

- Oxidação dos lipídeos

As plantas não são capazes de transportar gorduras dos cotilédones para outros tecidos da
plântula em desenvolvimento, de modo que elas precisam converter os lipídios armazenados
em uma forma mais móvel de carbono, geralmente sacarose.

Ela começa com a hidrólise dos triacilgliceróis armazenados em corpos lipídicos a ácidos
graxos livres, seguida da oxidação destes ácidos graxos para produzir acetil-CoA.

A acetil-CoA é metabolizada no glioxissomo e no citoplasma para produzir succinato, o qual


é transportado do glioxissomo para a mitocôndria, onde é convertido primeiro em fumarato
e, após, em
malato. O
processo termina
no citosol, com a
conversão do
malato em glicose
via
gliconeogênese e,
então, em
sacarose.

A quebra de AG
pode gerar até 106
ATPs.
→ CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

O sítio de regulação pós-tradução mais bem caracterizado do metabolismo respiratório


mitocondrial é o complexo piruvato desidrogenase, que é fosforilado por uma cinase
reguladora e desfosforilado por uma fosfatase. A piruvato desidrogenase se encontra inativa
no estado fosforilado e a cinase reguladora é inibida pelo piruvato.

As tiorredoxinas controlam várias enzimas pela dimerização redox reversível de resíduos de


cisteína.

À medida que a demanda celular por ATP no citosol diminui em relação à taxa de síntese de
ATP nas mitocôndrias, menos ADP estará disponível, e a cadeia de transporte de elétrons
opera em uma taxa reduzida.

O acúmulo de intermediários do ciclo do ácido cítrico (como o citrato) e de seus derivados


(como o glutamato) inibe a ação da piruvato cinase citosólica, aumentando a concentração de
PEP citosólico, que, por sua vez, reduz a taxa de conversão da frutose-6-fosfato em frutose-
1,6- -bifosfato, inibindo, assim, a glicólise.

As taxas respiratórias das plantas são controladas alostericamente


"de baixo para cima”.

O ADP regula inicialmente a taxa de transferência de elétrons e a


síntese de ATP, que, por sua vez, regula a atividade do ciclo do
ácido cítrico, a qual, finalmente, regula as taxas das reações
glicolíticas.

- Necessidades

A respiração de manutenção é necessária para sustentar o


funcionamento e a reposição dos tecidos já existentes. A
respiração de crescimento fornece a energia utilizada na
conversão de açúcares em unidades estruturais que produzem os
novos tecidos.

Uma regra geral útil é que, quanto maior a atividade metabólica


geral de um determinado tecido, mais alta é a sua taxa
respiratória.

Em órgãos vegetativos maduros, os caules geralmente têm as


menores taxas de respiração.
Uma baixa disponibilidade de nutrientes aumenta a demanda de produção de ATP
respiratório na raiz.

- Luz

Consistentemente, a taxa geral de respiração mitocondrial decresce na luz, mas a extensão do


decréscimo permanece incerta até o momento.

● atividade da piruvato desidrogenase, uma das portas de entrada no ciclo do ácido


cítrico, decresce, na luz, a 25% de sua atividade no escuro

- Oxigênio

O oxigênio pode afetar a respiração vegetal devido ao seu papel como substrato no processo
respiratório como um todo.

As taxas respiratórias decrescem se a concentração atmosférica de oxigênio fica abaixo de


5% para órgãos inteiros ou abaixo de 2 a 3% para partes de tecidos.

O oxigênio se difunde lentamente em soluções aquosas; assim, o sistema de espaços


intercelulares (aerênquima) encontrados em tecidos vegetais é necessário para o fornecimento
de oxigênio às mitocôndrias.

As limitações no suprimento de oxigênio podem ser mais fortes em árvores com raízes muito
profundas e que crescem em solos úmidos.

- Temperatura

A respiração funciona em uma ampla faixa de temperaturas

Normalmente aumenta com a temperatura entre 10 e 30ºC e atinge um platô entre 40 e 50ºC.
Em temperaturas mais altas, ela novamente decresce devido à inativação da maquinaria
respiratória

O aumento na taxa respiratória para cada lOºC de aumento na temperatura é comumente


chamado de coeficiente de temperatura, Q10. Esse coeficiente descreve como a respiração
responde às mudanças de curto prazo na temperatura e varia com o desenvolvimento da
planta e com fatores externos

Em uma escala de tempo mais longa, as plantas se aclimatam a baixas temperaturas pelo
aumento de sua capacidade respiratória, de modo que a produção de ATP pode ser
continuada
As temperaturas baixas são utilizadas para retardar a respiração pós-colheita durante a
estocagem de frutos e verduras, mas essas temperaturas devem ser ajustadas com cuidado.

- CO2

A temperatura reduzida baixa a taxa respiratória, da mesma maneira que o nível reduzido de
O2. Níveis baixos de oxigênio, em vez de condições anóxicas, são usados para impedir que as
tensões de oxigênio nos tecidos baixem ao ponto no qual o metabolismo fermentativo é
estimulado. O dióxido de carbono tem um efeito inibidor direto limitado sobre a respiração
em concentrações artificiais altas de 3 a 5%.

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