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EXÉRCITO BRASILEIRO
Rio de Janeiro
2011
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
de Transportes.
Rio de Janeiro
2011
c2011
629.04
S677c Sobral, Taciana Rey de Jesus.
Concretos sob cargas de impacto para a segurança das
vias públicas / Taciana Rey de Jesus Sobral. - Rio de Janeiro:
Instituto Militar de Engenharia, 2011.
172p. : il., graf., tab.
CDD 629.04
2
3
AGRADECIMENTOS
à Professora Co-orientadora Capitão Ana Maria Abreu Jorge Teixeira, por suas
CAEx, pela cessão das instalações do CAEx para a realização dos ensaios
balísticos.
Armas Balísticas.
Técnica/RJ da Holcim Brasil S.A., pela doação do cimento utilizado neste trabalho.
4
Dedico este trabalho aos meus pais, Roberto
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 21
6
2.3.2. Calibre.................................................................................................. 63
2.3.2.1. Sistema de Nomenclatura Europeu..................................................... 64
2.3.2.2. Sistema de Nomenclatura Inglês......................................................... 66
2.3.2.3. Sistema de Nomenclatura Norte-americano........................................ 67
2.3.3. Projéteis Utilizados nos Estudos ......................................................... 68
2.3.3.1. Projétil de Calibre 9 mm ...................................................................... 68
2.3.3.2. Projétil de Calibre 7,62mm .................................................................. 70
2.3.3.3. Projéteis de Calibre .50 pol.................................................................. 71
2.4. Concretos sob Ação de Cargas de Impacto ....................................... 72
2.4.1. Formulações Existentes sobre Impacto de Projéteis em Concretos .. 76
2.4.1.1. ACE (Army Corps of Engineers) apud LI et al. (2005) ……………….. 76
2.4.1.2. CHANG apud LI et al. (2005) .............................................................. 78
2.4.1.3. CEA–EDF (France Atomic Energy – Eletricité de France) apud LI et
al. (2005) .......................................................................................................... 79
2.4.1.4. CHELAPATI et al. (1972) apud LI et al. (2005) ……………………….. 79
2.4.1.5. BRL (Ballistic Research Laboratory) Modificada apud LI et al. (2005) 80
2.4.1.6. NDRC (National Defense Research Committee) Modificada apud LI
81
et al. (2005) …………………………………………………………………............
2.4.1.7 HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI et al. (2005) …………………...... 83
2.4.1.8. PETRY Modificada apud LI et al. (2005) ……………………………..... 84
2.4.1.9. AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005) ………………………….. 85
2.4.1.10. WHIFFEN (1943) apud LI et al. (2005) ……………………………….. 85
2.4.1.11. UKAEA (United Kingdom Atomic Energy Authority) apud LI et al.
86
(2005) ...............................................................................................................
2.4.1.12. BECHTEL apud LI et al. (2005) ……………………………………...... 88
2.4.1.13. STONE e WEBSTER apud LI et al. (2005) …………………………... 88
2.4.1.14. DEGEN apud LI et al. (2005) ………………………………………….. 89
2.4.1.15. ADELI e AMIN apud LI et al. (2005) ................................................. 90
2.5. Estudos Existentes sobre Cargas de Impacto em Concreto............... 94
2.5.1. POLANCO-LORIA et al. (2008)………………………………………….. 94
2.5.2. VOSSIYGUI et al. (2007)..................................................................... 94
2.5.3. ZHANG et al. (2005)............................................................................ 95
2.5.4. AGARDH e LAINE (1999) ................................................................... 96
7
2.5.5. TENG et al. (2005)………………………………………………………… 97
2.5.6 DANCYGIER (2000)……………………………………..……………….. 97
2.5.7. TELAND e SJOL (2004) ………………………………..………………... 98
2.5.8. ONG et al. (1999)…………………………………………………………. 99
2.5.9. GARCEZ et al. (2004)……………………………………………………. 99
8
4.6. Espessura Mínima Necessária Contra Perfuração ............................... 151
4.7. Espessura Mínima Necessária Contra Estilhaçamento ........................ 158
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG 2.1 Carga deslocamento vertical para material frágil (a) e material
dúctil (b).......................................................................................... 26
FIG 2.2 Classificação das fibras.................................................................. 29
FIG 2.3 Composição química das fibras segundo BIFSA............................. 30
FIG 2.4 Alguns exemplos de fibras............................................................... 31
FIG 2.5 Gráfico do comportamento do compósito com diferentes módulos
de elasticidade................................................................................. 34
FIG 2.6 Fibra com representação da medida de comprimento e de
diâmetro equivalente a seção transversal........................................ 36
FIG 2.7 Consumo de fibra x fator de forma................................................... 36
FIG 2.8 Fibras de aço de diferentes formatos no mercado........................... 38
FIG 2.9 Gráfico de cargas de arrancamento de uma fibra com gancho e
outra reta.......................................................................................... 39
FIG 2.10 Gráfico do comportamento de compósitos reforçados com
diferentes tipos de fibras durante ensaio de tração na flexão.......... 40
FIG 2.11 Curvas típicas de tensão tração x deformação específica para
ausência, baixo e alto volume de fibras .......................................... 41
FIG 2.12 Arranjo para ensaio balístico............................................................ 47
FIG 2.13 Deformação linear de um elemento de barra submetido a uma
força F.............................................................................................. 49
FIG 2.14 Elemento de barra após uma perturbação...................................... 49
FIG 2.15 Força de reação dos elementos de barra........................................ 50
FIG 2.16 Trajeto da bala dentro do cano......................................................... 52
FIG 2.17 Projétil na saída do cano com a ação dos gases ............................ 52
FIG 2.18 Forças atuantes no projétil de 7,62mm a 850m/s, isto é, a 2,5
vezes a velocidade do som (300m/s)............................................... 53
FIG 2.19 Um projétil de 9 mm com velocidade um pouco superior................. 55
FIG 2.20 Elementos constituintes de um cartucho ......................................... 57
FIG 2.21 Espoleta............................................................................................ 59
10
FIG 2.22 Invólucro........................................................................................... 60
FIG 2.23 Projétil............................................................................................... 61
FIG 2.24 Projéteis 9mm................................................................................... 68
FIG 2.25 Projétil calibre 7,62mm..................................................................... 71
FIG 2.26 Projétil .50 pol BMG.......................................................................... 72
FIG 2.27 Efeito local da penetração (x) e o destacamento............................. 73
FIG 2.28 Efeito local da formação da crosta................................................... 74
FIG 2.29 Efeito local da perfuração................................................................. 74
FIG 2.30 Efeito local de uma falha de cisalhamento por perfuração com
formação de tronco de cone............................................................. 74
FIG 2.31 Curva Kp x fc ..................................................................................... 85
FIG 3.1 Vista dos moldes quadrados de madeira resinada utilizados 105
FIG 3.2 Moldes cilíndricos de aço................................................................. 106
FIG 3.3 Execução do ensaio de abatimento do tronco de cone do concreto
de fcm = 29,5 MPa............................................................................. 106
FIG 3.4 Fibras de aço utilizadas nos concretos............................................ 107
FIG 3.5 Forma geométrica das fibras de aço segundo fabricante................ 108
FIG 3.6 Vista da betoneira de 320 l de capacidade utilizada........................ 109
FIG 3.7 Adensamento do concreto das placas............................................. 111
FIG 3.8 Adensamento do concreto dos cilindros........................................... 111
FIG 3.9 Sequência de execução do concreto com fibras.............................. 112
FIG 3.10 Aspecto do concreto usado nas placas............................................ 113
FIG 3.11 Aspecto das placas imediatamente após a concretagem................ 113
FIG 3.12 Estrutura para o ensaio balístico...................................................... 115
FIG 3.13 Túnel para medida da velocidade de tiro......................................... 115
FIG 3.14 Pórtico em aço para colocação da placa de concreto...................... 116
FIG 3.15 Placa de 25,4 mm, sem fibras, após impacto de projétil de
7,62mm............................................................................................. 131
FIG 3.16 Placa de 38,1 mm com fibra média no teor volumétrico de fibra de
40 kg/m3 de concreto após impacto de projétil de 9
mm.................................................................................................... 131
11
FIG 3.17 Placa de concreto de 150 mm de espessura, fc = 30 MPa e teor
volumétrico de 120 kg/m3 de concreto de fibra após impacto de
projétil de .50 pol.............................................................................. 132
FIG 3.18 Placa de concreto de 150mm de espessura, teor volumétrico de
80Kg/m3 de concreto de fibras longas, após impacto por projétil
de .50pol........................................................................................... 133
FIG 3.19 Placa de concreto do grupo III sem fibra sob a ação de impacto de
projétil de .50pol............................................................................... 134
FIG 3.20 Placa de concreto de 100 mm de espessura com fc = 30MPa, teor
volumétrico de fibra de 80 kg/m3 de concreto.................................. 135
FIG 3.21 Placa de concreto de fc = 30 MPa, sem fibra, após tiro de projétil
de .50 pol.......................................................................................... 135
FIG 4.1 Valores de xp teórico segundo o ACE (Army Corps of Engineers)
apud LI et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos
grupos I a IV..................................................................................... 141
FIG 4.2 Valores de xp teórico segundo o ACE (Army Corps of Engineers)
apud LI et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos
grupos I a IV com fc de 30 MPa a 90 MPa....................................... 141
FIG 4.3 Valores de xp teórico segundo CHELAPATI et al. (1972) apud LI
et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos
I a IV................................................................................................. 142
FIG 4.4 Valores de xp teórico segundo CHELAPATI et al. (1972) apud LI
et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos
I a IV com fc de 30 MPa a 90 MPa .................................................. 142
FIG 4.5 Valores de xp teórico segundo BRL (Ballistic Research
Laboratory) Modificada apud LI et al. (2005) e experimental para
as placas ensaiadas dos grupos I a IV............................................. 143
FIG 4.6 Valores de xp teórico segundo BRL (Ballistic Research
Laboratory) Modificada apud LI et al. (2005) e experimental para
as placas ensaiadas dos grupos I a IV com fc de 30 MPa a 90
MPa.................................................................................................. 143
12
FIG 4.7 Valores de xp teórico segundo a NDRC (National Defense
Research Committee) Modificada apud LI et al. (2005) e
experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a IV............... 144
FIG 4.8 Valores de xp teórico segundo a NDRC (National Defense
Research Committee) Modificada apud LI et al. (2005) e
experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a IV com fc
de 30 MPa a 90 MPa........................................................................ 144
FIG 4.9 Valores de xp teórico segundo HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI
et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos
I a IV................................................................................................. 145
FIG 4.10 Valores de xp teórico segundo HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI
et al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos
I a IV com fc de 30 MPa a 90 MPa .................................................. 145
FIG 4.11 Valores de xp teórico segundo PETRY Modificada apud LI et al.
(2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a
IV...................................................................................................... 146
FIG 4.12 Valores de xp teórico segundo PETRY Modificada apud LI et al.
(2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a IV
com fc de 30 MPa a 90 MPa............................................................ 146
FIG 4.13 Valores de xp teórico segundo AMMANN e WHITNEY apud LI et
al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a
IV...................................................................................................... 147
FIG 4.14 Valores de xp teórico segundo AMMANN e WHITNEY apud LI et
al. (2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a
IV com fc de 30 MPa a 90 MPa........................................................ 147
FIG 4.15 Valores de xp teórico segundo WHIFFEN (1943) apud LI et al.
(2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a
IV...................................................................................................... 148
FIG 4.16 Valores de xp teórico segundo WHIFFEN (1943) apud LI et al.
