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MUSEU DE CACERES.

Um decénio de colaboracáo transfronteinca 71

o Museu de Cáceres
o Museu de Cáceres foi fundado em 1917, por Na altura da fundacáo oficial (1917), o Museu já
um pequeno núcleo de investigadores, que faziam ocupava duas salas do Instituto e era visitado por
parte da Comisión Provincial de Monumentos da alguns cidadáos. mas na verdade era pouco co-
Provincia de Cáceres. Desde 1898 já havia come- nhecido, uma vez que a visita deveria ocorrer du-
cado a funcionar um modesto museu arqueológico, rante o horário das aulas. D. Juan Sanguino Michel
intitulado Escolar no Instituto General y Técnico da tinha sido nomeado primeiro director do Museu,
cidade, o centro de ensino secundário onde alguns cujos recursos financeiros eram táo limitados, que
dos referidos investigadores eram professores. nao se podia ainda pensar em sede própria; mas,
Entre estes beneméritos mestres é de salientar D. as coleccóes continuavam a aumentar; e após o
Gabriel Llabrés, Catedrático de Geografia e Histó- falecimento de Sanguino (1921) foi designado um
ria que tinha conseguido reunir os primeiros objec- novo director, D. Miguel Angel Orti Belmonte, Ca-
tos arqueológicos e artisticos do museu, doados ou tedrático de História na Escola de Magistério cace-
legados, quer por estudantes quer por professores, renha, que imediatamente demonstra ao Patronato
ou eruditos da Arte ou da História da Provincia; vul- do Museu a necessidade de procurar um local útil,
tos da cultura dos finais do século XIX e inicios do para albergar todas as pecas e facilitar a visita pú-
XX, como Mario Roso de Luna, Publio Hurtado, blica, em melhores condicóes, como já acontecia
Vicente Paredes ou Adolf Schulten sáo alguns dos noutras cidades, tal como Mérida, com o Museu
que contribuiram para que o museu comecasse o Romano, criado em 1838.
seu funcionamento, primeiro num corredor do Ins-

tituto, e posteriormente, ocupando até tres quartos Durante alguns anos tornou-se impossivel arranjar
e duas salas do centro educativo. um novo edificio, devido El falta de apoio do Es-
tado. Só com a proclarnacáo da República (1931)

as coisas cornecararn a mudar e o Ministério da


lnstrucáo Pública tomou consciencia da premen-
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te urgencia do problema: por um lado, o Instituto do Bronze e a chamada cozinha folclórica, formada

precisava das salas ocupadas pelo Museu, para com objectos que tinham doado os alunos de Orti

acolher os novos alunos que iam chegando com Belmonte da Escola de Magistério, mas o principal

a reorqanizacáo do ensino público, e por outro, o atractivo era o algibe, que esteve, desde a inau-

próprio Museu tinha grande necessidade de um lo- quracáo, disponivel ao público. No primeiro andar

cal próprio, mais amplo, sendo que as coleccóes já havia uma só sala com coleccóes numismáticas e

nao podiam continuar a crescer e eram necessá- quadros, depositados pelo Museo del Prado, de

rios gabinetes e salas de trabalho para o Patronato artistas como Emilio Sala, Múgica, Haes, Alcázar

e para o Director. Assim, o novo governo republi- Tejedor, etc. além da habitacáo do director e da

cano disponibilizou o orcarnento para o Patronato respectiva familia.

procurar um prédio capaz de albergar o Museu; o

director, Orti Belmonte foi encarregue da tarefa e, Em 1951 Orti renuncia á Direccáo e é substituido

depois de algumas tentativas, conseguiu acordar pelo Conde de Canilleros, D. Miguel Muñoz de San

com a proprietária o arrendamento da Casa de las Pedro, que desenvolve o exercício das funcóes,

Veletas, um conhecido edificio singular da Cidade com vertente honorária. Na verdade, o peso do

Monumental que, alguns meses antes, havia sido Museu descansa nas costas do Conservador, que

declarado Monumento Nacional, pelo facto de al- entre 1955 e 1969 é D. Carlos Callejo Serrano, um

bergar na cave uma espectacular cisterna árabe. funcionário dos Telégrafos que, interessado pela

Esta cisterna, mais conhecida como o algibe, tem Arqueologia e pela História, era Delegado Provin-

sido atribuida aos almóadas pela maioria de auto- cial de Escavacóes Arqueológicas. Callejo moro u

res, mas há também quem pense numa cronologia com a familia na Casa de las Veletas e dedicou

anterior, nos séculos X-Xl. anos de trabalho ao Museu, sem receber qualquer

ordenado ou rernuneracáo: fez o catálogo da colee-

Após alguns meses de trabalho, o Museu era final- cáo numismática, conseguiu para o Museu pecas
mente inaugurado, a 12 de Fevereiro de 1933, o fulcrais como o Tesouro de Serradilla, reorganizou

que quer dizer que há pouco comemorámos o 75° algumas das salas e é de substancial siqnificáncia

aniversário (VV. AA., 2008). Naqueles primeiros a descoberta das pinturas rupestres na cova de

anos o Museu apresentava tres salas no rés-do- Maltravieso (1956), uma estacáo de arte paleoliti-

chao: na primeira podia ver-se uma boa coleccáo ca, que a época, era a única do interior peninsular,

de pintura regional (Covarsi, Solis Ávila, Checa, ainda que hoje, outras sejam conhecidas.

