Você está na página 1de 17

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Tema: Breve Contextualização histórica da Filosofia

Nome do Estudante: Ração Januário José Código:708213381

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de frequência: 2oAno

Beira, Agosto de 2022

1
Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico 2.0
(expressão escrita,
Conteúdos cuidada,
coerência/coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacional 2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação parágrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em citações/referências
bibliográfica citações e bibliográficas 4.0
bibliografia

2
Recomendações de melhoria
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

3
Índice

Introdução .................................................................................................................................... 5

Objectivo geral ............................................................................................................................. 5

Objectivos especificos: ................................................................................................................ 5

Filosofia – conceitos .................................................................................................................... 6

Origem da filosofia ...................................................................................................................... 6

Universalidade da filosofia ........................................................................................................ 12

Utilidade da filosofia.................................................................................................................. 13

Períodos da filosofia grega......................................................................................................... 14

Bibliografia ................................................................................................................................ 16

4
Introdução

O presente trabalho enquadra – se no processo de avaliação curricular da cadeira de


Introdução à Filosofia, inserida no curso de Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa,
ministrado pela Universidade Católica de Moçambique, através do Instituto de Ensino a
Distância – Centro de Recursos de Beira.

A filosofia nasce de uma tentativa desusadamente obstinada de chegar ao conhecimento


real". Com efeito, o desejo de encontrar explicação para a própria existência e a existência do
mundo circundante, que já nas antigas concepções míticas expressava-se por meio de
elementos simbólicos, está na origem da filosofia como tentativa de discernir os princípios e
fundamentos subjacentes à realidade aparentemente caótica.

Segundo a tradição clássica, o pensador grego Pitágoras foi o primeiro a denominar-se


philosóphos, aquele que ama ou procura a sabedoria, em oposição ao sophós, ou sábio que se
limitaria a entesourar conhecimentos sem se preocupar com sua validade

Pretende-se neste trabalho fazer abordagem a respeito da Filosofia, no seu contexto


conceitual, origem, sua universalidade, utilidade e os períodos da filosofia grega. Contempla
também neste, um aprece sobre o papel da consciência moral.

Com tem sido considerada, embora seja controverso entre muitos autores

Objectivo geral

 Entender a filosofia na perspectiva espacial e temporal

Objectivos especificos:

 Compreender os vários conceitos sobre o termo filosofia


 Descrever a sua origem, universalidade, utilidade e os períodos da filosofia grega;
 Reflectir sobre o papel da consciência moral

5
Filosofia – conceitos

Segundo Dos Santos (s.d), a palavra "filosofia" - philosophia palavra de origem grega. Philo
vem de philiae tem a ver com companheirismo, amor fraterno, amizade. Sophia vem de
sophos, que quer dizer sábio.

A origem da palavra Filosofia é grega e composta por: Philo: amizade, amor fraterno e
Sophia: sabedoria (Aranha e Martins, 2003).

CHAUÍ (2006), indica que a palavra filosofia é atribuída a Pitágoras que distingue entre ao
saber, e a philosophia, que seria a "amizade ao saber", a busca do saber.

Para Hobuss (2004), filosofia é reconhecida como uma criação do gênio grego, ou seja, ela
teria nascido em Mileto, cidade localizada em uma colônia grega (Jônia) da Ásia Menor,
atual Turquia, no século VI antes de Cristo, com Tales de Mileto.

Assim, em geral, quando se parte da etimologia da palavra, temos que "filosofia" é o amor ao
saber, a amizade profunda à sabedoria; e o filósofo, então, é aquele que tem um apreço
especial pela sabedoria. A filosofia, nesta perspectiva grega, é uma actividade que visa levar
ao saber.

A filosofia é considerada ciência por muitos pensadores, conhecimento das coisas pelas
causas, pelas razões: a saber, como ciência, nos diz que a coisa conhecida não só é assim,
como nos aparece, mas tem de ser necessariamente assim. E distingue-se do saber vulgar, da
opinião, que nos diz que as coisas conhecidas estão de uma determinada maneira, mas não dá
a razão pela qual estão necessariamente assim. Daí o saber vulgar, a opinião, não ser estável
e segura, mesmo quando verdadeira.

