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Glicólise e catabolismo das Hexoses

Visão geral do catabolismo de açúcares:


Polissacarídeos (pentoses e hexoses)➜Glicose ➜ Glicólise ➜ Gliceraldeído-3-fosfato ➜
piruvato ➜ Acetil CoA ➜ Ciclo do ácido cítrico ➜ Co²
↳ fosforilação oxidativa ➜ H²O

Glicólise ou via glicolítica:


Possui posição central no metabolismo. A oxidação completa da glicose libera ΔG´0 =
-2840Kj/mol. Ela pode ser armazenada como polímero (amido ou glicogênio)
A glicólise possui três principais vias:
1. Glicogênio, amido e sacarose (armazenamento)
2. Piruvato (oxidação pela via glicolítica)
3. Ribose-5-fosfato (oxidação pela via das pentoses-fosfato)

Fase Preparatória:

1. Fosforilação da glicose (glicose ➙ glicose-6-fosfato), enzima Hexoquinase, cofator


Mg²+. ΔG´0 = -16,7 Kj/mol.
2. Conversão da Glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato. Enzima fosfohexose
isomerase, cofator Mg²+. ΔG´0 = 1,7 Kj/mol. Isomerização reversível

3. Fosforilação da Frutose-6-fosfato em frutose-1-6-bifosfato. Enzima fosfofrutoquinase


1, cofator Mg²+. ΔG´0 = -14,2 Kj/mol. Irreversível

4. Clivagem da frutose-1-6-bifosfato em dihidroxiacetona fosfato e


gliceraldeído-3-fosfato. Enzima aldolase. Reversível. ΔG´0 = 26,8 Kj/mol.

5. Interconversão das trioses fosfato diidroxicetonafosfato em gliceraldeido-3-fosfato.


ΔG´0 = 7,5 Kj/mol. Enzima triose fosfato isomerase
Fase de pagamento

6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato em 1-3-bifosfoglicerato. Enzima


gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase, coenzima NAD+. ΔG´0 = 6,3 Kj/mol.

7. Transferência do fosfato do 1-3-bifosfoglicerato para o ADP. Enzima fosfoglicerato


quinase, cofator Mg²+. ΔG´0 = -18,5 Kj/mol.

8. Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato. Enzima fosfoglicerato mutase,


cofator Mg²+. ΔG´0 = 4,4 Kj/mol.
9. Desidratação do 2-fosfoglicerato para o fosfoenolpiruvato. Enzima enolase. ΔG´0 =
7,5 Kj/mol.

10. Transferência do grupo fosforil do fosfoenolpiruvato para o ADP. Enzima piruvato


quinase, cofator K+ e Mg²+, ΔG´0 = -31,4 Kj/mol.

Balanço final:
● Destino dos átomos de carbono da glicose
● Entrada de Pi e ADP e saída de ATP
● Destino dos elétrons nas reações de óxido redução

Equação geral:
Glicose + 2 NAD+ + 2ADP + 2Pi ⇁ 2 Piruvato + 2 NADH + 2 ATP + 2 H2O
ΔG´0 = -85 Kj/mol.
Piruvato:
Possui 3 destinos catabólicos
● 2 lactato (condições anaeróbicas)
● 2 acetilCoA (condições aeróbicas) => ciclo do ec. cítrico => 4CO² + 4H²O
● 2 etanol + 2 CO²

Fermentação lática:
Transformação do piruvato em lactato pela enzima Lactato desidrogenase

ΔG’0 = -25,1
Glicose + 2 ADP + 2 Pi => 2 lactato + 2 ATP + 2 H2O

Fermentação alcoólica:
Transformação do piruvato em etanol e água pelas enzimas piruvato descarboxilase e
álcool desidrogenase

Glicose + 2 ADP + 2 Pi => 2 etanol + 2 CO2 + 2 ATP + 2 H2O


Hidrólise extracelular dos dissacarídeos ingeridos na alimentação

Glicogênio:

