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Construção Civil

6. Alvenaria

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Prof. Jefferson Homrich
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 Conceito:
Alvenaria pode ser conceituada como sendo o sistema
construtivo de paredes e muros, ou obras similares,
executadas com pedras, com tijolos cerâmicos, blocos de
concreto, cerâmicas e silico-calcário, assentados com ou sem
argamassa de ligação, comumente deve oferecer condições de
resistência durabilidade e impermeabilidade.
 Denominações das alvenarias:
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a) alvenaria ciclópica - executada com grandes blocos de
pedras, trabalhadas ou não;
b) alvenaria insossa - executadas com pedras ou blocos
cerâmicos, simplesmente arrumadas, calçadas com lascas de
pedras e sem qualquer espécie de argamassa, denominadas
também de “alvenaria seca“;
c) alvenaria com argamassa - executadas com argamassa de
ligação entre os elementos, sendo também denominadas:
 alvenaria hidráulica - executadas com argamassas mistas
4 1:4/8 (argamassa básica de cal e areia 1:4, adicionando-se
cimento na proporção de uma parte de cimento para 8
partes de argamassa básica);
 alvenaria ordinária - executadas com argamassas de cal
(1:4 - argamassa de cal e areia).
d) alvenaria de vedação - painéis executados com blocos,
entre estruturas, com objetivo de fechamento das edificações.
e) alvenaria de divisão - painéis executados com blocos ou
elementos especiais (drywall – gesso acartonado), para
divisão de ambientes, internamente, nas edificações.
1. Tipos de Alvenarias
Quanto aos materiais, as alvenarias podem ser executadas com:
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1.1. Pedras naturais
a) Pedras irregulares - usando-se pedras em estado natural,
simplesmente encaixadas entre si ou assentadas com argamassa;
b) Pedras regulares - usando-se pedras naturais trabalhadas, com
formas regulares ou não, assentadas com juntas secas ou juntas
argamassadas, alinhadas ou desencontradas (travadas).
1.2. Pedras artificiais
a) Blocos de concreto - São elementos produzidos com dimensões de
19x19x39 cm e 15x19x39 cm, vazados com resistência a compressão
de até 30 MPa, assentados com argamassa, ou podem ser utilizados
em sistemas de construção em alvenaria armada.
b) Blocos silico calcário - São elementos produzidos com areia e cal
viva endurecidas ao vapor sobre pressão elevada, com as mesmas
características dos blocos de concreto.
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c) Blocos de concreto leve - São elementos de concreto leve, fabricados a
partir de uma mistura de cimento, cal, areia e pó de alumínio,
7 autoclavado, que permite a formação de um produto de elevada
porosidade, leve, resistente e estável. O produto é apresentado em
blocos ou painéis, com dimensões e espessuras variadas, que permitem
a execução de paredes de vedação e lajes.

d) Tijolos cerâmicos - Elementos fabricados por prensagem ou extrusão


da argila, que após um processo de pré-secagem natural, passa pelo
processo de queima controlada sob alta temperatura, produzindo blocos
maciços ou furados com dimensões padronizadas e normatizadas. São
tradicionalmente utilizados nas alvenarias de vedação nas construções.

e) Blocos de solo-cimento - São elementos fabricados a partir da massa


de solos argilosos ou areno-argilosos mais cimento Portland, com
baixo teor de umidade, em prensa hidráulica, formando tijolos maciços.
Podem ser construídas também, paredes monolíticas, através do
apiloamento da massa em formas deslizantes, entre pilares guia.
2. Alvenaria de tijolos
8 O emprego é vasto nas construções e podemos considerá-la
como a mais difundida. Essa preferência se dá devido a
rapidez de execução, apresenta ótima aderência das
argamassas, em virtude da aspereza de suas faces e do seu
poder absorvente.

Tipos de tijolos: De acordo com as necessidades do projeto e


a disponibilidade técnica e econômica pode-se especificar o
material cerâmico de vedação dentro dos tipos de tijolos
encontrados no mercado. Uso mais comum atualmente são
tijolos de 4, 6 e 8 furos e ainda, em menor frequência, os
tijolos de 2 furos e maciços.
Tijolos mais usados:
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ARGAMASSA PARA ALVENARIA
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a) A lata usada como medida deve ter 18 litros de capacidade.


b) A quantidade de água deve ser determinada em função do material utilizado,
da finalidade destinada e facilidade de manuseio da argamassa.
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As dimensões dos tijolos variam de fornecedor para
12 fornecedor, a cor dos tijolos podem oferecer elementos para
classificação.

Assim os que forem queimados por maior tempo, ou que


estiverem mais próximos da fonte de calor, apresentam cor
mais escura, e tem maior resistência.