Lucenqui, Egusquiza, Esquivel) além de vitrinas

que recolhiam materiais do acampamento de Uma primeira modernizacáo chegou ao Museu

Cáceres el Viejo; nas outras mostravam-se jóias, de Cáceres aquando da criacáo do Patronato Na-

marfins, vid ros romanos, pecas arqueológicas da cional de Museos (1968), o que significou que os

cidade de Capera, os ex-votos romanos de Calvi e museus das provincias que nao contavam com

algumas pecas árabes. Na cave, o visitante encon- pessoal técnico funcionário do Estado -como era o

trava as coleccóes pré-históricas e etnográficas, caso carcerenho- passariam a dependencia directa

com os verracos, as estelas decoradas da Idade do Ministério da Educacáo, que desde entáo iria
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designar o novo director funcionário e tomar conta -se por um prédio junto da Casa de las Veletas,
de todas as des pesas do Museu, uma vez que até sendo que os visitantes podem entrar pelo jardim
ao momento, o orcarnento tinha sido fornecido pelo do edifício principal, sem necessidade de sair para
Estado, bem como pela Diputación Provincial e o exterior; a Casa de los Caballos, nome com que
pelo Ayuntamiento. Finalmente, ° Museu integrou se conhece este local, por antes ter acolhido uma
o Patronato a 24 de Abril de 1970 e imediatamente cavalarica, alberga hoje uma nova e importante
arrasta um programa de rnodernizacáo destinado coleccáo de Arte Contemporánea adquirida pela
a actualizacáo museológica e museográfica, de Diputación Provincial, com obras de Picasso, Miró,
acordo com conceitos modernos; as coleccóes Saura, Millares, Canogar, Oteiza, Chirino, Equipo
artísticas sáo separadas das arqueológicas, pas- Crónica, etc. No entanto, a administracáo regional
sando estas para um outro local, a Casa del Mono, duplica a equipa de vigilantes e corneca uma pau-
enquanto o prédio principal, a Casa de las Veletas latina política de recuperacáo e modernizacáo do
é submetido a trabalhos de reabilitacáo que se Museu; em 1992 é inaugurada a nova Seccáo de
háo-de concluir em 1976. O novo museu apresenta Belas Artes na Casa de los Caballos e várias pe-
o espólio arqueológico na cave e no rés-do-cháo, cas essenciais do Museu fazem parte do Pavilháo
muito aumentado com os objectos provenientes da Extremadura na Expo 92 de Sevilha; nos anos
das novas escavacóes de Villasviejas de Tamuja, seguintes a Junta de Extremadura utiliza as nossas
Valencia de Alcántara, Cáparra, Monroy, etc.; uma salas para apresentar algumas exposicóes tempo-
grande coleccáo etnográfica, acrescentada com rárias e, em 1995, o Museu é incluído no percurso
o conjunto de pecas adquiridas a D. Pedro Pérez da visita que o Príncipe das Astúrias, D. Felipe de
Enciso, ocupando todo o primeiro andar, tendo já Borbón, faz a Cáceres.
desaparecido a habitacáo do director cujo espaco

se distribui entre as salas, os gabinetes e um novo Mas é a partir de 1997 que o Museu se consolida e
local para biblioteca e, finalmente, já foi dito, a sec- recupera a grandeza da instituicáo cultural, nao só

cáo de Belas Artes fica na Casa del Mono, onde ~cal, mas também regional, que tinha sido nos pri-
permanecerá alguns anos. meiros anos. A equipa técnica incorpora mais duas

pessoas e os orcarnentos para actividades váo au-


A nova ordenacáo constitucional espanhola signi- mentando lentamente, mas de maneira constante;
ficou a transferencia para as Comunidades Autó- o que permite o início de um ambicioso programa
nomas da responsabilidade pela qestáo cultural. de reorqanizacáo da instituicáo, que inclui um im-

Desde 1985, os arquivos históricos, as bibliotecas portante capítulo para a ditusáo cultural. Recupe-

e os museus cornecarn a ser geridos pelos gover- ram-se as exposicóes temporárias, que agora sáo

nos regionais; assim acontece com o Museu de programadas pelo próprio Museu, cornecarn novos

