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VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

VIAS DE
SENSIBILIDADE DA
CABEÇA E VISCERAL

NEUROANATOMIA 1
VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

VIAS DE
SENSIBILIDADE DA
CABEÇA E VISCERAL
CONTEÚDO: JULIA CHEIK ANDRADE
CURADORIA: MARCO PASSOS

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VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

SUMÁRIO

SENSIBILIDADE DA CABEÇA ...................................................................... 4

REVISÃO: PADRÃO DE PROCESSAMENTOS SENSITIVOS ................. 4

SENSIBILIDADE GERAL DA CABEÇA – EXTEREOCEPTIVA ................. 6

Trajeto periférico .......................................................................................................6

Trajeto central ........................................................................................................... 7

Área de projeção cortical ......................................................................................8

CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS ....................................................... 9

SENSIBILIDADE GERAL DA CABEÇA – PROPRIOCEPTIVA ................. 9

Área de projeção cortical .................................................................................... 10

SENSIBILIDADE GERAL E GUSTATIVA DA LIÍNGUA ........................... 11

Trajeto periférico ..................................................................................................... 11

Área de projeção cortical .................................................................................... 12

SENSIBILIDADE VISCERAL ........................................................................ 13

CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS ..................................................... 15

Referências .................................................................................................... 16

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VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

SENSIBILIDADE DA CABEÇA Vista inferior do encéfalo

As sensibilidades da cabeça estão es-


sencialmente relacionadas aos nervos
cranianos trigêmeo, facial, glossofarín-
geo e vago. O nervo trigêmeo é o nervo
com o maior território de inervação da
cabeça. No entanto, os nervos facial (VII),
glossofaríngeo (IX) e vago (X) são res-
ponsáveis pela sensibilidade geral de
uma pequena região: o meato acústico
externo.

As sensibilidades da língua, sentidos ge-


rais (tato, pressão, dor, temperatura,
propriocepção) e gustação, são trans-
mitidas por nervos diferentes, a depen-
der da região da língua e da modalidade
sensitiva: Imagem 1: Imagem de Patrick J. Lynch, 2017.
Acesso via Wkimedia Commons.
• A sensibilidade geral da língua é
realizada pelo nervo trigêmeo, nos REVISÃO: PADRÃO DE
2/3 anteriores e pelo nervo glossofa- PROCESSAMENTOS SENSITIVOS
ríngeo, no terço posterior, nervo que
As vias sensitivas apresentam um pa-
também detecta a sensibilidade ge-
drão sequencial de processamento:
ral da orofaringe.

• A sensibilidade gustativa da cavi- • Receptor: responsável pela per-


dade oral e da orofaringe é transmi- cepção da sensibilidade do meio am-
tida pelos nervos facial (VII), nos 2/3 biente e a transformação do estimulo
anteriores da língua, glossofaríngeo em impulso nervoso. Pode ser uma
(IX), no terço posterior da língua, e célula epitelial especializada ou um
vago (X), na epiglote. neurônio especializado.

• Trajeto periférico: realizado por


neurônios sensitivos do sistema ner-
voso periférico, que transmitem a in-
formação sensitiva em direção ao
sistema nervoso central.

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• Trajeto central: realizado por neu- • Área sensitiva secundária: é um


rônios do sistema nervoso central, córtex de associação, que recebe a
que recebem e transmitem a informa- informação da área cortical primária,
ção sensitiva ao córtex cerebral, e processa complexamente certa
onde essas informações tornam-se sensibilidade. É chamada de área de
conscientes para o indivíduo. associação unimodal, ou área so-
mestésica primária.
Com exceção da sensibilidade olfatória,
todas as sensibilidades, gerais ou espe- • Área de associação terciária: é um
ciais, contam com um neurônio locali- córtex de associação extremamente
zado no tálamo (relé talâmico) para sua complexo, que processa mais de uma
transmissão. sensibilidade ao mesmo tempo (área
de associação supramodal), garan-
Por isso, o tálamo é considerado uma tindo percepção ampla do ambiente.
porta de entrada central no processa- O córtex terciário também é respon-
mento das informações sensitivas. sável pelo pensamento inteligente,
que nos permite criar juízo de valor às
• Área de projeção cortical: região
situações, armazenar vivências por
cerebral que realiza o processamento
meio de memórias, dentre outros
consciente da sensibilidade.
comportamentos complexos. A área
O processamento cortical é realizado em terciária corresponde à área pré-
níveis distintos: frontal e área parietal posterior, cór-
tex da ínsula além das estruturas do
• Área sensitiva primária: a primeira sistema límbico. Estas estruturas não
região do córtex que recebe a infor- serão estudadas neste ebook.
mação sensitiva. Chamada de área
de projeção.