(2005) e experimental para as placas ensaiadas dos grupos I a IV
.com fc de 30 MPa a 90 MPa........................................................... 148
13
FIG 4.17 Valores de xp teórico segundo a UKAEA (United Kingdom Atomic
Energy Authority) apud LI et al. (2005) e experimental para as
placas ensaiadas dos grupos I a IV.................................................. 149
FIG 4.18 Valores de xp teórico segundo a UKAEA (United Kingdom Atomic
Energy Authority) apud LI et al. (2005) e experimental para as
placas ensaiadas dos grupos I a IV com fc de 30 MPa a 90
MPa.................................................................................................. 149
14
LISTA DE TABELAS
15
TAB 4.3 Valores teóricos de tpf para as placas do grupo II .......................... 154
TAB 4.4 Valores teóricos de tpf para as placas do grupo III ......................... 155
TAB 4.5 Valores teóricos de tpf para as placas do grupo IV......................... 156
TAB 4.6 Valores teóricos de te para as placas do grupo I ........................... 159
TAB 4.7 Valores teóricos de te para as placas do grupo II .......................... 160
TAB 4.8 Valores teóricos de te para as placas do grupo III ......................... 161
TAB 4.9 Valores teóricos de te para as placas do grupo IV.......................... 162
16
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ABREVIATURAS
17
SÍMBOLOS
ρ - densidade do material
ρc - densidade do concreto
ψ - deslocamento da seção da barra
dψ - deformação da seção da barra
18
RESUMO
citados, este trabalho tem por objetivo estudar o comportamento de concretos sem
opção para auxiliar na segurança das vias públicas, seja dos usuários,
(fibras longas e fibras médias) e o teor volumétrico das fibras de aço (Vf = 40 kg/m3,
80 kg/m3 e 120 kg/m3), a espessura das placas (t = 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8 mm,
70,0 mm, 100,0 mm e 150,0 mm), e o calibre (d = .50 pol, 7,62 mm e 9 mm) e a
velocidade de impacto dos projéteis (v = 326,8 m/s a 915,5 m/s). Todas as placas
Concluiu-se que o concreto reforçado com fibras, quando bem projetado, pode
ser uma boa solução para o uso em barreiras de proteção contra projéteis dos
19
ABSTRACT
on public streets between police and bandits arouse great concern about security
and also about solutions that mitigate these problems, helping to protect users, staff
and police officers working in these paths, also preserving its infrastructure.
problems, this paper aims to study the behavior of concrete with or without steel
fibers, subjected to bullet impacts as an option to assist in the safety of public roads,
The parameters that were varied in this experimental program were the
compressive strength of concrete (fc = 30 MPa, 70 MPa and 90 MPa), type (long
fibers and fiber medium) and the volume ratio of steel fibers (Vf = 40 kg/m3, 80
kg/m3 and 120 kg/m3), the thickness (t = 25.4 mm, 38.1 mm, 50.8 mm, 70.0 mm,
100.0 mm and 150.0 mm) and caliber (d = .50 inch, 7.62 mm and 9 mm) and the
impact velocity of projectiles (from v = 326.8 m / s to 915.5 m / s). All concrete short
plates were square, 30 cm in size, and were subjected to only one shot near its
central region.
It was concluded that the fiber reinforced concrete can be a good solution for
use in protective barriers against the calibers used in this study, with high impact
speeds, making it possible to obtain a mix of concrete with fibers that does not
20
1. INTRODUÇÃO
As vias públicas são cenários comuns nos relatos da violência nos grandes
ação de bandidos e troca de tiros com policiais trazendo riscos aos usuários
dessas vias.
tipos de problemas podem ser causados por diversos fatores como abrasão,
concreto reforçado com fibras (CRF). Ele tem se mostrado bastante eficaz,
21
trazendo benefícios estruturais como a redução de fissuras e o aumento da
de impacto.
segurança das vias públicas, seja dos usuários, trabalhadores ou policiais que
22
No terceiro capítulo, detalha-se o programa experimental desenvolvido neste
23
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1. Histórico
evidências de que fibras de asbesto foram utilizadas para reforçar postes de argila
há 5 mil anos, tijolos de adobe (tijolos crus e secados ao sol) eram reforçados com
Egito Antigo, como nos reportam as Sagradas Escrituras: “Naquele mesmo dia o
Faraó deu esta ordem aos inspetores do povo e aos capatazes: não continueis a
fornecer palha ao povo, como antes, para o fabrico dos tijolos” (Êxodo 5, 6-7). Eis
24
Compósito é basicamente um material em cuja composição entram dois ou
mais tipos de materiais diferentes. Alguns exemplos são metais e polímeros, metais
surgir uma sinergia entre material matriz e materiais reforços que resulte no
25
FIG. 2.1: Carga deslocamento vertical para material frágil (a) e material dúctil
fibras pode ser considerado como mais tenaz e resistente ao impacto. Ou seja, as
estudos em andamento.
MINDESS (1990). Este comportamento torna interessante o uso deste material nos
26
casos são mais comuns nos elementos estruturais de superfície, ou seja,
demais (lajes, chapas e cascas), assim, as aplicações mais comuns do CRF são
2.1.2. Composição
propriedades.
em fibras.
27
fissuras que podem ou não já existir internamente. Essas fissuras prejudicam
tensão e a cada nova fissura há uma diminuição da área que suportaria a carga de
frágeis.
Esses três materiais quando adicionados a água, com ou sem outros aditivos
que podem compor o concreto, terão suas ligações mais fortes ou mais fracas,
fatores: bolhas de ar, impurezas dos materiais, forma das fibras, tipo de fibra,
2.1.2.2. Fibras
As fibras podem ser divididas em dois grupos: fibras naturais e fibras sintéticas,
animais e minerais. As fibras minerais são formadas por cadeias cristalinas com
28
vegetais são aquelas que podem ser encontradas na natureza, como as fibras de
estas fibras sofrerem rápida degradação quando em meios alcalinos, podem sofrer
29
característica que se pode estudar nas fibras são as suas composições químicas
(MACAFERRI , 2007).
30
FIG. 2.4: Alguns exemplos de fibras (MACCAFERRI, 2007).
31
TAB. 2.1: Características de algumas fibras.
Material Diâmetro Densidade Módulo de Resistência Deformação
(µm) (g/cm3) elasticidade à tração na ruptura
(GPa) (MPa) (%)
Aço 5-500 7,84 190-210 0,5-2,0 0,5-3,5
Vidro 9-15 2,60 70-80 2-4 2-3,5
Amianto 0,02-0,4 2,6 160-200 3-3,5 2-3
Polipropileno 20-200 0,9 5-7,7 3,6 8,0
Kevlar 10 1,45 65-133 2,6 2,1-4,0
Carbono 9 1,9 230 0,9 1,0
Nylon - 1,1 4 0,3-0,5 13-15
Celulose - 1,2 10 0,4-1,0 -
Acrílico 18 1,18 14-19,5 0,7x10-3 3
Polietileno - 0,95 0,3 0,9 10
Fibra de - 1,5 71 0,8 -
madeira
Sisal N/A N/A 13-26 0,28 -0,57 3–5
Matriz de 2,50 10-45 3,7x10-3 0,02
cimento
Bagaço da 200-400 1,2-1,3 15-19 0,18-0,29 3-5
cana de
açucar
Bambu 50-400 1,5 33-40 0,35-0,5 N/A
Juta 100-200 1,02-1,04 26-32 0,25-0,35 1,5-1,9
32
A fibra mais utilizada na composição do concreto é a fibra de aço. Com isto,
As fibras de aço são o foco deste trabalho e por isso merecem uma análise
Os concretos reforçados com fibras são formados basicamente por duas fases:
33
2.1.3.1. Módulo de Elasticidade dos Materiais
34
Segundo ARMELIN e HAMASSAKI (1990) apud FIGUEIREDO (2000), quando
apenas por um curto espaço de tempo. Essas fibras normalmente têm baixa
resistência mecânica.
fibra, conforme a FIG. 2.6. Esse diâmetro equivalente é definido como aquele
fibra.
35
FIG. 2.6 Fibra com representação das medidas de comprimento e de diâmetro
MCKEE (1969).
utilizadas.
Neste caso, observou-se que quanto maior o fator de forma, maior foi a
36
maior quanto maior for o fator de forma da fibra. No entanto, quanto maior for o
material. Isto ocorre pelo fato de se ter uma elevada área específica, que demanda
(TANESI, 1999 apud FIGUEIREDO, 2000). Por outro lado, isto pode até ser
onde a geometria final da peça por coesão é fundamental e a cura ocorre sem
apoio das formas, o concreto com fibras teria uma boa aplicabilidade. Outra
lajes, pilares e vigas de concreto armado. Neste caso, a maior coesão pode
37
FIG 2.8: Fibras de aço de diferentes formatos no mercado.
ganchos nas pontas, fibras retas e fibras onduladas, com relação ao ensaio de
arrancamento da fibra que acontece não só por causa da ligação por atrito entre a
matriz e a fibra (fibra reta), mas também por uma força adicional ocasionada pela
compressão.
nos concretos com fibras com gancho do que nos concretos com fibras retas sem
ganchos.
38
FIG. 2.9: Gráfico de carga de arrancamento de uma fibra com gancho e outra
pelas fibras. .
matriz.
39
Quando as fibras não suportarem a carga transferida para elas, haverá um
tensões através das fissuras para a matriz, até certo nível de deformação. E, no
Constata-se que, quando o volume de fibras (Vf) é acima do volume crítico, a curva
fibras é menor que o volume crítico, a curva carga x flecha passa a ter ramo
descendente.
Para volume de fibras igual ao volume crítico, a curva carga x flecha apresenta
patamar constante.
de concretos sem ou com reforço de fibras. Verifica-se que, quanto maior o volume
40
FIG. 2.11: Curvas típicas de tensão de tração x deformação específica para
nas três dimensões. Porém, quando se trata de seções finas, como pavimentos e
haver alteração dos resultados, pois região mais forte ou fraca em alguns pontos
41
2.1.3.6. Massa Específica das Fibras
Fica de certa forma claro que, quanto menor for o diâmetro da fibra, maior será
anteriormente. Assim, quanto maior for o fator de forma maior será o impacto na
trabalhabilidade do concreto.
Por estas razões, aponta-se a maior adição da fibra como um elemento redutor
42
mais eficiente e já possui inúmeras aplicabilidades no mercado, inclusive em
moldado, como ocorre com os tubos de água pluvial e esgoto (CHAMA NETO,
caso dos tubos de concreto para obras de saneamento, têm sua aplicação
Preocupando-se com a vasta utilização desse material surgiu a norma NBR 15530
(2007) sobre fibras de aço intitulada “Fibras de aço para concreto - Especificação”.
reforçado com fibras de aço (CRFA), desde que sejam observados os cuidados
43
sem regular a verificação de desempenho da mesma no concreto, pois isso
concreto reforçado com fibras de aço (CRFA) tem seu desempenho dependente da
Assim, deve-se ressaltar que o uso de uma fibra que atenda a norma não garantirá
Outra norma brasileira que pode ser citada com o uso de concreto reforçado
com fibras é a NBR 8890 (2007) que trata de requisitos e métodos de ensaio para
engenharia estrutural.
44
2.2. Conceitos Balísticos
guerras futuras, sejam elas urbanas ou não, diversos trabalhos são realizados no
mundo para estudar a resistência dos materiais aos impactos de projéteis, mísseis
entre outros fatores, tentando englobar o maior número de fatores que intervêm na
placas balísticas de concreto, foi utilizada neste estudo, como base para os
45
experimentos balísticos, a norma NBR 15000 (2005) que trata da blindagem de
Segundo a norma NBR 15000 (2005) os corpos de prova testados para resistir
projétil.
apoio serve para apoiar o corpo de prova e deve proporcionar facilidade e rapidez
46
TAB. 2.2: Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto balístico.
IV .3 – 06 AP 10,8 1
LRHV – Long Rifle High Velocity- Rifle de alta velocidade
RN – Round Nose – Munição para .38 especial de ponta redonda
FMJ – Full Metal Jacketed – Munição com núcleo mole (chumbo), envolto em uma concha de metal mais duro, totalmente
jaquetada
JSP – Jacketed Soft Point – Munição de.357 com ponta macia. Jaquetada com ponta macia.
SWC GC – Semi WadCutter Gás Check – Munição de .44 que tem uma ponta arredondada em um cilindro ligeiramente
maior que a ponta, tornando o projétil mais aerodinâmico. Ponta semicanto-vivo.
AP – Armor Piercing- suporta o choque de perfuração de blindagem. Perfurante.
47
2.2.2. Propagação de Ondas
movimento periódico com uma frequência bem definida, diz-se uma onda.
limite elástico do material, conforme mostra a EQ. 2.1, baseada na lei de Hooke.
F l − lo
= E. (EQ. 2.1)
S lo
módulo de Young.
48
FIG. 2.13: Deformação linear de um elemento de barra submetido a uma força F.
que a nova largura do elemento é dx+ dΨ, conforme mostra a FIG. 2.14.
A força por unidade de área necessária para produzir esta deformação é igual
a:
F dx + dψ − dx
= E. (EQ. 2.2)
S dx
F dψ
= E. (EQ. 2.3)
S dx
49
Para efeito de notação (derivada parcial), o deslocamento dx é uma função de
largura dx, enquanto a parte direita da barra exerce uma força F’ sobre este
∂ 2ψ
F´ − F = dF = S.E. (EQ. 2.4)
∂x 2
A segunda lei de Newton afirma que a força sobre este elemento é igual ao
∂ 2ψ
dF = (ρ.S.dx ). (EQ. 2.5)
∂t 2
∂ 2ψ E ∂ 2ψ
= . (EQ. 2.6)
∂t 2 ρ ∂x 2
50
O que conduz à fórmula da velocidade de propagação, dada por:
E
v= (EQ. 2.7)
ρ
densidade.
2.2.3. Balística
inicia seu movimento no interior da arma de fogo até o momento que ele atinge o
• balística interna
• balística externa
• balística terminal
A balística interna estuda os fenômenos que ocorrem dentro do cano de uma
51
FIG. 2.16. Trajeto da bala dentro do cano (balística interna).
desde o instante em que saem do cano da arma, até o momento em que deixam de
estar influenciados pelos gases remanescentes à boca da arma. Este estudo inclui
afins.