Cáceres, tutelado pela Junta de Extremadura des- ciclos de conferencias e de música de cámara;

de 1989, embora os edificios e a maior parte das térn início cursos, jornadas e reunióes científicas

coleccóes continuem a ser propriedade do Estado. que antes nunca foram realizadas; principia um
A partir de entáo principia uma nova fase na vida importante labor editorial nao só com os catálogos
da instituicáo, o local da Casa del Mono permuta- das exposicóes, mas também com duas séries
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de monografias científicas; inicia-se um Departa- Razoes para urna colabora<;ao


mento de Educacáo, qracas a contratacáo de uma

nova Técnica em Pedagogia (2002) e, finalmente, Ainda que nao parees imprescindivel uma justifi-
o Museu reforce os lacos com a Universidade de cacao para o trabalho comum de portugueses e
Extremadura, através de um programa de práticas espanhóis, infelizmente ainda há nas duas socie-
profissionais para os alunos dos últimos anos de dades ibéricas quem nao perceba a conveniencia
História e História da Arte. e até a necessidade desta colaboracáo. Todos

nós sabemos que os nossos paises já passaram


Todas estas novas actividades térn contribuido muitos séculos de costas voltadas, quando nao
para que o Museu seja, hoje, na cidade de Cáce- estiveram a brigar por coroas, principes ou metros
res, uma referencia cultural imprescindivel, sendo de terra; todavia as coisas mudaram muito, espe-
sempre presente -e continua a ser- uma preocupa- cialmente desde a recuperacáo da democracia em
cáo com a cultura portuguesa, táo próxima de nós, toda a Peninsula e a partir da nossa mteqracáo na
mas que ainda nao é suficientemente conhecida e Uniáo Europeia.
valorizada; por isso trabalhámos desde o primeiro
momento para estabelecer relacóes com os nos- No novo espaco europeu, as fronteiras desvane-
-so s colegas do outro lado da Raia, em busca de cem-se e novas delirnitacóes ou áreas regionais
uma colaboracáo profícua, para ambas as partes. surgem, baseadas na maior rentabilizacáo dos
Hoje pode dizer-se que a experiencia nao pode ser recursos existentes. Os que ontem eram inimi-
mais grata. gos, sáo agora sócios que partilham o território, as

infra-estruturas e as políticas para a resolucáo de

Colaboracáo problemas comuns. Esta nova fase abre, para as

regi6es transfronteiricas, um mundo novo, cheio de

transfronteirica possibilidades. Já constatámos que é muito mais


importante olhar para o vizinho, ver o que é que

Antes de citar, detalhadamente, a nossa experi- possui e como posso aproveitá-Io, do que continu-

encia de colaboracáo com parceiros portugueses, ar a olhar para o seu umbigo. Mas, para transpor a

durante os últimos dez anos, parece-me pertinen- Raia é preciso também abater as fronteiras psico-

te explicar os conceitos que sustentam, no plano lógicas, acabar com preconceitos seculares e co-

teórico, uma táo importante parceria, nao só do rnecar a ver o outro como um consumidor do meu
ponto de vista do estorco pessoal dos profissionais produto, um sócio, ou porque nao, um amigo.

envolvidos, mas também no que concerne a pers-


pectiva financeira dos recursos públicos investidos. Essa nova relacáo é particularmente preferencial

Para isso, há que responder a algumas quest6es na área fransfronteirica alentejano-estremenha,

fundamentais sobre os motivos ou justiñcacóes da uma vez que sáo duas regi6es historicamente as-

colaboracáo, sobre os objectivos e sobre o modo soladas, espoliadas e desprovidas de recursos pe-

de procedimento com os nossos parceiros. los nossos respectivos Estados, sendo que o inimi-

go nao encontraria qualquer sustentabilidade, caso


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tivesse a intencáo de nos invadir. Havemos de ser ficamos surpreendidos comprovando que nao há
capazes de tirar o máximo proveito dos nossos assim tantas diíerencas: do outro lado, acontece
fracos recursos, mas para isso é necessário falar, também supormos que somos muito semelhantes
partilhar, negociar, e só é possível fazé-lo através em termos de alirnentacáo, festas, costumes, e
de um bom conhecimento mútuo. descobrirmos que também nao é assim; noutras

palavras, utilizamos muitos preconceitos na nossa


Mas esta conveniencia de nos conhecermos me- visáo do outro, e só com um melhor conhecimento
Ihor nao deve ser considerada exclusivamente nos poderemos superar tais pensamentos erróneos.
domínios económicos ou comerciais, mas também

turísticos, culturais, educativos, sociais, etc .. De O nosso ponto de partida é, portanto, a procura do
facto há alguns dados que falam com toda a clare- conhecimento; com o melhoramento desta nocáo
za - Portugal é o país estrangeiro que mais turistas é que poderá chegar a capacidade de apreciar o
proporciona a Extremadura, com 31,6 % do total outro, e sequente abertura de inúmeras possibili-
(Consejería de Economía y Trabajo, 2006: 546); dades de troca de ideias, experiencias, produtos,
70 % dos estudantes de Portuqués que há em Es- pessoas, negócios, etc. como se a fronteira nao
panha sáo estremenhos (GIT, 2007), mais de 27,3 existisse. Táo logo as nossas regi6es sejam capa-
% dos turistas estrangeiros no Alentejo sáo espa- zes de chegar a esse nível de intercambio, estare-
nhóis, que estáo no topo desta estatística (I.N.E., mos a aproveitar ao máximo as nossas possibilida-
2007: 337), etc. Além do mais, há até um mandato des, e nas melhores condicóes, para participarmos
legal no Estatuto de Autonomia da Extremadura, o na implacável concorréncia imposta pelo mercado
Artigo 6, que vincula entre os objectivos básicos único continental.

da Comunidade Autónoma "impulsionar o estreita-

mento dos lacos humanos, culturais e económicos Procedimento


com a nacáo vizinha de Portugal".

