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UFCD SAÚDE E SEGURANÇA –

9103 CUIDADOS DE BELEZA


ufcd 9103 – Saúde e Segurança – Cuidados de beleza

ÍNDICE

CONTEÚDO
Âmbito do manual ............................................................... 3

Conteúdos............................................................................ 3

Objetivos ............................................................................. 4

Carga horária ....................................................................... 4

Higiene ................................................................................ 5

Higiene e saúde ................................................................... 6

Higiene alimentar ................................................................ 8

Banho ................................................................................ 10

Higiene dos olhos .............................................................. 10

Higiene do nariz ................................................................. 12

Higiene da boca ................................................................. 13

Higiene da mãos e pés ....................................................... 14

Higiene da pele .................................................................. 16

Higiene dos cabelos ........................................................... 17

O QUE É O STRESS? ........................................................... 18

O LADO POSITIVO E O LADO NEGATIVO DO STRESS ......... 19

O BOM E O MAU STRESS .................................................... 19

AS FONTES DE STRESS ...................................................... 20 AS


FASES DO STRESS ......................................................... 21

O QUE FAZER PARA CONTROLAR O STRESS? ..................... 22

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Higiene em cabine de esteticismo ..................................... 26

A ILUMINAÇÃO .................................................................. 30

TEMPERATURA E HUMIDADE ............................................. 33

RISCO ERGONÓMICO ........................................................ 45

SEGURANÇA ....................................................................... 50

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INTRODUÇÃO

ÂMBITO DO MANUAL

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta
duração nº 9103 – Higiene e Segurança – Cuidados de beleza, de acordo com o Catálogo Nacional
de Qualificações.

CONTEÚDOS
 Saúde e higiene no quotidiano
 Higiene na ótica de estética e prevenção na saúde
- Banho
- Higiene dos olhos (órgãos dos sentidos)
- Higiene do nariz (aparelho respiratório)
- Higiene da boca (aparelho digestivo)
- Mãos e pés
- Higiene da pele (secreções)
- Higiene dos cabelos
 Tensão
- Fadiga
- Sinais de tensão
- Alívio da tensão
- Relaxação, oxigenação
 Higiene na profissão de esteticismo  Introdução
- Micróbios
- Vírus

- Bactérias
- Doenças contagiosas

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- Defesa do organismo
 Higiene em cabina de esteticismo
- Mãos
- Utensílios
- Material
 Segurança no trabalho
- Profilaxia
- Anti-sepsia
- Assépsia
- Esterilização
- Higiene do ambiente e das roupas  Ergonomia
 Introdução aos métodos ergonómicos no trabalho do esteticismo
 Normas de instalação do cliente segundo as suas condições e o tratamento a executar
 Posicionamento do profissional segundo as suas condições e o trabalho que executa 
Normas de adaptação do equipamento ao tratamento que se executa

OBJETIVOS
• Identificar fatores que contribuem para a saúde e segurança no quotidiano e na atividade
profissional da estética.

• Identificar a importância da higiene na atividade de estética.


• Identificar a importância da postura dos profissionais de cuidados de beleza

CARGA HORÁRIA
• 25 horas

SAÚDE E HIGIENE NO QUOTIDIANO

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HIGIENE

Podemos considerar higiene como a “parte da medicina que prescreve as regras para conservar a
saúde; asseio; limpeza; precaução contra as doenças”... In Dicionário da Língua Portuguesa Porto
Editora.

Por esta simples definição constatamos que o conceito de higiene é mais amplo do que aquilo que
poderíamos inicialmente supor, uma vez que para além das questões da limpeza, contempla
também as regras para preservar a saúde dos indivíduos.

As doenças infeciosas e parasitárias são responsáveis, segundo dados da Organização Mundial da


Saúde (1998), por aproximadamente 33% das mortes no mundo, o que acarreta para os serviços de
saúde e contribuintes elevados custos económicos e sociais.

Importa pois impedir este tipo de infeções adotando normas e regras de higiene e segurança no
local de trabalho, a fim de eliminar o risco de contaminação e o aparecimento de doenças
profissionais. Este conjunto de medidas passa por um correto manuseamento dos instrumentos e
equipamentos de trabalho, pela adoção de técnicas de trabalho adequadas e pela manutenção de
um sistema de higiene geral.

Podemos então dizer que a Higiene do Trabalho defende um:

“CONJUNTO DE NORMAS E PROCEDIMENTOS QUE VISA A PROTEÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA E


MENTAL DO TRABALHADOR, PRESERVANDO-O DOS RISCOS DE SAÚDE INERENTES ÀS TAREFAS DO
CARGO E AO AMBIENTE FÍSICO ONDE SÃO EXECUTADOS”

HIGIENE E SAÚDE

Não podemos dizer que a saúde seja encarada por todos de igual forma. O seu conceito foi sofrendo
alterações ao longo dos tempos. Até meados dos anos 50 saúde definia-se em termos negativos,
isto é, a ausência de doença ou invalidez seria sinónimo de saúde.

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Mas com o avanço da ciência, nomeadamente da ciência médica e de todas as que lhe estão
associadas, verifica-se também um aumento da esperança média de vida á nascença (a esperança
média de vida projetada pela OMS para 2025 é de 73 anos contra os 48 anos em 1955). Assim, não
se trato só de viver mais anos, mas de saber vivê-los com qualidade – mais saúde, menos doenças e
sofrimento e menor dependência de outros.

A OMS na sua Carta Constitucional de 1948 define saúde como “um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

Porém este conceito é encarado por muitos como subjetivo, pelo que vários autores defendem um
conceito mais dinâmico de saúde:

“O ganho do mais alto nível de bem-estar físico mental e social e de capacidade de funcionamento
que permitam os fatores sociais em que vive imerso o indivíduo e a coletividade “.

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Mas saúde sempre foi encarada por diferentes perspetivas:

 Modelo clínico – saúde é a ausência de doença ou funcionamento aberrante;


 Modelo adaptativo – o indivíduo saudável é aquele que pode reagir, acomodar-se e ajustar-
se aos vários agentes de no ambiente externo e interno;
 Modelo realização papel – capacidade do indivíduo para realizar eficazmente os papéis e
as tarefas para que foi solicitado.

Numa perspetiva mais abrangente temos a Hierarquia das Necessidades da Escala de Maslow:

De acordo com o disposto no art.59º e 64º da Constituição da República Portuguesa:

“Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem,
religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito à prestação do trabalho em condições de
higiene e segurança” e “direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover”.

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HIGIENE ALIMENTAR

É o conjunto de medidas necessárias para garantir a qualidade, salubridade e bom estado de


conservação dos produtos destinados à alimentação em todas as fases de preparação de modo a
que os alimentos não percam as características nutritivas e gastronómicas.

Alimentação

Ação de fornecer ao organismo as substâncias de que ele necessita, sob a forma de produtos
alimentares naturais, modificados ou sintéticos.

Fazendo justiça ao pensamento “Somos aquilo que comemos” poderemos dizer que o tipo de
alimentação que temos e fazemos vai influenciar todos os aspetos da nossa vida, nomeadamente a
nossa saúde.

Nós comemos para darmos ao nosso corpo os elementos que ele precisa. E são os alimentos que
nos dão um ou mais tipos das substâncias necessárias para:

 Formação, crescimento, reparação celular


 Produção de energia
 Equilibro do funcionamento corporal  Constituição de reservas

 Estes materiais são indispensáveis a todas as atividades vitais (atividades necessárias à


vida), como: Manter a temperatura do corpo;
 Regular o funcionamento dos órgãos, como por exemplo o manter o coração a bater,
fazer a digestão, ver, ouvir, respirar;
 Repor as perdas de energia;
 Proteger das doenças;
 Reparar as células danificadas;
 O crescimento;
 A reprodução;

 Todas as atividades físicas.

Todas estas atividades que se realizam todos os dias no organismo, estão dependentes dos
alimentos que ingerimos.

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HIGIENE NA ÓTICA DE ESTÉTICA E PREVENÇÃO NA SAÚDE


A higiene pessoal é muito importante para a saúde do indivíduo e, também, para o seu
relacionamento com a sociedade.

A higiene com o corpo, ou a falta dela, demonstra o grau de compromisso que o indivíduo tem
consigo mesmo. Uma pessoa higiénica é facilmente aceite pelos demais membros do seu grupo
social, tem a sua auto-estima elevada e, consequentemente, vive mais feliz.

A higiene pessoal é também uma forma eficaz para evitarmos algumas doenças e vivermos com
mais saúde. Se não cuidarmos devidamente da limpeza do nosso corpo, ficamos expostos aos
microorganismos que são nocivos à saúde humana.

Algumas doenças e problemas consequentes da falta de higiene: Micoses, Pé-de-atleta, Piolhos,


Mau hálito.

BANHO

O banho diário é uma etapa muito importante para nos sentirmos bem. Assegura a limpeza e a
remoção das células mortas do corpo e além de relaxar corpo e mente, traz energia extra. Para uma
maior limpeza e remoção das células é conveniente o uso de uma esponja vegetal para massajar as
zonas onde elas se concentram mais. Não se deve deixar resíduos de gel ou sabonete para não
irritar a pele e favorecer o ataque dos fungos e das bactérias. A humidade é propícia á multiplicação
destes, podendo causar infeções ou outros males cutâneos.

Convém lembrar que é importante trocar todos os meses as escovas usadas no duche ou banho pois
elas podem propagar as bactérias. Devem por isso ser cuidadosamente secas e limpas. No entanto o
banho diário não serve só para a higiene mas possui grandes efeitos curativos, dependendo da sua
temperatura e natureza da água.

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HIGIENE DOS OLHOS

A limpeza da região ocular, além do fator estético, é fundamental para retirar o acúmulo de
oleosidade e evitar quaisquer tipos de infeções no local.

Entretanto, muitas pessoas não se atentam a essa higienização ou a realizam de maneira incorreta.
Essa falta de cuidado pode causar inflamações ou até mesmo um quadro clínico mais grave,
comprometendo a visão.

A correta limpeza dos olhos deve ser feita ser feita da seguinte forma:

1) Lave as pestanas e pálpebras com água, soluções para limpeza ocular ou sabonete neutro

A higienização externa, compreendendo pestanas e pálpebras, é importante para remover a


oleosidade em excesso produzida pelas glândulas da borda palpebral, pois o acúmulo de gordura
leva à inflamação local, risco de obstrução dessas glândulas (hordéolo/terçolho) e aumento do
número de bactérias. Os oftalmologistas recomendam apenas o uso de soluções oculares
específicas ou sabonete neutro, pois agridem menos os tecidos dos olhos.