Possui extremidade redutora e extremidade não redutora


A enzima fosforilase do glicogênio quebra a molécula
adicionando um Pi e liberando uma molécula de
glicose-6-fosfato e glicogênio diminuído de um resíduo de
glicose
A enzima oligo (α 1-6) para (α 1-4) glicanotransferase
realiza a desramificação do glicogênio

Regulação da degradação do glicogênio:


No fígado: Controle hormonal (glucagon), reduz atividade da enzima fosforilase do
glicogênio
No músculo: Controle hormonal (adrenalina), controle alostérico (cálcio). Aumentam a
atividade da enzima fosforilase do glicogênio.

1. Regulação alostérica – muito rápida. Normalmente há ativação por substratos ou inibição


por produtos da reação ou da via (“feedback” negativo ou retroalimentação)
2. Regulação hormonal – mais lenta. Coordenação nos diferentes tecidos e órgãos.
Normalmente envolve modificações covalentes em enzimas
3. Velocidades de síntese e degradação das enzimas (muito mais lenta)
Oxidação da Glicose pela Via das Pentoses fosfato
Células em divisão rápida (pele, medula óssea, mucosa intestinal) usam pentoses para via
de síntese de DNA, RNA, coenzimas NAD FADH² e coenzima A
Em outros tecidos o produto principal não são pentoses, mas o NADPH.
● reações biossintéticas: síntese intensa de ácidos graxos
● defesa contra radicais livres: eritrócitos e células da córnea

Via de transformação da glicose-6-fosfato em ribose-5-fosfato e NADPH. Ocorre no citosol


sem gerar ATP.
Pentoses fosfato: função de síntese de nucleotídeos e outros compostos
NADPH: Tem como função participar da síntese de ácidos graxos, esteróides e combater
radicais livres.
● Fase oxidativa: Ocorre a oxidação de 6 moléculas de G6P em seis moléculas de
NADPH, oxidação de 6 moléculas de 6-fosfogliconato em mais seis moléculas de
NADPH e liberação de CO² e formação de seis moléculas de ribose-5-fosfato
ácidos nucleicos
● fase não oxidativa
Ocorre em tecidos que demandam NADPH

Regulação da via das pentoses fosfato: Enzima glicose-6p-desidrogenase.


Esta enzima é inibida quando quando a relação entre as concentrações de NADPH e
NADP+ estiver alta e é ativada quando estiver baixa.
[NADPH]
[NADP+]
Ciclo do Ácido cítrico
● O ciclo do ácido cítrico tem papel central no metabolismo, comunicando várias vias
● O ciclo do ácido cítrico é uma das etapas da respiração celular e ocorre na matriz
mitocondrial, é constituído por oito etapas, cada uma catalisada por uma enzima
específica
● Ao final do ciclo são produzidos: 2CO², 3 NADH, 1 FADH e 1 GTP
● O piruvato proveniente de várias vias catabólicas, em condições aeróbicas, é
convertido em Acetil CoA e segue para o ciclo do ácido cítrico

O piruvato entra na mitocôndria via transportador


É convertido em AcetilCoA pelo complexo da piruvato desidrogenase na matriz mitocondrial

Reação geral catalisada pela piruvato desidrogenase:


Reações do ciclo:
1. O grupo acetil do AcetilCoa é transferido para uma molécula de Oxaloacetato,
produzindo o citrato
2. O citrato é convertido em isocitrato, seu isômero, por meio de uma reação que retira
uma molécula de água e coloca outra
3. O isocitrato é oxidado, formando alfacetoglutarato, e NAd+ é reduzida a NADH,
liberando um CO²
4. O alfacetoglutarato é adicionado a Coenzima A por uma ligação instável, formando
sucinilCoA
5. A coenzima A é substituída por um grupo fosfato, formando uma ligação de alta
energia. O fosfato é adicionado ao GDP (ou ADP)formando GTP (ou ATP), formando
uma molécula de Succinato. Nessa fase ocorre fosforilação a nível de substrato
6. A FAD remove dois átomos de hidrogênio do Succinato formando FADH² e Fumarato
7. Uma molécula de água é adicionada ao Fumarato, formando Malato
8. O malato é oxidado reduzindo NAD+ a NADH e regenerando o Oxaloacetato
Cadeia transportadora de elétrons e Fosforilação Oxidativa
● Teoria quimiosmótica: Elétrons são transportados pelas coenzimas reduzidas,
passam através de uma cadeia de proteínas e coenzimas, sendo destinados a
geração de um gradiente de prótons através da membrana mitocondrial interna
● Fosforilação oxidativa: O gradiente de prótons corre contra corrente, se dirigindo a
síntese de ATP
● O transporte de elétrons está acoplado a fosforilação oxidativa

Cadeia transportadora de elétrons:


● Evolução de um sistema protéico de transporte de elétrons em cadeia até o
oxigênio, de modo a transformar a energia potencial redox (NADH e FADH²) em
energia química: ATP
● Organização em complexos proteicos ancorados na membrana mitocondrial interna
1. Complexo I: NADH ubiquinona oxirredutase
2. Complexo II: Succinato desidrogenase
3. Complexo III: Complexo do citocromo bc¹
4. Complexo IV: Citocromo oxidase
Os complexos são organizados em ordem crescente de potencial redox
Funcionamento da cadeia:
A energia contida nas coenzimas no seu estado reduzido é transformada na cadeia
transportadora de elétrons em prótons (H+), que depois serão utilizados para formação de
ATP
A ubiquinona, ou coenzima Q, conecta o complexo I e II ao complexo III, e o citocromo c
conecta o complexo III ao complexo IV

● O NADH transfere seus elétrons no complexo I, denominado NAD desidrogenase, os


elétrons são transportados pela coenzima Q para o complexo III e depois pelo
citocromo c para o complexo IV e o aceptor final desses elétrons é o oxigênio (O²)
● O FADH² transfere seus elétrons para o complexo II, o succinato desidrogenase e
com auxílio da coenzima Q transfere para o complexo III, denominado citocromo
oxidase, e transferidos para o complexo IV pelo citocromo C
● Os elétrons têm como aceptor final o Oxigênio, o qual se associará ao hidrogênio do
espaço interno da mitocôndria, formando H²O
● Os prótons de hidrogênio presentes nessas coenzima são transferidos para o
espaço intermembrana no momento em que os elétrons são transportados pelos
complexos, gerando um gradiente de concentração entre o espaço intermembrana e
a matriz mitocondrial e devido a isso, os hidrogênios são então transferidos do
espaço intermembranas para a matriz mitocondrial pelo complexo giratório
denominado ATP sintase, gerando ATP devido a energia do gradiente de prótons
que é utilizada para a fosforilação do ADP (fosforilação oxidativa, pois usa a energia
proveniente da oxidação das coenzimas)
Fosforilação Oxidativa:
Fosforilação do ADP em ATP usando a energia liberada nas reações de oxirredução
da cadeia transportadora de elétrons. A energia é direcionada para criar um
contra-gradiente de prótons.
A fosforilação oxidativa ocorre na mitocôndria e no cloroplasto, sendo que na
mitocôndria os prótons estão no espaço intermembrana por causa da cadeia transportadora
de elétrons.
No cloroplasto os prótons se encontram dentro do tilacóide por causa das reações
luminosas da primeira fase da fotossíntese e os prótons se movem pela membrana do
tilacóide para o estroma do cloroplasto e o ATP formado no estroma vai ser usado na
segunda fase da fotossíntese para produção de carboidrato
Força próton motriz:
● Excesso de H+ fora da matriz
● Matriz com carga negativa
● Porção intermembranosa com carga positiva
● Membrana interna impermeável a H+ (ATP sintase faz o transporte)
ATP sintase:
Possui dois domínios
● F¹: Proteína periférica e atividade de fosforilação do ADP
● f°: proteína de membrana e passagem de prótons
Três subunidades beta
● uma liga-se ao ATP
● uma liga-se ao ADP
● a outra é vazia
A passagem do próton pela ATP sintase libera o ATP do sítio 1 e preenche o sítio 3
com ADP