A balística externa aborda o estudo das forças que atuam nos projéteis e
o momento em que ficam livres das influências dos gases do propulsante, até aos
FIG. 2.17: Projétil na saída do cano com a ação dos gases (balística externa).
52
Quando sai do cano, o projétil fica completamente influenciado por um conjunto
resistência do ar, que tem três componentes, conforme observa-se na FIG. 2.18:
FIG. 2.18: Forças atuantes no projétil de 7,62 mm a 850 m/s, isto é, a 2,5 vezes a
53
Para velocidades subsônicas (velocidade menor que 343m/s ou 1255km/h) do
• o alcance máximo para um ângulo de projeção sempre menor que 45º, pois
acima de 45º.
um eixo imaginário.
Outras forças que se podem considerar são a força de atuação dos ventos, que
54
esférico. Sua base, entretanto, causa um grande "arrasto", que pode ser visto na
FIG. 2.19 e sua ponta empurra o ar à frente de modo não muito eficaz.
Fonte. http://www.nennstiel-ruprecht.de/bullfly/fig3.htm.
Os projéteis do tipo boat tail, como o da FIG. 2.18, típicos dos fuzis, por terem
estável a longas distâncias. A forma da ogiva (afilada) corta o ar, diminuindo sua
resistência.
e os seus alvos. Estes se classificam em alvos duros e alvos moles, conforme são
os alvos duros e a que interage com alvos moles, também conhecida por balística
das feridas.
coletes à prova de bala. Para a sua neutralização existem vários tipos de munição,
tais como:
55
sua alta densidade aliada a uma área transversal baixa, conseguem uma boa
perfuração
• cargas focais, como os RPG’s que usam uma carga explosiva em forma de
cone que projeta a explosão para um único ponto, atingindo temperaturas elevadas
• falha por destacamento de uma face interior, causado por munições HESH
Aqui já não se considera o emprego de explosivos, uma vez que não é preciso
Pretende-se sempre que a energia transferida seja a maior possível para que
Ainda sobre este tema é importante ter conhecimento das cavidades que se
56
2.3. Munição
57
2.3.1.1. Propelente
volume muito maior que a quantidade sólida inicial. Esse aumento de volume gera
química ou sem fumo em armas de defesa. Essa pólvora sem fumo pode ser
espoleta, que é sensível ao atrito e gera energia suficiente para dar início à queima
58
FIG. 2.21: Espoleta.
recarga do invólucro.
2.3.1.3. Invólucro
carregamento da arma.
59
FIG. 2.22: Invólucro.
de fuzis.
(virola);
60
• Fogo Circular (anelar): a mistura detonante é colocada no interior do
Existem outros tipos de invólucros que não são comuns e, portanto, não serão
2.3.1.4. Projéteis
única parte que passa pelo cano da arma e atinge o alvo. O projétil pode ser
estojo;
• base: parte inferior do projétil, fica presa no estojo e está sujeita à ação
61
• corpo: cilíndrico, geralmente contém canaletas destinadas a receber
características gerais.
• canto-vivo: uso exclusivo para tiro ao alvo; tem carga reduzida e perfura
o papel de forma mais nítida;
• ogival ponta plana: uso geral; muito usado no tiro prático (IPSC) por
Quando ele encontra um objeto aquoso ou gelatinoso como um órgão animal, abre
como se fosse uma flor, fazendo uma verdadeira cratera dentro do alvo. O dano é
material que deslize pelo cano da arma melhor que o chumbo, com isso o tiro sai
62
• traçante: tem uma pequena quantidade de fósforo na base ou na ponta
adiante. Nesta expansão, o líquido empurra a ponta da bala, que se projeta para
frente. Com isso, a bala se fragmenta tal qual uma granada, podendo causar
impacto.
2.3.2. Calibre
o utiliza.
Até ao final da Segunda Guerra Mundial, o centímetro era usado como unidade
de medida das munições de calibre superior a 70 mm. Na maioria dos casos atuais,
cinco" significa que seu projétil possui um calibre 7,65 mm, e uma pistola "seis
quando se diz "calibre 38", está informando-se que o projétil desta munição possui
0,38 (na verdade .358, pois o pescoço do estojo é que tem .379) polegadas de
63
O calibre do cano raiado é medido pelo diâmetro entre os baixos relevos das
estrias, ou seja, o maior diâmetro interno desse cano. Isto é devido ao fato de que
o projétil deve adentrar no cano, sendo provido o giro do mesmo através dos altos
diâmetro interno do cano. Por exemplo: com 453,8 gramas (1 libra) de chumbo,
fazem-se esferas com o diâmetro do cano, obtendo com isto 12 esferas, no caso.
calibre das suas munições foi medido pelo sistema das armas de cano de alma
lisa.
medidas.
64
Este sistema consiste em definir a munição por dois números, separados pelo
sinal " x ". O primeiro número indica o calibre da bala e o segundo, o comprimento
munição 7,62 m, x 51 mm, significa que o seu projétil tem um calibre de 7,62 mm e
de cano móvel. A sua ausência significa que a munição tem um invólucro com
superior ao normal.
números, o " x " e os " mm "), a inclusão no final do nome do fabricante, inventor,
sistema, país ou arma que primeiro utilizou o calibre, etc.. Um bom exemplo é o
• 6,5 x 58 mm
• 6,5 x 58 mm Mauser-Vergueiro
• 6,5 mm Mauser-Vergueiro
• 6,5 mm Vergueiro
• 6,5 mm Português
65
• 6.5x58mm
• 6.5 x 58 Mauser-Vergueiro
velocidade;
66
2.3.2.3. Sistema de Nomenclatura Norte-americano
por três números, separados por traços (ex.: 45-70-405). O primeiro número
Quando as munições passaram a conter pólvora sem fumo, o seu peso deixou
mantiveram-na.
segundo número refere-se ao ano da sua adoção (1906) como forma de diferenciá-
67
2.3.3. Projéteis Utilizados nos Estudos
que foram utilizados nos ensaios com as placas, pois é vasta a quantidade de
mm NATO ou 9 x 19 mm), observado na FIG. 2.24, foi criado na Alemanha para ser
usado na Pistola Parabellum (Luger) e foi adotado pela Marinha e Exército do país
ser o calibre mais utilizado durante as guerras, no uso das pistolas e também das
68
Até poucos anos atrás o calibre 9 mm era o mais cobiçado entre as armas
Tanto isso imperou que a Polícia Federal Brasileira, uma polícia ainda que
originalmente civil, até hoje, faz uso primordial da pistola 9 mm. A Polícia Federal
guerra. Seu alto poder de transfixação permitia que em um único disparo, dois
transfixado e o soldado que viesse atrás também seria atingido, ou mesmo melhor
pelo seu poder de penetração. Nem se fazia necessário Stopping Power durante os
No que pese o menor poder de parada (Stopping Power), o leitor não deve se
69
A 9 mm não é o calibre ideal para defesa pessoal, que se dá em confrontos
cidades. O risco de atingir um inocente que estaria por detrás seria iminente, além
arma de quem está com a pistola em ato de legítima defesa. Entretanto, o poder de
parada.
AK-47, foi criado, sendo utilizada esta munição. Seu substituto, o 5,45 mm x 39 mm
russa é menos potente, o que também significa menor alcance e letalidade, mas
vantagens, mudou para 5,56 mm x 45 mm. Menor e mais leve do que o russo, mas
de alta velocidade (950 metros por segundo do 5,56 mm, em comparação com o
70
715 metros, do 7,62 mm russo). As características de letalidade dos dois cartuchos
O cartucho de calibre .50 pol leva em seu nome o nome da arma para a qual foi
projetado, a .50 Browing Machine Gun. Esse cartucho foi projetado no início da
década de 1910 e posto para uso oficial a partir de 1921, sendo assim fabricado
em série. A munição é, praticamente, uma munição normal de fuzil (7,62 mm) com
Essa munição hoje, apresentada na FIG. 2.26, além da Browing Machine Gun,
é usada para equipar vários fuzis de precisão e outras metralhadoras calibre .50
pol.
71
FIG. 2.26: Projétil .50 pol BMG.
Afeganistão.
(FIG. 2.27);
72
• o estilhaçamento: o escape de material da face oposta ao impacto do
projétil (FIG. 2.28);
atingido;
(FIG. 2.30)
Estes fenômenos podem ser observados nas FIG. 2.27 a FIG. 2.30.
73
FIG. 2.28: Efeito local da formação da crosta (BANGASH, 2009).
FIG. 2.30: Efeito local de uma falha de cisalhamento por perfuração com
74
Os efeitos locais causam um estado de tensão complexo e transitório. As
realizados.
As previsões matemáticas desses efeitos são difíceis, pois elas devem incluir
este alvo é composta de uma força de esmagamento e uma força inercial, que é a
se previna os estilhaços;
ocorra a perfuração;
75
2.4.1. Formulações Existentes sobre Impacto de Projéteis em Concretos
concreto sob a ação de cargas de impacto de projéteis. Algumas delas são mais
de penetração xp de projéteis em alvos de concreto. Tem por base testes com altas
fundamentação teórica.
onde:
76
d é o diâmetro do projétil em m;
Essas duas últimas equações (EQ. 2.9 e EQ. 2.10) foram propostas em função
eram cilíndricos de aço com 37 mm, 75 mm, 76,2 mm e 155 mm de calibre. Estas
equações foram modificadas no ano de 1944 para também avaliar impacto dos
mesmos projéteis de 0.50 pol de calibre, cujas formulações passaram a ser iguais
a:
77
2.4.1.2. CHANG apud LI et al. (2005)
Este autor propôs fórmulas empíricas com fatores adimensionais para prever o
0,25 0,5
u m.v 2
t pf = ⋅ (EQ. 2.13)
v d.fc
0,18 0,4
u m.v2
t e = 1,84⋅ ⋅ 5 (EQ. 2.14)
v d fc
onde:
Essas fórmulas são válidas para os seguintes intervalos, tendo por base a
5 cm ≤ h ≤ 60,9cm .
78
2.4.1.3. CEA–EDF (France Atomic Energy – Eletricité de France) apud LI et
al. (2005)
entre 20 m/s e 200 m/s, tendo sido variadas a espessura das placas, a resistência
m0,5.v0,75
tpf = 0,82 ⋅ (EQ. 2.15)
ρ0,125
c .fc0,375.d0,5
onde:
30 MPa < fc < 45 MPa ; 0,3.d < xp < 4.d ; e 75 kgf/m 3 < ρl < 300 kgf/m 3 , sendo ρl a
79
Esses autores propõem para a espessura mínima necessária contra a
(2005)
80
2.4.1.6. NDRC (National Defense Research Committee) Modificada apud LI
et al. (2005)
Essa fórmulação data do ano de 1946, foi apresentada pelo Comitê Nacional
de Pesquisa de Defesa dos EUA, tendo por base a formulação do ACE, e ainda é
1
1,8 2
N.m v
xp = 2.d.3,8.10-5. . (EQ. 2.21)
d. fc d
xp
para ≥ 2,0
d
1,8
-5 N.m v
xp = 3,8.10 . . + d (EQ. 2.22)
fc d
xp
para < 2,0
d
onde:
N é o fator de forma do projétil, sendo igual a 0,72 para projétis de ponta chata
(flat); 0,84 para projéteis de ponta esférica; 1,00 para projéteis de ponta partida
81
Para as espessuras mínimas necessárias contra a perfuração e o
estilhaçamento, tem-se:
x p2
t pf = 3,19.x p − 0,718 (EQ. 2.23)
d
para x p ≤ 1,35.d ou t pf ≤ 3.d
x p2
t e = 7,91.xp − 5,06 (EQ. 2.25)
d
para x p ≤ 0,65.d ou t e ≤ 3.d
Tem sido sugerido que seja feito um acréscimo de 20% a 30 % para o valor
pode haver estilhaçamento por punção. Isso é válido tanto para projéteis
82
2.4.1.7. HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI et al. (2005)
onde:
m.N.v 2
Ia = (EQ. 2.30)
d3 .fc
é a mesma proposta pela NDRC MODIFICADA (v. EQ. 2.23 e EQ. 2.24).
formulações propostas pela NDRC MODIFICADA podem ser utilizadas para o caso
83
do coeficiente Ia ser menor que 21,0. Se Ia ultrapassar o valor 21,0 , a EQ. 2.31
MODIFICADA (v. EQ. 2.32) é a mais usada nos EUA para avaliar o comprimento
m v2
xp = k. . log 1 + (EQ. 2.32)
d2 19,974
onde:
a:
84
FIG. 2.31 – Curva Kp x fc.
