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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA – CTEC


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – VOLUME 1

Maceió - AL
Fevereiro de 2022.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE TECNOLOGIA – CTEC
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Anne Caroline Salvador Santos (16210777)

Gabriel Hugo Cipriano da Silva (16210920)

Marianni Pereira Limeira (21111510)

Samira Nascimento dos Santos (16210975)

PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – VOLUME 1

Projeto solicitado pela professora


Nélia Callado como requisito
para composição da segunda
avaliação da disciplina de
Sistemas de Esgotamento
Sanitário e Pluvial.

Maceió - AL
Fevereiro de 2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3

2. CONCEPÇÃO DO PROJETO PROPOSTO 5

3. PARÂMETROS DE PROJETO 6

4. POPULAÇÃO A SER ATENDIDA E VAZÕES DO PROJETO 7

5. REDE COLETORA 9

6. SISTEMA DE TRATAMENTO 14

7. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA 18

8. ESPECIFICAÇÕES 26

9. REFERÊNCIAS 30
1. INTRODUÇÃO
O saneamento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o gerenciamento
ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudicando
seu bem-estar físico, mental e social.

Outra definição é a trazida pela Lei do Saneamento Básico (apelido dado para a Lei
Ordinária N.º 11.445 de 05 de janeiro de 2007 que estabelece as diretrizes básicas nacionais
para o saneamento), que o define como o “conjunto de serviços, infraestruturas e instalações
operacionais de:” abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana,
manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.

O saneamento básico está intimamente relacionado ás condições de saúde da


população e mais do que simplesmente garantir acesso aos serviços, instalações ou estruturas
que citam a lei, envolvem, também, medidas de educação da população em geral e
conservação ambiental. A poluição decorrente das condições inadequadas de saneamento
ambiental e crescimento urbano desordenado tem comprometido o abastecimento de água
potável e o sistema de drenagem, criando condições para o desencadeamento de agravos à
saúde, expondo as populações ao dengue, febre tifoide, hepatite, diarreias, entre outros.

O sistema de esgotamento sanitário (SES) pode ser definido como um conjunto


de instalações e obras e serviços para que a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição
final do esgoto possam ser proporcionados de forma adequada à comunidade.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o SES como “o conjunto


de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e
encaminhar somente o esgoto sanitário a uma disposição final conveniente, de modo contínuo
e higienicamente seguro”. Quando um imóvel não está ligado a uma rede desse tipo, descartes
indevidos aumentam significativamente, comprometendo a saúde e o meio ambiente. O
sistema de esgotamento sanitário é pensado considerando a seguinte composição: 99,9% de
água e apenas 0,1% de outros dejetos (sólidos). Em função disso, é preciso que a população
fique atenta para o descarte adequado do lixo.

Para implantação do projeto de sistema de esgotamento sanitário, o município


escolhido for Mar Vermelho - AL, que tem uma população estimada de 3.474 habitantes e
conta com uma área territorial de 91.538 km2. Fica localizado na região centro-norte do
Estado de Alagoas, limitando-se a norte com os municípios de Paulo Jacinto e Viçosa, a sul
com Tanque D’Arca e Maribondo, a leste com Pindoba e a oeste com Palmeira dos Índios e
Tanque D’Arca. Está inserida na meso-região do Agreste Alagoano e na micro-região de
Palmeira dos Índios, predominantemente na Folha União dos Palmares e, parcialmente, na
Folha São José dos Campos. A sede do município tem uma altitude aproximada de 542 m e
coordenadas geográficas de 9°26’5,00’’ de latitude sul e 36°23’16,8’’ de longitude oeste.

O acesso a partir de Maceió, capital do estado de Alagoas, é feito através da rodovia


pavimentada BR-104, AL-210, mais trecho de 23 km em piçarra, com percurso total em torno
de 110 km.

A vegetação é predominantemente do tipo Floresta Subperenifólia, com partes de


Floresta Hipoxerófila. Os solos dessa unidade geoambiental são representados pelos
Latossolos nos topos planos, sendo profundos e bem drenados, pelos Podzólicos nas vertentes
íngremes, sendo pouco a medianamente profundos e bem drenados e pelos Gleissolos de
Várzea nos fundos de vales estreitos, com solos orgânicos e encharcados.

O município de Mar Vermelho é banhado em sua porção oeste pelos Riachos do Canto
e da Cruz. Na porção centro-sul, pelo Rio Preto e seus afluentes, os riachos S. Pedro e Caiana
e na porção leste-sudeste, pelo Rio Porangaba e os Riachos Água Fria e Riachão.

O sistema de esgotamento será implantado em um loteamento, localizado na cidade de


Mar Vermelho, no estado de Alagoas. O loteamento fica situado no encontro das ruas Pedro
Ferreira de Morais e a Avenida Cláudio Cabral de Melo (Figura 1).
Figura 1 - Localização Geográfica do Loteamento.

Fonte: Google Earth (2021)

2. CONCEPÇÃO DO PROJETO PROPOSTO


O Residencial Dom Frederico, localizado em Mar Vermelho – AL destina-se a
implantação de 196 casas, com 51 lotes na Quadra A, 52 lotes na Quadra B, 50 lotes na
Quadra D e 43 lotes na Quadra E. Além de áreas verdes e pavimentação asfáltica.

O projeto de sistema de esgotamento sanitário a ser estabelecido tem como objetivo


escoar o esgoto originado do Residencial Dom Frederico. O sistema consiste em uma caixa de
inspeção predial (CIP) individual para cada lote, possibilitando possíveis manutenções.
Haverá uma caixa de inspeção (CI) na calçada dos lotes para possibilitar o acesso à tubulação
de coleta do imóvel. A ABNT NBR 9649/1986 estabelece que durante o percurso nas
tubulações de coleta, poços de visita (PV), deverão ser instalados a 100 metros de distância
máxima entre si. Após o despejo no tubo de coleta, o esgoto é destinado até a estação de
tratamento de esgoto (ETE) onde o efluente é tratado e encaminhado para algum corpo
d’água.
O emissário a ser projetado apresenta 174,92 metros com 200 mm de diâmetro, em
concreto armado e desaguará no mar.