Origem da filosofia

De acordo com Aranha e Martins (2003), atribui-se a Pitágoras a invenção da palavra, no sec.
V a. C.. Significa amor e respeito pela sabedoria, desejo pelo saber, vontade de saber e
compreender a realidade. Com o tempo filosofia passou a designar não apenas amor à
sabedoria, mas um tipo especial de sabedoria: aquela que nasce do uso metódico da razão.

6
A filosofia surgiu, entre os gregos, no século VI a.C., ela englobava tanto a indagação
filosófica propriamente dita quanto o que hoje chamamos de conhecimento científico. O
filósofo teorizava sobre todos os assuntos, procurando responder ao porquê das coisas. A
Filosofia, embora ultrapassando largamente aquilo que de ordinário se trata na teoria do
conhecimento, conservasse dentro e no âmbito do Conhecimento como objecto.

A reflexão filosófica nasceu na Grécia no século VI a.C., com os filósofos que antecederam a
Sócrates, chamados pré-socráticos. A passagem da consciência mítica e religiosa para a
racional e filosófica não foi feita de um salto. Esses dois tipos de consciência coexistiram na
sociedade grega, assim como, dentro de certos limites, coexistem na nossa, (Betover, s.d).

A esse respeito, porém existem divergências, contestações, que podemos encontrar mesmo
entre os antigos, entre historiadores do século XVIII, e entre orientalistas em geral, que não
crêem ser a Filosofia uma criação original da Grécia, mas que elementos anteriores oriundos
de outras civilizações já conteriam elementos que desdobrar-se-iam no que hoje conhecemos
como Filosofia.

Para Russell (1990), "A filosofia nasce de uma tentativa desusadamente obstinada de chegar
ao conhecimento real". Com efeito, o desejo de encontrar explicação para a própria
existência e a existência do mundo circundante, que já nas antigas concepções míticas
expressava-se por meio de elementos simbólicos, está na origem da filosofia como tentativa
de discernir os princípios e fundamentos subjacentes à realidade aparentemente caótica.

Segundo a tradição clássica, o pensador grego Pitágoras foi o primeiro a denominar-se


philosóphos, aquele que ama ou procura a sabedoria, em oposição ao sophós, ou sábio que se
limitaria a entesourar conhecimentos sem se preocupar com sua validade. Lendária ou não,
essa distinção resultou correta na caracterização essencial do espírito filosófico, cuja busca
visa não ao registro ou à descrição de fatos concretos, mas à conquista de um saber unitário e
abrangente sobre o homem e a natureza.

Desde seu nascimento na Grécia no século VI a.C., foram apresentadas inúmeras e


freqüentemente contraditórias definições de filosofia, entre elas a tradicional concepção de
Aristóteles, que entendia a filosofia como ciência dos princípios e causas últimas das coisas;
ou a concepção das escolas positivistas e empíricas, que a viam como simples organizadora

7
ou esclarecedora dos dados proporcionados pela experiência e pelas ciências. Em última
instância, porém, a persistência histórica de tais polêmicas contribuiu para destacar o caráter
primordialmente crítico e antidogmático da atividade filosófica, que faz da reflexão sobre si
mesma seu primeiro e fundamental problema.

Segundo Jaspers (1988), definir filosofia antes de tudo como "a atividade viva do
pensamento e a reflexão sobre esse pensamento", isto é, uma investigação racional
direcionada não só para a determinação dos princípios gerais da realidade mas também para a
análise crítica do próprio instrumento - a razão - e das idéias, concepções e valores
elaborados pelo homem mediante o exercício da razão.

Traço também essencial para a compreensão da filosofia é sua historicidade radical, que tem
feito variar seus fins e meios de acordo com as concepções de mundo próprias de épocas
distintas, cada uma das quais reorganiza os princípios e conhecimentos vigentes no período
anterior. Assim, no início equiparada à totalidade do saber, a filosofia precisou subdividir-se
em diferentes disciplinas - metafísica, epistemologia, ética - voltadas para o estudo de áreas
específicas do pensamento, e viu desligar-se progressivamente de sua competência as
ciências particulares, que adquiriram identidade e metodologia próprias.

Essa característica não só explica a multiplicidade de manifestações do espírito filosófico


como garante sua unidade interna, nascida do desejo de integrar os dados que os diferentes
ramos do saber proporcionam sobre o homem e o ambiente que o cerca. No curso de sua
evolução histórica, portanto, a filosofia forneceu ao homem um instrumento essencial no
esforço de apreender a realidade com precisão cada vez maior e permitiu-lhe aceder mais
completamente à compreensão de si mesmo e de seu lugar no universo.

