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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância – Nampula

Ecossistemas: Funcionamento Ecológico e Valores para a Conservação

Discente: Zaina Bernardo Roroge


Código: 708181122
Tutor:
Eurico Alexandre

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Cadeira: Ecologia Geral
Ano de Frequência: 3º Ano. Turma D

Nampula, Maio de 2022


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Metodologia adequada ao 2,0
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Conteúdo nacional e internacionais 2,0
relevantes na área de estudo
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Conclusão Contributos teóricos
práticos 2,0

Aspectos Paginação, tipo e tamanho


gerais de letra, paragrafo, 2,0
Formatação espaçamento entre linhas
Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das
bibliográficas
edição em citações citações/referências
4,0
e bibliografia bibliográficas

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Índice
1.0. Introdução ............................................................................................................................ 3
1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 3
1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 3
1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 3
2.0. Ecossistemas: Funcionamento Ecológico e Valores para a Conservação ........................... 4
2.1. Conceito de Ecossistema ..................................................................................................... 4
2.2. Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas .............................................................. 4
2.3. Valores Para a Conservação dos Ecossistemas Naturais – biodiversidade ......................... 4
2.4. Factores Ambientais e Poluição Atmosférica...................................................................... 5
2.4.1. Classificação dos Poluentes .............................................................................................. 6
2.4.2. Poluentes Comuns e suas fontes ....................................................................................... 6
2.5. Valores para a Conservação dos Ecossistemas Naturais – Produção de Biomassa............. 6
2.6. Valores para a Conservação dos Ecossistemas Naturais: Ciclagem Biogeoquímica;
Regulação do Ciclo Hidrológico, Protecção do Solo e Água Superficial e Subterrânea. .......... 8
2.6.1. Conceitos Gerais Sobre os Ciclos Biogeoquímicos ......................................................... 8
2.6.2. Importância dos ciclos biogeoquímicos ........................................................................... 9
3.0. Ecossistemas naturais e Ecossistemas Antrópicos ............................................................ 10
3.1. Conceito de Ecossistemas Naturais ................................................................................... 10
3.2. Conceito de Ecossistemas Antrópicos ............................................................................... 10
Conclusão ................................................................................................................................. 11
Bibliografia ............................................................................................................................... 12
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1.0. Introdução
O presente trabalho da disciplina de ecologia geral pretende versar sobre Ecossistemas:
Funcionamento Ecológico e Valores para a Conservação.
O ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente físico ou seja, o biótopo (formado
por factores abióticos - sem vida - como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por
componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona. Geralmente OS
ecossistemas são constituídos, essencialmente, por três componentes: biótico, abiótico e
energia.
As definições mais modernas de ecossistema consideram esse termo como sinónimo de
comunidade. Inicialmente, considerava-se que o ecossistema seria constituído pelo clima, pelo
solo, pelas bactérias, pelos fungos, pelas plantas e pelos animais de qualquer lugar definido,
ou seja, um ecossistema teria componentes bióticos e abióticos. Por sua vez, os componentes
bióticos de um ecossistema, ou todos os organismos vivos que nele habitam, em conjunto,
constituíam uma comunidade ecológica.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer o funcionamento ecológico e os valores para a conservação dos ecossistemas.

1.1.2. Específicos
 Conceituar ecossistema
 Descrever o funcionamento ecológico dos ecossistema;
 Identificar e descrever valores para a conservação dos ecossistemas.
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2.0. Ecossistemas: Funcionamento Ecológico e Valores para a Conservação


2.1. Conceito de Ecossistema
Denomina-se ecossistema ou sistema ecológico qualquer unidade que abranja todos os
organismos que funcionam em conjunto (a comunidade biótica) numa dada área, interagindo
com o ambiente físico de tal forma que um fluxo de energia produza estruturas bióticas
claramente definidas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas”
(Odum,1988).
Ecossistema é definido pela inter-relação entre os componentes abióticos (solo, água, ar, luz e
nutrientes) e os componentes bióticos (seres vivos) (Boschilia, 2006).
Hanazaki, Petrucio, Zank, e Mayer (2013) definem ecossistema como a unidade fundamental
da organização ecológica, onde ocorre a reciclagem de matéria e o fluxo de energia.

