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Química orgânica
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Índice
Introdução............................................................................................................................................... 3
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Introdução
O presente manual tem como objetivo guiar o estudo dos formandos do curso de cabeleireiro no módulo de química
orgânica aplicada à coloração/descoloração do cabelo (UFCD 10103). Este curso realizar-se-á nas instalações da
ASV- Academia Ana Sofia Venâncio em Alpendorada de dia 3 de fevereiro a 22 de fevereiro e terá a duração de
25H. (Os dias de formação serão 3,10,17 e 22 de fevereiro)
O objetivo geral deste módulo é:
Enunciar os conceitos básicos de química orgânica aplicada à coloração/descoloração do cabelo.
Neste manual os formandos podem encontrar conceitos tais como: Isomeria, Polímeros, Funções químicas e
coloração e descoloração.
Ao longo dos diversos capítulos, para além dos conceitos desenvolvidos ao longo das aulas, foram introduzidos
diversos exemplos do mundo actual de forma a motivar e contextualizar as formandas no estudo da química
orgânica.
Todos os conteúdos ministrados serão muito úteis para que as formandas possam enriquecer os seus
conhecimentos e serem melhor profissionais na prática de cabeleireiro.
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Química Orgânica
A química Orgânica é a área da química que estuda os compostos que possuem carbono, chamados de compostos
orgânicos. A origem da Química Orgânica data do final do século XVIII, quando os químicos começaram a dedicar
se ao estudo das substâncias presentes nos seres vivos. A expressão compostos orgânicos surgiu, há mais de 200
anos e dsignava substâncias produzidas por organismos vivos (animais e vegetais). Com o decorrer dos anos o
termo compostos orgânicos passou a dsignar todos os compostos que contêm carbono, sejam ou não produzidos
por organismos vivos, pois em 1825, o médico alemão Friedrich Wöhler conseguiu sintetizar em laboratório a ureia
((NH2)2CO). A ureia é um composto orgânico de origem animal. Com isso, ficou comprovado que as substâncias
orgânicas não eram exclusivamente de origem vegetal ou animal, mas também poderiam ser artificiais.
Nos compostos orgânicos os átomos unem-se por ligações covalentes formando substâncias moleculares.
Relembrando substância é toda a matéria que constitui os corpos. É bastante comum ouvirmos o termo substância
química, mas por norma tem um sentido negativo, é por vezes até interpretado como algo que causa danos à
saúde e ao meio ambiente. Esta forma de pensar está claramente errada, visto que as substâncias químicas estão
em tudo o que nos rodeia e, inclusive, dentro de nós. Já as ligações covalentes consistem na partilha de um par
de electrões por dois átomos.
A química orgânica será assim tão importante?
Pensa-se que a primeira utilização de compostos orgânicos pelo homem tenha sido com a descoberta do fogo,
uma vez que, quase tudo que sofre combustão é um composto orgânico. Em resumo, toda a vida é baseada no
carbono, desde o combustível que queimamos (gasolina e etanol), até a constituição do nosso próprio corpo. Cerca
de 60% do nosso organismo é formado por compostos orgânicos que formam lipídos, proteínas e carboidratos. O
carbono também está presente nas embalagens de plásticos, pois o polietileno, matéria-prima do plástico, é
constituído por cadeias carbónicas.
Os compostos do carbono compõem também os plásticos, muitos produtos de limpeza, explosivos e medicamentos.
Por curiosidade, atualmente 90% dos medicamentos são de origem orgânica, como por exemplo a aspirina e o
paracetamol. Também o cabelo é constituído por carbono. O fio capilar é composto por 45% de átomos de carbono
e são estes que conferem peso ao cabelo.
Atualmente existem cerca de cerca de 20 milhões de compostos orgânicos conhecidos. Portanto sim, a química
orgânica é importante.
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Os ramos principais da química orgânica são: funções orgânicas, isomeria, reações e polímeros como veremos
descrito mais à frente. Assim sendo, a definição mais atual para química orgânica é a seguinte:
O átomo de carbono possui uma estrutura bastante particular e é essa mesma estrutura que lhe confere as suas
propriedades. O carbono é o quarto elemento mais abundante do Universo. Está presente em toda espécie viva,
e em quase toda matéria orgânica.
Apresenta o número atómico 6 e massa atômica 12. O seu símbolo químico é o C, como podem ver na imagem
seguinte.
