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Camila C. Pereira
Fonoaudióloga – CRFa. 5-3110-6
Mestre em Fonoaudiologia
Docente do Programa de Residência Multiprofissional pela UFMS
Especialista em Motricidade Orofacial
Especialista em Fonoaudiologia Hospitalar
SISTEMA NERVOSO SENSORIAL
▪ As informações sensoriais são conduzidas para o SNC através dos prolongamentos periféricos dos neurônios
aferentes (neurônios sensoriais) = SENSAÇÃO. E somente no SNC é que esta informação será percebida e
interpretada = PERCEPÇÃO
▪ Para cada modalidade sensorial, a forma de energia é única e característica, com exceção da somestesia
▪ A somestesia é a única das modalidades sensoriais ativada por diferentes formas de energia: mecânica, térmica e
química
Sentindo o mundo através da SOMESTESIA
▪ Ter a sensibilidade sobre as diferentes partes do corpo significa estar dotado do sentido
chamado SOMESTESIA. Esse sentido tem receptores sensoriais distribuídos não só na cabeça mas em
todas as partes do corpo. Pode ser reconhecido através de submodalidades como: dor, tato e temperatura
▪ Quais são as estruturas que iremos nos concentrar na estimulação tátil? Lábios,
boca, rosto e mãos
O que é Somestesia?
“Conjunto sequencial de neurônios, fibras e sinapses, que captam estímulos ambientais que atingem o corpo e os
conduzem a regiões cerebrais superiores, transformando em percepção e emoção, usados na modulação do
comportamento”
Temos os receptores (que vai depender da natureza do estímulo gerado) que irão ativar o neurônio sensitivo (neurônio I)
que transmitirá a informação (neurônio II) em direção a um neurônio final (neurônio III) que está localizado no córtex
NEURÔNIOS AFERENTES
NEURÔNIO I: estão fora do SNC
NEURÔNIO II (= interneurônios): estão no corno dorsal da medula ou no tronco encefálico
NEURÔNIO III: estão no tálamo e conecta a via ao córtex
ESTRUTURAS DO SISTEMA NERVOSO SENSORIAL
SILVERTHORN, 2010
CONDUÇÃO SOMESTÉSICA
▪ Esquelético ▪ Reprodutor
▪ Muscular ▪ Linfático
▪ Nervoso ▪ Endócrino
▪ Circulatório ▪ Sensorial
▪ Disgestório ▪ Tegumentar
▪ Urinário
Mais conhecido como pele
SISTEMA TEGUMENTAR
▪ Além disso, existem estruturas especializadas, que são capazes de detectar diminutos
movimentos entre o objeto e a pele, e assim programar a força que deverá ser
exercida para cada ato motor
TATO FRIO
ALOGAMENTO/ES
TIRAMENTO E
CALOR
PRESSÃO
CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES SENSORIAIS
LOCAL
ONDE
CAPTAM - Exteroceptores
os estímulos - Interoceptores
- Proprioceptores
NATUREZA DO ESTÍMULO CAPTADO
▪ TERMOCEPTORES: capta estímulos de natureza térmica, estão distribuídos por toda a pele
▪ Exteroceptores: Receptores que captam estímulos provenientes do ambiente, como luz, calor, sons e pressão
1) Os discos de Merkel
2) Os corpúsculos de Meissner
3) Os órgãos terminais de Ruffini
4) Os corpúsculos de Pacini
5) Terminações nervosas livres (também
chamadas de nociceptores)
FUNDAMENTO PARA A ESTIMULAÇÃO TÁTIL-FACIAL
▪ Se refere a área da pele suprida pelos mecanoceptores, ou seja, seu campo receptivo
▪ Os corpúsculos de Meissner e os Discos de Merkel possuem campos receptivos pequenos em torno de alguns
milímetros de largura. Estes receptores são denominados TIPO I. GRANDE CONCENTRAÇÃO DE MECANOCEPTORES
NUMA ÁREA PEQUENA, proporcionando melhor resolução espacial, fazendo com que haja uma representação no
córtex somatossensorial maior
▪ As terminações Ruffini e os Corpúsculos de Pacini comportam campos receptivos grandes que podem até mesmo
cobrir um dedo inteiro ou a palma da mão, classificados como TIPO II
▪ A presença e densidade de um determinado receptor faz com que diferentes partes do corpo possuam capacidades
discriminativas diferenciadas
▪ A capacidade de uma determinada região para responder a um estímulo será diretamente proporcional à densidade
de mecanoceptores específicos para conduzir a informação deste estímulo
A sensibilidade cutânea é a mesma em todo o corpo?