2.2. Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas


Segundo a sua situação geográfica, os principais ecossistemas são classificados em terrestres e
aquáticos. Em qualquer dos casos, são quatro os seus constituintes básicos: - substâncias
abióticas - compostos básicos do meio ambiente; - produtores - seres autotróficos, na maior
parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar a sua própria substância a partir de
substâncias inorgânicas simples; - consumidos - organismos heterotróficos, quase sempre
animais, que se alimentam de outros seres ou de partículas de matéria orgânica,
decompositores - seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos que, decompondo as
complexas substâncias dos organismos mortos, ingerem partes destes materiais libertando, em
contrapartida, substâncias simples que, lançadas no ambiente. podem ser assimiladas pelos
produtores (Hanazaki, et al, 2013).
Dentro dos limites de um ecossistema, a energia solar terá um papel fundamental na produção
de alimento. Essa energia segue um fluxo unidireccional, passando por diversos níveis de
seres vivos — é o fluxo de energia e de matéria (Boschilia, 2006).

2.3. Valores Para a Conservação dos Ecossistemas Naturais – biodiversidade


A diversidade de espécies é fundamental também para a manutenção dos processos
ecológicos dos ecossistemas, por meio das interacções bióticas, garantindo o equilíbrio
biológico da comunidade (Cavalcanti, 2014).
A biodiversidade entre os seres vivos em nosso planeta nos permite dividi-los em níveis e
estudá-los separadamente, para melhor entender toda a sua complexidade, desde suas
características moleculares até seu comportamento (Boschilia, 2006).
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Biodiversidade é a imensa variedade biológica de plantas e animais existentes no planeta. E a


cada dia novas espécies são descobertas e estudadas (Hanazaki, et al, 2013).
“Os grandes biomas terrestres, detentores da maior biodiversidade, são as terras quentes e
húmidas, geralmente estão localizados em áreas pouco desenvolvidas e sem recursos para
preservá-las. Assim, essas áreas estão sendo cada vez mais ameaçadas pela acção do homem, o
que leva os conservacionistas de todo o mundo a lutar pela sua protecção e pela preservação
da vida orgânica lá existente” (Boschilia, 2006, p. 358).
As alterações por que passa o meio ambiente leva a um empobrecimento inevitável da
biodiversidade. Sabemos que qualquer espécie de ser vivo que hoje existe é fruto de milhões
de anos de evolução, e que, quando uma espécie não possuir mais exemplares, ela nunca mais
voltará a existir (Hanazaki, et al, 2013).
Dentre as principais causas que têm levado muitas espécies da fauna e da flora à extinção está
o crescimento da população mundial, a necessidade cada vez maior de espaços, o
desmatamento que destrói habitats anteriormente ocupados por inúmeras espécies, a caça
predatória descontrolada e irresponsável. Dentre estas acções, a perda de habitat é a acção que
mais afecta a diversidade biológica actualmente (Boschilia, 2006).
Além da perda total de habitat, a fragmentação de habitats contínuos, produzindo
remanescentes de pequeno tamanho e isolados entre si, vem cada vez mais afectando a
manutenção das espécies nos ecossistemas (Boschilia, 2006).
Os remanescentes de ecossistemas naturais, frequentemente de pequeno tamanho, encontram-
se sujeitos ao efeito de borda, com consequências negativas à persistência das espécies típicas
dos habitats originais (Boschilia, 2006).

2.4. Factores Ambientais e Poluição Atmosférica


São considerados poluentes atmosféricos quaisquer substâncias presentes no ar que por sua
concentração podem torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-
estar público, danoso aos materiais, à biota ou prejudicial à segurança, ao uso da propriedade
e às actividades normais da comunidade (São Paulo, 2009).
Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, possa
torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso
aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
actividades normais da comunidade (Conama, 1990).
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2.4.1. Classificação dos Poluentes


