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TECNOLOGIAS DA REABILITAÇÃO E CONSERVAÇÃO

Docentes:
Luísa Maria da Conceição dos Reis Paulo
António José Morais

Ana Órfão | 20171294 | 912179403

Ana Paula Contente | 20171304 | 967423373

Julia Stopasolla Copat | 20218177 | 913993754

Vanessa Ferreira | 20181277 | 935519447

Grupo 01
2021-2022 | 4ª
Índice
1. Introdução......................................................................................................................... 2
1.1 - História do Edifício MUHNAC ............................................................................ 3
1619-1759 | Noviciado da Cotovia .....................................................................4
1761-1837 | Colégio dos Nobres........................................................................5
1837-1911 | Escola Politécnica ..........................................................................6
1911-1985| Faculdade de Ciências ....................................................................8
1985-Atualidade | Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC)
.............................................................................................................................9
2. Caracterização Do Património Edificado ...................................................................... 18
2.1.1 – Edifício Pré-Pombalino ................................................................................. 18
2.2.2 – Edifício Pombalino ........................................................................................ 22
2.2.3 – Edifício Gaioleiro .......................................................................................... 26
2.2.4 – Edifício Contemporâneo (betão armado) .................................................... 28
2.2.5 – Ficha de Caracterização Do Património Arquitetónico (MUHNAC) ........... 34
2.2.5.1 - Edificação.............................................................................................34
2.2.5.8 – Acabamentos ......................................................................................38
2.2.5.8.1 – Revestimentos Verticais ...................................................................38
2.2.5.8.1.1 – Exteriores ......................................................................................38
2.2.5.8.2 - Revestimentos Horizontais ................................................................38
2.2.5.8.2.1 - Exteriores .......................................................................................38
2.2.5.9- Desenhos ..............................................................................................42
3 - Análise Do Estado De Conservação Do Edifício ......................................................... 44
3.1 – Breve Análise Geral do Património Edificado ................................................ 44
3.1.1 – Cobertura ..............................................................................................44
3.1.2 – Pavimentos ...........................................................................................45
3.2 – Pátio Norte (Caso de Estudo) .................................................................50
4 – Proposta De Solução De Intervenção Na Reabilitação Do Edifício........................... 52
4.1 Ficha de Patologia e Terapêutica....................................................................... 52
4.1.1 Pátio Norte ...............................................................................................52
4.1.1.1 – Crostas Negras | Ana Paula Contente e Julia S. Copat ..................52
5 – Conclusão ..................................................................................................................... 64
6 – Bibliografia.................................................................................................................... 65

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1. Introdução

Neste trabalho fomos pesquisando sobre a evolução dos sistemas construtivos


ao longo do tempo, desde pré-pombalino até ao contemporâneo, usando esta
informação para o nosso trabalho no MUHNAC, mais tarde depois de fazermos o
diagnostico de conservação deste edifício, escolhemos o Pátio Norte como espaço em
que iríamos realizar uma proposta de intervenção para a sua reabilitação.

2
1.1 - História do Edifício MUHNAC

O edifício que atualmente alberga o Museu Nacional de História Natural e da


Ciência (MUHNAC) foi inaugurado em 1619 e ao longo dos anos hospedou diferentes
instituições. Ao longo de quatro séculos, apesar de diferentes, os programas do
edifício foram sempre dedicados à educação e à cultura.
Fernão Teles de Menezes, governador da Índia e do Algarve, e sua esposa D.
Maria de Noronha no ano de 1587 doaram a sua Quinta do Monte Olivete, situada nos
arredores de Lisboa numa zona denominada Cotovia, para a construção de uma Casa
de Povoação da Companhia de Jesus. A edificação serviria para formar noviços da
ordem religiosa que iriam para as índias espalhar a palavra da sua religião no Oriente.
Em 1589, Fernão Teles de Menezes e D. Maria de Noronha realizam a escritura
feita em Lagos, na qual se comprometem também como fundadores da criação do
noviciado para os jesuítas.
Em abril de 1603 começam as construções da Casa do Noviciado, desenhada
inicialmente pelo arquiteto Baltazar Álvares e pelo padre jesuíta João Delgado. Vale
ressaltar que ainda durante o período inicial das obras, em 1605, o fundador Fernão
Teles de Menezes faleceu, e posteriormente, em 1616 os seus ossos seriam
trasladados para a Igreja de São Roque.
Em 1613 é celebrada a primeira missa na Igreja do Noviciado, marcando a
conclusão das obras.

3
1619-1759 | Noviciado da Cotovia

Função: Arquitetura religiosa e educativa

Em 1619 é inaugurado o Noviciado da Cotovia, com a entrada dos primeiros


Noviços. A essa altura, já estavam concluídos o refeitório, cozinha e zonas de
armazenamento. Posteriormente, em 1694 os padres começam a cultivar a zona de
terreno logo acima da construção e arrendam o pedaço inferior, nesse mesmo ano
ocorreu um incêndio no edifício, causando grandes estragos na construção. Em 1750
o Marquês de Pombal foi nomeado secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e
de Guerra. Já em 1755 ocorre um terremoto em Lisboa, que resulta na destruição
parcial do edifício. Posteriormente, em 1759, junto com a extinção da Companhia de
Jesus, Marquês de Pombal expulsa os jesuítas do Noviciado para a criação do Colégio
dos Nobres no mesmo local.

Figura 01 - Gravura da Casa do Noviciado da Cotovia. Autor: Coelho J. Data:


Desconhecida.

4
1761-1837 | Colégio dos Nobres
Função: Educativa

Com a expulsão dos jesuítas, em 1761 começa a adaptação arquitetónica da


Casa do Noviciado para o Colégio dos Nobres. Carlos Mardel é encarregado de
proceder a obras de adaptação do edifício para as suas novas funções e reconstrução
dos danos causados pelo terremoto. A nova instituição tinha como objetivo a formação
pré-universitária de jovens aristocratas até aos 13 anos. Em 1763 é construído e
inaugurado o Picadeiro do Colégio dos Nobres.
Em 1766 entra em funcionamento do Colégio dos Nobres, com vinte e quatro
alunos. A fundação dessa instituição está fortemente relacionada ao Iluminismo
Setecentista, apoiado pela política de despotismo esclarecido do Marquês de Pombal,
sendo um importante acontecimento no ensino Português.
Em 1777 ocorre o afastamento do Marquês de Pombal e em 1807 ocorre a
primeira invasão francesa, resultando na fuga de D. Maria I e de toda a família real
para o Brasil. Em seguida, ocorre a segunda e terceira invasões francesas,
comandadas por general Soult e Massena, respetivamente. Estes acontecimentos
históricos acrescidos do desinteresse dos jovens aristocratas pela aprendizagem das
novas matérias e falta de financiamento régio culminaram na extinção do colégio dos
nobres, em 1837.