2) Remova sempre toda a maquilhagem

Dormir de maquilhagem ou mantê-la na região por períodos muito prolongados facilita a obstrução
das glândulas de gordura palpebrais e pode gerar inflamação local, irritação da conjuntiva e da
córnea. A remoção deve ser realizada com produtos adequados para não afetar os olhos.

3) Evite colocar as mãos nos olhos, principalmente sem lavá-las ou depois de utilizar álcool gel

A mão pode trazer diversos corpos estranhos aos olhos, desde agentes alergénicos (poeira e pelos
de animais), passando pelos agentes químicos (ácidos e álcool), até contaminantes, como vírus e
bactérias. Não coçar os olhos com as mãos sujas é um fator importante para diminuir o risco de
infeções.

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4) Colírios podem manter a lubrificação da superfície ocular, mas só o oftalmologista pode


identificar o tipo e a frequência adequados

É imprescindível consultar um oftalmologista antes de utilizar qualquer tipo de colírio, seja do tipo
lubrificante sem conservantes, lubrificante com conservantes ou vasoconstritores. Estes últimos são
muito usados para reduzir o aspecto avermelhado dos olhos por contrair os vasos sanguíneos da
região, mas sua utilização em longo prazo pode trazer efeitos colaterais. A automedicação e o uso
indiscriminado desses colírios podem levar o paciente a ter conjuntivite química e ceratite
medicamentosa. Efeitos mais graves como olho vermelho crônico por efeito rebote e hipertensão
arterial também podem ser observados.

5) Evite compartilhar objetos de higiene pessoal, como lenços e toalhas de rosto

Existem doenças que podem ser transmitidas dessa forma, como as conjuntivites virais e
bacterianas, nas quais a transmissão ocorre por contato, e o compartilhamento de objetos pessoais,
inclusive de colírios, favorece o contágio.

6) Evite a aplicação de água boricada e soro fisiológico na superfície ocular

O ideal é sempre optar pelos produtos mais semelhantes possíveis à lágrima. A água boricada não
deve ser utilizada, pois apresenta ácido bórico em sua composição e pode gerar uma piora dos
sintomas de inflamação em alguns pacientes. O soro fisiológico, apesar de se parecer mais com a
lágrima, ainda pode ser lesivo à mucosa ocular e à córnea, sendo preferível a utilização de colírios
lubrificantes.

7) Tenha cuidado com o manuseio de lentes de contato. Lave-as apenas com soluções adequadas
e respeite o tempo de troca.

Existem produtos específicos para higiene das lentes que permitem a retirada de resíduos que
causam irritação ocular e eliminam bactérias, fungos e protozoários que podem causar infeções
graves.

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O grande perigo devido ao mau uso das lentes é a infeção por acantameba, protozoário encontrado
na água de torneira ou em soluções de soro fisiológico (após um período de abertura da
embalagem) não armazenadas adequadamente e que muitas vezes são utilizadas de maneira
incorreta por usuários de lente de contato. A ceratite por acantameba normalmente envolve um
tratamento longo, de no mínimo seis meses, e pode levar à redução significativa da visão do
paciente.

Um ponto de atenção é em relação ao tempo de troca, que deve ser realizada conforme a
orientação do fabricante. Usá-las por um período prolongado aumenta os riscos de infeção e de
"rejeição”? à lente em longo prazo. Mais um destaque é que lentes de ciclo mais curto reduzem o
risco de infeções.

HIGIENE DO NARIZ

Diversas toxinas produzidas por bactérias e vírus provocam uma redução do batimento dos cílios da
cavidade nasal, estruturas microscópicas que se movimentam de forma harmoniosa para remover
continuamente o muco para fora do nariz e dos seios paranasais. A diminuição do movimento ciliar
causa o acúmulo de secreções mais espessas que o normal, aumentando a predisposição à

instalação de processos infeciosos.

A higiene nasal, além de melhorar o funcionamento do sistema mucociliar, removendo o muco


nasal, secreções purulentas e restos de células e crostas, diminui a inflamação local da mucosa
porque reduz mediadores inflamatórios.

Uma das formas mais simples de limpar o nariz é utilizar a água quente do banho a seu favor. O
calor e a humidade do banho ajudam a amolecer o muco, que pode ser eliminado com mais
facilidade. No entanto, para uma limpeza completa e eficiente, procure utilizar o soro fisiológico
0,9% em temperatura ambiente, seja em spray ou com o auxílio de uma seringa.

O procedimento pode ser repetido algumas vezes para garantir uma limpeza adequada e pode ser
feito todos os dias. A ideia é realmente tirar o catarro mecanicamente, empurrando com o soro.
Tome cuidado para direcionar o jato para a lateral do nariz e não para o septo.

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HIGIENE DA BOCA

Quando falamos em higiene bucal, estamos referindo-nos à prática que garante a limpeza dos
dentes e gengivas e, consequentemente, uma boca saudável. Essa higiene é fundamental para
nossa saúde, evitando problemas como gengivite, cárie e tártaro, entre outras doenças. Além disso,
essa prática nos possibilita uma aparência melhor e permite um processo digestivo adequado, uma
vez que os dentes iniciam a digestão mecânica.

Que hábitos garantem uma boa higiene bucal?

Quando falamos em saúde bucal, sempre nos lembramos da escovação dos dentes, entretanto, uma
boa higiene bucal vai além desse hábito. A seguir, falaremos de algumas maneiras para garantir uma
boa higiene bucal:

 Escovar os dentes corretamente, lembrando-se sempre das partes internas e externas e dos
dentes localizados na parte de trás da boca. Para uma escovação correta, deve-se inclinar a
escova em relação à gengiva e fazer movimentos de cima para baixo nos dentes de cima e o
contrário nos dentes inferiores, ou seja, movimentos de baixo para cima. A superfície do
dente usada para a mastigação também deve ser escovada, realizando movimentos de
vaivém.
 Escovar os dentes após as refeições e sempre antes de dormir;
 Sempre que for escovar os dentes, lembrar-se de limpar a língua para retirar bactérias e,
assim, também conseguir um hálito mais puro;
 Passar o fio dental diariamente e estar atento no momento do uso do fio para limpar além
da linha da gengiva. É fundamental lembrar-se também de usar uma parte limpa do fio em
cada local. Em média, 40 cm de fio são suficientes para limpeza completa de toda a boca.
 Ter uma alimentação equilibrada, evitando o consumo exagerado de doces, principalmente,
entre as principais refeições;
 Visitar regularmente um dentista, pois esse profissional poderá ajudar a identificar
problemas impercetíveis para nós e orientar sobre a limpeza correta dos dentes e gengivas

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HIGIENE DA MÃOS E PÉS

As nossas mãos são o meio transporte de milhares de micro-organismos. Quando tocamos em


qualquer objeto, as bactérias e até os vírus que estão ali, ficam na nossa pele e, ao longo do dia,
vamo-los levando para outros objetos. É por isso que as mãos são agentes transmissores de
doenças em potencial.

A melhor maneira de quebrar esse ciclo é higienizando-as frequentemente ao longo do dia, com
água e sabão. É importante dar atenção à hora das refeições, as mãos devem estar devidamente
lavadas antes de começarmos a comer qualquer coisa. Caso você não seja possível lavar, ande
sempre com álcool em gel.

Já as unhas, é preciso mantê-las em bom estado de conservação: bem cortadas, lixadas e limpas.
Um ponto importante para quem gosta de pintá-las é não deixar o esmalte descascar demais, pois
algumas bactérias alojam-se nas partes descascadas, ou seja, sempre que começar a sair retire-o.

Dica para limpeza de mãos e unhas: o ato de roer as unhas deixa essa parte com aspeto feio e pode
ser um veículo de ingestão de bactérias e sujidade, podendo causar algumas doenças. Uma boa
maneira de acabar com esse vício é usar cremes bactericidas com sabor amargo, ao levar as mãos à
boca e sentir o sabor mau a pessoa pode ser desmotivada a roer as unhas.

Cuidar da higiene dos pés é muito importante para evitar problemas mais sérios como micoses,
mau odor e unhas encravadas. Os cuidados devem ser diários. Depois de um longo dia nada mais
agradável para os pés que receber uma boa limpeza e hidratação.

Quando os cuidados com os pés são negligenciados, os fungos e bactérias alojam-se entre os dedos
e nas unhas, onde decompõem células mortas dando origem ao mau cheiro tão incomodo e
constrangedor e até as micoses na pele. Para tratar esse problema, é preciso tomar medidas
simples como a limpeza diária e uso de produtos em spray nos sapatos e antissépticos para os pés.

Passos para a correta higienização dos pés:

 Lave com uma escova ou esponja todo o pé, inclusive entre os dedos e as unhas, se possível,
passe também um esfoliante específico para pés

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 Depois do banho, não se esqueça de os secar bem, não calce os sapatos com eles húmidos,
isso causa mal cheiro e pode desenvolver micoses
 Antes de dormir lave os pés e passe um creme hidratante para evitar o ressecamento da
pele
 As unhas dos pés devem ser cortadas e limpas de 15 em 15 dias, mas não as deixe curtas
demais porque podem encravar
 Lixe os pés todas as semanas ou use esfoliantes para eliminar o excesso de células mortas e
formação de calos

HIGIENE DA PELE

A superfície da pele deve sempre permanecer o mais limpa possível, já que tanto a sujidade como a
simples acumulação de secreções cutâneas podem alterar o seu funcionamento e,
consequentemente, provocar o aparecimento de reações inflamatórias e o desenvolvimento de
infeções. Importa referir que, embora a pele seja colonizada por inúmeros microorganismos
saprófitos, ou seja, que em condições normais não são nocivos, caso estes se reproduzam em
excesso ou encontrem condições favoráveis para habitarem, por exemplo, perante uma diminuição
das defesas naturais do organismo, podem tornar-se patogénicos. Este facto, para além de provocar
uma constante exposição aos microorganismos, o que já de si é sempre perigoso, é muito pouco
conveniente, pois, caso se estabeleçam sobre a pele, podem propiciar o desenvolvimento de
infeções.