O projeto de esgotamento sanitário a ser estabelecido, apresenta as seguintes


características:

 196 Ligações Domiciliares;


 01 Estação Elevatória (EE);
 01 Estação de Tratamento de Esgoto (ETE);
 13 Poços de Visita;
 958,15 metros de rede coletora de esgoto;

3. PARÂMETROS DE PROJETO
O sistema de esgotamento sanitário receberá águas provenientes de esgoto doméstico e
águas de infiltração.

Esgoto doméstico é aquele que é formado pela utilização da água para fins
domésticos, como lavagem de roupa, utensílios de cozinha e de pisos, banho, descarga de
vaso sanitário, entre outros. Segundo a ABNT NBR 9648/86, o esgoto doméstico é o despejo
de líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas.

As águas de infiltração são águas subterrâneas originárias do subsolo que penetram


indesejavelmente nas canalizações da rede coletora de esgotos por diversos meios:

 Pelas paredes das tubulações;


 Pelas juntas mal executadas;
 Pelas tubulações defeituosas;
 Pelas estruturas dos poços de visita e das estações elevatórias, etc.

O escoamento em sistemas de coletores de esgotos geralmente não ocorre sob pressão


e o fluxo dentro desses coletores é por gravidade, e, portanto, tal infiltração não é somente
possível como também às vezes considerável.

A quantidade de infiltração contribuinte ao sistema de esgotos depende da qualidade e


do tipo de construção das tubulações e das juntas: tipos de materiais empregados, estado de
conservação, condições de assentamento destas tubulações e juntas, e também das
características relativas ao meio: nível de água do lençol freático, clima, composição do solo,
permeabilidade, vegetação, etc.

O conhecimento do valor da infiltração em redes coletoras de esgotos é muito


importante em projetos de redes de coleta de esgotos sanitários, pois na determinação de
vazões, influenciará no dimensionamento da rede coletora, das elevatórias e da estação de
tratamento. Geralmente não há a preocupação em se verificar os valores reais de infiltração
que ocorrem na rede coletora de esgotos de uma cidade, e assim, adotam-se valores muito
diferentes dos que realmente ocorrem, podendo interferir no projeto.

A ABNT NBR 9649:1986 fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto


hidráulico-sanitário de redes coletoras de esgoto sanitário, funcionando em lâmina livre,
observada a regulamentação específica das entidades responsáveis pelo planejamento e
desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário, e recomenda que a taxa de contribuição de
infiltração depende de condições locais, tais como:

 Nível de água do lençol freático;


 Natureza do subsolo;
 Qualidade de como será executada a rede;
 Material a ser utilizado na tubulação;
 Tipo de junta;
 Tipo de PVs.

A norma recomenda ainda que não havendo estudos locais, e que devem ser
comprovados por meio de pesquisas, podem adotar para taxa de contribuição de infiltração de
0,05 a 1,0 l/s.Km.

4. POPULAÇÃO A SER ATENDIDA E VAZÕES DO PROJETO

Inicialmente é necessário determinar a população a ser atendida e o consumo


específico de água por habitante do condomínio.

Assim, supõe-se 5 habitantes por lote e observando a existência de 196 lotes dividido
entre as 4 quadras, é previsto um total de 980 habitantes atendidos pela rede de esgoto. Tendo
como base o município no qual o empreendimento se encontra e a situação econômica do
público alvo, adotou-se um consumo específico de 187,5 l/hab.dia e um coeficiente de retorno
de 80%. Dessa forma, a geração de esgoto per capita foi de 150 l/hab.dia

Com isto através da P-NB-587/77 determinou-se o consumo. Considerando o


consumo per capita de 150 l/s, calculou-se a vazão de contribuição, a contribuição média, a
contribuição máxima diária, a contribuição máxima horária e a contribuição mínima através
das Equações 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente.

Qinfiltração =T x (l/s . m)∗L( m)(1)

Pop∗QPC∗c
Q i= (2)
864000

Pop∗K 1∗QPC∗c
Q i= (3)
864000

Pop∗K 1∗K 2∗QPC∗c


Qi= (4 )
864000

Pop∗K 3∗QPC∗c
Qi= (5)
864000

Onde:

 Qi é a vazão média de esgotos doméstico inicial (L/s);

 T x é a taxa de infiltração, pré-definida como 0,0005 L/s por m de rede coletora,


conforme NBR 9649;
 QPC é o consumo per capita (l/hab.dia);
 c é o coeficiente de retorno;
 Pop é a população de final de plano, definida para ser 100% da população do
loteamento.

Na Tabela 1 estão apresentados os dados do projeto.

Tabela 1 – Dados do Projeto

Número de habitantes por lote 5


Lotes 196
População a ser atendida 980
Extensão total da rede (m) 958,15
Coeficiente de consumo máximo diário - k1 1,2
Coeficiente de consumo máximo horário - k2 1,5
Coeficiente de consumo mínimo horário - k3 0,5
Coeficiente de retorno 0,8
Contribuição máxima diária de esgoto (l/hab.dia) 150
Taxa de infiltração (l/s/m) 0,0005
Vazão de infiltração (l/s) 0,471
Vazão de contribuição média de final de plano (l/s) 1,701
Vazão de contribuição máxima diária de final de plano (l/s) 2,04
Vazão de contribuição máxima horária de final de plano (l/s) 3,061
Vazão de contribuição mínima horária de final de plano (l/s) 0,85

Fonte: Autores, 2022.

5. REDE COLETORA

A rede coletora será projetada a fim de atender todo o conjunto, com vazão de
dimensionamento dos coletores definida pela contribuição máxima horária para população de
980 habitantes para o final de projeto, ou seja, a 3,061 L/s, considerando como descarga
mínima à vazão de Qmín=1,5 L/s , tensão trativa mínima de 1 Pa, diâmetro mínimo de 100
mm e poços de visita devidamente espaçados.