Através da sonoridade pode-se distinguir o grau de


cozimento, pois o tijolo bem cozido produz um som peculiar
ou metálico, quando batido com a colher.
2.1. Processos de assentamento e juntas de argamassa
13 a) Assentamento com juntas desencontradas

1,5 c m

1 cm

Arga ma ssa
a plic a d a no tijolo
c om a c olher

Arga ma ssa reba tid a


c om a c olher
Arga ma ssa
a bund a nte

1º método 2º método
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2.2. Assentamento

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a) Tipos de assentamento
2.2. Assentamento
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a) Tipos de assentamento

½ vez ou
em pé

1 vez ou
deitado
Pilares de tijolo maciço
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Fia d a p a r Fia d a ím p a r
Pa ra pila res de 25x25 cm Fia d a p a r Fia d a ím p a r
Pa ra pila res de 38x38 cm

Fia d a p a r Fia d a ím p a r
Pa ra pila res de 50x50 cm

Ajuste de pila res de tijolos ma ciços


b) Tipos de amarrações – consideram-se alvenarias amarradas
as que apresentam juntas verticais descontínuas. Os
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esquemas também são válidos para outros tipos de tijolos
cerâmicos ou blocos de concreto.
MARCAÇÃO DA ALVENARIA
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MARCAÇÃO DA ALVENARIA
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21
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Antes da aplicação da argamassa impermeabilizante,


molhar o respaldo (parte superior) da fundação para
remover a poeira.
•Deve-se evitar descontinuidade na impermeabilização
que comprometam o seu funcionamento.
•A espessura dessa camada deve ser de 1,0 cm a 1,5
cm.
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2.3. Execução de Alvenarias:

24 Na execução de paredes de espelho (espessura da parede de


11cm) deve-se cumprir a seguinte orientação:

1) Obedecendo a demarcação espalhar a massa, e, assentar dois tijolos


a espelho em cada extremidade tomando como referência o
escantilhão. O escantilhão consiste em uma régua de madeira com o
comprimento do pé direito graduada fiada por fiada, sendo altura do
tijolo + 1,0 cm de junta (argamassa entre os tijolos).

2) Estender a linha pela aresta superior dos tijolos já assentados, do


lado da futura face da parede, prendendo as pontas por baixo dos
mesmos.

3) Completar a primeira fiada com tijolos inteiros.

4) Iniciar a segunda fiada com meio tijolo.


5) Assentar a segunda fiada deixando um intervalo na parte
25 central do painel.

6) Repetir sucessivamente a primeira e a segunda fiada, levando


prumadas, e aumentando sucessivamente o intervalo central
(iniciado na segunda fiada).

7) Prosseguir até dez fiadas nas extremidades, deixando na parte


central assentada somente a primeira fiada.

8) Executadas as prumadas, voltar e completar a segunda fiada,


obedecendo as amarrações, e distorcendo os tijolos, tanto no
comprimento como no alto, a fim de se obter um pano de
parede perfeitamente plano, vertical, e com fiada em nível.

9) Prosseguir repetindo as fiadas até o respaldo.

10) Raspar as rebordas e fazer a limpeza.


2.4. Cuidados Genéricos na execução das alvenarias
26 No assentamento dos tijolos é indispensável que se observe as
instruções enumerada a seguir:
1) Pouco antes do assentamento o tijolo deve ser molhado, para facilitar a
aderência, eliminando a camada de pó que envolve o tijolo. Impedir a
absorção pelo tijolo da umidade da argamassa.
2) Perfeito prumo na disposição das diversas fiadas.
3) Desencontro de juntas para que a amarração seja perfeita, evitando-se
dessa maneira a superposição de juntas.
4) Nível das diversas fiadas.
5) Será de no máximo 1,5 cm (normal 1,0 cm) a espessura das juntas.
6) Não cortar tijolo para formar espessura de parede.
7) Paredes que repousam sobre vigas contínuas, devem ser levantadas
simultaneamente; não devem ter alturas com mais de 1m de diferença;
8) Não construir paredes inferiores a meio-tijolo.
2.5.Cuidados na execução de alvenarias de vedação

27 Proteção das alvenarias na execução de vãos


Com a finalidade de absorver tensões que se concentram nos
contornos dos vãos (portas e janelas), oriundas de deformações
impostas é necessário prever a execução de vergas, contravergas e
cintas de amarração. A verga é o elemento estrutural localizado sobre o
vão e a contraverga é o reforço colocado sob a abertura, como mostra a
figura a seguir:

Sobre c a rga sobre


a e squa dria
c oloc a r ve rga

Vã o de
ja ne la
Prová ve l trinc a
c oloc a r c ontra ve rga

45o
a) Vergas e contravergas para vãos de até 1,0 m pode-se
28 executar o reforço no próprio local conforme mostra a figura
a seguir:

0,30 <1,0 m 0,30

B 2Ø1/ 4”

Pé-direito
Vã o
de
porta

Cinta de a rga ma ssa 1:3


(c ime nto e a re ia )

Corte AB
b) Para vãos de 1,0 a 2,0 m, as vergas podem ser
29 executadas in loco ou pré-moldadas. No caso da opção
ficar em pré-moldadas haverá um ganho em termos de
produtividade.
0,30 1,0 a 2,0 m 0,30