A limpeza da pele baseia-se na utilização de água e sabonete. Enquanto a água arrasta a sujidade, a
dissolução do sabonete no líquido forma, com o manto de gordura cutâneo, uma emulsão, que
facilita o arrastamento das partículas e dos microorganismos acumulados na superfície. É
igualmente conveniente utilizar uma esponja ou equivalente para esfregar o corpo, de modo a
eliminar a sujidade e também para "massajar" o tecido cutâneo e estimular a circulação sanguínea,
contribuindo para a nutrição e manutenção da elasticidade da pele.

A exceção da limpeza das mãos, que convém realizar várias vezes por dia, a higiene do corpo deve
ser diariamente realizada, nomeadamente nas zonas onde a sujidade tenha a tendência para se

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acumular ou onde encontre condições mais favoráveis para o desenvolvimento de


microorganismos, como por exemplo as áreas anal e genital, os pés, as axilas e as zonas com dobras
(sulcos submamários, articulações).

Em suma, é aconselhável uma lavagem corporal diária, não havendo qualquer problema em repetir
a ação outra vez durante o dia, se bem que também se deva prevenir os exageros. O excesso de
higiene, nomeadamente através de banhos muito prolongados, da utilização de um sabonete muito
forte ou do uso excessivo da esponja, pode ser muito prejudicial, pois pode favorecer a destruição
da camada lipídica que reveste a pele e a protege das infeções.

HIGIENE DOS CABELOS

Os cabelos precisam de um cuidado especial no que diz respeito à limpeza; afinal, ele é um grande
acumulador de sujidade e gorduras. Por isso é importante lavá-lo em dias alternados, pois o excesso
de lavagem também não faz bem à saúde dos cabelos, deixando-os ressecados.

Prefira sempre produtos específicos para o seu tipo de cabelo e os champô mais espumantes,
porque a espuma que se faz na hora de lavá-los funciona como um imã para partículas de gordura e
sujeira acumuladas.

Dessa forma, ao aplicar o champô, é preciso esfregar o couro cabeludo com as pontas dos dedos,
suavemente, visando fazer bastante espuma para eliminar todas as impurezas. O que muitos
cabeleireiros recomendam é repetir esse processo duas vezes, pois uma única vez não limpa o
suficiente.

O condicionador deve ser aplicado sempre nas pontas em quantidade reduzida. Depois de
desembaraçar os fios é importante que enxague bem para não ficar nenhum resíduo.

Mantenha sempre os cabelos hidratados, penteados e bem cortados. Essas recomendações são
necessárias para mantê-los longe dos piolhos, caspas, a oleosidade excessiva e o mau cheiro.

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TENSÃO

Ao longo da nossa vida, várias são as situações que implicam um ajustamento individual ou um
comprometimento no sentido de ir ao encontro de determinadas exigências impostas pela situação,
isto é, implicam um processo de:

Adaptação - “processos, em interação com exigências ambientais, que promovem a integridade do


indivíduo em relação à sobrevivência, crescimento, reprodução e autodomínio”

Todas estas novas situações – agentes de stress - (estímulos) implicam uma resposta não específica
do corpo a uma variedade de estímulos nocivos, a que podemos chamar stress, ou por outras
palavras a reação que o organismo e a mente têm quando somos confrontados com situações
difíceis ou excitantes

Com a manutenção da saúde menta pretende-se:

 Conservar a autoestima
 Evitar fatores de risco
 Manter um ambiente familiar estável
 Estimular o contacto social

“Ainda hoje são poucas as pessoas que entendem o que é o stress. Por falta de informação e
orientação, o stress é identificado com sendo sempre algo de perigoso e preocupante, e que só nos
deixa irritados e cansados, sendo algo de que nos devemos afastar o mais rapidamente possível. E o
mais preocupante: não sabendo o que é e como o controlar, muita gente sofre do stress: ou por
excesso ou por falta dele.

O QUE É O STRESS?

Stress é a reação que nosso organismo e a nossa mente têm quando somos defrontados por uma
situação difícil ou excitante, que nos motiva para uma ação, como por exemplo, quando existe um
grande problema para resolver, ou quando estamos extremamente contentes. Uma situação difícil,

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como é o estar desempregado ou uma situação excitante como ganhar um prémio da lotaria
provocam no nosso organismo as mesmas reações: ritmo cardíaco acelerado, aumento da tensão
arterial, suores das mãos, aumento da nossa capacidade de concentração e atenção, e também
uma subida da nossa motivação e disposição para agir. O stress é o conjunto destas reações físicas e
psicológicas, enquanto que o motivo que provoca tais reações é apelidado de agente stressante.

Uma vida sem stress, além de não ser possível é uma vida sem motivação, sem qualquer prazer.
Pessoas motivadas são pessoas que conseguem dosear bem seu stress: controlam a sua vida de
modo que não sobrem nem faltem motivos para agir. Algo bom que nos acontece, como por
exemplo realizar um sonho, conquistar aquilo pelo que nós tanto lutamos é tão motivante como um
desafio.

O LADO POSITIVO E O LADO NEGATIVO DO STRESS

Agora que sabemos que o stress é o conjunto das reações do organismo e da mente face às
situações da vida, e que essas reações nos animam para a ação, será bem fácil entender o lado
positivo do stress. Quando estamos de alerta, conseguimo-nos concentrar melhor naquilo que
fazemos, os nossos reflexos tornam-se mais rápidos, podemos pensar bem mais depressa, e se nos
mantivermos em condições propícias, podemos até mesmo ser mais criativos e produtivos.

Todavia, se continuarmos a reagir ao agente causador do stress por um tempo prolongado, o lado
negativo do stress então aparece: sentimo-nos esgotados, a nossa capacidade de atenção, e
concentração diminui e necessitamos de realizar um esforço muito maior para manter a
produtividade que tínhamos no início. Se a situação que apresenta o agente stressor não é
resolvida, o nosso organismo ainda que cansado e exausto continua a reagir a ele, consumindo as
reservas de energia, e originando com que fiquemos em estado de doença. Este é o lado negativo
do stress.

O BOM E O MAU STRESS

Existem dois tipos de stress:

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1. O bom stress, que nos leva à criatividade, à procura de uma forma melhor de resolver as
questões da vida
2. O mau stress, que nos leva a uma postura mais pessimista e derrotista, em frente aos
nossos problemas e desafios.

Vejamos um exemplo disto. Duas pessoas ficam desempregadas no mesmo dia, e é claro, ficam
muito tristes com o acontecido, porque o desemprego coloca qualquer indivíduo numa situação
bastante difícil. Em frente ao agente stressor "desemprego", as duas pessoas começam a reagir:
ficam bastante preocupadas com o futuro, tornam- se mais alertas e sentem que tem um pouco
mais de energia e disposição do que o costume para fazer alguma coisa.

A primeira pessoa, usa essa energia para o seu proveito próprio: visita empresas, faz fichas de
solicitação de emprego, conversa com várias pessoas, e enquanto aguarda uma nova oportunidade
de emprego, inicia um pequeno negócio, que garante a sua vida até conseguir o emprego que
tanto deseja. Já a segunda pessoa, ao invés de canalizar essa energia que sente para algo
construtivo, começa a tornar-se excessivamente ansiosa e não conseguindo motivação para
executar iniciativas. Enquanto aguarda que as empresas o chamem para um novo emprego, fica em
casa, com medo do futuro, lamentando-se da sua falta de sorte, extremamente deprimido e
insatisfeito com a vida e consigo próprio. O stress da primeira pessoa, foi um stress bom, enquanto
que o stress da segunda pessoa foi um stress mau. O que é que foi que fez com que o mesmo stress
para duas pessoas, funcionasse como "bom" para um e "mau" para o outro? Foi a forma com que
cada um deles percebeu, sentiu o agente stressor "estar desemprego".

AS FONTES DE STRESS

Fundamentalmente existem duas fontes de stress: as fontes internas e as fontes externas.

1. Fontes Internas:

Os agentes stressores que vêm do interior de nós provêm das chamadas fontes internas. São
os pensamentos do indivíduo face aos eventos do dia-a-dia, o seu modo de ver o mundo, o seu nível
de estabilidade mental, a sua religião, os seus valores, as suas características pessoais, seu padrão
de comportamento, as suas vulnerabilidades, a sua ansiedade e o seu esquema de reação face à
vida.

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2. Fontes Externas:

Os agentes stressores que vêm do nosso exterior provêm das chamadas fontes externas; como
fontes externas temos os acontecimentos da vida como a morte e o nascimento, a realização de um
grande sonho, divórcio ou qualquer outro acontecimento que nos aconteça e que venha a mobilizar
o nosso organismo e a nossa mente.

No exemplo das duas pessoas que ficaram desempregadas, o agente externo foi o mesmo: o
desemprego. O que variou foram as fontes internas de cada um; para a primeira pessoa os seus
pensamentos mais positivos ajudaram-no a resolver o seu problema, enquanto que para a segunda
pessoa, os pensamentos negativistas foram mais uma fonte de preocupação que aumentou ainda
mais o seu stress.

AS FASES DO STRESS

Após alguns estudos, especialistas perceberam que o stress possui 3 fases:

 A fase de ALERTA
 A fase de RESISTÊNCIA
 A fase de EXAUSTÃO

A fase de alerta é a etapa inicial do stress. Se nos for possível conseguir aproveitar esta fase para
atuar sobre o tal agente provocador do stress, a energia que o stress que oferece pode ser usado
para o nosso proveito próprio. Nesta fase ficamos mais de alerta assim como o organismo e o
metabolismo bem mais acelerados.

A fase de resistência é a fase seguinte; se o agente stressor continua a atuar sobre nós, o
organismo que já está exausto, passa a tornar-se gasto pelo grande consumo de energia que utiliza.
Nesta fase o organismo começa a sentir-se bastante cansaço e a sua resistência orgânica
enfraquece, podendo desenvolver problemas simples como dor de cabeça, gripes e viroses
constantes, dentre outros. Se na fase de alerta conseguir-mos ficar mais em alerta e mais atentos,
conseguindo ficar mais produtivos, na fase de resistência ocorre precisamente o contrário: ficamos

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com dificuldades na concentração e na memória, havendo um decréscimo importante na sua


produtividade.