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1837-1911 | Escola Politécnica
Função: Educativa

Em 1837 houve a inauguração da Escola Politécnica nas antigas instalações


do Colégio dos Nobres. A escola fica na dependência dos ministérios da Marinha e da
Guerra e no mesmo local instala-se também a Escola do Exército, que tinha inúmeros
serviços tais como a biblioteca, o jardim botânico, o observatório astronómico, o
laboratório de química, o gabinete de história natural, o gabinete de física e o
observatório meteorológico. Em 1843 começa o projeto de regulamento para a
instalação do Jardim Botânico na Escola Politécnica, a fim de contribuir para o ensino
e investigação botânica. No mesmo ano, houve novamente um incêndio na
construção. As instalações foram reduzidas a escombros e iniciou-se a reconstrução
arquitetónica cujas fachadas e estrutura se assemelham muito ao que existe
atualmente. Apenas em 1857 o Governo aprovou o projeto para a reconstrução da
Escola Politécnica, e logo em seguida, em 1858 é incorporado o Real Museu de
História Natural. Em 1859 surge então a Rua da Escola Politécnica - rua existente até
hoje. Em 1873 o Jardim Botânico recebe as primeiras plantações, por iniciativa dos
professores Andrade Corvo e Conde de Ficalho e em 1875 é fundado o observatório
astronómico. Mais tarde, em 1879 é inaugurado o edifício reconstruído da Escola
Politécnica, cuja obra foi dirigida pelo general de engenharia José Feliciano da Silva.

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Figura 02 - Foto da Escola Politécnica. Autor: Augusto Bobone. Data: inícios do séc.
XX | Arquivo Municipal de Lisboa

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1911-1985| Faculdade de Ciências
Função: Educativa

Em 1911, já na república, a antiga Escola Politécnica passa a ser Faculdade


de Ciência da Universidade de Lisboa, e é estabelecido um plano de estudos para a
nova instituição de ensino. Para que tal acontecesse, o edifício foi intervencionado,
procurando alterar a distribuição dos seus espaços interiores, pelo que foi criado um
piso intermédio entre o segundo piso e o vão do telhado. Foram feitas posteriormente
obras, em 1961, de reparação e melhoramento do edifício principal, pelos Serviços de
Construção e Conservação; e, em 1963, foram feitas mais; entre elas: a de
beneficiação do anfiteatro de Química e das salas de aula; remodelação das
coberturas das salas e conservação dos corredores do primeiro andar e escadas,
intervenções nas instalações sanitárias e na zona da direção e biblioteca;
conservação da zona de arquivo de desenhos; adaptação de uma sala da Secção de
Botânica a Laboratório e reparação de equipamento e mobiliário fixo.
Em 1962 ocorreu a construção da Nova Estufa, projetada pelo arquiteto José
Almeida Segurado e logo em seguida, em 1963, começou o estudo para a alocação
do túmulo de D. Fernão Teles de Meneses no lado direito do átrio. Em 1978, ocorreu
novamente um incêndio na faculdade de ciências, obrigando a que a mesma se
desloque para as novas instalações do Campo Grande. A partir daí, começou uma
demorada reabilitação dos espaços danificados pelo incêndio, assim como a
reposição das coleções.
O projeto de reconstrução dos espaços devastados pelo incêndio constituía
numa volumetria quadrilateral, distribuída em alas em torno de um pátio, e foi
desenvolvido por Silva e Costa e Monteiro e Pézerat.

8
1985-Atualidade | Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC)
Função: Cultural

Em 1985 a construção passa a acolher o Museu Nacional de História Natural e


o Museu da Ciência da Universidade de Lisboa.
Em 2003 os museus passam a ser tutelados diretamente pela reitoria da
Universidade de Lisboa, tornando-se autónomos da Faculdade de Ciências. Em 2007
o laboratório de química da faculdade de ciências e o anfiteatro são restaurados e em
seguida, em 2009 os tutelares dos Museus da Politécnica decidem fazer uma
reestruturação nos seus museus e encomenda um estudo com a missão de definir as
bases da preservação e requalificação de todo o espaço da Politécnica e da definição
de um projeto museológico integrado e único.
Em 2010 um decreto classifica o Jardim Botânico de Lisboa como Monumento
Nacional e em 2011 os dois museus (Museu Nacional de História Natural e o Museu
de Ciência) sofrem uma fusão e passam a ser um só. O novo MUHNAC passa a
integrar as coleções dos dois museus nos antigos edifícios da Escola Politécnica.
Mais recentemente, em 2013 saiu uma portaria de classificação, que classifica
o núcleo principal da antiga escola politécnica como monumento de interesse público
e também, em 2016, houve o restauro do observatório astronómico, baseando-se na
beleza arquitetónica e valor patrimonial.
Atualmente, o edifício acolhe diversos gabinetes de investigação e laboratórios,
bem como uma área de exposição e de serviço educativo.

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Figura 03 - Foto do alçado sul da Faculdade de Ciências. Autor: Desconhecido. Ano:
1927 | Arquivo Nacional Torre do Tombo

Figura 04 - Foto da Faculdade de Ciências. Autor: Desconhecido. Ano: 1937 | Arquivo


Nacional Torre do Tombo
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Acidentes/Desastres naturais:

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Evolução Do Edifício Na Planta E Alçados

Planta piso 0 noviciado da cotovia

Figura 05 – Planta piso 0 e alçado do Noviciado da Cotovia. Desenho original de


Beatriz Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa, desenvolvido para a
disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano académico de 2020-2021.
Desenho modificado para adequação a este trabalho.

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Planta piso 0 colégio dos nobres

Figura 06 – Planta piso 0 e alçado do Colégio dos Nobres. Desenho original de Beatriz
Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa, desenvolvido para a
disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano académico de 2020-2021.
Desenho modificado para adequação a este trabalho.

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Planta piso 0 escola politécnica

Figura 07 – Planta piso 0 e alçado da Escola Politécnica. Desenho original de Beatriz


Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa, desenvolvido para a
disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano académico de 2020-2021.
Desenho modificado para adequação a este trabalho.

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Planta piso 0 faculdade de ciências

Figura 08 – Planta piso 0 e alçado da Faculdade de Ciências. Desenho original de


Beatriz Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa, desenvolvido para a
disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano académico de 2020-2021.
Desenho modificado para adequação a este trabalho.

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Planta piso 0 museu

Figura 09 – Planta piso 0 e alçado do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.


Desenho original de Beatriz Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa,
desenvolvido para a disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano
académico de 2020-2021. Desenho modificado para adequação a este trabalho.
Evolução Cronológica Na Topografia

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Figura 10 - Evolução Cronológica na Topografia do Museu Nacional de História
Natural e da Ciência. Desenho original de Beatriz Oliveira, Jana Holzmann, Raquel
Flores e Sandra Costa, desenvolvido para a disciplina de Conservação, Restauro e
Reabilitação no ano académico de 2020-2021. Desenho modificado para adequação
a este trabalho.

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Evolução Cronológica

Figura 11 - Evolução Cronológica do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.


Desenho original de Beatriz Oliveira, Jana Holzmann, Raquel Flores e Sandra Costa,
desenvolvido para a disciplina de Conservação, Restauro e Reabilitação no ano
académico de 2020-2021. Desenho modificado para adequação a este trabalho.

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2. Caracterização Do Património Edificado

2.1.1 – Edifício Pré-Pombalino

Os edifícios tidos como pré-pombalinos são os edifícios construídos antes do


terramoto de 1755. São edifícios em geral de dois a quatro andares no máximo e com
pé direito muito limitado, sem instalações sanitárias, com acessos à via publica
discreto e sem vestíbulo, o aceso aos pisos superiores era feito por escadas de um
lanço alinhados com o comprimento do edifício e sua profundidade dependia do lote,
as paredes de grande dimensão já que são o sistema estrutural do edifício (sistema
estrutural de paredes autoportantes) e possuem poucas aberturas para o exterior. A
estrutura destes edifícios é de alvenaria e eles classificam-se em três tipos: alvenaria
de pedra; de terra; e tijolo.