Quanto a sua origem podem ser classificados em:
 poluentes primários: são aqueles emitidos directamente pelas fontes;
 poluentes secundários: são aqueles formados na atmosfera por interacções químicas entre
os poluentes primários e constituintes normais da atmosfera. Ex: ozónio e peroxi-acil-
nitratos.
Quanto à sua natureza química, classificam-se em: compostos sulfurosos; compostos
nitrogenados; compostos orgânicos; óxidos de carbono; halógenos; matéria particulada e
compostos radioactivos.
2.4.2. Poluentes Comuns e suas fontes
 Dióxido de Enxofre - Combustões domésticas, usinas termoeléctricas, refinarias de
petróleo, olarias, usinas de aço e ferro.
 Material Particulado - Emissões de veículos, combustões domésticas, usinas de gás,
geração de electricidade, incineradores, fábricas de cimento, refinarias de petróleo,
fornos de cal, fábricas de cerâmica, fundições, estufas e carvão.
 Hidrocarbonetos - Emissões de veículos, refinarias de petróleo.
 Óxidos de Nitrogénio - Emissões de veículos, fábricas de acido nítrico, usinas
termoeléctricas, usinas de ferro e aço, fábricas de fertilizantes (Cavalcanti, 2014).
Substâncias poluentes e seus respectivos compostos de origem
Composto de origem Substância Poluente
Enxofre SO2; SO3; H2S e Sulfatos
Nitrogénio NO; NO2; NH3; HNO3 e Nitratos
Orgânicos Hidrocarbonetos; Álcoois; Aldeídos; Cetonas e Ácidos
Orgânicos
Carbono CO e CO2
Halogenados HCl; HF; Cloretos; Fluoretos;
Material Particulado Mistura de compostos no estado sólido ou líquido
Fonte: (Boschilia, 2006).

2.5. Valores para a Conservação dos Ecossistemas Naturais – Produção de Biomassa


A produção vegetal terrestre é máxima nos trópicos húmidos e, mínima nos habitats de tundra
e deserto. A combinação favorável de intensa luz solar, temperatura alta e precipitação
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abundante nos trópicos húmidos resulta na mais alta produtividade terrestre do planeta
(Cavalcanti, 2014).
A produtividade primária de um sistema ecológico refere-se à taxa de conversão de energia
radiante em energia química, “armazenada” nas ligações entre os átomos de carbono, das
substâncias orgânicas elaboradas mediante a actividade fotossintética dos organismos
produtores ou autotróficos (plantas verdes e algas) (Ricklefs, 2003).
A produtividade primária bruta é a taxa global da fotossíntese, incluindo a matéria orgânica
usada na respiração durante o processo de medição, enquanto a produtividade primária líquida
representa a taxa de armazenamento de matéria orgânica nos tecidos vegetais, em excesso
relativamente ao uso respiratório pelos produtores, durante o período de medição.
O processo básico da produção primária é a fotossíntese, realizada pelas plantas e algas. Neste
processo, o carbono inorgânico (CO2) é transformado em carbono orgânico (glicose-
C6H12O6), ao mesmo tempo em que a energia luminosa é convertida em energia química,
ficando “armazenada” na molécula orgânica (C6H12O6) (Cavalcanti, 2014).

Fotossíntese
CO2 + H2O + Luz→ C6H12O6 + O2
Parte da matéria orgânica produzida será oxidada a fim de liberar a energia de que as células
precisam para realizar suas actividades vitais. A reacção básica deste processo é a respiração
aeróbia.
Respiração Aeróbia:
C6H12O6 + O2 →CO2 + H2O + energia
A matéria orgânica que forma a biomassa dos organismos é constituída principalmente de
carboidratos (açúcares), proteínas e lipídios (gorduras). Os produtores primários (plantas e
algas) necessitam, portanto, de vários tipos de nutrientes para produzir os vários compostos
orgânicos, sendo os macronutrientes principais o carbono (gás carbónico - CO2), o nitrogénio
(nitrato - NO3-), o enxofre (sulfato - SO4-2) e o fósforo (fosfato - PO4-3), além de vários outros
micronutrientes (ferro, zinco, manganês, etc...).
Os principais factores que limitam a produção primária são a disponibilidade de água, de luz e
de nutrientes inorgânicos, principalmente, o fósforo e o nitrogénio, devido à sua relativa
escassez nos ecossistemas (Begon, Townsend & Harper 2007).
Os animais obtêm sua energia e matéria, nutrindo-se de outros organismos (heterótrofos),
sejam eles plantas ou outros animais. Por meio do processo de respiração aeróbia, suas células
vão oxidar a glicose e obter a energia para suas actividades, transformando, portanto, parte da
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matéria orgânica constituinte da biomassa em matéria inorgânica, a qual retornará ao


