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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL ARQUITETURA E


URBANISMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS DA BACIA


DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

LUCIANA CARLA FERREIRA DE SOUZA

CAMPINAS
FEVEREIRO DE 2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL ARQUITETURA E
URBANISMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS DA BACIA


DO RIO JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

LUCIANA CARLA FERREIRA DE SOUZA


ORIENTADOR: Prof. Dr. DIRCEU BRASIL VIEIRA

Dissertação de Mestrado apresentada à


Comissão de pós-graduação da
Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Campinas,
como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Engenharia
Civil, na área de concentração de
Recursos Hídricos

CAMPINAS
FEVEREIRO DE 2005

ii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

Souza, Luciana Carla Ferreira de


So89v Verificação de parâmetros hídricos da Bacia do Rio
Jaguari no município de Jaguariúna / Luciana Carla
Ferreira de Souza.--Campinas, SP: [s.n.], 2005.

Orientador: Dirceu Brasil Vieira.


Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo.

1. Bacias hidrográficas. 2. Estações hidrográficas. 3.


Recursos hídricos - Desenvolvimento. 4. Água-
Qualidade. I. Vieira, Dirceu Brasil. II. Universidade
Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

Título em Inglês: The verification of hydric parameters in the Jaguari


river’s Basin in Jaguariuna county.
Palavras-chave em Inglês: Hydrographic basin, Watershed, Hidrology
regionalization, Water resources development e
Water quality
Área de concentração: Recursos Hídricos.
Titulação: Mestre em Engenharia Civil
Banca examinadora: Ronaldo Stefanutti e Silvana Moreira
Data da defesa: 28/02/2005

iii
Dedicatória:

Aos meus pais Luciano e Carlota


Com carinho e gratidão

v
Agradecimentos

A Santíssima Trindade e a Nossa Senhora Desatadora dos Nós.

Ao Prof. Dr. Dirceu Brasil Vieira, pela confiança depositada, incentivo e orientação.

Ao meu irmão Dr. Rodrigo Augusto Ferreira de Souza pela grande ajuda e orientação.

Aos membros da banca de qualificação, Prof. Dr. Edson J. A. Nour e ao Prof. Dr. Ronaldo
Stefanutti, pelas suas grandes orientações.

Ao amigo Marcelo Balbino do Laboratório de Hidrologia do departamento de Recursos


Hídricos, FEC-UNICAMP

A amiga Paula Mendes, da secretaria de pós-graduação da faculdade de Engenharia Civil-


Universidade Estadual de Campinas, pela carinho e orientação.

Aos meus pais Luciano e Carlota pelo carinho e compreensão.

As tias Leda, Zélia e Eliana, por todas as orações.

MUITO OBRIGADO !

vi
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS............................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS.............................................................................................. xi
RESUMO................................................................................................................... xiii
ABSTRACT............................................................................................................... xiv
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
2 OBJETIVO............................................................................................... 3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 4
3.1 Os recursos hídricos no Brasil.................................................................... 4
3.2 O gerenciamento dos recursos hídricos no Estado de São Paulo............... 6
3.3 Desenvolvimento sustentável e recursos hídricos...................................... 9
3.4 Planejamento e gestão dos recursos hídricos............................................. 11
3.5 Demanda de recursos hídricos.................................................................... 14
3.6 Sistema Cantareira...................................................................................... 17
3.7 Vazão de estiagem...................................................................................... 19
3.8 Vazão de enchente...................................................................................... 21
3.9 Regionalização Hidrológica....................................................................... 22
3.10 Indicadores de sustentabilidade do uso dos recursos hídricos................... 22
3.11 Bacia do Jaguari......................................................................................... 23
3.11.1 Ocupação da Bacia do Jaguari................................................................... 26
3.12 Uso da água................................................................................................ 29
3.12.1 Abastecimento público............................................................................... 29
3.12.2 Abastecimento industrial........................................................................... 33
3.12.3 Irrigação..................................................................................................... 35
3.13 Municípios de Jaguariúna, Cosmópolis e Morungaba............................... 37
3.13.1 Município de Jaguariúna............................................................................ 37
3.13.2 Município de Cosmópolis.......................................................................... 39
3.13.3 Município de Morungaba........................................................................... 41
4 METODOLOGIA.................................................................................... 43
4.1 Caracterização da bacia hidrográfica......................................................... 43
4.1.1 Isolamento da bacia hidrográfica............................................................... 43
4.2 Características Morfológicas..................................................................... 43
4.2.1 Forma da bacia........................................................................................... 43
4.2.1.1 Coeficiente de compacidade....................................................................... 44
4.2.1.2 Fator de forma............................................................................................ 44
4.2.3 Sistema de drenagem................................................................................. 45
4.2.4 Densidade de drenagem............................................................................. 45
4.2.3.2 Extensão Média do escoamento superficial............................................... 46
4.2.3.3 Sinuosidade do curso d’água...................................................................... 46
4.3 Estudo qualitativo de água......................................................................... 47
4.4 Vazão......................................................................................................... 48
4.4.1 Medição da vazão pelo método do molinete.............................................. 50
4.4.2 Método de transferência espacial de informação....................................... 51
4.4.3 Vazão mínima............................................................................................ 51

vii
4.4.4 Vazão de enchente...................................................................................... 54
4.5 Aplicação da metodologia dos indicadores de sustentabilidade dos
recursos hídricos......................................................................................... 56
4.5.1 Densidade Demográfica............................................................................. 56
4.5.2 Índice de urbanização................................................................................. 57
4.5.3 Índice de cobertura vegetal natural............................................................ 57
4.5.4 Índice de reflorestamento........................................................................... 57
4.5.5 Índice de consumo efetivo de água per capita............................................ 57
4.5.6 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas
naturais Q7,10 e Q95%................................................................................... 58
4.5.7 Índice de atendimento por coleta de esgotos.............................................. 58
4.5.8 Índice de atendimento por tratamento de esgotos...................................... 58
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................... 59
5.1 Localização da Bacia do Jaguari................................................................ 59
5.2 Caracterização da bacia hidrográfica......................................................... 64
5.2.1 Isolamento da bacia hidrográfica............................................................... 64
5.3 Características morfológica........................................................................ 65
5.4 Estudo qualitativo da água......................................................................... 67
5.5 Vazões........................................................................................................ 70
5.6 Vazão mínima............................................................................................ 73
5.7 Vazão de enchente..................................................................................... 74
5.8 Vazões e parâmetros.................................................................................. 76
5.8.1 pH............................................................................................................... 76
5.8.2 Temperatura............................................................................................... 77
5.8.3 Condutividade............................................................................................. 78
5.8.4 Oxigênio Dissolvido................................................................................... 79
5.8.5 Demanda Química de Oxigênio................................................................. 80
5.8.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio............................................................ 82
5.8.7 Coliforme Total.......................................................................................... 84
5.8.8 Coliforme Fecal.......................................................................................... 86
5.9 Aplicação da metodologia dos indicadores de sustentabilidade dos
recursos hídricos......................................................................................... 88
5.9.1 Densidade demográfica.............................................................................. 88
5.9.2 Índice de urbanização................................................................................. 89
5.9.3 Índice de cobertura vegetal natural............................................................. 91
5.9.4 Índice de reflorestamento........................................................................... 92
5.9.5 Índice de consumo efetivo de água per capita............................................ 93
5.9.6 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas
naturais Q7,10 e Q95%................................................................................... 95
5.9.7 Índice de atendimento por coleta de esgotos.............................................. 96
5.9.8 Índice de atendimento por tratamento de esgotos...................................... 97
6 CONCLUSÕES......................................................................................... 98
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 100
ANEXO I.................................................................................................................... 110
ANEXO II.................................................................................................................. 123
ANEXO III................................................................................................................. 134

viii
LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 - Esquema do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia


Elétrica)..................................................................................................... 17
Figura 3.2 - Perfil do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia Elétrica 18
Figura 3.3 Delimitação da Bacia do Jaguari e seus Municípios (Consórcio
Intermunicipal das Bacias do Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí)......... 24
Figura 4.1 Ponto de coleta para análise da qualidade da água................................... 48
Figura 4.2 Vista aérea do ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça).......... 49
Figura 4.3 Ponte de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça).................................. 49
Figura 5.1 Imagem do satélite TM Landsat da bacia do rio Jaguari.......................... 59
Figura 5.2 Bacia do Jaguari com seus principais corpos d’água e seus tributários... 60
Figura 5.3 Representação do uso e ocupação do solo................................................ 61
Figura 5.4 Representação da utilização das áreas, na Bacia do Jaguari..................... 62
Figura 5.5 Classificação das cotas altimétricas......................................................... 63
Figura 5.6 Comparativos das vazões e o parâmetro de pH medidos em Jaguariúna
no ano 2003 e 2004 .................................................................................. 76
Figura 5.7 Comparativos das vazões e o parâmetro de temperatura medidos em
Jaguariúna no ano 2003 e 2004................................................................ 77
Figura 5.8 Comparativos das vazões e o parâmetro de condutividade medidos em
Jaguariúna no ano de 2003 e 2004........................................................... 78
Figura 5.9 Comparativos das vazões e o parâmetro de oxigênio dissolvido
medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004....................................... 79
Figura 5.10 Comparativos das vazões e o parâmetro de demanda química de
oxigênio medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004........................ 80
Figura 5.11 Comparativos das vazões e o parâmetro de demanda bioquímica de
oxigênio medidos em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004........................ 82
Figura 5.12 Comparativos das vazões e o parâmetro de coliformes totais medidos
em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004..................................................... 84
Figura 5.13 Comparativos das vazões e o parâmetro de coliformes fecais medidos
em Jaguariúna no ano de 2003 e 2004...................................................... 86

ix
Figura 5.14 Densidade demográfica............................................................................ 89
Figura 5.15 Índice de urbanização............................................................................... 90
Figura 5.16 Índice de cobertura vegetal natural........................................................... 92
Figura 5.17 Índice de reflorestamento......................................................................... 93
Figura 5.18 Índice de consumo efetivo de água per capita.......................................... 94
Figura 5.19 Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas.......... 95
Figura 5.20 Índice de atendimento por coleta de esgotos............................................ 96
Figura 5.21 Índice de atendimento por tratamento de esgotos.................................... 97

x
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 População residente nos municípios da bacia do Jaguari........................ 28


Tabela 3.2 Taxa de crescimento anual da população (em %)................................... 30
Tabela 3.3 Taxa de Urbanização (em %).................................................................. 31
Tabela 3.4 Índice de Atendimento de Abastecimento de Água................................ 32
Tabela 3.5 Números de industrias na bacia do Jaguari............................................. 33
Tabela 3.6 Maiores consumidores industriais de água na bacia do Jaguari.............. 34
Tabela 3.7 Demandas para o abastecimento industrial (m3/s).................................. 34
Tabela 3.8 Número de irrigantes na bacia do rio Jaguari.......................................... 36
Tabela 5.1 Área de drenagem da bacia 1, bacia 2 e bacia 3...................................... 64
Tabela 5.2 Características morfológicas da bacia 1.................................................. 65
Tabela 5.3 Características morfológicas da bacia 2.................................................. 66
Tabela 5.4 Características morfológicas da bacia 3.................................................. 66
Tabela 5.5 Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna no
ano de 2003............................................................................................. 67
Tabela 5.6 Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna no
ano de 2004............................................................................................. 68
Tabela 5.7 Vazões medidas e vazões calculadas no município de Jaguariúna......... 70
Tabela 5.8 Comparativo das vazões específicas dos municípios de Morungaba,
Jaguariúna e Cosmópolis........................................................................ 71
Tabela 5.9 Vazão mínima dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e
Cosmópolis............................................................................................. 73
Tabela 5.10 Vazão específica em relação a Q 7,10 e Q95%........................................... 73
Tabela 5.11 Vazão máxima pelo método de Log de Pearson Tipo III........................ 74
Tabela 5.12 Vazão máxima pelo método de Gumbel................................................. 75
Tabela 5.13 Densidade demográfica........................................................................... 88
Tabela 5.14 Índice de urbanização.............................................................................. 90
Tabela 5.15 índice de cobertura vegetal natural.......................................................... 91
Tabela 5.16 Índice de Reflorestamento....................................................................... 92
Tabela 5.17 :índice de consumo efetivo de água per capita........................................ 94

xi
Tabela 5.18 Captação urbana (m3/s), disponibilidade hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s) e
respectivos índices.................................................................................. 95
Tabela 5.19 Índice de atendimento por coleta de esgotos........................................... 96
Tabela 5.20 Índice de atendimento por tratamento de esgotos 97

xii
RESUMO

VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO


JAGUARI NO MUNICÍPIO DE JAGUARIÚNA

A demanda crescente dos recursos hídricos, requer o desenvolvimento de


mecanismos eficazes para o gerenciamento desses recursos. A implantação de diretrizes de
gestão de recursos hídricos necessita de instrumentos práticos e eficazes, para auxiliar a
tomada de decisões. Neste trabalho, se propõe como instrumento de auxílio em gestão de
recursos hídricos, o estudo através de escalas de bacias hidrográficas, possibilitando a
integração dos fatores que condicionam a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos,
com seus respectivos condicionamentos físicos e antrópicos. Dessa forma, o principal
objetivo desse trabalho, é a regionalização hidrológica obtida através do processo da
transferência de informações de estações fluviométricas, para locais intermediários
desprovidos de informação. O processo requer informações fluviométricas de estações
situadas à montante e à jusante, do local objeto de estudo. Paralelamente à transferência das
informações obtidas das estações fluviométricas localizadas à montante e à jusante do local
de estudo, foram feitas em campo, medidas de vazões pelo método do molinete e realizadas
análises qualitativas da água do local de medição, com o objetivo de levantar dados que
permitissem a comparação dos resultados. Comparados os resultados, verificou-se que
embora obtidos por diferentes processos, eles apresentavam uma boa proximidade. Essa
proximidade de resultados comprova a adequabilidade da proposta de estudo das bacias
hidrográficas, com base na transferência de informações, para fins de diagnóstico da área
da bacia.

Palavras Chaves: Bacia hidrográfica, gestão de recursos hídricos, regionalização


hidrológica e qualidade de água.

xiii
ABSTRACT

The verification of the hydric parameters in the Jaguari River´s Basin in


Jaguariuna County

The increasing demand of the hydric resources requires the development of efficient
mechanisms to the management of those resources. The implantation of hydric resources
management guidelines needs practical and efficient instruments to help when taking
decisions. In this research it is proposed, as an auxiliary instrument in the hydric resources
management, the study through the scales of the hydrographic basins which makes possible
the integration of the factors that condition the quality and quantity of the hydric resources
with their respective physical and antropic conditioning . Thus , the main objective of this
research is the hydrologic regionalization, obtained by the transference information process
from streamflow stations to intermediate sites with no information. The process requires
information streamflow of stations set at the downstream and at the upstream of the place
object of the study . Besides the transference of information obtained from the streamflow
stations set at the downstream and at the upstream of the researched place, it was also done,
in field, the measurement of the flows by the windlass method and a qualitative analysis of
the water from the place where the measurement took place, with the objective of gathering
data that allowed the comparison of the results. When comparing the results it was possible
to find out that, although, the results have been obtained by different processes, they were
very close. The similar results prove the suitableness of the hydrographic basin´s study
proposal based on the information transference , focusing the diagnosis of the basin´s area .

Key Words: hydrographic basin, water resources management, hydrology regionalization,


water quality

xiv
1 - INTRODUÇÃO

Os estudos dos recursos naturais são determinados pela escala de bacias


hidrográficas. Essa escala é uma unidade de paisagem capaz de integrar todos os
componentes que estão relacionados com a qualidade e quantidade de água, tais como,
atmosfera, cobertura vegetal, solos, geologia e paisagem circundante (Rocha , 1989).
A bacia hidrográfica é uma área definida e fechada topograficamente, drenada por
um curso d´água ou um sistema conectado de cursos d’água, de forma que a vazão afluente
possa ser medida ou descarregada através de uma simples saída..
Este estudo, em escala de bacia hidrográfica, possibilita a integração dos fatores que
condicionam a qualidade e quantidade dos recursos hídricos com seus condicionamentos
físicos e antrópicos, além de demonstrar perfeita compatibilidade com as políticas
relacionadas à conservação do solo e à gestão dos recursos hídricos (Prochnow, 1985).
Os tipos de cobertura e de uso da bacia hidrográfica, constituem partes importantes
do estudo e uma referência para avaliação do comportamento hidrológico da bacia. A
tendência, cada vez mais acentuada, de ocupação de todas as partes do globo pelo homem
para aproveitar os materiais disponíveis, faz com que o tipo de cobertura do terreno de uma
bacia se modifique, em alguns casos substancialmente, alterando as características da bacia
no tempo (Garcez & Alvarez 1988).
Quando áreas geográficas estão ameaçadas de escassez de água, o homem é
obrigado a desenvolver esforços para conhecer esse recurso natural, visando um melhor
aproveitamento desse recurso vital à sobrevivência - a água (Silva Junior, 1990).
Numa bacia hidrográfica, qualquer ação exercida em um determinado ponto, por
menor que seja, pode repercutir a quilômetros de distância. Todos os componentes das
bacias hidrográficas encontram-se interligados e os rios são os veículos dessa integração.
Devido a essa interligação natural, as bacias hidrográficas são excelentes unidades de
planejamento e gerenciamento. A menor unidade de administração para propósito de
planejamento e gerenciamento é o município. Um município pode conter várias bacias
hidrográficas pequenas e por outro lado, uma bacia de drenagem maior, poderá abranger
vários municípios. As bacias hidrográficas são como unidades físico-territoriais para fins de
planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. De modo que, realizando-se um

1
diagnóstico da região, levantando suas características e seus principais problemas,
constitui-se todo tipo de informação sobre a bacia.
A proteção dos recursos hídricos depende fundamentalmente de medidas
disciplinadoras do uso do solo na bacia. Há necessidade de uma concepção do
planejamento dos recursos hídricos, definindo os objetivos, as medidas de eficiência,
identificação de planos alternativos, hierarquização das alternativas e a seleção da melhor
alternativa (Herman, 1983).
A qualidade final da água no rio ou lago, reflete necessariamente as atividades que
são desenvolvidas em toda a bacia, cada um dos usos do seu espaço físico, produzindo
assim um efeito específico e característico (Porto,1991).
As intensas transformações ambientais decorrentes do grande desenvolvimento
econômico da bacia do rio Jaguari, aliado à reversão de água da bacia do Piracicaba pelo
sistema Cantareira, constituem novos desafios para gestores dos escassos recursos hídricos.
Nesse contexto, conhecer o quadro sócio-ambiental e as condições hídricas, são passos
imprescindíveis para o estabelecimento das prioridades de uso da água e das metas, que têm
como objetivo manter o equilíbrio ecológico dos corpos d`água.
Neste contexto, procurou-se direcionar o trabalho para análise de ferramentas de
auxílio à tomada de decisão para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos. Para isso
utilizou-se um estudo quantitativo e qualitativo, visando auxiliar as ações de proteção,
recuperação e conservação de recursos hídricos. Para tanto, definiu-se como objeto do
estudo as vazões do rio Jaguari medidas no município de Jaguariúna, comparadas com as
vazões obtidas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), resultantes de
medições nos municípios de Morungaba e Cosmópolis, que pertencem à mesma bacia
hidrográfica bacia do Rio Jaguari.
Portanto, dentro da bacia do Jaguari foram isoladas 3 seções: uma seção em
Jaguariúna, uma seção à montante em Morungaba e uma seção à jusante em Cosmópolis.
Através de dados fluviométricos conhecidos, obtidos nos municípios de Morungaba e
Cosmópolis, foram calculados os dados fluviométricos através da transferência de
informação, para a seção de Jaguariúna.
A partir de 1970, ocorreu um grande desenvolvimento econômico e demográfico da
região em estudo, que passou a ter um papel marcante em termos de concentração da

2
atividade industrial e de concentração populacional. O processo de ocupação dessa região é
marcado pela sua localização estratégica e também por suas características ambientais, que
favorecem o desenvolvimento agrícola e industrial e a conseqüente centralização destas
atividades econômicas.
A grande concentração populacional e o crescimento econômico acentuado,
provocaram fortes alterações físicas, biológicas e químicas da água disponível, devido à
utilização diversificada e a contaminação por despejos. Por outro lado, a reversão de cerca
de 31 m3/s de água pelo Sistema Cantareira na década de setenta, destinados ao
abastecimento da região metropolitana de São Paulo, gerou uma escassez da água na bacia
do rio Jaguari, que aliada à degradação ambiental, ao crescimento econômico desordenado
e aos desperdícios generalizados, evidenciam a importância de estudos voltados para a
preservação e gestão de recursos hídricos.

2 – OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo estudar quantitativamente e qualitativamente


o rio Jaguari em uma seção localizada na cidade de Jaguariúna e, paralelamente, verificar
de que forma esses resultados poderão estar afetando o desenvolvimento da região,
especialmente, na interferência da degradação hídrica da bacia.
Os dados coletados no campo, foram comparados com os obtidos nas Estações
Fluviométricas operadas pelo DAEE, localizadas à montante de Jaguariúna (Estação 3D-
009 Buenópolis, em Morungaba) e à jusante (Estação 4D-001 Usina Ester, em
Cosmópolis), que dispõem de ampla série de dados e, dessa forma, estabelecer correlações
desses parâmetros com o uso e ocupação do solo, visando levantar subsídios que
fundamentem o planejamento e a racionalização do uso da água.
Portanto, através de duas seções conhecidas, uma à montante e uma à jusante que
dispunham de ampla série de dados, foi feita uma regionalização hidrológica que é o
processo de transferência de informações para uma seção que não contenha dados. Os
resultados de transferência de informação foram comparados com os dados resultantes das
medições em campo, na seção de Jaguariúna e também com os resultados das análises de
qualidade de água efetuadas.

3
3-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 - Os Recursos Hídricos no Brasil

A água é essencial à vida tanto animal como vegetal. Indispensável para o ser
humano, quer para consumo próprio, quer para o desenvolvimento de atividades industriais
e agrícolas. Embora a maior parte do planeta seja coberta com água, nas últimas décadas, a
humanidade vem se defrontando com uma série de problemas ambientais, quase todos
direta ou indiretamente ligados com o tema água. As preocupações com o ambiente e, em
particular com a água, adquirem especial importância, pois as demandas estão se tornando
cada vez maiores, sob o impacto do crescimento acelerado da população e do maior uso da
água, imposto pelos padrões de conforto e bem estar da vida moderna. A qualidade das
águas da terra (nos rios, lagos naturais e represas), vem sendo degradada de uma maneira
alarmante e esse processo pode ser irreversível, principalmente, nas áreas mais densamente
povoadas dos países emergentes como o Brasil (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).
As conseqüências do processo inadequado de crescimento são as alterações nas
características do meio natural, pois a ocupação do ambiente natural ocorre geralmente,
com a remoção da cobertura vegetal. O desmatamento, quando feito de forma inadequada,
resulta em vários impactos ambientais, tais como: modificações climáticas, danos à flora e
à fauna, descobrimento do solo e remoção da camada fértil, assoreamento dos recursos
hídricos, aumento do escoamento superficial da água, redução das infiltrações e erosão
(Mota, 1999).
Conforme citam Rebouças, Braga e Tundisi (1999), o critério mundial de
classificação ambiental das águas da terra designa como água doce, aquela que pode ser
utilizada mais facilmente para abastecimento público, apresentando salinidade inferior a
1000 mg/l, ou mais propriamente, teor de Sólidos Totais Dissolvidos (STD), pois as
substâncias em solução não são, necessariamente, sais. Estas águas ocorrem nas porções de
terras emersas (os continentes, as ilhas e similares) fluindo pelos rios, riachos, córregos,
formando geleiras, depósitos subterrâneos, enchendo lagoas, lagos, represas ou açudes,
formando pantanais ou encharcados, sendo por isso também chamados de água interiores.

4
A partir da Revolução Industrial, o crescimento desordenado e localizado das
demandas, associado aos processos de degradação da qualidade da água, vem acarretando
sérios problemas de escassez, com características quantitativas e/ou qualitativas e, portanto,
conflitos de uso, até mesmo nas regiões naturais com excedente hídrico. A intensificação
das atividades humanas e o adensamento populacional também são responsáveis pela
poluição. O disciplinamento do uso e ocupação da terra deve ser observado para que se
tenha a preservação do meio ambiente, ou seja, uma medida preventiva contra a poluição
(Rebouças, Braga e Tundisi 1999).
Em seqüência ao período industrial, os fenômenos sociais, políticos e econômicos
foram demasiadamente intensificados e, em decorrência desses fenômenos, houve uma
grande reflexão sobre os meios físicos, sociais e biológicos. Esses fenômenos interagem
conjuntamente, causando impactos ambientais significativos e gerando graves mudanças no
equilíbrio do ecossistema (Negri,1988).
A qualidade final da água no rio, no lago, na represa ou aqüífero subterrâneo,
depende necessariamente das atividades que são desenvolvidos em todo a bacia
hidrográfica, cada atividade produzindo um efeito específico e característico (Porto, 1991).
No Brasil, a gestão de recursos hídricos está em fase de reformulação de seus
instrumentos para atender as exigências impostas pela lei n° 9.433, de 7 de Janeiro de 1997.
Entre outros aspectos, essa lei instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do
artigo 21 da Constituição Federal, impondo uma nova abordagem à questão água. Dessa
forma, esse líquido passa a ser focalizado como um recurso natural limitado e dotado de
valor econômico. Esse novo “modelo de gestão” dos recursos hídricos, fundamentado na
gestão descentralizada e participativa, requer novos instrumentos operacionais, além do
amadurecimento cultural e político da sociedade (Pompermayer, 2003).
Essa Lei estabelece que a Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos
seguintes fundamentos: a água é um bem de domínio público; a água é um recurso natural
limitado e dotado de valor econômico; em situações de escassez, o uso prioritário dos
recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; a gestão dos recursos
hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica é a
unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação

5
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; a gestão dos recursos
hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos
usuários e das comunidades. Esta Lei também estabelece as diretrizes de gestão sistemática
dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; a adequação
da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas,
sociais e culturais das diversas regiões do País; a integração da gestão de recursos hídricos
com a gestão ambiental; a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos
setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional; a articulação da
gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; a integração da gestão das bacias
hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.

3.2 – O Gerenciamento dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo

No estado de São Paulo os primeiros detalhes sobre gestão de recursos hídricos


ocorreram a partir de 1983, quando se realizou o I Encontro Nacional de Órgãos Gestores
de descentralização do DAEE, que proporcionou a criação de diretorias de Bacias
Hidrográficas (DAEE, 2001). Outro marco importante no gerenciamento, foi à instituição
do Conselho Estadual de Recursos hídricos (CRH) em 1987, constituído por titulares de
Secretarias do Estado, encarregado de propor a estruturação de um Sistema Integrado de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGRH) e a elaboração do Plano Estadual de
Recursos Hídricos (PERH). Posteriormente sua constituição foi modificada e adaptada às
disposições da Lei 7663/91, incluindo a participação de prefeitos municipais e
representantes da sociedade civil (DAEE, 2001).
A Lei nº 7.663 de 30 de Dezembro de 1991 estabeleceu os objetivos, princípios,
diretrizes e instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, que fundamentou o
gerenciamento descentralizado, integrado e participativo, adotando a bacia hidrográfica
como unidade físico-territorial de planejamento e gerenciamento e reconheceu a água como
um bem público de valor econômico, defendendo o princípio “usuário-pagador” (CBH-
PCJ, 1996 ).