Através das curvas de nível do terreno, foi possível determinar as cotas de cada
estação elevatória (EE), poço de visita (PV) e tubo de inspeção e limpeza (TIL).

5.1. Declividade do Terreno

A declividade do terreno foi obtida através da Equação 6.


CM−CJ
I 0= (6)
L
Onde:

 I 0 é a declividade do terreno;

 CM é a cota de montante;
 CJ é a cota de jusante;
 L é o comprimento total do trecho.

5.1.1. Declividade do Projeto

As declividades de projeto I p, para cada trecho, foram escolhidas com base na


comparação entre I 0e I mín, sendo I míndada pela Equação 7.

I mín =0,0055∗Q−0,47 (7)

Onde:

 I mín é a declividade mínima;

 Q - Vazão de projeto.

Dessa forma, sendo I 0< I mín implica que I p=I mín . Caso contrário, I p=I 0.

A máxima declividade que se pode obter é dada pela Equação 8.

−0,67
I máx=4,65∗Q (8)

Onde:

 I máx é a declividade máxima;

 Q - Vazão de projeto.

5.2. Vazões

5.2.1. Taxa de Contribuição

É calculada por meio da Equação 9, de modo a ser analisada para a vazão de esgoto
sanitário inicial e também para a situação final, sendo dada em l/s.m.

Qesgoto sanitário
Taxa de contribuição= (9)
L
Onde:

 Qesgoto sanitário é a vazão do esgoto sanitário;

 L é a extensão total.

5.2.2. Contribuição do Trecho

A vazão de contribuição do trecho é obtida por meio da Equação 10.

Qt =Tx∗¿(10)
Onde:
 Qt é a vazão de contribuição por trecho em l/s;

 Tx é a taxa de contribuição linear do trecho adotada em l/s.m;


 ¿ é o comprimento total do trecho em m.

5.2.3. Vazão da Jusante

A vazão de jusante é obtida através da Equação 11.

Q j=Qm +Qt (11)

Onde:

 Q j é a vazão de jusante em l/s;

 Q m é a vazão de montante em l/s;

 Qt é a vazão de contribuição por trecho em l/s.

A vazão mínima de projetoQmín é de 1,5 l/s, para os trechos em que o valores de Q


foram inferiores ao valor supracitado, adotaram-se como valor de vazão de projeto aquele
mencionado anteriormente.

5.3. Diâmetro do Coletor

Os diâmetros dos coletores foram obtidos por meio da Equação 12.


3/ 8
0,3145∗Q
D= (12)
√I p
Onde:

 D é o diâmetro em metros;
 Q é a vazão de projeto em l/s;
 I p é a declividade de projeto em m/m.

Adotou-se um diâmetro de 100 mm.

5.4. Cota dos Coletores


5.4.1. Cota do Coletor a Jusante

A cota do coletor a jusante foi obtida por meio da Equação 12.

CCJ =CCM – ¿

Onde:

 CCJ é a cota do coletor a jusante;


 CCM é a cota do coletor montante;

Definiu-se, para o início da rede, que a profundidade mínima do coletor seria de 1,1
metros, subtraindo esse valor da cota do terreno. As demais profundidades foram calculadas
considerando a declividade do terreno quando essa era maior do que a declividade mínima e
uma declividade menor que ela nos casos em que se precisou recuperar cota do coletor.

A partir disso, determinou-se a profundidade do PV a montante com a diferença entre


a cota do terreno e a cota do coletor, a montante e a jusante. A profundidade do PV a jusante
(em m) seguiu-se os casos abaixo:

 Caso 1 - trecho inicial (cabeceira): É igual ao valor da profundidade a jusante do


coletor;
 Caso 2 - 2 a 3 trechos contribuintes: A profundidade da singularidade é igual à
maior profundidade de jusante entre os coletores contribuintes.
5.5. Vazão Plena

A vazão plena foi determinada a partir da Equação 13.

8 1
Qp=24∗D 3 ∗I p 2 (13)

Onde:

 D é o diâmetro;
 Ip é a declividade do projeto.
5.6. Raio Hidráulico

O raio hidráulico foi obtido, primeiramente, por meio da relação Q/Qp e, em seguida,
com o auxílio de um ábaco de hidráulica encontrou-se a relação Rh/d. Por fim, determinou-se
o valor do Raio Hidráulico (Rh).

5.7. Lâmina Líquida

Conhecendo a relação Q/Qp, sendo Qp a vazão a seção plena, utiliza-se o ábaco de


hidráulica. Ressalta-se que caso o valor da relação Y/D seja maior que 0,75, ou seja, não
atender a NBR 9649/1986, deve ser utilizado diâmetro maior e repetido o procedimento para
determinar Y/D.

5.8. Velocidades
5.8.1. Velocidade Plena (Cheia)

A velocidade plena foi obtida por meio da Equação 14.

D2 /3∗Ip 1 /2
V p= (14 )
2,56∗n

Por meio da equação da continuidade encontra-se a velocidade.

5.8.2. Velocidade Crítica

A velocidade crítica foi calculada a partir da Equação 15.

V c =6∗¿
Onde:

 V c é a velocidade crítica em m/s;

 g é a gravidade igual a 9,81 m/s²;


 Rh é o raio hidráulico.

Trechos que apresentaram valores de V menores que Vc , estavam em conformidade


com a norma. Nesse projeto, todos os trechos se apresentara de acordo com a exigência.

5.9. Tensão Trativa

A tensão trativa foi obtida por meio da Equação 16. Valores de tensão trativa maiores
que 1Mpa são aceitáveis para bom funcionamento da rede. Os valores de σ encontrados nesse
projeto estão em conformidade com a norma.

σ =104∗Rh∗Ip (16)

Onde

 Rh é o raio hidráulico;
 Ip é a declividade do projeto.

Os dados encontrados estão apresentados na planilha de dimensionamento.