Na tarefa do estabelecimento de tacos de cola-


Objectivos boracáo com o outro lado da Raia, houve várias

apreciacóes muito úteis para nós; algumas delas


Como previamente citado, o Museu de Cáceres térn a ver só com a nossa experiencia particular,
empenha-se na colaboracáo transfronteirica por- mas outras poderiam interessar a outros museus
que julgamos essencial um melhor conhecimento ou colegas que possam estar neste momento a tra-
da realidade portuguesa para atingirmos essa co- car uma trajectória semelhante de relacóes trans-
munidade de interesses e esforcos de que esta- fronteiricas. Achamos que o alicerce deste tipo de
mos a falar. O objectivo principal é, enfim, melhorar colaboracáo deve ser o respeito mútuo, a maior
o conhecimento mútuo e facilitar assim que os dois consideracáo pelo outro e pela sua cultura; deve
povos saibam apreciar as peculiaridades culturais ser abandonada, portanto, qualquer tentacáo de
do vizinho, e identificar nao só o que nos une, mas impor os nossos pontos de vista ou de tratar o ou-
também o que nos diferencia. Por vezes, achamos tro como inferior, mesmo na possibilidade de ser-
que nao temos nada a ver com os do outro lado, e mos nós a parte forte numa eventual relacáo com
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um sócio menos poderoso; o Museu de Cáceres já A nossa experiencia


teve experiencias de colaboracáo com pequenas

cámaras municipais, bem como com um grande Com as rnotivacóes, os objectivos e a maneira de
Museu Nacional, e sempre considerou os sócios proceder já expostas, o Museu de Cáceres tem
dignos de todo o respeito, e reciprocamente, foi desenvolvido uma importante colaboracáo trans-
tratado sempre com a máxima consideracáo. fronteirica nos últimos dez anos; em grande parte
estamos gratos a Cámara Municipal de Castelo de
Entre as condicóes que podem contribuir para a Vide e a Seccáo de Arqueologia da vila, nomea-
obtencáo dos nossos objectivos, uma importante damente ao seu responsável, presentemente Vice-
é o domínio do idioma. Normalmente, os nossos presidente do Município, Exrn? Senhor D. António
sócios portugueses, nomeadamente na reqiáo Pita. Foi ele quem nos introduziu neste cativante
raiana, falam espanhol, ou pelo menos percebem- mundo da cooperacáo raiana, sendo também im-
no, e sempre existe a possibilidade de utilizarmos portante lembrar os nomes dos antigos presidentes
a nossa célebre língua franca, o porfunhol, que táo daquela Cámara Municipal, Exmos. Senhores. D.
bons resultados dá. No entanto, estamos cientes Carolino Tapadejo e D. Joaquim Canário. Partindo
de que do outro lado a realidade é bem diferente; destes primeiros contactos -e amizades- surgidos
infelizmente, a maioria dos espanhóis carece da das experiencias comuns é que fomos abrindo o
suficiente nocáo da língua portuguesa, de tal ma- nosso leque de relacóes com Portugal, até chegar-
neira que, para nós, sempre tem sido uma priori- mos a siíuacáo actual.
dade a aprendizagem do Portuqués.

SÓ algumas semanas depois da minha chegada


Finalmente, outra das questóes importantes, para a Direccáo do Museu de Cáceres (Maio de 1997)
nós, é o facto de o Museu nao ter "personal ida- conheci António Pita no Casar de Cáceres, onde
de jurídica", o que nos tem impedido de sermos apresentava uma exposicáo das coleccóes da Sec-
signatários de convénios ou acordos de colabora- cáo de Arqueologia de Castelo de Vide; falámos da
cáo. Aliás, há que reconhecer que nunca estive- possibilidade de levarmos a mostra ao Museu e,
mos no eixo da política transfronteirica da nossa a 9 de Outubro, inaugurava a primeira exposicáo
administracáo regional, que prefere apoiar outras de Arqueologia portuguesa no Museu de Cáceres.
instituicóes ignorando as nossas propostas. Eis a Muitas outras exposicóes, conferencias e trocas
razáo de termos desenvolvido uma dinámica de de todo o tipo vieram posteriormente, nao só em
trabalho muito ágil, que dá prevalencia as relacóes colaboracáo com Castelo de Vide, mas aqueles
laterais, ao rosto a rosto, sem necessidade de primeiros dias sáo registos presentes e sensíveis
assinarmos papéis, porque a palavra dos nossos nas nossas memórias.
parceiros foi sempre suficiente - a vantagem que

usufruimos com esta maneira de agir é que agora Durante estes anos, as actividades desenvolvidas
podemos contar com os nossos parceiros, do outro de acordo com os nossos amigos portugueses fo-
lado, como verdadeiros amigos, fruto deste trato ram de todo o tipo, mas podem ser sintetizadas em
pessoal.
tres linhas: exposicóes temporárias, conferencias
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e outras, nomeadamente jornadas, reuni6es, con- 1997: Arqueologia em Castelo de Vide, de Outubro

gressos e concertos de música. a Novembro. Organizada pela Cámara Municipal

de Castelo de Vide, apresentou os resultados do

Exposiq6es temporárias trabalho da Seccáo de Arqueologia, desde a sua


criacáo.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que desde Maio 1998: Monumentos e Centros históricos portu-
de 1997 até aos finais de 2007 o Museu de Cáce- gueses inscritos na lista de Património Mundial

res organizou mais de uma centena de exposicóes da UNESCO, no mes de Janeiro. A exposicáo era

temporárias, nao só com as próprias coleccóes, constituída por fotografias de Rui Cunha, reconhe-

mas especialmente com conjuntos artísticos, ar- cido fotógrafo, com uma ampla bagagem artística,

queológicos ou etnográficos, provenientes de no ámblto do Património Cultural e Natural.