Esboço histórico
O pensamento grego mítico, reunido na obra de Hesíodo e de outros autores, e em boa parte
inspirado nas cosmogonias mesopotâmicas, continha já implícito um exercício de reflexão
simbólica sobre a natureza do universo e do homem. Esse pensamento, no entanto, tinha
caráter essencialmente descritivo e sua única fonte de autoridade estava na tradição.

O início da filosofia como explicação racional da realidade, baseada em argumentos, deve-se


ao conjunto de pensadores helênicos conhecidos como pré-socráticos, que elaboraram sua

8
obra no período compreendido entre os séculos VI e VII a.C., pouco antes do nascimento de
Sócrates. Mediante suas indagações sobre a origem e princípios do mundo, assim como das
leis que determinam suas mudanças, impulsionaram o avanço da filosofia e estabeleceram os
conceitos fundamentais que marcariam a evolução posterior do pensamento ocidental.

Os primeiros pensadores pré-socráticos - Tales, Anaximandro e Anaxímenes - chamados


milésios por terem nascido na cidade grega de Mileto, na Anatólia - centralizaram suas
investigações na busca do arké, princípio fundamental que constituiria tanto a origem ou
fonte das coisas como a própria substância de que eram compostas. Nesse sentido, uma
solução aparentemente ingênua proposta por Tales, que acreditou encontrar o arké na água,
implicava já duas abstrações fundamentais na gênese do saber filosófico: a noção segundo a
qual as múltiplas formas que se verificam no mundo sensível têm na realidade uma origem
comum, e a idéia segundo a qual por trás do movimento e da mudança dos fenômenos
encontra-se subjacente um princípio invariável que impulsiona esse processo. A filosofia
milésia constituiu, pois, um primeiro esforço conceitual no sentido da compreensão do ser,
ou essência da realidade, por meio de uma cosmologia monista de tendência materialista.

Essa "metafísica da matéria" seria mais tarde retomada por outros pensadores que elaboraram
diversas cosmologias pluralistas - Anaxágoras, Empédocles, os atomistas - enquanto outros
filósofos, como os pitagóricos, criadores de uma concepção do ser como harmonia
matemática, tenderam para uma interpretação do mundo baseada em princípios mais
racionalistas do que materialistas.

A distinção comum a todo o pensamento pré-socrático entre aparência e realidade encontrou


sua formulação plena em dois filósofos que, no entanto, ofereceram uma visão radicalmente
oposta do ser. A doutrina dinâmica de Heráclito de Éfeso admitia o movimento - cujo
símbolo seria o fogo, em perpétua mudança e apesar disso sempre idêntico - como única
realidade, regido pelo logos ou lei racional do universo. A doutrina de Parmênides, fundador
da escola de Eléia, postulava a identificação do pensar e do ser numa realidade imutável e
negava a existência do movimento, mera aparência, produto de ilusão dos sentidos.

Disciplinas filosóficas

9
Embora nem todos os autores coincidam na classificação das disciplinas filosóficas nem nos
conteúdos específicos que lhes correspondem, de maneira geral a tendência é distinguir, em
função de seus diferentes objetivos e métodos, cinco grandes ramos: metafísica, teoria do
conhecimento, lógica, ética e estética. Cada um desses ramos fundamentais, que têm diversas
subdivisões, acha-se estreitamente relacionado aos demais, e todo sistema filosófico que
pretenda oferecer uma compreensão unitária e abrangente da realidade aspira a integrá-los
num conjunto harmônico.

Segundo Aristóteles (1987), a metafísica ou filosofia primeira constitui a parte mais


importante de toda doutrina filosófica, já que investiga os princípios e causas últimas da
realidade, a essência do ser ou "o ser como ser". Portanto, as restantes disciplinas ou
filosofias secundárias remetem-se a ela em última instância. Pode-se entender esse "ser como
ser" de duas maneiras, que dão lugar a duas disciplinas: se considera como ser aquele
"comuníssimo" ou subjacente a todos os seres particulares, seu estudo deve partir de uma
análise formal e abstrata da realidade e se denomina ontologia ou metafísica geral; se
interpreta como o ser supremo ou causa transcendente da realidade, isto é, Deus, seu estudo
recebe o nome de teodicéia ou metafísica especial.

