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Ciclo de Krebs

Profa. Larissa Fávaro Marchi


Terminada a glicólise!

Vamos lembrar o que temos até agora:


2 ATP, 2 Piruvatos e 2 NADH.

O Piruvato formado segue um dos seus três


destinos:
• formação do etanol ou lactato (ambas são
vias anaeróbicas);
• formação da Acetil-CoA (via aeróbica - do
Ciclo de Krebs).

Os organismos mais desenvolvidos como o


homem, transformam o Piruvato em Acetil-
CoA, para que no final, ele seja oxidado a H2O
e CO2.
As células musculares podem seguir a via do Acetil-CoA
ou do Lactato, sendo que nesta última não há um grande
saldo de ATP. Por isso, é uma via utilizada em situações
de emergência, como exercícios físicos sem preparação.
• A via aeróbica do Ciclo de Krebs (que também pode ser chamado de Ciclo do Ácido
Cítrico ou ainda Ciclo do Ácido Tricarboxílico - Ciclo TCA, pois algumas moléculas do
ciclo possuem 3 carboxilas).

Isso porque, para que o ciclo se inicie, o Piruvato deve ser convertido a Acetil-CoA, uma
molécula de alta energia, com 2 carbonos.

Imagine o nosso caminho até agora:


a glicose entrou na célula, no citosol ocorreu a
glicólise.

e agora vamos para a matriz mitocondrial (de


todas as células do organismo) para entender
como funciona o Ciclo de Krebs.
Como o Piruvato é convertido à Acetil-CoA?
• Piruvato é uma molécula que contém 3 carbonos em sua estrutura, e ao entrar na mitocôndria:
• 1 carbono é retirado, saindo na forma de CO2 .
• Resta o grupo acetil, que é fixada por uma ponte de dissulfeto a substância conhecida como
CoA (Coenzima A) formando a Acetil-CoA, por uma reação de oxidação.

OBS: Esta reação é catalisada pelo Completo Piruvato Desidrogenase (PDH), que é composto por um grupo de
enzimas localizadas nas mitocôndrias de células eucarióticas – e no citosol de bactérias. Estas enzimas são:
• E1: piruvato desidrogenase
• E2: diidrolipoil-transacetilase
• E3: diidrolipoil-desidrogenase
Note que houve uma oxidação do acetil, liberando elétrons que foram utilizados para a
produção do NADH.

Lembre-se que nós temos aqui 2 Piruvatos que foram produzidos na glicólise, sendo assim,
esta reação ocorrerá em dobro.

Nota-se ainda que nesta conversão Piruvato -> Acetil-CoA, tivemos a liberação de 1 CO2 e 1
NADH, para cada Piruvato.
Hans Krebs
1900-1981
✓ O Ciclo de Krebs é a via metabólica central do nosso organismo, e é
fundamental para que os organismos possam obter mais energia a partir
dos nutrientes por meio da oxidação aeróbica do que anaeróbica, além de
que seus intermediários são precursores de compostos bioquimicamente
importantes.

✓ O ciclo corresponde a uma série de reações químicas que acontecem


naturalmente em todas as células do organismo para a produção de
energia.

✓ É um ciclo anfibólico, ou seja, atua tanto no catabolismo (decomposição


oxidativa) quanto no anabolismo (síntese de biomoléculas).
É importantíssimo entender que a glicose que ingerimos possuía anteriormente 6 carbonos,
e ela está sendo oxidada para a produção de energia.

Na glicólise, a glicose foi dividida em 2 partes, ou seja, 2 piruvatos com 3 carbonos cada.

• Agora no CK, haverá dois momentos em que teremos a perda de mais 2 carbonos (etapa 3
e 4 – Descarboxilação oxidativa – que serão descritas abaixo), além do carbono que foi
perdido na conversão do Piruvato à Acetil-CoA (mostrado anteriormente).

Todos esses carbonos sairão na forma de CO2.

Além dos carbonos, a glicose vai perdendo seus hidrogênios e elétrons, e portanto, dizemos
que ela vai sendo oxidada gradativamente, e até o final do CK ela sofrerá uma oxidação
completa.
Vimos até agora que o Piruvato foi oxidado a Acetil-CoA.