outras instituicóes, como museus, instituicóes cul- 1998: Tajo / Tejo. Doze objectivos fotográficos, de

turais e financeiras, associacóes, etc. Entre este Marco a Abril. Organizada pela Caja de Madrid, in-

leque de actividades, uma parte importante proce- cluiu os trabalhos de seis artistas espanhóis e seis

dia de Portugal ou tinha alguma coisa a ver com o portugueses sobre o percurso do rio Tejo.

nosso país vizinho. Além disso, em Julho de 1997 1998: Cam6es, de Junho a Agosto, exposicáo de

cornecárnos a implementar a iniciativa da "Peca do cartazes produzida pela Comissáo da Celebracáo

mes", introduzida em Janeiro de 1986 pelo Museo do 4° Centenário da Descoberta do Caminho Marí-

Arqueológico Nacional de Madrid (Valdés, 1999: timo, e cedida pela Junta de Freguesia de Castelo

205) e na Extremadura pelo Museo Vostell de Mal- de Vide.

partida (Janeiro de 1997). Esta experiencia acres- 1998: As viagens portuguesas e o encontro das ci-
centa um outro atractivo para a visita ao Museu e vilizar;6es, de Outubro a Dezembro, exposicáo de

justifica que os cidadáos de Cáceres o visitem cada cartazes produzida pela Comissáo da Celebracáo

mes; de facto teve eco em Portugal, uma vez que a do 4° Centenário da Descoberta do Caminho Marí-

Cámara Municipal de Castelo de Vide pós em mar- timo, e cedida pela Junta de Freguesia de Castelo

cha a actividade no ano 2000, após ter comprova- de Vide.

do a eficácia em Cáceres (Valadés, 2001: 25), e a 1998: Pintores da planicie, de Dezembro de 1998

Cámara Municipal de Elvas iniciou-a em Setembro a Janeiro de 1999, mostra organizada pela Araial.

de 2006 apresentando pecas de "todos os espólios Associacáo Transfronteirica para o Desenvolvi-

museológicos da autarquia" (Cámara Municipal de mento da Extremadura e Alentejo. A exposicáo

Elvas, 2007: 12). incluía obras de oito Artistas plásticos portugueses

e oito espanhóis.

Relativamente as exposicóes temporárias, referi- 1999: Vasco da Gama, de Marco a Abril, exposicáo

mos só as vindas de Portugal e as que o Museu de de cartazes produzida pela Cornissáo da Celebra-

Cáceres levou para instituicóes portuguesas, bem cáo do 4° Centenário da Descoberta do Caminho

como as que, nao sendo de temática propriamente Marítimo, e cedida pela Cámara Municipal de Cas-

lusa, chegaram as nossas salas através da partici- telo de Vide.


pacáo portuguesa:
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1999: Turismo no Alto Alentejo, Abril. Um percurso do Museu.

pela paisagem e pelo Património cultural norte- 2002: A horse with no name. Bert Holvast, de Maio

alentejano, organizada pela Regiao de Turismo de a Agosto, exposicáo de obras recentes do artista
Sáo Mamede. holandés, tambén residente em Castelo de Vide.
1999: Os Putos. Fotografias de J080 Martins, Maio. 2003: Nuestra loza / Nossa teience. O uso de loic«
Uma excelente exposicáo de fotografias pertencen- decorada na Extremadura e no Alentejo entre os
tes ao Arquivo do Instituto Portugués de Museus e séculos XVII e XX, pode ser visitada no rnés de No-

constituída por obras do dito artista, dos inícios do vembro. Esta mostra organizada em parceria, pelo

século XX. Museu de Cáceres e pelo Museu Municipal de Por-

1999: Roteiro etnográfico pelas Terras da Vide, de talegre, foi patrocinada pelo Gabinete de Iniciativas
Setembro a Outubro. Uma seleccáo de pegas de Transfronteiricas da Junta da Extremadura.
propriedade municipal e de coleccóes privadas que