Figura 12: Características dos


edifícios antigos

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Um edifício de arquitetura pré-pombalina caracteriza-se por:
− Fundações: Podem ser fundações diretas constituídas pelo
prolongamento das paredes resistentes até o terreno (dependiam das
características do terreno); Fundações semi-diretas formado por poços
de alvenaria de pedra e coroado por arcos de alvenaria de pedra ou
tijolo; Fundações indiretas compostas por estacarias de madeira que
atravessam aterros e formações recentes atingido até os estrados do
solo resistente.

Figura 14: Representações das fundações em edifícios antigos


A) Fundação direta
B) Fundação semi-direta com arcos de alvenaria
C) Fundação em estacas de madeira

− Pavimentos:
Nos edifícios antigos existem dois tipos de pavimentos, térreos e
elevados.
Os pisos térreos são usualmente em terra batida ou em enrocamento de
pedra, tendo um revestimento por cima que pode ser em ladrilhos, tijoleira
cerâmica, sobrados de madeira ou lajedo de pedra.
Os pavimentos elevados costumam ser em madeira com um sistema de
vigas que se vão apoiar nas paredes resistentes da estrutura. Para evitar o
contacto da madeira com zonas húmidas ou para vãos de grandes dimensões,
construía se arcos e abobadas em alvenaria de pedra, sobre estes arcos

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colocavam se revestimentos que podiam ser de dois tipos, estrutura de madeira
ou enchimento dos arcos com entulho, terra, areia ou pedra. Por cima deste
revestimento colocava se uma camada de argamassa para assentar o soalho,
lajedos ou revestimento cerâmico.

Figura 15: Representação dos pavimentos em edifícios antigos


A) Pavimento elevado em arcos com estrutura de madeira.
B) Pavimento elevado em arcos com enchimento.

− Paredes:
Em geral podemos identificar três tipos de paredes, de cantaria, de
alvenaria ou tabiques, as diferenças entre eles baseiam-se no tipo de
material utilizado durante a construção e o seu uso.
As paredes feitas em cantaria ou alvenaria servem como paredes
resistentes, de grande espessura e constituídas por materiais
heterogéneos e são chamadas de paredes principais ou paredes-
mestras, enquanto os tabiques foram utilizados para divisão dos
espaços e elementos de travamento geral das estruturas.
As paredes apresentam grande diversidade de soluções
associadas à disponibilidade de certos materiais no local.

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Figura 16: Representação das paredes em alvenaria de pedra.

− Coberturas:
As coberturas geralmente eram inclinadas ou abobadadas. Os
materiais usados eram a madeira, a pedra e o tijolo. A configuração dos
telhados dependia da dimensão do edifício, a pendente da cobertura era
de acordo o clima da região e a possibilidade de utilização dos sótãos.
As coberturas abobadadas eram frequentes em edifícios de
arquitetura religiosa e baseiam-se em arcos e abobadas.
As coberturas inclinadas eram constituídas por uma série de
tabuados de madeira onde assentava o telhado. Estas podiam ser de
quatro águas, três águas em caso do edifício estar encostado a uma
parede tardoz, ou de duas águas paralelas ou perpendicular à fachada.

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Figura 17: Representação das coberturas inclinadas de madeira em edifícios antigos

2.2.2 – Edifício Pombalino

Noviciado da Cotovia e Real Colégio dos nobres (1616 – 1759)

O Noviciado da Cotovia é a primeira função exercida pelo edifício que,


atualmente, é o MUHNAC. O edificado era identificado como arquitetura religiosa,
estando associado às construções maneiristas dirigidas pela Companhia de Jesus.
Em relação às estruturas, tem-se como padrão o uso de estruturas em madeira e de
alvenaria em pedra.

Posteriormente, o edifício mudou de função, passando a ser o Real Colégio de


Nobres, sendo um estabelecimento de ensino vocacionado para a formação da
aristocracia, instituído em 1761. Devido ao terramoto de 1755 viu-se necessária a
reconstrução e adaptação do edifício, já que o mesmo foi danificado. O projeto para a
reconstrução foi concebido por Carlos Mardel. As práticas de Mardel exprimem a sua
ambição em conceber soluções arquitetónicas que se adaptassem à realidade
portuguesa, criando o que se poderá designar por "arquitetura económica pombalina".

Um edifício de arquitetura pombalina caracteriza-se por:

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- Fundações em alvenaria de pedra, onde tais alvenarias suportam as
cargas do edifício que são transmitidas através de estacas de madeira.
Essas estacas estão ligadas a um gradeamento de madeira que são
compostos por longarinas e travessas circulares com cerca de 15cm de
diâmetro, ambas ligadas entre si por cavilhas em ferro forjado.

- Paredes exteriores ou paredes mestras que eram construídas em


alvenaria de pedra rebocada e conectadas a uma estrutura interior de
madeira de madeira em carvalho ou azinho. A ligação entre os elementos
era feita através de peças metálicas pregadas no gradeamento de
madeira e chumbada nas juntas da parede exterior.

- Paredes interiores que eram perpendiculares às paredes exteriores e


possuíam cerca de meio metro de espessura em alvenaria de pedra, não
possuindo vãos. Elas eram construídas desde o rés do chão até a
cobertura, já que tinham a finalidade de dividir os edifícios e de serem
elementos corta-fogo.

Entretanto, as paredes exteriores e interiores também poderiam ter


uma estrutura em madeira, sendo denominadas de gaiola pombalina.

- A Gaiola Pombalina pode ser classificada por três tipos de paredes


diferentes:

Paredes mistas são formadas por elementos verticais, horizontais


e diagonais em madeira que assentam sobre vigas de madeira. Estas são
as paredes utilizadas no perímetro ou exterior do edifício.

Paredes de frontal eram constituídas por elementos de madeira


verticais, horizontais e diagonais, formando uma malha em cruz que era
posteriormente preenchida com alvenaria. São paredes dispostas
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ortogonalmente às paredes exteriores, viabilizando um travamento
vertical aliado ao horizontal das vigas em madeira.

Paredes de tabique são as paredes interiores que possibilitam a


criação de compartimentos menores. Possuem menos resistência que as
paredes referidas anteriormente, entretanto, a integração entre elas
contribui para amenizar os danos em caso de sismo.

- Pavimentos de madeira, existe uma grande diferença entre a estrutura


do piso do primeiro andar e a estrutura dos outros andares, já que o teto
do rés de chão é, normalmente, composto por abóbodas e arcos de
alvenaria de pedra. As abóbadas que aparecem com mais frequência são
as de berço, de aresta, abatida, coluna ou de clérigo, sendo escolhidas
de acordo com os elementos em que estavam apoiadas. Ao redor das
abóbadas eram construídos arcos de alvenaria de tijolo, servindo como
um elemento transmissor de carga, onde as forças descarregam nas
paredes e pilares. Além disso, a parte inferior do teto era revestida com
rebocos de areia e cal de forma a proteger a estrutura de madeira superior
que formava a laje.

Nos pavimentos dos outros pisos a madeira mantém-se como um


elemento estrutural. As vigas de madeira são de secção quadrada e são
posicionadas ortogonalmente às paredes de fachada, onde o
espaçamento entre elas varia de 40 a 50 cm. As vigas principais assentam
sobre os frechais, que são vigas paralelas a uma parede nas quais se
apoiam outras vigas. As vigas são travadas entre si por peças de madeira
denominadas tarugos. Os pavimentos que cobriam a estrutura eram
geralmente de madeira, que eram posicionadas lado a lado. Os tetos do
piso inferior que correspondiam ao revestimento inferior dos pavimentos,
eram compostos por um fasquiado perpendicular às vigas, como
acabamento utilizava-se o reboco e estuque.

