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PROJECTO

DE
ARQUITECTURA

REQUERENTE: Anabela Oliveira da Silva

OBRA: Construção de Habitação Unifamiliar e muros vedação


LOCAL DA OBRA: Rua da Alta Tensão, sn - Gafanha da Boa Hora
MEMÓRIA DESCRITIVA

1 – INTRODUÇÃO

Refere-se a presente memória descritiva e justificativa, à construção de uma


moradia unifamiliar, que o requerente pretende levar a efeito na Rua da Alta Tensão, sn,
na Gafanha da Boa Hora, freguesia de Gafanha da Boa Hora, e concelho de Vagos,
conforme se assinalada na planta topográfica/localização anexa.

Nota importante: o terreno, de acordo com o levantamento topográfico realizado tem uma
área de 1.402m2, e não 1.762m2, conforme consta da certidão predial, o que deverá ser
corrigido após aprovação do projeto de arquitetura.

2 – DESCRIÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DA PROPOSTA

A construção proposta será a executar em terreno pertencente ao requerente, que


se encontra livre de qualquer construção.

A solução encontrada corresponde ao programa proposto pelo requerente, tendo-


se procurado aproveitar a área disponível em benefício das dependências, reduzindo ao
mínimo as circulações e tendo em conta a localização espacial e arquitectónica do local.

A implantação proposta visa o cumprimento do estipulado, nomeadamente o


regulamento do Plano Municipal de Ordenamento de Território em vigor – PDM de Vagos,
tendo em conta os alinhamentos, a característica do arruamento e demais condicionantes
existentes.

A construção a que diz respeito este projecto, visa a criação de uma moradia
unifamiliar isolada (apenas encosta a sul a garagem), destinada a habitação.

Com vista à implementação de um meio edificado equilibrado e harmonioso, e pela


reduzida largura do terreno, optou-se por encostar a construção à moradia existente no
terreno a norte, respeitando-se assim o previsto no art.º 5º do RMUE.

A construção pretendida é ampla, desenvolvendo-se paralelamente ao lote, com


apenas 1 piso térreo. Composta no Rés do Chão por uma sala de estar e cozinha, três
quartos, duas casas de banho, um arrumo, um lugar de garagem.

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3 – ENQUADRAMENTO EM PLANOS MUNICIPAIS ESPECIAIS DE ORDENAMENTO
DO TERRITÓRIO E OPERAÇÃO DE LOTEAMENTO.

Esta proposta enquadra-se no PDM de Vagos, estando classificada em Solo


Urbano como Espaços Urbanizados de Nível III.

4 – ADEQUAÇÃO DA EDIFICAÇÃO À UTILIZAÇÃO PRETENDIDA

Dado tratar-se de uma moradia unifamiliar, pretendeu-se adequar a vontade do


requerente, aliada às luzes dos regulamentos vigentes.

De referir ainda que nesta distribuição interior, a articulação entre as diversas


áreas da moradia, instalações sanitárias e acesso com o meio exterior, condicionado às
características morfológicas da zona, e a orientação da edificação em relação aos pontos
cardeais, foram também parâmetros tidos em conta para o resultado final apresentado.

5 – INSERÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA DA EDIFICAÇÃO

É respeitada a implantação, afastamentos, volumetria e restantes condicionantes.

O meio envolvente é caracterizado por construções isoladas e/ou encostadas entre


si fruto de tempos idos, de um e dois pisos, com características arquitectónicas
semelhantes quer no que diz respeito a volumetrias, alinhamentos, altura de construção,
bem como materiais utilizados, nomeadamente os aplicados em vãos exteriores e
coberturas.
A construção insere-se numa zona urbana, sem traços significativos em termos de
concepção arquitectónica de conjunto, adoptando-se por isso, para este imóvel, uma
envolvente no seguimento do existente preservando-se a imagem e o ambiente
paisagístico envolvente da zona.
Não havendo alinhamento dominante para a zona, a construção será implantada
de acordo com a proposta apresentada, no alinhamento da construção vizinha, muros
incluidos, cumprindo os afastamentos mínimos regulamentares previsto nos art.º 5º do
RMEU.