A terceira fase é a fase da exaustão, e é a fase mais perigosa do stress. Se continuarmos a reagir ao
agente stressor ou não conseguimos resolver a situação que origina a causa do stress, o organismo
entra na exaustão, e então podemos necessitar de tratamento ou hospitalização em cuidados
médicos. As doenças que se já tinham na segunda fase aumentam de intensidade, e doenças mais
preocupantes como a hipertensão arterial, úlcera péptica, diabetes, depressão, problemas de
pele, etc., agravam-se.

O QUE FAZER PARA CONTROLAR O STRESS?

Para controlar e monitorizar o nosso stress, necessitamos de manter uma qualidade de vida
favorável à nossa saúde e felicidade. Não confundir qualidade de vida (afetividade, alimentação
saudável, contacto com amigos e familiares, atividade física, vivências religiosas, atendimento das
necessidades básicas de habitação, sono e lazer) com padrão de vida (dinheiro, riqueza, luxo,
facilidades, etc.).

Neste sentido, ficarmos atentos como estamos em relação à:

 Alimentação saudável: em todas as fases do stress, o organismo consome muita energia,


vitaminas e sais minerais; uma alimentação saudável ajudar-nos-á a manter tais
reservas de energia e as substâncias vitais para a saúde. Existem muitos livros que
tratam do assunto, mas uma consulta a um médico ajudá-lo-á a estabelecer qual é a dieta
alimentar ideal para as necessidades desejadas.
 Atividade Física: atividade física moderada e frequente ajuda o controle dos efeitos do
stress. O exercício físico contribui para que o corpo consuma a tensão acumulada sobre o
organismo relaxando-o, além de tonificar os músculos e melhorar a oxigenação. No entanto
se houver exagero, além de trazer consequências nefastas para a saúde, haverá ainda um
aumento do stress. Um professor de educação física, um fisioterapeuta ou um médico
podem indicar quais as atividades físicas que serão mais adequadas para o perfil físico em
causa, idade e condições de saúde; pessoas que estão na fase de exaustão do stress apenas
deverão executar os exercícios quando estiverem restabelecidas e sob orientação médica.

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 Vida social, familiar e afetiva: o contacto com os amigos e familiares é importante porque
além de favorecer a socialização e manter contacto com outras pessoas (que é uma das
necessidades humanas), permite troca de afetos. Estar perto das pessoas que gostamos e
amamos é importante, assim como dar e receber afetos. Dar e receber afetos estreita
vínculos, e faz que nos sintamos mais amados e seguros, promovendo o bem estar social e a
saúde mental.
 Postura positiva face à vida e expressão de sentimentos: ter esperança e acreditar que o
futuro será melhor ajuda-nos a retomar o controle da vida, efetuar uma leitura da realidade
e agir para obter os objetivos desejados. A expressão sincera de sentimentos (comunicar ao
outro o que deve ser dito, na hora certa e da forma certa) ajuda-nos a eliminar alguns
agentes estressores internos. Se estamos magoados com alguém e não expressamos esse
sentimento, ela passará a atuar como estressor, porque o sentimento estar-nos-á sempre a
incomodar. Expressar ao próximo os sentimentos de forma sincera, (sem diminuir nem
aumentar), na hora certa e da forma adequada (sem agredir nem destruir o outro) ajudará
ao alívio de tensões e a entender o ponto de vista da outra pessoa. Além de expressar ao
outro os próprios sentimentos, é importante saber ouvir o próximo e compreender seu
ponto de vista.
 Organização e aproveitamento do tempo: muitas pessoas estão sob pressão desnecessária
porque não aproveitam o tempo que possuem, dispensam muito tempo em coisas pouco
importantes, ou não planeiam o seu tempo. Agendar as suas atividades, estabelecendo
horários de início e termo, reavaliando sempre prioridades ajudam melhor a saber orientar
as responsabilidades assumidas e produzir mais em menos tempo. Assim, o tempo ganho
pode ser dispensado em outras coisas que se julguem importantes. “

HIGIENE NA PROFISSÃO DE ESTETICISMO

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As doenças infeciosas são indubitavelmente as mais frequentes na população humana. O


aparecimento recente da Sida, o recrudescimento epidemiológico da tuberculose, a expansão de
doenças bacterianas raras, a propagação de novas infeções virais e a crescente resistência de
numerosas bactérias aos antibióticos, representam uma séria e real ameaça à saúde
pública, mesmo em países desenvolvidos como o nosso.

As doenças infeciosas podem ser causadas por vírus (como a hepatite, a rubéola e o
sarampo) ou por bactérias (como o tétano, a tosse convulsa e a meningite). Contra os vírus, o
único tratamento, na maioria dos casos, é a vacina. Se esta não existir, o organismo ou vence a
infeção com os seus próprios anticorpos ou entra em sofrimento. Se o responsável for uma bactéria,
no caso de não ter sido efetuada uma prevenção com uma vacina, ou de esta não existir, a infeção
pode ser combatida com antibióticos. Às vezes, porém, a doença consegue provocar lesões graves
ou completamente irreparáveis, antes que se consiga intervir com o antibiótico, como é o caso, por
exemplo, do tétano.

A possibilidade de nos infetarmos e adoecermos (infeção e doença não são sinónimos, pois pode
contrair-se uma infeção sem desenvolver doença) depende essencialmente de dois fatores:

 A carga microbiana, ou seja, a quantidade e qualidade (virulência) dos microrganismos


que conseguem penetrar o organismo humano
 As defesas imunitárias do organismo: de facto, o nosso organismo dispõe de um sistema
natural de defesa contra a ação das bactérias, vírus e respetivas toxinas e, em geral, contra a
agressão de substâncias consideradas nocivas. Quando a carga microbiana é "grande" ou as
defesas do organismo estão enfraquecidas, temporária ou permanentemente, ou quando
as duas condições coexistem, instaura-se um clima favorável à infeção e à doença.

Os microrganismos, para infetarem e causarem doença, têm de encontrar uma via de acesso.
Podemos considerar três vias de acesso:

 Aérea: fossas nasais, laringe, traqueia, brônquios, alvéolos pulmonares

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 Oro-fecal: boca, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso  Parentérica e


sexual: sangue-sangue; fluídos orgânicos-sangue

Por exemplo, os vírus da gripe são transmissíveis por via aéreas e a salmonelose por via oro-fecal,
enquanto a hepatite B e C se transmitem por via parentérica sexual.

Os microrganismos podem dividir-se em:

1. Bactérias

De pequeníssimas dimensões (variáveis, em média, entre 0,25 a 1,5 μm de espessura e entre 1 e 10


e μm de comprimento). São microrganismos constituídos por uma única célula (unicelulares) e
dotados de uma estrutura elementar. Circulam em grande número no ar, no solo e na água;
contudo, na maior parte dos casos, são inócuas, ou mesmo totalmente favoráveis ao homem:
encarregam-se da decomposição e destruição das substâncias orgânicas e têm um papel
importantíssimo nos processos químicos do solo.

Algumas espécies estão normalmente presentes na pele, boca, brônquios e intestino, e não
provocam doença. Em especial a flora bacteriana do intestino é útil, na medida em que produz
vitaminas e protege da invasão pelas bactérias nocivas. As bactérias podem ter diversas formas:
esférica (cocos), em bastonete (bacilos) e em espiral (espiroquetas).

2. Fungos

São formas inferiores de vida vegetal e possuem características especiais. Nesta classe inserem-se
os fungos filamentosos e as leveduras, que podem provocar diversas doenças. Em todo o mundo
existem mais de cem mil espécies de fungos. As doenças causadas por fungos localizam-se
geralmente na pele ou nas mucosas (boca, vagina, etc...).

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Só em casos raros, e nas pessoas especialmente debilitadas, se disseminam a todo o organismo.


Vírus

O termo "vírus", utilizado pela primeira vez em finais do século XIX para designar estes organismos
infetantes, então invisíveis ao microscópio, devido ao seu tamanho ínfimo, deriva do latim e
significa "veneno". Os vírus são seres inertes, mas quando entram numa célula podem tornar-se
ativos. Para se reproduzirem, utilizam o material genético da célula hospedeira: não dispondo de
instrumentos próprios para sobreviverem, têm de se inserir no circuito vital da célula que funciona
como uma máquina "fotocopiadora", que permite a reprodução do vírus invasor. Uma vez formados
os novos vírus, a célula hospedeira rompe-se e os vírus libertados estão prontos a colonizar
outras células, multiplicando-se com extrema velocidade. Este é o motivo da rápida disseminação
das doenças virais. Os vírus podem ter forma esférica ou oval e são formados por uma parte interna
(núcleo), circundada por um invólucro exterior (cápside).

PRÁTICAS DE HIGIENE

 Desinfetar as zonas do corpo da cliente a tratar


 A profissional deve lavar e desinfetar as mãos e antebraços antes e depois do contacto com
as clientes
 Se o profissional for portador de doença transmissível está excluído das práticas. Se tiver
ferimento na mão deve protegê-lo e calçar luvas
 Todo o cosmético que entre em contacto com a cliente deve ser inutilizado
 Todo o material descartável deve ser inutilizado
 Para cada cliente a sua toalha
 Usar roupa de algodão folgada

HIGIENE EM CABINE DE ESTETICISMO

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Nos capítulos anteriores as questões de Higiene foram abordadas sobre a perspetiva do


trabalhador.

Agora iremos abordar a as questões de higiene diretamente relacionadas com o ambiente.

MEDIDAS A RESPEITAR:

 Lugares conservados com boas condições


 Limpeza diária após utilização dos espaços
 Lixos, detritos e resíduos completamente removidos
 Instalação de vestiários individuais, ventilação, iluminação, temperatura, sanitários e local
para refeições.

A cor escolhida para a decoração do salão fica ao critério individual, no entanto as cores demasiado
agressivas não deveriam ser utilizadas. A preferência deveria recair sobre os tons claros,
nomeadamente o branco, porque está relacionado com limpeza, melhora a luminosidade do salão e
dá a sensação de espaço mais amplo.