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Figura 18: Estrutura de parede mista e estrutura do pavimento do primeiro
piso

- Coberturas inclinadas que são constituídas principalmente por telhas


canudo e que estão posicionadas sobre uma estrutura de madeira
formada por asnas, madres fileiras, ripas e varas. Essa estrutura fica
apoiada sobre os prolongamentos das paredes de alvenaria. As
coberturas são classificadas, principalmente, por dois tipos: As com
estrutura triangular de duas águas, normalmente simétricas, e as
coberturas amansardadas que também são de duas águas e que se
diferem das coberturas de estrutura triangular por viabilizarem ao último
piso um pé-direito mais alto, tornando a área habitável.

Uma asna vulgar é composta por uma linha, duas pernas, um pendural e
duas escoras, como na figura a seguir:

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Figura 19: Asna clássica de madeira

2.2.3 – Edifício Gaioleiro

O edifício gaioleiro é uma simplificação dos sistemas estruturais do edifício


pombalino. Essa tipologia surge devido a necessidade de expansão da cidade no
século XIX. A estrutura do edifício gaioleiro permitia que a construção tivesse mais
andares do que nos edifícios pombalinos.
Os edifícios gaioleiros são caracterizados por:

- Paredes resistentes que são as paredes exteriores, sendo as principais


componentes que viabilizam a resistência da estrutura, são formadas por
alvenaria de pedra e possuem espessuras diferentes, variando consoante
à posição em planta e em altura.

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Figura 20: Corte Parede Auto-portante.

- Fundações que são uma continuação das paredes resistentes, de forma


que as fundações se formavam ao longo do perímetro dessas paredes.
As fundações possuem uma maior espessura na continuação das paredes
da fachada. A distribuição de cargas era feita através das paredes
resistentes e também recorria-se à abóbadas e arcos, a integração entre
os dois elementos permitia a descarga das forças para as fundações que
possuíam sapatas de pequena dimensão.

- Paredes interiores que podem ser de alvenaria de tijolo furado com


argamassa ou podem ser de tabique rebocado. As de alvenaria de tijolo
tem uma função portante, enquanto que as de tabique são utilizadas para
divisões de compartimentos. No piso térreo (rés de chão), as paredes
interiores podem ser de pedra ou tijolo furado, atuando como um elemento
de resistência.

- Pavimentos que possuem uma estrutura de vigas de madeira


perpendiculares à fachada, apoiando-se nas paredes de alvenaria. Tal
como no sistema pombalino, essas vigas são travadas entre si através
dos tarugos, sobre a estrutura assenta o revestimento em madeira. Em
relação ao piso térreo, o pavimento pode ser de madeira ou de ladrilhos.

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- Coberturas, normalmente, inclinadas com estrutura em asnas de madeira
revestidas por telhas do tipo Marselha. As telhas estão sobre um ripado
de madeira. As asnas estão apoiadas nas paredes de alvenaria.

2.2.4 – Edifício Contemporâneo (betão armado)


O betão armado é um sistema estrutural da construção civil que se tornou um
dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX. Atualmente, o uso
predominante deste sistema construtivo tem a haver com a combinação de dois
aspetos: o económico, que resulta da abundância dos materiais utilizados que
proporcionam preços de construção mais reduzidos, assim como, a existência de
inúmeras empresas que utilizam este sistema, havendo mais competitividade em
termos de custo de produção; e da mão de obra não qualificada e consequentemente
mais barata. Uma das maiores vantagens desse sistema para nós arquitetos é que
uma estrutura em betão armado pode ser moldada de diversas maneiras e formatos.
Em contrapartida, uma estrutura com esse material gera muitos resíduos e lixos de
construção, além de possuir um tempo de execução maior do que outros sistemas de
construção, devido ao tempo de cura.
- Constituintes:
O betão é praticamente a mistura de dois componentes: agregados e pasta. A
pasta, composta por cimento e água, liga os agregados (geralmente areia e cascalho
ou brita), formando uma massa pétrea à medida que a pasta seca e endurece, devido
à reação química que ocorre entre o cimento e a água. Podem ainda ser adicionados
à pasta materiais cimentícios suplementares (denominados adições) e adjuvantes.
O sistema construtivo em betão armado é a junção de uma armadura de aço
ao betão simples, “armando-o” e dotando-o de resistência à tração, o que,
isoladamente, não consegue garantir.

- Execução:

28
A execução de estruturas de betão armado requer as seguintes etapas: a
cofragem do betão; depois a dobragem, corte, soldadura de armaduras e elementos
metálicos; e por último, a betonagem, compactação e cura do betão.

Figuras 21 e 22: Fotos da etapa de cofragem e de betonagem.

- Partes da Construção:

A. Fundação
A fundação é a estrutura que permite a distribuição de carregamentos (como o
peso dos materiais) para o solo na construção. Nesse sentido, a fundação precisa ser
especificada como um elemento de transição capaz de compatibilizar as ações da
estrutura em relação à resistência e à compressibilidade do terreno. Nesse sistema
estrutural, temos várias opções de fundações, como:
- Sapata Isolada;
- Sapata Corrida;
- Radier;
- Estaca;
- Tubulões.

29
Figuras 23 e 24: Fotos e Representação de Sapatas Isoladas.

Figuras 25 e 26: Fotos de Radier

B. Lajes
A função da laje é basicamente transferir as cargas e esforços aplicados no
pavimento para os elementos estruturais que a sustentam. Nesse sistema construtivo,
possuem várias opções de lajes, que podem ser escolhidas de acordo com a
necessidade de cada obra. Em seguida estão listadas as mais usuais:
- Laje Maciça (Moldada in Loco): Lajes com espessura constante que são
executadas a partir da combinação de formas que garantem a superfície onde o betão
é despejado sobre a armadura de aço;

- Lajes Aligeiradas: Lajes elevadas ou térreas com caixa de ar;

30
- Lajes Fungiformes/Cogumelo: São lajes contínuas que apoiam-se
diretamente nos pilares e armadas em duas direções.

Figuras 27 e 28- Fotos e imagem esquemática de laje maciça.

Figuras 29 e 30 - Representação e foto da laje de fungiforme.

Figuras 31: Representação e foto da laje de aligeirada

31
C. Laje térrea
− Abertura da caixa de pavimento (escavação do terreno);
− Colocação do Tout – Venant;
− Colocação do massame - camada regularizadora da superfície irregular
do ToutVenant;
− Colocação do complexo impermeabilizante;
− Laje de betão armado;
− Colocação do isolamento térmico – ex. poliestireno extrudido.

Figura 32: Composição Laje Térrea

D. Paredes
As paredes podem ser de dois tipos, as exteriores, que estão em contacto com
intempéries do meio-ambiente, e os interiores, que são protegidas. Possuem várias
opções de paredes, em seguida estão listadas as mais comuns:
− Alvenaria (Tijolo maciço cerâmico, tijolo furado cerâmico, pedra, blocos
de cimento);
− Betão (Armado ou não armado, armado pré-fabricado);
− Elementos metálicos;

32
− Madeira maciça;
− Vidro;
− Painéis Sandwich.

E. Vãos e Janelas
O vão é uma componente funcional móvel ou fixo que pode afetar o
funcionamento geral da parede em relação aos seguintes aspetos; luz, ventilação,
som, segurança e privacidade. Existem diversos tipos de janela consoante a sua
orientação e forma como abrem:
- Janelas fixas – são as mais baratas e como o próprio nome indica não podem
abrir;
- Janelas giratórias, de eixo vertical: “à francesa” (abrem para dentro), “à inglesa”
(abrem para fora), pivotante vertical (permitem apenas 50% de utilização do
vão);
- Janelas giratórias, de eixo horizontal: basculante de viseira (abertura no eixo
horizontal superior), basculante de ventilação (abertura no eixo horizontal
inferior), pivotante horizontal (permitem apenas 50% de utilização do vão);
- Janelas de translação horizontal: “de correr”;
- Janelas de translação vertical: “de guilhotina”;
- Janelas oscilo-batentes.

