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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

TEMA: A PAZ: FRUTO DA JUSTIÇA E DA CARIDADE

Nome do Estudante: FLORA NHAR MANHICE


Código: 708216253

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Disciplina: Fundamentos de Teologia Católica
Ano de Frequência: 2o
Nampula, Novembro de 2022
Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

TEMA: A PAZ: FRUTO DA JUSTIÇA E DA CARIDADE

Nome do Estudante: FLORA NHAR MANHICE


Código: 708216253

Trabalho de carácter investigativo de


disciplina de Governo Electrónico e
Globalização, a ser entregue no Centro de
Ensino a Distancia da UCM – Nampula,
orientado pelo docente da disciplina.
Nampula, Novembro de 2022

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(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e 2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA  Rigor e coerência 4.0
6ª edição em das
Bibliográfica
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas

Índice
1. Introdução.....................................................................................................................................5
2. Objectivos.....................................................................................................................................6
2.1. Objectivo geral:.........................................................................................................................6
2.2. Objectivos específicos...............................................................................................................6
3. Metodologias................................................................................................................................6
4. A Paz: fruto da justiça e da caridade............................................................................................7
5. Conclusão...................................................................................................................................11
6. Referências bibliográficas..........................................................................................................12
1. Introdução
Os estudos da paz constituem a área de pesquisa académica que incorpora o compromisso mais
claro e explícito com a não-violência e a organização pacífica das relações sociais nos níveis
local, nacional, regional e internacional

A paz é sem dúvida uma das grandes preocupações deste novo milénio, é questão de interesse da
opinião pública em geral, de políticos, religiosos, instituições internacionais e nacionais, etc. Esta
preocupação generalizada da sociedade fez – e faz – surgir estudos, na sua maioria
interdisciplinares, relacionados com os temas paz, violência e conflitos.

Dados estes parâmetros, esta pesquisa irá apresentar uma revisão bibliográfica, dentro da
produção académica, da qual se espera demonstrar a trajectória do conceito de paz.
Especialmente, de como, no discurso religioso, este conceito sofreu uma ampliação, passando da
compreensão da paz como fruto da justiça e de caridade.

O presente trabalho aborda o tema da paz na perspectiva religiosa, mas não descarta o conceito
filosófico sobre o tema em destaque.

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2. Objectivos

2.1. Objectivo geral:


 Analisar a paz como fruto de justiça e de caridade.

2.2. Objectivos específicos


 Conceituar a paz, justiça e caridade na perspectiva bíblica;
 Descrever a paz como fruto a justiça e da caridade;
 Valorizar a paz como fruto de justiça e caridade.

3. Metodologias
Para a efectivação do presente trabalho privilegiou-se a revisão bibliográfica, isto é, através de
consulta de obras físicas e digitais disponíveis na internet.

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4. A Paz: fruto da justiça e da caridade
A Paz (do latim Pax) é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma
ausência de perturbações e agitação. Derivada do latim Pacem = Absentia Belli, pode referir-se à
ausência de violência ou guerra.

A palavra paz, usualmente, significa a ausência da guerra. Os termos guerra e paz seriam, nesse
caso, opostos, antónimos. São, portanto, situações extremas. E estão, de fato, situadas em pólos
opostos. Mas entre uma e outra existem situações e estágios intermediários.

Johan Galtung (1995) tenta definir melhor a palavra paz ao apontar os conceitos de uma paz
negativa e de uma paz positiva. A paz negativa, segundo esse ilustre professor, é a mera ausência
da guerra, o que não elimina a predisposição para ela ou a violência estrutural da sociedade. A
paz positiva, por outro lado, implica ajuda mútua, educação e interdependência dos povos. A paz
positiva vem a ser não somente uma forma de prevenção contra a guerra, mas a construção de
uma sociedade melhor, na qual mais pessoas comungam do espaço social.

Concordando com o autor, evolui-se da polarização guerra e paz para, no mínimo, três estágios
distintos: a guerra, a paz negativa e a paz positiva. Uma maior reflexão ainda se faz necessária
sobre as situações que envolvem guerra e paz. No entanto, em um primeiro momento, pode-se
identificar: a guerra declarada e em curso, a chamada guerra fria, a preparação para a guerra ou
para a eventualidade da guerra, a guerrilha, o terrorismo, a violência estrutural, a não-cooperação
da paz negativa e, finalmente, a paz verdadeira ou, utilizando-se o termo de Galtung, a paz
positiva.