Processamento sensitivo

Traj. Traj. Área 1ª


Receptor Área 2ª Área 3ª
Periférico Central

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SENSIBILIDADE GERAL DA CABEÇA Receptores: são células epiteliais espe-


– EXTEREOCEPTIVA cializadas ou terminações nervosas livres
que respondem aos diversos estímulos,
A percepção das sensações exterocep- como mudanças químicas no ambiente
tivas, ou seja, sensações captadas pela
(quimiorreceptores), térmicas (termorre-
superfície externa do corpo (tato, dor,
ceptores), condições extremas (nocice-
temperatura, pressão, vibração), do ter-
pores).
ritório da cabeça é garantida pela iner-
vação do nervo trigêmeo.

Receptor da pele Função

Terminações das fibras nervosas sensitivas.


Terminações nervosas livres Responsáveis pela detecção de tato grosseiro,
temperatura, propriocepção e dor.
Receptor encapsulado que detecta tato,
Corpúsculos de Meissner
pressão e estímulos vibratórios lentos.

Receptor encapsulado que detecta sensibilidade


Corpúsculo de Vater-Paccini
vibratória.

Receptor encapsulado que detecta tato e


Corpusculos de Ruffini
pressão.

Trajeto periférico Neurônio 1: são os neurônios sensitivos


do gânglio trigeminal (semilunar). Seus
prolongamentos periféricos recebem a
informação dos receptores da pele e os
prolongamentos centrais seguem pelo
nervo trigêmeo até a base da ponte, por
onde entram no tronco encefálico.

Territórios de inervação do nervo


trigêmeo

1. Gânglio trigeminal
2. Ramo oftálmico do nervo trigêmeo
3. Ramo maxilar do nervo trigêmeo
4. Ramo mandibular do nervo
trigêmeo
Imagem 2: Imagem de Bruce Blaus, 2017.
Acesso via Wikimedia Commons.

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As fibras sensitivas provenientes dos realizadas por fibras que se bifur-


nervos facial, glossofaríngeo e vago que cam para alcançar ambos os nú-
transmitem a sensibilidade geral do cleos.
meato acústico externo possuem seus
corpos celulares em gânglios periféricos Vista anterior e inferior do tronco ence-
distintos. Respectivamente, no gânglio fálico – peça anatômica
geniculado, gânglio superior do
glossofaríngeo e gânglio superior do
vago. Apesar do trajeto periférico
distinto das demais fibras sensitivas da
cabeça, essas fibras entram no tronco
encéfalo pelos respectivos nervos
cranianos, e realizam sinapse nos
mesmos núcleos alcançados pelas fibras
sensitivas do nervo trigêmeo: o neurônio
2 da via.

Trajeto central

Neurônio 2: localizados nos núcleos da


coluna trigeminal, no tronco encefálico.
A sinapse ocorrerá em diferentes níveis,
a depender da modalidade sensitiva
transmitida pelo neurônio 1.