A EQ. 2.35 foi proposta pelo autor inglês com base em uma extensa base de
85
em estruturas de concreto armado, com diferentes calibres e dimensão máxima do
0,1 97,51
2,61 m d v fc0,25
xp = . . . (EQ. 2.35)
f d2 Dmáx 533,4
c
onde:
5,5 MPa < fc < 69,0 MPa ; 0,14 kg < m < 9966,00 kg ; 12,7 mm < D máx < 965 ,2 mm ;
(2005)
penetração (EQ. 2.36 a EQ. 2.38) é uma modificação da proposta por NDRC, que
0,5
xp = 0,275.d − d.(0,0756 − G) (EQ. 2.36)
para G ≤ 0,0726
86
0,5
xp = d.(4.G - 0,242) (EQ. 2.37)
para G ≥ 1,0605
onde:
1,8
N.m v
−5
G = 3,8.10 . .
d. fc d
25 m/s < v < 300 m/s ; 22 MPa < fc < 44 MPa e 5000 kg/m 3 < m/d 3 < 200000 kg/m 3 .
para intervalos: 29 m/s < v < 238 m/s ; 26 MPa < fc < 44 MPa e
87
2.4.1.12. BECHTEL apud LI et al. (2005)
contra o estilhaçamento (EQ. 2.40 e EQ. 2.41), que tiveram por base testes de
38,98.m0,4 .v 0,5
te = (EQ. 2.40)
fc0,5 .d0,2
13,63.m0,4 .v 0,65
te = (EQ. 2.41)
fc0,5 .d0,2
1
m.v 2 3
t e = (EQ. 2.42)
C
onde:
88
C é um coeficiente dependente da espessura do alvo de concreto t e do
igual a:
Modificada.
28,4 MPa < fc < 43,1MPa ; 25,0 m/s < v < 311,8 m/s ; 0,15 m < t < 0,61m ; e
89
2.4.1.15. ADELI e AMIN apud LI et al. (2005)
penetração xp (v. EQ. 2.46 e EQ. 2.47) e das espessuras mínimas necessárias
contra o estilhaçamento (v. EQ. 2.48) e a perfuração (v. EQ. 2.49), com base na
0,7.d < t < 18.d ; 0,11 kg < m < 343 kg ; d ≤ 0,3 m ; e x p ≤ 2.d .
90
mínimas necessárias contra a perfuração tpf e o estilhaçamento te de estruturas de
4
CHELAPATI et al. (1972) 4,151.10-2.m.d0,2 v 3
xp =
apud LI et al. (2005) d2 1000
1
1,8
N.m v
2
onde: m.N.v 2
Ia =
d3 .fc
PETRY Modificada m v2
apud LI et al. (2005) xp = k. 2
. log1 +
d 19,974
91
TAB. 2.4 – Expressões existentes para avaliação da espessura mínima necessária
0,25 0,5
u m.v2
CHANG tpf = ⋅
apud LI et al. (2005) v d.fc
sendo u a velocidade de referência, igual a 61,0 m/s.
92
TAB. 2.5 – Expressões existentes para avaliação da espessura mínima necessária
0,13 0,4
u m.v2
CHANG t e = 1,84 ⋅ ⋅ 0,5
apud LI et al. (2005) v d fc
sendo u a velocidade de referência, igual a 61,0 m/s.
BRL (Ballistic Research
Laboratory) Modificada t e = 2,0.x p
apud LI et al. (2005)
xp2
t e = 7,91.xp − 5,06
d
NDRC (National Defense
Research Committee) Modificada para xp ≤ 0,65.d ou t e ≤ 3.d
apud LI et al. (2005)
t e = 2,12.d+ 1,36.xp
STONE e WEBSTER t e =
apud LI et al. (2005) C
para 1,5.d ≤ t e ≤ 3,0.d , sendo C = 0,013.(t d) + 0,330
93
2.5. Estudos Existentes sobre Cargas de Impacto em Concreto
HANCHAK et al. (1992). Dois tipos de concreto foram utilizados (fc = 48MPa e fc =
ensaios foram feitos utilizando uma arma de gás nitrogênio com uma pressão
comprimento e ponta com ângulo de 45°, sendo apenas um caso com projétil de
94
fibras na face posterior foi reduzido e os estilhaços foram contidos pelo tecido. Os
mais efetivo na absorção de energia. As placas com tecido de zylon foram mais
eficientes na absorção de energia que as sem tela. Por fim, as fórmulas não estão
com tecido.
45 MPa e 235 MPa). Os projéteis tinham 12,6 mm de calibre, com ponta ogival, e
cratera nas amostras exibem uma redução global não-linear com o aumento da
95
incorporação de agregado graúdo melhorou a resistência ao impacto em termos de
propagação do diâmetro da cratera e das fissuras, mas não teve efeito significativo
concreto de alta resistência, estes valores foram 1,5 vezes menores que os do
concreto de 45 MPa.
96
deformação volumétrica foram obtidas a partir de amostras de testes na literatura.
disponíveis.
97
de concreto reforçadas. Sugeriram uma forma de avaliar a relação entre as
leves foram determinadas de tal forma que houvesse perfuração limite para alvos
de HUGUES.
satisfatórios.
98
2.5.8. ONG et al. (1999)
fibras foram poliolefina, PVA e aço. Os teores volumétricos das fibras examinadas
foram utilizadas. Para o ensaio, foi criado um aparato que simulava a queda de
poliolefina.
elementos discretos.
99
resistência à tração e energia específica de fratura, que por sua vez dependem da
integração escolhido foi de 5.10-5 s para que a carga aplicada fosse proporcional
de pêndulo de Charpy.
Estudos com diversas fibras, entre elas aramida, polipropileno, sisal e aço
100
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
3.1. Introdução
impacto dos projéteis não atingiu altas velocidades (acima de 600 m/s).
(fibras longas e fibras médias) e o teor volumétrico das fibras de aço (Vf = 40 kg/m3,
80 kg/m3 e 120 kg/m3), a espessura das placas (t = 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8 mm,
70,0 mm, 100,0 mm e 150,0 mm), e o diâmetro (d = .50 pol, 7,62 mm e 9 mm) e a
apresentados a seguir.
101
3.2. Ensaios Realizados
Este trabalho experimental foi dividido em três grupos. O primeiro grupo incluiu
concreto de baixa resistência (fc = 30 MPa), sem ou com fibras de aço, tendo sido
variado o tipo (médias e longas) e o teor volumétrico das fibras de aço (Vf = 40
kg/m3 e 80 kg/m3).
Com base nos resultados desse primeiro grupo, foi implementado o segundo
grupo. Este reuniu placas de diferentes espessuras (t = 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8
mm, 70 mm, 100 mm e 150 mm) de concretos de alta resistência (fc = 90 MPa),
tendo sido utilizadas fibras de aço de um mesmo tipo (longas), porém em um único
espessuras (t = 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8 mm, 70 mm, 100 mm e 150 mm) de
concretos de alta resistência (fc = 70 MPa e 90 MPa), tendo sido utilizadas fibras de
kg/m3).
Todas as placas foram submetidas a teste balístico com um tiro na sua região
central.
102
3.3. Materiais
3.3.1 Concretos
massa, foi 1: 2,06: 3,06 (cimento: areia: agregado graúdo) e a relação água-
O cimento empregado foi CPII-E-32, a areia era natural com módulo de finura
2,88 e com dimensão característica máxima de 4,8 mm, e o agregado graúdo era
O traço do concreto de alta resistência (fc = 70 MPa) em massa foi 1: 1,44: 2,07
cimento.
O traço do concreto de alta resistência (fc = 90 MPa) em massa foi 1: 1,31: 1,92
cimento.
areia era natural e foi igualmente particionada com grãos nas dimensões
características máximas de 2,4 mm, 1,2 mm, 0,6 mm e 0,3 mm, e o agregado
graúdo era de gnaisse britado com dimensão característica máxima de 9,5 mm. A
adição mineral utilizada nesses concretos foi a sílica ativa SILMIX em pó e o aditivo
103
químico foi o superplastificante sintético à base de polímeros policarboxilatos MC-
PowerFlow 2141.
tratando dos concretos com fibras, as fibras de aço foram adicionadas de forma
concreto (v. FIG. 3.1.) e seis corpos de prova cilíndricos com dimensões de 150
mm x 300 mm (v. FIG. 3.2), conforme a norma NBR 5738 (1993). Dentre as nove
placas, cada três placas tinham a mesma espessura (25,4 mm, 38,1 mm ou 50,8
mm)
Já nos grupos II, III e IV, para cada betonada de concreto foram moldadas duas
placas de concreto para cada espessura e seis corpos de prova cilíndricos com
Cada um dos dois conjuntos de três cilindros de concreto foi usado para se
104
TAB.3.1 – Composição por m3 de concreto das placas.
Kg
Sílica Ativa - 46 55
105
FIG. 3.2 – Moldes cilíndricos de aço.
concretos simples dos grupos I a IV foram iguais a 29,5 MPa, 66,8 MPa e 85,4
MPa. As resistências dos grupos I e IV, por serem concretos de mesma resistência,
Os valores de abatimento de tronco de cone (v. FIG 3.3) dos concretos simples
= 29,5 MPa.
106
3.3.2 Fibras de Aço
Foram utilizados dois tipos de fibras de aço HAREX da Vulkan do Brasil Ltda.
nos concretos deste trabalho, cujos dados podem ser vistos na TAB. 3.2.
107
FIG. 3.5 – Forma geométrica das fibras de aço segundo fabricante.
Para o grupo I, as espessuras foram de 25,4 mm, 38,1 mm e 50,8 mm. No caso
dos grupos II e III, as espessuras eram iguais a 25,4 mm, 38,1 mm, 50,8 mm, 70,0
mm, 100,0 mm e 150,0 mm. Para o grupo IV, as espessuras foram de 70,0 mm,
tipo (fibra longa ou média) e o teor volumétrico da fibra de aço em kg/m3. Sendo
assim, a placa com o código C30-25,4-AL80 equivale a uma placa de concreto com
108
3.5 Execução das Placas
processo de desmoldagem, foi utilizada fita adesiva nas juntas das mesmas e
aplicada uma camada fina de óleo mineral nas suas superfícies internas.
Para o preparo do concreto (v. FIG 3.6), utilizou-se uma betoneira de 320 l de
trabalho.
109
TAB 3.3 – Placas de concreto ensaiadas.
Grupo I
Concreto com fibras de aço
3 3 3 3
Concreto simples Vf = 40 kg/m Vf = 40 kg/m Vf = 80 kg/m Vf = 80 kg/m
BSF 49 BSF 36 BSF 49 BSF 36
C30-25,4-S C30-25,4-AL-40 C30-25,4-AM-40 C30-25,4-AL-80 C30-25,4-AM-80
C30-38,1-S C30-38,1-AL-40 C30-38,1-AM-40 C30-38,1-AL-80 C30-38,1-AM-80
C30-50,8-S C30-50,8-AL-40 C30-50,8-AM-40 C30-50,8-AL-80 C30-50,8-AM-80
Grupo II
Concreto com fibras de aço
Concreto simples 3
Vf = 120 kg/m BSF 49
C90-25,4-S C90-25,4-AL-120
C90-38,1-S C90-38,1-AL-120
C90-50,8-S C90-50,8-AL-120
C90-70,0-S C90-70,0-AL-120
C90-100,0-S C90-100,0-AL-120
C90-150,0-S C90-150,0-AL-120
Grupo III
Concreto com fibras de aço
Concreto simples 3
Vf = 80 kg/m BSF 49
C70-25,4-S
C70-25,4-AL-80 C90-25,4-AL-80
C90-25,4-S
C70-38,1-S
C70-38,1-AL-80 C90-38,1-AL-80
C90-38,1-S
C70-50,8-S
C70-50,8-AL-80 C90-50,8-AL-80
C90-50,8-S
C70-70,0-S
C70-70,0-AL-80 C90-70,0-AL-80
C90-70,0-S
C70-100,0-S
C70-100,0-AL-80 C90-100,0-AL-80
C90-100,0-S
C70-150,0-S
C70-150,0-AL-80 C90-150,0-AL-80
C90-150,0-S
Grupo IV
Concreto com fibras de aço
Concreto simples 3
Vf = 80 kg/m BSF 49
C30-70,0-S C30-70,0-AL-80
C30-100,0-S C30-100,0-AL-80
C30-150,0-S C30-150,0-AL-80
110
O adensamento do concreto das placas foi realizado durante e imediatamente
após o seu lançamento manual, com o uso de mesa vibratória (v. FIG 3.7 (a) e (b)).
Para o concreto dos cilindros, o adensamento foi feito por meio de vibrador de
de cal por sete dias, sendo então mantidos sob as condições ambientes de
laboratório.
111
A FIG. 3.9 mostra a sequência de execução dos concretos deste trabalho.
(c) brita + 1/3 da água + cimento + 1/3 água (d) concreto sem fibras de aço
112
A FIG 3.10 mostra o aspecto do concreto utilizado na fabricação das placas e a
(CAEx) e consistiram em um tiro por placa, próximo da sua região central. Tinham
113
como finalidade analisar o comportamento das placas de concreto sem ou com
placas de concreto.
Inicialmente, foram feitos tiros com projéteis de calibre de .50 pol (placas de
o calibre para 7,62 mm e 9 mm, pois todas as placas de concreto desse grupo
tinham sido perfuradas. As placas de concreto dos grupos II, III e IV foram
O provete era o aparato que continha o cano e a culatra para que o tiro
acionamento era efetuado do lado externo da linha de tiro por meio de um cordel.