LÁBIOS
LÍNGUA
ADAPTAÇÃO
▪ A maneira como o mecanoceptor se adapta frente a um estímulo imposto sobre ele é um aspecto muito importante a
ser considerado
▪ Todos mecanoceptores que são suficientemente estimulados geram um potencial de ação (aferência)
▪ Entretanto, em alguns mecanoceptores quando o estímulo é sustentado , potenciais de ação continuam a ser gerados,
informando o SNC continuamente sobre a presença destes estímulos, denominados ADAPTAÇÃO LENTA (AL)
▪ Em contrapartida, quando um mecanoceptor é estimulado de maneira sustentada e ele responde somente quando o
estímulo é aplicado e retirado, ou seja, ele não gera potenciais de ação contínuo frente a manutenção do estímulo
mecânico, considerado então, como um receptor de ADAPTAÇÃO RÁPIDA (AR)
✓ A sensação de vibração é causada por
receptores sensíveis a estímulos
repetitivos e rápidos
✓ Há receptores que respondem apenas
a estímulos passageiros (Pacini e de
Meissner), ou seja, só quando o
estimulo está sendo aplicado ou
removido ou variando constantemente.
Esses são conhecidos como receptores
de adaptação rápida pois se o estimulo
perdurar, teremos a sensação de que o
estimulo está ausente
✓ Outros receptores (Merkel e de Ruffini)
respondem continuamente à presença
de estímulos, por isso, são chamados
de receptores de adaptação lenta
RESUMO DOS MECANOCEPTORES
Cada receptor descrito possui sua preferência estimulatória, respondendo mais prontamente a um determinado estímulo
Qual mecanoceptor a bandagem elástica, através das suas propriedades, estimularia mais?
MECANOCEPTORES CUTÂNEOS E CINESTESIA
▪ Cinestesia é a habilidade de sentir a posição e o movimento dos membros ou coluna sem a necessidade de
visualização
▪ Quando a pele tem sua tensão alterada, grande parte dos seus receptores são excitados pelo movimento, informando
o SNC acerca dessa alteração tecidual e consequente movimento tecidual local (Edin, 2001)
▪ Collins et al. (2005) atestaram que o alongamento forte produz sensação de movimento maior do que o alongamento
fraco, sugerindo assim uma relação linear entre a intensidade de alongamento e percepção de quantidade de
movimento. Os receptores da pele participam conjuntamente com os fusos musculares, havendo um papel
participativo dos mecanoceptores na modulação da atividade muscular
▪ Os mecanoceptores possuem uma extrema capacidade de responder de forma intensa, rápida e precisa, as diferentes
alterações de tensão de pele para o SNC, contribuindo para a sensação cinestésica
“eu executo” =
EFERÊNCIA
“eu sinto” =
AFERÊNCIA
HOMÚNCULO DE PENFIELD
CONCEITO
A bandagem vai estimulando as terminações
nervosas da pele (mecanoreceptores). O estímulo
(aferência) vai até o cérebro, que envia um
estímulo (eferente) de volta para melhorar a
situação.
DEFINIÇÃO: Estimulação Tegumentar
Morini, 2009
PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL
▪ As aferências cutâneas tem um papel fundamental na aquisição, desenvolvimento e manutenção de tarefas motoras.
A informação oriunda dessas estruturas é necessária para capacitar o SNC a realizar comandos motores adequados
para determinadas situações (Witney et al., 2004), levando assim a geração de MODELOS INTERNOS DE
MOVIMENTOS, sem essa informação, a realização d determinados movimentos torna-se errática
▪ Atenção foi dada, nos estudos de Augurelle et al (2003), que a ausência de informações aferentes para áreas do SNC,
incapacita este sistema de ter informações locais para gerar força
▪ Resultados do estudo conduzido por Konishi (2013) indicaram que a estimulação tátil através do uso das bandagens
auxiliou na melhora da recuperação da força muscular
Efeitos Fisiológicos da Bandagem
NEUROPLASTICIDADE
X
ESTIMULAÇÃO TEGUMENTAR
NEUROPLASTICIDADE
Definição
Qualquer modificação do sistema nervoso que não seja periódica e que tenha duração maior que poucos
segundos.
▪ Ao ativar pontos e zonas motoras faciais, assim como estimular as estruturas orofaciais com seu
correspondente no Homúnculo de Penfield, estaremos favorecendo a ativação cortical das áreas
somatossensoriais primárias e área motora primária, propiciando uma melhor reorganização periférica e
central (Teismann et al., 2009)
▪ Além disso, ativar as zonas e pontos motores da face também são recursos que estimulam os receptores
subcutâneos e neuromusculares que geram respostas involuntárias que favorecem a recuperação
sensorial e motora da musculatura (Tessitore, 2010)
Augurelle, A., Smith, A.M., Lejeune, T. and Thonnard, J., 2003. Importance of cutaneous feedback in maintaining a secure
grip during manipulation of hand-held objects. Journal of Neurophysiology, 89, pp.665-671
Collins et al., 2005. Cutaneous receptors contribute to kinesthesia at the index finger, elbow, and knee. Journal of
Neurophysiology, 94, pp.1699-1706
Edin, B.B., 2001. Cutaneous afferent provide information about knee joint movements in humans. Journal of Physiology,
531(1), pp. 289-297
Edin, B.B., 2004. Quantitative analyses of dynamic strain sensitivity in human skin mechanoreceptores. Journal of
Neurophysiology, 92, pp. 3233-3243
Witney, A.G., Wing, A., Thonnard, J. and Smith, A.M., 2004. The cutaneous contribution to adaptive precision grip. Trends
in Neurosciences, 27(10), pp.637-643