Agora sim a molécula poderá entrar na mitocôndria


1ª - Formação do Citrato – Condensação

A Acetil-CoA se combina com o Oxalacetato, em uma


reação chamada de condensação, catabolizada pela
enzima citrato sintase, sem gasto de energia.

O produto desta reação será o Citrato.

Ocorre a união do carbono do metil do grupo acetil ao


grupo carbonil (C-2) do Oxaloacetato.

Nota-se que nesta etapa há a hidratação para que a CoA-


se desligue do grupo acetil, e volte a ficar disponível para
uma nova conversão do Piruvato.

A CoA liberada nesta reação é reciclada para participar da descarboxilação


oxidativa de outra molécula de Piruvato .
2ª - Isomerização – Desidratação e Hidratação

O Citrato é convertido a Isocitrato, pela enzima aconitase, que requer ferro. Trata-se de uma reação
reversível. Nota-se nesta etapa uma fase de desidratação, seguida por uma hidratação.
3ª - Formação do α-cetoglutarato e de CO2 – Descarboxilação oxidativa

É a primeira oxidação, onde há a descarboxilação oxidativa do Isocitrato a α-cetoglutarato e


liberação de CO2, pela enzima isocitrato desidrogenase.

Ocorre a redução de um NAD+ a NADH, pela perda de 2 elétrons na oxidação.


4ª- Formação do Succinil-CoA e de CO2 - Descarboxilação oxidativa

é a segunda oxidação, onde há a descaboxilação do α-cetoglutarato, formando o Succinil-CoA e CO2.

Ocorre a liberação de elétrons, e consequente redução de mais um NAD+ a NADH.

A reação é catalisada pelo complexo de α-cetoglutarato- desidrogenase.


Até aqui, já foram produzidas as três moléculas de CO2.

Uma na conversão do Piruvato à Acetil-CoA

e as outras duas nas etapas 3 e 4.


5ª- Formação do Succinato e de um GTP

A reação de conversão do Succinil-CoA a Succinato é catalisada pela enzima succini-CoA sintase.

Nota-se a presença de uma molécula de GDP (difosfato de guanina), que foi fosforilada formando uma
molécula de GTP (trifosfato de guanina).

• O GTP nada mais é que um composto de alta energia, como o ATP.

Rapidamente a célula troca a guanina pela adenosina, então pode-se dizer que nesta etapa há a produção
de 1 ATP.
6ª- Formação do Fumarato – Desidrogenação

O Succinato é convertido à Fumarato pela flavoproteína succinato desidrogenase.

Em eucariotos, esta enzima está ligada à membrana mitocondrial interna, e em bactérias, está ligada à
membrana plasmática.

A succinato desidrogenase é a única enzima do CK associada à membrana.

Como há desidrogenação, nota-se a redução de uma molécula de FAD a FADH2. O FAD nada mais é que
um aceptor de elétrons, assim como o NAD, que transportará os elétrons para a última parte da respiração
celular.
7ª- Formação de L-Malato – Hidratação

A enzima fumarase catalisa a reação de conversão


do Fumarato a Malato, e para isto, observa-se uma
molécula de H2O presente na reação (hidratação).
8ª- Regeneração do Oxalacetato – Desidrogenação

O Oxalacetato que havia sido ligado à molécula de Acetil-CoA foi consumido durante a série de reações
do ciclo. (veja a 1 reação)

Então, nesta última etapa o Oxalacetado deve ser regenerado, liberando mais um elétron, para que o ciclo
continue e ele novamente possa se ligar a uma nova molécula de Acetil-CoA.

A enzima presente nesta reação é a malato desidrogenase, e nota-se a redução de outra molécula
de NAD+ a NADH. O malato é então oxidado a Oxalacetato.
Resumão!!!

Piruvato -> Acetil-CoA + Oxalacetato -> Citrato (Ácido Cítrico) -> oxidação de citrato em várias reações -
> reações para formação do Oxalacetato -> liberação de energia -> elétrons soltos se ligam à molécula
carregadora de elétrons, NAD+ e FAD+, formando NADH e FADH2, além da formação de CO2.

2 Acetyl CoA

6NADH
2FADH2
2 ATP
Observe que nós temos o seguinte:
2 Acetyl CoA

2 FADH2
· 1 molécula de FADH2 6 NADH
· 3 moléculas de NADH 2 ATP
· 1 molécula de GTP (ATP)

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