• Dor e temperatura – sinap-


ses com o núcleo do trato espinal
do trigêmeo. Imagem 3: Imagem de Foto de John A beal, 2005,
acesso via Wikimedia Commons.
• Tato epicrítico/discrimina- Peça anatômica com marcação dos
tivo (tato fino) – sinapses com o nervos cranianos. Observe o nervo
núcleo sensitivo principal do trigê- trigêmeo (V) na base da ponte, nervos
meo. facial (VII) e glossofaríngeo (IX) no sulco
bulbopontino, na região conhecida
• Tato protopático (tato
como ângulo ponto cerebelar, e nervo
grosseiro) e pressão – sinapses si-
vago (X), no bulbo.
multâneas nos núcleos do trato
espinal do trigêmeo e trato sensi- Enquanto as fibras sensitivas dos nervos
tivo principal do trigêmeo, cranianos (neurônio 1) transmitem a
sensibilidade homolateral da cabeça, a

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maioria das fibras oriundas dos núcleos Núcleos da coluna trigeminal:


das colunas trigeminais cruzam o plano
mediano antes de fletir e ascender, Vm – Núcleo do trato mesencefálico do
como o lemnisco trigeminal. Assim, nervo trigêmeo (V)
lesões periféricas cursam com
VS – Núcleo sensitivo principal do nervo
alterações sensitivas homolaterais,
trigêmeo (V)
enquanto a lesão no trajeto central das
vias sensitivas da cabeça cursa com V esp – Núcleo do trato espinal do
sintomatologia do lado oposto à lesão. nervo trigêmeo (V)

Vista posterior do diencéfalo e tronco Neurônio 3: localizados no núcleo ventral


encefálico: coluna trigeminal posteromedial do tálamo, recebem as
fibras do lemnisco trigeminal. Neurônios
talâmicos ascendem compondo a
capsula interna, coroa radiada até o
córtex.

Área de projeção cortical

• Área somestésica primária:


giro pós-central.

• Área somestésica secundá-


ria: lóbulo parietal superior.

Imagem 5: Imagem de John A, Beal, PhD, 2005.


Imagem 4: Imagem adaptada de Carl Fredrik
Sjöland, 2014. Acesso via wikimedia Commons.

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• Giro frontal superior • A herpes simples é causada pelo


• Giro frontal médio vírus humano (HSV 1 e 2) e leva ao
• Giro frontal inferior aparecimento de lesões vesiculares,
• Giro pré-central principalmente nos lábios. Esses vírus
• Giro temporal superior alcançam o gânglio trigeminal, por
• Giro temporal médio meio do fluxo retrógrado neuronal, e
• Giro temporal inferior permanecem alojados no gânglio na
• Giro pós-central forma latente. Em situações de imu-
• Lóbulo parietal superior nossupressão, como estresse, pode
• Giro angular ocorrer a reativação do vírus, com re-
• Giro supramarginal aparecimento das vesículas não só
nos lábios mas, também, nos demais
• Giros do lobo occipital
territórios de inervação do nervo tri-
CORRELAÇÕES gêmeo. Em casos de acometimento
ANATOMOCLÍNICAS da mucosa ocular, uveíte, o trata-
mento precoce e agressivo é neces-
• Neuralgia do trigêmeo é uma dor sário para evitar lesões oculares irre-
de forte intensidade na face, que versíveis.
ocorre em algum dos territórios de
Paciente com herpes simples grave com
inervação do trigêmeo, em geral, de
uveíte
apresentação unilateral. Normal-
mente possui apresentação precipi-
tada por estimulo inócuo, como esco-
var os dentes ou toque na região da
pele local. Outra característica dessa
dor é a refratariedade, após o episó-
dio doloroso, ou seja, há um período
em que não é possível desencadear a
dor com o mesmo estímulo.

Uma das causas de neuralgia do trigê-


meo é o contato neurovascular, no qual Imagem 6: Imagem de Jonathan Trobe, M.D. ,
2011. Acesso via Wikimedia Commons.
um vaso sanguíneo está muito próximo
ao nervo, sensibilizando-o, e desenca- SENSIBILIDADE GERAL DA CABEÇA
deando o estímulo sensitivo doloroso. – PROPRIOCEPTIVA
Nesses casos pode ser necessário trata-
mento cirúrgico para separar as estrutu- A propriocepção é a sensibilidade que
ras. gera feedback sobre o grau de contra-
ção dos músculos do corpo, auxiliando