33
2.2.5 – Ficha de Caracterização Do Património Arquitetónico (MUHNAC)

2.2.5.1 - Edificação

O edifício que atualmente alberga o Museu Nacional de História Natural


e da Ciência (MUHNAC) foi inaugurado em 1619 e ao longo dos anos hospedou
diferentes instituições. Ao longo de quatro séculos, apesar de diferentes, os
programas do edifício foram sempre dedicados à educação e à cultura.
No âmbito do trabalho foi-nos proposto escolher um compartimento no
edifício do MUHNAC para o desenvolvimento da ficha de caracterização da
edificação. O espaço escolhido foi o pátio norte, local em que todos os
integrantes do grupo irão intervir em projeto e, portanto, o trabalho será um
contributo interdisciplinar.

2.2.5.2 - Identificação; Localização; Época construtiva

O pátio norte está localizado na entrada ao norte do edifício, tal como o


nome sugere. Sendo que está virado para o jardim, é um espaço de transição
entre o exterior e o interior do edifício, funcionando como um átrio. Atualmente,
o espaço não é utilizado, entretanto, nas propostas de Laboratório de projeto
este espaço voltará a ser utilizado tornando-se a nova entrada principal do
museu.

Vista Aérea do MUHNAC

34
A época construtiva do pátio norte é de 1837, quando o edifício passou a
funcionar como escola politécnica.

2.2.5.3 – Tipologia Arquitetónica

A tipologia arquitetónica do espaço é pátio/átrio. Um pátio é uma zona


aberta situada no interior do edifício ou espaço cercado do edifício. A sua
função é fornecer ventilação e iluminação aos compartimentos que o rodeiam.

2.2.5.4 – Tipologia Construtiva

A tipologia construtiva original do pátio norte é a pombalina. O edifício


sofreu vários incêndios, dos quais o incêndio de 1843 afetou uma das partes
deste pátio que ficou destruída, como resultado hoje em dia o espaço é
composto por diferentes métodos construtivos.

2.2.5.5 – Estrutura

O sistema estrutural é de paredes autoportantes.

2.2.5.5.1 – Fundação

Fundação direta. Estrutura de embasamento em paredes mestras de


alvenaria de pedra.

2.2.5.5.2– Elementos Verticais

Paredes em alvenaria de pedra irregular argamassada, com cerca de 0,90 mt


de espessura no piso térreo com redução sucessiva da secção resistente em altura.

Fig. 33: Representação parede.

35
2.2.5.3 – Elementos Horizontais

Estrutura do pavimento em abóbadas de cantaria com lâmina de


compressão de entulho com argamassa.

2.2.5.6 – Paredes

2.2.5.6.1– Paredes Externas

Compostas por alvenaria de pedra rebocada e ligadas a uma estrutura interior


em madeira de carvalho ou azinho que proporciona travamento. Paredes com uma
média de 0,90 mt de espessura no piso térreo e diminuindo à medida que vamos
subindo os pisos. Estas paredes são feitas com pedras de grandes dimensões
dispostas de forma irregular e preenchidas com pedras de menor dimensão.

2.2.5.7 – Coberturas

2.2.5.7.1 - Planas

O pátio tem uma varanda que pertencem ao piso 4 da torre do I.G.I.D.L.


a qual têm um sistema de escoamento de águas.

Fig. 34: Vista da cobertura este desde a varanda da torre do I.G.I.D.L.

36
2.2.5.7.2 – Inclinadas

O pátio tem três coberturas inclinadas, duas destas são de três águas
nas fachadas nascente e poente do pátio as quais escoam as águas para o sistema
de drenagem do pátio que é realizado por tubagens localizadas nos cantos do pátio,
também possui uma cobertura inclinada de uma água na fachada norte a qual escoam
as águas num sistema que passa por fora do pátio.

Fig. 35 e 36: Vista da cobertura oeste e este desde a varanda da torre


do I.G.I.D.L., respetivamente.

Fig. 37: Imagem aérea das coberturas a volta do pátio norte.


37
2.2.5.8 – Acabamentos

2.2.5.8.1 – Revestimentos Verticais

2.2.5.8.1.1 – Exteriores
As paredes das fachadas este e oeste são rebocadas e pintada na cor
NCS S 0500-N, enquanto as fachadas norte e sul são rebocadas, estucadas e
pintadas. Roda-pé de um palmo (22 cm) de pedra lioz jateado.

Fig. 38: Paredes rebocadas e pintadas Fig. 39: Rodapé e parede rebocada e pintada

Fig. 40: Estudo da cor Fig. 41: Coluna e rodapé de pedra lioz.

2.2.5.8.2 - Revestimentos Horizontais

2.2.5.8.2.1 - Exteriores
Pavimentos térreos em lajeta de pedra calcária e gravilha de diversas
granulometrias.

38
Fig. 42: Pavimento exterior.

2.2.5.8.3 - Vãos Exteriores


2.2.5.8.3.1 – Portas
4 Portas batentes de madeira maciça com relevos e vidro simples,
pintada. Caixilharias de madeira e maçanetas em ferro pintado.

Fig. 43 e 44: Portas batentes

2.2.5.8.3.2 – Janelas
16 Janelas de madeira pintada de dois tipos, guilhotina e batente. Vidro
simples. Caixilharias de madeira e puxador em ferro, pintadas.

39
Fig. 45. Janela em Guilhotina Fig. 46: Janela Batente

Fig. 47: Janelas batentes torre I.G.I.D.L. Fig.48: Janela batente.

2.2.5.8.3.2 – Arcos
4 Arcos, 3 destes são arcos rebaixados e se podem observar na fachada
norte do pátio, enquanto na fachada sul observamos um arco adintelado com um
frontão. Estes arcos são revestidos em pedra lioz.

40
Fig. 49: Arco Adintelado com frontão Fig. 50: Arco Rebaixado

Fig. 51: Vista desde a varanda da torre do I.G.I.D.L. dos arcos rebaixados.

2.2.5.8.4 – Outros

2.2.5.8.4.1 – Serralharias

Guarda corpos de ferro com desenhos decorativos.

41
Fig. 52: Guarda corpos das janelas da torre do I.G.I.D.L.

Fig. 53: Guarda corpos das janelas da fachada norte do pátio.

Fig. 54: Guarda corpos da varanda da torre do I.G.I.D.L.

2.2.5.9- Desenhos

42
Fig. 55: Planta piso 0 do pátio norte. Fig.56: Planta piso 1 do pátio norte

Fig. 57: Alçado/corte fachada este Fig. 58: Alçado/corte fachada sul do pátio norte

Fig. 59: Alçado/ corte fachada oeste Fig. 60: Alçado/corte fachada norte do
pátio norte

43
3 - Análise Do Estado De Conservação Do Edifício
A análise do estado de conservação foi realizada a partir de fases começando
pelos elementos exteriores como coberturas e fachadas e seguindo-se dos espaços
interiores. Em seguida, apresentamos a carta de risco e análise das patologias do
caso de estudo, o Pátio Norte.