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6 – NATUREZA E CONDIÇÕES DO TERRENO

O lote apresenta características aparentes que se enquadram na classificação do


tipo “terrenos coerentes”, de consistência média com baridade seca, sem sinais evidentes
de movimentações recentes de terras. No entanto, esta análise é feita por observação já
que não foi efectuado qualquer estudo geotécnico. A verificação destas condições será
feita no local aquando da abertura de caixa para implantação de sapatas. No caso da
situação encontrada durante as escavações ser substancialmente diferente desta
apresentada o empreiteiro responsável pela construção terá a obrigatoriedade de
contactar o técnico responsável pela obra, para se tal achar necessário e em articulação
com o técnico autor do projecto de estabilidade, reavaliarem a situação estrutural.

Topograficamente o lote é caracterizado por um formato regular e por um declive


muito ligeiro da parte da frente do lote até a parte posterior do mesmo.

7 – ADEQUAÇÃO ÀS INFRA-ESTRUTURAS E REDES EXISTENTES

As infra-estruturas existentes no local da obra são:


1. Acessos / arruamentos: situa-se à margem de estrada
2. Água: será abastecida pela rede pública existente
3. Saneamento: será canalizado para fossa a construir
4. Electricidade: já existente, pelo que será feita por baixada
5. Telefone: já existente, pelo que será feita por baixada.

8 – PARÂMETROS DE EDIFICABILIDADE

Quanto aos parâmetros de edificabilidade os valores são os seguintes:

8.1 – Área do terreno – 1.402,00 m2

8.2 – Área terreno Integrante – n/a

8.3 – Afectação: Habitação unifamiliar

8.4 - Áreas

8.4.1 – Implantação Moradia –188,00 m2

8.4.2 – A. bruta construção – 188,00 m2

8.4.3 – A. bruta dependente – 145,00 m2

8.4.4 – A. bruta privativa – 43,00 m2

8.5 - Volumetria – 600,00 m3

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8.6 - Cércea – 3,00 m

8.5 - Número de pisos:

8.5.1 - Acima da cota de soleira – 1

8.5.2 - Abaixo da cota de soleira – 0

8.6 - Número de fogos – 1

8.7 - Tipologia – T3

8.8 - Altura máxima de construção – 5,20 m

8.9 - Cota de soleira - + 0,50 m

8.10 – Número de divisões – 5

8.11 – Permilagem – n/a

9 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

As disposições construtivas referidas nesta memória, não podem ser usadas como
caderno de encargos, têm por objectivo caracterizar genericamente a obra, sem fazer uma
descrição exaustiva dos processos ou materiais de construção.

9.1- Fundações

As fundações serão constituídas por um conjunto de sapatas de betão armado


assentes sobre uma camada de betão de limpeza com uma espessura de 0.10m e
interligadas entre si através das vigas de fundação, sendo as respectivas valas abertas
até a profundidade necessária, de forma a garantir boas condições de estabilidade.
Depois da abertura das referidas valas de fundação, o director técnico da obra deverá
observar o local, de forma a certificar-se das qualidades de fundação do terreno em
conformidade com os respectivos cálculos de estabilidade.

Será ainda recomendável que as fundações possuam um isolamento hidrófugo a


diatomite ou qualquer outro produto com as mesmas características.

9.2- Pisos

Os pisos e tecto de rés-do-chão serão maioritariamente em laje aligeirada,


existindo laje maciça em pálas de sombreamento. A camada de regularização, terá a
espessura média de 8 cm.

9.3- Estrutura de suporte

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A estrutura de suporte será constituída genericamente por pilares, vigas e lajes em
betão armado, exceptuando-se os pavimentos aligeirados em material pré-esforçado de
marca homologada pelo LNEC, devendo observar os valores mínimos dos esforços
resistentes apresentados nos respectivos cálculos, assim como as condições técnicas
definidas pelo documento de homologação do fabricante.

