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07/03/2023

GLOSSÁRIO

Alvenaria: técnica construtiva que pressupõe a


construção de paramentos com um material rígido de
tamanho razoável (pedra, tijolo, adobe) misturado a
um elemento aglutinante, plástico, de fina
SISTEMAS granulometria (areia, barros, cal) que deve servir como
CONSTRUTIVO argamassa.
S
TRADICIONAIS Cal: também chamada cal viva, cal virgem, ou óxido
de cálcio, CaO. A cal é utilizada na construção civil
para elaboração de argamassas. Por sua durabilidade
e grande capacidade de coesão, era utilizada em
obras nobres e feitas para durar. Daí o termo “obra de
pedra e cal”, que significa durável.

GLOSSÁRIO GLOSSÁRIO

Cantaria: serviço utilizando a pedra lavrada de


maneira precisa, de modo que as peças se ajustam
perfeitamente umas sobre as outras sem o auxílio
Modenatura: Disposição harmoniosa do conjunto de
de argamassa aglutinante. Para o assentamento
molduras que integram as superfícies da arquitetura.
rigoroso utilizam-se grampos metálicos e, às vezes,
Elementos em relevo utilizados na composição
óleo de baleia como adesivo, para auxiliar na
estética dos edifícios. Artifício usado para “enobrecer”
vedação.
a construção. Geralmente aplicava-se modenatura
disposição harmoniosa do conjunto de molduras que
integram as superfícies da arquitetura nos cunhais;

Embiras: gêneros vegetais próprios para serem Cunhal: ângulo saliente formados no encontro de
utilizados como corda, entre os quais, linho, canhâmo, duas paredes de um edifício;
canabis sativa, tucum, cravete, guaxima, imbé e
buriti.

SISTEMAS ESTRUTURAIS - TIPOS SISTEMAS ESTRUTURAIS - TIPOS

Houveram dois sistemas estruturais que SITEMA 2: de Estrutura Autônoma:


foram comumente utilizados na arquitetura
a: Cargas superiores são descarregadas em
brasileira da época colonial:
vigas superiores (frechais) e encaminhadas
para pilares verticais (esteios) distribuídos
SISTEMA 1: de Paredes Estruturas:
pela edificação. Todas a paredes da
edificação tem praticamente função de
a: Cargas superiores da cobertura e dos
vedação.
pavimentos se distribuem ao longo do
perímetro das paredes externas monolíticas;
b: Fundações podem ser corridas ao longo do
perímetro das paredes, ou podem
b: Fundações corridas ao longo do
ser sapatas pontuais em cada pilar estrutural
perímetro das paredes.
(esteio).

SISTEMA 1: FUNDAÇÕES CONTÍNUAS

Trata-se de um embasamento de alvenaria


contínua no exato perímetro das paredes
estruturais a fim de receber a carga das mesmas e
distribuí-la no terreno. Podem ser de:
SISTEMA 1 Fundações de alvenaria de pedra e barro:
utilizados quando as paredes eram de alvenarias
PAREDES ESTRUTURAIS
de pedra, de adobe, de tijolos ou taipa de pilão. As
vezes adicionava-se calda (barro liquefeito);
Fundações de alvenaria de pedra e cal: a
argamassa de cal era utilizada para as mesmas
paredes acima citadas em raras e nobres
ocasiões;

SISTEMA 1: FUNDAÇÕES CONTÍNUAS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

São paredes que suportam as cargas


Fundações de taipa de pilão:
da construção, tanto da cobertura
ocasionalmente, quando a quanto dos pavimentos. São maciças e
parede era do mesmo material; podem ser de Taipa de Pilão ou
alvenaria de pedra e barro, pedra e cal,
Dimensões das fundações: adobes, tijolos ou mistas.
para residências, em média 1m
TAIPA DE PILÃO: consiste de paredes
de profundidade x 60cm de
estruturais e monolíticas formadas por
largura; barro, misturado com areia e argila (as
vezes estrume, sangue de boi, crina de
Fundações contínuas também cavalo), socado e apiloado entre
eram utilizadas no sistema de pranchões de madeira (taipais)
estrutura autônoma, conforme, dispostos ao longo do perímetro das
desenho ao lado. paredes de 40 a 80cm de espessura.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES


ESTRUTURAIS

Reforço nas paredes de taipa de Após fazer a 1ª fiada de todo o perímetro (1),
pilão das Casas de Câmara e espera se secar e repete operação em cima da
Cadeia. primeira fiada (2).
2
SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS
Casa do Sítio do Padre Inácio, Cotia, sec. XVIII.