6
No Plano Estadual de Recursos Hídricos 2000-2003 do Estado de São Paulo, a
gestão de recursos hídricos é o conjunto de ações que visam o aproveitamento múltiplo e
racional dos recursos hídricos com o atendimento satisfatório de todos os usos e usuários,
em quantidade e padrões de qualidade. Essas ações visam o controle, a conservação, a
proteção e recuperação desses recursos com distribuição eqüitativa dos custos entre
usuários e beneficiários (DAEE 2001).
Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) no Estado de São Paulo vêm
ganhando, nos últimos anos, ampliadas dimensões com a implantação progressiva da Lei
7.663/91, que prevê a criação descentralizada de CBHs em todo o estado. De composição
tripartite (Estado, Município e Sociedade Civil), os CBHs tem por função a elaboração dos
Planos de Bacia e Relatórios de Situação, e, em regiões onde os conflitos da água são mais
presentes, poderá ocorrer à implantação das chamadas Agências de Bacias, que terão o
encargo de gerenciar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, bem como a administração
e aplicação desses recursos nas próprias bacias onde serão arrecadados (Morandi e Gil,
2000).
Paralelamente à criação dos Comitês, o governo Federal tem incentivado iniciativas
locais, tais como a formação de Consórcios Intermunicipais de Bacias Hidrográficas. Estas
são iniciativas, onde os governos locais e os usuários estabelecem prioridades para o
desenvolvimento da bacia, com base nos princípios do desenvolvimento sustentável. Como
exemplo de experiência de gestão internacional de recursos hídricos, é importante
mencionar a criação do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba e
Capivari, no Estado de São Paulo. Em 1989, 12 prefeitos reuniram-se e criaram o referido
Consórcio Intermunicipal, com o objetivo de promover a recuperação e proteção de
mananciais. Essa organização reúne atualmente 38 municípios e 20 empresas privadas,
sendo considerada a associação de usuários de recursos hídricos mais bem estruturado do
país (Pompermayer, 2003).
O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH –
PCJ) foi criado pela Lei nº 7663, de 30 de Dezembro de 1991, é um órgão colegiado
consultivo e deliberativo, de nível regional e estratégico do Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH), com sua atuação nas Bacias Hidrográficas
dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e essas bacias formam a Unidade de Gerenciamento

7
de Recursos Hídricos nº 5 (UGRH 5) que foi criado pela Lei Estadual nº 9.034, de 27 de
Dezembro de 1994. Esse Comitê foi o primeiro comitê de bacia do Estado de São Paulo e
sua criação constituiu um marco histórico de novos rumos à gestão descentralizada e
participativa de recursos hídricos, do estado de São Paulo (Pompermayer, 2003).
A CETESB - Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo - é a
agência do Governo do estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização,
monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, com a preocupação
fundamental de preservar e recuperar a qualidade das águas, do ar e do solo. Criada em 24
de Julho de 1968 pelo Decreto Nº 50.079, com a denominação inicial de Centro
Tecnológico de Saneamento Básico, incorporou a Superintendência de Saneamento
Ambiental – SUSAM , vinculado a Secretaria de Saúde, que, por sua vez, absorvera a
Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição da Águas e do Ar – CICPAA que, desde
Agosto de 1960, atuava nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São
Caetano do Sul e Mauá, na região do ABC da Grande São Paulo (CETESB, 2003).
A CETESB tornou-se um dos 16 centros de referência da Organização das Nações
Unidas - ONU para questões ambientais, atuando em estreita colaboração com os 184
países que integram esse organismo internacional. Tornou-se, também, uma das cinco
instituições mundiais da Organização Mundial de Saúde - OMS para questões de
abastecimento de água e saneamento, além de órgão de referência e consultoria do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, para questões ligadas a
resíduos perigosos na América Latina (CETESB, 2003).
A Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), opera
sua rede de monitoramento de qualidade de água desde 1974, possuindo 99 pontos de
amostragem distribuídos em 29 bacias hidrográficas.
A rede mostra em todos os 99 pontos, com freqüência bimestral, 33 indicadores da
qualidade da água que são: Temperatura, pH, resíduo total, resíduo filtrável e não filtrável,
turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes
fecais, coliformes totais, nitrogênio total, nitrato, nitrito, amoniacal, Kjeldahl, fósforo total,
ortofosfato solúvel, ferro total, manganês, cloreto, surfactante, demanda química de
oxigênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo total, níquel, mercúrio, zinco e fenol.

8
Os estudos da qualidade da água devem fornecer subsídios para avaliar as alterações
ambientais decorrentes das atividades humanas. Os sistemas de avaliação da quantidade de
água de um rio baseiam-se predominantemente em parâmetros físicos – químicos –
biológicos, através de definição de limites permissíveis baseados em medidas pontuais e
momentâneas.
O enquadramento dos corpos de água das sub-bacias da UGRH 5 é estabelecido
pelo Decreto Estadual no 10.755/77 e as classes de usos pelo Decreto Estadual n° 8.468/76.
Definem-se para as classes os seguintes usos:
• Classe 1 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico, sem tratamento prévio ou com
simples desinfecção.
• Classe 2 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; à
irrigação de hortaliças e frutíferas; à recreação de contrato primário (natação e mergulho).
• Classe 3 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; à
preservação de peixes em geral e de outros elementos da fauna e flora; a dessedentação de
animais.
• Classe 4 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento avançado; à
recreação; à harmonia paisagística; ao abastecimento industrial; à irrigação; e a usos menos
exigentes.

3.3 – Desenvolvimento Sustentável e Recursos Hídricos

O desenvolvimento é sustentável quando se prever as necessidades da geração atual


sem comprometer a habilidade de que as futuras gerações possam prover as suas. Entende-
se que a espécie humana deve utilizar os recursos naturais de forma a não alterar as atuais
condições de equilíbrio planetário, o qual depende do equilíbrio climático atual e da
biodiversidade existente, ou seja, evitando ou diminuindo mudanças climáticas de origem
antrópica e manter a preservação das espécies existentes (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).
Nesse contexto, a demanda de água é um fator fundamental tanto para a manutenção
dos ecossistemas naturais como também para os ecossistemas produtivos identificados
como produtores de alimentos e fibras através de atividades humanas. Então, qualquer

9
modificação na oferta natural de água, pela decorrência de mudanças climáticas, pode
trazer oscilações tanto no equilíbrio dinâmico dos ecossistemas naturais como na
produtividade agrícolas, causando sérias conseqüências econômicas e sociais. A água é um
fator limitante para o desenvolvimento sustentável, já que a vida animal e vegetal não se
desenvolvem na sua ausência e também é fundamental para as atividades industriais e para
produção de energia (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).
O crescimento populacional acentuado e a decorrente intensificação das atividades
humanas, provocam alterações significativas nas características do meio natural. A
ocupação do ambiente natural ocorre geralmente com a remoção da cobertura vegetal, o
que pode acarretar sérios impactos ambientais, tais como: danos à fauna e à flora;
modificações climáticas; descobrimento do solo e remoção da camada fértil; aumento do
escoamento superficial da água, redução das infiltrações; erosão e assoreamento. O uso e
ocupação desordenados da terra, geralmente, geram poluição. Portanto, a utilização da
terra deve sempre ser feita, visando à conservação do meio ambiente e prevenindo a
poluição.
Para se assegurar desenvolvimento sustentável é indispensável que sejam
preservados os recursos hídricos, tanto em quantidade como em qualidade. Portanto, para
alcançá-lo, é imprescindível minimizar os efeitos de escassez da água e da poluição. Pois,
como sabemos, os desenvolvimentos da agricultura e da urbanização, estão estreitamente
ligados à oferta dos recursos hídricos (Rebouças, Braga e Tundisi 1999).
Segundo a Agenda 21, os problemas mais graves que afetam a qualidade dos corpos
d’água decorrem, em variados graus de importância, segundo as diferentes situações, de
tratamento inadequado de esgotos domésticos, de controle inadequado de efluentes
industriais, de perdas e destruição das bacias de captação, de localização inadequada de
indústrias, de desmatamento e de práticas agrícolas deficientes.

10
3.4 – Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos

De acordo com a Agenda 21, capítulo 18, “a escassez generalizada, a destruição


gradual e o agravamento da poluição dos recursos hídricos em muitas regiões do mundo, ao
lado da implantação progressiva de atividades incompatíveis, exigem o planejamento e
gestão integrada dos recursos hídricos”.
O controle da qualidade da água está associado a um planejamento global, ao nível
de toda a bacia hidrográfica. O uso crescente da água e a poluição gerada, contribuem para
agravar sua escassez e resulta na necessidade crescente do acompanhamento das alterações
da qualidade da água. Faz parte do gerenciamento dos recursos hídricos, o controle
ambiental, de forma a impedir que problemas decorrentes da poluição da água venham a
comprometer seu aproveitamento múltiplo e integrado, e de forma a colaborar para a
minimização dos impactos negativos ao meio ambiente.
A gestão de recursos hídricos é o conjunto de ações que visam o aproveitamento
múltiplo e racional dos recursos, com atendimento satisfatório de todos os usos e usuários,
em quantidade e padrões de qualidade. Essas ações visam, ainda, controle, conservação,
proteção e recuperação desses recursos, com distribuição eqüitativa dos custos entre
usuários e beneficiários (DAEE, 2001).
A disponibilidade quantitativa e qualitativa da água está em risco, tanto por ações da
própria natureza como principalmente pelo incremento da demanda em suas várias formas
e, em particular, pelo aumento da poluição hídrica que vem prejudicando o abastecimento
para fins de consumo humano (Juchem, 1999).
A expansão das redes de coleta de esgotos na maioria dos municípios da região das
bacias elevou consideravelmente a carga poluidora orgânica de origem doméstica e como
os índices de tratamento de esgoto são muito baixos, isto implicou num grande aumento da
carga poluidora despejada diretamente nos rios. Novamente verifica-se o paradoxo de que
quanto maiores os indicadores de qualidade de vida urbana, como a extensão do serviço de
coleta de esgotos, mais rapidamente se atinge o limite dos recursos naturais, como é o caso
dos recursos hídricos (Alves, 1997).
O monitoramento da qualidade e quantidade da água deve atender à necessidade de
se responder o que está sendo alterado e por que estas modificações estão ocorrendo. O

11
gerenciamento da água precisa dessas respostas para que as ações tomadas sejam eficientes
na redução dos danos ao meio ambiente, atuais e futuros. É indispensável o estabelecimento
de formas de utilizar os dados coletados, para que o gestor dos recursos hídricos e a
sociedade possam, conhecer cada vez melhor, os processos da natureza.
Segundo Von Sperling (1996) a qualidade da água é resultado de fenômenos
naturais e da atuação do homem, ou seja, a qualidade de uma determinada água é função do
uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica e resulta da combinação de dois fatores:
1 – Condições naturais: mesmo com a bacia hidrográfica preservada nas suas
condições naturais, a qualidade das águas subterrâneas é afetada pelo escoamento
superficial e pela infiltração no solo, resultantes da precipitação atmosférica. O impacto nas
mesmas é dependente do contato da água em escoamento ou infiltração com as partículas,
substâncias e impurezas no solo. Assim, a incorporação de sólidos em suspensão ou
dissolvidos ocorre, mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja totalmente
preservada em suas condições naturais. Neste caso, tem grande influência à cobertura
vegetal e a composição do solo.
2 – Interferência do homem: a interferência do homem, quer de uma forma
concentrada, como na geração de despejos domésticos ou industriais, quer de uma forma
dispersa, como na aplicação de defensivos agrícolas no solo, contribui para incorporação de
compostos a água, afetando sua qualidade. Portanto, a forma como o homem usa e ocupa o
solo, implica diretamente na qualidade da água.
Segundo Von Sperling (1996), o controle da qualidade da água está associado a um
planejamento global, ao nível de toda a bacia hidrográfica. A qualidade desejável para uma
determinada água é função do uso previsto, como:
1- A qualidade de uma água existente: função do uso e da ocupação do solo
na bacia hidrográfica;
2- Qualidade desejável para uma água: função do uso previsto para a água.

Os padrões de qualidade da água são utilizados para regulamentar e controlar os


níveis de qualidade a serem mantidos num corpo d’água, dependendo do uso a que ele está
destinado. A utilização de padrões de qualidade atendem a dois propósitos :
1- manter a qualidade do curso d’água ou definir uma meta a ser atingida e

12
2- ser a base para definir os níveis de tratamento a serem adotados na bacia, de
modo que os efluentes lançados não alterem as características do curso d’água estabelecido
pelo padrão (Porto,1991).
No Brasil, o gerenciamento de recursos hídricos tem passado por um processo lento
de regulamentação. Mesmo assim, vários projetos de gestão integrada de bacias
hidrográficas foram implementados, contribuindo para um processo de gestão mais
estruturado e formalizado. Dentre esses, destacam-se dois projetos para o gerenciamento
integrado de bacia hidrográfica que são os das bacias do rio Paraíba do Sul e do rio Doce
(Pompermayer 2003).
A agenda 21 propõe ainda um programa de atividades, recomendado a todos os
países que, de acordo com seu potencial e disponibilidade de recursos, possam implementá-
lo quando for apropriado, devendo sua implementação contar com a cooperação das
organizações pertinentes. Ainda com relação à área de recursos hídricos, o Capítulo 18 da
Agenda 21, prevê áreas de programas para o setor de água doce. Entre essas áreas, a gestão
integrada dos usos de recursos hídricos, tem como princípio à “ percepção da água como
parte integrante do ecossistema e como um bem público de valor econômico, cuja
utilização deve ser cobrada, observados os aspectos de quantidade e qualidade e as
peculiaridades da bacia hidrográfica”.
A gestão integrada de recursos hídricos deve ser feita no âmbito da bacia ou sub-
bacia hidrográfica, visando as seguintes metas: elaborar planos de proteção, conservação e
uso racional dos recursos hídricos, com base nas necessidades e prioridades da
comunidade; implementar projetos ou programas adequados e eficientes, tanto socialmente
quanto economicamente, contemplando a participação do público e das comunidades
locais, no estabelecimento de políticas e tomadas de decisões; fortalecer ou implementar,
particularmente nos países em desenvolvimento, mecanismos institucionais, legais e
financeiros, assegurando que a política hídrica e sua implementação seja um propulsor para
o bem-estar social e o desenvolvimento econômico sustentável; e fortalecer as instituições
locais na implementação e manutenção de programas de saneamento e abastecimento de
água (Rebouças, Braga e Tundisi, 1999).
A condição fundamental para que a gestão dos recursos hídricos seja efetivamente
implantada é a motivação política, que faz prevalecer os interesses públicos sobre os

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interesses particulares e corporativistas. Havendo decisão política, motivada pela escassez
relativa de tais recursos, é possível planejar o seu aproveitamento e controle mediante a
implantação de obras e medidas recomendadas. (Barth e Pompeu,1987).
Há programas concebidos para a bacia que tem preocupação voltada ao controle do
uso dos recursos hídricos e divulgação de informação (monitoramento hidrológico), os
quais trazem como benefício o conhecimento em tempo real da situação de qualidade e
quantidade das águas na Bacia, permitindo extrapolações e tomadas de decisão. Isto poderá
se efetivar por meio de modelos, com interfaces que aproximem ainda mais o usuário, na
medida em que facilidades na manipulação e compreensão dos resultados sejam
desenvolvidas, objetivando maior rapidez na tomada de decisão. Esta medida é muito
necessária na implantação a nível operacional para o gerenciamento e projetos de
engenharia de sistemas de recursos hídricos (Barp, 1995).
Segundo Rodrigues 1995, o saneamento básico indica qualidade de vida no período
moderno e é condição indispensável à urbanização e/ou modernidade. Contudo, o que é
pouco analisado são as formas pelas quais o próprio processo de urbanização cria a
escassez, provoca a destruição e empobrece a qualidade de alguns recursos essenciais,
como a água e o ar atmosférico. A poluição das águas é um indicador do índice de
atividades produtivas/destrutivas mas que tem sido considerado apenas como “ desvio ” de
modelos de planejamento e desenvolvimento que esperam atingir o “desenvolvimento
idealizado”.

3.5 - Demanda de Recursos Hídricos

A água é fundamental para a manutenção da vida, razão pela qual é importante


saber como ela se distribui no nosso planeta, e como ela circula de um meio para o outro.
Da água disponível, apenas 0,8% pode ser utilizada mais facilmente para abastecimento
público. Desta pequena fração 0,8%, apenas 3% apresenta-se na forma de água superficial,
de extração mais fácil. Esses valores mostram a grande importância de se preservar os
recursos hídricos na terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração mais facilmente
disponível (Von Sperling, 1996).

14
A determinação das disponibilidades dos recursos hídricos em uma bacia
hidrográfica apresenta uma grande complexidade, em função das interações existentes entre
os diferentes fatores condicionantes do ciclo hidrológico, notadamente, os fatores físicos. A
compreensão dos mecanismos hidrológicos envolvidos entre os diferentes fatores, pode
possibilitar condições suficientes para a avaliação da dinâmica desses recursos.
Infelizmente, de forma geral a ocupação das terras no país se faz de maneira inadequada
que conduz invariavelmente as condições de instabilidade ambiental, como a erosão
acelerada do solo (Pinto, 1991).
A ocupação das terras no país de maneira inadequada, conduzindo a instabilidade
ambiental, tem promovido extensivamente o assoreamento, a poluição e a eutrofização das
águas superficiais, com prejuízo da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos
(Weill,1999).
A qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De
maneira geral, pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é função do uso e da
ocupação do solo na bacia hidrográfica, ou seja, resultante da combinação dos fatores
condições naturais e interferência humana (Von Sperling, 1996).
Segundo Garcez & Alvarez (1988), as características topográficas, geológicas,
geomorfológicas, pedológicas e térmicas, bem como o tipo de cobertura da bacia,
desempenham papel essencial no seu comportamento hidrológico, sendo importante medir
numericamente algumas dessas influências.
Poluição das águas é a adição de substâncias ou de formas de energia que, direta ou
indiretamente, alterem a natureza do corpo d’ água de uma maneira tal que prejudique os
legítimos usos que dele são feitos (Von Sperling, 1996).
A água é um recurso natural renovável, mas a sua disponibilidade qualitativa e
quantitativa vem sofrendo grandes riscos, devido às ações da própria natureza, como
principalmente pelo aumento da poluição hídrica, a qual está prejudicando o abastecimento
para fins de consumo humano.
Os recursos hídricos no Estado de São Paulo com seu grande desenvolvimento
urbano e industrial, possui problemas típicos dos países desenvolvidos, sem contar com
mecanismos jurídicos e institucionais para enfrentá-lo (DAEE, 1990).

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A deteriorização da qualidade das águas superficiais na bacia, deve-se aos
lançamentos de esgotos “ in natura ” gerados pelas populações dos centros urbanos e os
efluentes industriais que, apesar de serem tratados, equivalem a uma carga poluidora
praticamente igual à de origem doméstica. Essa poluição, por sua vez, coloca em risco o
abastecimento de água da população.
O acesso à água potável, portanto, a um recurso natural transformado pelo uso, é um
indicador de “saneamento básico” ou de qualidade de vida. A extensão da rede de
abastecimento é, assim, ao mesmo tempo medida da possibilidade da urbanização e um
indicador de que o recurso “água” se torna cada vez mais escasso. As propostas de
intervenção não podem centrar-se apenas no problema – na sua aparência – ou seja, no
consumo final – mas nas causas que o criam, na sua essência. O cidadão ou citadino se vê
obrigado a consumir menos água ou então a pagar os custos de captar água em áreas cada
vez mais distantes dos grandes centros urbanos. Há que se analisar como uma medida de
progresso – por exemplo, as formas de abastecimento de água potável – contém em si sua
própria negação, pois quanto mais casas e indústrias, etc., necessitarem de abastecimento e,
dependendo da área de captação e de “retorno” das águas servidas, o “recurso natural-água”
torna cada vez mais escasso, raro e caro. O planejamento ambiental – para o meio ambiente
urbano – torna-se cada vez mais necessário para compreender as formas de captação e
distribuição de água e as formas pelas quais, cada vez mais, um recurso considerado
abundante e renovável acaba por ser mais raro e talvez até não renovável” (Rodrigues,
1995).
Segundo Barp (1995), a demanda de água se faz apenas pelos volumes retirados
para o consumo dos setores próprios da bacia, mas esta se soma aos volumes revertidos
para outras bacias. Como exemplo, citamos o caso do Sistema Cantareira que faz a reversão
do Médio Tietê para o Alto Tietê, para o abastecimento da cidade de São Paulo com uma
vazão de 31 m3/s.

16
3.6 – Sistema Cantareira

Na década de 60, em função da necessidade de maior quantidade de água para a


região da cidade de São Paulo, foi criado o Sistema Cantareira. O Sistema é composto por
quatro grandes reservatórios na Bacia do rio Piracicaba, são eles: Jaguari, Cachoeira,
Atibainha e Juqueri. Esses reservatórios, interligados por túneis, permitem a transferência
para São Paulo, de 31 metros cúbicos de água por segundo.

Figura 3.1 – Esquema do Sistema Cantareira (Departamento de Água e Energia Elétrica)

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Figura 3.2 – Perfil do Sistema Cantareira ( Departamento de Água e Energia Elétrica)

As vazões dos rios Jaguari, Atibaia e Piracicaba, são afetadas pela operação desse
sistema que compreende 4 reservatórios localizados nas cabeceiras dos formadores do rio
Piracicaba (Jaguari, Jacareí, Atibainha e Cachoeira), e um reservatório situado na cabeceira
do rio Juqueri, fora da bacia do Piracicaba. Os reservatórios encontram-se interligados por
túneis e canais até a Estação de tratamento de Água do Guaraú, na cidade de São Paulo.
A vazão mínima do rio Piracicaba depende do sistema Cantareira, que foi projetado
para assegurar, em épocas de estiagem, a vazão mínima de 15m3/s em Paulínia no rio
Atibaia e 40 m3/s em Piracicaba no rio Piracicaba, de conformidade com os requisitos que
integram a concessão do Sistema Cantareira. Isso implica em uma contribuição mínima da
ordem de 25m3/s, por parte da sub-bacia do rio Jaguari.
A construção desse sistema teve início em 1965 e foi implantado em duas etapas. A
primeira compreendeu o aproveitamento dos rios Juqueri, Atibainha e Cachoeira, com
início de operações em 1975, fornecendo a vazão nominal de 11 m3/s para São Paulo. Em
1976 teve início às obras relativas à segunda etapa, compreendendo as barragens dos rios,
Jaguari e Jacareí, e que propiciaram a adução de 31 m3/s. A população atendida pelo
sistema integrado saltou da cifra de 60% da população presente em 1975 para 95% em
1984 (SABESP, 1989).
O sistema Cantareira é, sem dúvida, um dos maiores sistemas produtores de água do
mundo. Os seus reservatórios estão situados em diferentes níveis e são interligados de tal
maneira que desde do Jaguari e o Jacareí, as águas passam por gravidade pelos
reservatórios do Cachoeira, Atibainha e Juquerí, e chegam a estação elevatória de Santa
Inês, onde todo o volume produzido é bombeado para o reservatório de águas Claras,

18
construído no alto da Serra da Cantareira. Desse reservatório, as águas passam, por
gravidade, à Estação de tratamento do Guaraú, que abastece São Paulo.
A partir de 1968, começaram a haver alterações no regime fluvial da bacia, devido
às obras do sistema de barragens, enquanto que outras obras mais antigas parecem não ter
causado alterações sensíveis (DAEE, 1987).

3.7 – Vazão de Estiagem

A vazão de estiagem é utilizada para o planejamento da bacia hidrográfica, para a


avaliação do cumprimento aos padrões ambientais do corpo receptor e para a alocação de
cargas poluidoras. Assim a determinação das eficiências requeridas para os tratamentos dos
diversos lançamentos deve ser determinada nas condições críticas. Estas condições críticas
no corpo receptor ocorrem exatamente no período de vazão de estiagem, em que a
capacidade de diluição é menor (Von Sperling, 1996).
A vazão de estiagem deve ser calculada a partir de dados fluviométricos históricos
do curso d’água. Usualmente adota-se uma vazão de mínima com um tempo de recorrência
de 10 anos e período de mínima de 7 dias (Q7,10). Tal pode ser entendido como o valor que
pode se repetir, probabilisticamente, a cada 10 anos, compreendendo a menor média obtida
em 7 dias consecutivos. Assim, em cada ano de série histórica, procede-se à análise das 365
médias diárias de vazão. Seleciona-se, em cada ano, o período de 7 dias consecutivos que
resultou na menor média de vazão (média de 7 valores). Com os valores da menor média de
7 dias de cada ano procede-se a uma análise estatística, que permite interpolar ou extrapolar
o valor para o tempo de recorrência de 10 anos.
Saber a amplitude de variação das vazões e principalmente a freqüência com que
cada valor de vazão ocorre numa determinada seção do rio é bastante importante. A
obtenção da curva de permanência de vazões em uma seção é a resposta para essa questão,
uma vez que para cada vazão possível de ocorrer naquele local, está associada à freqüência,
ou número de vezes, que ela é excedida (DAEE, 1994).
A avaliação da disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica é realizada com
base nas formas de ocorrência e distribuição dos recursos hídricos. A avaliação de variáveis

19
hidrológicas como vazões mínimas ou de estiagens, na forma de Q7,10 e Q95% são bastantes
utilizadas em planejamento e gestão de recursos hídricos, para análise e previsão das
disponibilidades hídricas e da qualidade dos recursos hídricos. Utilizam-se normalmente
valores de vazões mínimas características, como indicadores das condições de estiagens de
um rio (Pompermayer, 2003).
Segundo Tucci 2001, conhecer a disponibilidade hídrica atual de uma bacia
hidrográfica e ter uma previsão da disponibilidade futura é um dos primeiros passos para o
planejamento e a gestão do uso de seus recursos hídricos. A disponibilidade hídrica
superficial de uma região é caracterizada a partir de vazões mínimas ou de estiagens.
As vazões traduzidas por Q7,10 e por Q95% são indicadores que representam a
contribuição unitária mínima da bacia. A vazão Q7,10 caracteriza uma situação de estado
mínimo e a vazão específica Q95% caracteriza uma situação de permanência. Esses
indicadores são utilizados para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por unidade de
área, indicando áreas críticas quanto à utilização dos recursos hídricos (Pompermayer,
2003).
A relação entre a demanda total de água de uma bacia e sua disponibilidade hídrica,
nas formas de Q7,10 e/ou Q95% é o indicador utilizado para classificar áreas críticas quanto à
utilização dos recursos hídricos. Conforme estabelecido pelo Comitê Coordenador do Plano
Estadual de Recursos Hídricos (CORHI), regiões onde a demanda de água supera 50% da
disponibilidade hídrica mínima são consideradas áreas críticas quanto à utilização dos
recursos hídricos.
A relação entre a demanda total de água e a disponibilidade hídrica mínima é o
indicador utilizado para avaliar a criticidade de uma bacia quanto à utilização dos recursos
hídricos(Pompermayer, 2003).

