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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema:

Importância dos Constituintes Orgânicos do Solo

O Tutor: Msc Luís Deixa

Estudante: Anchita Muarabo Assane

Código: 708213875

Disciplina: Pedogeografia
Ano de frequência: 1º

Cuamba, Maio de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Tema:

Importância dos Constituintes Orgânicos do Solo

Nome։ Anchita Muarabo Assane

Código: 708213875

Trabalho de investigação da cadeira Geologia geral a ser


apresentado na Universidade Católica de Moçambique
Cuamba, de carácter avaliativo. Orientado pelo Tutor:
Msc Luís Deixa

Cuamba, Maio de 2022


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Classificação
Categoria Indicador Padrões Pontuação Nota do Sub
Máxima tutor total
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
Organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição do
Introdução 1.0
objectivo
 Metodologia
adequada ao 2.0
objectivo do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(Expressão escrita
cuidada, coerência
Análises e /coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacional 2.0
relevante nas áreas de
estudo
 Exploração de dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
párticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafa, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências
edições em citações /referências
Bibliográfic 4.0
citação e bibliografia
as
bibliográfica
Recomendações de melhoria

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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 7

Conceito de solo ............................................................................................................... 8

Constituintes do solo ........................................................................................................ 9

Constituintes orgânicos do solo ...................................................................................... 11

Importância dos constituintes orgânicos do solo ............................................................ 12

Funções do Solo ............................................................................................................. 14

Funções de natureza ecológica: ...................................................................................... 14

Funções de natureza socioeconômica ............................................................................. 15

Conclusão ....................................................................................................................... 17

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 18


Introdução
A terra representa muita coisa para pessoas (Frey e Nielsen, 1984). O seu uso é repartido
por vários tipos de interesses e a gestão desse mesmo uso está geralmente na mão de
interesses políticos, os quais, deveriam ser sempre aconselhados por técnicos.

As Ciências do Solo têm tipicamente um carácter pluridisciplinar. Entre essas ciências


são tradicionalmente relevantes a Física, a Geografia, a Química, a Biologia e a
Mineralogia do Solo.

São igualmente importantes áreas mais aplicadas como a Mecânica do Solo, Fertilidade
do Solo e Nutrição Vegetal, Conservação do Solo e da Água ou Solos, e Geomedicina.

Neste contexto, ao longo deste trabalho, vamos falar do conceito do solo, dos constituintes
do solo, dos constituintes orgânicos do solo, da importância dos constituintes orgânicos
do solo e das funções do solo.

O presente trabalho tem como objectivos específicos os seguintes:

 Definir o solo;
 Mencionar os constituintes do solo no geral;
 Mencionar os constituintes orgânicos do solo e suas características; e
 Descrever a importância dos constituintes orgânicos do solo.

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Conceito de solo
Etimologicamente o termo solo origina-se do Latim solum = suporte, superfície, base. A
concepção de solo depende do conhecimento adquirido a seu respeito, de acordo com o
modelo conceptual que ele representa nas diferentes atividades humanas.
Neste contexto, o Sistema Brasileiro de Classificação do Solo define o solo como sendo
uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas,
tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos; contêm matéria
viva e podem ser vegetados na natureza e, eventualmente, terem sido modificados por
ações do homem (Santos et al., 2018).

De acordo com (Coleman, 2001), o solo é um dos recursos naturais mais importantes para
o equilíbrio do ecossistema terrestre, uma vez que interage diretamente com a atmosfera,
biosfera, litosfera e hidrosfera.

Portanto, Tem como limite superior o contacto com a atmosfera; como limites laterais os
corpos de água superficiais, rochas, gelo, aterros, etc. O limite inferior, em geral, é de
difícil definição, mas passa pelo contacto com a rocha dura ou materiais que não
apresentam sinais de influência de microrganismos.

Neste contexto, o solo é um produto da acção conjugada de diferentes factores de


formação tais como:

 O material de origem ou rocha matriz que é submetida ao intemperismo, que a


fragmenta mas mantém as características químicas e físicas essenciais dos solos.
 O clima, que atua com as variações da temperatura, da chuva e do vento e governa
a intensidade do intemperismo e aumenta ou diminui o tempo para a formação
dos solos.
 O relevo, com as suas diferentes posições topográficas (planícies, encostas e
baixadas) e altitudes, determinam se cada solo perde ou recebe material de outros
solos.
 Os organismos, como vegetação, animais e microrganismos no solo, em resposta
às condições climáticas e ambientais, afetam diversos parâmetros específicos dos
solos.
 O tempo, um dos mais importantes fatores, pois define a idade e a intensidade da
atuação dos demais fatores de formação.

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Numa perspectiva geológica, ao falar de solo, poderemos pensar no conceito de rególito,
o manto de alteração existente à superfície da terra resultante do processo de meteorização
das rochas. De facto, no máximo, o solo pode corresponder à totalidade do rególito, mas
em muitos locais é apenas a parte superficial dele.