TAIPA FORMIGÃO: taipa de pilão


em que o barro não é peneirado ou é
propositalmente misturado com
pedregulho ou cascalho;

USO: A taipa de pilão foi utilizada no


litoral até o século XVIII. Mas foi em
São Paulo, Goiás e nas cidades
coloniais mineira que perdurou e
mostrou muita qualidade nas Casas
Bandeiristas.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

ALVENARIA DE PEDRA: são As principais técnicas de


paredes constituídas de pedra assentamento eram:
bruta e mais algum material
aglomerante (argamassa ou PEDRA SECA: dispensa
não). Datam do 1º século da argamassa.
colonização e foram utilizadas Pedras assentada sobre
principalmente nas grandes pedra, com pedras
obras no litoral. Em princípio menores ajudando
as pedras utilizadas eram no
provenientes de Portugal, “acamamento”
mas com o tempo, tanto o das maiores. Paredes de
arenito quanto o calcário local grande espessura (60 a
foram fartamente aplicados. Casa da Torre de Garcia d’Ávila, 1551. 100cm) e geralmente
Alvenaria de pedra e cal.
baixas, usadas em muros.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

PEDRA E CAL: eram feitas da


PEDRA E BARRO: pedras mesma forma e tinham as
assentadas com argamassa mesmas aplicações que as
de barro. As faces aparentes alvenaria de pedra e barro,
da pedra eram mais exceto pela troca do barro por
trabalhadas. As paredes cal e areia. Por ser mais nobre
tinham espessura entre 50 a e resistente, o uso da cal na
100cm e comumente levavam argamassa era restrito a obras
emboço de barro e reboco de de maior porte, mais nobres e
cal e areia. Muito utilizadas feitas para durar. Foi mais
como paredes estruturais, utilizada no litoral pela
pilares e arcadas. disponibilidade de material
da Torre de Garcia d’Ávila, 1551. Alvenaria de pedra e cal.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

USOS DA PEDRA: poderiam ser utilizadas


1
de duas formas. Aparelhada ou bruta.
a: PEDRA APARELHADA - a pedra
aparelhada comumente utilizada no Brasil
vinha de Portugal, como lastro dos navios
que vinham buscar matéria – prima. Era
utilizada em obras nobres ou para
enobrecer outras arquiteturas menores.
Utilizada em elementos que exigiam
melhor acabamento como fachadas,
cunhais, ombreiras, vergas, peitoris,
escadas, cornijas, cimalhas, e elementos 1: Nsa. Sra. da Conceição da Praia. Fachada em 2: Solar Ferrão. Misto de
2 cantaria de pedra portuguesa. alvenaria de pedra e cantaria
de modenatura. de pedra.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

b: PEDRA BRUTA –
Como vimos, utilizada
nas alvenarias e nos
embasamentos.
SISTEMA 1: PAREDES

Encontrada nas paredes


perimetrais dos edifícios
nobres (rebocadas) e às
ESTRUTURAIS

vezes, nas paredes


estruturais conjugadas de
algumas casas térreas e
sobrados das principais
cidades litorâneas do
período colonial.

SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS SISTEMA 1: PAREDES ESTRUTURAIS

ADÔBE: blocos de barro cru de


diversas
dimensões, comumente
20x20x40cm. Na sua
composição, o adobe deve ter
uma parcela de argila e areia e
pode receber aditivos, como
fibra, estrume, palha, etc. São
compactados manualmente,
dispostos em fôrmas de madeira
e secados ao Sol. Para as
paredes, eram assentados e
emboçados com barro, podendo
receber reboco de cal e areia.
SISTEMA 2: ESTRUTURAS AUTÔNOMAS

Podiam ser de peças de madeira ou pilares de alvenaria. As cargas da edificação


eram distribuídas em peças intervaladas. Nessa caso, as paredes serviam
estritamente como elementos de vedação e podiam ser de pau a pique, meio tijolo,
adobe e estuque, o mais leves possíveis.

SISTEMA 2
ESTRUTURA AUTÔNOMA

SISTEMA 2: FUNDAÇÕES PONTUAIS SISTEMA 2: FUNDAÇÕES PONTUAIS

FUNDAÇÕES DE
Tratavam-se de embasamentos pontuais logo ALVENARIA: na base dos
abaixo do pilares ou esteios, recebendo as pilares, que podiam ser de
cargas provenientes destes e distribuindo-as madeira ou alvenaria, tinham-
para o solo. Podiam ser: se sapatas que recebiam as
FUNDAÇÕES DE MADEIRA: Na sua base cargas pontuais e as
(nabo), os esteios (pilares de madeira) eram descarregavam no solo. A
mantidos agrestes e queimados, ou execução era similar às das
besuntados de piche para servir de fundação fundações corridas. Na
impermeável; maioria das vezes, essas
fundações eram de alvenaria
de pedra.

SISTEMA 2: O PAU A PIQUE

PAU A PIQUE: sistema muito utilizado no

SISTEMA 2: O PAU A PIQUE


Brasil no passado e ainda hoje, devido aos
seu baixo custo, sua resistência e
durabilidade. Na sua versão mais nobre,
consiste de uma estrutura mestra de peças
de madeira com seções entre 50x50cm a
20x20cm, formada por esteios (pilares
verticais), baldrames (peça horizontal
inferior) e frechais (peça horizontal
superior).
Mais comum na arquitetura residencial,
também foi utilizado para edificações
maiores como igrejas, principalmente nas
de Minas Gerais.

Existiram outras possibilidades de estruturas autônomas, como


pilares de alvenaria de pedra ou tijolo, ligados a frechais em madeira SISTEMA 2: OUTRAS ESTRUTURAS AUTÔNOMAS
SISTEMA 2: OUTRAS ESTRUTURAS

ou a arcadas em alvenaria.
Uma possibilidade era dos próprios
pilares sustentarem a estrutura do
telhado. As empenas poderiam ter
pilares intervalados que sustentavam
diretamente as terças do telhado.
AUTÔNOMAS

SISTEMA 2: PAREDES DE VEDAÇÃO SISTEMA 2: PAREDES DE VEDAÇÃO

PAU A PIQUE: A trama de vedação entre ADÔBE: adôbes


esteios e frechais era composta de peças de também eram utilizados
madeira roliças verticais de 10 a 15 cm de como material de
diâmetro (pau a pique) e de varas finas vedação, sobre os
horizontais, amarradas às verticais com baldrames, ocupando o
embiras, fazendo uma trama reticulada que espaço entre os esteios.
recebe o barro jogado e apertado com as Tijolo era pouco comum
mãos. É por excelência, o sistema indicado na época colonial
para vedações por sua leveza e pouca
espessura (20 a 15cm).

PARÊNTESIS: SISTEMA 1 E 2 - O TIJOLO DIVISÓRIAS

TIJOLO: blocos de barro aquecido,


possuem maior resistência e Tabique: divisória feita com vigas
impermeabilidade. Material caro e de de madeira e revestimento de
difícil execução, requer uma industria tábuas. Muito utilizada na Brasil
mais desenvolvida. Era utilizado nas colonial como divisória interna.
alvenarias que necessitavam de maior
regularidade. Era muito comum, em
paredes com técnicas mistas de
Estuque: mesmo sistema da
execução, o tijolo entrar como taipa de sebe (pau a pique) mas
elemento de acabamento das mais fina e sem pau a pique,
fenestrações, estruturador das somente com varas na sua
vergas. Raríssimas construções estrutura. Utilizada também como
coloniais eram integralmente de divisória interna.
tijolos. Dimensões: 30x15 h=5cm. TABIQUE
PISOS

