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2. Objectivos
2.1. Geral:
Interpretar o direito constitucional público e privado.
2.2. Específicos
Conceituar o direito público e o direito privado;
Diferenciar o direito público e o direito privado;
Relacionar o direito público e privado.
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3. Direito Constitucional Público e Privado
Segundo Magalhães (2017), distingue o direito público do privado da seguinte maneira, o
primeiro é compreendido como aquele em que um dos sujeitos da relação jurídica é o próprio
Estado, ao passo que o segundo compreende os ramos do Direito em que se disciplinam as
relações entre os particulares.
Assim, é bem verdade que há situações em que o Estado se relaciona com o particular como
se fosse outro indivíduo no mesmo plano jurídico (relações contratuais privadas). Mas, regra
geral, as relações entre o Estado e os demais são chamadas de relações de Direito Público.
“Nas relações de Direito Privado, os indivíduos se encontram em pé de igualdade, o que não
acontece nas relações de Direito Público – já que o Estado pode exercer prerrogativas pelo
simples fato de representar os interesses da colectividade. Ademais, nessas relações, as
normas jurídicas concedem uma série de privilégios ao Estado e aos seus agentes, nas relações
com os particulares” (Montoro 1977, p. 169)
O Direito Constitucional é o ramo encarregado das normas jurídicas que constituem um
Estado, definem a sua estrutura e sua forma de organização, além de versar sobre os direitos e
as garantias das pessoas (Almeida, 2016).
Quando se fala em direito público e em direito privado, quer-se, com isso, indicar campos
próprios da realidade cujo regime jurídico será diferente, conforme se trate de um ou outro
ramo.
Assim, quando o Estado decide, unilateralmente, desapropriar um imóvel privado (em que há
o exercício de um poder público de autoridade), a forma de produção e os efeitos jurídicos daí
decorrentes são diferentes daqueles verificados num contracto de compra e venda do mesmo
imóvel. Logo, saber que tipos de actos são de direito público e de direito privado é algo
extremamente relevante. No primeiro caso, vigora o princípio do interesse público (em suas
duas vertentes: a de supremacia e de indisponibilidade). Já no direito privado, o princípio de
liberdade, de autonomia privada.
Almeida (2016, p.20), nos traz o seguinte exemplo:
Suponhamos que duas pessoas jurídicas resolvem se associar para realizar um
empreendimento, como, por exemplo, a construção de um edifício comercial.
Dentro desse objectivo, elas podem escolher o instrumento jurídico que lhes
pareça mais adequado para tanto para a formalizar a associação. Podem fazer
um consórcio ou criar uma sociedade de propósito específico, na forma de
sociedade limitada, por exemplo. Feita a associação, além de uma parcela
pequena de recursos próprios, passam a buscar recursos de terceiros para
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financiar o projecto. Assim, vão a bancos e celebram contractos de mútuo
(contractos de financiamentos). Todos esses actos estão situados no domínio
privado, e o direito privado é o regime jurídico aplicável. Feito isso, passam a
buscar as autorizações necessárias para tanto. Buscam a aprovação do projecto
no âmbito do Município, que lhes concede uma licença para construir. Esta
licença só será concedida se todos os parâmetros urbanísticos fixados em leis e
actos administrativos normativos forem observados. Empreendedores terão
que alterar o projecto.
Agora suponha que, iniciada a construção (após a devida emissão da licença), o empreendedor
passa a construir o edifício fora das especificações devidas e os agentes públicos acabam por
fiscalizar. Verificada a desconformidade, editam um auto de infracção e iniciam um processo
administrativo sancionador. Ao final, uma vez concedido o contraditório e a ampla defesa, é
aplicada uma sanção de multa. Aqui, não há dúvidas de que os actos do Município citados
estão todos situados no âmbito do direito público. Os limites dos dois campos acabam ficando
mais confusos quando, por exemplo, o contracto de financiamento é celebrado entre os
empreendedores e o Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional – BNDES, que é uma
empresa estatal. E mais: quando o edifício está inserido num projecto associado de uma
concessão administrativa de revitalização urbana, que é um contracto administrativo
celebrado com o Poder Público. Mais precisamente com uma sociedade de economia mista
(uma empresa estatal) que actuará como “Poder Concedente”. Para que se possa ter clareza
desses limites, é preciso eleger um critério de identificação do regime jurídico, se público ou
privado.
Na Modernidade, a esfera pública é o lugar de excelência do Estado e conforma relações de
interesse público entre os diversos atores. Por outro lado, em razão da moralidade liberal-
individual que se consolida com a ascensão da classe burguesa capitalista, a esfera privada
ganha grande relevância nesse período. A esfera privada se torna o espaço do indivíduo, de
sua intimidade, do exercício de sua autonomia da vontade, é uma esfera de liberdade na qual o
Estado não deve intervir. No Estado Liberal, a separação entre esfera pública e privada é
profunda (Magalhães, 2017).
Em função dos sujeitos da relação jurídica, será de direito público se houver a participação do
Estado ou outra pessoa jurídica de direito público. Sendo as partes da relação jurídica
particulares (pessoas físicas e/ou jurídicas), a regulação jurídica é de natureza privada.
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Contracto de compra e venda de bem imóvel entre duas pessoas físicas. Contracto de
financiamento de carro entre um indivíduo e o banco.