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ALGUNS ASPETOS A TER EM CONTA PARA A MANUTENÇÃO DA HIGIENE:

 Verificar humidade das paredes

 Manter salão arejado


 Extratores de ar
 Os materiais de tecido ou calçado devem ser de uso individual
 Limpeza do chão: o remoção de cabelos o chão e material sempre limpos antes da abertura
e depois do encerramento o usar antissépticos (álcool etílico) o Usar desinfetantes (lixívia ou
produtos amoniacais)

CONDIÇÕES MÍNIMAS DE ASSEPSIA:

 Limpeza e desinfeção das bancadas e chão


 Uso de bata limpa
 Lavagem e desinfeção das mãos
 Cabelo preso

 Material limpo, desinfetado e esterilizado

O trabalhador deverá contribuir para que o seu local de trabalho se encontre o mais limpo e
arrumado possível, dado que a falta de limpeza e a falta de arrumação são dois fatores promotores
de acidentes, por exemplo, o derramamento de líquidos para o chão poderá originar quedas.

REGRAS PARA O ARMAZENAMENTO SEGURO DE MATERIAIS:

 Todo o material deve ser guardado em prateleiras pelo menos a 10 cm do chão e em


armários destinados apenas para esse fim; − Todos os recipientes de produtos devem estar
devidamente rotulados (a descrição exterior deve corresponder ao seu conteúdo)
 Não armazenar produtos inflamáveis e explosivos próximos de pontos de ignição ou fontes
de calor. Em locais pouco ventilados não deixar destapados recipientes contendo estes
produtos
 Não armazenar materiais de modo a dificultar a visibilidade e acesso a extintores

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 Não empilhar materiais de modo a criar o risco eminente da queda dos mesmos
 Não armazenar materiais de forma a que fiquem partes perigosamente salientes junto a
corredores de circulação de pessoas
 Ao armazenar em lotes, colocar os pesos mais pesados na base dos lotes, a fim de evitar
que estes entrem em desequilíbrio e caiam

 Manter corredores de passagem com dimensão suficiente no meio dos lotes, de forma a
permitir a circulação segura de pessoas e facilitar o acesso a meios de socorro
 O local de trabalho deve possuir armários, com chave, para a deposição de roupa e objetos
pessoais dos profissionais. Devem estar à parte da sala de tratamentos.

PRÁTICAS DE HIGIENE NO GABINETE DE ESTÉTICA:

 A disposição dos aparelhos deve facilitar a limpeza


 Manter os fios elétricos fora das áreas de circulação
 Estabelecer rotinas para a retirada dos lixos
 Recipientes do lixo colocados em locais apropriados
 Recolha seletiva de lixos
 Pavimento antiderrapante e facilitador de limpeza
 Todos os trabalhadores devem ser responsabilizados pela sua higiene e saber com exatidão
as tarefas que têm de desempenhar
 Não comer, nem fumar no próprio gabinete
 Lavar e desinfetar as mãos
 Desinfetar as zonas do corpo da cliente sujeitas a tratamento
 Lavar, desinfetar, esterilizar, acondicionar e proteger todo o material reutilizável
 Usar bata de algodão luvas e máscaras
 Usar o cabelo apanhado, unhas curtas e não usar objetos de adorno
 Dar preferência às toalhas descartáveis
 Hidratar frequentemente as mãos
 Retirar os cremes com uma espátula
 Lavar a roupa de trabalho a 60º com um desinfetante
 Todo o material que entra em contacto com a cliente deve ser limpo e desinfetado

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 Ao limpar a área de trabalho devem observar-se as seguintes regras:


 Varrer e limpar com movimentos para longe do nosso corpo; o Limpar da área mais limpa
para a área mais suja
 Retirar o pó com um pano húmido (para diminuir a sua movimentação); o
Marquesas cobertas com por material impermeável e lavável

 Chão e móveis devem ser mantidos limpos , em bom estado de conservação, livre de insetos
e outros organismos
 Todo o material usado ou sujo deve ser colocado em recipiente fechado, incluindo o
transporte da roupa suja
 Qualquer material que cai no chão não deve ser usado na cliente e apenas deve ser
apanhado no final
 Na lavagem não misturar roupas de trabalho com roupas de uso pessoal
 A profissional deve cuidar da higiene pessoal, prevenindo odores corporais (suor e
tabaco) e uso de cosméticos com cheiros intensos
 Se um ferimento é exposto a um agente contaminante, deve ser lavado de imediato com
grande quantidade de água e desinfetado.

A ILUMINAÇÃO

Os locais de trabalho devem dispor na medida do possível de iluminação natural adequada.


Nos locais de trabalho que não possam dispor de iluminação natural adequada, deve existir
iluminação artificial, complementar ou exclusiva, que garanta idênticas condições de segurança e de
saúde dos trabalhadores.

A iluminação é um fator essencial para proporcionar um meio ambiente, circundante dos postos de
trabalho, com segurança. A iluminação não deve constituir um fator de risco.

Tem como resultados:

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 Diminuição dos acidentes


 Melhoria da qualidade e maior rendimento
 Melhor ordem e limpeza no local de trabalho
 Maior motivação

DISPOSIÇÕES LEGAIS:

1. Os locais de trabalho devem ser iluminados com luz natural, mas se esta for insuficiente deve
ser complementada com luz artificial;
2. Deve ter intensidade uniforme e deve ser colocada de modo a evitar sombras, contrastes
acentuados e reflexos prejudiciais;
3. Se for necessário a utilização local de iluminação intensa deve instalar-se o sistema de
iluminação suplementar de forma a evitar o encadeamento;

A iluminação pode ser direta, indireta, semidirecta, semi-indireta e combinada.

PRÁTICAS A EVITAR:

 Janelas demasiado luminosas, com formação de reflexos ou sombras, pelo que devem
existirmos cortinas, persianas para proteger da luz direta do sol

 , associadas a um
chão escuro
 Superfícies de mesa brilhantes (refletoras)
 Elementos de máquinas brilhantes

PRÁTICAS LABORAIS SOBRE FONTES DE LUZ DEMASIADO INTENSAS / DIRETAS:

 Trabalho efetuado sem luz ambiente e com uma fonte de luz intensa (monitor)
 Exposição permanente a fontes de luz intensa, sem o estabelecimento de pausas periódicas
para o repouso
 Olhar diretamente para uma fonte de luz de grande intensidade

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REGRAS PARA UMA BOA ILUMINAÇÃO:

 Quando se planeia a iluminação de um local de trabalho, deve ter-se em conta que a


direção da luz tem que ser correta, não causando portanto encadeamento
 Deve apontar-se a luz em primeiro lugar para os materiais e os objetos com os quais
trabalhamos
 Quando se trata de um posto de trabalho individual, em regra, dever-se á colocar a fonte de
luz obliquamente por detrás do ombro esquerdo, se a pessoa trabalhar com a mão direita
 O nível de iluminação exigido depende, de entre outros, dos seguintes fatores:
 Natureza ou tipo de trabalho
 Capacidade que as superfícies à volta têm de refletir a luz;
 Da forma e da capacidade de reflexão do material, ou dos objetos com os quais se
trabalha
 Da facilidade com que o objeto se diferencia (faz contraste) da superfície onde se encontra
 Visão do trabalhador

UMA REGRA SIMPLES: Boa iluminação exige paredes com cores claras e tetos brancos

ILUMINAÇÃO GERAL, ZONAL E PONTUAL

A iluminação num local de trabalho é geralmente feita através de iluminação geral ou através da
combinação de iluminação geral com a iluminação zonal e com iluminação pontual.

A iluminação geral define-se como a iluminação proveniente das lâmpadas do teto ou das paredes.

A iluminação zonal ou localizada é aquela que somente ilumina uma área bem definida de um local.

A iluminação pontual é a que ilumina o objeto ou objetos com os quais trabalhamos.

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A combinação destes 3 sistemas dá possibilidade de adaptar a iluminação ao trabalho e ao


trabalhador em particular.

Contraste

É a oposição ou comparação mútua entre zonas ou objetos iluminados com intensidades diferentes.
Os olhos têm que fazer esforço para distinguir objetos uns dos outros, especialmente quando a
iluminação é fraca.

Encadeamento

Produz-se quando olhamos para uma luz à qual o olho é incapaz de se adaptar por esta ser
demasiado forte. Isto acontece quando a fonte de luz está demasiado baixa e não tem pala de
proteção (quebra luz) ou quando os raios do sol penetram diretamente no local de trabalho.

O encadeamento indireto é causado pela luz refletida em superfícies brilhantes. Isto pode-se evitar
usando um tipo correto de lâmpada colocada numa posição adequada.

TEMPERATURA E HUMIDADE

O acidente e o ambiente de trabalho têm consequências diretas, mais ou menos rápidas, sobre a
família, trabalhador, empresa e sociedade.

Doenças profissionais resultam de uma exposição repetida a agentes agressivos para a saúde, sem o
seu correto acondicionamento e/ou proteção, com origem no ambiente de trabalho

Normalmente com consequências mais gravosas para a saúde dos trabalhadores, do que as
resultantes dos acidentes de trabalho.

A temperatura pode provocar no ser humano que trabalha, efeitos psicológicos e fisiológicos,
podendo cada um deles provocar alterações de importância variável, de pessoa para pessoa. Assim
a temperatura e a humidade devem ser adequadas ao corpo humano, tendo em conta os métodos
de trabalho e os condicionalismos físicos impostos aos trabalhadores. A temperatura e a humidade

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das salas de convívio destinados ao pessoal, instalações sanitárias, cantinas e instalações de


primeiros socorros, devem estar de acordo com os fins a que se destinam.

Temperatura e humidade têm efeitos interdependentes e são muito importantes em qualquer


ambiente de trabalho.

Nos locais de trabalho onde existam grandes amplitudes térmicas, devem existir câmaras de
transição para permitir uma passagem gradual para a temperatura ambiente.

O fenómeno de aclimatização, normal em qualquer ser vivo, é no entanto mais rápido para alguns
indivíduos, tornando-os por isso mais tolerantes às mudanças bruscas de temperatura.

A sensação de conforto é um reflexo dos mecanismos de termorregulação e surge como uma


resposta do sistema biológico de proteção a qualquer perturbação do equilíbrio térmico. Este é por
isso maior com pequenas variações térmicas.

Fatores climáticos que têm influência sobre a sensação de calor:

1. Temperatura do ar

2. Temperatura das superfícies

3. Grau de humidade

4. Deslocamento do ar (renovação do ar)

EFEITOS SECUNDÁRIOS DA SENSAÇÃO DE DESCONFORTO:

A. Em ambiente sobreaquecido (calor)


 Estado de lassidão
 Sonolência
 Diminuição da performance
 Predisposição ao erro

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O calor pode provocar tonturas, vertigens e hipotensão. Por outro lado a desidratação
provocada pela transpiração tem de ser evitada.