Convém assinalar, não obstante, que a teologia, no sentido que lhe conferiram o judaísmo e
outras religiões monoteístas - cristianismo, islamismo - não pertence ao âmbito da metafísica,
já que, enquanto a metafísica pretende alcançar o conhecimento do transcendente sem
pressupostos e por meio da razão natural, a teologia parte da verdade revelada. Na tradição
ocidental, de qualquer forma, filosofia e teologia recorreram ao mesmo aparato conceitual.

Para Aquino (2008), situou-se em um período onde o conflito helenismo-cristianismo havia


recuperado a atenção dos pensadores da época. A cultura ocidental consegue se recuperar a
partir da Renascença Carolíngia (séc. VII-VIII), mas o surgimento de uma robusta atividade
intelectual só se dá a partir do século XII, com a fundação das escolas episcopais e das
universidades. Até agora, só será continuado o ensino daqueles autores e obras já citadas.

Esse era o “pano de fundo” que possibilitou o acontecimento decisivo para o ápice do
período escolástico: a filosofia aristotélica estava pronta para ser traduzida e, somada aos
comentários dos árabes e judeus, ela começava a ser disseminada nas escolas do Ocidente.

10
Foi nesse contexto que houve uma nova introdução da obra aristotélica na Cristandade e é
neste período que se encontra o doutor angélico. No século XIII, o pensamento cristão estava
em crise, mas buscou em São Tomás de Aquino a solução para esses problemas, que resultou
em uma obra grandiosa e fundamental para a história do Ocidente e da Igreja.

A teoria do conhecimento ou epistemologia é a disciplina filosófica que tem por objecto de


estudo a origem, a natureza, os métodos e, em última instância, a validade e os limites do
conhecimento. Em estreita relação com ela encontra-se a lógica, que estuda os aspectos
formais do conhecimento. A diferença fundamental entre as duas é que, enquanto a
epistemologia pode ser definida como ciência do pensamento "verdadeiro", a lógica é a
ciência do pensamento "correto". Assim, por exemplo, dado um processo formal de
raciocínio, compete à lógica determinar se ele é válido ou não, o que ocorrerá sempre que o
processo tenha coerência interna, mas pertence ao domínio da epistemologia determinar se
ele está enunciado com propriedade.

Desde o século XVII, em virtude da oposição entre racionalismo e empirismo, a teoria do


conhecimento converteu-se num tema central de toda filosofia. Posteriormente, Kant
considerou-a a primeira das ciências, já que o estudo da possibilidade e dos limites do
conhecimento constituem necessariamente uma tarefa prévia indispensável para a elaboração
de qualquer sistema filosófico. Embora essa afirmação não fosse partilhada por autores como
Spinoza e Hegel, que abordaram primeiro a metafísica e estabeleceram depois um método de
conhecimento coerente com seus postulados metafísicos, na atualidade tende-se a considerar
que a determinação dos critérios epistemológicos é certamente um requisito prévio para o
tratamento de qualquer problema filosófico, e a teoria do conhecimento, ao lado da lógica,
constitui um dos suportes básicos sobre os quais descansa a filosofia da ciência.

A ética, ou filosofia moral, é a disciplina que tem por objeto de estudo e reflexão os juízos
sobre o bem e o mal, ou o justo e o injusto, do ponto de vista da moral. Tem um caráter a um
tempo teórico e prático, já que, se por um lado deve indagar sobre questões como a natureza
da virtude, o bem e o mal, por outro constitui um fundamento indispensável para a
organização social e a ciência do direito. Assim, a diversidade de sistemas éticos postulados
historicamente e a necessidade de estabelecer critérios gerais de conduta levaram a que se

11
estabelecessem duas divisões principais nessa disciplina: a ética normativa, cujo propósito é
fixar um conjunto de princípios éticos gerais que sirvam de fundamento para a conduta e
instituições humanas, e a metaética, que indaga acerca de questões como o significado de
juízos éticos e a validade dos princípios e raciocínios que os sustentam.