6. SISTEMA DE TRATAMENTO

O saneamento básico, especialmente as estações de tratamento de esgoto, são


fundamentais para garantir que as águas servidas retornem para a natureza despoluídas,
contribuindo com a prevenção de doenças, a promoção da saúde e a melhora da qualidade de
vida da comunidade.

De modo geral, o esgoto é formado pela água que, após a utilização, tem as suas
características naturais alteradas, tornando-se imprópria para o uso.

O objetivo do tratamento do esgoto é remover os poluentes da água previamente usada


pela população, de forma a devolvê-la aos corpos hídricos em boas condições e de acordo
com os parâmetros exigido pelos órgãos ambientais. Para tanto, foram criadas as ETEs, ou
Estações de Tratamento de Esgoto. Nesses locais, o esgoto passa por diversos processos,
químicos, físicos e/ou biológicos, que garantem a retirada dos poluentes de forma eficaz.

É possível dizer que o foco do tratamento dos esgotos é contribuir com a saúde da
população e preservar o meio ambiente, especialmente garantindo a qualidade das águas de
lagoas, rios, mares e até de reservatórios subterrâneos. Isso é importante para garantir a
sustentabilidade desse recurso, que é finito, para toda a comunidade biótica que depende dele,
bem como oferecer melhores condições de vida para as pessoas.

Ao deixar os estabelecimentos, e esgoto por tubulações para as redes coletoras e o


destino final é a estação de tratamento de esgoto (ETE).

Inicialmente, o tratamento do esgoto consiste na separação da parte líquida da sólida.


Nessa primeira etapa ocorre a remoção de materiais grosseiros, como objetos sólidos (papéis,
plástico e outros), areia e gordura. O sistema é composto geralmente por peneiras e grades,
responsáveis pela retenção desses materiais.

Depois disso, o esgoto é transportado para uma caixa cuja função é retirar os resíduos
de areia e a gordura que permaneceram. Esses resíduos podem ser removidos de forma
manual ou mecanizada e, posteriormente, devem ser destinados de maneira adequada aos
aterros sanitários.

Os processos subsequentes dependem da tipologia do sistema de tratamento e podem


ser divididos em três níveis: primário, secundário e terciário, de acordo com o grau de
poluentes que se deseja remover.

No sistema primário, ocorre apenas a remoção dos sólidos suspensos e sedimentáveis


presentes no esgoto. Nessa etapa utiliza-se somente processos físicos, como a decantação.
Esse é um método simples e prático, em que a mistura fica em repouso por algum tempo e,
devido a isso, as impurezas se sedimentam, ou seja, depositam-se no fundo do recipiente. Ao
final, o líquido é escoado cuidadosamente.

O material em repouso forma um resíduo, neste caso chamado de lodo primário. É


importante que o seu excesso seja retirado do sistema a fim de não causar prejuízos nas outras
etapas do tratamento.
Comumente nessa etapa são usados separadores de água e óleo ou gordura, que são
equipamentos que usam métodos físicos para separar os dois líquidos. Um importante fator é
a densidade, visto que o óleo flutua sobre a água. Essa fase do tratamento é essencial em
esgotos provenientes de áreas de manutenção industrial e lavagem de veículos e máquinas,
como em oficinas mecânicas, já que a água geralmente está contaminada com óleos e graxas.

No sistema secundário ocorre a remoção da matéria orgânica dissolvida, por meio de


processos biológicos, em que um conjunto de microrganismos consome a matéria orgânica
presente para se estabilizar, removendo-a do esgoto. O objetivo desses métodos é acelerar a
decomposição dos poluentes orgânicos que ocorre de forma natural, porém mais lentamente.
Nesse caso, a matéria orgânica pode estar dissolvida, solúvel ou em suspensão.

Os processos biológicos usados para remover a matéria orgânica podem ser aeróbios
(que necessitam da presença de oxigênio para acontecer) ou anaeróbios (que não requerem a
presença de oxigênio).

No sistema terciário ocorre a remoção de compostos inorgânicos do sistema, tais como


nitrogênio e fósforo. Dessa forma, o tratamento tem foco em poluentes específicos que não
foram retirados pelos processos anteriores, como metais pesados, compostos não
biodegradáveis, nutrientes e outros. Esta etapa é utilizada quando se pretende remover esgotos
com características de industrial ou remover nutrientes a uma concentração que não é possível
de se atingir apenas com o processo secundário.

O processo pode ocorrer por meio da utilização de produtos químicos (físico-químico)


ou de forma biológica (microrganismos ou bactérias). Nesse último caso é necessário criar
estruturas que possibilitem um ambiente favorável para sua ocorrência. A definição do
processo depende da qualidade requerida pelo esgoto tratado e dos estudos de viabilidade
técnica e econômica.

Nesse caso, podem ser usadas várias técnicas, como:

 Microfiltração: nesse processo, uma pressão aplicada realiza a separação da


parte líquida do esgoto dos sólidos poluentes;
 Precipitação Química: adição de substâncias químicas coagulantes, com o
objetivo de formar flocos que decantam com o lodo, removendo o poluente do
esgoto, que fica mais límpido. Um exemplo é a adição de sais de alumínio,
ferro e cálcio para remoção de fósforo do efluente;
 Adsorção: nesse processo, usa-se o carvão ativado para promover a adsorção,
ou seja, os poluentes são transferidos para a superfície do composto utilizado;
 Troca Iônica: íons poluentes que estão na água ficam retidos na resina
polimérica aplicada no esgoto.

Ao chegar na estação de tratamento de esgoto, os efluentes domésticos, comerciais e


industriais passam por diversos processos que reduzem a alta concentração de compostos
orgânicos e outros nutrientes e elementos que os tornam prejudiciais ao meio ambiente.

Dentre as principais etapas do processo de tratamento de esgoto estão o gradeamento,


a desaneração, o tratamento biológico, a decantação e o descarte.