9.4- Paredes

As paredes exteriores são constituídas por um pano de tijolo térmico e isolamento


térmico pelo exterior em xps, ou com as dimensões definidas no projecto, rebocadas e
pintadas a branco ou cor clara. Algumas zonas serão forradas exteriormente com
revestimento cerâmico em cor a definir.

As paredes interiores são constituídas por um único pano em alvenaria de tijolo,


revestidas a reboco estanhado pintado a tinta plástica em todos os compartimentos, à
excepção da cozinha, instalações sanitárias e zona de serviço na lavandaria que serão
revestidas interiormente com azulejo.

9.5- Pavimentos
Os pavimentos da cozinha, circulações, instalações sanitárias e varandas serão
cobertos a ladrilho cerâmico. Nos quartos o pavimento será revestido a madeira.
9.6- Tectos
Os tectos das compartimentações serão revestidos a gesso cartonado pintado a
tinta plástica.
9.7- Cobertura
A cobertura será em telha de barro de cor escura. A inclinação é a representada
nas peças desenhadas, e valorizada nos cortes.
O escoamento das águas será feito através de caleira de recolha encaminhando a
água para tubos de queda indicados.
9.8- Sanitários

As louças serão de 1ª qualidade, do tipo “ROCA” ou “SANITANA” e a banheira em


acrílico. A banca da cozinha será em aço inoxidável, dotada de sifão. As torneiras
misturadoras serão de tipo ”ROCA” ou “MAMOLI” ou outras de 1ª qualidade.

9.9- Carpintarias

As portas interiores, armários de roupeiro, rodapés serão de madeira de Carvalho


tipo Portaro, de boa qualidade, totalmente realizadas em fábrica especializada e aplicadas
no local.

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9.10- Caixilharias

Os vãos exteriores e portas serão em PVC em tom cinza. A caixilharia das janelas
é preenchida por vidro duplo e protegidas com estores de accionamento interior.

9.11- Redes de águas e esgotos

Os esgotos domésticos assim como a instalação para o abastecimento de água,


serão executadas em conformidade com o respectivo projecto, observando-se em tudo o
disposto no respectivo Regulamento.

9.12- Exaustão e ventilação

Para exaustão dos fumos e gases da cozinha (fogão) será construída uma conduta
com pelo menos 300 cm2 para exaustão de cheiros e gases de combustão provenientes
do esquentador e fogão, no local indicado no projecto. A conduta será executada em
alvenaria de tijolo, devendo as superfícies interiores serem "queimadas" à costa da colher
por forma a criar uma superfície lisa. Poderá, em alternativa, aplicar-se tubagem circular
de fibrocimento com o diâmetro mínimo de 20cm, com o revestimento exterior mínimo de
5cm, ou ainda uma conduta circular em chapa de zinco circular, não sendo permitido em
caso algum o uso de materiais combustíveis em qualquer troço destas condutas. Não é
permitido que nenhum tubo, de qualquer tipo de canalização da rede de gás, água,
electricidade ou telefone atravesse a conduta. Deve ser preservada uma distância mínima
de 20cm entre a conduta e qualquer peça de madeira ou outro material combustível. As
condutas devem ser independentes de quaisquer outras, não podendo haver ligação ou
conecção noutra conduta. As chaminés devem ter o seu capelo acima da cobertura, com
o mínimo de 50cm.

Para a ventilação das instalações sanitárias, mesmo que estejam servidas de


iluminação e ventilação naturais, deverá ser aplicado um sistema de renovação de ar
constituído por tubagem com o calibre mínimo de 110mm.

9.13- Electricidade

O abastecimento de energia eléctrica será feito a partir da rede pública existente


no local, e será desdobrado em pelo menos dois circuitos, um para iluminação e outro
para tomadas, devendo a sua execução obedecer às normas em vigor.

10 – CRITÉRIOS GERAIS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

Com vista a satisfazer o estabelecido no Regulamento de Segurança Contra


Incêndio, Decreto Lei nº 220/2008 de 12 Novembro e Portaria nº 1532/2008 de 29 de
Dezembro, pretende-se dotar o imóvel das condições mínimas de conforto e segurança e

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conferir os meios e medidas necessárias quer à protecção dos seus ocupantes, quer à
protecção física do edifício contra riscos resultantes de incêndio.