Medidas para combater estes problemas:

 Beber bastante água


 Aumentar a ventilação por meios mecânicos com a instalação de equipamentos para a
extração ou insuflação de ar
 Evitar pavimentos que retenham o calor
 Colocação de toldos sobra as janelas mais expostas
 Usar cores claras nas paredes e vestuário
 A sala de tratamentos deve ser mantida a 24ºC

B. Em ambiente arrefecido:
 Agitação
 Menor capacidade de vigilância
 Menor capacidade de concentração
 Doenças músculo-esqueléticas degenerativas

Recomendações gerais

1. Permitir aos trabalhadores uma aclimatização por etapas;

2. Quanto maior for a carga térmica, maiores e mais frequentes devem ser as pausas;

3. Permitir que os trabalhadores bebam frequentemente pequenas quantidades de água não


demasiadamente fria;

4. As bebidas geladas, sumos de fruta, bebidas alcoólicas são desaconselhadas, bem como as
bebidas lácteas, uma vez que são de difícil digestão;

5. Em locais em que o calor radiante for excessivo está recomendado o uso de fatos de trabalho
especiais para prevenir o risco de queimaduras;

6. Sempre que necessário, devem ser colocados resguardos para proteger os trabalhadores contra
radiações intensas de calor provocadas por tubagens, radiadores, sistemas de aquecimento;

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7. As janelas, claraboias e paredes envidraçadas não devem permitir uma excessiva exposição ao
sol, tendo em conta o tipo de trabalho e a natureza do local de trabalho

HIGIENE DO MATERIAL E DOS EQUIPAMENTOS

“As doenças infeciosas e parasitárias são responsáveis por cerca de 33,1% do total de mortes no
mundo (WHO,1998). A esta hecatombe mundial juntam-se os elevadíssimos custos económicos de
um sistema de saúde que procura continuamente combater os agentes microbianos responsáveis
por estas infeções. Os agentes microbianos necessitam de vetores para serem transportados de um
hospedeiro a outro”

In Práticas de Primeiros Socorros. Edições Dom Quixote,

Lisboa 2000

Com o objetivo de eliminar o risco de contaminação, é necessário colocar em prática normas e


regras de higiene e segurança no local de trabalho. Este conjunto de medidas passa por:

 Manusear corretamente os equipamentos de trabalho


 Adotar técnicas corretas de trabalho  Adotar um sistema de
higiene geral

O PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO INCLUI TRÊS FASES:

A. Limpeza, Lavagem e Secagem

A limpeza é o processo utilizado para a remoção de sujidade de um objeto ou superfície. Os agentes


utilizados são a água e sabão ou detergente – o objeto foi sujeito a um processo de lavagem.

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B. Desinfeção

Processo físico ou químico utilizado para reduzir ou eliminar os micro-organismos patogénicos.


Verifica-se a inibição dos micróbios durante um determinado tempo, pois destrói as células
vegetativas mas não os esporos bacterianos. As células vegetativas são destruídas a 100º C, mas os
esporos podem ser muito resistentes. Durante estes processos são utilizados os desinfetantes –
substância química capaz de eliminar ou matar os micro-organismos, ou reduzi-los para um nível
não prejudicial á saúdem. Os desinfetantes que podem ser aplicados sobre a pele são chamados de
antisséptico.

As embalagens dos desinfetantes devem estar fechadas quando não estão a ser utilizadas.

Pode-se falar de dois processos:

 Desinfetantes – imersão por 30 minutos em hipoclorito de sódio a 0,4%; álcool etílico a


70%; formaldeido a 4% e água oxigenada a 6%, polivinilpripolidona iodado (PVPI) a 2,5%;
glutaraldeído a 2%.
 Radiação ultravioleta – é absorvida por moléculas, como as do DNA, o que conduz a
alterações da sua estrutura molecular letais para o microorganismo.

Está indicado para material não resistente a altas temperaturas. Este tipo de desinfeção é feito
apenas à superfície.

C. Esterilização

Processo químico, físico ou gasosos utilizado para a destruição de todos os organismos, incluindo os
que se apresentam sob a forma de esporos.

 Esterilização pelo calor seco - Utiliza temperaturas entre os 160º C e os 180ºC. Dá-se a
destruição da estrutura das proteínas levando á morte dos micro-organismos. A estufa de ar
quente está indicada para o material metálico.
 Esterilização pelo calor húmido - Vapor de água sobre pressão que elimina os
microorganismos por destruição da estrutura das proteínas, com temperatura de 121º C
durante 30 min. Para material metálico e de vidro. Exemplos – autoclave e panela de
pressão.

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 Esterilização por produtos químicos - Glutaraldeído 2% - depois de lavado o material


deve ser colocado no produto durante 10 a 18 horas. Cada vez mais se defende a utilização
dos chamados artigos de uso único, isto é, aqueles que após um único uso perdem as suas
características originais pelo que não devem ser reutilizados.
 Esterilização com panela de pressão - Escolher panela com capacidade para 3,4 ou 4,5l,
coloca-se 500 ml de água e uma cesta de metal com 6 cm de altura com o fundo perfurado
por orifícios de 0,3 cm de diâmetro. Entre o suporte da cesta e a água deve-se deixar pelo
menos 3 cmvv. Dispor o material de forma a facilitar a circulação do vapor de água,
utilizando no máximo 85% da sua capacidade. Após levantar fervura deve-se baixar o fogo e
marcar 30 minutos. Após esse tempo, desligar o fogo e esperar até ter sido libertado todo
vapor. Seguidamente retirar a válvula e esperar mais 10 minutos para completar a secagem.
Depois abrir a panela e colocar a tampa sobre ela deixando apenas uma fresta (10min)
Retirar o material, colocá-lo sobre uma superfície seca e anotar a data da esterilização.
Mantê-lo em armário fechado.

ERGONOMIA

A Ergonomia, em grego ergon (trabalho) e nomos (regras), visa melhorar o conforto, segurança,
saúde e a eficiência no trabalho e em geral das condições de vida, tendo em conta as capacidades,
limitações físicas e psicológicas da pessoa, podendo também, através da sua aplicação, ajudar a
prevenir erros e acidentes.

A Ergonomia estuda vários aspetos da relação da pessoa com as condições de trabalho, desde a sua
postura e movimentos corporais (sentados, em pé, estáticos e dinâmicos, em esforço ou não), aos
fatores ambientais (os ruídos, vibrações, iluminação, clima e agentes químicos), aos equipamentos,
sistemas de controlo, cargos e tarefas desempenhadas. Se todos estes fatores forem conjugados
adequadamente, proporcionarão ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, quer nos
locais de trabalho, quer nos espaços destinados à nossa vida quotidiana.

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ufcd 9103 – Saúde e Segurança – Cuidados de beleza

Tendo por base o trabalho humano, a ergonomia visa a adaptação das condições desse trabalho, às
características anatómicas, psicológicas e fisiológicas do Homem, de modo a encontrar a melhor
interação entre o trabalho, do ponto de vista do seu conforto e segurança, sem diminuir, contudo, a
sua eficácia.

“A economia do dispêndio de energia no processo de trabalho do binómio Homem Máquina”

A Ergonomia refere-se, portanto, à poupança de energia pelo trabalhador ao longo da sua vida de
trabalho, preocupando-se com todo o desgaste, toda a agressão do ambiente de trabalho que
provoque no Homem um envelhecimento prematuro.

A Ergonomia pode realizar-se tanto na fase de projeto de uma organização, como durante a
instalação e equipamento dos Postos de Trabalho, ou, finalmente, na correção de problemas
detetados a posteriori. Neste momento é que os responsáveis melhor verificam a necessidade
de intervenção; é também quando esta é mais difícil e onerosa.

Os estudos ergonómicos podem e devem ser realizados em três momentos distintos:

A - Ergonomia Preventiva

B - Ergonomia Pós-traumática

C - Ergonomia do Posto de trabalho.

A Ergonomia Preventiva é o estudo do Posto de Trabalho na fase de projeto, atualizado ao longo do


tempo, para que possa manter-se, tanto quanto possível, adequado às necessidades e
características das pessoas que ali trabalham, e não o contrário (adaptação do posto de trabalho às
pessoas).

A Ergonomia Pós-traumática - em caso de acidente ou doenças que causem incapacidades


permanentes, há que ter em conta a reintegração do trabalhador na empresa, de preferência no
mesmo posto de trabalho anterior à lesão, exigindo-se naturalmente, adaptações à nova condição
desta pessoa (reintegração do trabalhador no seu posto de trabalho).

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A reintegração pode prever diversas adaptações que têm de ter em linha de conta a performance e
o bem-estar do trabalhador:

 No espaço físico
 Nos equipamentos e instrumentos de trabalho
 Nos horários, e tarefas a desempenhar

A Ergonomia do Posto de trabalho procura relacionar da melhor forma possível os conhecimentos


que se tem do trabalhador (características físicas; personalidade, interesses a aptidões; caso se trate
de uma pessoa portadora de deficiência, a descrição das ajudas técnicas ou instrumentos que
utiliza ou foi aconselhado a utilizar) e das condições de trabalho (funções e seu planeamento,
horários, formação; organização do espaço e relação entre vários postos de trabalho
mobiliário/equipamentos ou instrumentos; condições ambientais).

SÃO 3 AS ÁREAS DE INTERVENÇÃO DA ERGONOMIA:

1 – Condições de trabalho

2 – Processos ou comportamentos operatórios

3 – Dispêndios de trabalho

1. Condições de trabalho

Inclui todos os fatores que condicionam o indivíduo e a sua atividade no trabalho. Estes são
normalmente divididos em dois grupos de condições:

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3. Processos ou comportamentos operatórios


A atenção da ergonomia visa os comportamentos dos indivíduos para responder às
condições reais de trabalho.

4. Dispêndios de trabalho
Nesta área são analisados os efeitos causados no Homem pelas condições de trabalho e
comportamentos operatórios, os quais se podem traduzir em cargos de trabalho, fadiga, doença,
acidentes, etc.