No gradeamento, a água residual que vem das residências deve conter cerca de 1% de
sólidos e 99% de material líquido. Em razão disso, a primeira etapa do procedimento é a
retenção de materiais mais grosseiros, como o lixo, em um filtro formado por grades. Essa
primeira filtragem ajuda a deixar o líquido livre dos resíduos sólidos que foram descartados
incorretamente na rede de esgoto.

Em seguida, na desarenação, o esgoto segue para a caixa de areia, onde é realizada a


remoção de todos os detritos sólidos presentes nele e que possam ter escapado ao processo
anterior, mediante sedimentação. A areia, os pedriscos, os cascalhos e outros elementos vão
para o fundo do tanque e o líquido que permanece na superfície é encaminhado para a
próxima etapa.

Já sem sólidos visíveis, o esgoto é enviado para o tratamento biológico no tanque de


aeração. Lá, ele é exposto à ação de seres microscópicos, que promovem reações bioquímicas
e condensam em flocos de lodo a matéria orgânica que até então estava dissolvida no efluente.
É o caso do rotífero, micrometazoários que se alimentam de bactérias e partículas minúsculas
de sólidos, e também do tardígrado, considerado o animal mais resistente do mundo, cuja
presença ajuda a sinalizar a qualidade da limpeza realizada no esgoto.

Depois do tratamento biológico, o líquido é submetido a um processo de decantação.


O lodo formado vai para o fundo do tanque, separando-se da parte líquida, que já está livre de
impurezas. Essa matéria acaba se tornando um subproduto do chamado biosólido, que pode
ser usado na agricultura.

O lodo produzido no processo é desidratado e levado para um aterro sanitário


especializado. O esgoto clarificado e corretamente tratado é devolvido para o meio ambiente.
Em alguns casos, o efluente pode passar por tratamentos avançados específicos e serem
transformados em água de reúso, uma solução sustentável que contribui para a preservação da
água potável do planeta.

7. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA

A estação elevatória de esgoto, também conhecida como EEE, é um equipamento que


tem o objetivo de encaminhar os efluentes sanitários, através de motobombas submersíveis,
até a rede de coleta de esgoto ou até uma estação de tratamento de esgoto.

Para que a água seja elevada, é necessário que passe por um filtro e uma peneira para
retirada de resíduos sólidos. Isso evita que grandes volumes de sujeira se acumulem e
provoquem entupimento e problemas estruturais nas tubulações. Além disso, a água já fica
preparada para ser tratada em reatores biológicos e decantadores.

O trabalho da estação elevatória de esgoto é muito importante, especialmente se


levarmos em conta o caminho percorrido pela rede de esgoto que, antes de chegar até a
estação de tratamento, passa por ramais residenciais e tubulações variadas, carregando
diversos resíduos sólidos.

A seguir, são demonstradas as etapas de dimensionamento da estação elevatória.

7.1. Medidor de Vazão – Vertedor Triangular

Na saída da caixa de areia coloca-se 1 vertedor triangular, o qual regulará a altura da


lâmina liquida na caixa de areia e na grade, neste vertedor será aferida a vazão de chegada dos
esgotos sanitários. A altura da lâmina líquida nos vertedores é calculada pela Equação 17:
5
2
Q=1,4 H ( 17)

Onde:
 Q é a vazão em m3/s;
 H é a altura da lâmina líquida em m.

A vazão média de esgotos é calculada através da Equação 18:

pop∗QPC∗c
Qmed = (18)
86400

Onde:

 Qmed é a vazão média em L/s;

 pop é a população estimada;


 QPC é o consumo per capita (L/hab.d);
 c é o coeficiente de retorno.

Com uma população estimada de 980 habitantes, o consumo per capita de 187,5
L/hab.dia e um coeficiente de retorno de 80%, obtém-se uma vazão média de 1,7014.

As vazões mínima, máxima diária e máxima horária são obtidas através das Equações
19, 20 e 21, respectivamente.

Qmin =Qmed∗K 3(19)

Qmaxd =Qmed∗K 1(20)

Qmaxh=Q med∗K 1∗K 2(21)

Onde:

 Qmin é a vazão mínima em L/s;

 Qmaxs é a vazão máxima diária em L/s;

 Qmaxh é a vazão mínima horária em L/s;

 K 1 é o coeficiente do dia de maior consumo (1,2);


 K 2 é o coeficiente da hora de maior consumo (1,5);
 K 3 é o coeficiente da hora de menor consumo;

Assim, com a vazão mínima de 0,8507 L/s, obtém-se, a partir da Equação 17, a altura
da lâmina líquida de 0,05168 m ou 5,168 cm.
De forma análoga, com a vazão máxima de 3,0625 L/s, a altura da lâmina líquida será
de 0,0863 m ou 8,63 cm.

7.2. Gradeamento

Os sólidos grosseiros contidos no esgoto bruto, além de desfavorecer o tratamento


biológico, prejudicam o funcionamento das bombas, tubulações e outros acessórios
necessários ao perfeito funcionamento da ETE.

A sua remoção diminui parcialmente a carga orgânica e contribui para melhoria do


desempenho das unidades subsequentes. Para a remoção destes sólidos, será utilizada uma
grade fina, localizada no canal de chegada do esgoto bruto. Ela terá um formato retangular de
0,5x3,0 cm e espaçamento de 10 mm, além de apresentar uma inclinação de 60° com a
horizontal.

7.2.1. Eficiência da Grade

A eficiência da grade representa a relação de ocupação do canal pelas barras da grade,


sendo, portanto, função do espaçamento entre barras e da espessura das barras, e é expressa
pela Equação 22.

100∗a
E= (22)
a+t

Onde:

 E é a eficiência da grade (%);


 a é o espaçamento das barras em m;
 T é a espessura das barras em m.