Por estética define-se tradicionalmente a ciência filosófica que estuda o belo, especialmente
como ele se manifesta na arte, e as relações entre o homem e a natureza que conduzem à
criação da linguagem estética. Em linhas gerais, a estética ocupa-se de questões teóricas e
gerais, centradas no significado da beleza, seu caráter objetivo ou subjetivo, sua relação com
o bem etc. Deve-se destacar que as estéticas mantêm sempre estreita relação com as
concepções filosóficas gerais e assim o classicismo, por exemplo, inspirado nos preceitos
aristotélicos, acha-se geralmente vinculado a visões harmónicas e hierarquizadas do mundo,
enquanto o romantismo mostra claras afinidades com tendências irracionalistas e
subjectivistas.

Filosofia e ciências particulares

Identificada na origem com o saber em geral, a filosofia deu origem a grande número de
outras disciplinas que, embora tenham se constituído como saberes independentes,
mantiveram com a filosofia uma estreita vinculação. Esse processo trilhou caminhos diversos
no que se refere às ciências positivas, por um lado, e às ciências sociais, por outro. Isso foi
determinante para a relação que a filosofia contemporânea mantém com os distintos ramos
do saber.

No que diz respeito às ciências positivas - matemática, física, química, biologia - Aristóteles
foi o primeiro a definir claramente sua condição de disciplinas autônomas, embora
dependentes em última instância da filosofia como ciência dos princípios primeiros.

Universalidade da filosofia

Como assevera Cotrim (2005), duas principais razões revelam a universalidade da Filosofia:

12
 Ela abrange todos os homens: todos os homens são filósofos na medida em que todos
deparam-se com a realidade material e ou imaterial que lhes exija filosofar (ainda que
tenhamos que distinguir o filosofar espontâneo do filosofar sistemático);
 Há questões que, de um modo ou de outro, preocupam todos os homens embora
situados em diferentes espaços e tempo, essas questões são impreterivelmente
abordadas de maneira filosófica.

Este autor é uniforme ao considerar que a filosofia não pode ser vista como uma actividade
geradora de riqueza material, mas sim como um esforço constante para compreender o
mundo, interpretar a realidade que afecta a vida humana e para o homem saber pensar e saber
agir. Graças à filosofia, o homem sabe pensar e é capaz de:

 Ordenar as ideias de forma coerente;


 Questionar de forma inteligível, isto é, formular com clareza uma pergunta
susceptível de uma resposta clara;
 Ordenar um discurso argumentativo;
 Tomar consciência da amplitude, complexidade e profundidade do real;
 Questionar-se sobre a coerência, a inteligibilidade do seu próprio pensamento e sobre
os princípios em que se baseiam os seus argumentos.

Portanto, graças à filosofia, o homem sabe agir e é capaz de aplicar o seu saber na sua vida
quotidiana, isto é, capaz de tomar atitudes racionais e críticas perante a realidade que o
rodeia.

Utilidade da filosofia

De acordo com Dos Santos (2014), a primeira questão que se ouve quando alguém diz está
estudando Filosofia a questão que se coloca é exatamente esta: o que é Filosofia e para que
ela serve? E se tentar dar uma resposta, por simples que seja, para estas perguntas, pode-se
pôr certamente em apuros. “O que é Filosofia e para que ela tem valor?” é algo
extremamente “polêmico” como advertia o pensador alemão Karl Jaspers citado pelo mesmo
autor.

O mesmo é asseverado por Ewing (1984), que há uma questã oque muita gente formula de
imediato quando ouve falar de filosofia: qual a utilidade da filosofia? Não há certamente
13
expectativa alguma de que ela contribua para a produção de riqueza material. Contudo, a
menos que suponhamos que a riqueza material seja a única coisa de valor, a incapacidade da
filosofia de promover esse tipo de riqueza não implica que não haja sentido prático em
filosofar. Não valorizamos a riqueza material por si própria - aquela pilha de papel que
chamamos de dinheiro não é boa por si mesma -, mas por contribuir para nossa felicidade.