20
3.8 - Vazão de Enchente

O estudo de enchente é muito importante, pois nos possibilita o dimensionamento


de diversas obras de natureza hidráulica, como de canais, bueiros, galerias de drenagem,
seção de vazão de pontes, alturas de diques de proteção contra inundação e extravasores de
barramento. O projeto dessas obras necessita de uma característica muito importante, que é
a descarga máxima. A variação dessa descarga, antes e depois do valor máximo, faz-se
necessário no estudo, por exemplo, de barragens de controle de enchentes e as de
considerável acúmulo útil para o amortecimento de cheias, partindo-se daí a necessidade de
definição do fluviograma das enchentes e conseqüentemente seu volume (Tucci, 1993).
Os valores que influenciam nas descargas máximas ou na formação de enchentes
são os fatores climáticos e as características da bacia hidrográfica. Os fatores climáticos são
a precipitação, insolação, vento, tempo, temperatura e umidade do ar que interfere direta ou
indiretamente no balanço hídrico de uma bacia. A precipitação representa a entrada de água
na bacia sendo seus parâmetros mais importantes à altura, duração, intensidade e sua
distribuição no tempo e espaço, bem como as condições antecedentes à ocorrência da
precipitação. Os demais fatores climáticos agem, sobremaneira, nos processos de
evaporação no solo e transpiração vegetal, afetando o estado de umidade do solo nos
períodos de entre chuva.
As características da bacia hidrográfica, que influenciam sobre o escoamento
superficial direto são determinadas pela área da bacia, natureza do solo, cobertura vegetal,
declividade e conformação do leito dos cursos d’água, forma da bacia e disposição da rede
de drenagem. Além desses fatores naturais citados, as enchentes são ainda influenciadas por
alterações do uso e ocupação do solo, introduzidas pelo homem, tais como, barragens
artificiais, procedimento agrícola do solo, alteração da cobertura vegetal e outros (Villela,
1975).

21
3.9-Regionalização Hidrológica

Regionalização hidrológica é o processo de transferência de informações das


estações pluviométricas e/ou fluviométricas para outros locais. Essas transferências podem
abranger diretamente as séries de vazões e/ou precipitações ou determinadas características
gerais relevantes destas como média, variância, máximos e mínimos ou ainda equações e
parâmetros relacionados a essas características (Barth e Pompeu, 1987).
A regionalização hidrológica significa apenas as duas últimas formas de
transferência e ainda com o mecanismo de transferência suficientemente geral para obter
resultados em qualquer ponto de toda uma região. A transferência de série de vazões ou
precipitações é denominada simplesmente “transferência de informação”(Barth, 1987).

3.10–Indicadores de Sustentabilidade do Uso dos Recursos Hídricos

Magalhães & Cordeiro Netto, elaboraram uma metodologia de indicadores


destinados a auxiliar a gestão de recursos hídricos no Brasil. Tiveram como referência o
modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), que é um modelo que se fundamenta na noção de
causalidade das pressões que as atividades humanas exercem sobre o meio ambiente,
modificando a qualidade e a quantidade dos recursos naturais, o estado do meio ambiente e
a sociedade, responde a essas mudanças, adotando políticas ou ações de proteção e
recuperação do meio ambiente, a resposta da sociedade.
Segundo Pompermayer 2003, a estrutura PER é universalmente reconhecida e
utilizada para formulação, organização e seleção de indicadores de meio ambiente. Este
modelo fornece subsídios aos agentes decisórios para avaliação e fiscalização do estado do
meio ambiente. Desta forma, poderão avaliar que medidas são necessárias e, com base
nelas, colocar em prática suas políticas de meio ambiente.
O desenvolvimento, a avaliação e a seleção de indicadores de sustentabilidade do
uso de recursos hídricos feito por Magalhães & Cordeiro Netto, é feito com base num
Painel Delphi, aplicado em todo país. Os participantes do painel deveriam avaliar e

22
selecionar indicadores considerados prioritários para a gestão de recursos hídricos, em
níveis local e agregado.
A técnica Delphi é um método para o planejamento em situações de carência de
dados históricos ou nas quais pretende-se estimular a criação de novas idéias. O Delphi
poderá ser muito útil quando quiser realizar, uma análise qualitativa do mercado permitindo
que se projetem tendências futuras em face de descontinuidades tecnológicas e mudanças
sócio-econômicas. Este método consulta um grupo de especialistas a respeito de eventos
futuros por meio de um questionário, que é repassado continuadas vezes até que seja obtida
uma convergência das respostas, um consenso, que represente uma consolidação do
julgamento intuitivo do grupo. Pressupõe-se que o julgamento coletivo, ao ser bem
organizado, é melhor do que a opinião de um só indivíduo.
No Brasil, estudos recentes para a avaliação e seleção de indicadores, visando à
gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, foram baseados na aplicação do
Painel Delphi, onde tende a incorporar aspectos relacionados com a variabilidade e a
subjetividade em qualquer processo de avaliação.
Então Magalhães & Cordeiro Netto utilizaram um Painel Delphi para a avaliação e
sugestão de indicadores de uso de recursos hídricos. Foi elaborada uma listagem de
indicadores, que eles denominaram “indicadores de pressão antrópica sobre os recursos
hídricos”. Com base nos resultados do Painel Delphi aplicado no país, selecionaram vinte
indicadores de sustentabilidade do uso dos recursos hídricos. Definiu-se uma proposta de
indicadores flexível o bastante, para refletir as especificidades locais.

3.11 - Bacia do Jaguari

O rio Jaguari nasce na Serra das Três Orelhas em Minas Gerais. Possui
aproximadamente 200 Km de extensão e faz quase todo seu percurso sobre rochas
cristalinas, restando pequena porção na foz onde faz seu trajeto em faixa sedimentar. Corre
em direção a N.O e atravessa a fronteira do Estado de São Paulo, onde passa a integrar com
a Bacia do Rio Piracicaba. Aproximadamente no centro dessa Bacia, o rio Jaguari
juntamente com o rio Atibaia, formam o rio Piracicaba. O rio Jaguari apesar de nascer no

23
sul do estado de Minas Gerais, percorre sua maior distância no Estado de São Paulo e na
sua porção final recebe seu principal afluente, o Camanducaia.

Figura 3.3-Delimitação da Bacia do Jaguari e seus Municípios ( Consórcio Intermunicipal das Bacias do Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí)

As nascentes do rio Jaguari estão localizadas no Estado de Minas Gerais nos


municípios Camanducaia, Extrema , Itapeva e Toledo. Em Extrema o rio Jaguari recebe um
afluente importante, o Camanducaia Mineiro. Alguns quilômetros abaixo da referida
confluência , já em território paulista, o rio Jaguari é represado fazendo parte de um sistema
chamado Cantareira, construído para permitir a reversão de água para a bacia do Alto Tietê.
Pela junção dos rios Jaguari e Atibaia nasce o rio Piracicaba no município de Americana-
SP, que segue até o município de Barra Bonita–SP onde se encontra sua foz, desembocando
no Rio Tietê. Pelo envolvimento com dois Estados, a bacia do Jaguari é considerada
Federal, sua abrangência atinge 4 municípios mineiros e quinze paulistas. Os municípios
paulistas são: Artur Nogueira, Cosmópolis, Holambra, Santo Antônio de Posse, Pedra Bela,
Bragança Paulista, Tuiuti, Morungaba, Pedreira, Jaguariúna, Joanópolis, Vargem,
Pinhalzinho, Monte Alegre do Sul e Amparo (Consórcio Intermunicipal da Bacia do
Piracicaba,1992).
Os recursos hídricos da bacia do Rio Jaguari, apresentam um aumento expressivo de
degradação das condições naturais. Esta bacia esta localizada em uma das regiões de maior

24
crescimento econômico do país, que teve seu início na década de 70, e deu origem a uma
série de problemas. A partir desta década, alguns municípios da bacia do Rio Jaguari
passaram a constituir pólos de atração de diversas atividades altamente consumidoras e
degradadoras de recursos hídricos.
A bacia do rio Jaguari está caracterizada pela sua escassez qualitativa e quantitativa,
ambas associadas à degradação ambiental, crescimento econômico e desperdícios
generalizados. A escassez qualitativa nesta bacia é caracterizada pelo excesso de
lançamentos de efluentes domésticos, industriais e agrícolas (in natura), e, pela ausência de
estações de tratamentos de esgotos. A escassez quantitativa é determinada pelo grande
crescimento econômico regional e pelo aumento da população causado, principalmente,
pela migração de moradores advindos da conurbação paulista. Além disso, temos que
considerar, a reversão do Sistema Cantareira de 31 m3/s para a bacia do Alto Tietê, região
metropolitana de São Paulo (Hidroplan, 1997).
No período de estiagem, compreendida entre os meses de maio a outubro, as
limitações de vazão nas comportas da barragem do Cantareira e as diversas captações em
seu curso, fazem o rio Jaguari passar pelo município de Jaguariúna–SP, bastante debilitado,
só ganhando corpo com a afluência do rio Camanducaia Paulista, fato importante para
captações situadas abaixo deste ponto, como é o caso do município de Limeira–SP. Em
Bragança Paulista–SP, o rio Jaguari, perde grande volume em seu represamento, perda essa
que tende a se agravar em função do crescimento continuado desta região.
O acentuado aumento populacional e a intensificação das atividades agro-industriais
na calha do Rio Jaguari, vêm acarretando o aumento do consumo de água urbano, industrial
e agrícola e, também, causando sensível deterioração da qualidade deste recurso natural
(Consórcio Intermunicipal da Bacia do Piracicaba, 1992)
A par do desenvolvimento industrial, surgiu o crescimento urbano que vem se
firmando como um dos principais fatores responsáveis pela degradação da qualidade da
água, como tem demonstrado, o monitoramento dessa qualidade em alguns pontos da bacia,
próximos aos grandes centros urbanos. Atualmente, menos de 10% das cargas orgânicas de
esgotos urbanos são removidos por estação de tratamento de esgoto.
A maior causa de deterioração da qualidade das águas superficiais na bacia do rio
Jaguari são os lançamentos de esgotos “in natura” que são gerados pelas populações

25
urbanas e os efluentes industriais que apresentam uma carga poluidora altamente agravante
ao meio ambiente, conduzindo a uma situação extremamente grave de poluição, colocando
em risco o abastecimento de água da população e a saúde pública.
Praticamente todas as cidades possuem sistema de abastecimento de água, com
índice de atendimento de 95% da população urbana e como as condições hidrogeológicas
desfavorecem a exploração de águas subterrâneas, o abastecimento da região é feito quase
que totalmente, por águas superficiais. E em relação ao esgoto, cerca de 75% da população
urbana também é atendida por redes de esgotos, mas os sistemas, quase sempre lançam os
efluentes nos cursos de água, sem tratamento (Consórcio Intermunicipal da Bacia do
Piracicaba, 1992).
Isto significa que se não forem tomadas medidas preventivas com a urgência que o
caso requer, o ritmo atual de crescimento urbano, industrial e agrícola, poderá conduzir o
rio Jaguari, a uma situação extremamente problemática sob o ponto de vista de poluição e
abastecimento de água.

3.11.1 – Ocupação da Bacia do Jaguari

O processo de ocupação da bacia do Jaguari é marcado pela sua localização


estratégica, e também por características ambientais que favorecem o desenvolvimento da
agricultura e da indústria. Esse processo ocorreu, marcantemente, a partir da década de
1970. Atualmente já pode ser considerada uma região de grande densidade populacional e
de grande concentração de atividades econômicas.
Os empreendimentos industriais intensivos causam impactos negativos na utilização
dos recursos hídricos. A bacia vive intensamente o conflito entre o desenvolvimento
econômico e a preservação ambiental, ou mais especificamente, entre a expansão industrial
e a preservação dos recursos hídricos (Rebouças, Braga, Tundisi,1999).
Essa região tem, no momento, grandes sobreposições de regionalizações e grande
parte dos problemas que afligem os municípios dizem respeito à água, fundamental para o
desenvolvimento da região. No momento já se faz necessário à conjugação de esforços para
enfrentamento de questões relacionadas com saúde pública.

26
Essa região é fronteiriça à Região Metropolitana de São Paulo e, por esse motivo é
cortada por algumas das principais vias de transporte do país, o que facilita a integração em
termos econômicos, ao mesmo tempo em que explica a constituição de um eixo de
expansão da indústria.
A industrialização na região serviu como elemento de atração populacional. A
opção pelo interior se explica pela tendência de se homogeneizarem as vantagens de
localização a Região Metropolitana de São Paulo e a parte do interior. A localização das
atividades produtivas tem obedecido estritamente a princípios de mercado, tirando maior
proveito das potencialidades de cada região, com o objetivo de reduzir os custos de
produção e maximizar os resultados (Rodrigues, 1996).
Essa característica industrial da região, a partir da década de 1970, foi determinado
pela instalação de indústrias no período de desconcentração da atividade industrial da
Região Metropolitana de São Paulo (FSEADE/FECAMP, 1998).
O desenvolvimento econômico dessa região, impulsionado pela industrialização, fez
com que a região se configurasse como uma área de atração migratória importante,
ocorrendo um grande processo de crescimento populacional (Davanzo, 1992). A Tabela 3.1
mostra o crescimento da população em cada município da bacia do Jaguari.

27
Tabela 3.1: População residente nos municípios da bacia do Jaguari
MUNICÍPIOS POPULAÇÃO RESIDENTE
SUB-BACIA 1 1970 1980 1991 1996 2000 2003
Camanducaia –MG 10.849 12.518 16.927 17.223 20.537 21.649
Extrema - MG 8.910 10.777 14.314 18.906 19.219 20.730
Itapeva –MG 4.480 4.732 5.529 6.520 7.361 7.925
Toledo – MG 4.395 4.002 4.664 5.074 5.222 5.394
Amparo 31.908 41.598 50.797 55.239 60.404 63.364
Artur Nogueira 10.171 15.941 28.053 25.911 33.124 37.384
Bragança paulista 63.676 84.048 108.980 109.863 125.031 132.779
Cosmópolis 12.110 23.232 36.684 39.817 44.355 46.927
Holambra - - 5.641 - 7.211 7.762
Jaguariúna 10.391 15.210 24.999 25.410 29.597 31.757
Joanópolis 7.362 7.752 8.186 9.252 10.409 11.094
Monte Alegre do Sul 4.762 4.860 5.439 6.233 6.321 6.593
Morungaba 5.032 6.525 8.210 9.617 9.911 10.435
Pedra Bela 5.230 4.690 5.142 5.145 5.609 5.753
Pedreira 15.053 21.383 27.972 31.892 35.219 37.452
Pinhalzinho 4.912 6.396 8.433 10.036 10.986 11.772
Santo Antônio de Posse 7.799 10.872 14.327 14.924 18.124 19.318
Tuiuti - - 4.080 - 5.083 5.222
Vargem - - 4.943 - 6.975 7.581
TOTAL GERAL 257.040 274.536 368.656 391.062 460.698 490.891
Fonte: Censos IBGE 1970, 1980, 1991, 2000 e Fundação SEADE
(-) Dado não disponível

A perspectiva para o futuro próximo ainda é de crescimento populacional, em


função do desenvolvimento dessa região. Nesse processo de expansão urbana rápida, não
houve tempo, recursos financeiros, nem interesse para solucionar problemas que passaram
a ser comuns na região, como a contaminação dos cursos d’água por esgotos domésticos e
industriais.
A demanda por recursos hídricos reflete essa realidade sócio-econômica. A maior
demanda é para abastecimento público, com o impacto urbano ocorrendo de duas maneiras:
pela captação de água para o consumo e uso dos cursos d’água para o carreamento dos
esgotos, causando um impacto de duplo comprometimento com a qualidade das águas.

28
Devido a este fato, os municípios a jusante ficam com custos de tratamento bastante
onerados, para poder contar água em condições de consumo. A qualidade da água tem
impactos cada vez mais importantes sobre o volume de água disponível para consumo
(Alves, 1993).
Na indústria o uso dos recursos hídricos é duplo tanto como no uso residencial, pois
além do consumo há o carreamento dos despejos. O controle dos lançamentos de resíduos
industriais tem tido grandes avanços, apesar de ainda não existir situações preocupantes.
A demanda de água para irrigação, por sua vez, de grande importância para o
desenvolvimento da atividade agrícola na região, apresenta tendência de expansão
continuada.

3.12 - Uso da Água

3.12.1 - Abastecimento Público

Segundo o Comitê das Bacias Hidrográficas PCJ (2000), o sistema de


abastecimento de água das comunidades da bacia do Jaguari, atendem a cerca de 3,58 m3/s,
correspondendo a 97% das populações urbanas da bacia.
Na região à montante do limite do Sistema Cantareira, os corpos d´água já estão
enquadrados na Classe Especial, em conformidade com a Resolução CONAMA n° 020/80-
Art. 19, onde não serão tolerados lançamentos de águas residuárias, domésticos e
industriais, lixo e outros resíduos sólidos tóxicos, defensivos agrícolas, fertilizantes
químico e outros poluentes, mesmo tratados. Caso sejam utilizados para o abastecimento
domésticos, deverão ser submetidos a uma inspeção sanitária preliminar (Barp, 1995).
Os corpos à jusante do Sistema Cantareira, na sua grande maioria pertencem a
Classe 2 (DBO até 5 mg/l e OD não inferior a 5 mg/l), as quais são destinadas ao
abastecimento doméstico (após tratamento convencional), a recreação, a aqüicultura, a
irrigação e a proteção das comunidades aquáticas (Consórcio Intermunicipal da Bacia do
Piracicaba, 1992).

29
A medida que os municípios da bacia do Jaguari crescem, o consumo de água
aumenta potencializado pelo aumento da população que é significativo. Com isso pode-se
deduzir que há possibilidade de diminuição da vazão e da qualidade da água captada nos
municípios, o que pode se constituir, futuramente, em um entrave para o efetivo
desenvolvimento urbano e industrial desses municípios, bem como, comprometer o
abastecimento dos municípios localizados à jusante.
A pressão sobre os recursos hídricos resulta do crescimento populacional e
econômico e reflete-se nas expressivas taxas de urbanização observadas nos últimos anos.
Como conseqüência, ocorre a degradação do meio ambiente hídrico, que atinge maiores
contingentes populacionais.
As Tabelas 3.2 e 3.3 a seguir mostram as taxas de crescimento e de urbanização dos
municípios da bacia do rio Jaguari.

Tabela 3.2: Taxa de crescimento anual da população (em %)


MUNICÍPIOS TAXA DE CRESCIMENTO
BACIA DO JAGUARI 1970/1980 1980/1991 1991/2000 2000/2004
Camanducaia – MG 1,4 2,8 2,19 -
Extrema – MG 1,9 2,6 3,36 -
Itapeva – MG 0,5 1,4 3,26 -
Toledo – MG -0,9 1,4 1,28 -
Amparo 2,7 1,8 1,95 1,67
Artur Nogueira 4,6 5,3 4,88 3,66
Bragança Paulista 2,8 2,4 2,51 2,29
Cosmópolis 6,7 4,2 2,14 2,62
Holambra - - 3,25 2,56
Jaguariúna 3,9 4,6 1,84 2,23
Joanópolis 0,5 0,5 2,68 2,39
Monte Alegre do Sul 0,2 1 1,69 1,34
Morungaba 2,6 2,1 2,12 1,81
Pedra Bela -1,1 0,8 0,96 1,12
Pedreira 3,6 2,5 2,6 2,22
Pinhalzinho 2,7 2,5 2,97 2,59
Santo Antônio de Posse 3,4 2,5 2,66 2,63
Tuiuti - - 2,17 1,92
Vargem - - 3,79 3,46
Fonte: Censos IBGE 1980 e 1991 e SEADE- Perfil Municipal
(-) item não disponível

30
Tabela 3.3 : Taxa de Urbanização (em %)
MUNICÍPIOS TAXA DE URBANIZAÇÃO
EM %
BACIA DO JAGUARI 1980 1991 2004
Camanducaia – MG 48,30 61,70 -
Extrema – MG 54,00 63,50 -
Itapeva – MG 38,10 54,50 -
Toledo – MG 25,00 30,70 -
Amparo 69,00 72,00 75,67
Artur Nogueira 43,80 48,40 93,59
Bragança Paulista 74,60 84,80 90,62
Cosmópolis 81,30 89,40 96,61
Holambra - - 62,19
Jaguariúna 61,00 76,30 89,21
Joanópolis 42,40 87,40 99,00
Monte Alegre do Sul 41,70 50,60 57,99
Morungaba 70,20 76,10 81,62
Pedra Bela 14,40 17,20 30,82
Pedreira 92,00 95,80 97,40
Pinhalzinho 33,50 45,00 56,90
Santo Antônio de Posse 65,50 78,40 84,19
Tuiuti - - 53,75
Vargem - - 49,68
Fonte: Censos IBGE 1980 e 1991 e SEADE- Perfil Municipal
(-) item não disponível

O índice de atendimento de abastecimento de água, por sua vez, acompanha a taxa


de urbanização que é alta para todos os municípios da bacia do rio Jaguari.Vide Tabela 3.4,
a seguir:

31
Tabela 3.4 : Índice de Atendimento de Abastecimento de Água
MUNICÍPIOS POPULAÇÃO ÁGUA IA
BACIA DO JAGUARI URBANA POPULAÇÃO %
2000 IBGE ATENDIDA
Camanducaia – MG 14.267 14.267 100
Extrema – MG 12.852 12.852 100
Itapeva – MG 3.787 3.787 100
Toledo – MG 1.947 1.947 100
Amparo 43.351 43.351 100
Artur Nogueira 30.437 30.437 100
Bragança Paulista 110.982 110.982 100
Cosmópolis 42.511 42.511 100
Holambra 3.958 3.958 100
Jaguariúna 25.669 25.412 99
Joanópolis 10.388 10.388 100
Monte Alegre do Sul 3.280 3.116 95
Morungaba 7.795 7.639 98
Pedra Bela 1.206 1.206 100
Pedreira 34.155 33.813 99
Pinhalzinho 5.279 5.279 100
Santo Antônio de Posse 14.673 14.673 100
Tuiuti 2.262 2.262 100
Vargem 2.611 2.611 100
Fonte : Consórcio da Bacia do PCJ 2003

32
3.12.2 - Abastecimento Industrial

A partir dos anos 70, ocorreu um intenso desenvolvimento industrial na bacia do


Jaguari, com uma grande diversificação, como indústrias de bebidas, papel e sucro-
alcooleiro, químico, eletrônico, mecânica e de material elétrico. Essa intensa atividade
industrial na bacia do Jaguari, eleva a participação do consumo industrial da água na
demanda hídrica dessa bacia e a maior parcela desse abastecimento é proveniente de
captações superficiais.

Tabela 3.5 : Números de industrias na bacia do Jaguari


MUNICÍPIOS NÚMEROS DE
INDUSTRIAS
BACIA DO JAGUARI -
Camanducaia – MG -
Extrema – MG -
Itapeva – MG -
Toledo – MG -
Amparo 218
Artur Nogueira 66
Bragança Paulista 424
Cosmópolis 85
Holambra 20
Jaguariúna 102
Joanópolis 39
Monte Alegre do Sul 18
Morungaba 25
Pedra Bela 21
Pedreira 304
Pinhalzinho 30
Santo Antônio de Posse 45
Tuiuti 4
Vargem 44
Fonte: Perfil Municipal 2004
(-) item não disponível

33
Segundo o Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios PCJ (2000), a origem das
captações de água para fins industriais estão concentradas na sua maioria em mananciais
superficiais e algumas indústrias são supridas por rede pública de abastecimento de água.
Das indústrias grandes consumidoras de água nos municípios da bacia do Jaguari,
destacam-se duas que juntas perfazem uma vazão de captação de 2.930,32 m3/h, como
pode-se observar na Tabela 3.6, abaixo:

Tabela 3.6 – Maiores consumidores industriais de água na bacia do Jaguari

NÚMERO INDÚSTRIA MUNICIPAL VAZÕES MÉDIA DE


CAPTAÇÃO Qc (m3/h)
1 Usina de Açúcar Éster S.A Cosmópolis 1.718,75
2 CIA Antarctica Paulista - Ind. Brasileira Jaguariúna 1.211,57
Bebidas e Conexos - AMBEV
Fonte: IRRIGART-Enga e Consultoria em Recursos Hídricos e Meio Ambiente 2003

A Tabela 3.7 mostra a demanda de água para uso industrial na bacia do rio Jaguari,
conforme Plano de Bacia Hidrográfica 2000-2003, Comitê das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

Tabela 3.7 - Demandas para o abastecimento industrial (m3/s)


BACIA Demandas para o abastecimento Industrial (m3/s)
2000 2005 2010 2015 2020
Jaguari 3,1 3,2 3,5 3,7 3,9
Fonte: Populações - Relatório de Situação 1999 - Demandas com base no PQA

34
3.12.3 - Irrigação

A irrigação além de grandes volumes de água é um uso do tipo consuntivo. Cerca de


98% do volume retirado pelas plantas é transferido diretamente para a atmosfera através da
evapotranspiração das culturas. Os demais 2% são transformados em matéria orgânica,
portanto nada retorna logo a jusante.
Os efluentes provenientes de áreas agricultadas podem conter substâncias poluentes
oriundos da má aplicação ou do uso em excessivo de insumos agrícolas. Os adubos e os
pesticidas utilizados intensamente na agricultura são prejudiciais à qualidade da água,
mesmo quando não se pratica a rega. Com efeito, aqueles produtos são transportados pelo
escoamento resultante da precipitação, para os aqüíferos ou para os rios e lagos naturais ou
artificiais. Os pesticidas em geral são nocivos e os adubos originam um excesso de
substâncias nutrientes como o nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK), necessários ao
aumento de produção de alimentos em conseqüência do crescimento demográfico por um
lado e por outro, ao empobrecimento progressivo dos solos por lixiviação e erosão e uma
fonte ponderável desses elementos para as massas de água. E por este fato, ocorre a
eutrofização, que é a proliferação de algas e plantas aquáticas. Associado a este fenômeno
verifica-se freqüentemente a decomposição da matéria e a conseqüente carência de
oxigênio (Rebouças, Braga e Tundisi, 1999).
O principal uso da água na agricultura é a irrigação das plantações. Embora as
condições climáticas sejam bastante variadas no Brasil, em virtude de sua dimensão
continental, a irrigação vem cada vez mais sendo utilizada. Na região Sudeste as
quantidades de água precipitada são suficientes para abastecer as plantas em suas
exigências, entretanto, a irregular distribuição dessa chuva, cria períodos de estresse
hídrico, que afeta sensivelmente a produtividade agrícola. A irrigação é obrigatória, quando
as condições climáticas o determinam, isto é, quando há regiões onde há falta de chuva e
quando há regiões onde a distribuição da água precipitada é irregular (Rebouças, Braga e
Tundisi 1999).
Na atividade agrícola, a falta de monitoramento específico para as cargas difusas
prejudica a avaliação dos impactos que essa atividade vem provocando nos corpos d’água,
principalmente nas áreas de mananciais ou de proteção ambiental (DAEE,1990).