3.1 – Breve Análise Geral do Património Edificado

3.1.1 – Cobertura
Primeiro realizamos a análise do estado de conservação da cobertura e a parte
exterior do edifício, onde verifica-se que as zonas que foram afetadas pelos incêndios
se mantém em muito bom estado sendo que foram alvo de uma intervenção para
conservar o edifício, enquanto que as zonas que sobreviveram ao incêndio estão num
estado de conservação bom baseando-nos no tempo que estas têm.

Figura 33: Imagem aérea MUHNAC


Bom
Médio

44
3.1.2 – Pavimentos
A análise do estado de conservação dos elementos interiores baseou-se no
piso 0 e no piso 1 do edifício. Existem espaços nos quais não tivemos acesso, portanto
não se conseguiu realizar a análise, a partir dos espaços que visitamos podemos ver
o estado de conservação através dos esquemas seguintes.

Planta Piso 0

45
Não Acessível
Muito Bom
Bom
Médio
Degradado

Imagem 34: Anfiteatro Piso 0 Imagem 35: Corredor Piso 0

46
Imagem 36: Átrio da Igreja Piso 0 Imagem 37: Laboratório Chímico Piso 0

47
Planta Piso 1

Não Acessível
Muito Bom
Bom
Médio
Degradado

48
Imagem 38: Sala do Veado Piso 1 Imagem 39: Igreja Piso 1

Imagem 40: Laboratório Chímico Piso 1 Imagem 41: Sala Cyrillo Soares Piso 1

49
3.2 – Pátio Norte (Caso de Estudo)
Para desenvolvimento da carta de risco, foi escolhido o pátio norte, que é a zona em
análise nesse trabalho. A carta encontra-se no anexo 01.

3.3 – Diagnóstico e Prioridades De Intervenção


As patologias podem ser divididas em patologias estruturais e patologias
secundárias. Após a realização da carta de risco foi possível analisar as patologias e
dividi-las nestes grupos.
As patologias estruturais são aquelas que afetam a estrutura diretamente,
estando em primeiro lugar como prioridade de intervenção. Tem-se no caso de estudo
a fendilhação como patologia estrutural.
As patologias secundárias são aquelas que não trazem perigo a segurança dos
utilizadores do edificado. Portanto, podem ser retificadas, posteriormente à correção
das patologias estruturais. Tem-se no caso de estudo a sujidade, humidade na
superfície das paredes, crosta negra, podridão das portas e a desagregação do
reboco como patologias secundárias.
A seguir tem-se uma breve análise de algumas patologias.

3.3.1- Patologia no revestimento das paredes autoportantes


As patologias das paredes autoportantes em alvenaria nos edifícios antigos,
normalmente, são a fendilhação, esmagamento e desagregação. Tais anomalias
podem estar associadas com ações climatéricas, problemas de natureza estrutural do
edifício ou a presença de água no edificado.
3.3.1.1-
A fendilhação consiste na abertura de pequenas fendas ou rachas nas
superfícies. Essa anomalia pode estar presente na ligação entre as paredes
perpendiculares, na zona corrente da parede ou podem estar situadas próximas aos
vãos, já que são pontos mais fracos da construção. A causa da fendilhação pode estar
relacionada com a movimentação da matéria onde as fundações estão assentadas,
também podem estar ligadas ao comportamento da cobertura. A deficiência de
isolamento térmico pode causar mudança dimensionais, provocando fendas entre a
cobertura e paredes.
3.3.1.2 -
O esmagamento é uma patologia menos frequente e corresponde às zonas
onde as forças que ali são descarregadas são superiores à resistência da estrutura.
O esmagamento pode causar fissuras e trincas nas paredes.
3.2.1.3 –
A desagregação consiste na separação de partes agregadas, resultando no
descasque de pinturas e rebocos. Pode ser resultado do agravamento da fendilhação
nas paredes, entretanto a sua causa está mais relacionada com a ação dos agentes
climáticos. Por exemplo, as grandes diferenças de temperatura, a infiltração de águas

50
que causam humidade, entre outros. A água é um dos principais agentes causadores
da desagregação.

3.3.2- Patologia em pavimentos


Na maioria dos edifícios antigos os pavimentos são de madeira, dessa forma, as
patologias mais frequentes estão associadas à natureza deste material. As patologias
estão relacionadas com a degradação de características mecânicas ou com a
presença de água na construção.
3.3.2.1 –
A degradação mecânica está relacionada com a deformação da estrutura do
pavimento em madeira ligada, normalmente, às vigas no pavimento, podendo ser
agravada por empenamentos e fissuras.
3.3.2.2 –
O desenvolvimento de fungos e podridão estão relacionados com a infiltração
de água através de caixilharias, paredes ou coberturas. A humidade também propicia
a proliferação de insetos xilófagos, levando a destruição de zonas do pavimento.

3.3.3 – Patologias em coberturas


As coberturas apresentam, normalmente, um quadro mais geral de patologias.
Já que é um elemento da envolvente que está diretamente exposto às ações da chuva,
ventos, variações climáticas, entre outros.
As coberturas dos edifícios mais antigos são em estrutura de madeira, sofrendo
deformações naturais características do próprio material. Tal como nos pavimentos, a
infiltração de água na cobertura é um dos fatores que geram mais patologias.
3.3.3.1 – A deterioração da madeira na cobertura pode ser devido à infiltração
de água, que gera a humidificação do material. Dessa forma, a transmissão de cargas
das asnas em madeira sobre as paredes pode ser alterada, causando anomalias
estruturais na cobertura. Além disso, os tubos de queda, algerozes e caleiras podem
se romper ou sofrer entupimento, fazendo com que haja maior infiltração de água no
edifício.

51
4 – Proposta De Solução De Intervenção Na Reabilitação Do Edifício

4.1 Ficha de Patologia e Terapêutica

4.1.1 Pátio Norte

4.1.1.1 – Crostas Negras | Ana Paula Contente e Julia S. Copat

1. Identificação

Tipo de Anomalia:
Secundária - Não Estrutural

Localização l Orientação:
Alçado Oeste do Pátio Norte

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido

Descrição:
Depósitos superficiais a partir dos quais se formam camadas compactas de cor
negra, que se acumulam na superfície da pedra. As crostas negras têm origem em
transformações físico-químicas, devido à sulfatação das pedras calcárias, com
formação de crostas de gesso. As transformações ocorrem devido à poluição
atmosférica e à presença de partículas na atmosfera. A patologia é de gravidade
ligeira.

2. Caracterização

Causas Primárias:
Agentes atmosféricos.

Causas Secundárias:
Falta de manutenção e limpeza.

Consequências Possíveis:
Aspecto físico dos alçados, coloração negra.
Deterização da pedra em sí,

52
3. Prescrição de Soluções

Tipo de Intervenção:
Limpeza das cantarias exteriores através do recurso a jacto de água e
escovagens com escovas de cerdas macias. No interior, escovagens com água
quente para retirar estas patologias.

Medidas Corretivas:
Limpeza periódica para evitar o acúmulo de material.

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):


Arquiteto com qualificação em obras de restauro e reabilitação.

Materiais e Equipamentos:
Mangueira com baixa pressão • Escovas de cerdas macias

Fases de Intervenção:
Limpeza das cantarias com recurso a um jato de água de baixa pressão •
Escovagem das crostas com escovas de cerdas macias

Observações:
-

4. Profilaxia

Em projeto:
Definir ciclos de limpeza e manutenção, de modo a prevenir o aparecimento de
crostas negras.

Definição dos Ciclos de Manutenção:


Limpeza e manutenção periódicas.