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na percepção de posição corporal, pelo Receptor: os receptores da propriocep-


processamento sensitivo consciente. Já ção são os fusos neuromusculares, loca-
o processamento inconsciente desta lizados nos ventres dos músculos, e os
sensibilidade ocorre no cerebelo, e per- órgãos neurotendinosos, localizados en-
mite a comparação do movimento reali- tre os músculos seus respectivos ten-
zado com o plano motor cerebral. A par- dões.
tir dessa comparação podem ser ativa-
dos circuitos de correção do movimento Área de projeção cortical
visando à coordenação e execução
• Área somestésica primária:
adequada do movimento desejado,
giro pós-central.
como, por exemplo, o movimento masti-
gatório da mandíbula. Além disso, a pro- • Área somestésica secundá-
priocepção promove a manutenção do ria: lóbulo parietal superior.
tônus muscular.

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SENSIBILIDADE GERAL E
GUSTATIVA DA LIÍNGUA
glossofaríngeo e vago. Enquanto o nervo
As sensibilidades gerais da língua (tato,
facial é responsável pela gustação dos
dor, temperatura, pressão e
2/3 anteriores da língua, o nervo glosso-
propriocepção) seguem a mesma linha
faríngeo garante a sensibilidade gusta-
de processamento das demais regiões
tiva do terço posterior. A gustação na
da cabeça. O nervo trigêmeo transmite
epiglote é realizada pelo nervo vago. Os
a sensibilidade geral dos 2/3 anteriores
corpos celulares desses neurônios estão,
enquanto o nervo glossofaríngeo
respectivamente, no gânglio geniculado,
transmite a informação do terço
gânglio inferior do IX e gânglio inferior do
posterior da língua e da orofaringe. Já a
X.
sensibilidade gustativa possui algumas
diferenças na via de processamento: 2º neurônio: núcleo do trato solitário, no
bulbo. As fibras nervosas oriundas desse
Receptor: botões gustativos, nas papilas
núcleo ascendem pelo tronco em dire-
gustativas da língua e na orofaringe.
ção ao tálamo, chamadas de fibras soli-
Trajeto periférico táriotalâmicas.

Neurônio 1: compõem os nervos intermé-


dio (porção sensitiva do nervo facial),

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1. Núcleo dorsal do vago 7. Trato tetoespinal


2. Núcleo do trato solitário 8. Fascículo Longitudinal Medial
3. Núcleo ambíguo 9. Pedúnculo cerebelar inferior
4. Núcleo olivar inferior
5. Pirâmide
6. Lemnisco medial

Imagem 7: Vista lateral do encéfalo com exposição do córtex da ínsula. Os giros longos da ínsula correspon-
dem ao córtex insular posterior, área gustativa primária. Ilustração de Dr. Johannes Sobotta, 1908, acesso
via Wikimedia Commons.

3º neurônio: núcleo ventral Observação: os estímulos sensitivos in-


posteromedial, no tálamo. traorais também são processados pelo
córtex posterior da ínsula. Isso explica
Área de projeção cortical porque a textura e a temperatura dos
alimentos afetam intensamente nossa
• Área gustativa primária:
experiência durante a alimentação. Co-
córtex posterior da ínsula.
mer um hambúrguer triturado não pa-
• Área gustativa secundária: rece ser a mesma experiência de comer
região orbitofrontal da área pré- um hambúrguer normal, por exemplo...
frontal. Não é mesmo?

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Inervação da língua

Classificação das fibras associadas à de captação de sabores na língua, em


inervação da língua que na ponta detecta predominante-
mente os sabores doces e salgados. Nas
FASG – Fibras aferentes sensitivas gerais laterais da língua o sabor azedo é cap-
tado com mais efetividade. Já na base
FAVE – Fibras aferentes viscerais especi-
da língua há maior percepção do sabor
ais
amargo.
FES – Fibras eferentes somáticas
SENSIBILIDADE VISCERAL
Curiosidade: os botões gustativos são
especializados para melhor detecção de A sensibilidade visceral é responsável
um dos quatro sabores: doce, azedo, pela:
salgado e amargo. Há uma topografia