serviu para elucidar a vida tradicional em Castelo


de Vide. Organizada pela Cámara Municipal cas-

telovidense. • •
q)
Gl
¡
2000: Pesos e medidas de Castelo de Vide, de Se- •••• I

i). I
tembro a Outubro. Mostra organizada pela Cámara

Municipal de Castelo de Vide, que apresentou uma

parte do imenso espólio municipal de pegas rela-

tivas as antigas práticas utilizadas no peso e nas

medidas tradicionais.
2001: Imagens do passado. A Santa Casa de Mise-

ricórdia de Castelo de Vide, de Marco a Abril; expo-


sicáo organizada pela Santa Casa de Misericórdia

castelovidense com uma parte importante do seu


2004: Lisboa, 23 anos. 30 anos do 25 de Abril
espólio artístico, nomeadamente escultura e pintu-
(1974-2004), de Abril a Maio, recolheu as foto-
ra dos séculos XVI e XVII.
grafias realizadas em Lisboa no dia 25 de Abril de
2001: Garb. Sítios islamicos do sul peninsular,
1974 por Víctor Valente. Contou com o patrocinio
entre Setembro e Outubro. Foi organizada pelo
do Gabinete de Iniciativas Transfronteiricas da Jun-
Museu de Cáceres fazendo parte do projecto de
ta da Extremadura.
invesfiqacáo "Arqueologia das torfiñcacóes isla mi-
2005: Rromané dikhimata. Olhares ciganos, de Ju-
cas a Sul da Península Ibérica" trabalho conjunto
Iho a Agosto com fotografias do artista espanhol
da Junta da Extremadura, o Instituto Portugués de
Jesús Salinas sobre ciganos espanhóis e do ale-
Museus e o Instituto Portugués do Património Ar-
rnáo Adalrich Malzbender sobre ciganos do Alen-
quitectónico.
tejo. Foi organizada em colaboracáo com o Museu
2002: Clase your eyes and see. Barbara Walraven,
da Iapecaria de Portalegre- Guy Fino e com o pa-
de Maio a Agosto. Mostra das obras desta pintora
trocinio do Gabinete de Iniciativas Transfronteiricas
holandesa que mora em Castelo de Vide, no algibe
da Junta da Extremadura.
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2005: Olhares de futuro em Portugal, de Outubro

a Novembro. Apresentou as obras de jovens artis-

tas portugueses: Dália Marques, Bruno Fonseca,

e Carlos Sá Pessoa. Foi organizada pelo Centro

de Língua Portuguesa do Instituto Cam6es, em


Cáceres.

2007: Subdw;:ao sublime. Esculturas e desenhos


de Álvares de Sousa, de Julho a Setembro. Organi-

zada pelo Museu de Cáceres e comissariada pela

Exrn" Sra. D. Guida Maria Loureiro.

2007: Se ver. Fronteira e memória, obras de Joao

Filipe Bugalho, de Novembro a Dezembro. A pri-


meira ocasiáo em que as obras deste artista portu-
2006: Ambiguedades. Joao Alexandre, de Outubro
qués foram vistas em Espanha, com a colaboracáo
a Novembro. Exposicáo deste importante artista
da Cámara Municipal de Castelo de Vide.
portuqués integrado no Movimento de Arte Inter-

nacional (MAl), comissariada pela Exrn" Sra. D.


O Museu levou também para Portugal uma boa
Guida Maria Loureiro.
quantidade de exposicóes temporárias, especial-
2006: Ser Portugués. Oesaguadianadouro de um
mente a Castelo de Vide, mas nao só:
rio. Joaquim Carvalho. Esteve patente esta mostra

no mes de Dezembro,que reuniu obras pictóricas


1998: Alma estremenha. Uma viséo etnográfica
do dito artista, com a orqanizacáo e patrocínio do
da Extremadura, realizada de Julho a Agosto, no
Centro de Língua Portuguesa do Instituto Cam6es,
Centro Municipal de Cultura de Castelo de Vide e
em Cáceres.
organizada pelo Museu de Cáceres. Apresentava
2007: Joaquín Balsa. Espacios y convergencias,
alguns retalhos da vida tradicional na Extremadura,
de Mar90 a Abril. Embora seja espanhol, o artista
com pecas arqueológicas e etnográficas do espólio
também pertence ao Movimento de Arte Interna-
do Museu.
cional (MAl), comissariada pela Exrn" Sra. D. Gui-
1999: Arqueologia na Extremadura, apresentada
da Maria Loureiro.
no mes de Agosto no Centro Municipal de Cultu-
2007: Releituras. Bronzes e acrílicos de Santos Lo-
ra de Castelo de Vide. Exposicáo organizada pelo
pes, de Abril a Maio, apresentou-se pela primeira
Museu de Cáceres e pelo Museu Arqueológico
vez a obra deste artista poríuqués, que mora no
Provincial de Badajoz, que serviu para mostrar al-
Brasil. Foi organizada com a colaboracáo da Cá-
gumas das pecas mais importantes da arqueologia
mara Municipal de Castelo de Vide.
estremenha.
REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 80

1999: Fotografías do flamenco. Elke Stolzenberg e Instituto Portuqués do Património Arquitectónico.

José E. Lamarca, exposta no mes de Maio na igre- 2002: Com 5 sentidos, exposicáo realizada no
ja de Sáo Joáo de Castelo de Vide e organizada Centro Municipal de Cultura de Castelo de Vide, de

pelo Museu de Cáceres. Na inauquracáo mostrou- Dezembro de 2002 a Janeiro de 2003, com obras

se um festival flamenco, realizado por artistas de de cinco fotógrafos carcerenhos sobre os cinco

Cáceres. sentidos, fazendo parte do Programa Europeu "Pri-

1999: Arte rupestre esquemático do Parque de mavera dos Museus".