Vã o

0,10
de
ja nela

0,10

Cinta de c onc re to
a rma do 15 Mpa
3Ø1/ 4” s/ e stribo
Corte AB
c) Paredes altas - nas alvenarias com altura superior a 3,0 m,
deverão ser previstas cintas de amarração intermediárias,
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dimensionadas, sobretudo, para absorver a ação de cargas
laterais. Acima de 5,0 m de altura, as paredes deverão ser
dimensionadas como alvenaria estrutural.
2.6. Encunhamento das paredes

31 Na elevação do fechamento das alvenarias de


vedação, durante a cura da argamassa ocorre uma pequena
redução de dimensões.
Por esse motivo, junto às lajes ou vigas superiores, após um
tempo mínimo de 10 dias, deve-se executar o
encunhamento, que é realizado com o assentamento na
última fiada com tijolos cerâmicos maciços (cozidos) um
pouco inclinados com argamassa relativamente fraca (1: 3:
12 a 15 – cimento/cal hidratada/areia).
Essa prática vem, no entanto, sendo substituída pela
utilização de novos materiais e técnicas com o objetivo de
obter um melhor rendimento, como por exemplo:
a) Cimento expansor - argamassa pronta para uso à base de
32 cimento, que com a adição de água expande-se ocupando o
espaço deixado ou ocorrido com a retração;

b) Polietileno expansor - produto com alta aderência que


aplicado por meio de aerosol aumenta de volume.
Viga

Pila r

Pa re de

Enc unha me nto c om tijolos ma c iç os


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2.7. Ligações com estruturas de concreto
34 a) Ligação da parede com pilares de concreto - junto
às faces das peças de concreto que terão ligação com a
alvenaria, após limpeza do desmoldante, deverá ser aplicado
chapisco (traço 1:3 de cimento e areia). Nas ligações com
pilares, poderão ser melhoradas com a colocação de ferros de
espera (ferro-cabelo) chumbados durante a própria concretagem
do pilar (dobrados e encostados na face interna da forma), ou
com ferros de  6 mm embutidos em furos de 10 a 12 cm,
executados com broca vídea de 8 mm e colados com resina
epóxi (Compound da SIKA), após a desforma, com espaçamento
médio de 50 cm e transpasse de 50 cm.
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b) Nos encontros de paredes, onde não haja amarração,

36 tratar a junta com selante flexível (mastique garantindo


acabamento e estanqueidade) e o embutimento de tela de
estuque na argamassa de revestimento (20 cm para cada
lado da junta) para evitar o destacamento do mesmo.
Junta

Pa re de Pa re de

Te la e le va ç ã o
M a stique

pla nta
3. Alvenaria de blocos

37 O procedimento para se realizar uma alvenaria utilizando blocos


é semelhante a de tijolos:

1) Limpar o andar removendo a poeira, materiais soltos, pregos, pontas de


aço sobressalentes e materiais estranhos depositados sobre a laje. Lavar
com água e escovar, com uma escova de cerdas de aço, as superfícies de
concreto a serem chapiscadas.

2) Executar o chapisco sobre a estrutura de concreto que ficará em contato


com a alvenaria, com antecedência de 72 horas.

O chapisco pode ser rolado ou executado com argamassa adesiva


industrializada, aplicada com desempenadeira dentada, formando sulcos de
6 mm.
Optando-se pelo chapisco rolado, deve-se atentar para as seguintes

38 condições de mistura:

• Juntar cimento e areia média peneirada na proporção 1: 4,5 em volume;

• Juntar água e resina PVA na proporção 1: 6 em volume;

• Misturar a parte líquida com a parte sólida até obter uma consistência de
"sopa" (proporção aproximada de 1 líquido: 4 sólido);

• Remisturar a argamassa constantemente para evitar a decantação da


areia;

• Aplicar com rolo para textura acrílica, em três demãos.


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3) Varrer cuidadosamente o alinhamento da fiada de marcação e borrifar


água utilizando uma broxa, conforme mostra a figura.
4) Definir a posição das paredes a partir dos eixos principais, garantindo o
nivelamento da primeira fiada, o esquadro entre as paredes e as
40 dimensões dos ambientes, principalmente nos cômodos de menor área.

5) No caso de alvenaria sob vigas, a posição das paredes deve ser conferida
também em relação às faces das vigas por intermédio de um prumo de
face apli’cado pelo menos em terceiro no centro do vão.

6) Distribuir os blocos da fiada de marcação, sem argamassa de


assentamento, de maneira a verificar e corrigir eventuais falhas de
posicionamento de instalações embutidas.

7) Esticar uma linha de náilon na posição definida para a parede, servindo de


referência para o alinhamento e o nível da fiada de marcação.

8) Assentar os blocos de extremidade de acordo com a ilustração da figura


aplicando argamassa inclusive na interface bloco-pilar e pressionando
firmemente o bloco contra a superfície de concreto. Em seguida, assentar
os blocos intermediários entre os de extremidade, preenchendo todas as
juntas verticais entre eles.
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A figura mostra o assentamento dos blocos de cada extremidade

43 aplicando argamassa entre a face dos blocos e a face dos pilares.


Pressionar os blocos firmemente contra o pilar, obedecendo às
galgas preestabelecidas.

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