35
A Tabela 3.8 mostra o número de irrigantes e a área irrigada nos municípios da
bacia do Jaguari:

Tabela 3.8 : Número de irrigantes na bacia do rio Jaguari


CADASTROS PARCIAIS
IBGE 1995 1990
Área Área
Média Média
Irrigada Irrigada
Número Área por Número Área por
SUB
de Irrigada Irrigantes de Irrigada Irrigantes
MUNICÍPIOS BACIA Irrigantes (ha) (ha) Irrigantes (ha) (ha)

Amparo Jaguari 149 1932 12,97 83 149 1,80


Bragança Paulista Jaguari 87 604 6,94 110 449 4,08
Monte Alegre do Sul Jaguari 52 136 2,62 37 87 2,35
Morungaba Jaguari 19 77 4,05 16 117 7,31
Pedra Bela Jaguari 68 291 4,28 36 191 5,31
Pedreira Jaguari 11 46 4,18 0 0 0
Pinhalzinho Jaguari 71 454 6,38 13 107 8,23
Piracaia Jaguari 47 299 6,36 67 184 2,75
Tuiuti Jaguari 47 122 2,6 0 0 0
Fonte : HIPLAN 2003 – Cadastro dos irrigantes

36
3.13 - Municípios de Jaguariúna, Cosmópolis e Morungaba

3.13.1- Município de Jaguariúna

Jaguariúna localiza-se a 120 Km de São Paulo e a 25 Km de Campinas. Possui área


de 96 Km2 e suas coordenadas são 22º42’18’’ de latitude Sul e 46º59’22’’ longitude Oeste.
Seu principal acesso é pela rodovia Dr. Ademar de Barros (SP –340), que se interliga com a
D. Pedro I, integra a Região Metropolitana de Campinas (RMC), limita-se ao Norte com
Santo Antônio de Posse, ao Sul com Campinas, a Nordeste com Holambra, a Sudeste com
Paulínia e a Leste com Pedreira.
A cidade está a 580 metros acima do nível do mar. Seu clima é o tropical de
altitude, com inverno seco e temperatura média de 20 ºC. É cortado por três rios: o Jaguari,
o Camanducaia e o Atibaia. As colinas suaves predominam o relevo, verificando-se
também a presença de alguns morros.
Foi fundada em 1894, onde recebeu o nome de Vila Bueno e foi transformada em
Distrito de Paz em 1896, quando passou a se chamar Jaguary (Lei Municipal 433), ficando
vinculada ao município de Mogi-Mirim. Somente em 1944 é que o distrito recebeu o nome
de Jaguariúna, que em tupi guarani significa “rio das onças pretas”. E no final de 1953
ocorreu o plebiscito, que decidiu em favor da emancipação. Em 1991 ocorreu a
emancipação de Holambra, a qual fazia parte do município de Jaguariúna.
Jaguariúna vem apresentando grande crescimento populacional nos últimos anos,
sua população praticamente dobrou em 20 anos, passando de 15.093 habitantes em 1980
para 29.553 em 2000. A população urbana cresceu 2,1% entre 1991 e 1996 e 4,9% entre
1996 e 2000 e a rural decresceu 6,6% no período de 1991 e 1996 e 2,6% no período de
1996 e 2000.
No período 1980 á 1991 se verificou que o saldo migratório foi o principal
responsável pelo crescimento populacional. Entre 1991 á 1996 o saldo migratório foi bem
menor, passando o crescimento vegetativo a ser principal responsável pelo incremento da
população.
Até a década de 80 a agropecuária possuía uma grande representatividade na
economia municipal, mas começou a perder posição relativa com a aceleração da

37
industrialização a partir de 1980. Em 1980 a agropecuária era responsável por 28,5% do
valor adicionado do município, passando para 6,5% em 1990 e 0,3% em 1998.
Na utilização das terras, observou-se que 33,4% das terras estavam ocupadas com
lavouras temporárias, 21,7% de pastagens plantadas e 12,6% de lavouras permanentes. Das
lavouras temporárias destacava-se a produção de cana-de-açucar, milho e tomate. Das
lavouras permanentes destacava-se a produção de laranja, manga, limão, goiaba e café. E
da produção de origem animal, especializou-se na avicultura, criação de gado e criação de
suínos.
A partir da década de 80 assistiu-se a aceleração do processo de expansão industrial,
com a implantação de importantes empresas como a Johnson em 1981, a Engraplast em
1986, a Pena Branca em 1987 e a Antarctica em 1989. Na década de 90 o processo teve
continuidade com as empresas : Metalcabo em 1990 , a Metalsix em 1992, a Delphi
Packard Eletric Systems em 1994, a Compaq em 1994, a IBR-Indústria Brasileira de Rodas
em 1995 , a Motorola em 1996 e a BYK Farma em 2002. Atualmente estão instaladas 152
indústrias.
Em 1990 o comércio representava aproximadamente 15% do valor adicionado do
local, caindo para aproximadamente 3% em 1996. Em 1998 a sua posição sobe para 10%.
Os serviços aumentam a sua participação no valor adicionado municipal, entre 1990 e
1993, passando de 4% para pouco mais de 10% e depois disto, perde participação para
4,5% e 6% do valor adicionado. Nos setores de serviços destacam-se os serviços de
administração pública, os serviços de transporte e os serviços de alojamento e alimentação.
O serviço de abastecimento de água é operado pela Secretaria de Saneamento
Básico, atendendo cerca de 100% da população urbana. É composto por uma ETA que
realiza a captação no rio Jaguari e tem capacidade para a produção de 15 mil m3 por dia. O
tratamento de água é o convencional, com mistura rápida, floculação, decantação e
filtração. Para a floculação é, utilizado o cloreto férrico e cal.
A cidade trata 50% do seu esgoto, através do sistema de lagoas aeradas seguida de
decantação. De um total de 180 litros/pessoa/dia, 50% são lançados no rio Jaguari e 50% no
rio Camamducaia. A previsão é tratar aproximadamente 100% até o final de 2005.
A produção média diária de lixo é de 25 t/dia. O lixo domiciliar e o lixo industrial
são depositados num aterro particular em Paulínia e o lixo hospitalar também é levado e

38
incinerado. Há na cidade um antigo lixão, que vem sofrendo um processo de recuperação
com a compactação da massa de lixo. Posteriormente, a área desse lixão será gramada e o
lençol freático monitorado. A não disposição do lixo no município é devido à falta de
espaço físico para a construção de um aterro. Não há coleta seletiva e também não há
disposição especial para pneus, pilhas ou baterias, lâmpadas, etc.

3.13.2 – Município de Cosmópolis

Cosmópolis foi criado em 1944, por desmembramento de Campinas. Com área de


166 Km2, não sofreu alterações territoriais relevantes, perdendo apenas 7% do território
original, em 1993, com o desmembramento da área que passou a compor parte do
município de Holambra. Localizado na bacia dos rios Jaguari e Pirapitingui. Integrante da
Região Administrativa de Campinas (RAC) e da Região de Governo de Campinas (RGC),
faz divisa ao Norte com Artur Nogueira, a Noroeste com Limeira, a Sudoeste com
Americana, a Sudeste com Paulínia e a Leste com Holambra.
Nos anos de 70, quando a população da cidade praticamente dobrou (de 11.971
habitantes em 1970 para 23.067 em 1980), a imigração deu-se basicamente em função da
implantação da Replan em Paulínia, em 1971. Já nos anos 80, o fator determinante foi o
deslocamento de população dos municípios maiores da região em busca de moradia de
menor custo.
As bases da economia de Cosmópolis são a indústria e o comércio. No setor
primário tem na atividade canavieira o maior destaque, embora pouco relevante em termos
de geração de riquezas para o município, é de grande importância para a geração de
emprego e renda local. O setor industrial é o principal gerador da economia municipal, o
maior destaque é a indústria química, sobressaindo-se dentre elas a SKM, produtora de
essências para produtos alimentícios, e a Eli-Lilly, a indústria de produtos químicos, outro
ramo de destaque é a indústria de bebidas, com a planta de envase de refrigerantes
(Pananco/Spal); e na agroindústria destaca, a Usina Ester , produtora de álcool. No setor
terciário é composto por estabelecimentos comerciais de pequeno porte, dirigidos ao
público local e serviços predominantemente ligados às atividades tradicionais, porém não
se constitui como setor moderno.

39
O saneamento ambiental é gerenciado por três setores: a Secretaria de Saúde, a
Secretaria de Obras e o Departamento de Água e Esgoto. O Departamento de Água e
Esgoto foi criado junto com a cidade, como serviço municipal, atendendo todo o perímetro
urbano e parte da área rural na região de chácaras. Este serviço de água e esgoto é
autônomo e composto por captação, tratamento e distribuição. A rede de distribuição de
água abrange atualmente 100% da área urbana e a rede esgoto 93%. Já na área rural, não é
possível oferecer o serviço de abastecimento e coleta de esgoto interligado, mas o
departamento oferece serviço gratuito de análise dos poços artesianos e assistência técnica
no caso de contaminação.
A captação de água superficial e o manancial do município é a represa do rio
Pirapitingui. Existe o manancial de reserva que é o rio Jaguari, localizado na divisa de
Cosmópolis com Paulínia, pois o rio Jaguari encontra-se menos poluído. No rio
Pirapitingui, não há contaminação industrial, mas a contaminação por defensivos agrícolas
é grande. Não existe captação de água subterrânea no município, pois o lençol freático não
é apropriado para a captação em larga escala e os poços artesianos existentes possuem
vazões baixas.
A cidade de Cosmópolis possui, sistema de tratamento de esgotos projetado para
33% do esgoto captado, mas trata apenas 12% do total. A estação é do tipo compactada
modular, construída pelo Consórcio da Bacia do Piracicaba em caráter experimental, e foi
projetada para comportar três blocos de tratamento, onde apenas um foi construído. O
tratamento é anaeróbio e produz um pouco de odor. A vantagem da estação compacta
modular é a possibilidade de construção de módulos em função do crescimento da
população. A formação de lodo na estação de tratamento de esgoto é muito pequena e a
previsão para a disposição, é o simples depósito em aterro sanitário.
Em relação aos resíduos sólidos, a coleta abrangia em 2001, 100% da área urbana e
50% da área rural do município. São coletadas 150 toneladas de lixo doméstico/comercial
por mês. Os resíduos coletados não são tratados, há o depósito em lixão localizado dentro
do próprio município. No município não há programas de coleta seletiva ou de redução e
reutilização de resíduos. Não há coleta de lixo industrial, e cada empresa responsabiliza-se
pelo depósito de seus próprios resíduos.

40
Com relação ao lixo hospitalar é feita coleta diferenciada em: hospital, farmácias,
laboratórios e postos de saúde. Entretanto, não existe tratamento especial. É coletada 1t/mês
de lixo hospitalar, onde é destinado para área especial no lixão da cidade e é enterrado em
valas separadas do lixo comum misturado com cal e coberto com terra. Essas valas para o
lixo hospitalar estão mais distantes da entrada do lixão. Esta coleta hospitalar é feita pela
Secretaria de Saúde. E a coleta de pneus e similares, recolhidos no controle da dengue são
levados para um triturador em Paulínia.

3.13.3 - Município de Morungaba

Morungaba localiza-se a 103 Km de São Paulo e a 42 Km de Campinas. Possui área


de 143 Km2, topografia levemente acidentada, um clima tropical de altitude com
temperatura média de 18 a 26 graus e suas coordenadas são 22º52’48’’ de latitude Sul e
46º47’29’’ longitude Oeste. É cortada pela Rodovia das Estâncias (SP-360) e dista 13 Km
da Rodovia D.Pedro. Integrando com a Região Administrativa de Campinas (RAC), limita-
se ao Norte com Amparo, ao Sul com Itatiba, a Leste com Bragança Paulista e a Oeste com
Campinas.
Esta cidade está a 715 metros acima do nível do mar, assentada nas colinas suaves
de um vale ao pé da Serra de Cabras. Foi fundada em meados da século XIX em 29 de
Junho de 1888 com o nome de Conceição de Barra Mansa, mudado em 1919 para a
denominação atual, Morungaba emancipou-se em 28 de Fevereiro de 1964 e foi elevada à
condição de Estância climática em 25 de Julho de 1994. Em gleba de terreno ligeiramente
acidentado e fertilíssimo onde corre o Ribeirão dos Mansos, surgiram as primeiras casas do
bairro dos Mansos, formando um núcleo ao redor de uma capela, dedicada a Nossa Senhora
da Conceição. Era no tempo em que a lavoura cafeeira expandia-se pelo Estado. Com os
cafezais chegaram-se os imigrantes italianos que aqui se fixaram, primeiro na lavoura e, em
seguida no comércio.
Em meados do século XX, as primeiras indústrias se instalaram, o distrito
transformou-se em município apresentando sinais de indiscutível progresso, evoluindo até
tornar-se a cidade que é hoje. A lei nº 25 de Junho de 1994, transformou o município de

41
Morungaba em estância climática. A cidade começa a estruturar-se para se transformar num
ponto de atração turística. Suas principais atividades econômicas são: a agropecuária e a
indústria variada, com predominância têxtil.
Morungaba apresentou um crescimento populacional nos últimos anos, sua
população praticamente dobrou nos últimos trinta anos, passando de 5.007 em 1970 para
9.893 em 2000. Sua taxa de urbanização foi de 56,4 em 1970 , alcançando 78,6 em 2000.
A grau de urbanização cresceu 13,84% entre 1970 a 1980 , de 5,89% em 1980 a
1990 e de 2,45% entre 1990 a 2000 . Destacando o seu maior crescimento na década de 70,
quando teve início o grande desenvolvimento industrial.

42
4– METODOLOGIA

4.1 - Caracterização da Bacia Hidrográfica

4.1.1 - Isolamento da Bacia Hidrográfica

Com o auxílio da planta do levantamento plani-altimétrico em escala de 1:50.000,


foram isoladas as bacias hidrográficas do rio Jaguari, estabelecendo para cada uma das
seções estudadas, o seu divisor de águas e a rede de drenagem. Mediante a utilização do
planímetro foram determinadas às áreas de drenagem (A) das bacias, para as três seções
localizadas no município de Jaguariúna (Latitude : 22°42’30” e Longitude : 46°59’47”).
As vazões medidas pelo método do molinete, mensalmente, ao longo de 22 meses
entre os anos 2003 e 2004, foram comparadas com as vazões calculadas a partir dos dados
obtidos do DAEE em duas seções, sendo uma à montante, no município de Morungaba
(Latitude: 22°51’02” e Longitude: 46°46’47”), posto 3D-009, e outra à jusante, no
município de Cosmópolis (Latitude: 22°39’26 e Longitude: 47°12’53”), posto 4D-001.

4.2 – Características Morfológicas

4.2.1 – Forma da Bacia

A forma superficial de uma bacia hidrográfica é importante devido ao tempo de


concentração (Tc), definido como o tempo, a partir do início da precipitação, necessário
para que toda a bacia contribua na seção em estudo ou, em outras palavras, tempo que leva
a água dos limites da bacia para chegar à saída da mesma (Villela, 1977).
A caracterização da forma da bacia será feita determinando-se o coeficiente de
Compacidade (Kc) e com o fator de Forma (Kf).

43
4.2.1.1 – Coeficiente de Compacidade

O coeficiente de compacidade é um número adimensional que varia com a forma da


bacia, independente de seu tamanho. Quanto mais irregular for a bacia, tanto maior será o
coeficiente de compacidade. Um coeficiente mínimo igual à unidade corresponderia a uma
bacia circular. Se os outros fatores forem iguais, a tendência para maiores enchentes é tanto
mais acentuada quanto mais próximo da unidade for o valor desse coeficiente. O
coeficiente de compacidade, é a relação entre o perímetro de uma bacia em Km e a raiz da
área de bacia em Km2 (Villela, 1975).

p
Kc = 0,28
A

Onde : Kc = coeficiente de compacidade ;


P = perímetro da bacia, em Km, obtido com o auxílio do curvímetro
A = área da bacia em Km2

4.2.1.2 – Fator de Forma

O fator de forma constitui outro índice da maior ou menor tendência para enchentes
de uma bacia. Uma bacia com um fator de forma baixo, é menos sujeito a enchentes que
outra de mesmo tamanho, porém com maior fator de forma. Isso porque uma bacia estreita
e longa, com fator de forma baixo, há menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas
cobrindo simultaneamente toda a sua extensão; e também a contribuição dos tributários
atinge o curso d’água principal em vários pontos ao longo do mesmo, afastando-se,
portanto, da condição ideal da bacia circular, na qual a concentração de todo o deflúvio da
bacia se dá num só ponto (Villela, 1975).
O fator de forma é a relação entre a área da bacia em Km2 e o comprimento da bacia
em Km. O comprimento L da bacia é medido quando se segue o curso d’água mais longo

44
desde a desembocadura até a cabeceira mais distante na bacia. Este fator será obtido com a
fórmula:

A
Kf =
L2

Onde : L = comprimento da bacia em Km, e


A = área da bacia em Km2

4.2.3 – Sistema de Drenagem

O sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus


tributários. O estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema é importante, pois
ele indica a maior ou a menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica
(Villela, 1975).
Na carta plani-altimétrica foram assinalados os cursos d’água que compõem a rede
de drenagem da bacia, determinando-se os respectivos comprimentos com o auxílio do
curvímetro. Para a caracterização da rede de drenagem da bacia, foi adotado o seguinte
procedimento:

4.2.3.1– Densidade de Drenagem

A densidade de drenagem indica o grau de desenvolvimento de um sistema de


drenagem. Este índice é expresso pela relação entre o comprimento total dos cursos d’água
efêmeros, intermitentes ou perenes de uma bacia e a área total desta bacia, que é dada pela
equação:

L
Dd =
A

45
Onde : L = comprimento total dos cursos d’água na bacia
A = área de drenagem

A densidade de drenagem varia inversamente com a extensão do escoamento


superficial e, portanto, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia. Este
índice varia de 0,5 Km/Km2 para bacias com drenagem pobre, a 3,5 ou mais para bacias
excepcionalmente bem drenadas (Villela, 1975).

4.2.3.2 – Extensão Média do Escoamento Superficial

Extensão média do escoamento superficial é a distância média em que a água da


chuva teria que escoar sobre os terrenos de uma bacia, caso o escoamento se desse em linha
reta desde onde a chuva caiu até o ponto mais próximo no leito de um curso d’água
qualquer da bacia (Villela,1975).
A extensão será calculada pela expressão:

A
L=
4L
Onde: A = área da bacia
L= extensão de um curso d’água passando pelo seu centro
Este índice constitui uma indicação da distância média do escoamento superficial.

4.2.3.3– Sinuosidade do Curso d’água

Sinuosidade é a relação entre o comprimento do rio principal L em Km e o


comprimento de um talvegue Lt em Km, é um fator controlador da velocidade do
escoamento (Villela,1975).
A sinuosidade será dada pela expressão:
L
Sin =
Lt

46
Onde: L=comprimento do rio principal em Km
Lt = comprimento de um talvegue em Km

4.3 – Estudo Qualitativo da Água

Os estudos da qualidade da água fornecem subsídios para avaliar as alterações


ambientais decorrentes das atividades humanas. Pois, o intenso uso da água e a poluição
gerada, contribuem para agravar sua escassez. Disso resulta a necessidade crescente de
acompanhamento das alterações da qualidade da água.
Foram feitas avaliações qualitativas dos estágios de poluição e contaminação do
curso de água no município de Jaguariúna, na seção de medição das vazões com o
molinete, de coordenadas: latitude 22°42’30” e longitude 46°59’47”. As análises
qualitativas foram feitas duas vezes ao mês, ao longo de 24 meses, entre os anos de 2003 e
2004, sendo uma das coletas efetuada no dia da medição da vazão. Os parâmetros
analisados foram: pH, condutividade, temperatura, demanda química de oxigênio (DQO),
demanda bioquímica de oxigênio (DBO), oxigênio dissolvido (OD), coliformes totais e
coliformes fecais. As análises seguiram as Metodologias contidas em APNA (1995).
O principal objetivo desse estudo é avaliar as condições sanitárias do corpo d’água
para a situação de vazão de estiagem. Na figura 4.1, a localização do ponto de coleta de
água no município de Jaguariúna.

47
Figura 4.1 – Ponto de coleta para análise da qualidade da água (Ponte Maria Fumaça)

4.4 – Vazão

Foi adotado um procedimento de medição de vazão no campo e os resultados dessa


medição foram comparados com os valores calculados a partir dos dados fornecidos pelo
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) . Dessa forma, foi avaliada a aderência
dos resultados de campo com os resultados obtidos através de cálculo, bem como a sua
correlação com outros parâmetros físicos da bacia. O posto de medição foi localizado no
município de Jaguariúna - Latitude 22°42’30” e Longitude 46°59’47”. A vazão medida
pelo processo do molinete, mensalmente, foi comparada com a vazão calculada a partir dos
dados obtidos do DAEE em duas seções, sendo uma à montante, posto 3D-009 no
município de Morungaba (Latitude 22°51’02” e Longitude 46°46’47”) e uma à jusante,
posto 4D-001 no município de Cosmópolis (Latitude 22º39’26” e Longitude 47º12’53”) .
A vazão é utilizada com freqüência, como indicador da disponibilidade hídrica
natural em um curso de água e essa disponibilidade hídrica é a base para o desenvolvimento
da região. Abaixo, a localização do ponto de medida da vazão no município de Jaguariúna.

48
Figura 4.2 – Vista aérea do ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça)

Figura 4.3 – Ponto de medição de vazão (Ponte Maria Fumaça)

49
4.4.1 Medição da Vazão Pelo Método do Molinete

Para a medição de vazão foi empregado o método de velocidade, medido com o


molinete A.OTT n°16.785 TYPE 10.152 e hélice 17.888, curvímetro DERBY e planímetro
HAFF NO.315 n° de série 28.377. As medições foram feitas em verticais estabelecidas em
função da largura dos cursos d’água e do formato do álveo. Em cada vertical foi feita uma
medição a 60% da profundidade. Com o auxílio da equação do molinete, os valores lidos de
rotação por segundo (rps), foram transformados em velocidade.
A descarga líquida numa determinada seção de um rio, que é o volume de água que
atravessa esta seção durante a unidade de tempo, foi obtida com a fórmula da continuidade:

Qi = Si × Vi

Onde : Si = bi × hi

Qi = vazão na vertical “i” , em m3/s;


Si = área de influência da vertical “i”, em m2;
Vi = velocidade média na vertical “i” , em m/s;
Bi = largura da área de influência da vertical , “i” , em m , onde é obtido entre a
distância média entre a vertical em estudo e a anterior, até a distância média entre a vertical
em estudo e a posterior.
hi = profundidade do curso d’água na vertical “i” , em m

A vazão no curso d’água na seção será : Q = ∑ qi

50
4.4.2 – Método de Transferência Espacial de Informação

O método de transferência espacial de informação, permite calcular as possíveis


vazões em uma determinada região, desde que tenham dados de vazões à montante e à
jusante desta região. A forma para essa transferência de informação, consiste em interpolar
linearmente entre duas estações, uma à montante e outra à jusante, proporcionalmente as
respectivas áreas de drenagem.
Para o município de Jaguariúna, foram calculadas as respectivas vazões pelo
método de transferência espacial de informação a partir de vazões determinadas pelos
postos do DAEE: 3D-009 no município de Morungaba e 4D-001 no município de
Cosmópolis. As vazões calculadas, foram comparadas com as vazões medidas no campo.

⎛ A − Am ⎞
Qu = Qm + ⎜ u ⎟ ÷ (Q J − Q m )
⎜ A −A ⎟
⎝ j m ⎠
Qu = vazão (m3/s) onde se deseja, Jaguariúna
Qm = vazão (m3/s) na estação montante, Morungaba
Qj = vazão (m3/s) jusante, Cosmópolis
A= área contribuinte em u (Jaguariúna); m (Morungaba); e j (Cosmópolis).

4.4.3- Vazão Mínima

A) Q7,10 e Q95%

Com a ampla série de dados dos postos do DAEE, 3D-009 no município de


Morungaba e 4D-001 no município de Cosmópolis, foram calculadas as vazões Q7,10 e Q 95%.
Vazões mínimas anuais de sete dias consecutivos (Q7,10), refere-se à vazão mínima
média de sete dias de duração, cuja vantagem é sofrer menos influência de erros
operacionais e intervenções humanas no curso de água, do que a vazão mínima diária e é
suficientemente mais detalhada que a vazão mínima mensal. Assim, esta vazão é utilizada
com freqüência como indicador da disponibilidade hídrica natural em um curso de água.

51
Em estudo anterior verificou-se que a função distribuição de probabilidade da
variável padronizada Xn, definida por:
Qn
Xn = × n = 7,30,60,...180dias
Qn

Onde :
Qn = vazão mínima anual de N dias consecutivos;

Qn = é a média das mínimas de N dias, independente do valor de N, ou seja, é


possível considerar as amostras ( Xn ) como provenientes de um mesmo universo, e
portanto, determinar uma única distribuição de probabilidade para a variável padronizada.

Admitiu-se que a distribuição de probabilidade das séries de vazões mínimas


padronizadas de 1,2,...12 meses consecutivos é a mesma das séries de vazões mínimas
padronizadas de 30,60,90,...180 dias consecutivos. Portanto supõe-se que os valores
de ( Xt ) da equação valem para as vazões mínimas anuais padronizadas de sete dias
consecutivos, descrita por:
Q7, n = C 7, m × Xt × ( A + B ) × Q

Onde :
C7,m é obtido a partir da figura 4.6 do “ Manual de Cálculo das Vazões Máximas,
Médias e Mínimas nas Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo ” do DAEE, 1994. Os
valores de Xt , A, B e Q encontram-se na Tabela 4.1 do referido Manual.
A regionalização das curvas de permanência foi realizada a partir da análise das
freqüências acumuladas, calculadas para as séries de vazões mensais observadas, em cada
um dos 219 postos fluviométricos estudados. Para que os resultados pudessem ser
comparados, as séries originais foram padronizadas dividindo-se as vazões mensais pela
média de longo período da série. Assim, a variável padronizada é definida por q:

q = Q/Q

52
Ordenando-se os valores de q em ordem decrescente, pode-se estimar a freqüência
acumulada, também denominada permanência (P), por:
P = Fq (q >= qi ) − I / N

Onde i representa o número seqüencial do valor qi da variável q na série ordenada,


no número total de elementos na série é : Fq (q >= qi ) a freqüência com que a valor qi é

excedido ao longo do traço histórico.


A partir das séries ordenadas qi e i / N de cada posto foram calculados, por
interpolação linear, os valores (q p ) da variável padronizada (q ) , para diferentes valores de

permanência (P ) . Comparando-se os valores de q p nas diferentes estações fluviométricas

estudadas, identificou-se quinze regiões com comportamento semelhante, com está na


tabela do “ Manual de Cálculo das vazões Máximas, Médias e Mínimas nas Bacias
Hidrográficas do Estado de São Paulo”.
Então com os valores de q p e pela equação q = Q / Q pode-se calcular a vazão

média mensal para uma dada permanência P por :


Qp = q p Q

B) Vazão Específica Mínima

A vazão mínima é o grande objetivo do trabalho, pois é da sua quantidade e


qualidade que depende o abastecimento hídrico de um município.
As vazões específicas calculadas pelas vazões naturais mínimas Q7,10 e Q95%, são
indicadores que representam a contribuição unitária mínima da bacia, ou seja, são utilizados
para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por unidade de área, indicando assim áreas
críticas quanto à utilização dos recursos hídricos.
Calculadas as vazões específicas mínimas dos postos à montante de Jaguariúna (3D-
009 em Morungaba) e à jusante do município (4D-001 em Cosmópolis), foram calculadas
as vazões específicas mínimas para o município de Jaguariúna, através do método de
transferência espacial.

53
4.4.4 – Vazão de Enchente

Com a ampla série de dados de vazão do Departamento de Águas e Energia


Elétrica-DAEE , na seção à montante (seção no município de Morungaba) e na seção à
jusante (seção no município de Cosmópolis) do município de Jaguariúna, foi calculado a
vazão de enchente baseado no método de Gumbel e Log de Pearson Tipo III.

1-Método de Gumbel:

Este método se baseia na lei dos extremos. Calcula-se :

−b
p = 1 − e −e
onde : e = base dos logarítimos neperianos = 2,71828
e b é dado por

b=
1
0,7797σ
(
Q − Q + 0,45σ )

Onde :
P = probalilidade máxima vazão média diária de um ano qualquer ser maior ou igual a Q,
ou seja probabilidade de ocorrência de um valor igual ou maior que Q;
Q = vazão de cheia

Q = média das N vazões máximas


N = Número de dados (anos)
σ = desvio padrão das N vazões máximas.