Monfragüe, de Agosto a Setembro no Centro Mu- 2003: Nuestra loza / Nossa ieience. O uso de toice
nicipal de Cultura de Castelo de Vide. Exposicáo decorada na Extremadura e no Alentejo entre os

produzida pelo Museo de Cáceres e pelo Colectivo séculos XVII e XX, apresentada no Museu Munici-
"Barbaón" que apresentou os últimos resultados pal de Portalegre, de Novembro a Dezembro, com

dos estudos científicos do conjunto rupestre de o patrocinio do Gabinete de Iniciativas Transfron-

Monfragüe. Foi inaugurada pelo Exrn? Senhor Mi- teiricas da Junta da Extremadura.
nistro da Cultura de Portugal. 2005: As árvores de pedra. Pelourinhos da pro-

1999: O mais popo Antonio de Felipe, de Julho a vincia de Cáceres, mostra que recolhe todos os
Agosto na igreja de Sáo Joáo de Castelo de Vide, pelourinhos (mais de uma centena) da província

organizada pelo Museu de Cáceres. Foi a primei- carcerenha. Apresentada no Centro Municipal de

ra vez que este conhecido artista pop expós em Cultura de Castelo de Vide de Dezembro, de 2005
Portugal. a Janeiro de 2006.

2000: Picasso. Homenagem ao toureiro, de Janei-

ro a Mar90 na Fundacáo Arpad-Szenes Vieira da Conferencias


Silva de Lisboa. Exposicáo constituída por dese-
nhos, quadros e pecas cerámicas pertencentes a Em quase todos os ciclos de conferencias realiza-

coleccáo particular da Família Bosé, que já havia dos pelo Museu de Cáceres, inclui-se pelo menos

sido exposta no Museu de Cáceres, em Abril do uma palestra, da responsabilidade de um professor

ano anterior. portuqués ou sobre um tema inerente á Arte, Histó-

2000: Alajar. Emilia Gómez e Valentín Cintas, a ria ou Antropologia, de Portugal:

mostrar em Setembro no Centro Municipal de Cul-

tura de Castelo de Vide. Mostra organizada pelo 1997: "Castelo de Vide. Uma experiencia de de-
Museu de Cáceres com obras destes dois artistas senvolvimento sustentável com base nos valores

carcerenhos. patrimoniais", pelo Exrn" Sr. D. Carolino Tapadejo,

2001: Garb. Sítios islamicos do sul peninsular, de Presidente da Associacáo para o Desenvolvimento

Novembro de 2001 a Fevereiro de 2002. Apresen- e Turismo do Norte Alentejano (ADTNA) e antigo

tada na Torre Oca do Museu Nacional de Arqueolo- Presidente da dita Cámara Municipal.

gia (Lisboa) fazendo parte do projecto de investiga- 1998: "O transfronteirico na Cultura estremenha",
cáo "Arqueologia das tortficacóes islárnicas a Sul pelo Prof. Dr. D. Luis Uriarte, professor de Antropo-

da Península Ibérica" em conjunto com a Junta da logia da Universidade da Extremadura.

Extremadura, o Instituto Portuqués de Museus e o


MUSEU DE CACERES.Um decénio de colaboracáo transfronteiric;a 81

1999: "História da fotografia em Portugal", pelo roca I Rangel, professor da Universidade Autónoma
Exrn? Sr. D. José Pessoa, Vice-director da Divisáo de Madrid.
de Fotografia do Instituto Portuqués de Museus. 2007: "Retratos dos Borb6es. Casamentos reais
Conferencia realizada aquando da nauquracáo da hispano-Iusos e a passagem de príncipes e prin-

exposicáo Os putos. Fotografias de JOBO Martins. cesas por Badajoz (1729-1815)", por D. José Luis
2000: "O projecto de invesfiqacáo e recuperacáo Sancho, Conservador do Património Nacional (Ma-
da cidade romana de Idanha-a-Velha", conferen- drid).

cia da responsabilidade do Exmo Sr. D. Alexandre 2007: "Património arquitectónico militar: a necessi-
Costa, professor da Universidade do Porto e direc- dade de um projecto ibérico de valorizacáo", pelo

tor do projecto. Prof. Dr. Exmo Sr. D. Domingos Bucho, professor

da Escola Superior de Educacáo de Portalegre.

2000: "O contrabando da pós-guerra na fronteira


hispano-fusa", pelo Professor de Antropologia da Outras
Universidade da Extremadura, D. Eusebio Medina
García. Finalmente, recolhemos referencia de algumas das

outras actividades que foram levadas a efeito, des-


, palestra a cargo do Exm" Sr. D. de concertos a reuni6es científicas, com a partici-

José Luis Porfirio, director do Museu Nacional de pacáo lusa ou mesmo realizadas em Portugal, sob

Arte Antiga. a égide do Museu de Cáceres:

2002: "O surrealismo em Portugal", pela Conserva-


dora do Museu Nacional de Arte Contemporánea 1999: Concerto pelo quarteto de cordas "Sons do
(Chiado), Exma Sra. D. Ma Jesús Ávila. Tempo", no dia 24 de Abril, fazendo parte das 11
2004: "O megalitismo de Cedillo. 10 anos de inves- Veladas Musicais de Primavera.
tiqacáo", conferencia da responsabilidade do Prof. 2000: Concerto de Fados e guitarradas, "Sons de
Dr. Exrn? Sr. D. Jorge de Oliveira, professor de Ar- Lisboa e Coimbra", por um trio vocal e de cordas

queologia da Universidade de Évora. dirigido por D. António Eustáquio, fazendo parte


2005: "O cante ao Baldáo. Uma prática de desa- das 111Veladas Musicais de Primavera.

fio no Alentejo", pela Professora do Conservatório 2001: Jornada de invesfiqacáo sobre "Arqueologia
Regional do Baixo Alentejo (Beja), ProF Dra. Exma das fortificacóes islámicas a Sul da Península Ibéri-

Sra. D. Maria José Barriga. ea", realizada no dia 17 de Setembro, com a partici-
2006: "Foros de Augusta Emerita: o modelo da ca- pacáo de equipas de nvestiqacáo do Consorcio da
pital nos foros da Provincia Lusitana", pelos Drs. Cidade Monumental de Mérida, Universidad Autó-

Exrn? Sr. D. Luis Jorge Goncalves, da Universidade noma de Madrid e do IPPAR. Foram apresentados

de Lisboa, e Dña. Trinidad Nogales, do Museo Na- resultados de trabalhos arqueológicos desenvolvi-

cional de Arte Romano (Mérida). dos em Mérida, Santarém, Badajoz, Lisboa, Cáce-

2006: "O castro dos Ratinhos (Barragem de Alque- res, Alcácer do Sal e Plasencia.

va, Moura, Portugal): um povoado amuralhado no 2002: "Mouseion", Primeiro Encontro Transfrontei-
Guadiana das estelas", pelo Prof. Dr. D. Luis Ber- rico de Museologia, organizado pela Associacáo
REVISTA DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO 8]

Portuguesa de Museologia (APOM) e levado a Cane/usaa


cabo em Maio, nos museus de Portalegre, Castelo
Branco, Salamanca e Cáceres. A sessáo de encer- Para concluir o trabalho, cumpre ainda dizer, que
-ramento teve lugar no Museu de Cáceres. a nossa experiencia foi sempre profícua, nao só
2002: I Curso de Veráo da Associacáo Portugue- pelos resultados obtidos (quase 20 % dos visi-
sa de Museologia (APOM), realizado no mes de tantes estrangeiros do Museu sáo portugueses),
Setembro na cidade de Portalegre. O Director do mas especialmente porque nos permitiu chegar
Museu de Cáceres foi convidado a dar uma con- aos nossos vizinhos de uma forma mais activa e
ferencia sobre o tema "Realidade Museológica da actuante. Aprendemos muito com os Portugueses,
Raia Espanhola". nestes anos, e achamos que também Vós pudes-
2004: Encontro "Museus sem fronteiras", cele- tes obter benefício da experiencia. Contudo, o mais
brado no mes de Junho em Almendralejo com a importante, é a relacáo de amizade que se criou
orqanizacáo da Diputación Provincial de Badajoz. com os que, inicialmente nossos parceiros, sáo
O Director do Museu de Cáceres foi palestrante hoje nossos verdadeiros amigos. Eis a nossa ideia
sobre "Experiencias de cooperacáo cultural entre o de colaboracáo transfronteirica, Razáo porque há
Museu de Cáceres e insfñuicóes portuguesas". que estarmos gratos a todos os amigos de Portugal
2005: Jornadas de Arqueologia "Os primeiros e fazemos votos da continuidade na cooperacáo.
camponeses da Raia. Contributos recentes para o Bem hajam todos.
conhecimento do Neolítico e Calcolítico na Extre-

madura e Alentejo", realizadas no Museu de Cáce-

res em Novembro, organizadas pelo Museu e pela


Associacáo "Adaegina" Amigos do Museu de Cá-

ceres, com o patrocínio do Gabinete de Iniciativas

Transfronteiricas da Junta da Extremadura. Partici-

param, entre outros, os professores Enríquez Na- 11

vascués, Cerrillo Cuenca, Hurtado Pérez, Jorge de


••...•• I

Oliveira, Bueno Ramírez e Calado. As actas destas .1 .• , .. .l. ••• ,ti

jornadas foram publicadas em 2007.


2007: Jornadas de Arqueologia "Lusitanos e Ve-

1
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o,
tóes. Os povos pré-romanos na actual demarcacáo cÍffiü
.•. _l •.•.••.••.

Beira Baixa - Alto Alentejo - Cáceres", levadas a • •••• 11 o'


..•.......
efeito no Museu de Cáceres e no Museu Francisco ••• • •• t!

Tavares Proenca Júnior de Castelo Branco em Ou-

tubro, organizadas pelos dois Museus e pelas As-


sociacóes dos Amigos de ambos. Participaram, en-

tre outros, os professores Almagro Gorbea, Sande

Lemos, Sánchez Moreno, Osório, Álvarez Sanchis,

Francisca Hernández, Maria Joáo Santos, Martín


Bravo e Sebastián Celestino.
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