A zona onde se localiza a construção do referido imóvel satisfaz as necessidades


de segurança contra o risco de incêndio, nomeadamente no que respeita ao acesso que é
servido por uma via que permite o acesso do Corpo de Bombeiros e respectivas viaturas.

Tomaram-se para avaliação do comportamento do imóvel as exigências definidas


no D.L. n.º. 239/86 de 19 de Agosto, em função da altura do imóvel. Quanto à estabilidade
estrutural, à compartimentação e restantes partes do edifício, consideram-se, quanto às
necessidades de compartimentação no interior, as exigências para edifícios de altura não
superior a 9 metros, que são CF30.

A estrutura do imóvel é constituída por elementos em Betão Armado. O


comportamento ao fogo dos elementos da estrutura foi determinado por consulta de
tabelas do “Fire Protection Handhook” editado pela NFPA, relativas à resistência ao fogo
de elementos estruturais (lajes, vigas e pilares) em Betão Armado.

Lajes – estão previstas lajes aligeiradas com armaduras de ferro e recobrimento


em betão com 2,5cm, em ambas as faces. Exibem uma resistência ao fogo superior a EF
120.

Vigas – estão previstas vigas 0.25x0.40 m, com distância de armadura à face, não
inferior a 3 cm. Exibem uma resistência ao fogo mínima EF 120.

Pilares – estão previstos pilares de 0.25x0.25 m, com uma distância da armadura à


face não inferior a 3 cm.

Paredes – as paredes são em alvenaria de tijolo, revestidas a argamassa de


cimento, com espessura total de 0.15 m, exibindo uma resistência ao fogo CF 180.

Pavimentos – são de tijoleira cerâmica, exibindo uma resistência ao fogo CF 120.

Portas – não existem em quaisquer das circulações horizontais ou verticais que


façam parte dos percursos de evacuação.

Revestimentos – os revestimentos previstos e respectiva reacção ao fogo são os


seguintes:

Pavimentos: mosaico cerâmico – classe MO

Paredes: estuque – classe M1

Tectos: estuque – classe M1

Todos os revestimentos exibem um comportamento de reacção ao fogo superior


ao exigido pelo D.L. 239/86, no seu ponto 5, que é, respectivamente:

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Pavimentos – classe M3

Paredes – classe M2

Tectos – classe M1

11 – GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)

Conforme o Art. 11º do Dec. Lei 46/2008, a gestão de RCD deve ser efectuada de
forma a que, se possível, os mesmos sejam integrados na construção da moradia em
questão. Assim:

11.1 - Utilização de RCD provenientes de outra obra: pode ser feita, desde que o
fornecimento seja efectuado por empresa devidamente habilitada para o efeito.

11.2 - Triagem de RCD provenientes da construção: devem ser providenciadas


condições para efectuar a separação de resíduos, nomeadamente papéis, entulhos, ferro,
madeiras e lixo diverso. O acondicionamento de RCD em obra deve ser feito, por
exemplo, através de “Big Bag’s” com capacidade de 1m3, de forma a serem facilmente
transportáveis e manipuláveis. O empreiteiro será responsável pela instalação de triagem
na obra a localizar no interior do perímetro da mesma.

11.3 - Transporte de RCD a vazadouro ou aterro: deve ser feito por empresa
devidamente habilitada para o efeito ou, se feito pelo produtor de RCD, deve existir guia
de entrega de material em vazadouro licenciado. O empreiteiro - produtor dos resíduos -
será responsável pelo encaminhamento para operador de gestão licenciado.

12 – FOTO DO LOCAL

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13 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em tudo o omisso deverão ser seguidas as boas normas construtivas, a legislação


em vigor, e as prescrições impostas pelos fabricantes dos materiais e equipamentos.

QUALQUER DÚVIDA DEVERÁ SER ESCLARECIDA JUNTO DO


TÉCNICORESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA OBRA.

Vagos, 30 de setembro de 2022

O autor,

______________________________
(M.J.P. Almeida, Arqª)

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