O túnel para medida da velocidade de tiro (FIG. 3.13) tinha uma medida
1,50 m, com equipamento que calcula o tempo que o projétil leva para percorrer
obtidos.
114
FIG. 3.12 – Estrutura para o ensaio balístico.
115
FIG. 3.14 – Pórtico em aço para colocação da placa de concreto.
para que o tiro fosse executado com segurança e que os equipamentos permitiam.
Para o tiro de projétil de 9 mm a distância foi de 5 metros e para os tiros de .50 pol
Os projéteis escolhidos foram de calibre 9 mm, 7,62 mm e .50 pol, que são
116
Nas TAB 3.4, TAB 3.5 e TAB 3.6 constam as especificações dos projéteis de
117
3.7 Resultados dos Ensaios
Grupo I fc (MPa)
C30-25,4-S
Concreto simples C30-38,1-S 29,5
C30-50,8-S
C30-25,4-AL-40
3
Vf = 40 kg/m BSF 49 C30-38,1-AL-40 29,9
C30-50,8-AL-40
C30-25,4-AM-40
3
Vf = 40 kg/m BSF 36 C30-38,1-AM-40 24,7
C30-50,8-AM-40
Concreto com fibras de aço
C30-25,4-AL-80
3
Vf = 80 kg/m BSF 49 C30-38,1-AL-80 28,9
C30-50,8-AL-80
C30-25,4-AM-80
3
Vf = 80 kg/m BSF 36 C30-38,1-AM-80 26,4
C30-50,8-AM-80
118
TAB. 3.7. – Resultados de resistência média do concreto à compressão em MPa
Grupo II fc (MPa)
C90-25,4-S
C90-38,1-S
C90-50,8-S
Concreto simples 85,4
C90-70,0-S
C90-100,0-S
C90-150,0-S
C90-25,4-AL-120
C90-38,1-AL-120
3
C90-50,8-AL-120
Concreto com fibras de aço Vf = 120 kg/m BSF 49 72,6
C90-70,0-AL-120
C90-100,0-AL-120
C90-150,0-AL-120
3
C70-50,8-AL-80
Vf = 80 kg/m BSF 49 72,8
C70-70,0-AL-80
C70-100,0-AL-80
C70-150,0-AL-80
Concreto com fibras de aço
C90-25,4-AL-80
C90-38,1-AL-80
3
C90-50,8-AL-80
Vf = 80 kg/m BSF 49 103,8
C90-70,0-AL-80
C90-100,0-AL-80
C90-150,0-AL-80
119
TAB. 3.7. – Resultados de resistência média do concreto à compressão em MPa
Grupo IV fc (MPa)
C30-70,0-S
Concreto simples C30-100,0-S 30,6
C30-150,0-S
C30-70,0-AL-80
3
Concreto com fibras de aço Vf = 80 kg/m BSF 49 C30-100,0-AL-80 27,9
C30-150,0-AL-80
Grupo I
C30-25,4-S
Concreto simples C30-38,1-S 23,9
C30-50,8-S
120
TAB. 3.8 – Resultados médios de módulo de elasticidade longitudinal secante em
Grupo I
C30-25,4-AL-40
3
Vf = 40 kg/m BSF 49 C30-38,1-AL-40 24,0
C30-50,8-AL-40
C30-25,4-AM-40
3
Vf = 40 kg/m BSF 36 C30-38,1-AM-40 20,5
Concreto com C30-50,8-AM-40
fibras de aço C30-25,4-AL-80
3
Vf = 80 kg/m BSF 49 C30-38,1-AL-80 22,8
C30-50,8-AL-80
C30-25,4-AM-80
3
Vf = 80 kg/m BSF 36 C30-38,1-AM-80 21,5
C30-50,8-AM-80
Grupo II
C90-25,4-S
C90-38,1-S
C90-50,8-S
Concreto simples 43,9
C90-70,0-S
C90-100,0-S
C90-150,0-S
C90-25,4-AL-120
C90-38,1-AL-120
Concreto com 3
C90-50,8-AL-120
Vf = 120 kg/m BSF 49 41,8
fibras de aço C90-70,0-AL-120
C90-100,0-AL-120
C90-150,0-AL-120
121
TAB. 3.8 – Resultados médios de módulo de elasticidade longitudinal secante em
As massas das placas de concreto, antes e após o ensaio balístico podem ser
vistas nas TAB. 3.9 a TAB. 3.12, além dos valores do diâmetro e da velocidade do
projétil.
122
Nessas tabelas, os valores nulos para massa após o tiro foram decorrentes da
123
TAB. 3.9 – Placas de concreto do grupo I (continuação).
Diâmetro Velocidade Massa Massa Variação
Placa de concreto do projétil do projétil antes do após o de massa
(mm) (m/s) tiro (kg) tiro (kg) (kg)
Com fibras de aço
C30-25,4-AM-80 7,62 839,0 5,78 5,64 -0,14
9,00 438,8 5,61 5,47 -0,14
9,00 349,0 5,30 5,20 -0,10
C30-38,1-AM-80 7,62 852,0 8,45 8,24 -0,21
9,00 326,8 8,72 8,67 -0,05
9,00 416,0 8,30 8,11 -0,19
C30-50,8-AM-80 9,00 417,0 11,84 11,70 -0,14
(*) duas placas adjacentes 11,59 10,94 -0,65
12,7 847,2
distantes de 5 cm entre si 11,28 10,90 -0,38
124
TAB. 3.11 – Placas de concreto do grupo III.
Diâmetro Velocidade Massa Massa Variação
Placa de concreto do projétil do projétil antes do após o de massa
(mm) (m/s) tiro (kg) tiro (kg) (kg)
Sem fibras de aço
C70-25,4-S 12,7 785,7 6,75 0,00 -
7,62 833,0 6,86 6,58 -0,28
C70-38,1-S 12,7 789,5 9,86 0,00 -
7,62 834,8 9,72 9,32 -0,40
C70-50,8-S 12,7 854,6 12,44 0,00 -
7,62 837,7 11,88 11,52 -0,36
C70-70,0-S 12,7 786,2 17,18 0,00 -
7,62 836,5 17,92 17,47 -0,45
C70-100,0-S 12,7 789,6 23,74 0,00 -
7,62 832,9 22,92 22,68 -0,24
C70-150,0-S 12,7 783,0 35,54 0,00 -
7,62 834,9 35,96 35,70 -0,26
Com fibras de aço
C70-25,4-AL-80 12,7 788,8 6,70 6,36 -0,34
7,62 837,2 7,12 6,50 -0,62
C70-38,1-AL-80 12,7 776,8 9,78 8,44 -1,34
7,62 836,5 9,56 9,32 -0,24
C70-50,8-AL-80 12,7 915,5 12,26 11,15 -1,11
7,62 838,5 12,86 12,30 -0,56
C70-70,0-AL-80 12,7 785,2 17,76 16,98 -0,78
7,62 840,8 16,56 16,30 -0,26
C70-100,0-AL-80 12,7 786,2 25,70 24,88 -0,82
7,62 837,4 24,08 23,88 -0,20
C70-150,0-AL-80 12,7 791,3 38,15 37,24 -0,91
7,62 838,2 37,52 35,36 -2,16
C90-25,4-AL-80 12,7 792,4 7,12 6,94 -0,18
7,62 833,2 6,50 6,38 -0,12
C90-38,1-AL-80 12,7 820,3 9,56 9,22 -0,34
7,62 837,7 8,18 7,93 -0,25
C90-50,8-AL-80 12,7 793,2 13,04 12,52 -0,52
7,62 835,9 12,26 11,84 -0,42
C90-70,0-AL-80 12,7 798,5 18,54 18,01 -0,53
7,62 839,3 18,76 18,62 -0,14
C90-100,0-AL-80 12,7 823,2 25,26 24,71 -0,55
7,62 836,6 25,06 24,88 -0,18
C90-150,0-AL-80 12,7 778,0 34,80 34,20 -0,60
7,62 842,5 40,38 40,18 -0,20
125
TAB. 3.12 – Placas de concreto do grupo IV.
Diâmetro Velocidade Massa Massa Variação
Placa de concreto do projétil do projétil antes do após o de massa
(mm) (m/s) tiro (kg) tiro (kg) (kg)
Sem fibras de aço
C30-70,0-S 12,7 835,5 16,24 0,00 -
7,62 836,0 15,54 15,08 -0,46
C30-100,0-S 12,7 780,7 21,40 0,00 -
7,62 845,6 23,38 22,74 -0,64
C30-150,0-S 12,7 805,5 34,36 0,00 -
7,62 840,4 34,92 34,30 -0,62
Com fibras de aço
C30-70,0-AL-80 12,7 792,2 16,98 16,25 -0,73
7,62 833,2 15,71 15,10 -0,61
C30-100,0-AL-80 12,7 779,2 23,72 23,02 -0,70
7,62 832,3 24,02 23,58 -0,44
C30-150,0-AL-80 12,7 901,6 33,86 32,95 -0,91
7,62 838,0 36,78 36,26 -0,52
do projétil ao longo da espessura nas placas de concreto estão reunidos nas TAB.
3.13 a TAB. 3.16, bem como o comportamento das mesmas indicando se houve
126
TAB. 3.13 – Placas de concreto do grupo I (continuação).
Diâmetro Velocidade Comprimento
Placa de concreto do projétil do projétil de penetração Observação
(mm) (m/s) (mm)
Com fibras de aço
C30-25,4-AL-40 7,62 806,0 - Perfuração
12,7 881,0 - Perfuração
9,00 424,0 - Perfuração
C30-38,1-AL-40 7,62 824,6 - Perfuração
12,7 883,0 - Perfuração
9,00 432,0 22,0 Estilhaçamento
C30-50,8-AL-40 12,7 881,0 - Perfuração
9,00 420,0 17,5 Destacamento
9,00 439,4 15,5 Destacamento
C30-25,4-AM-40 7,62 844,0 - Perfuração
9,00 437,6 - Perfuração
9,00 347,0 - Perfuração
C30-38,1-AM-40 7,62 847,0 - Perfuração
9,00 435,1 19,0 Estilhaçamento
9,00 350,0 18,5 Estilhaçamento
C30-50,8-AM-40 7,62 845,0 - Perfuração
9,00 439,2 16,0 Destacamento
9,00 337,0 14,0 Destacamento
C30-25,4-AL-80 7,62 852,0 - Perfuração
9,00 341,0 - Perfuração
9,00 446,3 - Perfuração
C30-38,1-AL-80 7,62 843,0 - Perfuração
9,00 438,4 21,5 Estilhaçamento
C30-50,8-AL-80 7,62 839,0 - Perfuração
127
TAB. 3.14 – Placas de concreto do grupo II (continuação).
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-120 12,7 835,7 - perfuração
7,62 834,2 - perfuração
C90-38,1-AL-120 12,7 779,8 - perfuração
7,62 839,3 - perfuração
C90-50,8-AL-120 12,7 788,6 - perfuração
7,62 834,7 - perfuração
C90-70,0-AL-120 12,7 782,4 - perfuração
7,62 837,4 27,0 destacamento
C90-100,0-AL-120 12,7 823,2 - perfuração
7,62 839,6 31,6 destacamento
C90-150,0-AL-120 12,7 776,7 62,4 destacamento
7,62 835,8 29,5 destacamento
128
TAB. 3.15 – Placas de concreto do grupo III (continuação).
Diâmetro Velocidade Comprimento
Placa de concreto do projétil do projétil de penetração Observação
(mm) (m/s) (mm)
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-80 12,7 792,4 - perfuração
7,62 833,2 - perfuração
C90-38,1-AL-80 12,7 820,3 - perfuração
7,62 837,7 - perfuração
C90-50,8-AL-80 12,7 793,2 - perfuração
7,62 835,9 - perfuração
C90-70,0-AL-80 12,7 798,5 - perfuração
7,62 839,3 23,2 destacamento
C90-100,0-AL-80 12,7 823,2 - perfuração
7,62 836,6 31,1 destacamento
C90-150,0-AL-80 12,7 778,0 63,5 destacamento
7,62 842,5 30,8 destacamento
129
3.7.5 Aspecto das Placas após Impacto
face de impacto.
Pode-se observar, na FIG. 3.17, que a placa de 25,4 mm sem fibras sofreu
completa perfuração pelo projétil de 7,62 mm. Na FIG. 3.18, a placa de espessura
130
(a) face frontal após impacto (b) face posterior após impacto
FIG. 3.15 – Placa de 25,4mm, sem fibras, após impacto de projétil de 7,62mm.
(a) face frontal após impacto. (b) face posterior após impacto
placas sem fibras de aço partiram-se quando atingidas por projéteis de .50 pol.
131
sofreram penetração com destacamento do concreto, enquanto as restantes foram
perfuradas.