Funcionamento da ATP sintase:


Como o espaço intermembrana possui mais prótons H+ do que a matriz, ele é mais
positivo do que a matriz, formando um gradiente eletroquímico dos prótons do espaço
intermembranas para dentro da mitocôndria. A ATP sintase fornece um caminho para esses
prótons .
Quando os prótons passam pela ATP sintase, ocorre um movimento de rotação do
eixo da molécula, e por esse movimento, a proteína transfere um Pi ao ADP formando ATP,
ou seja, a força de rotação fornecida pelo gradiente eletroquímico realiza a fosforilação a
nível de substrato.
Oxidação de ácidos graxos e formação de corpos cetônicos
Os lipídeos ingeridos na alimentação estão na forma de ácidos graxos e
triacilglicerol. Em vertebrados, os ácidos graxos circulam na corrente sanguínea ligados não
covalentemente a albumina e são armazenados na forma de triacilglicerol, que é a forma
mais eficiente de se armazenar energia (1g de gordura = 9cal, 1g de carboidrato = 4cal) e
não necessita de água para hidratação, como no glicogênio.
O metabolismo de lipídios é a oxidação completa dos ácido graxos a CO² e H²O e
ocorre em três etapas:
● Oxidação dos ac. graxos a acetilCoA
● Oxidação do acetilCoA a CO²
● Transferência de elétrons dos transportadores de elétrons reduzidos à cadeia
mitocondrial
As gorduras ingeridas são emulsificadas pelos sais biliares no intestino formando
micelas e são degradadas a ácidos graxos e glicerol pelas lipases intestinais. O ac. graxo,
então, atravessa a membrana plasmática da célula do intestino e é reconvertido a
triglicerídeo dentro do citoplasma e direcionados para a corrente sanguínea.
Os triglicerídeos juntamente com o colesterol da dieta são incorporados a um
conjunto de apoproteínas formando apolipoproteínas formando uma micela chamada
quilomícron, que é transportada no sangue.

Os quilomícrons são direcionados para o sistema linfático e depois para a corrente


sanguínea e tecidos. Nos tecidos adiposos e musculares, existem lipases que hidrolisam o
triglicérideos em ácidos graxos para adentrarem a célula.
Na junção com apoproteínas, as apolipoproteínas podem ser de quatro tipos:
● Quilomícrons
● VLDL: lipídio de muito baixa densidade muito
● LDL: lipídio de baixa densidade
● HDL: lipídio de alta densidade
Além da ingestão de lipídios, estes também podem ser sintetizados no fígado pelo
excesso de carboidratos e proteínas e o transporte desses lipídeos e colesterol são
transportados por lipoproteínas (VLDL, HDL, LDL).

Mobilização de triglicerídeos:
Os lipídios são armazenados em gotículas dentro dos adipócitos, envoltos por uma
camada de perilipina, que faz a “camada” da gotícula. Na membrana celular do adipócito
existem receptores para o glucagon, que age em caso de demanda de energia. Em células
musculares existem receptores para a adrenalina em caso de demanda de energia.
O glucagon age sobre um receptor acoplado à proteína G, que quando recebe o
glucagon, desacopla a proteína G que percorre a membrana celular e ativa a adenilato
ciclase, outra proteína de membrana que converte ATP em cAMP (sinalizador), que age
como segundo mensageiro para ativar a PKa, enzima que fosforila a perilipina e a HSL,
enzima lipase sensível a hormônio (glucagon), gerando HSL ativada. A perilipina fosforilada
muda sua conformação tornando mais fácil o acesso da HSl ativada à gotícula.
A perilipina ativada vai também liberar a proteína CGI, que estava aderida à
membrana de perilipina, ativando a lipase de triglicerídeo. A lipase de triglicerídeo
hidrolisa o triglicerídeos liberando um ac. graxo e um diacilglicerol. A HSL remove um ac.
graxo do diacilglicerol formando monoacilglicerol hidrolisado pela enzima MGL

