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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

ANÁLISE COMPARATIVA DO PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE E O


PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR

Nome do estudante: Simone Luís Arlisto

Código: 708212962

Curso: Lic. Em Gestão Ambiental


Disciplina: Direito do ambiente
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma:
Tutora: Rosina Zandamela

Nampula, Agosto de 2022


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Estrutura Aspecto  Capa 0.5
organizacional  Índice 0.5
 Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Conteúdo Introdução  Contextualização
(indicação clara 1.0
do problema)
Descrição dos
objectivos 1.0
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Análise de Articulação e
discussão domínio do discurso
académico
(Expressão escrita 2.0
cuidadosa,
coerência/ coesão
textual)
Revisão bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos
práticos 2.0
Aspectos gerais Formatação Paginação, tipo de
tamanho de letra, 1.0
paragrafa,
espaçamento entre as
linhas
Referência Normas APA 6ª Rigor e coerência
Bibliográfica edição em das citações / 4.0
citações e referências
bibliografia bibliográficas

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Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 5

Conceito do meio ambiente ............................................................................................................. 6

Tipos de meio ambiente ................................................................................................................... 6

Direito do ambiente ......................................................................................................................... 7

Responsabilidade ............................................................................................................................. 7

Responsabilidade Civil .................................................................................................................... 7

Tipos de Responsabilidade Civil ..................................................................................................... 8

Responsabilidade civil face aos danos ambientais .......................................................................... 9

Princípio do poluidor-pagador ....................................................................................................... 10

Considerações finais ...................................................................................................................... 11

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 12

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Introdução

Em tempos como este, em que a questão do meio ambiente tem sido um dos temas mais abordados
na actualidade, isso pela tamanha importância que o ambiente contribui para a existência da vida
na terra. Pela elevada importância que o ambiente tem, houve a necessidade da elaboração de
algumas leis que pudessem protege-lo, são uma das missões deste trabalho mostrar as leis que
regem o ambiente. Então, o presente trabalho que tem o tema Direito do ambiente, visa abordar o
conceito do ambiente de acordo com alguns autores, responsabilidade civil em questões de um
dano ambiental e suas respetivas classificações, este também abordará o Princípio do poluidor-
pagador. No que diz respeito a organização, importa dizer que o mesmo está organizado da seguinte
maneira: Introdução, fundamentação teórica, considerações finais e suas respetivas referências
bibliográficas.
Esses são objetivos gerais deste trabalho, fazer uma Análise comparativa do Princípio da
responsabilidade e o Princípio do poluidor-pagador.

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Conceito do meio ambiente

Meio Ambiente significa, de uma forma geral, a reunião de diversos fatores intrínsecos, os
quais contribuem para a existência das várias espécies de vida. O elo que os une (o meio ambiente
à vida) é tênue, pois na falta de um, o outro deixará de existir.
A legislação pátria no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre
a Política Nacional do Meio Ambiente, equaciona o entendimento em face da definição: “Para os
fins previstos esta lei afirma: como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Tipos de meio ambiente

Logo, é a partir desses conceitos que se descobre qual o alcance e o significado da palavra meio
ambiente, a qual se refere ao local que abriga toda espécie de vida, sofrendo todo tipo de influências
e alterações de ordem física, química, associadas às questões culturais que, de qualquer forma,
interferem na vida humana, a saber:
1. Meio ambiente natural ou físico: ao se deparar com o meio ambiente natural ou físico,
vislumbra-se a ideia de natureza “in natura”, aquela intocada onde a ganância e o poder
destrutivo do homem não operavam.
O meio ambiente natural ou físico é constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a
fauna, ou em outras palavras, pelo fenômeno de homeostase, qual seja, todos os elementos
responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os seres vivo e o meio em que vivem (SILVA, 1998,
p.3).
2. Meio ambiente cultural: ao percorrer o processo evolutivo, verifica-se que o homem e a
natureza modificaram-se, bem como suas características, suas artes, suas paisagens. O
conceito que melhor reflete essas mudanças, assim se expressa:
Meio ambiente cultural é: integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico,
paisagístico, turístico, que, embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior
(que também é cultural) pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou
(SILVA, 1998, p.3).
3. Meio ambiente artificial: por visar ao todo, e não somente a partes, inteirando a sociedade
e o mundo natural, é que os bens construídos passam a fazer parte do objeto das políticas
ambientais. Busca-se ainda, através do patrimônio artificial, atingir as condições requeridas

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para se obter uma sadia qualidade de vida. Desta forma, o meio ambiente artificial é tudo
que é feito pelo homem, contrapondo-se ao sentido de natural e refletindo, assim, o
momento social, cultural e econômico pelo qual o homem passa.
Direito do ambiente