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O Direito Administrativo é compreendido como aquele ramo do Direito que se ocupa das
normas jurídicas, dos princípios que regem as actividades administrativas do Estado e também
da sua organização administrativa. É dele que são obtidos, por exemplo, os limites dos
gestores da coisa pública, as prerrogativas e as sujeições da administração e a forma pela qual
os interesses sociais serão geridos pelos nossos representantes, mediante a acção das
actividades administrativas (Almeida 2016).
O Direito Tributário cuida dos critérios pelos quais o Estado arrecadará os valores necessários
(tributos) para bem administrar os interesses sociais. É nesse campo que o cidadão poderá
conhecer os limites da capacidade de o Estado colectar impostos, taxas e contribuições. É
também nessa seara que os representantes do Estado compreenderão os procedimentos a
serem adoptados na aplicação das receitas públicas para a concretização das actividades
estatais de interesse público (Almeida 2016).
Para Magalhães (2017), o Direito Processual consiste em um ramo específico do Direito que
congrega as normas que orientam as pessoas (físicas e jurídicas – incluindo a própria figura
estatal) sobre o modo pelo qual podem obter uma solução do Estado em relação aos conflitos
específicos. Quando uma pessoa fere o direito de outra, dá também a ela o direito de exigir a
reparação de seus danos. São as normas de natureza processual que regem a maneira pela qual
essa cobrança será realizada: qual a acção judicial a ser apresentada, quais os prazos
processuais, as hipóteses em que se admitirão recursos etc.
O Direito Penal também apresenta as normas jurídicas de natureza pública. Essa afirmação
decorre do fato de caber ao Estado a titularidade pela punição àqueles que cometem crimes.
Houve um tempo em que as coisas eram diferentes: os homens faziam justiça com as próprias
mãos. Esse tempo era chamado de justiça privada.
Nos dias de hoje, a sociedade e o Direito entendem que somente o Estado tem a prerrogativa
de aplicar uma pena ao indivíduo que resolve cometer um crime, ou seja, transgredir uma
norma de natureza penal.
Por possuir princípios e métodos próprios, o Direito Penal é também considerado como ramo
autónomo do Direito Público.
Direito Internacional Público - as suas normas jurídicas são bastante peculiares. Partem de
princípios e de pressupostos específicos. A sua alocação entre os ramos do Direito Público se
deve ao facto de as suas normas versarem sobre o relacionamento entre o Estado e outras
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pessoas jurídicas de Direito Internacional (como os outros Estados e os organismos
internacionais).
As normas jurídicas de Direito Privado são aquelas, que regulamentam as relações entre
particulares, ou seja, pessoas físicas ou jurídicas que não integram a estrutura do Estado.
Entre os diversos ramos de Direito Privado, ganha destaque o Direito Civil que por muitos é
chamado de Direito Privado Comum, já que congrega as normas jurídicas gerais sobre as
relações pessoais, familiares e patrimoniais (Montoro, 1983).
Direito Comercial – o Direito do Consumidor regulamenta um ramo específico das relações
comerciais. Por meio de um contracto se pressupõe, geralmente, que as partes possuam
capacidades equivalentes, ou seja, igualdade de condições. Mas isso não ocorre com tanta
frequência nas relações de consumo.
Direito do Trabalho regulamenta relações sociais entre particulares. E, assim como no Direito
do Consumidor, as relações são comumente estabelecidas de maneira desigual. Enquanto nas
relações cíveis comuns as partes têm igualdade de condições, nas relações trabalhistas
geralmente uma das partes (o empregador) possui um aparato económico-financeiro que
supera a capacidade do trabalhador de negociar equilibradamente.
Direito Internacional Privado - suas normas tratam dos conflitos de legislações estrangeiras. É
nessa esfera do Direito que vamos encontrar normas que nos ajudam a resolver o conflito que
se estabelece, por exemplo, quando duas pessoas casadas – sendo que uma é de um país e
outra de outro – resolvem se divorciar (Magalhães, 2017).
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4. Conclusão
Depois de terminar a pesquisa que se subordinou ao tema “direito constitucional público e
privado” que tinha como objectivo central interpretar estes dois tipos de direito, pode-se
resumidamente concluir que distingue-se o direito público do privado da seguinte maneira, o
primeiro é compreendido como aquele em que um dos sujeitos da relação jurídica é o próprio
Estado, ao passo que o segundo compreende os ramos do Direito em que se disciplinam as
relações entre os particulares.
Quando se fala em direito público e em direito privado, quer-se, com isso, indicar campos
próprios da realidade cujo regime jurídico será diferente, conforme se trate de um ou outro
ramo.
Assim, quando o Estado decide, unilateralmente, desapropriar um imóvel privado (em que há
o exercício de um poder público de autoridade), a forma de produção e os efeitos jurídicos daí
decorrentes são diferentes daqueles verificados num contracto de compra e venda do mesmo
imóvel. Logo, saber que tipos de actos são de direito público e de direito privado é algo
extremamente relevante. No primeiro caso, vigora o princípio do interesse público (em suas
duas vertentes: a de supremacia e de indisponibilidade). Já no direito privado, o princípio de
liberdade, de autonomia privada.
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5. Referências bibliográficas
Almeida, O. J. R. & Costa, T. F. M. (2016). Instituições de direito público e privado. 3
ed. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC. Brasília
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