∑ Qi
Q= 1

54
∑ (Qi − Q )
N 2

σ= 1

N −1

e Tr = tempo de recorrência

1 1
Tr = = −b
P 1 − e −e

a cada enchente corresponde um período de retorno

2-Método de Log de Pearson Tipo III

g=
(
N ∑ log X − log X )3

(N − 1) × (N − 2) × (σ log X )3

Os valores de X para vários períodos de retorno são calculados por :

LogX = log X + Kσ log X

O valor de Qmáx. para o município de Jaguariúna, após tratamento dos dados, será
obtido aplicando o método de transferência espacial, descrito anteriormente.

55
4.5-Aplicação da Metodologia dos Indicadores de Sustentabilidade dos Recursos
Hídricos

A proposta de indicadores de sustentabilidade do uso de recursos hídricos foi


aplicada para a bacia 1, bacia 2 e bacia 3, para fornecer um diagnóstico das características
dessas bacias em estudo, refletindo as especificidades locais, considerando os indicadores
avaliados em nível local e conseqüentemente auxiliando a gestão de recursos hídricos.
Esta etapa corresponde às caracterizações das bacias isoladas através da mensuração
dos indicadores de sustentabilidade dos usos dos recursos hídricos. Para cada indicador
analisado, descrevem-se as suas funções, os parâmetros e os índices.
O resultado dessa aplicação é uma classificação das bacia 1, bacia 2 e bacia 3
analisadas, segundo a necessidade de cada uma dessas bacias em relação a determinada
ação de intervenção previamente estabelecida.
Dentre os indicadores de sustentabilidade do uso de recursos hídricos, foram
utilizados na caracterização das bacias 1, 2 e 3 objetos desse estudo, os seguintes
indicadores: densidade demográfica; índice de urbanização; índice de cobertura vegetal
natural; índice de reflorestamento; índice de consumo efetivo de água per capita; vazão
específica mínima; índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas
naturais Q7,10 e Q95%; índice de atendimento por coleta de esgotos; índice de atendimento
por tratamento de esgotos.

4.5.1 – Densidade Demográfica

A densidade demográfica (Dd) é a relação entre população e a área da unidade


territorial em Km2 , que avalia a intensidade da ocupação antrópica e sua conseqüência
sobre os recursos hídricos. Esse indicador avalia as necessidades das bacias em relação às
intervenções que proporcionam a conservação e proteção dos mananciais e melhoria da
qualidade da vida.

56
4.5.2 - Índice de Urbanização

O índice de urbanização é a relação entre a população urbana e a população total da


bacia hidrográfica e, portanto, indicativo da relação entre o sistema natural composto pelo
meio físico e pelo sistema antrópico constituído pelo homem e suas atividades.

4.5.3 – Indice de Cobertura Vegetal Natural

O índice da cobertura vegetal natural é determinado pela relação entre a área com
cobertura vegetal natural e a área total da unidade hidrográfica. O índice de cobertura
vegetal natural é um indicador da qualidade ambiental da bacia hidrográfica.

4.5.4 – Índice de Reflorestamento

O índice de reflorestamento refere-se à área coberta por unidades de conservação


em relação à área com cobertura vegetal natural. É um indicador dos trabalhos realizados
para conter as alterações provocadas no balanço hídrico.

4.5.5 – Índice de Consumo Efetivo de Água Per Capita

Este índice indica o volume de água efetivamente consumido na bacia, incluindo as


perdas comerciais e administrativas de água. O índice de consumo efetivo de água per
capita é a relação entre o consumo efetivo anual e a população atendida pelos sistemas
públicos de abastecimento de água.

57
4.5.6 – Índice de Captação Urbana de Água em Relação às Vazões Mínimas Naturais
Q7,10 E Q95%

Este índice indica o quanto à demanda do setor compromete as disponibilidades


hídricas. O índice de captação urbana de água é a relação da captação urbana (m3/s) e as
disponibilidades hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s).

4.5.7 – Índice de Atendimento por Coleta de Esgotos

A degradação da qualidade das águas, se dá pela falta de sistemas de coleta e


afastamento de esgotos. Entretanto, na região em estudo, as condições de coleta e
afastamento de esgotos são satisfatórias. O índice de atendimento por coleta de esgoto é a
relação da população atendida por coleta e afastamento de esgoto e a população urbana do
município.

4.5.8 – Índice de Atendimento por Tratamento de Esgotos

A maior degradação da qualidade das águas dos mananciais superficiais se deve,


principalmente, à falta de tratamento de esgoto, ou quando existente, à deficiência de
capacidade do tratamento. O índice de tratamento de esgotos é um indicador das condições
sanitárias dos rios e, conseqüentemente, das condições ambientais. Este índice resulta da
relação entre a população atendida por tratamento de esgoto e a população urbana do
município.

58
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 – Bacia do Jaguari e suas características

A bacia do Jaguari apresenta um aumento expressivo de degradação das condições


naturais. Esta bacia está localizada em uma das regiões de maior crescimento econômico do
país, dando origem a diversos problemas, como a destruição dos recursos naturais. Alguns
municípios da bacia passaram a constituir pólos de atração para implantação de diversas
atividades industriais e, em decorrência, grandes concentrações populacionais. A Figura 5.1
mostra a área urbanizada da bacia do Jaguari

Legenda
____ Área Urbanizada ou em Urbanização

Figura 5.1 – Imagem do satélite TM Landsat, destacando as áreas urbanizadas ou em processo de urbanização
na Bacia do Jaguari – Banco de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

59
A figura 5.2 mostra a bacia do rio Jaguari com uma grande área de tributários na
parte superior da Bacia, ou seja, na região do Sistema Cantareira, onde estão localizados os
quatro reservatórios que alimentam a elevatória de Santa Inês: Jaguari, Cachoeira,
Atibainha e Juqueri.
Na sua porção final, entre os municípios de Jaguariúna e de Holambra, localiza-se o
principal afluente do rio Jaguari, o rio Camanducaia.

Figura 5.2 – Bacia do Jaguari com seus principais corpos d’água e respectivos tributário

60
A figura 5.3 mostra como está sendo usado e ocupado o solo da Bacia do Jaguari.
Além das áreas urbanas, observa-se também a predominância das áreas de cultivo da cana-
de-açucar e de citros, especialmente, laranjas. Destacam-se ainda grandes áreas de culturas
perene e anual, entrecortadas por grandes áreas de pastos sujo e limpo, especialmente, à
jusante do Sistema Cantareira.

Figura 5.3 – Representação do uso e ocupação do solo da bacia Bacia do Jaguari

61
A figura 5.4 mostra a grande extensão das Áreas de Uso Especial, que corresponde
às áreas urbanas ou em processo de urbanização, cuja tendência é de crescimento contínuo.
Grandes Áreas Subutilizadas constituídas por pastos, que pela vocação do solo, poderiam
estar sendo melhores utilizadas. Ambas, cercadas por grandes Áreas de Uso Adequado,
utilizadas nas culturas da cana-de-açucar, de citros com predominância dos laranjais e
outras culturas de natureza perene ou anual. Além disso, observa-se pequenas Áreas de
Preservação compostas por matas, matas ciliares, matas mistas e vegetação de várzeas, o
que já constitui motivo de grande preocupação.

Figura 5.4 – Representação da utilização das áreas, na Bacia do Jaguari

62
Na figura 5.5, a bacia não apresenta grandes variações de cotas altimétricas, sendo
as cotas de 550 a 650m as de maior representatividade. As cotas de 700 a 750m, de menor
representatividade, localizam-se na parte superior da Bacia.

Figura 5.5 – Classificação das cotas altimétricas

63
5.2 - Caracterização da Bacia Hidrográfica

5.2.1 - Isolamento da Bacia Hidrográfica

Abaixo, o quadro contendo a rede de drenagem das bacias isoladas no trabalho:


Bacia 1, da nascente ao município de Morungaba; Bacia 2, da nascente ao município de
Jaguariúna e Bacia 3, da nascente ao município de Cosmópolis.

Tabela 5.1 : Área de drenagem da bacia 1, bacia 2 e bacia 3


SUB-BACIAS ÁREA DE MUNICÍPIOS
JAGUARI DRENAGEM
( Km2 )
Bacia 1 Quatro Municípios Mineiros :
Seção Morungaba Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema
Da nascente ao
posto do DAEE - 3D-009 no município de 1.999,27 Seis Municípios Paulistas :
Morungaba com coordenadas : Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista,
Latitude:22°51’02” Tuiuti, Joanópolis e Morungaba
Longitude:46°46’47”

Bacia 2 Quatro Municípios Mineiros :


Seção Jaguariúna Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema
Da nascente ao
Município de Jaguariúna no Oito Municípios Paulistas :
ponto de medição de vazão e 2.232,75 Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista,
qualidade do rio Jaguari com coordenadas : Tuiuti, Joanópolis, Morungaba, Pedreira
Latitude:22°42’30” e Jaguariúna.
Longitude:46°59’47”

Bacia 3
Seção Cosmópolis Quatro Municípios Mineiros :
Da nascente ao Toledo, Itapeva, Camanducaia, Extrema
ponto do DAEE - 4D-001 no 3.379,77
município de Cosmópolis com coordenadas: Quinze Municípios Paulistas :
Latitude:22°39’26” Pedra Bela, Vargem, Bragança Paulista,
Longitude:47°12’53” Tuiuti, Joanópolis, Morungaba, Pedreira,
Jaguariúna, Amparo, Monte Alegre do
Sul,Santo Antônio de Posse, Artur
Nogueira, Holambra, Pinhalzinho e
Cosmópolis.

64
5.3 – Características Morfológicas

As características físicas de uma bacia hidrográfica são elementos de grande


importância em seu comportamento hidrológico. Existe uma estreita correspondência entre
o regime hidrológico e estes elementos, sendo portanto de grande utilidade prática o
conhecimento desses elementos, pois ao se estabelecer relações e comparações entre eles e
dados hidrológicos conhecidos, pode-se determinar indiretamente, valores hidrológicos em
seções ou locais de interesse, para os quais faltam dados.
Com base no exposto acima, foram determinadas para cada uma das bacias em
estudo, as seguintes características físicas: área de drenagem, coeficiente de compacidade,
forma da bacia, densidade de drenagem, extensão média do escoamento superficial e
sinuosidade do rio.
As Tabelas 5.2, 5.3 e 5.4 abaixo, mostram os resultados obtidos:

Tabela 5.2 : Características morfológicas da Bacia 1

Área: 1.990,275 Km2

Coeficiente de Compacidade : 1,95

Fator de Forma : 0,073

Densidade de Drenagem : 1,830 Km/Km2

Extensão Média do Escoamento Superficial : 0,46 Km

Sinuosidade do rio Jaguari 1,68

65
Tabela 5.3 : Características morfológicas da Bacia 2

Área: 2.223,75 Km2

Coeficiente de Compacidade : 2,419

Fator de Forma : 0,037

Densidade de Drenagem : 1,889 Km/Km2

Extensão Média do Escoamento Superficial : 0,47 Km

Sinuosidade do rio Jaguari : 1,96

Tabela 5.4 : Características morfológicas da Bacia 3

Área: 3.379,775 Km2

Coeficiente de Compacidade : 3,396

Fator de Forma : 0,047

Densidade de Drenagem : 1,988 Km/Km2

Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,50 Km

Sinuosidade do rio Jaguari : 1,81

Os resultados acima, permitem afirmar que as áreas estudadas – Bacias 1, 2 e 3 –


são bacias irregulares, com boa sinuosidade, não muito sujeita a enchentes e, portanto, bem
drenadas.

66
5.4 – Estudo Qualitativo da Água

De um modo geral, os conflitos relacionados ao uso dos recursos hídricos têm


origem na degradação das águas causada pelo lançamento de cargas poluidoras de natureza
doméstica e ou industrial, sem tratamento prévio, diretamente no leito dos rios.
Com base nessa premissa, foram realizadas análises qualitativas da água do rio
Jaguari e determinadas às vazões no mesmo ponto de coleta das amostras, seção de
Jaguariúna, para estudo comparativo. Os resultados obtidos constam das Tabelas 5.5 e 5.6,
abaixo:
Tabela 5.5 - Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna, no ano de 2003
TEMPERATURA CONDUTIVIDADE OD DQO DBO COLIF. TOTAL COLI FECAL
DATA PH (°C) (Us/cm) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (NMP/100 ml) (NMP/100 ml)
6/1/2003 6,92 25,7 78 5,02 1 1 7,5 X 10³ 2,6 X 10³
17/1/2003 6,92 26,4 104 6,16 1 2 6,5 X 10³ 3,2 X 10³
28/1/2003 7,38 23,2 64,6 7,27 4 2 6 X 10³ 3 X 10³
3/2/2003 7,45 26,7 89 7,76 1 2 8,5 X 10³ 5 X 10³
17/2/2003 7,37 26,7 97,8 6,07 19 9 5 X 10³ 3 X 10³
28/2/2003 6,81 24 126 5,8 5 2 6 X 10³ 2 X 10³
7/3/2003 7,18 26,8 82 7 4 3 6 X 10³ 2 X 10³
14/3/2003 7,01 25,7 78,6 6,71 3 2 6 X 10³ 2 X 10³
28/3/2003 7,17 25,2 98,8 6,6 5 2 6,1 X 10³ 3 X 10³
10/4/2003 7,04 23,2 104,4 6,47 1 1 4,8 X 10³ 7,0 X 10³
23/4/2003 7,06 24,4 97,9 7,04 4 1 5,8 x 10³ 2,1 X 10³
30/4/2003 6,94 24,4 108,6 6,27 4 1 4,8 X 10³ 9,2 X 10³
7/5/2003 7,04 20,2 101,2 7,28 2 2 6,5 X 10³ 7 X 10³
20/5/2003 7 20,9 108,7 6,97 2 2 5,2 X 10³ 0,8 X 10³
29/5/2003 6,95 19,4 124,1 7,17 10 4 5,9 X 10³ 2,3 X 10³
9/6/2003 6,87 20,9 116,9 6,82 8 3 5,2 X 10³ 1,3 X 10³
12/6/2003 6,93 20,1 127,7 6,83 12 4 4,9 X 10³ 0,9 X 10³
27/6/2003 7,13 18,7 132,5 6,93 7 2 5,3 X 10³ 0,9 X 10³
10/7/2003 6,77 17,2 132 6,78 26 6,5 7,0 X 10³ 1,2 X 10³
19/7/2003 6,89 18,2 127 6,93 3 2 5,9 X 10³ 1,2 X 10³
28/7/2003 7,11 19,1 140 6,71 3 2 5,1 X 10³ 1,4 X 10³
8/8/2003 7 19,7 134,7 5,48 9 3 5,1 X 10³ 1,1 X 10³
13/8/2003 7,14 19,2 144,4 5,6 31 8 6,1 X 10³ 1,2 X 10³
27/8/2003 6,9 19,1 146,1 5,39 9 3 6 X 10³ 1,1 X 10³
2/9/2003 6,92 20,3 136,4 5,44 19 6,5 5,9 X 10³ 0,8 X 10³
16/9/2003 6,98 22,1 127,9 6,04 36 12 5,9 X 10³ 2,1 X 10³
25/9/2003 6,67 26,5 135,6 4,35 20 6 5,3 x 10³ 1,7 x 10³
16/10/2003 6,76 22,8 150,1 5,96 10 5 6,7 x 10³ 1,5 x 10³
22/10/2003 6,75 24,1 149,6 3,99 16 8 5,2 X 10³ 2,4 x 10³

67
27/10/2003 6,7 25 136 4,73 22 7 5,8 X 10³ 1,9 X 10³
6/11/2003 6,86 23 140,5 5,41 11 4 5,5 X 10³ 1,4 X 103
13/11/2003 7,23 24,2 116,7 6,95 15 5 5,2 X 10³ 1,4 X 10³
27/11/2003 6,86 25,9 118,7 5,09 1 2 7 X 10³ 3,2 X 10³
4/12/2003 7,11 25,2 93,1 6,89 12 4 6,2 X 10³ 2,9 X 10³
11/12/2003 7,2 25,8 84,1 6,39 16 5 6,8 X 10³ 2,7 X 10³
18/12/2003 7,05 25,8 99,4 6,12 10 4 6,3 x 10³ 2,2 x 10³
MÉDIA 7 22,9 115,5 6,2 10,1 3,8 5,9X103 2,5X103

Tabela 5.6 - Parâmetros qualitativos do rio Jaguari no município de Jaguariúna, no ano de 2004
TEMPERATURA CONDUTIVIDADE OD DQO DBO COLI TOTAL COLI FECAL
DATA PH (ºC) (Us/cm) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (NMP/100ml) (NMP/100ml)
6/1/2004 7,42 26,1 69,8 6,04 41 11 7 X 10³ 2,2 x 10³
15/1/2004 7,21 24,4 81,3 4,88 32 11 6,8 X 10³ 3 X 10³
29/1/2004 7,26 26,9 75,4 5,57 25 0,9 5,8 x 10³ 2,5 X 10³
5/2/2004 6,85 26,6 90,8 6,34 28 5 7,2 x 10³ 3,1 x 10³
19/2/2004 7 28,9 111,2 5,95 23 6,5 7,1 x 10³ 2,9 x 10³
27/2/2004 7,22 23,3 61 6,59 25 5 5,7 x 10³ 1,2 X 10³
4/3/2004 7,03 25,6 86 6,4 2 2 6,4 X 10³ 1,2 X 10³
10/3/2004 7,08 26,8 96,9 5,56 33 7 7,2 x 10³ 2,7 X 10³
30/3/2004 7,05 26,8 97 5,38 105 17 2,7 X 10³ 1,7 x 10³
6/4/2004 7,12 25,4 96,4 5,11 8 2 2,8 x 10³ 1,2 X 10³
23/4/2004 7,35 24,8 65,7 6,24 2 1 1,4 X 10³ 0,7 X 10³
29/4/2004 7,23 22 83,5 5,74 14 4 6,3 x 10³ 1,9 X 10³
6/5/2004 7,23 22,8 85,2 5,94 38 9 5,7 X 10³ 1,7 x 10³
20/5/2004 7,19 19,9 83,1 7,02 4 1 6 X 10³ 1,7 x 10³
27/5/2004 7,34 17,2 77,4 5,97 4 1 6 X 10³ 2,3 X 10³
2/6/2004 7,34 17,2 67,1 6,11 5 1 7 X 10³ 3,3 X 10³
17/6/2004 7,29 17 81,6 6,3 36 8 7 X 10³ 4 X 10³
24/6/2004 7,22 17,1 82,1 6,21 10 2 6 X 10³ 4 X 10³
06/7/2004 7,19 18,6 81,7 6 11 4 7 x 10³ 4 x 10³
22/7/2004 7,09 19,8 93,4 5,65 4 1 6,3 x 10³ 4 X 10³
10/8/2004 7,11 19 89,2 5,83 13 4 7 X 10³ 4 X 10³
26/8/2004 7,03 19,2 100,2 5,64 18 4 8 X 10³ 4 X 10³
16/9/2004 6,94 19,4 101,2 5,54 6 1 9 X 10³ 6 x 10³
29/9/2004 6,94 24,7 112,3 4,91 2 1 9 X 10³ 6 x 10³
7/10/2004 6,91 22 112,4 5,57 1 1 8 X 10³ 4 X 10³
21/10/2001 6,92 22 88 5,11 16 4 8 X 10³ 6 x 10³
05/11/2004 7,01 23,9 107,2 5,26 15 4,6 9 X 10³ 6 x 10³
25/11/2004 7,11 24,4 89,2 5,87 61 15 8 X 10³ 6 X 10³
1/12/2004 7,16 25 84,3 6,09 46 9 8 X 10³ 6 x 10³
16/12/2004 7,03 27,1 91,8 5,98 17 4 9 X 10³ 7 X 10³
MÉDIA 7,13 22,8 88,1 5,83 21,5 4,9 6,7X103 3,5X103

68
Os resultados mostram, claramente, uma queda significativa dos padrões de
qualidade da água do rio Jaguari em Jaguariúna, em curto espaço de tempo. O rio Jaguari,
antes considerado de “Classe II” até 2000, hoje é considerado de “Classe III”, para fins de
abastecimento público. Embora atenda os parâmetros de Oxigênio Dissolvido e Demanda
Bioquímica de Oxigênio estabelecidos para a Classe II, o rio Jaguari no ponto da coleta de
amostras, apresenta contagens de Coliformes Totais e Fecais elevadas, características da
Classe III.
Isso demonstra que a alteração do regime de vazões, a urbanização crescente, o
aumento da população, o lançamento crescente de esgoto doméstico e despejo industrial
diretamente no rio, sem tratamento prévio, vêm comprometendo a qualidade da água de
abastecimento em Jaguariúna e tornando cada vez mais crítica a situação desse recurso
natural.
Dentre as causas de degradação biológica da água do rio Jaguari acima
mencionadas, destaca-se como a mais crítica, o lançamento do esgoto doméstico e do
despejo industrial, diretamente no rio, sem tratamento prévio. A falta de investimento, por
parte do setor público, em saneamento básico, tem contribuído para agravar ainda mais essa
situação.
Com a ampliação do nível de exigência de tratamento prévio do esgoto gerado por
cada município, essa situação tende a melhorar sensivelmente. Jaguariúna, fazendo jus ao
seu pioneirismo, trata hoje 50% do volume de esgoto doméstico gerado, com previsão de
tratar 100% desse volume, até o final do ano de 2005.
Não obstante, é imprescindível que os municípios localizados à montante de
Jaguariúna, elevem em igual extensão seus índices de tratamento de esgoto, para assegurar
água de melhor qualidade em Jaguariúna e, conseqüentemente, a proteção do recurso
hídrico objeto desse estudo.

69
5.5 – Vazões

A demanda hídrica é o elemento de maior pressão sobre os recursos hídricos.


Quando há áreas onde esse recurso está escasso, tanto qualitativa como quantitativamente,
o uso desse recurso natural começa a ser conflitante. Portanto, a situação requer uma
distribuição eqüitativa dos recursos hídricos e o controle das cargas poluentes, mantendo-as
em níveis aceitáveis e compatíveis com a capacidade da assimilação dos corpos d’água.
O uso racional do recurso hídrico exige que a demanda hídrica não exceda a
disponibilidade hídrica por um longo período. Por esse motivo, há necessidade de se
conhecer a intensidade do uso desse recurso por região, para possibilitar o seu
gerenciamento.
Faz-se necessário mensurar as variações dos estoques hídricos durante diferentes
períodos do ano e em diferentes anos, levando-se em conta a duração e a extensão de uma
situação de deficiência de água para abastecimento, uma vez que essas variações podem
afetar a qualidade hídrica e o equilíbrio ecológico.

Tabela 5.7 : Vazões medidas e vazões calculadas no município de Jaguariúna

VAZÃO MEDIDA EM VAZÃO CALCULADA


VAZÃO DAEE JAGUARIÚNA Método-Transferência VAZÃO DAEE
MORUNGABA Método do molinete espacial de informação COSMÓPOLIS
DATA (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s)
28/1/2003 35,19 35,44 35,20 62,91
17/2/2003 13,36 14,46 13,37 35,80
14/3/2003 15,18 17,49 15,18 46,56
23/4/2003 7,95 8,42 7,97 18,02
7/5/2003 9,71 9,65 9,73 19,88
12/6/2003 5,86 6,96 5,89 10,91
19/7/2003 4,94 5,37 4,99 8,45
13/8/2003 4,51 5,21 4,54 10,03
16/9/2003 4,04 4,67 4,07 9,29
16/10/2003 6,55 7,29 6,58 11,31
10/3/2004 12,57 15,86 12,58 27,4
23/4/2004 22,28 26,32 22,28 43,9
20/5/2004 10,97 13,20 10,99 21
17/6/2004 12,83 14,86 12,84 28,6
6/7/2004 8,66 9,57 8,69 14,9
22/7/2004 20,96 24,45 20,97 49,6
10/8/2004 7 9,35 7,02 13,8

70
26/8/2004 6,2 9,64 6,23 11,1
16/9/2004 4,88 6,77 * *
7/10/2004 6,2 8,90 6,23 12,4
5/11/2004 7,27 10,71 7,29 15,98
16/12/2004 6,16 9,84 6,17 17,6
MÉDIA 10,60 12,47 10,90 23,31
(*) Dado não obtido

Tabela 5.8: Comparativo das vazões específicas dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e
Cosmópolis

VAZÃO MEDIDA EM VAZÃO CALCULADA


VAZÃO DAEE JAGUARIÚNA Método-Transferência VAZÃO DAEE
MORUNGABA Método do molinete espacial de informação COSMÓPOLIS
DATA (m3/s.área(Km2) (m3/s área(Km2) (m3/s área(Km2) (m3/s área(Km2)
28/1/2003 0,01768 0,01594 0,01583 0,01861
17/2/2003 0,00671 0,00650 0,00601 0,01059
14/2/2003 0,00762 0,00879 0,00683 0,01378
23/4/2003 0,00399 0,00379 0,00358 0,00533
7/5/2003 0,00488 0,00434 0,00438 0,00588
12/6/2003 0,00294 0,00350 0,00265 0,00323
19/7/2003 0,00248 0,00241 0,00224 0,00250
13/8/2003 0,00227 0,00234 0,00204 0,00297
16/9/2003 0,00203 0,00210 0,00183 0,00275
16/10/2003 0,00329 0,00328 0,00296 0,00335
10/3/2004 0,00631 0,00713 0,00566 0,00811
23/4/2004 0,01119 0,01184 0,01002 0,01299
20/5/2004 0,00551 0,00594 0,00494 0,00621
17/6/2004 0,00645 0,00668 0,00577 0,00846
6/7/2004 0,00435 0,00430 0,00391 0,00441
22/7/2004 0,01053 0,01099 0,00943 0,01467
10/8/2004 0,00352 0,00420 0,00316 0,00408
26/8/2004 0,00311 0,00433 0,00280 0,00328
16/9/2004 0,00245 0,00304 * *
7/10/2004 0,00311 0,00400 0,00280 0,00367
5/11/2004 0,00365 0,00482 0,00328 0,00473
16/12/2004 0,00308 0,00442 0,00276 0,00521
(*) Dado não obtido

71
As vazões medidas pelo método do molinete em Jaguariúna, foram comparadas com
as vazões calculadas pelo método de transferência espacial de informação, utilizando os
dados de medições dos postos 3D-009 de Morungaba e 4D-001 de Cosmópolis, localizados
à montante e à jusante de Jaguariúna, respectivamente.
O resultado da análise comparativa revela que as vazões calculadas e medidas pelos
diferentes processos, estão muito próximas, com dispersão inferior a 5%.

Aplicando o programa de ajuste na série de dados tem-se:


Número de pares (N) = 20
Regressão Linear: Qcalc = -1,09754+0,9486.Qmed
Coeficiente de Regressão (r) = 0,9870
“t” – Distribuição de t Student

r
t= . N
1− r2

Valor obtido t = 27,46

Os dados obtidos são muito semelhantes, ou seja os calculados com os medidos em


campo. Dessa forma, a metodologia de transferência de dados utilizada, mostrou-se
adequada, ou seja, os dados obtidos com regressão de cerca de 98%,comprovam que o
método se adequa, para estudos que avaliam a vazão em pontos que não se dispõe de
estações fluviométricas.