De acordo com Rech, et al (2015, p. 3), como em diversas outras áreas, também em relação
à proteção ambiental o fenómeno da judicial aparece de forma crescente, deslocando‑se para o
poder judicial a solução deste que é, provavelmente, o maior dos desafios da contemporaneidade:
proteger o ambiente, garantindo a continuidade da existência da própria espécie humana.
Conquanto existente no ordenamento extensa e vasta legislação garantidora da proteção ambiental,
essa legislação não se revela suficiente para a efetiva proteção do ambiente ecologicamente
equilibrado. De um lado, a tensão existente entre os diferentes e antagônicos interesses de órgãos
governamentais e dos setores produtivos; de outro, a natural discussão, que se estabelece na
aplicação das previsões legais acerca do trato da questão ambiental.
A questão ambiental ganhou foros de intenso debate, quer pelo antagonismo muitas vezes presente
em relação aos aspectos econômicos, quer pela própria expressão das dimensões conferidas ao bem
ambiental.
Como diz Olivito, “le tematiche ambientali offrono un interessante punto di
osservazione, che permette di considerare più da vicino la difficoltà di
tradurre in concreto legitime aspirazioni e l’ambiguità che sovente circonda
tali trasposizioni”.
Responsabilidade

A palavra responsabilidade origina-se do latim respondere que incide na ideia de ter alguém
se constituído garantidor de algo. Tal termo contém, portanto, a raiz latina spondeo, fórmula pela
qual, se atrelava, no direito romano, o dever nos contratos verbais.
Diz-se que a responsabilidade e todas as suas expressões dão a ideia de uma contraprestação de
correspondência.
Responsabilidade Civil

Como diz Cretella Jr, em suas palavras define o seguinte: “A responsabilidade civil decorre
da ação ou omissão, dolosa ou culposa, cuja consequência seja a produção de um prejuízo”.

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A responsabilidade civil, conforme Serpa Lopes, ”significa a obrigação de reparar um
prejuízo, seja por decorrer de uma culpa ou de outra circunstância legal que a justifique, como a
culpa presumida, ou por uma circunstância meramente objetiva”.
Na óptica de Irineu Antônio Pedroti: “Na acepção jurídica responsabilidade corresponde ao
dever de responder (do latim respondere) pelos atos próprios e de terceiros, sob proteção legal, e
de reparar os danos que forem causados”. Isso revelado muito ajuda no entendimento e
conceituação do que é a responsabilidade civil.
Mas de uma forma generalizada a definição mais aceite na sociedade civil da responsabilidade civil
é dada como:
A aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial
causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde,
por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal, (Maria Helena Diniz).
Tipos de Responsabilidade Civil

a) Responsabilidade Civil Contratual


A responsabilidade civil contratual, como o próprio nome diz, é aquela regida por força de um
contrato. A pessoa causa prejuízo a outrem pelo descumprimento contratual, tornando-se um
inadimplente. Maria Helena Diniz entende que a responsabilidade civil contratual, está fundada em
dois fatores, o dever jurídico violado e a imputabilidade do agente:
Todo aquele que voluntariamente infringir dever jurídico estabelecido em lei ou em
relação negocial, causando prejuízo a alguém, ficará obrigado a ressarci-lo, pois
uma vez vulnerado direito alheio, produzindo dano ao seu titular, imprescindível
será uma reposição ao statu quo anterior ou um reequilíbrio ao desajuste sofrido. A
responsabilidade do infrator, havendo liame obrigacional oriundo de contrato ou de
declaração unilateral de vontade, designar-se-á responsabilidade contratual; não
havendo vinculo obrigacional, será denominada responsabilidade extracontratual ou
aquiliana (DINIZ, 2002, p. 167).
Responsabilidade Civil Extracontratual ou Aquiliana
A responsabilidade civil extracontratual não é vinculada a nenhum contrato como a anterior.
Decorre de ato ilícito provocado pelo agente que, infringindo um dever legal, viola os deveres
gerais de abstenção ou omissão, como os que correspondem aos direitos reais, aos direitos da
personalidade ou aos direito do autor. Na responsabilidade extracontratual, em relação ao ônus da
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prova, o autor devera demonstrar a culpa do agente causador do dano. Sua origem decorre da
inobservância do dever genérico de não lesar, de não causar dano a ninguém.
Responsabilidade civil face aos danos ambientais

São quatro os elementos essenciais da responsabilidade civil:


1. Acção
Acção é um dos elementos constitutivos da responsabilidade, que se traduz em um acto humano,
comissivo ou omissivo, ilícito ou lícito, voluntário ou não, do próprio agente ou de terceiro, ou
pelo fato de um animal ou coisa inanimada que cause um dano (prejuízo) a outrem, gerando o dever
de indenizar. Ilícito vem qualificar, em matéria jurídica, todo fato ou ato que importe numa violação
ao direito ou em dano causado a outrem, provenha do dolo ou se funda na culpa. A responsabilidade
sem culpa se baseia no risco.
2. Culpa
Consoante nosso ordenamento jurídico, o dever de indenização decorre do dolo ou da culpa. Por
não trazer maiores dificuldades em sua identificação, o dolo não gera tantas controvérsias.
Entretanto, a culpa, como fundamento da responsabilidade civil, provoca a necessidade de uma
análise mais acurada. Derivada do latim “culpa” (falta, erro cometido por inadvertência ou por
imprudência), é compreendida como a falta cometida contra o dever, por ação ou omissão,
proveniente de ignorância ou negligência. Na legislação pátria, prevalece a regra de que o dever
ressarcitório pela prática de atos ilícitos, decorre da culpa, da responsabilidade ou censurabilidade
da conduta do agente, a não ser no caso da administração pública ou das empresas prestadoras do
serviço público que respondem, independente de culpa, baseadas na responsabilidade objetiva.
3. O Nexo de Causalidade
De uma relação de causalidade surgida entre o agente que praticou o ato lesivo e o prejuízo sofrido
pela vítima, origina-se o dever de indenização, pois a responsabilidade civil não subsiste sem a
relação de causalidade entre o dano e a ação que o provocou. O nexo representa uma relação
necessária entre o evento danoso e a ação que o produziu, sendo que esta é considerada como sua
causa. Entretanto, não será necessário que o dano decorra apenas imediatamente do fato que o
produziu; deve-se verificar se o dano não ocorreria, se o fato não tivesse acontecido. Este poderá
não ser a causa imediata, basta que seja condição para a produção do dano.

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4. Dano
Para que ocorra o dever de ressarcimento oriundo da responsabilidade civil, haverá a necessidade
de ter ocorrido um dano, que o torna pressuposto dela.
O dano pode ser definido como a lesão (diminuição ou destruição) que, devido a certas
circunstâncias, uma pessoa, contra sua vontade, pode sofrer em qualquer bem ou interesse jurídico,
patrimonial ou moral. Assim é que o dever de reparação do dano decorre de um prejuízo advindo
como resultado de um dano provocado ao direito de outrem. Deslocando esse entendimento de
dano para o campo ambiental, temos que o dano ambiental decorre de uma lesão aos recursos
ambientais, com consequente degradação e alteração do equilíbrio ecológico.
Princípio do poluidor-pagador
Este princípio surgiu da necessidade de se impor à sociedade um mecanismo de alcance preventivo
e ou repressivo. Preventivo, no sentido de que, se ocorrer dano, o responsável arcará com severas
penas, dentre elas multas pecuniárias. Repressivo, no sentido de impor efetivamente as penas,
fazendo cumpri-las. A responsabilidade civil em matéria ambiental, à realização deste princípio, é
objetiva, ou seja, independentemente da culpa do agente, bastando o nexo objetivo de causalidade
entre a sua conduta e a ocorrência do dano.

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Considerações finais
Por tudo, pode-se concluir que as normas ambientais não se encontram coligidas e num primeiro
momento, pode parecer que há uma grande dificuldade na sua compreensão e aplicação. Mas os
governos acreditam, que é indispensável à conscientização da humanidade e a criação de normas
específicas, com punições rigorosas para punir aquele que cometer qualquer tipo de crime contra
o meio ambiente. Precisa-se também, de uma fiscalização adequada e organizada, no qual, toda a
humanidade colabore, para que os culpados sejam obrigados a indenizar e desta maneira, consiga-
se o equilíbrio do meio ambiente. Neste sentido, a humanidade tem papel essencial ante a
responsabilidade de preservação ambiental, em concordância com o desenvolvimento
fundamentado num planeta sustentável, que venha usar de maneira racional e consciente dos bens
naturais para que futuras gerações venham usufruir de um meio ambiente equilibrado.

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Referências bibliográficas
SILVA, J. A. da. Direito ambiental constitucional. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
PEDROTI, Irineu Antônio. Responsabilidade Civil. 2. ed. São Paulo: Universidade de Direito,
1995.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. v. 7, 21. ed.
São Paulo: Saraiva, 2002.
OLIVITO, Elisa. Partecipazione e ambiente: uno sguardo critico. Diritto Pubblico, Milano:
Giuffrè, 2011.

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