Os ácidos graxos saem do adipócito e caem na corrente sanguínea, onde são


transportados ligados não covalentemente à albumina. Quando chegam no tecido de
destino, um transportador de ácidos graxos colocam o ac. graxo dentro da célula para
oxidação dessa molécula, no interior das mitocôndrias, que forma ATP (energia) e CO² .
O glicerol liberado na degradação dos triglicerídeos seráutilizado na síntese de
novos triglicerídeos ou fosforilado formando glicerol-3-fosfato que será oxidado a
dihidroxiacetona fosfato (intermediário da via glicolítica) que será convertido a
Glicerol-3-fosfato que poderá ser utilizado na via glicolítica para obtenção de energia.

Os ac. graxos com a cadeia de até 14 carbonos entram livremente na mitocôndria,


enquanto os maiores precisam passar pelo circuito da carnitina para entrar.
O ácido graxo é adicionado a uma molécula de Coa, formando acilCoA graxo em
duas etapas: primeiro o ac. graxo é adicionado a uma molécula de adenosina fosfato
(proveniente do ATP, liberando um pirofosfato inorgânico 2pi) e essa adenosina é depois
substituída por coenzima A, liberando AMP
Para entrar na mitocôndria, a coenzima a é substituída por uma molécula de carnitina pela
enzima carnitina acil transferase 1, formando ácido graxo carnitina que penetra no espaço
intermembrana. A enzima carnitina acil transferase 2 pega uma molécula de CoA de dentro
da matriz e liga ao ac.graxo, substituindo a carnitina e transportando o AcilCoa graxo para
dentro da matriz

Oxidação de ácidos graxos:


Beta oxidação: A molécula de ácido graxo é oxidada para formar Acetil Coa, que segue
para o ciclo de krebs e para a respiração celular produzindo energia. A oxidação libera os
carbonos da cadeia, de dois em dois, na forma de acetilcoa, dessa forma, um ac. graxo de
16 carbonos, por exemplo, libera 8 moléculas de acetilcoa
Beta oxidação de ácidos graxos saturados:
Os carbonos do a. graxo são classificados a partir do carbono da carbonila em alfa, beta e
assim sucessivamente. A oxidação destas moléculas se chama beta oxidação pois ocorre
pela quebra da ligação do carbono beta com o carbono alfa.
1) Reação de desidrogenação que forma uma dupla ligação entre os carbonos alfa a
beta. É uma reação de oxidação, o elétron liberado é transferido para o FAD,
reduzindo-o a FADH²
2) Hidratação da ligação dupla trans, formando uma hidroxila no carbono beta

3) Reação de desidrogenação, oxidando a molécula e formando uma carbonila. NAD é


reduzido a NAD+

4) Uma molécula de coenzima A é adicionada ao carbono beta liberando uma molécula


de acetilCoa e formando um acil coa graxo com dois carbonos a menos do que
acilcoa graxo inicial.