72
5.6- Vazão Mínima

É importante manter sob controle as vazões extremas correspondentes aos períodos


de seca e enchente, uma vez que possíveis afastamentos desse intervalo, podem acarretar
sérios riscos ambientais.
As vazões mínimas Q7,10 e Q95% são importantes e muito utilizadas em planejamento
e gestão de recursos hídricos, para se fazer análise e previsão das disponibilidades hídricas
e da qualidade dos recursos hídricos.
As vazões específicas traduzidas por Q7,10 e por Q95%, representam a contribuição
unitária mínima da bacia. São utilizados para avaliar a disponibilidade hídrica mínima por
unidade de área, indicando áreas críticas quanto à utilização dos recursos hídricos.
As Tabelas 5.9 e 5.10 abaixo contêm as vazões mínimas e específicas mínimas das
bacias em estudo:

Tabela 5.9 : Vazão mínima dos municípios de Morungaba, Jaguariúna e Cosmópolis


MUNICÍPIOS VAZÃO Q7,10 VAZÃO Q95%
3
(m /s) (m3/s)
MORUNGABA 3,74 5,63
JAGUARIÚNA 4,20 6,29
COSMÓPOLIS 6,35 9,56

Tabela 5.10 – Vazão específica em relação a Q 7,10 e Q95%

MUNICÍPIOS VAZÃO Q7,10 VAZÃO Q95% ÁREA (Km2) ESPECÍFICA ESPECÍFICA


(L/s) (L/s) Q7,10 Q95%
2
(L/s.Km ) (L/s.Km2)
MORUNGABA 3.740,00 5.630,00 1.990,28 1,88 2,83
JAGUARIÚNA 4.180,00 6.290,00 2.223,75 1,88 2,83
COSMÓPOLIS 6.350,00 9.560,00 3.379,78 1,88 2,83

73
As vazões mínimas - Q7,10 e Q95% - no município de Jaguariúna, mostram
resultados preocupantes. Os resultados obtidos, seja pelo método das vazões medidas em
campo com molinete, seja pelo método das vazões calculadas pela fórmula de transferência
de informação, apresentam valores bem próximos das vazões mínimas das disponibilidades
dos recursos hídricos. Isto significa que, o forte crescimento da atividade industrial e o
aumento populacional decorrente, poderão comprometer o abastecimento público de
Jaguariúna, em um futuro muito breve.

5.7 – Vazão de Enchente

A enchente é o fenômeno da ocorrência de vazões relativamente grandes, que fazem


com que as águas extravasem o canal natural do rio, causando as chamadas inundações.
O cálculo da vazão de enchente significa dar a máxima vazão de projeto. A vazão de
enchentes aplica-se ao cálculo de uma enchente de projeto por extrapolação dos dados
históricos para as condições críticas. A maior vazão medida em um período de anos, tem a
probabilidade de acontecer ou ser superada uma vez, neste período em anos.
No município de Jaguariúna os valores foram calculados pela regionalização
hidrológica, através dos postos à montante (3D-009 em Morungaba) e à jusante de
Jaguariúna (4D-001 em Cosmópolis). Os métodos utilizados foram: Log de Pearson Tipo
III e Gumbel.
As Tabelas 5.11 e 5.12 mostram as vazões de enchente calculadas para as regiões
estudadas.
Tabela 5.11 : Vazão máxima pelo método de Log de Pearson Tipo III

VAZÃO MÁXIMA

Tr MORUNGABA JAGUARIÚNA COSMÓPOLIS


Qm3/s Qm3/s Qm3/s
2 47,163 47,167 88,235
10 80,564 80,567 138,92
25 95,6 95,77 174,582
50 106,145 106,147 204,644
100 116,017 116,018 237,684
Tr = tempo de recorrência

74
Tabela 5.12 : Vazão máxima pelo método de Gumbel

VAZÃO MÁXIMA

Tr MORUNGABA JAGUARIÚNA COSMÓPOLIS


Qm3/s Qm3/s Qm3/s
2 46,619 46,623 84,625
10 85,745 85,748 142,87
20 100,711 100,714 165,141
50 120,079 120,081 193,97
100 134,585 134,587 215,56
1000 182,526 182,528 286,92
Tr = tempo de recorrência

Considerando as altas vazões de enchente obtidas para os diferentes intervalos de


tempo, conclui-se que a probabilidade de ocorrência de enchentes em Jaguariúna, nas atuais
condições, é remota.

75
5.8 – Vazões e parâmetros
5.8.1 - pH

40 7,5
35 7,4
7,3
VAZÃO (m 3/s)

30 7,2
25 7,1
7

pH
20 6,9
15 6,8
10 6,7
6,6
5 6,5
0 6,4
3

3
03

03

03

03

03

03

03

03
00

00
20

20

20

20

20

20

20

20

/2
2
5/
/

0
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA
VAZÃO (m ³/s ) pH

30 7,4
25 7,3
7,2
VAZÃO (m 3/s)

20 7,1

pH
15 7
10 6,9
6,8
5 6,7
0 6,6
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

7/ 04

5/ 04

/1 4
00
00

16 00
0
20

/2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/
/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

10

11
10

DATA

V AZÃO (m ³/s ) pH

Figura 5.6–Comparativo dos parâmetros de vazão e de pH medidos em Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

O pH medido variou de 6,67 a 7,45. Com raras exceções, a bacia apresenta


tendência de pH mais elevado para vazões mais altas. A média de pH registrada no período
desses dois anos foi de 7,06 e, portanto, muito próxima do pH de neutralidade, ou seja,
pH=7,00, o que demonstra que o pH, nesse caso, não afeta a vida aquática com grande
significância.

76
5.8.2 – Temperatura (ºC)

40 30

TEMPERATURA (°C)
35 25
VAZÃO (m 3/s)

30
25 20
20 15
15 10
10
5 5
0 0

03

03
3

3
00

00

00

00

00

00

00

00
20

20
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

0/
5/
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA
VAZÃO (m ³/s ) TEMPERATURA (ºC)

30 30

TEMPERATURA ºC
25 25
VAZÃO (m 3/s)

20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

10 4

11 4

/1 4
00
00

00

00

16 00
0
0

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) TEM PERATURA ºC

Figura 5.7–Comparativo dos parâmetros de vazão e de temperatura medidos em Jaguariúna, nos anos 2003 e
2004

Observa-se que a temperatura não é grandemente afetada por diferentes vazões. A


temperatura medida variou de 17,0ºC a 28,9ºC, com média de 22,9ºC no período estudado.
Esse comportamento da temperatura tem grande significado, à medida que não
altera, substancialmente, a solubilidade dos gases, ou seja, o oxigênio dissolvido tão
essencial à manutenção da vida aquática, se mantém dentro dos limites de aceitabilidade.

77
5.8.3 – Condutividade (Us/cm)

CONDUTIVIDADE (Us/cm)
40 160
35 140
VAZÃO (m 3/s)

30 120
25 100
20 80
15 60
10 40
5 20
0 0

03

03
3

3
00

00

00

00

00

00

00

00
20

20
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

0/
5/
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA

VAZÃO (m ³/s) CONDUTIVIDADE (Us/cm )

CONDUTIVIDADE (Us/cm)
30 120
25 100
VAZÃO (m 3/s)

20 80
15 60
10 40
5 20
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

10 4

11 4

00
00

00

00

16 00
0
20

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/
/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

/1
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) CONDUTIVIDADE (Us /cm )

Figura 5.8–Comparativo dos parâmetros de vazão e de condutividade medidos em Jaguariúna, nos anos de
2003 e 2004

A representação gráfica mostra que ocorre um aumento da condutividade com a


diminuição da vazão. Observa-se claramente que quanto menor a vazão, maior a
condutividade. Isso significa que na condição de baixa vazão, a água apresenta maior grau
de mineralização, em termos das substâncias dissolvidas e ionizadas nela presentes.
Embora a condutividade possa variar com a temperatura da água, nesse caso
específico, o fator temperatura não é significativo, haja vista que, nesse caso, a temperatura
não é afetada por diferentes vazões.
A condutividade medida variou entre 61,0 us/cm e 150,1 us/cm, com média de
103,0 us/cm.

78
5.8.4 – Oxigênio dissolvido (mg/L)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO
40 8
35 7
VAZÃO (m 3/s)

30 6
25 5

(mg/L)
20 4
15 3
10 2
5 1
0 0
03

03
3

3
00

00

00

00

00

00

00

00
20

20
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

0/
5/
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA

VAZÃO (m ³/s) OXIGÊNIO DISSOLVIDO (m g/L)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO
30 8
7
VAZÃO (m 3/s)

25
6
20

(mg/L)
5
15 4
10 3
2
5 1
0 0
22 004

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

10 4

11 4

4
00
00

00

00

16 00
20

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/
/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

/1
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) OXIGÊNIO DISSOLVIDO (m g/L)

Figura 5.9–Comparativo dos parâmetros de vazão e de oxigênio dissolvido medidos em Jaguariúna, nos anos
2003 e 2004

A água em contato com o ar, fica geralmente saturada de oxigênio à temperatura


ambiente. Por outro lado, a água que foi isolada do contato com o ar (água de poços
profundos ou de lagos estratificados) contém pouco ou nenhum oxigênio dissolvido (OD).
O conteúdo de OD pode ser acrescido pelo oxigênio produzido por plantas aquáticas
durante a fotossíntese. Um decréscimo de OD na água da superfície pode ocorrer quando a
temperatura da água se eleva ou quando a quantidade de poluição do corpo d’água
aumenta.

79
Observa-se que o Oxigênio Dissolvido medido variou entre o valor mínimo de
3,39mg/L e o valor máximo de 7,76mg/L no período. A média dos valores obtidos no
intervalo de tempo estudado foi de 6,05 mg/L, não afetada significativamente pela baixa
vazão. Essa leitura é de grande importância para assegurar a vida dos peixes e de outros
organismos aquáticos.

5.8.5 – Demanda Química de Oxigênio (mg/L)

DEMANDA QUÍMICA DE
40 40

OXIGÊNIO (mg/L)
35 35
VAZÃO (m 3/s)

30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
3

3
03

03

03

03

03

03

03

03
00

00
20

20

20

20

20

20

20

20

/2
2
5/
/

0
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16

DATA

VAZÃO (m ³/s) DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (m g/L)


DEMANDA QUÍMICA DE

30 40
OXIGÊNIO (mg/L)

25 35
VAZÃO (m 3/s)

30
20 25
15 20
10 15
10
5 5
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

10 4

00
00

00

00

16 00
0
0

/2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

11

/1
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) DEM ANDA QUÍM ICA DE OXGÊNIO (m g/L)

Figura 5.10–Comparativo dos parâmetros de vazão e de demanda química de oxigênio medidos em


Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) indica a quantidade de compostos


oxidáveis quimicamente, presentes na água. O valor da DQO pode variar com a

80
composição da água, com a concentração do reagente, com a temperatura, com o tempo de
contato e com outros fatores. Em alguns casos, costuma-se estabelecer uma relação tosca
entre a DBO e a DQO, mas como a oxidação química e a oxidação biológica são processos
diferentes, os resultados podem diferir em grande extensão.
À primeira vista, os gráficos sugerem uma relação inversa entre Demanda Química
de Oxigênio e Vazão. Quanta mais alta a vazão menor a DQO e vice-versa. Isso poderia ser
esperado, se a DQO dependesse apenas da quantidade de materiais oxidáveis lançados no
rio, até o ponto de coleta da amostra de água objeto da análise. Porém, o que se observa é
que o valor da DQO depende também da natureza do material passível de oxidação química
lançado no curso d’água.
Em junho de 2003 e outubro de 2004, apesar da condição de baixa vazão, os valores
de DQO se mostraram relativamente baixos. Portanto, apesar das altas vazões contribuírem
para a redução da DQO, isso pode não ocorrer efetivamente, em razão da natureza dos
materiais lançados.
A medida da DQO variou entre o valor mínimo de 1 mg/L e o valor máximo de 105
mg/l. O valor médio obtido para esse parâmetro de 15mg/L , demonstra a não criticidade da
Demanda Química de Oxigênio. As leituras mais altas devem corresponder a descargas
eventuais, passíveis de controle, seja através de otimização do monitoramento ou de maior
grau de conscientização.

81
5.8.6 – Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L)

DEMANDA BIOQUÍMICA
DE OXIGÊNIO (mg/L)
40 14
35 12
VAZÃO (m 3/s)

30 10
25 8
20
15 6
10 4
5 2
0 0

03

03
3

3
00

00

00

00

00

00

00

00
20

20
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

0/
5/
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA

VAZÃO (m ³/s ) DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (m g/L)

DEMANDA BIOQÍMICA
DE OXIGÊNIO (mg/L)
30 9
25 8
VAZÃO (m 3/s)

7
20 6
5
15 4
10 3
2
5 1
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

11 4

00
00

00

00

16 00
0
20

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/
/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

10

/1
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) DEM ANDA BIOQUÍM ICA DE OXIGÊNIO (m g/L)

Figura 5.11–Comparativo dos parâmetros de vazão e de demanda bioquímica de oxigênio medidos em


Jaguariúna, nos anos 2003 e 2004

A importância das medidas de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), do ponto


de vista ecológico, é muito grande, pois através delas podemos saber quanto de oxigênio
vai ser subtraído do curso d’água, por determinada quantidade de um certo tipo de esgoto
ou resíduo industrial. Por conseguinte, conhecendo-se o volume de água do corpo receptor
e, portanto, a quantidade de oxigênio nele contida, pode-se saber também quanto de
oxigênio restará para a respiração dos peixes e outros organismos aquáticos. Tem valor
exclusivamente do ponto de vista ecológico e não propriamente sanitário.

82
Uma das principais razões pelas quais as águas residuais devem ser tratadas antes de
seu retorno à fonte de abastecimento é a de reduzir a drenagem do suprimento de oxigênio
da coleção hídrica receptora. A grandeza da DBO se relaciona com a quantidade de matéria
orgânica presente no esgoto, isto é, quanto maior a quantidade de material orgânico
passível de oxidação biológica, maior a DBO. A “força” das águas residuais é expressa em
termos de nível da demanda bioquímica de oxigênio.
Como era de se esperar, os gráficos mostram que os valores da DBO são fortemente
afetados pelas baixas vazões. Quanto mais baixa a vazão, mais elevada a DBO.
Evidentemente, quanto menor a vazão, menor a quantidade de água e menor a quantidade
de oxigênio disponível. Por outro lado, para uma mesma carga orgânica, quanto menor a
vazão, maior a concentração de material assimilável e, conseqüentemente, maior a
Demanda Bioquímica de Oxigênio.
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) medida variou entre o valor mínimo de
0,7 mg/L e 17,0 mg/L. O valor médio obtido no período foi de 4,3mg/L e, portanto,
relativamente alto para o valor médio de Oxigênio Dissolvido obtido no mesmo período.
Essa leitura demonstra que a continuidade do lançamento de águas residuárias no rio
Jaguari, sem tratamento prévio, poderá em curto espaço de tempo, comprometer o
abastecimento público em Jaguariúna e a vida dos organismos aquáticos nesse trecho da
bacia.

83
5.8.7 – Coliformes totais (NMP/100mL)

COLIFORME TOTAL
40 8

(NMP/100 mL)
35 7
VAZÃO (m 3/s)

30 6
25 5
20 4
15 3
10 2
5 1
0 0
03

03
3

3
00

00

00

00

00

00

00

00
20

20
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

0/
5/
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA

VAZÃO (m ³/s) COLIFORME TOTAL (NMP/100 m L)

COLIFORME TOTAL X 103


30 10
9
25 8
VAZÃO (m 3/s)

(NMP/100mL)
20 7
6
15 5
4
10 3
5 2
1
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

10 4

00
00

00

00

16 00
0
20

/2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/
/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

11

/1
10

7/

5/

DATA

VAZÃO (m ³/s ) COLIFORM E TOTAL (NM P/100 m L)

Figura 5.12–Comparativo dos parâmetros de vazão e de coliformes totais medidos em Jaguariúna, nos anos
2003 e 2004

Para avaliação da qualidade sanitária de águas do ponto de vista microbiológico, são


usualmente empregadas às bactérias do grupo coliforme. O grupo coliforme inclui todos os
bacilos aeróbios ou anaeróbios facultativos gram-negativos, não esporulados, que
fermentam a lactose com produção de ácido e gás, em 24-48 horas, à temperatura de 35ºC.
Formam colônias de coloração rosa a vermelha escura, com brilho metálico verde-dourado,
em meio de cultura tipo Endo-Agar, em 18-24 horas, à temperatura de 35ºC. Geralmente, a
utilização desse meio de cultura, seletivo e diferencial, é feita para atender os padrões de
potabilidade definidos pela legislação.

84
As clássicas espécies deste grupo são a Eschecichia Coli, Enterobacter aerogenes,
Enterobacter cloacae, Citrobacter freudii e Klebsiella pneumoniae.
Embora se observe uma redução na contagem de coliformes totais com o aumento
das vazões, a relação sugere a presença de outros fatores que poderão estar afetando o nível
dessa contagem na bacia do Jaguari. No período de estiagem relativo ao ano de 2004,
apesar de registradas vazões maiores que em 2003, as contagens de coliformes totais
correspondentes, são ligeiramente maiores do que as registradas em 2003. O aumento da
taxa populacional e o incremento da taxa de urbanização registrados nessa Bacia, no ano
de 2004 podem, neste momento, explicar a divergência observada – vide Tabelas 3.2 e 3.3.
A contagem máxima encontrada no período foi de 9.000UFC/mL e a mínima de
1.400UFC/mL. A contagem média de coliformes totais no período foi de 6.263UFC/mL.

85
5.8.8 – Coliformes fecais (NMP/100mL)

40 3,5

COLIFORME FECAL
35 3
VAZÃO (m 3/s)

(NMP/100 mL)
30 2,5
25
2
20
1,5
15
10 1
5 0,5
0 0

3
3

3
00

00
00

00

00

00

00

00

00

00

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
5/

0
/1

/2

/3

/4

/6

/7

/8

/9
7/

/1
28

17

14

23

12

19

13

16

16
DATA

VAZÃO (m ³/s ) COLIFORM E FECAL (NM P/100 m L)

30 10

COLIFORME FECAL X 103


9
25 8
VAZÃO (m 3/s)

(NMP/100 mL)
20 7
6
15 5
4
10 3
5 2
1
0 0
22 04

4
23 04

20 04

17 04

6/ 4

10 04

26 04

16 04

7/ 04

5/ 04

/1 4
00
00

16 00
0
0

/2
2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
7/

2
/3

/4

/5

/6

/7

/8

/8

/9

10

11
10

DATA

VAZÃO (m ³/s ) COLIFORM E FECAL (NM P/100 m L)

Figura 5.13–Comparativo dos parâmetros de vazão e de coliformes fecais medidos em Jaguariúna, nos anos
2003 e 2004

A avaliação da qualidade sanitária de águas do ponto de vista microbiológico,


empregando as bactérias do grupo coliforme, não é suficiente para detectar um pequeno
grupo de bactérias, comprovadamente de origem fecal e, com sobrevivência similar às
bactérias patogênicas intestinais – Escherichia coli. Estas bactérias são diferenciadas dos
demais coliformes pela capacidade de produzir ácido e gás a partir da lactose, quando
incubadas à temperatura de 44,5ºC. Devido à sua origem, estas bactérias são denominadas
coliformes fecais: grupo de bacilos gram-negativos, não esporulados, aeróbios ou

86
anaeróbios facultativos, que fermentam a lactose, com produção de ácido e gás em 24 a 48
horas, à temperatura de 44,5ºC. Estas bactérias formam colônias de coloração azul escura
brilhante, em meio de cultura do tipo mFC-Agar, em 18 a 24 horas, à temperatura de
44,5ºC.
A exemplo do que ocorre nas contagens de coliformes totais, as contagens de
coliformes fecais se comportam de maneira idêntica, ou seja, aumentam mesmo quando era
de se esperar uma redução dessa contagem para vazões maiores ocorridas no período de
estiagem do ano de 2004. Da mesma forma, essa divergência deve-se ao aumento da taxa
populacional e da taxa de urbanização ocorridas ao longo do referido ano – vide Tabelas
3.2 e 3.3.
É de se esperar a partir de 2005, uma redução nas contagens de coliformes totais e
fecais nessa seção da Bacia, em decorrência da operacionalização das Estações de
Tratamento de Esgoto em implantação, à montante de Jaguariúna. Jaguariúna, que por sua
vez já trata, desde de outubro de 2004, 50% do volume de efluente gerado, terá esse
volume ampliado para 100%, até o final de 2005.
A contagem máxima encontrada no período foi de 9.200UFC/mL e a mínima de
700UFC/mL. A contagem média para coliformes fecais no período foi de 2.924UFC/mL,
ou seja, o suficiente para caracterizar o curso d’água como de Classe III.

87
5.9-Aplicação da Metodologia dos Indicadores de Sustentabilidade dos Recursos
Hídricos

Neste item realiza-se uma aplicação, para o caso em estudo, da metodologia dos
indicadores de sustentabilidade dos recursos hídricos, tais como, densidade demográfica,
índice de urbanização, índice de cobertura vegetal natural, índice de reflorestamento, índice
de irrigação, índice de consumo efetivo de água per capita, vazão específica mínima, índice
de captação urbana de água em relação às vazões mínimas naturais Q7,10 e Q95%, índice de
atendimento por coleta de esgoto e índice de atendimento por tratamento de esgotos.
O resultado dessa aplicação é uma classificação das três bacias analisadas, através
da mensuração dos indicadores de sustentabilidade. Portanto, esta etapa corresponde à
quantificação dos indicadores definidos, para que tenham validade na comparação das
bacias hidrográficas, segundo a necessidade de cada uma delas em relação à determinada
ação de intervenção. Para cada indicador descrevem-se os parâmetros que o constituem e
seus respectivos índices ou valores determinados.

5.9.1 – Densidade Demográfica

A densidade demográfica avalia a intensidade da ocupação antrópica e sua


conseqüência sobre os recursos hídricos. Esse indicador avalia as necessidades das bacias
em relação às intervenções que proporcionam a conservação e proteção dos mananciais e
melhoria de vida.

Tabela 5.13 :Densidade demográfica

BACIAS ÁREA DA UNIDADE POPULAÇÃO DENSIDADE


TERRITORIAL DEMOGRÁFICA
(Km2) (HAB/Km2)
Bacia 1 2.515 228.562 91
Bacia 2 2.727 297.771 109
Bacia 3 4.032 490.891 122

88
Os resultados indicam a Bacia 3, como a de maior densidade demográfica com 122
hab/Km2.e portanto, a mais sujeita a sofrer impactos decorrentes da pressão populacional.
Na seqüência, a Bacia 2 com 109 hab/Km2 e a Bacia 1 com 91 hab/Km2 - Vide figura 5.36.

140
Densidade Demográfica

120
100
(hab/Km 2)

80
60
40
20
0
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.14: Densidade demográfica

5.9.2 - Índice de Urbanização

A urbanização é um dos processos antrópicos mais agressivos ao meio ambiente.


Geralmente, a urbanização, se processa de forma descontrolada, forçando as cidades a
abrigarem um número de pessoas superior à sua capacidade ambiental.
O elevado crescimento urbano e industrial e as diversas formas de uso da terra na
Bacia do Jaguari, vêm provocando grandes alterações no meio físico e intensificando os
conflitos pela utilização dos recursos naturais, em especial, os recursos hídricos.

89
Tabela 5.14 : Índice de urbanização

BACIAS POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO TOTAL INDICE


(a) (b) (a/b)
Bacia 1 168.097 215.046 0,78
Bacia 2 227.921 279.738 0,81
Bacia 3 371.410 460.279 0,81

O menor índice de urbanização é observado na Bacia 1, com 0,78. As Bacias 2 e 3


encontram-se no mesmo patamar, com índice 0,81 e, portanto, com o mesmo índice de
alterações no meio físico, em especial nos recursos hídricos, como mostra a Figura 5.37.

0,81
Índice de Urnbanização

0,8

0,79

0,78

0,77

0,76
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.15 : Índice de urbanização

90
5.9.3 – Índice de Cobertura Vegetal Natural

Atualmente ocorrem intensos desmatamentos, em escala cada vez mais acentuada,


em virtude das expansões da atividade industrial, da urbanização e da atividade agrícola .
A extinção de florestas inteiras, altera todo o equilíbrio natural das regiões. As
plantas, os animais, as nascentes e os rios, o solo, o regime hídrico, tudo se altera para
atender ao grande desenvolvimento do local.
A cobertura vegetal natural constituída de remanescentes de mata atlântica, de
cerrado e de matas ciliares, se apresenta distribuída na região de forma localizada e restrita.
A situação atual das condições ambientais, são provenientes da intensa ocupação antrópica,
com a substituição da cobertura florestal natural por extensas áreas urbanizadas, industriais
e agrícolas.
A proteção das áreas, ainda com cobertura vegetal natural, é de grande importância
para proteção do solo e conservação dos recursos hídricos. O índice de cobertura vegetal
natural é um indicador importante de qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica.

Tabela 5.15 :Índice de cobertura vegetal natural

Área da Cobertura
Vegetal natural Área de Drenagem
BACIAS (Km2) (a) Total (Km2) (b) Índice (a/b)
Bacia 1 323,27 1.999,28 0,16
Bacia 2 347,49 2.232,75 0,16
Bacia 3 652,53 3.388,78 0,19

O maior índice de cobertura vegetal natural encontra-se na Bacia 3, da ordem de


0,19. Na seqüência, com 0,16 de cobertura vegetal natural, as Bacias 1 e 2. – Vide Figura
5.38, abaixo:

91
0,19
Indice de Cobertura Vegetal

0,18

0,17
Natural

0,16

0,15

0,14
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.16 : Índice de cobertura vegetal natural

5.9.4 – Índice de Reflorestamento

As áreas de reflorestamento são constituídas por formações florestais artificiais,


disciplinadas e homogêneas, representadas, principalmente, por eucaliptus e pinus. O
reflorestamento constitui um mecanismo de recuperação de áreas degradadas pelo
desmatamento, devido às mudanças provocadas por essa ação no balanço hídrico de uma
bacia.

Tabela 5.16 : Índice de Reflorestamento


Reflorestamento Cobertura Vegetal
BACIAS (Km2) (a) (Km2) (b) Índice (a/b)
Bacia 1 113 323,27 0,35
Bacia 2 119,5 347,49 0,34
Bacia 3 153,62 652,53 0,23

92
Os resultados apontam a Bacia 3 como a de menor índice de reflorestamento, com
0,23, em coerência com o índice maior de cobertura vegetal natural demonstrado
anteriormente. Em ordem crescente de índices de reflorestamento, destacam-se as Bacias 2
e 1, com valores de 0,34 e 0,35, respectivamente – Vide Figura 5.39, abaixo:

0,35
Indice de Reflorestamento

0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.17: Índice de reflorestamento

5.9.5 – Índice de Consumo Efetivo de Água Per Capita

Este índice indica o volume de água efetivamente consumido na bacia, computadas


as perdas. O consumo efetivo de água per capita nas bacias em estudo, é mais intenso na
Bacia 3, da ordem de 92 m3/hab.ano. Porém, não muito superior aos consumos efetivos
apresentados pelas Bacias 2 e 1, com 88 m3/hab.ano e 87 m3/hab.ano, respectivamente.
Vide Figura 5.41, abaixo:

93
Tabela 5.17 :índice de consumo efetivo de água per capita
Consumo efetivo Consumo per capita
BACIAS População atendida (m3/ano) (m3/hab.ano)
Bacia 1 228.562 19.932.812 87
Bacia 2 297.771 26.157.015 88
Bacia 3 490.891 45.194.470 92

92
água per capita (m 3/hab.ano)
Indice de Consumo efetivo de

91
90
89
88
87
86
85
84
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.18 – Índice de consumo efetivo de água per capita

94
5.9.6 – Índice de Captação Urbana de Água em Relação às Vazões Mínimas Naturais
Q7,10 E Q95%

Tabela 5.18: Captação urbana (m3/s), disponibilidade hídricas Q7,10 e Q95% (m3/s) e
respectivos índices
BACIAS Captação Vazão Q7,10 Vazão Q95% Índice indice
Urbana (m3/s) (m3/s) (m3/s) (a/b) (a/c)
(a) (b) (c)
BACIA 1 0,63 3,74 5,63 0,17 0,11
BACIA 2 0,83 4,20 6,29 0,20 0,13
BACIA 3 1,43 6,35 9,56 0,22 0,15

Esses índices de captação urbana de água em relação as disponibilidade hídricas


mínimas Q7,10 e Q95%, indicam o quanto à demanda do setor contribui para o
comprometimento dessas disponibilidades hídricas. Portanto, na Bacia 3, esses índices
indicam que a demanda hídrica do setor compromete cerca 22% e 15% das disponibilidades
hídricas Q7,10 e Q95%, respectivamente. Para o caso das Bacias 1 e 2, as contribuições para
esse comprometimento são menores e da ordem de 17% e 11% , e, 20% e 13% ,
respectivamente.