Com o espaçamento sendo de 0,01 m e a espessura de 0,005m, então a eficiência da


grade será de 66,67%.
7.2.2. Perda de Carga

Para as grades de limpeza manual, verifica-se a perda de carga para uma obstrução de
50%, ou seja, considerando a grade 50% suja. A perda de carga pode ser estimada pela
Equação 23:

h f =β ()
t 43
a
∗sin
θ∗v 2
2g
(23)

Onde:

 h f é a perda de carga em m;

 β é o fator que depende da seção das barras (2,42);


 θ é o angulo de inclinação da grade com a horizontal (60o );
 g é a aceleração da gravidade (9,81 m/s2 );
 v é a velocidade do fluxo entre as barras 50% sujas em m/s.

A altura da lâmina líquida a montante da grade é dada pela Equação 24:

H mg=H +(24)

Onde:

 H é a altura da lâmina líquida em m;


 β é o fator que depende da seção das barras (2,42).

A largura útil do canal é dada pela Equação 25:

Lu=L∗E(25)

Onde:

 Lé a largura do canal (0,3 m);


 E é a eficiência da grade.

A área útil do canal é dada pela Equação 26:

Au =Lu∗H mg (26)
E a velocidade entre as barras 50% sujas é dada pela Equação 27:

Q
v= (27)
A u∗E50

Na Tabela 2 são apresentados os resultados de perda de carga para a vazão mínima e


vazão máxima.

Tabela 2 – Perda de Carga

Vazão (m3 /s ) H mg (m) Lu (m) Au ( m )


2
v ( m/s ) h f (m)

0,00085 0,05429 0,2 0,010858 0,1566 0,00104


0,0030625 0,0943 0,2 0,01886 0,324761 0,004471

Fonte: Autores, 2021.

7.2.3. Material Retido da Grade

Considera-se que em grades finas ficam retidas 0,04 L MATERIAL/m3ESGOTO, para a vazão
média, a quantidade média de material retido é dada pela Equação 28:
0,04
M= ∗Q méd∗86400( 28)
1000

Com uma vazão média de 0,001701 m3/s, a quantidade média de material retido será
de 5,879 L/dia.
Deve-se retirar imediatamente o material retido na grade, com um rastelo, e
encaminha-lo ao seu destino final (incineração ou serviço de limpeza urbana), evitando assim
odores desagradáveis e proliferação de vetores.

7.3. Caixa de Areia

Para evitar que sólidos sedimentáveis presentes nos esgotos causem problemas no
funcionamento da ETE optou-se pela adoção de uma caixa retentora de areia, a montante da
elevatória, com o intuito de reduzir os efeitos de abrasão das tubulações e bombas de
recalque.
Será utilizada uma caixa de areia prismática, de seção retangular, por gravidade, para
retenção de partículas maiores que 0,2 mm e velocidade de sedimentação da ordem de 0,024
m/s.

7.3.1. Dimensões da Caixa de Areia

De acordo com a norma, a caixa terá dimensões que limitam a velocidade máxima de
fluxo em 0,4 m/s para a vazão máxima e velocidade mínima de fluxo de 0,20 m/s para a vazão
mínima.

A velocidade na caixa de areia é dada pela Equação (29):

Q
V= (29)
H∗b

Onde:

 V é a velocidade média de fluxo em m/s;


 b é a largura da caixa de areia.

Com b=0,05 m, para a vazão mínima, a velocidade será de 0,33 m/s e para a vazão
máxima será de0,71 m/s .

O comprimento da caixa de areia é dado pela Equação 30:

V ∗H=L∗V s (30)

Onde:

 L é o comprimento mínimo da caixa de areia em m;


 V s é a velocidade de sedimentação da partícula (0,024 m/s).

Assim, considerando a velocidade média do fluxo para a vazão máxima, a largura da


caixa será de 2,55 metros. Por segurança, devido ao efeito de turbulência, será adotado um
fator de segurança de 60%. Assim, a largura da caixa será de 4,08 metros, mas por facilidade
construtiva, adota-se 4,10 metros de largura.

7.3.2. Verificação da Taxa de Escoamento Superficial


A taxa de escoamento superficial deve ser menor que 1300 m³/m².dia e ela é dada pela
Equação 31:

Qmáx
Tx= (31)
L∗b

Assim, a taxa de escoamento será de 358,21 m³ /m2 . dia

7.3.3. Quantidade de Areia a ser Removida

Considerando que para rede de esgoto doméstico, o volume médio de areia removido é
de 0,003 L AREIA /m3ESG é calculada pela Equação 32:

0,003
V AREIA = ∗Q∗86400∗1000(32)
1000

Assim, para a vazão máxima a quantidade de areia a ser removida é de 0,794 L/ dia

7.3.4. Volume do Poço de Lodo

Considerando um período de limpeza de 60 dias, o volume do poço de lodo é


calculado pela Equação 33:

V POÇO=Q∗60(33)

Logo, para a vazão máxima, o volume do poço de lodo é de 0,184 m ³ .


A areia retirada do poço de lodo deverá ser transportada para o leito de secagem.
Depois de seca deverá ser encaminhada para a destinação final. O destino final desse material
deve ser o serviço de limpeza urbana.

7.4. Elevatória de Esgoto


7.4.1. Poço de Sucção da Elevatória;

Adotando a capacidade de bombeamento de 4,0 L/s e o tempo de detenção de 20 min,


calcula-se o volume a partir da Equação 34:

V =capb∗60 s /min ¿td (34)

Onde:
 capb é a capacidade de bombeamento em L/s;
 td é o tempo de detenção.

Assim, o volume do poço de sucção da elevatória é de 4,8 L/ s.

O diâmetro da linha de recalque é definido pela vazão de bombeio, Q = 4,0 L/s e será
dimensionado pela limitação da velocidade máxima no recalque em 1,5m/s, e é calculado pela
Equação 35:

D=
√ 4Q

(35)

Então, o diâmetro calculado é de 65mm, mas adota-se o diâmetro DN100.

Os diâmetros do recalque e da sucção foram definidos pela vazão da bomba, Q = 4,0


L/s e dimensionados pela limitação do diâmetro mínimo, resultando em DN 100.