Assim sendo não resta dúvida de que uma das mais importantes fontes de felicidade, ao
menos para os que podem apreciá-la, consiste na busca da verdade e na contemplação da
realidade; eis aí o objetivo do filósofo. Ademais, aqueles que, em nome de um ideal, não
classificaram todos os prazeres como idênticos em seu valor, tendo chegado a experimentar o
prazer de filosofar, consideraram essa experiência como superior em qualidade a qualquer
outra. Visto que a maior parte dos bens que a indústria produz, excetuando os que suprem
nossas necessidades básicas, valem apenas como fontes de prazer, torna-se a filosofia
perfeitamente apta, no que se refere à utilidade, para competir com a maioria dos produtos
industriais, quando poucos são os que podem dedicar-se, em tempo integral à tarefa de
filosofar. Mesmo que entendêssemos a filosofia como fonte de um inocente prazer
particularmente válido por si próprio (obviamente, não apenas para os filósofos, mas também
para todos aqueles a quem eles ensinam e influenciam), não haveria razão para invejar tão
pequeno desperdício da força humana dedicada ao filosofar.

Períodos da filosofia grega

A filosofia grega compreende o período de 585 a.C., com Tales de Mileto, a 529 d.C.,
quando do édito e Justiniano proibindo o ensino da filosofia pagã nas escolas cristãs.
O estabelecimento de períodos no que concerne à filosofia grega é necessariamente arbitrário
em função de que nem sempre tais períodos obedecem rigidamente à cronologia. Cientes
deste carácter arbitrário, proporemos a seguinte divisão, :
 Período cosmológico ou naturalista: esse período tem como característica básica a
pergunta pela origem e natureza das coisas e do Cosmos, e é onde nós temos os
chamados pré-socráticos;
 Período antropológico ou humanista: esse período representa o esquecimento da
preocupação e investigação acerca da origem das coisas e do Cosmos, e passa a

14
preocupar-se com as questões referentes ao homem. É o período relativo aos Sofistas
e a Sócrates;
 Período das grandes sínteses: é o período mais rico da filosofia grega, onde há a
preocupação essencial com os fundamentos do conhecimento e da moralidade, e de
vários outros problemas filosóficos;
 Períodoético / e epistemológico: é o período referente ao epicurismo, estoicismo e
cepticismo, onde afloram uma plêiade de preocupações éticas, como, por exemplo, o
ideal de sábio, e questões relativas à possibilidade do conhecimento e o
estabelecimento de critérios de verdade;
 Período transcendente ou religioso: é o período em que temos a retomada de Platão e
Pitágoras, onde é deixada de lado a investigação sobre a realidade sensível, passando-
se a tratar do supra-sensível. É o momento no qual a razão perde vitalidade, deixando
de ser o critério único para explicar a realidade.
 A particularidade da Filosofia reside no facto do que cada filósofo aborda uma
realidade dada baseando-se na sua própria razão: tantos filósofos, tantas maneiras de
abordar uma realidade, isto é, tantos filósofos, tantas filosofias.

15
Conclusão

Conclui se que a Filosofia é um termo muito controverso por parte de muitos autores que
procuram, com claridade fazer uma abordagem de forma a esgotar toda materia a ela fererida,
sobretuto partindo da conceituacao. Outrora, a mesama é vista como um tipo de saber quase
místico, do qual se espera respostas extraordinárias e para o qual se dedicam apenas alguns
seres humanos supostamente iluminados; ou então, no outro oposto, é vista como um
aglomerado de pensamentos vazios e sem objeto definido, ou ainda, como uma porção de
sonhos e desvarios, quase sempre apresentados numa linguagem obscura e que poucos
entendem e, por isso mesmo, a maioria despreza como inútil.

A Filosofia tem a sua origem na região da Asia menor, hoje conhecida por Turquia e é
atribuida a Tales de Mileto como o seu percursor no período entre 585 a.C. à 529 d.C.,

A filosofia está associada tanto ao saber teórico quanto à sabedoria prática, à qual aludimos
através de expressões do tipo “considerar filosoficamente as coisas”. De fato, o sucesso da
filosofia teórica não oferece qualquer garantia de que é possíveil ser filósofo no sentido
prático ou de que é fácil agir e sentir de modo correcto sempre que nos envolvermos em
determinadas situações práticas.

16
Bibliografia

Aranha, M.L; MARTINS, M. H.P. .(2003) Filosofando. São Paulo.

Chauí, M. (2006). Convite à Filosofia. São Paulo.

Cordi et al. Para Filsofar. (2007). São Paulo.

Cotrim, G. (2005), História e Grandes Temas, São Paulo, Ed. Saraiva;


João H. (2014). Introdução à História da Filosofia Antiga. Dissertatio-Filosofia. Pelotas.

17

Você também pode gostar