As condições de trabalho, podem dividir-se, para facilitar a análise em 3 zonas de atuação: Zona
periférica Zona de trabalho Zona operacional

A – Zona Periférica

Refere-se ao aspeto das infraestruturas do local de trabalho:

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B – Zona de Trabalho

Refere-se ao local onde se desenvolve a atividade real do trabalhador. A análise desta zona
permite o conhecimento dos pontos e momentos de perigo para o executante, e o modo de
melhorar os métodos de trabalho relativamente à segurança.

C – Zona Operacional

Também conhecido por ponto operacional, é aquela em que é necessário sincronizar as ações da
máquina com os movimentos do trabalhador.

É a zona onde reside o máximo de perigo potencial e onde existem os problemas mais difíceis de
resolver.

Por vezes a necessidade de proporcionar posições seguras ao operador, opõe- se à necessidade


deste intervir e cooperar com o equipamento.

PRINCÍPIOS ERGONÓMICOS NA DIMINUIÇÃO DOS RISCOS

TIPOS DE ATUAÇÃO

Para minimizar os riscos inerentes a toda a prática laboral, existem 3 tipos genéricos de atuação:

• Atuação nas zonas perigosas - Impedimento do acesso, eliminação dos riscos desnecessários

• Atuação nas máquinas e equipamentos - Dispositivos de segurança  Atuação no Homem -


Equipamentos de Proteção Individual – EPI Torna-se então necessário

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• Eliminar os riscos desnecessários e os agentes perigosos não indispensáveis ao processo


laboral

• Colocar proteções e dispositivos adequados, com o fim de minorar os riscos associados ao


processo laboral

Existem 4 tipos de proteção

1. Obstáculos

Para defesa, proteção das áreas perigosas em estruturas, máquinas, obras; definição de limites de
uma instalação. São usados para restringir, canalizar ou impedir o acesso – Barreiras, Vedações;

2. Dispositivos de segurança

Para proteção e isolamento do ponto operacional. Englobam os dispositivos ou aparelhos


sincronizados com a máquina por exemplo os mecanismos móveis de fecho ou a alimentação e
extração automáticos.

3. Aparelhos de segurança

Elementos autónomos, embora em geral interligados com o desenho geral da máquina e a ela

associados - Extratores de gases, poeiras e vapores) 4. EPI

Pretende-se não uma proteção da máquina mas sim do Homem, seu operador.

Capacetes, luvas, máscaras, óculos, sapatos, botas, cintos, etc.v

Cada máquina tem um fim operacional determinado. Na sua conceção, deve ter-se sempre em
conta, a sua articulação com os movimentos do seu operador, de forma a diminuir os riscos de
acidentes.

MÉTODOS CINÉTICOS DE TRANSPORTE MANUAL DE CARGAS

Baseia-se em dois princípios:

• Utilização dos músculos das pernas que são mais sólidos que os dorsais
• Utilização da força própria do peso do corpo para iniciar um movimento horizontal

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Estes dois princípios combinam-se em movimentos contínuos. Para que estes princípios sejam
satisfeitos devem ocorrer simultaneamente as seguintes condições:

• Posição correta dos pés


• Coluna retilínea
• Flexão extensão dos joelhos

RECOMENDAÇÕES

Antes de executar o levantamento e transporte:

• Avaliar o peso e solicitar ajuda


• Verificar se não existem outros fatores de risco como pontas aguçadas
• Verificar a necessidade de utilizar equipamento complementar – luvas, avental
• Definir o trajeto e verificar se as vias de circulação se encontram desimpedidas

PARA LEVANTAR E BAIXAR

• Posicionar-se o mais próximo possível da carga, colocando-a entre os pés, afastando-o um


do outro cerca de 50 cm. Colocar uma perna ligeiramente à frente da outra. Fletir bem os
joelhos, manter os pés bem assentes o chão, cabeça e costas direitas.

• Segurar firmemente a carga, com a palma das mãos ( não com os dedos) e mantê-la o mais
próximo possível do corpo.

• Levantar uma extremidade da carga e só depois a outra, mantendo os braços em extensão e


fazer força apenas com as pernas. Aproximar bem a carga do corpo, segurando-a com
os braços estendidos, mantendo-a centrada entre as pernas.

• A fazer a descarga deve fazer os movimentos inversos aos descritos


• Para rodar: rodar os pés e não o tronco

• Para colocar num nível acima da cabeça: colocar a carga em alturas intermédias, colocar um
pé à frente e outro atrás aquando da elevação.

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RISCO ERGONÓMICO

“ Tudo aquilo que potencialmente constitua risco à segurança, saúde e eficácia do sistema
de global, devido ao disfuncionamento entre as exigências fisiológicas, biomecânicas, biológicas,
sociais e psíquicas exigidas pelo sistema produtivo e o estudo efetivo do trabalhador”…

O objetivo da ergonomia para um posto de trabalho é o estudo integrado de uma situação de


trabalho, tendo como finalidade melhorar as condições de trabalho a nível da segurança, da saúde e
da competitividade nesse mesmo posto de trabalho.

Pretende-se otimizar a compatibilidade entre o Homem, a máquina e o ambiente físico do


trabalho, através do equilíbrio entre as exigências das tarefas e das máquinas e as características
anatómicas, fisiológicas, cognitivas e motoras e a capacidade de processamento de informação

A Ergonomia de Conceção (Desenhar) e a Ergonomia de Correção (transformar)


pretendem intervir em todos os fatores relacionados com o trabalho – Condições de trabalho,
Homem e Ambiente de forma a aumentar a Produtividade:

• Aumentar a produção/hora
• Diminuir os custos e tempos não produtivos
• Diminuir desperdícios de materiais
• Diminuir estragos de equipamentos
• Melhoramento do ambiente psicológico (diminuindo o absentismo, aumentando a
motivação)

• Estimular o bem-estar físico e moral


• Diminuir os custos da empresa (compensações por absentismo; doenças posturais)

O que é o risco?

É a relação entre o perigo e as medidas de prevenção e de proteção adotados para o controlar -


conceito relativo que depende das medidas de prevenção e proteção que tenham sido
aplicadas.

A análise do risco compreende uma fase de identificação baseada em:

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• Situações observadas durante a fase de levantamento;


• Análise dos resultados obtidos nas leituras efetuadas sobre luminosidade, temperatura,
poeiras, ruído, produtos nocivos;

• Determinação das possibilidades de ocorrência de um acontecimento não desejado; 


Entrevistas, observação das posturas, definição de procedimentos.

A ergonomia contempla dois tipos de abordagem:

• Ação sobre os sistemas no sentido de os tornar adequados às características do homem e


ao seu modo de funcionamento, eliminando todos os fatores de risco ou nocividade.

• Ação sobre o homem através da formação, no sentido de o tornar apto para a realização das
tarefas que lhe são atribuídas, e de o preparar para as transformações do trabalho
decorrentes da evolução tecnológica

A ALTURA DO PLANO DE TRABALHO

Varia consoante as tarefas a realizar:

 Trabalho de precisão – a altura do plano de trabalho deve situar-se entre5 a 10 cm acima da


altura do cotovelo com, por exemplo, em tarefas de inspeção visual
 Trabalho leve – a altura do plano de trabalho deve estar sensivelmente à altura dos
cotovelos
 Trabalho pesado – quando seja exigido esforço, o plano de trabaho deve ser colocado 5 a
10 cm abaixo do cotovelo , para que o trabalhador possa tirar vantagem do peso do seu
próprio peso. Por exemplo, a altura da ideal de uma marquesa deve estar ao nível do punho
ou dos dedos.

ALCANCES

Os alcances referem-se ao ato de pegar/agarrar algo (ferramenta, matéria- prima). Ao alcançar algo
o pulso deve estar fletido. Segue-se ma tabela padrão:

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POSTURA DE TRABALHO

As posturas inadequadas e prolongadas, conduzem à compressão do tecido muscular e dos vasos


sanguíneos, levando a que o fluxo de sangue, e o consequente fornecimento de oxigénio e açúcar
sejam diminuídos. Surge então a fadiga com a consequente redução da eficiência do trabalho e o
aumento das probabilidades de frequência de acidentes.

DE PÉ Deve evitar-se uma posição estática, de modo prevenir edemas dos membros inferiores, pois

os músculos não se movimentam o suficiente para bombear a quantidade adequada de sangue de

retorno ao coração, daí resultando cansaço e falta de cansaço Recomendações:

 Todas as ferramentas devem ser de fácil acesso


 A altura da bancada de trabalho deve ser regulável de modo a se ajusta ao trabalhador, que
deve manter uma postura ereta, pois uma posição inclinada força os músculos para manter
esta posição, levando ao cansaço. Para além disso, uma pressão mal distribuída sobre os
discos vertebrais podem levar à sua deformação.

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 Sempre que possível, executar o trabalho por momentos em posição sentada o


Sentarse durante as interrupções do trabalho
 Durante os intervalos maiores, pôr as pernas numa posição elevada
 O plano de trabalho deve estar próximo do trabalhador o As alavancas e interruptores
devem estar a um nível mais baixo do que os ombros
 O calçado deve ser adequado e confortável o Roupa pouco apertada para facilitar a
movimentação

SENTADO deve manter-se com uma posição de alinhamento da coluna com uma cadeira de apoio
lombar para dar mais estabilidade ao posicionamento, e para manter todas as estruturas
envolvidas numa posição o mais “anatómica” possível, de forma a atenuar inclinações e
torções não desejáveis.

Recomendações:

 Regular o equipamento de trabalho (ângulo e distância dos olho)


 Iluminação adequada
 Cadeira confortável, regulável e estável. Não deve ser muito alta em relação à mesa – pois
pode provocar pressão das coxas e inclinação acentuada do pescoço e costas – nem muito
baixa, pois pode provocar dificuldade de visualização do plano de trabalho.

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A fadiga aparece precocemente se:

 Existir facilidade de deslizamento


 Estiver pernas cruzadas

A fadiga é retardada se:

 Existir apoio lombar rígido


 Existir possibilidade de variação discreta da postura com o aapoio completo da bacia

INSTRUMENTOS E APARELHOS ERGONÓMICOS

As ferramentas devem ser concebidas de modo a:

 Evitar uma grande força de aperto ( por exemplo quando a ferramenta é muito pesada ou
quando é necessário segurá-la em posição vertical)
 Evitar esforço repetitivo dos dedos

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 Evitar transmitir vibrações

 Manter o pulso em posição neutral (não fletido)


 Manter os cotovelos junto ao tronco e os braços fletidos a 90º ou 100º
 Evitar alcançar algo acima da altura dos ombros ou em posição atrás do corpo 
Minimizar a rotação do antebraço

SEGURANÇA

Só através da implementação de medidas de higiene saúde e segurança se consegue combater o


aparecimento de doenças profissionais e/ou acidentes de trabalho, quer identificando os fatores
que afetam o ambiente e o trabalhador, quer eliminando as condições desfavoráveis do ambiente.
Como resultado dessa ação teremos um aumento da competitividade e uma diminuição da
sinistralidade.