53
4.1.1.2 – Podridão/Apodrecimento das Carpintarias | Ana Paula Contente e
Julia S. Copat

1. Identificação

Tipo de Anomalia:
Secundária

Localização l Orientação:
Alçado Sul do Pátio Norte.

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido

Descrição:
Devido às ações atmosféricas a tinta da carpintaria saltou deixando a madeira
exposta fazendo com que esta se degradasse e apodrecesse.

2. Caracterização

Causas Primárias:
- Exposição às condições atmosféricas tanto sol como chuva e humidades;
- Retratilidade do material;
- Infiltrações por capilaridade;
- Agentes biológicos.

Causas Secundárias:
- Mau uso do elemento, neste caso da porta;
- Envelhecimento da madeira;
- Falta de manutenção e de limpeza.

Consequências Possíveis:
- Cor acinzentada da superfície exposta ao sol;
- Empenos das peças por secagem não controlada;
- Dilatação ou retração acentuada da madeira;
- Abertura de juntas entre as peças de madeira;
- Empolamento da tinta.

54
3. Prescrição de Soluções

Tipo de Intervenção:
Reabilitação/Restauro

Medidas Corretivas:
Tanto no interior como no exterior tentar eliminar a presença de água em
contacto com a madeira por escoamento ou ventilação.

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):


Carpinteiro.

Materiais e Equipamentos:
- Imunizador tipo Cuprinol anti-caruncho;
- Verniz ou tinta impermeabilizantes próprios para madeiras.

Fases de Intervenção:
1º - Localizar a causa do apodrecimento e tentar eliminálo;
2º - Retirar toda a madeira deteriorada;
3ª - Colocar madeira nova e tratada;
4º - Aplicar o Imunizador tipo Cuprinol anti-caruncho;
5º - Aplicar a tinta impermeabilizante.

4. Profilaxia

Em projeto:
Ao projetar vãos com caixilharia em madeira devemos ter em atenção a
orientação relativamente à exposição solar, assim como tentar proteger ao máximo o
vão da chuva e de humidades. Ter um bom sistema de isolamento e
impermeabilidade.

Definição dos Ciclos de Manutenção:


Manutenção, limpeza e tratamento das madeiras periodicamente.

55
4.1.1.3 – Fendilhação | Ana Paula Contente e Julia S. Copat

1. Identificação
Tipo de Anomalia:
Fendilhação de Alçados

Localização l Orientação:
Alçado Este do Pátio Norte.

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido.

Descrição:
Possível abatimento do terreno que provocou o deslocamento do suporte ou
sobrecarga excessiva sobre os elementos da alvenaria de pedra. Em alguns casos, a
fendilhação está ligada à uma patologia secundária, que deve-se à retracção do
reboco, provavelmente causada pela má execução do reboco, devido ao mau
doseamento ou à execução do reboco durante um dia muito quente que levou à
evaporação repentina da água da mistura após a sua aplicação na parede.

2. Caracterização
Causas Primárias:
Movimentação do terreno onde as fundações estão assentadas;
Sobrecarga excessiva sobre os elementos de alvenaria em pedra;
Concentrações de tensões junto às aberturas.

Causas Secundárias:
Retracção do reboco;
Má execução do reboco;
Deficiência de isolamento térmico;
Infiltrações;
Secagem prematura da tinta.

Consequências Possíveis:
Podem evoluir e resultar na danificação da estrutura.

3. Prescrição de Soluções
Tipo de Intervenção:

56
Primeiro, é preciso perceber o motivo da fendilhação, e depois, optar pela
intervenção mais apropriada, entre elas, algumas estão listadas à seguir.
- Avivar a fenda, preencher a fenda com um mástique elasto-plástico
monocomponente;
- Consolidação e reforço de estruturas e fundações;
- Picagem do reboco até ao “osso” e refazer o revestimento;
- Refazer a camada de pintura.

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):


Engenheiro responsável e qualificado para a função.

Materiais e Equipamentos:
Maquinário especializado na técnica jet grounting.

Fases de Intervenção:
- Perfuração de pequeno diâmetro até à profundidade pretendida;
- Um fluido a alta pressão é injetado através de pequenos injetores na parte
inferior da vara de perfuração;
- A ferramenta de perfuração é subida lentamente e em rotação criando uma
coluna de solo-cimento;
- Durante a injeção, o material em excesso deverá sair livremente pelo espaço
anelar entre a vara e as paredes do furo de forma a não criar sobrepressões no
maciço.

4. Profilaxia
Em projeto:
- Análise geológica;
- Dimensionamento correto das estruturas.

57
4.1.1.4 – Manchas na Fachada | Ana Paula Contente e Julia S. Copat

1. Identificação
Tipo de Anomalia:
Secundária - Não estrutural

Localização l Orientação:
Alçado Norte do Pátio Norte.

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido.

Descrição:
No Revestimento da Fachada surgem manchas de cor escura. Essas manchas
criam uma imagem que permite visualizar as juntas de argamassa e a disposição dos
elementos estruturais.

2. Caracterização
Causas Primárias:
- Termoforese
- Diferenças de temperaturas na superfície fachada

Causas Secundárias:
- Diferenças significativas de condutibilidade entre as juntas e a alvenaria de
pedra;
- Espessuras de revestimento reduzidas.

Consequências Possíveis:
Esta patologia afeta apenas o aspeto estético da fachada do edifício, e não
apresenta, portanto, qualquer risco para a qualidade e durabilidade do revestimento.

3. Prescrição de Soluções
Tipo de Intervenção:
Reabilitação/Restauro

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):


Engenheiro responsável e qualificado para a função e arquiteto qualificado em
obras de restauro e reabilitação.

58
Materiais e Equipamentos:
Isolamento térmico pelo exterior, Etics ou revestimento descontínuo, do tipo
fachada ventilada.

4. Profilaxia
Em projeto:
Aplicação de um sistema de isolamento térmico pelo exterior, do tipo ETICS,
ou de um revestimento descontínuo, do tipo fachada ventilada.

Definição dos Ciclos de Manutenção


Manutenção e Limpeza periódicas.

59
4.1.1.5 – Desagregação do Reboco | Ana Paula Contente e Julia S. Copat

1. Identificação
Tipo de Anomalia:
Secundária - Não estrutural

Localização l Orientação:
Alçado Este do Pátio Norte.

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido.

Descrição:
A desagregação consiste na separação de partes agregadas, resultando no
descasque de pinturas e rebocos. Pode ser resultado do agravamento da fendilhação
nas paredes, entretanto a sua causa está mais relacionada com a ação dos agentes
climáticos. Por exemplo, as grandes diferenças de temperatura, a infiltração de águas
que causam humidade, entre outros. A água é um dos principais agentes causadores
da desagregação.

2. Caracterização
Causas Primárias:
- Grandes diferenças de temperatura;
- Infiltração de águas que causam humidade.

Causas Secundárias:
- Agravamento da fendilhação nas paredes.

Consequências Possíveis:
Esta patologia afeta apenas o aspeto estético da fachada do edifício, e não
apresenta, portanto, qualquer risco para a qualidade e durabilidade do revestimento

3. Prescrição de Soluções
Tipo de Intervenção:
Reabilitação/Restauro

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):

60
Engenheiro responsável e qualificado para a função e arquiteto qualificado em
obras de restauro e reabilitação.

Materiais e Equipamentos:
- Massa corrida;
- Espátula;
- Lima;
- Tinta.

4. Profilaxia
Em projeto:
Na fase de execução e de revestimentos e materiais escolher uma argamassa
adequada para ter capacidade de permeabilização e revestimentos (tintas) também
elas com capacidade impermeabilizante. Também pensar no escoamento da água
pluvial.