Segundo a NBR 12208/92, calcula-se a altura manométrica da bomba. Foram


considerados nos cálculos os parâmetros como: altura mínima do poço de sucção, perda de
carga singular (aprox. 2m), perda de carga contínua, altura geométrica e a altura da tubulação
afluente. Assim, obtém-se altura manométrica de 10 m . c . a .

Deverão ser utilizados dois conjuntos motor- bomba do tipo centrífugas de rotor
aberto para vazão de 15 m3/h (4,167 L/s), altura manométrica de 10 m . c . a .

7.4.2. Tempos de Ciclos

O bombeamento a partir deste poço se fará com vazão de 4,0 L/s e executado por uma
bomba para 4,167 L/s ou 15 m³/h, com uma segunda em reserva, com uso alternado. Os
tempos e as condições de bombeamento estão descritos na Tabela 3.

Tabela 3 – Tempo e Condições de Bombeamento

Vazão Q Bombas (L/s) Tempo de bomb. Tempo de parada Ciclo


(L/s) (min) (min)
QMIN.DIA – 1,5 4,167 7,5 13,33 20,83
QMAXDIA– 1,7 4,167 8,1 11,76 19,86
QMÁXHOR–3,1 4,167 18,74 6,45 25,19
Fonte: Autores, 2022.

Assim, para a vazão mínima diária, obtém-se 7,5 minutos e 13,33 minutos para tempo
de bombeamento e tempo de parada, respectivamente. Para a vazão máxima diária, o tempo
de bombeamento e tempo de parada resultaram em 8,1 minutos e 11,76 minutos,
respectivamente. E para a vazão máxima horária, obtiveram-se 18,74 minutos e 6,45 minutos
para tempo de bombeamento e tempo de parada, respectivamente.

Então, o tempo de parada, ou seja, o intervalo de tempo para que o volume suba do
nível mínimo para o máximo é de 6,45 minutos. E o tempo de funcionamento, ou seja, o
intervalo de tempo para que o volume desça do nível máximo para o mínimo é de 18,74
minutos. Desta forma, o tempo de detenção máximo será de 25,19 minutos.

Logo, o volume efetivo do poço será dado pela Equação 36:

V ef =Qmed∗T detenção (36)

Assim, o volume efetivo é de 2.571,50 L ou2,6 m³ .

8. ESPECIFICAÇÕES

Em busca de minimizar o desgaste por corrosão, facilitar o manuseio e diminuir os


gastos, recomenda-se a utilização de tubos de PVC para redes coletoras de esgoto, do tipo JEI,
Vinilfort – Tigre ou similares.

Os materiais deterioráveis serão armazenados em local coberto, protegido contra a


umidade e outros agentes nocivos às suas qualidades. Materiais duráveis, poderão ser
armazenados a céu aberto, mas em local destinado a esse fim e cercado. Os poços de visita
devem ser construídos em tubos de concreto tipo ponta e bolsa com junta elástica.

8.1. Redes Coletoras


A rede será confeccionada em tubos de PVC, adequados ao uso em coleta de esgotos,
PVC RIGIDO VINILFORT (NB7362 EB644). A Rede inicia por um PV e ao longo do seu
comprimento, contará com mais 12 PVs adicionais.

8.2. Transporte e Armazenamento

O transporte, manipulação e emprego dos materiais devem ser realizados de forma que
suas características, suas formas e dimensões não se alterem. As operações de carga e
descarga serão procedidas com cuidado, por pessoal habilitado e utilizando equipamentos
e/ou ferramentas adequadas.

8.3. Locação da Obra

A locação da obra deve ser executada de acordo com as referências planialtimétricas


fornecidas em planta. No que diz respeito à locação e nivelamento da vala e da tubulação, as
cotas dos fundos das valas deverão ser verificadas de 20 em 20 metros, antes do assentamento
da tubulação, para que sejam obedecidas as cotas de projeto. As cotas de geratriz superior da
tubulação deverão ser verificadas logo após o assentamento e também antes do reaterro das
valas para correção de nivelamento. Os cadastros deverão ser apresentados através de
cadernetas de campo, nas quais constem croquis do elemento cadastrado, elementos e
informações coletados in situ e plantas cadastrais. Para a execução dos serviços de topografia,
a construtora deverá manter, quando necessário, a critério de fiscalização, durante o
expediente da obra e no canteiro de trabalho, 01 (um) topógrafo devidamente habilitado e 02
(dois) auxiliares.

8.4. Instalação do Canteiro de Obras

Será de responsabilidade da construtora providenciar instalações mínimas do canteiro


de obras. Consideram-se como instalações mínimas àquelas necessárias ao desenvolvimento
dos serviços técnicos e administrativos da obra, assim como ao atendimento do pessoal
empregado, escritório, almoxarifado, enfermaria para socorros de urgência, instalações
sanitárias para o pessoal do campo, pátio para estocagem e preparo dos materiais, redes de
distribuição de água e energia elétrica. O dimensionamento e o padrão das mesmas, assim
como as construções de outras instalações, ficam a critério da construtora.

8.5. Escavação de Valas


A escavação poderá ser do tipo comum, possível de execução manual ou mecânica,
executada em qualquer terreno, exceto rocha. Deverá ser precedido ao desmatamento,
destocamento e limpeza para remoção de obstruções naturais, tais como árvores, arbustos,
tocos, raízes, entulhos e matacões, porventura existentes nas áreas destinadas a implantação
da obra a nas de empréstimos. Terminadas as operações de desmatamento e destocamento, a
construtora procederá a raspagem da superfície do terreno. A remoção ou derrubada das
árvores será feita mediante anuência dos órgãos competentes.

8.6. Regularização do Fundo da Vala

O fundo da vala deve ser regular e uniforme, obedecendo a declividade prevista no


projeto, isento de saliências e reentrâncias. As eventuais reentrâncias devem ser preenchidas
com material adequado convenientemente compactado de modo a se obterem as mesmas
condições de suporte do fundo da vala normal.