Cabe à Higiene e Segurança no Trabalho a elaboração de normas para o cumprimento de regras


que permitam o desenvolvimento do trabalho de forma segura.

As características do local de trabalho ou da atividade, e as correspondentes circunstâncias ou


riscos, exigem a adoção de condições mínimas de segurança e saúde, para que se possa prevenir
o acidente.

Assim destacamos alguns aspetos gerais a ter em conta relativamente a Condições mínimas de
segurança e saúde do local de trabalho:

 Estabilidade e solidez dos edifícios;


 Iluminação e instalação elétrica adequadas;
 Vias de circulação e vias de saída de emergência sinalizadas, desobstruídas e
adaptadas às suas utilizações;
 Deteção e luta contra o incêndio;
 Ventilação dos locais de trabalho;
 Temperatura adequada;

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 Pavimentos, paredes, tetos e telhados com a estabilidade, inclinação e sinalização


necessárias;

 Janelas, claraboias, portas e portões de fácil acesso, dimensão e orientação adequadas;


 Locais de descanso e instalações sanitárias necessárias;
 Instalações destinadas a primeiros socorros
 Locais de trabalho concebidos tendo em conta os trabalhadores deficientes;

Por outro lado são vários os fatores que interferem com os riscos de acidentes e com o grau de
satisfação no local de trabalho, podendo mesmo ser considerados fatores potenciadores dos riscos:

 As condições de segurança;
 Ambiente de trabalho;
 Organização do trabalho – horários, carga mental, carga física, tempo de exposição e
relações de trabalho.

PERIGO – é o potencial que um determinado componente do trabalho apresenta para causar danos.
Estes componentes podem ser – materiais, equipamentos e práticas de trabalho

RISCO – é a possibilidade de um trabalhador sofrer um dano na sua saúde ou integridade física


provocado pelo trabalho

DANO – refere-se à gravidade das lesões, físicas ou psíquicas, ou aos prejuízos materiais

O QUE É UM ACIDENTE DE TRABALHO

Segundo o n.º 1 da lei 100/97 de 13/9/1997 é todo o acidente que se verifique no local e tempo de
trabalho e que produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de
que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou ganho.

ISTO É:

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TODO O ACIDENTE QUE SE VERIFIQUE NO LOCAL E TEMPO DE TRABALHO E QUE PRODUZA UMA
LESÃO CORPORAL, UMA DOENÇA PROFISSIONAL OU A MORTE.

Constituem acidentes de trabalho os que se verifiquem:

 No local e tempo de trabalho


 Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificados na execução de serviços
determinados pela entidade patronal ou por esta consentidos
 Na ida para o local de trabalho ou no regresso deste quando for utilizado meio de
transporte fornecido pela entidade patronal, ou quando o acidente seja consequência de
particular perigo do percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o
risco do mesmo percurso. São os chamados acidentes in-intinere ou de trajeto
 Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito
económico para a entidade patronal
 No local do pagamento da retribuição enquanto o trabalhador aí permanecer para tal feito
 No local onde ao trabalhador deve ser prestada qualquer assistência ou tratamento por
virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esses fins.
 No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do
local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora para tal
frequência;
 Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei
aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso;

Se ocorrer um acidente, deve anotar-se toda a informação necessária para a companhia de


seguros:

 Onde e quando ocorreu o acidente


 Informações detalhadas sobre o acidente
 Nome e endereço da pessoa e/ou pessoas envolvidas no acidente
 Nome das testemunhas do acidente
 Nome dos fabricantes caso algum equipamento esteja envolvido

Entende-se por:

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Local de trabalho todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do
seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador.

Tempo de trabalho, além do período normal de laboração, o que preceder o seu início, em atos de
preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe seguir, em atos também com ele relacionados, e
ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.

O acidente de trabalho deve-se principalmente a duas causas:

I. Ato inseguro - É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que
está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto
de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a
altas velocidades.

II. Condição Insegura - É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao
trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados,
máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com
materiais inadequados. Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir
os acidentes e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho.

AS VIAS E SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Devem ter em conta o tipo de utilização, a característica do local de trabalho, tipo de equipamento
e n.º previsível de utilizadores. Devem estar sinalizadas de acordo com a legislação sobre a
sinalização de segurança. Estas vias devem dispor de iluminação de segurança alternativa para o
caso de avaria da iluminação principal.

As portas de emergência não devem ser de correr, nem rotativas, nem estar fechadas à chave,
devendo abrir sempre para o exterior e de forma rápida.

Têm de permanecer desobstruídas e em condições de utilização, devendo o respetivo traçado


conduzir, o mais rapidamente possível, as áreas ao ar livre ou em zonas de segurança.

Por outro lado, a instalação de cada posto de trabalho deve permitir a evacuação rápida e em
máxima segurança dos trabalhadores.

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MEIOS DE DETEÇÃO E COMBATE DE INCÊNDIOS

Devem ter em conta as dimensões e o tipo de utilização dos edifícios, as características dos
materiais e o n.º de pessoas. Caso estes dispositivos não sejam automáticos devem ser de acesso e
manipulação fáceis.

O material de combate aos incêndios deve encontrar-se em perfeito estado de funcionamento e em


locais acessíveis, devendo existir um n.º suficiente de trabalhadores devidamente instruídos sobre o
seu uso, e estar bem sinalizado. Os extintores devem ser inspecionados pelos bombeiros
regularmente.

Os pavimentos do local de trabalho:

 Devem ser fixos, estáveis, antiderrapantes sem inclinações perigosas, saliências e cavidades.
 Os pavimentos, paredes e tetos devem ser construídos de forma a permitirem a limpeza. As
divisórias, transparentes ou translúcidas, existentes no local de trabalho, devem ser
instaladas e assinaladas de forma a evidenciar a sua presença e não ser constituídas por
materiais que comportem riscos para os trabalhadores.

Também os equipamentos de trabalho devem ser merecedores de algumas prescrições mínimas


gerais de segurança:

 Estabilizados por fixação ou por outros meios;


 Utilizados só em operações e em condições para as quais sejam apropriados
 Providos de dispositivos facilmente identificáveis que permitam isolá-los de cada uma das
suas fontes de energia;
 Providos de avisos e sinalização indispensáveis.

As zonas e postos de trabalho devem ser:

 Convenientemente iluminados em função dos trabalhos;  Acessíveis e seguros.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

No local de trabalho o risco está quase sempre presente, tornando-se necessário criar
condições para o minimizar, com o objetivo de prevenir o acidente.

O decreto-lei n.º 128/93 de 22 de abril referenciado pelo Instituto de Desenvolvimento e


Inspeção das Condições de Trabalho entende por Equipamento de Proteção Individual (E.P.I).

“Todos e quaisquer dispositivos ou meios destinados a ser envergados ou manejados com vista a
proteger o utilizador contra riscos suscetíveis de constituir uma ameaça à sua saúde ou à sua
segurança.”

“Para eficazmente preservarem a saúde e garantirem a segurança de pessoas e bens, os


equipamentos de proteção individual terão de satisfazer, na sua conceção e fabrico, exigências
essenciais de segurança e respeitarem os procedimentos adequados à certificação e controlo
da sua conformidade com as exigências essenciais aplicáveis.”

“Tais exigências e procedimentos derivam da Diretiva do Conselho n.° 89/686/CEE, de 21 de


dezembro de 1989, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes aos
equipamentos de proteção individual, a que importa dar cumprimento”.

Assim estes equipamentos devem obedecer aos seguintes requisitos:

 “ Utilizados só quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou suficientemente


limitados por meios técnicos de proteção coletiva ou por medidas, métodos ou processos
de organização do trabalho;
 “ Adequados ao seu utilizador e de uso pessoal”;
 “ Adequados à prevenção dos riscos que visam evitar e às condições existentes no local de
trabalho”.

Tanto a entidade empregadora como o próprio trabalhador têm obrigações relativamente ao


Equipamento de Proteção Individual ( EPI). Assim são obrigações do empregador:

 Consultar os trabalhadores sobre a escolha do EPI


 Fornecer o EPI
 Garantir o seu bom funcionamento

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 Assegurar informação e formação sobre a sua utilização  Informar sobre os riscos que
visam evitar

Também em relação às questões de segurança deve haver responsabilidades de parte a parte.


Assim constituem obrigações dos trabalhadores:

 Zelar pela sua segurança e saúde ou de terceiros


 Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho
 Utilizar corretamente máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros
equipamentos
 Cooperar para a melhoria do sistema de segurança, higiene e saúde no trabalho
 Propor medidas para evitar ou minimizar qualquer risco profissional
 Comunicar avarias e deficiências suscetíveis de originarem perigo grave e iminente 
Adotar as medidas e instruções fixadas para os casos de perigo grave e iminente.

Ao empregador compete assegurar condições de segurança, higiene e saúde em todos os aspetos


relacionados com o trabalho, através de procedimentos tais como:

 Assegurar que a exposição a agentes químicos, físicos e biológicos não constitua risco para a
saúde;
 Eliminar os efeitos nocivos do trabalho monótono e cadenciado;
 Assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em função do risco;
 Garantir informação atualizada sobre segurança, higiene e saúde, riscos e medidas de
proteção e prevenção e instruções em caso de perigo;
 Garantir uma formação adequada e suficiente no domínio da segurança, higiene e saúde no
trabalho;
 Consultar os trabalhadores sobre as medidas a pôr em prática.

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CONCLUSÃO

No final do estudo do módulo de Ergonomia, Higiene e Segurança, os formandos deverão ser


capazes de identificar com inteligência cognitiva, fatores que contribuam para a higiene e saúde no
quotidiano e na atividade profissional, métodos ergonómicos adequados ao profissional e ao
cliente, bem como aplicar conceitos de ortomolecular em esteticismo.

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