TERRA BATIDA: Piso


natural socado para
deixar a superfície
mais
PISOS, COBERTURAS, ESQUADRIA resistente.
Poderia adicionar
E OUTROS ELEMENTOS argila, água ou sangue
de boi para dar boa
liga. Nas obras mais
cuidadas, colocava-se
abaixo da terra, areia
ou pedregulho para
obtenção de melhor
drenagem.

PISOS PISOS

LADRILHO DE BARRO: TABUADOS CORRIDOS:


Características: tijolos de barro Características: mais comuns em
cozido em geral retangulares de pavimentos elevados do solo, geralmente
cor clara. em peças de Jacarandá, canela parda,
jatobá;
Desgastavam facilmente com o
Assentamento: fixados a prego sobre
uso; Assentamento: em
barrotes de um palmo, espaçados 30 a
argamassa de terra sobre a terra 50cm um do outro, que por sua vez são
socada; Dimensões: 20x30, colocados sobre vigas de madeira;
30x30, 20x40cm. Espessura de 7 Dimensões: eram irregulares, 40cm de
a 8cm. largura em média e 3 a 4cm de espessura.
Diagramação: em junta reta, No século XIX, reduz se largura para 10 a
mata-junta ou espinha de peixe 15cm e 2,5cm de espessura.

PISOS PISOS

TABUADOS CORRIDOS: LAJEADOS:


Nos sobrados com construção mais Características: lajes de pedra
requintada, os assoalhos também trabalhadas, podendo ser arenitos,
calcários, pedra sabão, em áreas
apresentam molduras com largura
externas. Para áreas nobres, como
correspondente a uma ou duas tábuas. saguões de edifícios importantes,
escadarias externas, soleiras de
Estas molduras circundam o ambiente e entrada, usava-se mármore e eram
recebem o nome de roda piso, tabeira ou mais bem acabados;
moldura. Assentamento: argamassa de barro;
Dimensões: variadas com espessura
de 5 a 10cm;
Na composição destes pisos encontramos o Diagramação: em formas quadradas
uso de madeiras de duas cores, formando ou retangulares, à feição de xadrez em
desenhos geométricos variados. cores diferentes.

PISOS FORROS

SEIXOS ROLADOS (pé-de-moleque): TIPOS:


Características: pedras redondas de
rio formando mosaicos diversos, Taquara: forro em
comum em vias públicas e pátios esteiras de taquara.
internos. A capistrana é uma faixa
contínua de lajeado que funciona como
passeio no meio da via pública com Mais comum nas
seixos ou lajes nas laterais; cidades coloniais
Assentamento: argamassa de barro. mineiras.
Requer apiloamento para melhor
apresentação e durabilidade; Apresentavam diversas
Dimensões: seixos de 3cm nos
tramas e diversos
saguões das habitações, 10cm nos
pátios e acima de 10cm nas ruas. desenhos;

FORROS FORROS

Forros saia e camisa : constituído


Tabuado: era o mais comum. São de tábuas sobrepostas. As “camisas
tábuas corridas unidas umas ao lado das são as tábuas rebaixadas
outras no mesmo nível.

As fendas entre as peças eram fechadas


com papel, embiras ou panos, antes de
pintar.

Poderiam ter pinturas com temas


variados, tabeiras e molduras para dar
acabamentos;

FORROS COBERTURAS

Forros Moldurados: forros divididos


É um conjunto formado por uma
em painéis geométricos com superfície de vedação e a
molduras salientes. estrutura que sustenta essa
superfície.
Inicialmente no Brasil, as
coberturas eram de material
vegetal. Somente a partir do
século XVII é que as coberturas
foram substituídas por telhas
cerâmicas de capa e canal. Eram
moldadas artesanalmente pelos
escravos e eram muito irregulares.
O cozimento também era irregular.