As placas com fibras não romperam ao serem atingidas por projéteis de .50 pol
espessura com fibras longas (Vf = 120 kg/m3) e concreto com fc = 90 MPa após o
concreto.
(a) face frontal após impacto (b) face posterior intacta após impacto
volumétrico de 120 kg/m3 de concreto de fibra após impacto de projétil de .50 pol.
132
3.7.5.3 Placas do Grupo III
com fibras longas no teor Vf = 80 kg/m3 pode ser visto na FIG. 3.18. Observa-se
estilhaçamento.
(a) face frontal após o impacto (b) face posterior após impacto
80kg/m3 de concreto de fibras longas, após impacto por projétil de .50 pol.
Todas as placas sem fibras quando atingidas pelos projéteis de .50 pol de
133
(a) antes do impacto (b) após o impacto
FIG. 3.19 – Placa de concreto do grupo III sem fibra sob a ação de impacto de
das placas do grupo I. Foram executadas placas de maior espessura (70 mm, 100
de menor espessura.
134
(a) antes de impacto de projétil de .50 pol. (b) após impacto de projétil de .50 pol.
projétil de .50 pol de calibre. Verifica-se, na FIG. 3.23a, uma intensa fissuração do
(a) placa após tiro de projétil de .50 pol. (b) placa após ser retirada do suporte.
FIG 3.21 Placa de concreto de fc=30MPa, sem fibra, após tiro de projétil de .50 pol.
135
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Introdução
fibra.
com fibras de aço em 2% (fibras longas) e em 10% (fibras médias) com relação ao
mesmo concreto sem fibras de aço. Os resultados indicam que as fibras médias
não foram eficientes para os concretos do grupo I. Com base neste resultado,
136
decidiu-se a utilização apenas de fibras de comprimento longo para as demais
concretagens.
Em se tratando dos concretos do grupo II, a adição das fibras de aço no teor de
120 kg/m3 levou a uma diminuição de cerca de 15% na resistência do concreto com
fibras em relação ao mesmo concreto sem fibras. Este fato pode ter sido em função
(fc = 70 MPa) e 22% (fc = 90 MPa) na resistência à compressão dos concretos com
favorece uma melhor aderência da argamassa à superfície das fibras de aço. Com
mesmo concreto sem fibras de aço. Essa diminuição de resistência foi maior do
que a observada para os concretos das placas do grupo I, com o mesmo volume
de fibras longas e com a mesma dosagem, porém com menores espessuras. Isto
pode ter ocorrido devido à má distribuição das fibras nas placas do grupo IV.
137
4.3 Módulo de Elasticidade Longitudinal do Concreto
com fibra longas no teor de 40 kg/m3, com fibras longas no teor de 80 kg/m3 e com
concreto foi muito maior que o número de fibras longas, para um mesmo teor
TAB 3.7.
Para os concretos de alta resistência do grupo III, houve ganhos de 13% e 27%
volumétrico máximo de fibras que poderá ser adicionado ao concreto para que haja
Houve queda (3%) no módulo de elasticidade dos concretos do grupo IV, com
138
do mesmo concreto sem fibras de aço, o que também foi verificado para os
concretos do grupo I.
Das TAB. 3.9 a 3.12, constata-se que a variação de massa das placas de
concreto, isto é, a diferença entre a sua massa inicial (antes do tiro) e a sua massa
Em geral, as placas de concreto sem ou com fibras que foram impactadas com
tiros de maior calibre tiveram maior variação de massa, como era de se esperar.
destacamento passa a ser apenas na face de impacto e este tende a diminuir seu
grupos I a IV.
139
Constata-se, nessas figuras, que as formulações propostas por todos os
A formulação que apresentou valores teóricos de xp (xp teo) mais próximos dos
reais (xp exp) foi a de NDRC (National Defense Research Committee) Modificada
apud LI et al. (2005), tendo apresentado relação xp teo/xp exp média igual a 1,49.
médios da relação xp teo/xp exp e do desvio padrão para cada uma das formulações
Na FIG. 4.9 o grupo IV não foi apresentado, pois as características deste grupo
140
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
FIG. 4.1 – Valores de xp teórico segundo o ACE (Army Corps of Engineers) apud LI
FIG. 4.2. – Valores de xp teórico segundo o ACE (Army Corps of Engineers) apud
141
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
FIG. 4.3 – Valores de xp teórico segundo CHELAPATI et al. (1972) apud LI et al.
FIG. 4.4 – Valores de xp teórico segundo CHELAPATI et al. (1972) apud LI et al.
de 30 MPa a 90 MPa.
142
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
143
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
144
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
FIG. 4.9. – Valores de xp teórico segundo HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI et al.
145
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
FIG. 4.11. – Valores de xp teórico segundo PETRY Modificada apud LI et al. (2005)
FIG. 4.12. – Valores de xp teórico segundo PETRY Modificada apud LI et al. (2005)
30 MPa a 90 MPa.
146
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
147
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
FIG. 4.15. – Valores de xp teórico segundo WHIFFEN (1943) apud LI et al. (2005) e
FIG 4.16 – Valores de xp teórico segundo WHIFFEN (1943) apud LI et al. (2005) e
MPa a 90 MPa.
148
Grupo I (fc = 30 MPa) Grupo II (fc = 90 MPa)
149
TAB 4.1 – Valores médios de xp teo/xp exp e de desvio padrão.
Desvio
Autor Grupo xp teo/xp exp
padrão
I (C30) 2,80 0,39
II (C90) 1,94 0,21
ACE (Army Corps of Engineers)
III (C70 e C90) 2,10 0,61
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 2,32 0,28
média 2,29 0,37
I (C30) 3,31 0,46
II (C90) 3,51 0,41
CHELAPATI et al. (1972)
III (C70 e C90) 3,86 1,00
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 2,63 0,29
média 3,33 0,54
I (C30) 3,72 0,51
II (C90) 2,37 0,26
BRL (Ballistic Research Laboratory) Modificada
III (C70 e C90) 2,55 0,75
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 2,89 0,36
média 2,88 0,47
I (C30) 1,81 0,27
II (C90) 1,36 0,15
NDRC (National Defense Research Committee)
III (C70 e C90) 1,47 0,40
Modificada apud LI et al. (2005)
IV (C30) 1,30 0,15
média 1,49 0,24
I (C30) 2,56 0,37
II (C90) 1,94 0,28
HALDAR e HAMIEH (1984)
III (C70 e C90) 2,03 0,62
apud LI et al. (2005)
IV (C30) - -
média 2,18 0,42
I (C30) 11,51 2,58
II (C90) 3,08 0,37
PETRY Modificada
III (C70 e C90) 3,38 0,85
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 3,63 0,41
média 5,40 1,05
I (C30) 23,61 3,35
II (C90) 28,69 3,41
AMMANN e WHITNEY
III (C70 e C90) 30,75 8,88
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 35,16 4,27
média 29,55 4,98
I (C30) 4,08 0,56
II (C90) 2,49 0,29
WHIFFEN (1943)
III (C70 e C90) 2,66 0,79
apud LI et al. (2005)
IV (C30) 3,24 0,42
média 3,12 0,52
I (C30) 2,01 0,28
II (C90) 2,06 0,24
UKAEA (United Kingdom Atomic Energy
III (C70 e C90) 2,21 0,63
Authority) apud LI et al. (2005)
IV (C30) 2,41 0,29
média 2,17 0,36
Modificada apud LI et al. (2005), UKAEA (United Kingdom Atomic Energy Authority)
150
apud LI et al. (2005), HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI et al. (2005) e ACE (Army
valores de relação xp teo/xp exp média (1,49, 2,17, 2,18 e 2,29) e de desvio padrão
médio (0,24, 0,36, 0,42 e 0,37). Isso indica que, possivelmente, o fator de forma do
Energy Authority) apud LI et al. (2005) e HALDAR e HAMIEH (1984) apud LI et al.
desvio padrão médio (4,98), entre todas as formulações relatadas neste trabalho
apud LI et al. (2005) e de ADELI e AMIN apud LI et al. (2005) é limitado a 455,0 e
concreto à compressão eram iguais a 70 MPa e 90 MPa. Isto pode ser explicado
pelo fato das formulações aqui apresentadas, em sua maioria, terem sido
151
Verifica-se, nessas tabelas, que os valores teóricos variam de 38,6 mm a
287,5 mm para o grupo III, e de 71,4 mm a 687,5 mm, o que mostra que as
(fc = 30 MPa com fibras longas e médias nas taxas Vf = 40 kg/m3 e 80 kg/m3), que
projéteis de 9,0 mm de calibre (velocidade de impacto entre 326,8 m/s e 446,3 m/s)
destacamento do concreto.
entre 805,5 m/s e 852,0 m/s) e de 12,7 mm (velocidade de impacto de 847,2 m/s a
883,0 m/s) de calibre nas placas de concreto do grupo I, todas foram perfuradas.
que não ocorra a perfuração do concreto, é de 38,1 mm, quando impactadas com
projéteis de 9 mm de calibre.
sem fibras) e apenas perfuração (caso de concreto com fibras longas com Vf =
152
TAB. 4.2 – Valores teóricos de tpf para as placas do grupo I.
Diâmetro
Placa de do tpf ACE tpf Chang tpf CEA tpf Chelapatii tpf BRL tpf NDRC tpf HH tpf Degen
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C30-25,4-S 7,62 - 152,2 144,9 265,9 289,0 133,8 133,8 130,5
12,7 64,8 68,2 65,0 79,3 86,3 51,0 51,0 47,0
9,00 106,1 87,9 83,7 135,1 146,8 73,7 73,7 71,5
C30-38,1-S 7,62 - 151,5 144,3 263,9 286,8 133,2 133,2 129,9
12,7 63,3 67,2 64,0 77,1 84,0 50,3 50,3 46,2
9,00 - 151,3 144,0 263,1 285,9 133,0 133,0 129,7
C30-50,8-S 12,7 61,7 66,0 62,8 74,7 81,4 49,5 49,5 45,3
9,00 64,2 67,8 64,6 78,4 85,4 50,8 50,8 46,7
9,00 102,2 86,1 82,0 130,0 141,4 72,1 72,1 69,8
Com fibras de aço
C30-25,4-AL-40 7,62 101,7 85,5 81,6 130,1 140,5 72,0 72,0 69,7
12,7 - 151,0 144,0 265,5 286,6 133,3 133,3 130,0
9,00 62,7 66,5 63,4 76,6 82,9 50,0 50,0 45,9
C30-38,1-AL-40 7,62 104,8 87,0 83,0 134,2 144,9 73,2 73,2 71,0
12,7 - 151,3 144,3 266,3 287,5 133,6 133,6 130,3
9,00 64,0 67,4 64,3 78,5 85,0 50,7 50,7 46,6
C30-50,8-AL-40 12,7 - 151,0 144,0 265,5 286,6 133,3 133,3 130,0
9,00 62,0 66,0 63,0 75,6 81,9 49,7 49,7 45,6
9,00 65,2 68,3 65,1 80,3 86,9 51,3 51,3 47,2
C30-25,4-AM-40 7,62 117,5 97,4 90,7 138,4 164,4 77,7 77,7 75,7
9,00 69,9 74,9 69,8 79,9 95,1 53,0 53,0 49,0
9,00 54,0 63,0 58,6 58,6 69,9 45,3 45,3 41,0
C30-38,1-AM-40 7,62 118,0 97,7 91,0 139,0 165,2 78,0 78,0 75,9
9,00 69,4 74,6 69,5 79,3 94,4 52,8 52,8 48,8
9,00 54,5 63,4 59,0 59,3 70,7 45,5 45,5 41,2
C30-50,8-AM-40 7,62 117,7 97,5 90,8 138,6 164,6 77,8 77,8 75,7
9,00 70,2 75,1 70,0 80,3 95,6 53,2 53,2 49,2
9,00 52,4 61,6 57,3 56,4 67,2 44,4 44,4 40,1
C30-25,4-AL-80 7,62 111,0 90,7 86,1 140,1 153,9 75,7 75,7 73,5
9,00 50,2 57,4 54,5 57,3 63,1 43,5 43,5 39,1
9,00 67,3 70,3 66,7 82,0 90,3 52,2 52,2 48,1
C30-38,1-AL-80 7,62 109,5 90,0 85,5 138,2 151,7 75,1 75,1 72,9
9,00 65,9 69,4 65,9 80,1 88,1 51,5 51,5 47,4
9,00 50,2 57,4 54,5 57,3 63,1 43,5 43,5 39,1
C30-50,8-AL-80 7,62 108,8 89,7 85,2 137,3 150,8 74,8 74,8 72,6
9,00 66,6 69,8 66,3 81,1 89,2 51,9 51,9 47,8
9,00 51,4 58,4 55,5 59,1 65,1 44,2 44,2 39,8
C30-25,4-AM-80 7,62 113,2 93,8 88,1 137,3 157,7 76,3 76,3 74,1
9,00 68,3 72,6 68,2 80,2 92,3 52,5 52,5 48,4
9,00 53,1 61,2 57,4 59,1 68,1 44,9 44,9 40,6
C30-38,1-AM-80 7,62 115,5 94,9 89,1 140,1 161,0 77,2 77,2 75,1
9,00 49,6 58,2 54,7 54,1 62,4 43,0 43,0 38,6
9,00 64,3 69,8 65,5 74,7 86,0 50,6 50,6 46,4
C30-50,8-AM-80 9,00 64,5 69,9 65,6 74,9 86,3 50,6 50,6 46,5
(*) duas placas
adjacentes
12,7 - 156,1 146,5 252,0 289,6 132,8 132,8 129,5
distantes de 5 cm
entre si
153
TAB. 4.3 – Valores teóricos de tpf para as placas do grupo II.