Para Rawls (1997), a justiça e a primeira virtude das instituições sociais. A solução para uma
sociedade promissora é um contracto social justo entre o Estado e os indivíduos. Este contracto
social para ser justo precisa que as necessidades de todos os indivíduos envolvidos sejam tratadas
igualmente.

Na visão de Rawls (1997), para que haja justiça, ela precisa ser considerada justa de acordo com
alguns princípios de igualdade. Na sua teoria da justiça como equidade o filósofo apresenta dois
princípios de justiça fundamentais: a liberdade  e a igualdade.

No primeiro princípio – o da liberdade -  todas as pessoas tem as mesmas demandas para


liberdades básicas. O segundo – o da igualdade - as desigualdades sociais e económicas devem
ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo consideradas como vantajosas para todos
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dentro dos limites do razoável (princípio da diferença), e vinculadas a posições e cargos
acessíveis a todos (princípio da igualdade de oportunidades).

Biblicamente, “caridade é o puro amor que o Salvador Jesus Cristo tem. Ele ordenou que nos
amássemos uns aos outros como Ele nos ama. As escrituras dizem que a caridade vem do coração
puro” (I Timóteo 1:5). Temos amor puro quando, de coração, expressamos preocupação e
solidariedade genuínas por todos os nossos irmãos.

A paz é um dos atributos de Deus e na Bíblia ela é “muito mais do que a simples ausência de
guerra: ela representa a plenitude da vida (cf. Mt 2,5, p. 273). Jesus Ressuscitado saúda os seus
discípulos dando-lhes o presente da paz: “A paz esteja com vocês!” (Biblia sagrada, 1990).

A paz não é “simplesmente ausência de guerra e tampouco um equilíbrio estável entre forças
adversárias, mas se funda sobre uma correcta concepção de pessoa humana e exige a edificação
de uma ordem segundo a justiça e a caridade. Ela é construída no dia-a-dia e “pode florescer
somente quando todos reconhecem as próprias responsabilidades na sua promoção” (Conselho
Pontifício, 2005 p.276).

A paz é fruto da justiça, “entendida em sentido amplo como o respeito ao equilíbrio de todas as
dimensões da pessoa humana”. A paz é fruto do amor (Conselho Pontifício, 2005 p.276).

A Igreja proclama “que a violência é má, que a violência como solução para os problemas é
inaceitável, que a violência é indigna do homem. A violência é uma mentira, pois que é contrária
à verdade da nossa fé, à verdade da nossa humanidade. A violência destrói o que ambiciona
defender: a dignidade, a vida, a liberdade dos seres humanos”

Magistério condena “‘a desumanidade da guerra’ e pede que seja considerada com uma
abordagem completamente nova: de fato, ‘não é mais possível pensar que nesta nossa era atómica
a guerra seja um meio apto para ressarcir direitos violados’

A paz é um valor e um dever universal e encontra o seu fundamento na ordem racional e moral da
sociedade que tem as suas raízes no próprio Deus, «fonte primária do ser, verdade essencial e
bem supremo». A paz não é simplesmente ausência de guerra e tampouco um equilíbrio estável
entre forças adversárias, mas se funda sobre uma correcta concepção de pessoa humana e exige a
edificação de uma ordem segundo a justiça e a caridade.

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A paz é fruto da justiça (cf. Is 32,17), entendida em sentido amplo como o respeito ao equilíbrio
de todas as dimensões da pessoa humana. A paz é um perigo quando ao homem não é
reconhecido aquilo que lhe é devido enquanto homem, quando não é respeitada a sua dignidade e
quando a convivência não é orientada em direcção para o bem comum. Para a construção de uma
sociedade pacífica e para o desenvolvimento integral de indivíduos, povos e nações, resulta
essencial a defesa e a promoção dos direitos humanos. A paz é fruto também do amor: «a
verdadeira paz é mais matéria de caridade que de justiça, pois a função da justiça é somente
remover os obstáculos para a paz, como por exemplo, a injúria e o dano caudados; mas a paz
mesma é acto próprio e específico da caridade». A paz se constrói dia a dia na busca da ordem
querida por Deus e pode florescer somente quando todos reconhecem as próprias
responsabilidades na sua promoção. Para prevenir conflitos e violências, é absolutamente
necessário que a paz comece a ser vivida como valor profundo no íntimo de cada pessoa: assim
pode estender-se nas famílias e nas diversas formas de agregação social, até envolver toda a
comunidade política.