4
COBERTURAS COBERTURAS

Ao lado, as principais soluções de cobertura no


Brasil Colonial:
1: Meia-água – para anexos de menor importância
como cozinhas;
2: Duas-águas: comum em casas urbanas
geminadas;
3: Quatro-águas: Tipo mais comum nas
construções de maior porte como casas grandes,
mansões;
4: Uma variação com lanternim para melhor
ventilação e iluminação;
5: O Claustro era mais comum na arquitetura
religiosa;
A esquerda, o molde utilizado para fazer as
telhas. A direita, a irregularidade da telha
6: Solução em L era o meio do caminho entre 3 e 5;
colonial. 7 e 8: Soluções de varanda alpendrada ou puxada.

COBERTURAS COBERTURAS

ESTRUTURA: sempre de madeira. Geralmente era no sistema de caibro


TESOURAS - O uso
armado ou quando muito compridos, com terças que descarregavam seus
esforços nas empenas laterais. Quando os caibros não eram de paus roliços, das tesouras ocorreu
eram lavrados a machado. Quando serrados, tinham dimensões aproximadas depois. As mais usadas
“de altura três quartos de palmo e de grosso meio palmo e assentados em eram a de linha Linha Suspensa
distância outros dois palmos”. suspensa ou “canga de
Ripa
porco” e a tesoura de
Caibro
Santo Andre.

Terça (6 a 7m)

Telhado de Caibro
armado Tesoura de Santo André

COBERTURAS COBERTURAS

ABERTURAS: ABERTURAS:

Água Furtada: volume que Clarabóia: Simples aplicação


saca do plano do telhado, de material translúcido em
formando uma cobertura de parte da cobertura e em seu
duas ou três águas; próprio plano;

Mirante: cômodo construído


acima do nível do telhado e Lanternim: cobertura acima
provido de janelas para o no nível do telhado para
exterior; iluminação e ventilação.

ADORNOS ADORNOS

ABERTURAS:

Cimalhas:Madeira, Alvenaria e
massa Cantaria ou ensilharia
Estuque ;

Beira Saveira: Cachorros


apoiados sobre cimalhas ;

Lambrequins : Madeira
Metal

ESQUADRIAS ESQUADRIAS

RELAÇÃO ENTRE TIPOS DE VÃOS:


CHEIOS E VAZIOS:
Nos primeiros séculos da
CORTE
colonização, havia um
predomínio dos cheios
em relação aos vazios
nas paredes externas.
Isso se devia às
limitações estruturais,
construtivas e a
precariedade dos
materiais. A partir do PLANTA BAIXA

século XIX, essa relação


se inverte.

ESQUADRIAS: COMO ERAM FEITOS OS VÃOS? ESQUADRIAS: COMO ERAM FEITOS OS VÃOS?

ALVENARIA DE PEDRA: TAIPA DE PILÃO: 3 modos


Os vãos eram estruturados 1: Vãos são deixados prontos a medida
à medida que a alvenaria que as paredes vão sendo apiloadas,
era erguida, delimitados demarcados por marcos de madeira e
por pedras de maiores por vergas mais espessas, para suportar
apiloamento superior;
dimensões
2: Segmentos onde serão instalados os 1
que
vãos são preenchidos de tijolos para não
compunham haver necessidade de apiloamento sobre
vergas, ombreiras, peitoris o vão;
e pedras menores para 3: Segmentos onde serão instalados os
os vãos são apiloados até a altura do peitoril
arcos. Em alguns casos, e o vão vai até o teto da parede, fazendo
utilizam-se peças de divisa com a peça do telhado. 2 3
madeira ou tijolos para
demarcar o vão.