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• Transmissão de estímulos respectivamente, pela percepção


das vísceras que se tornam cons- da pressão arterial e concentra-
cientes, como a dor visceral, sen- ção de O2 no sangue.
sação de plenitude, fome, sede.
As fibras aferentes viscerais provenien-
• Transmissão de estímulos tes das vísceras toracoabdominais e
das vísceras para processamento pélvicas, que podem estar localizadas:
inconsciente, como a concentra-
ção de oxigênio no sangue arte- Gânglios sensitivos da raiz posterior da
rial. É essencial para a regulação e medula espinal, compondo os nervos do
manutenção das condições ade- sistema nervoso autônomo, juntamente
quadas do ambiente interno cor- às fibras motoras viscerais.
poral.
Essas fibras realizam sinapse na subs-
A sensibilidade visceral, ou seja, a infor- tância cinzenta intermédia medial da
mação sensitiva consciente é transmi- medula e seguem pelo funículo posterior.
tida por: A partir da substância cinzenta medular,
as fibras sensitivas que transmitem a in-
• Nervo facial – dentre ou- formação de vísceras abdominais e pél-
tros, realiza a sensibilidade nas vicas ascendem entre os fascículos grácil
fossas nasais e palato mole. direito e esquerdo. Já as fibras que
transmitem a sensibilidade de vísceras
• Nervo glossofaríngeo – abdominais ascendem entre os fascícu-
dentre outros, transmite a infor- los grácil e cuneiforme, no septo intermé-
mação do seio e do glomo caróti- dio dos funículos posteriores.
cos responsáveis,

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VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

1. Corno anterior o benefício de preservação das


2. Corno posterior demais sensibilidades gerais
3. Substância cinzenta intermédia
4. Funículo anterior do local. Um detalhe importante é que a
5. Funículo lateral ressecção deve ser realizada no trato do
6. Funículo posterior (fascículo grácil, lado contralateral, uma vez que há cru-
medial, e fascículo) zamento das fibras no trajeto central da
7. cuneiforme, lateral. via.
8. Comissura anterior
• A mielotomia da linha mé-
9. Fissura mediana anterior
dia é um procedimento cirúrgico
10. Sulco mediano posterior
de dissecção das fibras aferentes
11. Canal central da medula
viscerais localizadas no interior do
12. Raiz anterior (ventral) do nervo es-
sulco mediano posterior. Essa ci-
pinal
rurgia relativamente simples e uti-
13. Raiz posterior (dorsal) do nervo es-
lizada no tratamento de dores in-
pinal
tensas relacionadas a vísceras
14. Gânglio sensitivo do nervo espinal
abdominais ou pélvicas, que se-
cuneiforme, lateral.
jam refratárias ao tratamento far-
Todas as fibras alcançam o núcleo grácil macológico da dor. Esta situação
no bulbo. Que fletem para o lado contra- pode ocorrer, por exemplo, em
lateral e ascendem com o lemnisco me- pacientes oncológicos. Essa cirur-
dial até o núcleo ventral posteromedial gia é capaz de aumentar expres-
do tálamo, que projeta a sensibilidade sivamente a qualidade de vida
para o córtex posterior da insula, onde desses pacientes.
há o processamento consciente das
Observe alguns pontos importantes das
sensibilidades viscerais.
vias descritas neste ebook:
CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNI- • O núcleo do trato solitário
CAS no bulbo recebe toda a aferência
visceral geral dos nervos crania-
• A tratotomia consiste na
nos, além de receber a aferência
ressecção cirúrgica das fibras do
visceral especial relacionada à
trato espinal do trigêmeo como
gustação.
forma de tratamento para neural-
gias do trigêmeo refratárias às • O núcleo ventral postero-
demais formas de tratamento. A medial do tálamo é o núcleo por-
lesão leva à perda da sensibili- tão de entrada do córtex cerebral
dade à dor e a temperatura, com às sensibilidades da cabeça.

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VIAS DE SENSIBILIDADE DA CABEÇA E VISCERAL

• Na via de propriocepção da O córtex posterior da insula é a área cor-


cabeça não há gânglio periférico tical de processamento da gustação e
associado. da sensibilidade visceral.

REFERÊNCIAS

MOORE, Keith L.. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 7ªed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.

SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2000.

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