A Caridade, porque é o Amor do Pai e do Filho; a alegria, porque está intimamente presente ao
Pai e ao Filho e como o cumprimento de sua felicidade; está a paz, porque é o vínculo e a ligação
que une o Pai e o Filho. Estes três frutos são sempre unidos e naturalmente seguem um ao outro.
Em uma Instituição de caridade ou vínculo de amor fervoroso encontra-se a posse de Deus; a
alegria vem desta posse, não sendo mais do que o contentamento que vem no uso de sua
propriedade possuindo; paz, que Santo Agostinho define a tranquilidade da ordem, mantém a
alma de posse de alegrias contra tudo o que se opõe. A Caridade exclui qualquer outra alegria
(Riaud, 2000).

A paz expulsa toda a ansiedade e medo. A caridade ocupa o primeiro lugar entre os frutos do
Espírito Santo, porque ela é mais parecida com ele, que é amor pessoal e, consequentemente, nos
aproximamos verdadeiramente da eterna felicidade e alegria que nos dá uma mais estável e uma
mais profunda paz (Riaud, 2000).

Refere-se a Caridade ao interesse e a busca do bem maior de outra pessoa, sem nada querer em
troca. “Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a
Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.” Ainda em (Cl 3,14) “Mas, acima de tudo,
revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição (Biblia sagrada, 1990).

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O Apóstolo S. Paulo traçou um quadro incomparável da caridade: "A caridade é paciente, a
caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de
inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra
com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta" (Bíblia Sagrada cf. l Cor 13,4-7).

A Paz é o primeiro fruto do Espírito Santo que notamos em nós, é a consequência lógica de nosso
relacionamento com Deus. Ela faz parte de nossa vida quando temos a certeza que estamos
realizando a Vontade de Deus. Foi a herança que Jesus ressuscitado deixou para nós (Bíblia
Sagrada Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz”).

Para o homem comum só é possível conhecer a paz na ausência de guerra. Mas a verdadeira paz é
possível, ainda que o homem esteja cercado de inimigos, pois ela se origina em Deus, e está
firmada pela declaração de vitória de Cristo:

“No mundo tereis aflições... Coragem! eu venci o mundo.” (Bíblia sagrada, 1990 - Jo. 16:33).

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5. Conclusão
A Paz (do latim Pax) é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma
ausência de perturbações e agitação. Derivada do latim Pacem = Absentia Belli, pode referir-se à
ausência de violência ou guerra.

A palavra paz, usualmente, significa a ausência da guerra. Os termos guerra e paz seriam, nesse
caso, opostos, antónimos. São, portanto, situações extremas. E estão, de facto, situadas em pólos
opostos. Mas entre uma e outra existem situações e estágios intermediários.

Biblicamente, “caridade é o puro amor que o Salvador Jesus Cristo tem. Ele ordenou que nos
amássemos uns aos outros como Ele nos ama. Temos amor puro quando, de coração,
expressamos preocupação e solidariedade genuínas por todos os nossos irmãos.

A paz é fruto da justiça, “entendida em sentido amplo como o respeito ao equilíbrio de todas as
dimensões da pessoa humana”. A paz é fruto do amor.

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6. Referências bibliográficas

Bíblia Sagrada (1990), Edições Theologica – Braga.

Caridade Frutos. Recuperado em https://digilander.libero.it/monast/carita/porto/frutti.htm acesso


aos 18/11/2022

Galtung, J. (1996). Peace by Peacefull Means. London: SAGE.

Pontifício Conselho (2005) “Justiça e Paz”. Compêndio da Doutrina Social da Igreja. São Paulo:
Paulinas.

Rawls, J. (1997). Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes.

Riaud, A. (2000). A Ação do Espírito Santo na alma – Brasil

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