5
ESQUADRIAS: COMO ERAM FEITOS OS VÃOS? ESQUADRIAS: COMO ERAM FEITOS OS VÃOS?

PAU A PIQUE: Os vãos eram ADOBE E TIJOLO COZIDO: Os vãos deste tipo de construção se
estabelecidos juntamente com a estruturavam pela colocação de marcos onde entrariam as esquadrias.
gaiola. Eram colocados os Em alguns casos, onde há estrutura autônoma de madeira, os vãos
marcos de madeira, antes do poderiam ser estruturados a partir de esteios intermediários.
preenchimento das paredes com
barro cru. Os vãos também
poderiam ser demarcados por
esteios intermediários

ESQUADRIAS ESQUADRIAS

1Rótulas: painéis
VERGAS:
móveis ou fixos feitos
com peças de madeira
Verga Reta: Até o fim do século XVIII;
cruzadas presas em
molduras de madeira;
Arco de Círculo: verga arqueada mais
antiga no Brasil; 2Gelosias: são rótulas 2

que abrem na vertical;


1
3Urupemas: esteiras
Arco Abatido: A partir do século XVIII;
de fibra vegetal usada
na vedação de vãos,
Arco Pleno: Só aparece no Brasil no portas e janelas.
século XIX.
3

ESQUADRIAS ESQUADRIAS

SACADAS: Extensão do piso


superior em balanço avançando
o limite do paramento.
CONVERSADEIRAS: Assento Conhecido também como
construído no vão da janela um balcão.
pouco abaixo do peitoril. São
encontrados no período colonial PAU DE PEITO

nas igrejas, solares e sobrados


requintados.

JANELA DE JANELA DE
JANELA DE
BACIA PARAPEITO PARAPEITO
PEITORIL
ENTALADO SACADO

ESQUADRIAS ESQUADRIAS

PORTADA: Porta principal ESCUDO OU TARJA


MUXARABI: Balcão fechado de acesso aos edifícios, CIMALHA DE
por rótulas, gelosias enquadrada por largas SOBREVERGA
treliçadas, balaustradas ou molduras, em sua maioria
guarda corpos almofadados ornamentada, onde era
que impossibilitavam a vista empregado materiais
da parte interna da residência nobres, principalmente MARCO DA PORTA
sem impedir a entrada de cantaria de pedra.
ventilação e iluminação. Utilizados em edificações PILASTRA
Abolidas no início do século nobres, como igrejas,
XIX, raro encontrar hoje. solares e palacetes. FOLHA ALMOFADADA

ESQUADRIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


COLIN, Silvio. Técnicas construtivas do período colonial I. Coisas da arquitetura, set.2010. Disponível
ÓCULO: abertura de dimensões em: https://www.coisasdaarquitetura.wordpress.com.
reduzidas utilizada para iluminação e/ou
COLIN, Silvio. Técnicas construtivas do período colonial II. Coisas da arquitetura, set.2010.
ventilação adicional de espaços, Disponível em: https://www.coisasdaarquitetura.wordpress.com.
podendo ou não ser vedadas por vidro. COLIN, Silvio. Técnicas construtivas do período colonial III. Coisas da arquitetura, set.2010.
São comuns nas igrejas para iluminação Disponível em: https://www.coisasdaarquitetura.wordpress.com.
adicional das tribunas, consistórios ou COLIN, Silvio. Técnicas construtivas do período colonial IV. Coisas da arquitetura, set.2010.
outros compartimentos. Podem ter Disponível em: https://www.coisasdaarquitetura.wordpress.com.
moldura de pedra ou madeira. COLIN, Silvio. Tipos e padrões da arquitetura civil colonial I. Coisas da arquitetura, fev.2011.
Disponível em: https://www.coisasdaarquitetura.wordpress.com.
SETEIRA: pequena abertura vertical,
utilizada na arquitetura militar como vão INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ARTÍSTICO NACIONAL. Arquitetura civil I. São Paulo:
USP, 1975.
de observação que foi incorporado
posteriormente à arquitetura civil e SANTANA, Mariely; KLUPPEL, Griselda – Manual de conservação preventiva para edificações.

religiosa, para ventilação e iluminação. VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: UFMG,
1979.

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