0,25
Indice de captação urbana
de água em relação à Q 7,10

0,2

0,15
e Q 95%

0,1

0,05

0
BACIA 1 BACIA 2 BACIA 3

Indice Q7,10 Indice Q95%


Figura 5.19 – Índice de captação urbana de água em relação às vazões mínimas

95
5.9.7 – Índice de Atendimento por Coleta de Esgotos

Na região em estudo, os índices de atendimento global por coleta de esgotos são


considerados bons com uma média de 0,83. Este índice de atendimento é um indicador
utilizado para avaliar a preferência ou a necessidade de ações sobre as bacias em estudo.

Tabela 5.19: Índice de atendimento por coleta de esgotos


População Atendida População Urbana Índice
BACIAS (a) (b) (a/b)
Bacia 1 135.164 168.097 0,80
Bacia 2 193.792 227.921 0,85
Bacia 3 316.487 371.410 0,85

0,85
Indice de atendimento por

0,84
coleta de esgotos

0,83
0,82
0,81
0,8
0,79
0,78
0,77
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.20 : Índice de atendimento por coleta de esgotos

96
4.9.8 – Índice de Atendimento por Tratamento de Esgotos

O grande responsável pela degradação da qualidade das águas dos mananciais de


superfície é a falta de tratamento ou o tratamento parcial de esgotos. Os índices de
tratamento de esgotos são realmente muito baixos. Essa constatação evidencia a
necessidade de intervenções voltadas para se alcançar metas de no mínimo 90% de
tratamento de esgotos nas bacias em estudo.

Tabela 5.20 : Índice de atendimento por tratamento de esgotos


População Atendida População Urbana Índice
BACIAS (a) (b) (a/b)
Bacia 1 14.989 168.097 0,09
Bacia 2 28.506 227.921 0,12
Bacia 3 52.285 371.410 0,14

No que se refere a tratamento de esgotos, a situação das Bacias acima é realmente


crítica e, ainda, muito distante da ideal de 0,95. A melhoria desses índices exige
investimentos maciços na área de saneamento e forte mobilização da sociedade.

0,14
Indice de atendimento por

0,12
tratamento de esgotos

0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
Bacia 1 Bacia 2 Bacia 3

Figura 5.21: Índice de atendimento por tratamento de esgotos

97
6- CONCLUSÃO

O tratamento dos dados obtidos no desenvolvimento desse trabalho, proporcionou as


seguintes conclusões:

- A utilização dos recursos hídricos da Bacia do Jaguari mostrou-se crítica por apresentar:
baixo índice de qualidade das águas, baixo índice de tratamento de esgoto, deficiências de
uso e ocupação de solo, baixo índice de cobertura vegetal natural, alto comprometimento da
disponibilidade hídrica, fatores esses, que podem comprometer seriamente o abastecimento
público, em curto espaço de tempo;

-A aplicação de alguns indicadores de gestão de recursos hídricos, além de possibilitar a


classificação satisfatória das Bacias 1, 2 e 3, auxiliou na priorização e identificação dos
tipos de intervenção. A caracterização de áreas críticas é importante para o
desenvolvimento de ações de gerenciamento de recursos hídricos na região e, assim,
minimizar impactos ambientais;

- O regime hídrico foi grandemente afetado pelo alto índice de urbanização e o baixo índice
de cobertura vegetal natural;

- A degradação da qualidade da água dos mananciais de superfície deve-se ao alto índice de


atendimento de coleta de esgoto, aliado a um baixo índice de tratamento de esgoto;

- A utilização da técnica de regionalização hidrológica e o diagnóstico da área, para se


avaliar potencial hidrológico em seções de uma bacia hidrográfica, mostrou-se eficaz em
razão dos resultados satisfatórios obtidos;

- As medições de vazões realizadas no campo pelo método do molinete, mostraram-se


compatíveis quando comparadas com o método de regionalização hidrológica, por não
apresentarem grandes dispersões dos dados medidos em relação aos calculados;

98
- Os resultados das análises físicas, químicas e biológicas realizadas, revelam a baixa
qualidade dos mananciais de superfície, sugerindo a necessidade de um sistema de
planejamento e gestão para a qualidade dos recursos hídricos, na seção estudada, em
Jaguariúna.

- Jaguariúna poderá ter seu abastecimento comprometido em curto espaço de tempo, em


razão das vazões de estiagem medidas apresentarem-se críticas, quando comparadas com as
vazões mínimas de disponibilidade hídrica da seção, cujos valores estão muito próximos.

99
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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109
ANEXO I

110
PERFIS DA MEDIÇÃO DE VAZÃO PELO MÉTODO
DO MOLINETE

111
1) Data: 28/01/2003 Vazão medida : 35,44 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15

Vel (m/s)
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
0,10
Profundidade (m)

1
0,05
2
0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais

Figura 5.6 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 1ª medição, realizada em Jaguariúna

2) Data: 17/02/2003 Vazão medida : 14,46 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO (m) Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

0,10
1
Profundidade (m)

0,05
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.7 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 2ª medição, realizada em Jaguariúna

112
3) Data: 14/03/2003 Vazão medida : 17,49 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,30
0,25
Distância da seção (m)
0,20

Vel (m/s)
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,15
Profundidade (m)

1 0,10
0,05
2
0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.8 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 3ª medição, realizada em Jaguariúna

4) Data: 23/04/2003 Vazão medida : 8,42 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m) 0,15
Vel (m/s)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,10
1
Profundidade (m)

0,05
2 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3 Verticais

Figura 5.9 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 4ª medição, realizada em Jaguariúna

113
5) Data: 07/05/2003 Vazão medida : 9,65 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,25
Distância da seção (m) 0,20

Vel (m/s)
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,15
0,10
Profundidade (m)

1
0,05
2
0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.10 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 5ª medição, realizada em Jaguariúna

6) Data : 12/06/2003 Vazão : 6,96 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m) 0,15
Vel (m/s)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
0,10
1
Profundidade (m)

1,5 0,05
2 0,00
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3 Verticais
3,5

Figura 5.11 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 6ª medição, realizada em Jaguariúna

114
7) Data : 19/07/2003 Vazão : 5,37 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,10
Distância da seção (m) 0,08

Vel (m/s)
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,06
0,04
Profundidade (m)

1
1,5 0,02
2
0,00
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3 Verticais
3,5

Figura 5.12 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 7ª medição, realizada em Jaguariúna

8) Data : 13/08/2003 Vazão : 5,21 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,10
Distância da seção (m) 0,08
Vel (m/s)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,06
Profundidade (m)

1 0,04
1,5 0,02
2
2,5 0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3,5 Verticais

Figura 5.13 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 8ª medição, realizada em Jaguariúna

115
9) Data : 16/09/2003 Vazão : 4,67 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,10
Distância da seção (m) 0,08
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Vel (m/s)
0,06
1 0,04
Profundidade (m)

1,5 0,02
2
0,00
2,5
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
3,5

Figura 5.14 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 9ª medição, realizada em Jaguariúna

10) Data : 16/10/2003 Vazão : 7,29 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m) 0,15
Vel (m/s)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
0,10
1
Profundidade (m)

1,5 0,05
2
0,00
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3 Verticais
3,5

Figura 5.15 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 10ª medição, realizada em Jaguariúna

116
11) Data : 10/03/2004 Vazão : 15,86 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,40
Distância da seção (m) 0,30

Vel (m/s)
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
0,20
1
Profundidade (m)

1,5 0,10
2
0,00
2,5
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
3,5

Figura 5.16 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 11ª medição, realizada em Jaguariúna

12) Data : 23/04/2004 Vazão : 26,32 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,40
Distância da seção (m)
0,30
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

0,20
1
Profundidade (m)

0,10
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.17 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 12ª medição, realizada em Jaguariúna

117
13) Data : 20/05/2004 Vazão : 13,20 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Vel (m/s)
1 0,10
Profundidade (m)

1,5 0,05
2
2,5 0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
3,5

Figura 5.18 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 13ª medição, realizada em Jaguariúna

14) Data : 17/06/2004 Vazão : 14,86 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,25
Distância da seção (m) 0,20
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

0,15
1 0,10
Profundidade (m)

2 0,05
0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.19 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 14ª medição, realizada em Jaguariúna

118
15) Data : 06/07/2004 Vazão : 9,57 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Vel (m/s)
0,10
1
Profundidade (m)

0,05
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.20 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 15ªmedição, realizada em Jaguariúna

16) Data : 22/07/2004 Vazão : 24,45 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,40
Distância da seção (m)
0,30
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

1 0,20
Profundidade (m)

2 0,10

3 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4 Verticais

Figura 5.21 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 16ª medição, realizada em Jaguariúna

119
17) Data : 10/08/2004 Vazão : 9,35 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Vel (m/s)
1 0,10
Profundidade (m)

0,05
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.22 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 17ª medição, realizada em Jaguariúna

18) Data : 26/08/2004 Vazão : 9,64 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,25
Distância da seção (m)
0,20
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

0,15
1
Profundidade (m)

0,10
2 0,05
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.23 – Perfil do álveo e perfil da velocidade da 18ª medição, realizada em Jaguariúna

120
19) Data : 16/09/2004 Vazão : 6,77 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,15
Distância da seção (m)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,10

Vel (m/s)
1
Profundidade (m)

0,05
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.24 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 19ªmedição, realizada em Jaguariúna

20) Data : 07/10/2004 Vazão : 8,90 m3/s

PERFIL DAS SEÇÃO Perfil da velocidade


0,20
Distância da seção (m)
0,15
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37
Vel (m/s)

1 0,10
Profundidade (m)

0,05
2
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.25 – Perfil da seção perfil da velocidade da 20ª medição, realizada em Jaguariúna

121
21) Data : 05/11/2004 Vazão : 10,71 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,25
Distância da seção (m) 0,20
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37

Vel (m/s)
0,15
1 0,10
Profundidade (m)

2 0,05
0,00
3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.26 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 21ª medição, realizada em Jaguariúna

22) Data : 16/12/2004 Vazão : 9,84 m3/s

PERFIL DA SEÇÃO Perfil da velocidade


0,25
Distância da seção (m) 0,20
Vel (m/s)

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 0,15
Profundidade (m)

1 0,10
0,05
2
0,00
3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Verticais
4

Figura 5.27 – Perfil da seção e perfil da velocidade da 22ª medição, realizada em Jaguariúna

122
ANEXO II

123
GRÁFICOS DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE
NO ANO DE 2003 E 2004 NO MUNICÍPIO DE
JAGUARIÚNA

124
pH
TEMPERATURA (ºC) TEMPERATURA (ºC) pH
10
10 /7 6/
/7 6/ / 20 1/
/2 1/
2 0 2

0
1
2
3
4
5
6
7
8
0

0
1
2
3
4
5
6
7
8
00

0
5
10
15
20
25
30
0
5
10
15
20
25
30
00 24 3 20 03
24 3 20 3 /7
/7 /1
/2 /1 /2 /2
/2 00 00
00
3
00 3 3
3 7/ 3/
7/ 3/ 8/ 2/
8/ 2/ 2 2
2 2 00 0
00 00 17 03
21 3 17 3 21 3 /2
/8 /2 /8 /2
/2 /2 /2 00
00 00 00
3 3 3 3/ 3
3/ 4/ 3/
4/ 2
9/ 3/
2
9/
2 0
2 00 00 17 03
00
18 3 17 3 18 3 /3
/3 /9 /2
/9 /2 /2 0
/2 00 31 03
00 00
/3
2/ 3 31 3 2/ 3 /2
/3 0

125
pH

pH

10 /2
10
/2 00 /2 14 03
0 0 /4
16 03 14 3 16 03 /2
/1 /4 /1 0
DATA

/2

DATA
0 0

DATA
/2 28 03
/2 00

DATA
0 28 3 0 /4
/2
30 03 30 03
/1 /4 /1 0

TEMPERATURA (ºC)
/2 0

TEMPERATURA (ºC)
0 00 /2
12 03
/2 /5
0 12 3 0 /2
13 03 /5 13 03 0
/1 /2 /1
1 00 1
26 03
/5
/2 /2
0 26 3 0 /2
27 03 /5 27 03 00
/1 /2 /1
1 00 1 9/ 3
/2 3 /2 6/
0 0 2
11 03 9/
6/ 11 03 0
/1 2 /1 23 03
2 00 2 /6
/2 23 3 /2 /2
00
3 /6 00 00
/2 3 3
00
3
OXIGÊNIO DISSOLVIDO-O OXIGÊNIO DISSOLVIDO-OD (mg/L CONDUTIVIDADE (Us/cm) CONDUTIVIDADE (Us/cm)
(mg/L) 6/
1/

0
20
40
60
80
100
120
140
0

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 3
/7 20 6/1/2003

0
20
40
60
80
100
120
140
160

0
2
4
6
8
/0 /1
3 / 03
24 10/7/2003
/7 20/1/2003
/0 3/
3 2/
0
7/ 3 24/7/2003
8/ 17 3/2/2003
0 /2
3 /
21 03
/8 7/8/2003
/0 3/ 17/2/2003
3 3/
0
4/ 3 21/8/2003
9/
0
17
/3
3/3/2003
3 /
18 03
/9 4/9/2003
/0
31 17/3/2003
3 /3

126
/ 03
2/
10 14 18/9/2003 31/3/2003
/0 /4
/
DATA

DATA
16 3 03

DATA
/1 2/10/2003

DATA
0 28 14/4/2003
/0 /4
30 3 / 03
/1 16/10/2003
0 12 28/4/2003
/0 /5
/
CONDUTIVIDADE (Us/cm)
CONDUTIVIDADE (Us/cm)

13 3 03
/1
1 26 30/10/2003 12/5/2003
/0 /5
/

OXIGÊNIO DISSOLVIDO-OD (mg/L)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO-OD (mg/L)


27 3 03
/1
1 9/ 13/11/2003 26/5/2003
/0 6/
0
11 3 3
/1
2 23
27/11/2003 9/6/2003
/0 /6
3 / 03

11/12/2003 23/6/2003
DEMANDA BIOQUÍMIVA DE DEMANDA BIOQUÍMICA DE DEMANDA QUÍMICA DE DEMANDA QUÍMICA DE
OXIGÊNIO (mg/L) OXIGÊNIO-DBO (mg/L) OXIGÊNIO-DQO (mg/L
OXIGÊNIO-DQO (mg/L

0
2
4
6
8
10

0
2
4
6
8
10
12
14
10
/7
/

0
10
20
30
40
10/7/03 6/1/03 03

0
5
10
15
20

24
/7 6/1/03
20/1/03 /
24/7/03 03

7/ 20/1/03
8/
3/2/03 0
7/8/03 3
21 3/2/03
17/2/03 /8
/
21/8/03 03
17/2/03
4/
3/3/03 9/
0 3/3/03
4/9/03 3
18
17/3/03 /9 17/3/03

127
/ 03
18/9/03

(mg/L)
2/

(mg/L)
31/3/03 10 31/3/03
/
DATA

03

DATA
2/10/03

DATA
16 14/4/03
DATA
14/4/03 /1
0
/0
16/10/03 3 28/4/03
30
28/4/03 /1
0
/0 12/5/03
30/10/03 3
13
12/5/03 /1
1 26/5/03
/0
13/11/03 3
27
26/5/03 /1
1 9/6/03
/0
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO-DBO

27/11/03 3

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO-DBO


DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO-DQO (mg/L)

9/6/03 11
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO-DQO (mg/L)

/1 23/6/03
2
/0
11/12/03 3
23/6/03
CALIFORME FECAL X 103 COLIFORME FECAL X 103 COLIFORME TOTAL X 103 COLIFORME TOTAL X 103
(NMP/100 mL) (NMP/100 mL) (NMP/100 mL) (NMP/100 mL)

10

10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0,5
1,5
2,5
3,5

0
2
4
6
8

0
2
4
6
8
0
1
2
3
6/1/2003 10/7/2003 6/1/2003
10/7/2003

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)


COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)
20/1/2003 24/7/2003 20/1/2003

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)


COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)
24/7/2003
3/2/2003 7/8/2003 3/2/2003
7/8/2003
17/2/2003 21/8/2003 17/2/2003
21/8/2003
3/3/2003 4/9/2003 3/3/2003
4/9/2003
128

17/3/2003 17/3/2003
18/9/2003 18/9/2003

DATA
DATA

DATA

DATA
31/3/2003 31/3/2003
2/10/2003 2/10/2003
14/4/2003 14/4/2003
16/10/2003 16/10/2003
28/4/2003 28/4/2003
30/10/2003 30/10/2003
12/5/2003 12/5/2003
13/11/2003 13/11/2003
26/5/2003 26/5/2003
27/11/2003
27/11/2003
9/6/2003 9/6/2003
11/12/2003
11/12/2003
23/6/2003 23/6/2003
CALIFORME FECAL X 103 COLIFORME FECAL X 103 COLIFORME TOTAL X 103 COLIFORME TOTAL X 103
(NMP/100 ml) (NMP/100 ml) (NMP/100 ml) (NMP/100 ml)

10

10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0,5
1,5

2,5
3,5

0
2
4
6
8

0
2
4
6
8
10/7/2003

1
2
3
6/1/2003 6/1/2003
10/7/2003

COLIFORME TOTAL (NMP/100 ml)


20/1/2003 24/7/2003 20/1/2003

COLIFORME FECAL (NMP/100 ml)

COLIFORME TOTAL (NMP/100 ml)


COLIFORME FECAL (NMP/100 ml)
24/7/2003
3/2/2003 7/8/2003 3/2/2003
7/8/2003
17/2/2003 21/8/2003 17/2/2003
21/8/2003
3/3/2003 4/9/2003 3/3/2003
4/9/2003
129

17/3/2003 17/3/2003
18/9/2003
18/9/2003

DATA
DATA

DATA
DATA

31/3/2003 31/3/2003
2/10/2003
2/10/2003
14/4/2003 14/4/2003
16/10/2003
16/10/2003
28/4/2003 28/4/2003
30/10/2003 30/10/2003
12/5/2003 12/5/2003
13/11/2003 13/11/2003
26/5/2003 26/5/2003
27/11/2003 27/11/2003
9/6/2003 9/6/2003
11/12/2003 11/12/2003
23/6/2003 23/6/2003
TEMPERATURA (°C) TEMPERATURA (°C) pH pH

10
15
20
25
30
35
10
15
20
25
30

6,75

6,85

6,95

7,05

7,15

6,4
6,6
6,8

7,2
7,4
7,6
0
5

6,8

6,9

7,1

7,2
0
5

7
22/7/04 6/1/04
22/7/04 6/1/04
20/1/04
5/8/04 20/1/04
5/8/04
3/2/04
3/2/04
19/8/04
19/8/04
17/2/04
TEMPERATURA (°C) 17/2/04

TEMPERATURA (°C)
2/9/04 2/9/04
2/3/04
2/3/04
16/9/04 16/3/04 16/9/04 16/3/04
130

pH

pH
30/3/04 30/3/04
DATA

DATA

30/9/04 30/9/04

DATA
DATA
13/4/04 13/4/04
14/10/04 14/10/04
27/4/04 27/4/04
28/10/04 28/10/04
11/5/04 11/5/04

11/11/04 25/5/04 11/11/04 25/5/04

25/11/04 8/6/04 25/11/04 8/6/04

22/6/04 22/6/04
9/12/04 9/12/04
6/7/04 6/7/04
OXIGÊNIO DISSOLVIDO
OXIGÊNIO DISSOLVIDO CONDUTIVIDADE (Us/cm) CONDUTIVIDADE (Us/cm)
(mg/L)
(mg/L)

100
120

100
120
20
40
60
80

20
40
60
80
0

0
0
2
4
6
8
0
1
2
3
4
5
6
7
22/7/04 6/1/04 22/7/04 6/1/04

20/1/04 5/8/04 20/1/04


5/8/04
3/2/04 3/2/04

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg/L)


19/8/04 19/8/04

CONDUTIVIDADE (Us/cm)
CONDUTIVIDADE (Us/cm)
17/2/04 17/2/04
2/9/04 2/9/04
2/3/04 2/3/04

16/9/04 16/3/04 16/9/04 16/3/04


131

30/3/04 30/9/04 30/3/04

DATA

DATA
DATA
DATA

30/9/04
13/4/04 13/4/04
14/10/04 14/10/04
27/4/04 27/4/04
28/10/04 28/10/04
11/5/04 11/5/04

11/11/04 25/5/04 11/11/04 25/5/04

25/11/04 8/6/04 25/11/04 8/6/04

22/6/04 22/6/04
9/12/04 9/12/04
6/7/04 6/7/04
DEMANDA DEMANDA
BIOQUÍMICA DE DEMANDA QUÍMICA DE DEMANDA QUÍMICA DE
BIOQUÍMICA DE
OXIGÊNIO (mg/L) OXIGÊNIO (mg/L)
OXIGÊNIO (mg/L) OXIGÊNIO (mg/L)

10
20
30
40
50
60
70

100
120
10
15
20

10
15
20

20
40
60
80
0
5

0
5

0
22/7/04 22/7/04
6/1/04

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)


6/1/04

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)

DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)


DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (mg/L)
5/8/04 20/1/04 5/8/04 20/1/04
3/2/04 3/2/04
19/8/04 19/8/04
17/2/04 17/2/04
2/9/04 2/9/04
2/3/04 2/3/04
16/9/04 16/3/04 16/9/04
16/3/04
132

30/3/04 30/9/04

DATA
30/3/04
DATA

DATA

30/9/04

DATA
13/4/04 13/4/04
14/10/04 14/10/04
27/4/04 27/4/04
28/10/04 28/10/04
11/5/04 11/5/04
11/11/04 25/5/04 11/11/04
25/5/04

25/11/04 8/6/04 25/11/04 8/6/04


22/6/04 22/6/04
9/12/04 9/12/04
6/7/04 6/7/04
COLIFORME FECAL COLIFORME TOTAL
COLIFORME FECAL (NMP/ 100 mL) COLIFORME TOTAL
(NMP/100 ml)
(NMP/ 100 mL) (NMP/100 ml)

10
0
2
4
6
8
0
2
4
6
8

0
2
4
6
8
22/7/04

0
1
2
3
4
5
22/7/04 6/1/2004
6/1/2004
5/8/04 20/1/2004
5/8/04 20/1/2004

COLIFORME FECAL (NMP/100 mL)

COLIFORME TOTAL (NMP/ 100 mL)

COLIFORME TOTAL (NMP/100 mL)


COLIFORME FECAL (NMP/ 100mL)
3/2/2004 19/8/04 3/2/2004
19/8/04
17/2/2004 17/2/2004
2/9/04
2/9/04
2/3/2004 2/3/2004
16/9/04
16/9/04 16/3/2004 16/3/2004
133

DATA
30/3/2004 30/9/04 30/3/2004
DATA

DATA
30/9/04
DATA

13/4/2004 13/4/2004
14/10/04 14/10/04
27/4/2004 27/4/2004
28/10/04 28/10/04
11/5/2004 11/5/2004

11/11/04 11/11/04 25/5/2004


25/5/2004

25/11/04 8/6/2004 25/11/04 8/6/2004

22/6/2004 22/6/2004
9/12/04 9/12/04
6/7/2004 6/7/2004
ANEXO III

134
VAZÕES DOS POSTOS DE MORUNGABA 3D-009 E COSMÓPOLIS 4D-001

DAEE

135
3D - 009 VAZÕES MÍNIMAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1946 58,07 51,47 40,83 30,96 23,85 21,68 20,28 15,15 11,25 10,99 13,7 14,86 26,091
1947 41,31 43,75 54,72 37,09 28,89 24,6 21,68 17,63 18,6 20,97 18,6 20,97 29,068
1948 37,09 42,77 45,75 37,09 30,96 22,75 19,6 16,68 13,41 11,77 13,41 12,58 25,322
1949 14,27 34,4 27,69 22,75 18,6 16,37 13,13 10,99 8,8 8,8 9,27 11,51 16,382
1950 36,18 83,47 55,27 44,25 30,54 26,51 20,28 16,37 14,27 14,27 14,27 25,74 31,785
1951 30,54 53,08 45,25 35,73 26,51 22,03 18,28 16,37 12,31 11,77 10,49 19,94 25,192
1952 31,38 39,88 50,94 30,12 22,75 21,68 19,6 14,27 13,98 12,58 15,45 15,45 24,007
1953 11,77 13,13 13,13 18,28 13,98 12,04 10,99 9,04 8,58 7,26 10,24 15,15 11,966
1954 14,27 19,27 24,46 17,47 17,79 17,47 14,11 10,84 8,43 11,36 6,92 7,34 14,144
1955 16,83 12,7 21,88 18,12 14,99 12,7 10,34 9,6 8,21 7,34 12,42 14,99 13,343
1956 21,53 14,7 23,71 18,78 18,78 21,88 17,79 17,15 15,29 13,25 13,25 11,62 17,311
1957 15,29 42,78 43,77 34,33 25,99 22,61 19,79 16,83 19,79 16,52 25,22 24,46 25,615
1958 18,12 38,91 40,82 37,51 35,22 32,57 28,38 20,82 20,13 19,45 18,78 20,13 27,570
1959 22,24 25,22 30,02 33,44 24,46 18,12 14,99 13,82 11,1 9,6 12,42 17,47 19,408
1960 26,97 36,59 41,8 26,11 23,44 20,22 16,27 13,29 10,09 11,11 14,44 14,01 21,195
1961 65,45 51,73 55,57 39,54 22,71 24,95 18,85 15,34 11,11 10,34 13,57 14,44 28,633
1962 20,22 33,59 40,74 28,1 22,71 17,54 15,65 13,57 11,64 16,74 20,22 23,44 22,013
1963 52,81 51,19 35,37 22,71 18,52 15,65 12,18 10,59 4,96 6,06 13,57 9,24 21,071
1964 7,43 25,72 17,54 15,04 14,15 13,29 11,91 9,12 5,42 11,11 11,37 13,29 12,949
1965 51,73 48,54 43,93 27,7 26,5 23,44 17,86 14,15 11,37 18,19 23,44 32,06 28,243
1966 42,44 36,28 46,46 31,42 24,19 18,52 15,96 14,15 11,64 11,91 15,34 14,3 23,551
1967 50,65 58,97 53,36 31,85 22,16 22,34 16,9 12,18 11,91 10,22 14,52 24,69 27,479
1968 29,17 25,48 25,09 20,91 18,78 16,1 13,3 11,16 9,69 7,73 7,27 13,01 16,474
1969 13,3 17,42 15,14 16,1 10,48 13,01 9,95 8,2 4,97 10,21 16,42 20,19 12,949
1970 23,53 40,34 43,31 29,6 23,92 20,91 18,78 14,52 19,13 16,75 18,78 20,37 24,162
1971 16,59 15,28 17,6 19,68 14,65 14,65 15,28 12,51 11,08 16,92 17,94 23 16,265
1972 24,54 45,18 31,56 23,38 20,77 16,92 16,26 16,26 13,41 17,26 24,94 19,33 22,484
1973 27,34 33,32 26,53 29,84 25,33 20,4 18,63 14,33 12,81 12,22 16,92 18,98 21,388