Na sua camada periférica possui 4 eletrões, como se pode ver nas representações seguintes.
O carbono tem como carateristica ser tetravalente, ou seja, pode receber mais 4 eletrões e formar quatro ligações
covalentes que darão origem a diferentes tipos de átomos e a novas cadeias carbónicas. As referidas ligações
podem ser ligações simples, duplas e triplas:
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Como o átomo de carbono tem a capacidade de se ligar a outros átomos, formam cadeias curtas como o etano,
representado anteriormente, ou longas como por exemplo polímeros, que será retratado mais à frente.
Assim sendo o átomo de carbono é um elemento “especial” porque pode ligar-se praticamente a todos os
elementos químicos, dando origem a um elevado número compostos orgânicos. Esses diferentes compostos são
chamados de alótropos do carbono. Existem muitas espécies diferentes de alótropos de carbono, e, a cada década,
descobre-se mais delas, além de suas possíveis aplicações. As mais conhecidas são a grafite e o diamante como
se pode ver na representação seguinte:
Para além dos alótropos o carbono tem a capacidade de estabelecer ligações fortes a outros átomos de carbono
criando cadeias longas e ramificadas ou mesmo anéis. Alguns exemplos de compostos com carbono são: CH4,
Na2CO3, C2H6, C2H5OH, CaC2 (Metano, Carbonato de Sódio, Etano, Etanol, Carbureto de Cálcio).
Resumindo:
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• O carbono é tetravalente;
O carbono é um não metal do grupo 14 (pode ver-se na horizontal da tabela periódica) e pertence ao segundo
período (2º linha da tabela periódica). O átomo de Carbono possui seis eletrões, seis protões e massa 12011.
Como está representado na imagem em baixo:
O átomo C possui distribuição eletrônica 1s2 2s2 2p2. ( Para melhor perceber ver vídeo
https://pt.khanacademy.org/science/chemistry/electronic-structure-of-atoms/electron-configurations-jay-
sal/v/introduction-to-electron-configurations)
O átomo de Carbono pode ser classificado em função dos carbonos ligados a ele e em função das suas ligações.
Sendo assim, o átomo pode classificar-se em função do número de ligações que realiza com outros átomos de
carbono:
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• Carbono primário: liga-se a um átomo de carbono
• Carbono secundário: liga-se a dois átomos de carbono
• Carbono terciário: liga-se a três átomos de carbono
• Carbono quaternário: se liga a quatro átomos de carbono
Exemplo:
Como se pode ver o carbono primário, em geral é um carbono terminal pois liga-se apenas ao átomo de carbono
localizado à sua direita. Os carbonos secundários, terciários e quaternários ligam-se a 2, 3 e 4 átomos de carbono,
respetivamente. Na imagem seguinte podem ver-se exemplos mais concretos:
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A segunda forma de classificar o carbono é função das ligações que apresenta:
Exemplos:
Insaturado: Realiza pelo menos uma ligação dupla (=) ou tripla (≡). Denominada de pi (π).
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Exemplos:
Como se pode ver na representação anterior cada átomo de hidrogénio tem em comum um eletrão com o átomo
de carbono para formar quatro dupletos. Assim, a molécula obtida, o metano, fórmula química CH4 é a mais
simples da química orgânica. Esta fórmula tem a sua camada periférica saturada com 8 eletrões, não podendo
assim originar nenhum derivado por adição. No entanto, é possível substituir um ou vários átomos de hidrogénio
por um ou vários átomos monovalentes (podem realizar apenas uma ligação) como o cloro ou o Bromo por
exemplo.
A formação de ligações químicas é importante na química, pois a sua natureza pode alterar as propriedades do
composto formado. Estas ligações podem ser simples, duplas ou triplas como se pode ver na representação
seguinte:
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Uma ligação simples traduz dois átomos de carbono ligados entre si por uma ligação covalente. A ligação entre
os respetivos átomos de carbono é muito sólida uma vez que, a energia da ligação é muito forte.
Exemplos: (C─C)
Quando dois átomos de carbono se unem pela associação de dois pares de eletrões, esta ligação é designada por
ligação dupla e confere rigidez à molécula.
Como será previsível se dois átomos de carbono se unirem pela associação de três pares de eletrões, a ligação
formada entre eles é uma ligação tripla. Esta ligação é muito instável porque as duas últimas ligações podem
quebrar facilmente.
Exemplo: C2H2 ou CH ≡ CH
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