ambiente abiótico (ar, água ou solo).
Os organismos libertam constantemente para o solo ou água, substâncias orgânicas, incluindo
folhas das plantas, fezes e urina dos animais. Quando estes organismos morrem, sua biomassa
também será transferida para o solo ou água. Tal compartimento do ecossistema, representado
pela matéria orgânica morta, presente no solo (nos ecossistemas terrestres) ou na água (nos
ecossistemas aquáticos), alimenta um tipo importante de cadeia alimentar: a cadeia dos
decompositores ou cadeia alimentar de detritos. Esta cadeia alimentar é constituída
principalmente de microrganismos heterotróficos que se nutrem da matéria orgânica morta,
realizando sua decomposição (Begon, Townsend & Harper 2007).
O processo final da decomposição engloba três tipos básicos de reacções químicas,
dependendo da disponibilidade de oxigénio no ambiente, para utilização pelos
microrganismos: a respiração aeróbia, a respiração anaeróbia (ambientes sem oxigénio) e a
fermentação (ambientes sem oxigénio) (Cavalcanti, 2014).
A decomposição e a produção da matéria orgânica funcionam como processos, por meio dos
quais a matéria circula no ecossistema, ora fazendo parte da composição dos organismos, ora
fazendo parte da matéria orgânica morta no solo e água, ou ainda, como substâncias
inorgânicas simples, dissolvidas na água e solo. O movimento de cada elemento químico no
ecossistema pode ser acompanhado, constituindo um ciclo biogeoquímico (Cavalcanti, 2014).
Em condições de ausência de oxigénio a decomposição da matéria orgânica ocorrerá de forma
incompleta, liberando compostos como metano (CH4), amónia (NH3) e gás sulfídrico (H2S).
Apenas alguns tipos de organismos, principalmente alguns fungos e bactérias, são capazes de
realizar a decomposição anaeróbia (Cavalcanti, 2014).

2.6. Valores para a Conservação dos Ecossistemas Naturais: Ciclagem Biogeoquímica;


Regulação do Ciclo Hidrológico, Protecção do Solo e Água Superficial e Subterrânea.
2.6.1. Conceitos Gerais Sobre os Ciclos Biogeoquímicos
A vida na Terra se desenvolve por constante reciclagem de nutrientes.
Os mesmos elementos químicos circulam nas cadeias biogeoquímicas, e estão presentes ora
nos seres vivos, ora no meio externo. Nos ciclos biogeoquímicos, os seres decompositores —
bactérias e fungos desempenham um papel primordial. Com a morte do organismo, a matéria
é decomposta por eles, e os elementos químicos resultantes são novamente colocados à
disposição do ambiente e de outros seres vivos (Boschilia, 2006).
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A maioria dos ecossistemas encontra-se em estado de equilíbrio dinâmico, no qual a


importação de elementos aproximadamente equilibra a exportação, sendo que a taxa de
circulação dos elementos dentro do ecossistema é geralmente maior, comparada com a
entrada e saída destes (Begon, Townsend & Harper 2007).

2.6.2. Importância dos ciclos biogeoquímicos


Os ciclos biogeoquímicos são importantes porque garantem que os elementos químicos sejam
utilizados e, depois, sejam novamente disponibilizados no meio ambiente para outros
organismos. Se a água, por exemplo, não estivesse frequentemente sendo reciclada, ela
provavelmente já teria acabado no planeta. O que garante essa ciclagem da água é o chamado
ciclo da água, que garante que ela fique disponível no meio ambiente, seja usada pelos seres
vivos e depois seja devolvida ao meio por meio de processos como transpiração e
decomposição (Boschilia, 2006).
Vários mecanismos conservadores de nutrientes estão presentes nos ecossistemas naturais,
sendo que a interacção vegetação – solo - água é de fundamental importância na ciclagem
biogeoquímica.
A cobertura vegetal original do solo apresenta uma relação estreita com o funcionamento do
ciclo hidrológico no ecossistema terrestre. A interceptação da vegetação, amortecendo o
impacto da precipitação, favorece a infiltração da água no solo, a qual ocorrerá de modo mais
lento. Ao mesmo tempo, a vegetação garante o fornecimento de matéria orgânica para o solo,
o que é fundamental para melhorar sua estrutura física (Cavalcanti, 2014)
A matéria orgânica em decomposição favorece a formação de agregados no solo, ao libertar
compostos intermediários que funcionam como agentes cementantes, unindo as partículas
minerais do solo.
A presença de agregados confere ao solo uma estrutura física adequada, importante para
prevenir a erosão e facilitar a infiltração de água (Primavesi, 1988). A matéria orgânica em
decomposição também contribui para a retenção de nutrientes minerais na camada superficial
do solo, ao funcionar como agente quelante, “segurando” elementos químicos que seriam
lixiviados do solo (Odum, 1988).
Ao favorecer uma maior infiltração de água no solo, a presença da cobertura vegetal,
principalmente a nativa, com sua estrutura característica (disposição espacial das plantas,
raízes, etc...), é importante para garantir o suprimento de água subterrânea na bacia
hidrográfica. Ao mesmo tempo, um menor volume de água escoa superficialmente e sub-
superficialmente deste solo, protegido pela vegetação nativa, significando maior protecção
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contra erosões, e desbarrancamentos de margens. Como consequência, ocorrerá menor