Definição dos ciclos de manutenção:


Aplicar periodicamente os materiais acima referidos assim como fazer uma
manutenção de tempos em tempo

61
4.1.1.6 – Escorrências | Ana Paula Contente e Julia S. Copat

1. Identificação
Tipo de Anomalia:
Secundária - Não estrutural

Localização l Orientação:
Alçado Oeste do Pátio Norte.

Uso l Ano de Construção:


1837, quando o edifício passou
a funcionar como escola politécnica.

Projeto:
Autor Desconhecido.

Descrição:
Revestimento das paredes apresentam escorrências causadas por humidade
e infiltrações devido à deficiente drenagem da cobertura (água da chuva arrasta
poeiras).

2. Caracterização
Causas Primárias:
- Agentes atmosféricos;
- Infiltrações;
- Falta de manutenção.

Causas Secundárias:
- Contaminação ambiental;
- Humidade.

Consequências Possíveis:
- Aspeto estético afetado;
- Degradação superficial e/ou profunda;
- Perda de coesão / desagregação do reboco;
- Expansão da anomalia para áreas circundantes à afetada.

3. Prescrição de Soluções
Tipo de Intervenção:
Reabilitação/Restauro

Técnico Especializado (mão de obra qualificada):

62
Engenheiro responsável e qualificado para a função e arquiteto qualificado em
obras de restauro e reabilitação.

Materiais e Equipamentos:
- Escova dura de nylon;
- Tinta 100% acrílica.

Fases de intervenção:
1. Limpeza da superfície, desengordurada e isenta de quaisquer
contaminantes;
2. Pintura hidrofugante com acabamento homogéneo;
3. Lixar para aderência de uma nova pintura 100% acrílica com alta resistência
química.

4. Profilaxia
Em projeto:
Aplicar revestimentos resistentes à humidade e infiltrações

Definição dos ciclos de manutenção:


Manutenção do sistema de drenagem da cobertura e limpeza periódica.

63
5 – Conclusão
Ao longo deste trabalho aprendemos sobre diferentes tipologias de edifícios e
a sua respetiva época: Pombalino, Gaioleiro e Contemporâneo. Também foi estudado
as técnicas construtivas de cada um deles e aprofundrmos o nosso conhecimento
quanto à estrutura destes edifícios e a sua caracterização ao nível de inúmeros
aspetos construtivos.
Com o decorrer do semestre desen de identificar diversas patologias existentes
nos objetos arquitetónicos escolhidos, assim como as suas causas, consequências, e
como intervir para corrigir as patologias e como seria possível evitá-las em projeto.
Este trabalho se mostrou bastante enriquecedor ao nível de informação e
conhecimento dentro do ramo de reabililitação e conservação de edificícios, e
adquirimos ferramentas essenciais para o nosso futuro dentro da profissão.

64
6 – Bibliografia

Casa do Noviciado de Nossa Senhora da Assunção da Cotovia/Colégio dos


Nobres/Escola Politécnica/Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa/Museu
de História Natural e da Ciência. Sistema de Informação para o Patrimônio
Arquitetónico, 2011. Acesso em: 14 de março de 2022. Disponível em
<http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5059>.

História e Património. Museu Nacional de História Natural e da Ciência, 2015. Acesso


em: 14 de março de 2022. Disponível em <https://www.museus.ulisboa.pt/pt-
pt/historia-e-patrimonio>.

APPLETON, João Augusto da Silva. (2003) Reabilitação de Edifícios Antigos:


Patologias e Tecnologias de Reabilitação. Lisboa: Edições Orion.

APPLETON, Júlio. CONSTRUÇÕES EM BETÃO – Nota histórica sobre a sua


evolução. Acesso em 31 de março de 2022. Disponível em
<http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/GDBAPE/ConstrucoesEmBetao.pdf>

LEITE, Rui Emanuel Magalhães. Métodos Construtivos De Edifícios – Comparação


Entre Pré-Fabricação E Construção Tradicional Em Betão Armado. Acesso em: 31 de
março de 2022. Disponível em
<https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/8105/1/DM_RuiLeite_2015_MEC.pdf>

“Edifícios com estrutura de alvenaria («1755)”. Departamento de estruturas. Acesso


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Reis Paulo, Luísa. “Caracterização de Edifícios. Tipologias da Arquitectura e da


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65
Ramos, Pamella. 2018. “Transição dos edifícios de tipologia pombalina para gaioleira”.
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Politécnico de Setúbal. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/25659

COLIN, Silvio. “Técnicas construtivas do período colonial – I”, Coisas de Arquitectura,


Consultado no dia 1 de maio de 2022. Disponível em: «
https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-
colonial-i/ »

66
Anexo 01

67
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ALÇADO SUL

IMAGEM 01 IMAGEM 02
ALÇADO SUL ALÇADO SUL

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IMAGEM 01 IMAGEM 02
ALÇADO SUL ALÇADO SUL

nº simbolo especificação
01 sujidade
04 02 humidade
03 crosta negra
04 podridão
05 fendilhação
06 desagregação do reboco
BASEADO NUM DESENHO ORIGINAL PRODUZIDO PELOS SERVIÇOS CENTRAIS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA EM 2013/2014
REABILITAÇÃO DO MUSEU NACIONAL DE HIST RIA NATURAL E DA CI NCIA
GRUPO 01 | ANEXO 01 TECNOLOGIAS DE REABILITAÇÃO E CONSERVAÇÃO | ANO LECTIVO 2021/2022

ALÇADO SUL
ESCALA 1:50 título do desenho escala(s) data desenho nº
CARTA DE RISCO 1/50 MAIO 2022 A 1 01
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ALÇADO NORTE

IMAGEM 01 IMAGEM 02
ALÇADO NORTE ALÇADO NORTE
05

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05

IMAGEM 04
ALÇADO NORTE
05

IMAGEM 03
02
ALÇADO NORTE
03

05
05

01 01 01 01

01
02
03
01 02

02 06
06

04
0
0
BASEADO NUM DESENHO ORIGINAL RODU IDO ELOS SER IÇOS CENTRAIS DA UNI ERSIDADE DE LISBOA EM 2013 2014
REABILITAÇÃO DO MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA
GRU O 01 ANE O 01 TECNOLOGIAS DE REABILITAÇÃO E CONSER AÇÃO ANO LECTI O 2021 2022
ALÇADO NORTE
ESCALA 1 0
CARTA DE RISCO 1 0 MAIO 2022 A.1.02
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ALÇADO ESTE

05

01 01

05
02
06
02
02

02

06
IMAGEM 01 IMAGEM 02 IMAGEM 03
05
ALÇADO ESTE ALÇADO ESTE ALÇADO ESTE
05

ALÇADO OESTE

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01

01 01 01
05
02 02

03 03

IMAGEM 01 IMAGEM 02 IMAGEM 03


05 ALÇADO OESTE ALÇADO OESTE ALÇADO OESTE

03

05 01
01
01 02
01
02 05 03
0
0
0
ALÇADO ESTE ALÇADO OESTE BASEADO NUM DESENHO ORIGINAL RODU IDO ELOS SER IÇOS CENTRAIS DA UNI ERSIDADE DE LISBOA EM 2013 201
ESCALA 1 0 ESCALA 1 0 REABILITAÇÃO DO MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA
GRU O 01 ANE O 01 TECNOLOGIAS DE REABILITAÇÃO E CONSER AÇÃO ANO LECTI O 2021 2022

CARTA DE RISCO 1 0 MAIO 2022 A.1.03


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