O ácido graxo ligado a coenzima a resultante passará novamente pelo ciclo, removendo
dois carbonos na forma de acetilCoA até a completa degradação do ac. graxo inicial

A cada ciclo de oxidação, são formados uma molécula de Acetil-CoA, uma molécula de
NADH e uma molécula de FADH²
Formação de corpos cetônicos:
Em humanos e mamíferos, o Acetil CoA formado na beta oxidação pode ser direcionado
para o ciclo do ácido cítrico para obtenção de energia ou utilizado para formar corpos
cetônicos nos hepatócitos do fígado. No fígado, esses corpos cetônicos são direcionados
para a corrente sanguínea e vão para tecidos como coração, músculo esquelético, rim e
cérebro. Nesses tecidos os corpos cetônicos serão oxidados para obtenção de energia

Catabolismo de aminoácidos
Ocorre tem três cenários:
● Durante a renovação das proteínas celulares
● Aminoácidos ingeridos em excesso ou como fonte energética principal
● Diminuição da disponibilidade de carboidratos

Degradação de proteínas:
As proteínas ingeridas, ao chegar ao estômago serão quebradas por enzimas
(pepsina) em proteínas menores e ao chegar no intestino serão quebradas em aminoácidos
que serão absorvidos pela mucosa intestinal.
Após a absorção, as proteínas chegam ao fígado onde são desaminados, formando
alfa-cetoácido (pré-aminoácido). O grupo amina removido se liga ao receptor
alfacetoglutarato, que se transforma em glutamato e o a.a desaminado forma
alfa-cetoácido (esqueleto de carbono)
O glutamato é depois desaminado formando novamente alfacetoglutarato e doa o
grupo amino para as vias de síntese de aminoácidos ou para a via de conversão em uréia.
O glutamato é, também, receptor de amina nos tecidos, recebendo na forma de
glutamina para liberação no fígado.
Os esqueletos de carbono provenientes dos a.a desaminados são oxidados e
seguem para o ciclo do ácido cítrico para obtenção de energia
Reações de transaminação:
Transferência de grupo amina do aminoácido para o α-cetoglutarato, formando
glutamato e α-cetoácido(esqueleto de carbono), realizada pelas enzimas Aminotransferases

Ciclo alanina glicose: utilização de proteínas musculares para produção de energia


Nos músculos, os aminoácidos são muito utilizados como fonte de energia, gerando
muitos resíduos de amina. Como os músculos utilizam glicose para obtenção de energia,
existem muitos resíduos de piruvato provenientes da glicólise. Os glutamatos se associam
aos piruvatos, transferindo para ele seu grupo amina formando alanina, que será
direcionada para o fígado, onde será utilizado para biossíntese de glicose*¹
*¹: gliconeogênese
A alanina chega ao fígado e sofre transaminação gerando glutamato e regenerando
o piruvato. O glutamato formado perde o grupamento amino e a amônia será metabolizada
na ureia. O piruvato passa pela gliconeogênese para síntese de glicose.

Ciclo da uréia:
A amônia, para entrar no ciclo da uréia, é transformada em carbomoil-fosfato
utilizando bicarbonato e duas moléculas de ATP
Reações do ciclo:
1°: Condensação da ornitina com o carbamoil-fosfato, formando citrulina. ocorre na
matriz mitocondrial
2°: A citrulina é transportada para o citosol. É transformada em arginino-succinato
3°: O arginino-succinato é quebrado em fumarato e arginina
4°: A arginina é hidrolisada em ornitina, liberando uma molécula de uréia, que
carrega dois grupamentos amina
Ao final do ciclo, a Ornitina é regenerada para o ciclo e a ureia formada é excretada

O ciclo consome 4 moléculas de ATP. O fumarato pode ser direcionado para o ciclo
de krebs. Será transformado em malato para entrar na mitocôndria, onde participa do ciclo
de krebs. O malato vai formar oxaloacetato formando NADH, e formando 2 ATPs

Degradação dos αcetoácidos:


Os 20 aminoácidos que compõem as proteínas ao serem degradados vão formar
seis produtos principais:
● acetoAcetilCoA
● acetilCoA
● piruvato
● oxaloacetato
● fumarato
● succinilCoA
● α-cetoglutarato
Esses aminoácidos podem ser classificados como
● glicogênicos: formam intermediários que geram oxaloacetato que sera
utilizado na gliconeogênese
● cetogênicos: geram acetilCoA que será utilizado para síntese de gordura ou
corpos cetônicos

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