8.7. Greide Final de Escavação

A tubulação sobre a fundação deve ser apoiada sobre berço de material adequado,
deve estar isento de rochas ou qualquer outro material duro, quando isto ocorrer se utilizará
com colchão de areia de 10cm de espessura, recobrindo os fundos de vala comprometidos.

8.8. Descarga dos Tubos

A descarga deve ser feita adotando-se todos os cuidados necessários a segurança dos
operários e de modo a evitar danos aos tubos, conexões e anéis de junta, devendo-se observar
o seguinte.

Deverão ser providenciados, em tempo hábil, os dispositivos e equipamentos


eventualmente necessários à descarga nos locais escolhidos, bem como para o empilhamento
dos tubos e estocagem das conexões e anéis.

As descargas dos tubos devem ser feitas pelas laterais do caminhão, com os homens
necessários em função do diâmetro e peso dos tubos. Os tubos e conexões não devem ser
arrastados a fim de não danificar suas extremidades;

No caso de utilizar meios mecânicos para a descarga, deve-se tomar os devidos


cuidados para que os cabos ou cordas utilizadas não danifiquem o material;
Os anéis de junta devem ser descarregados em suas embalagens originais.

8.9. Transporte e Armazenamento

O transporte, manipulação e emprego dos materiais devem ser realizados de forma que
suas características, suas formas e dimensões não se alterem. As operações de carga e
descarga serão procedidas com cuidado, por pessoal habilitado e utilizando equipamentos
e/ou ferramentas adequadas.

8.10. Assentamento das Tubulações

Os tubos devem ser colocados com sua geratriz inferior coincidindo com o eixo do
berço de modo a que as suas bolsas fiquem nas escavações previamente preparadas,
assegurando um apoio contínuo do corpo do tubo.

8.11. Alinhamento e Nivelamento das Tubulações

Executando o encaixe, procede-se o alinhamento da tubulação. Se necessário podem


ser cravados piquetes ou calços laterais para assegurar o alinhamento da tubulação,
especialmente quando se tratarem de trechos executados em curva. O nivelamento deve ser
feito obedecendo-se o disposto na NB-37.

8.12. Testes e Limpeza Final

Antes do completo recobrimento da tubulação, serão realizados testes para verificação


da montagem. Antes de solicitar o Recebimento Técnico Provisório da Obra, deve-se
proceder a limpeza da tubulação e terminais de inspeção, deixando a linha completamente
desimpedida de lama, tocos de madeira, restos de concreto e de todo elemento que prejudique
o escoamento.

8.13. Recobrimento das Tubulações

Uma vez assentada à tubulação, as valas são reaterradas com o resultado da própria
escavação, quando no material se notar a presença de pedras, pedaços de tijolos, pedaços de
madeira, torrões e similares estes deverão ser retirados.

O reaterro é feito por camadas úmidas, sucessivas e compactadas. Quando este é assim
executado deve apresentar uma saliência sobre o terreno, o excesso de aterro resultante desta
saliência destina-se a absorver a acomodação lenta do aterro. Deverá ser executado de modo a
oferecer condições de segurança às estruturas e tubulações e o bom acabamento da superfície.

No caso de o material proveniente da escavação não ser adequado para a execução do


aterro, deverá ser utilizado material recomendado. Após a execução do aterro todo o material
proveniente da escavação que não houver sido utilizado deverá ser removido ao bota-fora.

8.14. Aterros

Os materiais a empregar em aterros serão, em geral, os produtos procedentes das


escavações realizadas na obra, ou dos locais de empréstimo especificados no projeto ou
autorizados pela fiscalização.

8.15. Ligações Domiciliares

As Ligações Domiciliares são individuais (uma para cada lote) e são confeccionadas a
partir de um selim também em PVC com Tubos e Conexões em PVC Branco reforçado
PVCR, e Caixas de inspeção de concreto ou PVC.

8.16. Caixa de Inspeção

Deverão ser pré-moldadas em concreto ou em PVC. As dimensões da caixa são 0,50m


x 0,50 m, para a de seção quadrada e 0,50 m de diâmetro para a de seção circular, tendo a
altura variável e compatível com imóvel a sanear. A tampa da caixa de inspeção poderá
distorcer com o piso da calçada.

8.17. Pré-Tratamento

A grade, a caixa de areia e o vertedor serão pré-fabricados em fibra de vidro instalados


na estação elevatória, com formas e dimensões dadas em planta.

8.18. Estação Elevatória

A estação elevatória será conforme dimensionado no item 7.


9. REFERÊNCIAS

Conheça as etapas de tratamento do esgoto. Disponível em: <


https://blog.brkambiental.com.br/etapas-tratamento-de-esgoto/ > Acesso em: 14 fev 2022.

Entenda como funciona uma estação de tratamento de esgoto? Disponível em: <
https://blog.brkambiental.com.br/estacao-de-tratamento-de-esgoto/ > Acesso em: 14 fev 2022.

Esgotamento sanitário: o que acontece após o esgoto sair da sua casa? Disponível em: <
https://blog.brkambiental.com.br/esgotamento-sanitario/#:~:text=O%20que
%20%C3%A9%20esgotamento%20sanit%C3%A1rio,de%20forma%20adequada
%20%C3%A0%20comunidade. > Acesso em: 06 fev 2022.

Esgoto Doméstico. Disponível em: < https://acquablog.acquasolution.com/tudo-que-voce-


precisa-saber-sobre-esgoto-domestico/ > Acesso em: 06 fev 2022.

Infiltração de Água na Rede de Esgoto. Disponível em: <


https://www.jorcyaguiar.com/2012/09/infiltracao-de-agua-na-rede-de-esgoto.html > Acesso
em: 06 fev 2022.

O que é um Sistema de Esgotamento Sanitário. Disponível em: <


https://trato.casan.com.br/o-que-e-um-sitema-de-esgotamento-sanitario-ses/ > Acesso em: 06
fev 2022.

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