transporte de materiais (partículas de solo, nutrientes e poluentes) para os ecossistemas
aquáticos, prevenindo seu assoreamento, eutrofização e contaminação (Boschilia, 2006).
As matas ciliares são exemplos de ecossistemas florestais com uma importante função
ecológica de protecção dos ecossistemas aquáticos em suas margens, por intermédio da
regulação do ciclo hidrológico e conservação do solo.

3.0. Ecossistemas naturais e Ecossistemas Antrópicos


3.1. Conceito de Ecossistemas Naturais
Ecossistemas naturais são aquelas em que a natureza é responsável pela criação do ambiente e
pela evolução da comunidade — que depende de factores bióticos e abióticos, bem como das
interacções entre os organismos e fluxos de energia pelo ecossistema. A formação original
deste ecossistema não sofreu interferência humana e, justamente por isso, é chamado de
“natural (Boschilia, 2006).
Como exemplo de ecossistemas naturais podem ser citados os lagos, os rios, as florestas, os
campos, dentre outros (Cavalcanti, 2014).

3.2. Conceito de Ecossistemas Antrópicos


O ecossistema antrópico é aquele que sofreu influência humana para tentar replicar um
ecossistema que existia em determinado local. Os exemplos mais claros de ecossistema
artificial podem ser encontrados em áreas reflorestadas e em locais de protecção da fauna e
flora. É, em outras palavras, uma tentativa do homem imitar o ecossistema natural
(Cavalcanti, 2014).
Dentro de um ecossistema natural não há controle do homem em relação às interacções das
espécies, e este tipo de relação é determinada pela natureza ao longo de milénios de
transformações. No ecossistema artificial, por outro lado, o homem é capaz de determinar
detalhe como o tipo de vegetação predominante e as espécies animais que irão conviver ali
(Boschilia, 2006).
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Conclusão
Chegando ao fim do presente trabalho conclui-se o objectivo foi alcançado também perece-se
que a poluição atmosférica, entretanto, não é um processo recente e de inteira
responsabilidade do homem, tendo a própria natureza se encarregado, durante milhares de
anos, de participar activamente deste processo com o lançamento de gases e materiais
partículados originários de actividades vulcânicas e tempestades, dentre algumas fontes
naturais de poluentes. A actividade antrópica, por sua vez, acaba por intensificar a poluição do
ar com o lançamento contínuo de grandes quantidades de substâncias poluentes.
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Bibliografia
Begon, M.; Townsend, C. R.; Harper, J. L. (2007), Ecologia: De indivíduos a ecossistemas. 4.
Ed. Porto Alegre: Artmed.
Boschilia, C. (2006). Biologia: teoria e prática . São Paulo: Rideel.
Cavalcanti, F. A. (2014). Ecologia de Ecossistemas. Brasília: NT Editora.
Hanazaki, N., Petrucio, M., Zank, S., & Mayer, F. P. (2013). Introdução à Ecologia.
Florianópolis: Ead/UFSC.
Odum, E. P. (1971) Fundamentos de Ecologia, 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
PRIMAVESI, A. (1988) Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São
Paulo, Nobel. 549p.
Ricklefs, R. (2003), A Economia da Natureza: um livro-texto em Ecologia Básica. Guanabara.
503p.
São Paulo. Secretaria de Estado do Meio Ambiente (2009) Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB). Relatório de qualidade do ar no Estado de São Paulo
2008. CETESB, São Paulo, Disponível em:
http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/publicacoes.asp.

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