Diâmetro tpf ACE tpf Chang tpf CEA tpf BRL tpf NDRC tpf HH
Placa de do tpf Chelapatii tpf Degen
projétil
(m (m (m (m (m (m
concreto (mm) (mm)
(mm) m) m) m) m) m) m)
Sem fibras de aço
C90-25,4-S 12,7 114,1 82,0 89,1 227,7 145,5 97,6 97,6 92,8
7,62 69,1 52,2 56,8 137,6 87,9 59,5 59,5 56,7
C90-38,1-S 12,7 114,6 82,2 89,3 228,7 146,2 97,8 97,8 93,1
7,62 68,5 52,0 56,5 136,5 87,2 59,2 59,2 56,4
C90-50,8-S 12,7 114,6 82,2 89,4 228,9 146,3 97,9 97,9 93,2
7,62 68,9 52,2 56,7 137,3 87,7 59,4 59,4 56,6
C90-70,0-S 12,7 115,5 82,6 89,8 230,8 147,5 98,3 98,3 93,6
7,62 69,2 52,3 56,9 138,0 88,2 59,6 59,6 56,8
C90-100,0-S 12,7 113,5 81,7 88,9 226,5 144,7 97,3 97,3 92,5
7,62 69,3 52,3 56,9 138,1 88,2 59,6 59,6 56,8
C90-150,0-S 12,7 117,7 83,5 90,8 235,6 150,5 99,5 99,5 94,8
7,62 69,3 52,4 56,9 138,2 88,3 59,6 59,6 56,8
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-120 12,7 131,6 93,2 99,3 247,5 171,5 105,8 105,8 101,4
7,62 73,1 56,3 60,0 136,2 94,4 61,2 61,2 58,5
C90-38,1-AL-120 12,7 120,8 88,4 94,2 225,7 156,4 100,4 100,4 95,8
7,62 73,6 56,6 60,3 137,4 95,2 61,5 61,5 58,8
C90-50,8-AL-120 12,7 122,5 89,2 95,0 229,1 158,7 101,3 101,3 96,7
7,62 73,1 56,4 60,1 136,4 94,5 61,2 61,2 58,5
C90-70,0-AL-120 12,7 121,3 88,7 94,5 226,7 157,1 100,7 100,7 96,1
7,62 73,4 56,5 60,2 136,9 94,9 61,4 61,4 58,7
C90-100,0-AL-120 12,7 129,2 92,1 98,1 242,5 168,1 104,6 104,6 100,1
7,62 73,7 56,6 60,3 137,4 95,2 61,5 61,5 58,8
C90-150,0-AL-120 12,7 120,2 88,2 94,0 224,5 155,6 100,1 100,1 95,5
7,62 73,3 56,4 60,1 136,6 94,6 61,3 61,3 58,6
154
TAB. 4.4 – Valores teóricos de tpf para as placas do grupo III.
Diâmetro
Placa de do tpf ACE tpf Chang tpf CEA tpf Chelapatii tpf BRL tpf NDRC tpf HH tpf Degen
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C70-25,4-S 12,7 126,2 92,7 97,8 227,9 164,7 102,8 102,8 98,2
7,62 75,5 58,7 61,9 136,0 98,2 62,2 62,2 59,5
C70-38,1-S 12,7 126,9 93,1 98,1 229,4 165,7 103,1 103,1 98,6
7,62 75,7 58,8 62,0 136,4 98,5 62,3 62,3 59,6
C70-50,8-S 12,7 140,1 98,8 104,1 255,0 184,1 109,5 109,5 105,3
7,62 76,0 58,9 62,1 137,0 99,0 62,5 62,5 59,8
C70-70,0-S 12,7 126,3 92,8 97,8 228,1 164,8 102,8 102,8 98,3
7,62 75,9 58,9 62,1 136,7 98,8 62,4 62,4 59,7
C70-100,0-S 12,7 126,9 93,1 98,1 229,4 165,8 103,1 103,1 98,6
7,62 75,5 58,7 61,9 136,0 98,2 62,2 62,2 59,5
C70-150,0-S 12,7 125,6 92,5 97,5 226,9 163,9 102,5 102,5 98,0
7,62 75,7 58,8 62,0 136,4 98,5 62,3 62,3 59,6
Com fibras de aço
C70-25,4-AL-80 12,7 122,4 89,1 94,9 229,1 158,6 101,2 101,2 96,6
7,62 73,3 56,4 60,1 136,9 94,7 61,3 61,3 58,6
C70-38,1-AL-80 12,7 120,1 88,1 93,9 224,5 155,4 100,1 100,1 95,4
7,62 73,2 56,4 60,1 136,7 94,6 61,3 61,3 58,6
C70-50,8-AL-80 12,7 147,4 99,6 106,2 279,5 193,3 113,4 113,4 109,2
7,62 73,5 56,5 60,2 137,2 94,9 61,4 61,4 58,7
C70-70,0-AL-80 12,7 121,7 88,8 94,6 227,7 157,6 100,9 100,9 96,3
7,62 73,7 56,6 60,3 137,7 95,3 61,5 61,5 58,8
C70-100,0-AL-80 12,7 121,9 88,9 94,7 228,1 157,9 101,0 101,0 96,4
7,62 73,3 56,4 60,1 136,9 94,8 61,4 61,4 58,6
C70-150,0-AL-80 12,7 122,9 89,3 95,2 230,1 159,2 101,5 101,5 96,9
7,62 73,4 56,5 60,2 137,1 94,9 61,4 61,4 58,7
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-80 12,7 106,7 74,9 83,4 230,5 133,6 94,4 94,4 89,5
7,62 63,2 47,1 52,4 136,0 78,8 56,8 56,8 53,9
C90-38,1-AL-80 12,7 111,2 76,8 85,6 241,4 139,9 96,8 96,8 92,1
7,62 63,6 47,3 52,7 137,0 79,4 57,0 57,0 54,1
C90-50,8-AL-80 12,7 106,8 74,9 83,5 230,8 133,8 94,5 94,5 89,6
7,62 63,5 47,2 52,6 136,6 79,2 56,9 56,9 54,0
C90-70,0-AL-80 12,7 107,7 75,3 83,9 232,9 135,0 94,9 94,9 90,1
7,62 63,8 47,3 52,7 137,4 79,6 57,1 57,1 54,2
C90-100,0-AL-80 12,7 111,7 77,0 85,8 242,5 140,6 97,1 97,1 92,3
7,62 63,5 47,2 52,6 136,8 79,3 57,0 57,0 54,0
C90-150,0-AL-80 12,7 104,4 73,8 82,3 225,0 130,4 93,1 93,1 88,2
7,62 64,1 47,5 52,9 138,1 80,0 57,3 57,3 54,4
155
TAB. 4.5 – Valores teóricos de tpf para as placas do grupo IV.
Diâmetro
Placa de do tpf ACE tpf Chang tpf CEA tpf Chelapatii tpf BRL tpf NDRC tpf HH tpf Degen
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C30-70,0-S 12,7 190,5 143,5 137,2 247,4 264,0 127,2 127,2 538,3
7,62 105,6 86,9 83,1 136,6 145,8 73,7 73,7 549,1
C30-100,0-S 12,7 174,3 136,3 130,4 226,0 241,2 120,7 120,7 470,0
7,62 107,2 87,7 83,8 138,7 148,1 74,3 74,3 561,7
C30-150,0-S 12,7 181,6 139,6 133,5 235,6 251,5 123,7 123,7 500,3
7,62 106,3 87,3 83,5 137,6 146,8 74,0 74,0 554,8
Com fibras de aço
C30-70,0-AL-80 12,7 144,4 136,5 230,4 257,6 124,5 124,5 120,9 530,8
7,62 90,8 85,8 136,0 152,0 75,0 75,0 72,8 598,2
C30-100,0-AL-80 12,7 142,6 134,8 225,4 252,0 122,9 122,9 119,2 513,5
7,62 90,7 85,8 135,8 151,8 74,9 74,9 72,7 596,9
C30-150,0-AL-80 12,7 159,1 150,4 273,8 306,0 137,8 137,8 134,7 687,5
7,62 91,2 86,2 137,1 153,2 75,3 75,3 73,1 605,1
sem ou com fibras, do grupo II, foram perfuradas, excetuando-se aquelas que
fibras de aço longas (Vf = 120 kg/m3) do grupo II, para que não ocorra a perfuração
calibre, é 150 mm. Para o caso de impacto de projéteis de 7,62 mm de calibre, esta
espessura cai para 100 mm (concreto sem fibras de aço) e para 70 mm (concreto
contrapartida, aquelas que continham fibras de aço longas com Vf = 80 kg/m3 foram
perfuradas sem haver ruptura das mesmas. Para as placas de concreto com fibras
156
projéteis de 12,7 mm de calibre apenas provocou o destacamento do concreto
com fibras de aço longas com Vf = 80 kg/m3, apenas as de 25,4 mm, 38,1 mm e
com fibras longas (Vf = 80 kg/m3) de fc = 90 MPa do grupo III de 25,4 mm, de 38,1
fc=90MPa com fibras de aço longas (Vf = 80 kg/m3) do grupo III para que não
calibre, a espessura das placas de concreto simples com fc=90MPa cai para
fibras longas (Vf = 80 kg/m3), estas mesmas placas sofreram perfuração, mas sem
157
apresentar ruptura. Com a diminuição do calibre dos projéteis para 7,62 mm,
fibras do grupo IV, para que não ocorra a perfuração do concreto quando o mesmo
adição de fibras longas (Vf = 80 kg/m3), esta espessura cai para 70 mm.
para as placas de concreto do grupo I a IV estão reunidos nas TAB. 4.6 a TAB. 4.9.
297,4 mm para o grupo III, e de 22,4 mm a 470,7 mm para o grupo IV, o que
conservadores.
necessária das placas de concreto, sem ou com fibras, do grupo I, para que não
Para o restante dos grupos (II, III e IV) não foi observado estilhaçamento do
concreto, sem ou com fibras, após o impacto dos projéteis. Logo, sugere-se que as
158
TAB. 4.6 – Valores teóricos de te para as placas do grupo I.
Diâmetro
Placa de do te ACE te Chang te BRL te NDRCi te HH te UKAEA te Bechtel te SW
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C30-25,4-S 7,62 115,4 217,5 84,2 - 88,5 217,5 83,3 25,3
12,7 - 444,6 155,3 - 160,1 444,6 144,2 45,2
9,00 77,3 132,8 62,0 69,8 69,1 132,8 76,0 20,8
C30-38,1-S 7,62 - 225,8 86,0 - 90,0 225,8 84,5 25,3
12,7 - 441,2 154,7 - 159,6 441,2 143,8 44,5
9,00 75,7 129,2 61,2 68,2 68,3 129,2 75,2 20,2
C30-50,8-S 12,7 - 439,9 154,4 - 159,3 439,9 143,6 44,0
9,00 73,9 125,2 60,3 66,4 67,3 125,2 74,4 19,6
9,00 76,7 131,4 61,7 69,2 68,8 131,4 75,7 20,0
Com fibras de aço
C30-25,4-AL-40 7,62 114,9 116,3 216,2 84,1 - 88,4 82,7 25,3
12,7 - 204,2 440,9 154,8 - 159,6 143,1 45,2
9,00 75,0 93,9 127,5 60,9 67,3 67,9 74,6 20,5
C30-38,1-AL-40 7,62 118,1 118,1 222,8 85,5 - 89,6 83,7 25,2
12,7 - 204,5 442,3 155,0 - 159,9 143,3 44,7
9,00 76,4 95,1 130,7 61,6 68,7 68,7 75,3 20,4
C30-50,8-AL-40 12,7 - 204,2 440,9 154,8 - 159,6 143,1 44,2
9,00 74,3 93,3 125,9 60,6 66,6 67,6 74,2 19,7
9,00 77,7 96,2 133,7 62,3 70,1 69,4 75,9 20,3
C30-25,4-AM-40 7,62 - 129,4 252,9 90,4 - 93,7 93,2 26,1
9,00 82,6 103,6 146,3 64,2 78,1 71,4 83,3 20,9
9,00 65,9 88,7 107,5 55,7 60,3 62,2 74,2 17,9
C30-38,1-AM-40 7,62 - 129,7 254,1 90,6 - 93,9 93,3 25,7
9,00 82,1 103,2 145,2 64,0 77,5 71,2 83,1 20,5
9,00 66,4 89,2 108,7 56,0 60,8 62,6 74,5 17,7
C30-50,8-AM-40 7,62 - 129,5 253,3 90,5 - 93,8 93,2 25,2
9,00 82,9 103,8 147,0 64,4 78,4 71,6 83,5 20,3
9,00 64,1 86,9 103,4 54,8 58,5 61,2 73,1 17,0
C30-25,4-AL-80 7,62 - 122,3 236,7 88,1 - 91,9 86,5 26,3
9,00 61,9 82,3 97,1 53,8 55,0 60,0 68,0 17,7
9,00 79,9 98,6 138,9 63,3 72,7 70,4 77,8 21,2
C30-38,1-AL-80 7,62 - 121,5 233,4 87,5 - 91,3 86,1 25,6
9,00 78,4 97,4 135,6 62,6 71,3 69,7 77,1 20,6
9,00 61,9 82,3 97,1 53,8 55,0 60,0 68,0 17,4
C30-50,8-AL-80 7,62 - 121,1 232,0 87,2 - 91,0 85,9 25,1
9,00 79,2 98,0 137,3 62,9 72,0 70,1 77,5 20,4
9,00 63,1 83,6 100,1 54,5 56,2 60,9 68,8 17,4
C30-25,4-AM-80 7,62 - 125,5 242,7 88,8 - 92,4 89,8 26,0
9,00 81,0 101,0 142,1 63,6 75,2 70,8 80,7 20,9
9,00 64,9 86,7 104,8 55,3 58,6 61,8 72,0 18,0
C30-38,1-AM-80 7,62 - 126,8 247,7 89,8 - 93,2 90,5 25,8
9,00 61,2 82,9 96,0 53,2 55,1 59,4 69,7 16,9
9,00 76,7 97,5 132,3 61,5 70,7 68,6 78,6 19,9
C30-50,8-AM-80 9,00 76,9 97,6 132,7 61,6 70,9 68,7 78,7 19,6
(*) duas placas
adjacentes
distantes de 5 cm
12,7 - 209,0 445,5 154,2 - 159,2 149,4 43,0
entre si
159
TAB. 4.7 – Valores teóricos de te para as placas do grupo II.