136
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1974 53,56 32,43 28,58 28,17 21,5 21,13 17,26 12,51 9,71 10,25 9,98 20,04 23,195
1975 27,75 30,27 28,17 22,62 17,94 15,28 13,72 9,71 7,45 10,25 12,22 26,53 19,063
1976 29,84 45,18 51,94 39,78 35,11 34,21 33,76 32,43 29,84 36,03 34,66 42,69 37,346
1977 41,22 36,03 32,43 37,88 28,58 24,94 18,63 14,65 13,72 11,64 13,11 30,7 26,402
1978 30,27 23 23,38 17,26 14,33 15,28 13,41 10,8 8,18 5,87 17,60 17,6 16,307
1979 20,04 24,94 24,94 20,04 18,63 17,94 16,92 14,33 16,59 16,92 21,13 25,33 19,693
1980 32 32,43 29,42 28,58 26,13 20,77 16,59 15,28 11,93 8,18 9,19 26,13 22,495
1981 --- --- 21,13 20,04 16,92 14,65 13,11 10,52 7,69 7,45 11,08 16,92 14,270
1982 16,92 12,22 14,33 11,36 8,68 14,33 12,81 11,93 19,33 18,98 27,34 24,94 15,075
1983 25,33 73,9 79,57 45,69 45,69 73,28 40,74 38,35 50,88 80,21 35,57 --- 55,364
1984 --- --- --- --- --- 12,51 13,11 13,11 13,11 10,8 7,69 13,41 12,675
1985 17,94 26,93 21,5 13,41 11,64 11,64 11,64 17,09 11,64 24,54 11,36 9,71 16,153
1986 7,93 10,8 11,64 9,71 9,32 6,3 5,98 4,26 1,98 4,64 4,74 16,59 8,105
1987 14,81 17,94 14,96 13,41 13,41 19,68 11,93 16,26 12,22 13,72 11,64 7,69 14,185
1988 7,93 14,96 18,63 16,59 13,41 17,26 9,19 8,18 6,75 7,69 16,26 7,21 11,618
1989 32 18,63 14,65 8,68 9,19 6,98 5,04 5,55 9,71 9,19 4,84 5,45 11,370
1990 11,93 8,73 10,52 9,91 7,92 6,04 6,21 6,04 7,14 5,71 6,54 4,28 7,675
1991 6,04 13,26 12,96 30,7 20,4 13,72 12,81 10,1 9,73 17,26 10,52 9,55 14,230
1992 7,92 6,54 9,36 7,4 7,84 6,04 5,96 4,13 6,38 5,07 8,73 8,1 6,795
1993 8,1 11,93 11,08 8,82 7,05 8,1 6,38 3,83 3,83 5,88 3,68 4,28 7,207
1994 7,4 9,73 8,64 9 7,57 5,88 5,55 3,53 3,38 2,4 4,13 3,1 6,016
1995 8,28 11,36 17,94 19,33 12,22 10,1 9,18 5,88 5,55 13,41 8,10 5,88 10,830
1996 13,72 16,26 20,4 13,11 10,52 8,64 8,28 6,71 6,88 14,96 15,28 19,68 12,651
1997 24,54 21,5 10,8 8,64 8,1 9 8,28 6,88 5,71 5,88 6,04 11,36 10,972
1998 9,36 13,11 13,11 10,1 9,36 9 7,57 5,88 5,39 7,57 5,55 5,39 8,713
1999 12,81 39,3 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 26,055
2000 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -
2001 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -
2002 11,80 14,34 8,26 8,2 7,72 6,48 4,58 3,69 4,15 2,74 3,80 5,39 6,763
2003 5,07 6,91 6,20 5,86 5,72 5,13 4,57 3,95 2,96 2,51 4,13 7,35 5,030
2004 7,27 8,5 9,03 8,11 8,36 9,1 8,42 6,13 4,51 4,69 6,62 6,1 7,237

137
3D - 009 VAZÕES MÁXIMAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1946 126,8 95,99 92,43 80,14 32,23 39,88 48,31 20,28 16,99 31,8 31,38 58,07 56,192
1947 142,85 144,59 224,66 56,39 39,88 38,01 38,01 36,18 56,39 45,25 39,41 115,55 81,431
1948 98,89 91,73 146,35 64,45 40,83 31,8 29,3 26,9 19,94 20,63 29,3 59,21 54,944
1949 76,87 88,24 56,94 46,26 28,09 24,6 16,68 13,13 12,31 16,06 41,31 77,52 41,501
1950 134,29 177,68 123,53 89,63 52,54 34,84 31,8 21,68 17,95 32,23 87,55 95,28 74,917
1951 120,31 91,73 117,92 75,58 39,88 28,09 30,12 24,22 16,68 24,97 71,15 58,07 58,227
1952 74,3 152,56 113,21 52,54 30,12 62,68 26,12 19,27 28,09 27,29 45,25 22,39 54,485
1953 34,84 39,41 48,31 38,01 21,32 18,6 13,98 13,13 13,41 18,6 25,74 35,73 26,757
1954 80,8 151,9 62,35 39,39 62,35 37,05 17,47 14,7 13,54 26,38 15,9 64,14 48,831
1955 95,37 44,78 62,35 37,05 19,45 19,45 14,4 30,86 20,82 37,05 39,39 77,36 41,528
1956 126,61 64,75 86,14 38,91 60 51,58 35,22 63,55 30,44 27,97 22,97 33,01 53,429
1957 197,59 107,35 128,28 61,17 40,82 42,29 31,71 42,29 72,82 49,44 48,39 65,96 74,009
1958 298,67 213,38 108,9 69,66 69,66 83,39 61,17 30,02 47,34 36,59 32,14 56 92,243
1959 77,36 58,85 80,01 91,06 33,44 24,46 19,11 30,02 16,83 24,46 54,32 82,71 49,386
1960 103,54 108,51 101,28 41,95 39,78 33,15 26,9 19,53 14,01 19,87 36,28 538,88 90,307
1961 152,94 85,43 104,86 79,37 74,81 32,93 24,57 20,04 16,27 17,22 25,53 58,4 57,698
1962 63,65 122,5 200,68 44,93 45,95 25,53 20,22 29,32 20,22 87,5 45,69 91,7 66,491
1963 188,54 99,65 53,09 35,15 22,34 18,52 15,34 13,57 10,34 42,44 50,12 20,04 47,428
1964 74,48 172,92 51,19 28,1 26,11 17,22 23,82 13,57 25,92 26,5 38,36 108,67 50,572
1965 126,18 144,04 85,09 41,95 50,65 27,3 36,28 19,87 32,5 55,85 63,06 110,6 66,114
1966 101,87 95,99 144,48 50,39 37,2 23,82 19,19 24,19 17,22 55,57 49,06 473,93 91,076
1967 142,29 162,09 69,74 50,39 34,25 56,98 22,34 16,9 25,34 40,5 46,39 64,94 61,013
1968 97,9 35,35 64,64 44,84 28,34 18,78 15,78 25,29 16,1 31,32 23,53 49,82 37,641
1969 47,69 38,4 37,69 39,12 20,55 23,92 12,43 18,09 9,95 33,53 64,64 53,09 33,258
1970 159,92 452,02 117,98 48,75 40,34 39,12 25,09 46,13 46,65 33,09 60,19 41,81 92,591
1971 48,77 31,13 46,71 33,32 25,73 64,26 24,94 18,98 20,4 70,22 35,11 82,8 41,864
1972 90,75 87,4 70,83 50,88 28,17 21,5 41,22 41,71 25,73 89,4 69,01 44,68 55,107
1973 61,37 62,52 57,41 55,74 35,57 25,73 34,66 20,77 21,87 52,48 59,66 79,57 47,279

138
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1974 101,83 85,41 73,28 57,96 28,17 51,94 33,32 17,6 19,33 48,77 45,69 106,12 55,785
1975 82,15 88,73 80,21 35,11 27,34 18,28 21,13 14,65 11,08 29 69,62 89,4 47,225
1976 64,26 127,9 130,25 96,92 92,11 97,61 111,22 58,53 93,47 92,11 86,07 75,77 93,852
1977 89,4 96,22 64,85 80,85 39,3 51,41 23,38 18,98 39,3 42,69 41,71 76,4 55,374
1978 51,41 59,66 64,26 25,33 27,34 44,18 33,32 17,6 15,28 20,04 57,41 70,83 40,555
1979 65,44 55,74 57,96 49,82 59,66 30,27 24,94 30,7 34,66 60,79 55,74 66,03 49,313
1980 111,96 77,03 60,22 88,07 36,49 62,52 27,75 21,5 24,94 22,62 32,87 75,15 53,427
1981 --- --- 48,25 36,95 24,94 26,13 16,26 15,28 12,22 59,09 44,18 62,52 34,582
1982 62,52 43,68 90,08 25,33 18,28 37,88 24,15 76,4 71,44 67,81 50,35 66,92 52,903
1983 91,43 228,49 150,51 99,71 201,4 260,23 93,47 56,29 109,02 109,02 92,79 --- 135,669
1984 --- --- --- --- --- 16,92 15,28 32 33,76 16,59 18,8 64,26 28,230
1985 95,88 103,97 79,57 26,93 26,93 18,98 20,4 21,13 26,93 38,35 26,93 22,25 42,354
1986 37,41 28,17 41,22 20,4 25,33 25,33 11,93 27,34 11,64 21,87 31,56 65,44 28,970
1987 90,08 38,35 100,42 36,03 83,45 75,15 20,04 21,13 24,15 44,68 33,76 37,41 50,388
1988 66,03 87,4 127,12 49,82 37,41 46,2 16,59 13,72 10,8 36,95 37,41 39,3 47,396
1989 112,7 91,43 71,44 23,38 15,93 20,77 66,03 31,56 24,15 20,58 23,77 36,95 44,891
1990 124,02 19,68 48,77 16,26 17,94 9,18 23 11,79 14,18 15,61 11,22 20,04 27,641
1991 75,15 75,77 114,93 111,22 87,4 22,62 18,8 14,02 26,73 48,25 31,56 25,73 54,348
1992 14,96 17,09 24,54 22,25 33,76 8,1 12,07 7,23 19,68 39,78 36,95 43,18 23,299
1993 28,17 64,26 46,71 18,98 23,57 22,81 9 10,1 30,7 18,28 9,91 30,27 26,063
1994 31,56 34,66 44,18 17,26 14,65 9,91 17,94 7,4 7,57 30,27 26,13 77,66 26,599
1995 36,03 102,54 85,41 105,4 29,84 14,33 29,42 17,26 24,15 64,85 47,22 22,62 48,256
1996 88,73 57,41 124,02 66,62 23 13,11 11,08 19,68 57,96 44,68 44,68 45,69 49,722
1997 98,31 99,01 41,22 17,6 23,77 42,69 10,52 9,55 12,51 16,92 36,49 41,22 37,484
1998 29 44,68 32,43 16,92 22,62 16,26 8,64 8,28 11,08 41,71 11,64 49,3 24,380
1999 176,43 94,84 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 135,635
2000 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -
2001 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- -
2002 66,71 51,98 33,50 22,88 16,93 8,27 7,70 18,49 12,55 9,73 16,64 19,09 23,706
2003 59,73 30,07 20,40 9,58 9,95 9,14 7,21 5,20 4,82 41,50 35,12 42,14 22,905
2004 36,29 86,74 23 46,76 31,85 30,95 46,45 9,35 6,98 25,95 34,21 35,43 28,70

139
4D - 001 VAZÕES MÁXIMAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1946 250,17 193,64 141,81 113,79 47,5 58,32 81,53 32,23 25,34 48,69 40,81 69,24 91,923
1947 140,65 363,79 430,3 94,02 62,61 53,74 49,48 11,97 68,57 57,9 60,88 121,97 126,323
1948 116,77 124,73 143,26 104,52 64,14 45,36 39,88 41,36 29,2 35,01 36,07 88,07 72,364
1949 115,41 147,08 87,82 83,21 50,48 37,69 29,2 28,38 27,73 27,73 40,81 124,46 66,667
1950 179,83 337,97 250,17 146,2 81,77 55,18 46,13 37,14 31,72 45,75 117,85 174,78 125,374
1951 230,06 145,26 242,04 117,58 61,77 37,2 36,49 35,1 30,09 30,9 142,13 108,27 101,408
1952 117,3 317,75 238,02 90,87 42,28 95,56 36,14 33,39 30,74 34,41 99,81 42,47 98,228
1953 50,63 69,86 64,42 63,09 29,77 26,77 24,6 23,15 26,54 26,77 28,49 53,69 40,648
1954 142,13 195,55 62,21 57,88 71,25 43,98 25,62 24,04 21,41 26,31 21,84 37,2 60,785
1955 123,98 71,25 97,94 53,27 29,77 29,12 26,08 27,7 26,54 40,62 50,43 102,5 56,600
1956 137,8 113,59 117,3 48,63 102,5 63,31 50,43 58,31 41,54 31,39 26,54 42,47 69,484
1957 337,97 150,32 158,7 82,78 50,43 50,02 46,09 65,09 105,51 67,12 68,48 74,07 104,715
1958 472,74 348,23 149,68 128,72 118,74 158,05 115,3 49,62 75,97 74,54 55,77 88,82 153,015
1959 147,78 117,01 135,05 161,98 54,51 42,66 35,45 44,17 26,54 44,93 71,72 175,36 88,097
1960 182,91 180,15 162,64 75,97 82,78 62,21 50,83 35,1 24,94 34,76 68,94 608,43 130,805
1961 240,43 123,98 152,42 102,46 134,69 48,14 39,5 34,13 29,07 26,66 43,12 75,33 87,494
1962 91,77 195,57 270,82 72,3 70,31 41,1 34,13 43,94 35,63 123,98 73,81 139,85 99,434
1963 320,75 183,84 111,83 54,71 36,78 28,72 23,04 25,65 20,24 63,5 91,77 38,33 83,263
1964 93,98 286,2 76,87 40,3 39,9 25,98 33,76 21,15 37,94 64,94 59,27 250,17 85,872
1965 238,02 337,97 208,34 75,84 80,5 43,53 50,29 33,02 47,29 95,66 101,89 210,63 126,915
1966 166,79 170,29 231,65 82,6 60,2 37,94 33,02 36,39 27,68 67,85 69,32 333,9 109,803
1967 265,12 256,74 125,22 83,13 50,73 95,66 37,16 30,12 46,86 63,5 80,5 1058,94 182,807
1968 168,89 56,52 90,12 49 40,3 29,42 26,66 27,34 23,04 43,94 34,5 59,74 54,123
1969 59,06 54,83 58,21 45,24 29,2 36,83 22,92 26,13 21,81 50,74 105,94 117,84 52,396
1970 475,01 624,43 214,46 93,07 55,66 63,44 48,35 65,68 70,26 75,93 92,02 80,32 163,219
1971 97,73 41,34 79,19 54,23 44,8 110 39,11 32,42 33,78 94,51 52,11 129,09 67,359
1972 159,84 159,15 107,71 92,39 42,86 33,1 80,17 80,66 36,58 129,71 112,88 81,16 93,018
1973 127,86 130,34 109,42 86,69 54,65 42,48 52,11 34,47 26,93 71,12 95,58 143,74 81,283
(---) Dado não disponível

140
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1974 242,53 157,78 153,03 93,45 42,86 83,37 53,5 30,84 27,48 76,04 60,6 165,36 98,903
1975 212,53 244,9 145,98 56,37 44,55 32,74 32,42 27,18 21,31 36,38 121,11 144,69 93,347
1976 127,13 287,85 226,23 133,9 161,26 201,42 251,55 95,75 146,63 132,03 161,26 157,88 173,574
1977 182,97 222,26 122,3 122,9 58,89 72,26 44,93 32,42 48,35 52,69 62,33 124,55 95,571
1978 87,7 64,76 93,61 41,82 36,26 64,3 51,07 26,78 24,39 31,26 84,77 107,12 59,487
1979 105,1 104,59 67,57 81,38 91,63 43,56 37,96 45,31 51,07 113,22 66,63 105,1 76,093
1980 173,71 --- --- --- --- --- 44 34,16 36,26 35,42 57,85 121,44 71,834
1981 303,19 71,33 60,6 51,51 35 46,19 27,99 23,21 18,58 99,07 111,69 157,88 83,853
1982 161,26 159,9 149,24 59,68 75,61 138,69 64,3 89,36 113,33 150,46 82,46 144,88 115,764
1983 198,04 596,47 259,98 164,14 426,29 444,69 143,56 82,95 196,17 151,26 133,81 173,71 247,589
1984 194,31 89,86 67,93 71,77 64,6 31,47 28,49 65,79 49,68 31,47 42,89 118,72 71,415
1985 171,96 74,66 182,61 67,45 59,65 39,55 30,61 31,04 47,86 44,24 49,68 65,78 72,091
1986 7056 75,39 89,11 70,32 50,6 42,67 18,59 56,14 18 44,69 59,65 150,46 644,302
1987 210,95 132,24 107,45 71,77 141,18 94,84 46,5 37,56 55,21 75,63 73,69 80,01 93,919
1988 104,41 130,14 336,91 86,08 65,37 67,11 34,98 25,31 22,6 64,5 64,93 65,37 88,976
1989 153,86 188,05 91,71 71,96 34,98 41,84 83,76 72,86 34,61 29,16 64,5 100,8 80,674
1990 287,4 40,29 87,02 41,06 31,67 18,68 47,37 29,16 28,27 34,98 35,17 45,18 60,521
1991 133,27 132,65 252,39 247,38 122,6 45,58 36,86 26 42,62 88,65 38,95 67,55 102,875
1992 45,18 50,61 46,57 50,61 54,31 16,49 28,98 14,06 36,67 103,72 92,19 106,16 53,796
1993 87,72 116,83 98,87 58,5 55,15 56,19 21,94 27,74 71,52 45,77 18,52 63,85 60,217
1994 76 98,87 77,36 43,99 31,67 26 30,77 14,81 11,88 82,38 251,55 67,753
1995 101,77 289,64 119,85 215,21 68,64 32,04 52,45 27,92 34,61 91 62,77 68,21 97,009
1996 189,88 85,15 347,54 90,77 43,6 30,05 27,74 51,43 101,05 92,19 92,66 114,58 105,553
1997 --- --- 62,24 34,7 51,95 109,23 25,04 18,09 29,04 37,36 66,57 67,03 50,125
1998 66,57 119,56 88,46 42,26 51,31 35,83 23,03 16,57 20,27 79,57 29,93 104,44 56,483
1999 458,45 161,26 225,04 74,76 38,91 52,8 23,03 17,93 27,28 16,57 29,57 71,21 99,734
2000 155,58 255,33 91,03 66,32 18,11 16,28 27,58 25,48 37,65 20,15 88,19 162,62 80,360
2001 76,40 154,66 63,30 79,11 32,67 21,45 14,81 15,24 36,48 148,25 48,24 148,85 69,954
2002 177,96 145,53 98,65 61,23 38,04 18,73 15,24 35,71 31,93 26,00 33,42 47,82 60,854
2003 176,2 196,5 46,56 32,61 21,16 14,18 9,41 10,03 9,29 43,08 59,07 95,51 59,468
2004 89,1 141,5 41,7 49,2 49,7 65 67,8 16,7 11,18 34,5 62,8 97,6 60,565

141
4D - 001 VAZÕES MÍNIMAS MENSAIS (m³/s)
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1946 113,26 87,58 64,14 45,36 38,96 31,55 29,2 21,98 19,51 19,51 25,66 29,04 43,813
1947 47,9 86,84 97,56 73,33 50,89 36,78 36,78 29,54 38,23 41,36 40,06 44,59 51,988
1948 98,07 105,83 100,63 64,14 38,96 36,78 32,57 29,54 26,93 20,36 26,29 26,61 50,559
1949 26,29 53,74 44,2 40,06 29,54 27,25 24,25 19,32 16,54 15,28 18,57 21,68 28,060
1950 52,92 158,44 81,29 78,45 50,89 40,43 36,07 29,54 25,5 28,55 32,92 41,36 54,697
1951 45,7 64,42 72,65 55,35 39,34 31,39 29,77 27,86 22,28 22,06 20,35 29,44 38,384
1952 45,31 51,23 64,42 40,07 31,39 35,79 31,39 23,7 24,48 22,93 24,48 24,82 35,001
1953 22,82 24,26 26,77 29,12 25,62 20,99 20,46 19,72 19,1 19,31 24,2 22,49 22,905
1954 22,93 57,45 39,34 14,48 27,23 24,48 21,2 19,72 18,09 18,29 17,49 19,1 24,983
1955 25,16 29,44 51,64 14,48 24,48 23,37 19,1 17,49 16,7 16,7 25,16 23,81 23,961
1956 35,45 19,72 42,28 29,77 30,09 26,77 24,48 24,71 23,37 24,26 23,15 25,85 27,492
1957 28,65 97,67 70,32 52,45 31,89 32,39 30,25 25,16 29,44 22,06 30,09 36,14 40,543
1958 28,17 60,03 62,21 60,46 53,27 53,69 47,25 38,98 32,72 32,22 31,39 32,72 44,426
1959 36,49 44,93 44,93 52,86 36,49 30,74 26,31 24,71 22,49 22,06 23,37 32,39 33,148
1960 50,43 59,59 63,97 43,03 39,71 33,39 27,55 24,48 20,35 19,31 24,04 26,77 36,052
1961 90,12 82,07 76,36 53,37 46,44 37,16 28,37 26,66 22,72 17,79 24,66 25,98 44,308
1962 34,88 46,02 62,55 44,36 34,88 28,72 24,66 22,72 21,15 23,68 28,37 41,1 34,424
1963 103,04 83,66 59,27 37,55 27,34 22,72 19,93 18,19 14,93 15,48 23,36 18,19 36,972
1964 16,24 40,3 27,34 24,33 22,09 18,8 19,21 16,62 13,85 17,2 19,93 23,36 21,606
1965 91,77 84,72 83,13 52,04 44,36 31,92 31,92 25,66 20,85 31,92 36,78 60,2 49,606
1966 60,67 52,93 72,8 45,19 41,1 30,12 24,99 21,46 17,4 17,99 23,04 23,04 35,894
1967 79,97 99,04 82,07 46,02 32,28 32,28 30,84 24,33 21,15 19,21 24,66 47,29 44,928
1968 41,5 43,94 37,16 33,76 28,37 24 17,99 18,4 15,86 15,3 13,5 17,99 25,648
1969 23,49 27,34 25,24 23,21 20,22 21,81 18,33 18,33 16,5 18,89 29,83 36,14 23,278
1970 38,59 68,87 71,66 48,74 10,03 37,18 36,48 32,75 39,31 35,79 38,59 36,83 41,235
1971 31,42 30,43 30,43 33,44 28,81 27,24 28,49 24,22 21,64 27,55 27,55 35,52 28,895
1972 37,65 76,28 48,8 38,01 31,42 26,62 25,41 26,93 22,77 27,55 35,87 31,08 35,699
1973 43,25 45,98 41,34 45,59 39,11 31,08 28,18 17,9 16,64 19,46 28,18 30,43 32,262

142
ANO JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIA ANUAL
1974 90,82 49,21 42,48 43,25 32,08 32,08 30,52 24,87 21,05 20,27 24,3 31,47 36,867
1975 51,49 54,72 47,19 39,13 31,47 27,48 27,18 20,01 17,53 19,5 23,47 37,4 33,048
1976 48,35 64,53 79,91 58,47 51,89 53,91 53,5 51,49 44,18 55,54 53,09 60,6 56,288
1977 63,65 55,13 49,13 59,32 44,55 43,44 31,15 26,01 27,18 23,2 24,87 45,31 41,078
1978 47,95 32,5 32,91 23,21 21,65 23,21 22,03 17,45 14,14 11,31 20,1 25,98 24,370
1979 26,78 37,11 35,84 26,78 30,02 27,18 25,18 22,81 22,81 22,81 26,78 30,43 27,878
1980 42,69 --- --- --- --- --- 25,98 25,58 20,1 16,34 14,51 37,96 26,166
1981 48,84 40,53 35 32,5 24,39 25,98 22,03 16,34 11,66 13,43 24,39 25,58 26,723
1982 37,11 32,91 35,42 31,67 29,61 52,86 27,22 27,64 31,47 32,33 29,76 58,48 35,540
1983 58,01 128,06 106,94 82,95 79,52 122,6 78,06 70,32 75,14 110,51 81,23 86,39 89,978
1984 63,18 52,44 40,66 34,93 31,9 25,96 23,47 23,47 27,22 14,66 13,13 23,88 31,242
1985 50,6 53,82 57,07 29,33 28,7 24,71 24,71 25,54 24,71 28,06 13,13 11,62 31,000
1986 16,02 20,61 31,9 19,8 16,22 13,89 13,13 10,5 8,68 8,32 10,13 47,18 18,032
1987 41,55 40,66 40,66 34,06 31,04 47,4 24,29 26,38 24,29 28,91 21,01 18,59 31,570
1988 23,88 44,69 45,38 39,9 34,24 34,61 24,97 20,62 15,57 15,87 30,23 18,37 29,028
1989 57,66 49,39 44,58 26 25,31 20,62 15,57 18,05 19,32 15,57 10,9 14,06 26,419
1990 32,4 23,1 20,29 22,27 17,73 15,57 15,57 15,11 15,57 14,96 12,02 10,34 17,911
1991 14,06 29,87 30,59 55,35 39,52 32,04 24,97 18,68 16,49 30,59 16,95 19,32 27,369
1992 22,27 14,06 23,1 18,37 19 11,18 11,74 11,18 11,74 13,91 28,1 22,6 17,271
1993 17,73 28,1 33,13 25,14 18,84 20,95 15,41 13,03 13,77 14,81 12,74 13,91 18,963
1994 18,37 28,63 19,32 21,11 13,77 14,81 14,21 11,74 8,86 6,07 --- 13,18 15,461
1995 26,69 53,28 49,19 46,77 29,34 27,22 24,97 14,06 12,46 24,29 19,48 13,62 28,448
1996 52,66 37,05 44,78 31,49 23,95 20,46 17,11 14,96 15,72 24,12 25,14 36,86 28,692
1997 24,7 21,07 17,48 20,91 17,93 13,12 11,62 11,75 11,89 31,92 18,239
1998 23,2 25,38 33,39 23,53 18,24 18,7 13,39 10,3 10,43 15,25 10,95 11,35 17,843
1999 35,27 100,24 39,88 30,29 23,53 24,36 17,02 12,84 12,56 10,18 10,18 10,82 27,264
2000 19,35 30,09 25,99 16,88 14,37 12,95 11,72 12,13 11,19 9,13 8,88 16,40 15,757
2001 24,62 35,89 27,75 16,73 15,24 11,99 10,27 8,14 7,66 10,66 8,88 17,03 16,238
2002 29,36 42,83 32,48 20,15 17,49 12,95 9,13 8,07 8,50 5,83 7,24 12,13 17,180
2003 8,57 19,9 15,33 11,57 10,91 7,98 6,87 5,63 3,79 3,79 5,83 18,02 9,848
2004 14,5 16,1 18 15,8 15 17,4 14,9 10,41 7,65 8,57 11,71 16,4 13,870

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