Diâmetro
Placa de do te ACE te Chang te BRL te NDRCi te HH te UKAEA te Bechtel te SW
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C90-25,4-S 12,7 132,9 124,2 223,8 115,6 116,4 125,4 79,9 41,9
7,62 80,4 78,6 135,3 70,4 77,3 76,2 50,0 26,0
C90-38,1-S 12,7 133,4 124,5 224,9 115,8 116,9 125,6 80,1 41,5
7,62 79,8 78,3 134,1 70,1 76,7 75,9 49,8 25,4
C90-50,8-S 12,7 133,5 124,5 225,0 115,9 117,0 125,7 80,1 41,0
7,62 80,3 78,5 135,0 70,3 77,1 76,1 50,0 25,1
C90-70,0-S 12,7 134,4 125,1 226,9 116,4 118,0 126,1 80,4 40,5
7,62 80,6 78,7 135,6 70,5 77,5 76,3 50,1 24,5
C90-100,0-S 12,7 132,4 123,9 222,7 115,3 115,9 125,1 79,8 39,1
7,62 80,6 78,7 135,7 70,5 77,6 76,3 50,1 23,7
C90-150,0-S 12,7 136,7 126,4 231,6 117,6 120,3 127,3 81,0 38,5
7,62 80,7 78,7 135,8 70,5 77,6 76,3 50,1 22,5
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-120 12,7 151,4 138,2 263,8 124,6 141,1 133,6 89,5 43,7
7,62 84,7 83,4 145,2 72,3 85,5 77,9 54,0 25,9
C90-38,1-AL-120 12,7 140,1 131,9 240,6 118,7 128,3 128,3 86,4 41,2
7,62 85,2 83,8 146,4 72,6 86,3 78,2 54,2 25,5
C90-50,8-AL-120 12,7 141,8 132,9 244,2 119,6 130,3 129,1 86,9 41,0
7,62 84,7 83,5 145,3 72,3 85,6 77,9 54,0 25,0
C90-70,0-AL-120 12,7 140,6 132,2 241,7 119,0 128,9 128,5 86,6 40,1
7,62 85,0 83,6 146,0 72,5 86,0 78,1 54,1 24,4
C90-100,0-AL-120 12,7 148,9 136,8 258,6 123,3 138,1 132,5 88,8 40,5
7,62 85,3 83,8 146,5 72,6 86,3 78,2 54,2 23,6
C90-150,0-AL-120 12,7 139,4 131,6 239,3 118,3 127,6 128,0 86,2 37,5
7,62 84,8 83,5 145,6 72,4 85,8 78,0 54,1 22,3
160
TAB. 4.8 – Valores teóricos de te para as placas do grupo III.
Diâmetro
Placa de do te ACE te Chang te BRL te NDRCi te HH te UKAEA te Bechtel te SW
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C70-25,4-S 12,7 145,7 137,1 253,3 121,2 137,2 130,6 90,4 41,9
7,62 87,2 86,2 151,1 73,4 90,6 78,9 56,3 25,9
C70-38,1-S 12,7 146,5 137,5 255,0 121,7 138,1 131,0 90,6 41,5
7,62 87,4 86,3 151,6 73,5 90,8 79,0 56,3 25,4
C70-50,8-S 12,7 160,4 145,0 283,3 128,7 154,5 137,3 94,3 43,3
7,62 87,7 86,5 152,3 73,7 91,3 79,2 56,4 25,0
C70-70,0-S 12,7 145,8 137,1 253,6 121,3 137,3 130,7 90,4 40,3
7,62 87,6 86,4 152,0 73,6 91,1 79,1 56,4 24,4
C70-100,0-S 12,7 146,5 137,5 255,0 121,7 138,1 131,0 90,6 39,4
7,62 87,2 86,2 151,1 73,4 90,5 78,9 56,3 23,5
C70-150,0-S 12,7 145,1 136,8 252,2 121,0 136,5 130,3 90,3 37,7
7,62 87,4 86,3 151,6 73,5 90,9 79,0 56,3 22,3
Com fibras de aço
C70-25,4-AL-80 12,7 141,7 132,8 244,0 119,6 130,1 129,1 86,8 42,0
7,62 84,9 83,5 145,7 72,4 85,8 78,1 54,0 26,0
C70-38,1-AL-80 12,7 139,3 131,4 239,0 118,3 127,4 127,9 86,1 41,1
7,62 84,8 83,5 145,6 72,4 85,7 78,0 54,0 25,5
C70-50,8-AL-80 12,7 168,2 146,7 297,4 132,9 160,5 141,0 93,5 45,3
7,62 85,1 83,6 146,0 72,5 86,0 78,1 54,1 25,1
C70-70,0-AL-80 12,7 141,0 132,4 242,5 119,2 129,3 128,7 86,6 40,2
7,62 85,3 83,8 146,6 72,6 86,3 78,3 54,2 24,5
C70-100,0-AL-80 12,7 141,2 132,5 242,9 119,3 129,5 128,8 86,6 39,3
7,62 84,9 83,6 145,8 72,4 85,8 78,1 54,1 23,6
C70-150,0-AL-80 12,7 142,2 133,1 245,0 119,8 130,6 129,3 86,9 38,0
7,62 85,0 83,6 146,0 72,5 85,9 78,1 54,1 22,4
Com fibras de aço
C90-25,4-AL-80 12,7 125,2 115,6 205,5 112,1 104,5 122,1 72,8 42,1
7,62 74,3 72,3 121,3 67,4 67,4 73,4 45,2 25,9
C90-38,1-AL-80 12,7 129,9 118,3 215,2 114,7 108,9 124,6 74,1 42,6
7,62 74,7 72,5 122,1 67,7 67,8 73,6 45,3 25,5
C90-50,8-AL-80 12,7 125,3 115,7 205,8 112,1 104,6 122,1 72,9 41,2
7,62 74,5 72,4 121,8 67,6 67,6 73,5 45,2 25,0
C90-70,0-AL-80 12,7 126,2 116,2 207,6 112,6 105,4 122,6 73,1 40,7
7,62 74,8 72,6 122,4 67,7 68,0 73,7 45,3 24,5
C90-100,0-AL-80 12,7 130,4 118,6 216,2 115,0 109,4 124,9 74,2 40,5
7,62 74,6 72,5 121,9 67,6 67,7 73,6 45,2 23,5
C90-150,0-AL-80 12,7 122,7 114,2 200,6 110,7 102,2 120,7 72,2 37,6
7,62 75,1 72,8 123,1 67,9 68,3 73,9 45,4 22,4
161
TAB. 4.9 – Valores teóricos de te para as placas do grupo IV.
Diâmetro
Placa de do te ACE te Chang te BRL te NDRCi te HH te UKAEA te Bechtel te SW
concreto projétil (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
Sem fibras de aço
C30-70,0-S 12,7 - 195,2 406,2 148,1 - 154,1 137,8 41,9
7,62 - 118,0 224,3 85,9 - 90,0 83,3 24,4
C30-100,0-S 12,7 196,5 186,5 371,1 140,9 - 148,0 133,2 39,1
7,62 - 119,0 227,8 86,6 - 90,6 83,8 23,7
C30-150,0-S 12,7 - 190,5 386,9 144,2 - 150,8 135,3 38,5
7,62 - 118,5 225,9 86,2 - 90,3 83,5 22,4
Com fibras de aço
C30-70,0-AL-80 12,7 - 195,5 396,3 145,1 - 151,6 140,5 40,5
7,62 - 122,2 233,9 87,3 - 91,2 87,1 24,3
C30-100,0-AL-80 12,7 - 193,3 387,7 143,4 - 150,1 139,3 39,0
7,62 - 122,1 233,6 87,3 - 91,1 87,0 23,5
C30-150,0-AL-80 12,7 - 213,2 470,7 159,7 - 163,7 149,9 41,5
7,62 - 122,7 235,7 87,7 - 91,5 87,3 22,4
162
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
tipo de projéteis. A partir dos ensaios realizados foi possível tirar algumas
compressão para fibras longas e diminuição de 16% para fibras médias. Para o
Com relação ao módulo de elasticidade, houve maior redução (em até 14%) do
seu valor para os concretos com fibras médias em relação aos concretos com
sem fibras. Para os concretos de alta resistência do grupo III, houve ganhos de
resultados dispersos. Nas placas de concreto, sem ou com fibras, que foram
impactadas com tiros de maior calibre, via de regra tiveram maior variação de
163
concreto de maior espessura ou de maior resistência do concreto à compressão
delas ter sido implementada por meio de ensaios de projéteis com velocidade de
de projéteis xp mais próximos dos reais foi a da NDRC (National Defense Research
AMMANN e WHITNEY apud LI et al. (2005) foi a que conduziu a valores teóricos
concreto à compressão eram iguais a 70 MPa e 90 MPa. Isto pode ser explicado
pelo fato das formulações aqui apresentadas, em sua maioria, terem sido
(fc = 30 MPa sem ou com fibras longas e médias para Vf = 40 kg/m3 e 80 kg/m3),
para que não ocorra a perfuração do concreto, é de 38,1 mm, quando impactadas
longas (Vf = 120 kg/m3) do grupo II, para que não ocorra a perfuração do concreto
espessura caiu para 100 mm (concreto sem fibras de aço) e para 70 mm (concreto
164
Inferiu-se que a espessura mínima necessária das placas de concreto com
fibras de aço longas (Vf = 80 kg/m3) do grupo III, para que não ocorra a perfuração
concreto com fibras de aço longas (Vf = 80 kg/m3) passou para 70 mm.
fibras do grupo IV, para que não ocorra a perfuração do concreto quando o mesmo
adição de fibras longas (Vf = 80 kg/m3), esta espessura caiu para 70 mm.
necessária das placas de concreto, sem ou com fibras do grupo I, para que não
Para o restante dos grupos (II, III e IV), não foi observado estilhaçamento
concreto, sem ou com fibras após o impacto dos projéteis. Logo, sugere-se que as
Dos resultados obtidos, quando se analisa o uso do concreto com fibras de aço
para proteção balística, conclui-se que é possível obter um traço para este concreto
qualquer tipo de danos, ao usuário que se encontrar junto a esta face do concreto.
concreto com espessuras de 150 mm, reforçado com um volume de fibras de aço,
165
Conclui-se então que o concreto com fibras pode apresentar-se como uma
proteção estrutural.
de maior calibre, pois não ofereceu qualquer tipo de segurança ao usuário deste
concreto para fins de proteção balística. Logo, infere-se que a fibra de aço é um
balísticos para concretos com outros tipos de fibras disponíveis no mercado, outros
que tenha a face do alvo convexa e face oposta ao tiro côncava, pois este tipo de
resultados.
contra munição de calibre .50 pol de proteção balística com base nos resultados
166
analisar a influência na minimização do estilhaçamento de alta velocidade e como
impacto do projétil.
167
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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