O solo pode ser entendido como “material não consolidado, mineral ou orgânico,
existente à superfície da terra e que serve de meio natural para o crescimento das plantas”
(SSSA, 1997).

Assim, temos um aspecto novo a considerar no solo, que é a sua interacção com a biosfera.
Podemos dizer que o solo é o resultado da interacção da biosfera com o rególito. Na
realidade forma-se na interface da litosfera com a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera.

Na realidade, no solo, os seres vivos têm que se adaptar a condições muito difíceis em
cerca de 20% da área total dos continentes e ilhas ocupados por:

 Gelos permanentes
 Superfícies rochosas
 Areias instáveis

Em contrapartida, têm condições de vida mais facilitadas nos restantes 80% da área que
são revestidos por uma cobertura de solos.

Constituintes do solo
O solo é composto pelas fases sólida, líquida, gasosa e orgânica. A fase sólida é
constituída pelos minerais, que compõem, em média, 45% do volume. As fases líquida e
gasosa ocupam o espaço poroso, que pode representar até 50% do volume. A fase
orgânica é representada pela matéria orgânica do solo, que raramente ultrapassa 5% do
volume.

Embora corresponda a menor porção, a matéria orgânica regula uma série de processos
físicos, químicos e biológicos que ocorrem no solo.

Ela é fundamental para mantê-lo vivo, pois representa uma fonte de energia para os
microrganismos que nele habitam. Graças à presença da comunidade microbiana, o solo
não pode ser visto como um corpo inerte, que funciona somente como suporte físico para
as plantas.

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No mundo inteiro os solos são separados por classes. Cada classe reúne características
próprias que são expressas nos seus horizontes, tais como: teor de argila, cor, teor de
nutrientes, profundidade, tipo de estrutura, etc.

Para facilitar ou permitir a distinção dos diferentes tipos, foram criados os sistemas de
classificação de solo, que reúnem todas as informações relevantes e necessárias para
enquadrá-los em suas respectivas classes.

O sistema de classificação mais antigo foi desenvolvido pela Sociedade Internacional de


Ciência do Solo para os países da Europa, que originou o hoje conhecido sistema World
Reference Base for Soil Resources (WRB), cuja tradução em português é “Base Mundial
de Referência para Recursos do Solo”.

Outro sistema mundialmente conhecido, desenvolvido pelos Estados Unidos, é o Sistema


Americano de Classificação do Solo, ou em inglês, Soil Taxonomy. Neste sistema de
classificação os solos são divididos por ordens em vez de classes. O Brasil também possui
um sistema de classificação dos solos, que foi originado a partir da evolução dos sistemas
já existentes, especialmente do sistema americano.

Devido às diferenças nos critérios de separação e nos mais variados tipos de solo, não
existe uma relação direta entre os diferentes sistemas de classificação de solos.

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Constituintes orgânicos do solo

A matéria orgânica, assim chamada a fase sólida orgânica do solo, é constituída por restos
vegetais (folhas, galhos, frutos e raízes) e animais (esqueletos e fezes) em diferentes graus
de decomposição. Os resíduos vegetais frescos, depositados sobre ou dentro do solo,
sofrem o processo de decomposição pelos organismos do solo. Essa matéria orgânica
será fonte de nutrientes tanto para plantas quanto para organismos. Parte desse material
orgânico vai ser humificado pelos organismos do solo, formando uma fração conhecida
como húmus, ou fração húmica, que é constituída de moléculas orgânicas bem grandes e
complexas. A fração húmica é muito importante no solo, pois além de ajudar na agregação
das partículas sólidas, ela também é responsável pela maioria das cargas, que podem reter
nutrientes, presentes nos solos tropicais e subtropicais.

Embora a matéria orgânica seja importante para o solo, ela é encontrada em pequenas
quantidades (cerca de 5% do volume de solo ou menos). Ela se concentra nas primeiras
camadas, porque é depositada pelos animais e vegetais que estão principalmente sobre ou
na superfície do solo. Assim, o teor de matéria orgânica no solo diminui conforme
aumenta a profundidade do solo.

Os teores de matéria orgânica são bastante variáveis de um solo para outro, pois depende
da quantidade de resíduos orgânicos que são depositados no solo e do quanto dessa
matéria orgânica é mineralizada.

A mineralização destrói as moléculas orgânicas transformando-as em inorgânicas.


Quando isso acontece, o solo perde material orgânico. Já quando o resíduo orgânico é
decomposto, ele forma o húmus, aumentando o teor de material orgânico no solo,
consequentemente melhorando a agregação e a quantidade de cargas negativas. Mais à
frente será visto a importância das cargas negativas no solo.
As plantas absorvem os nutrientes do solo e os incorporam em seus tecidos vegetais.
Quando essas plantas depositam seus resíduos sobre o solo, esses nutrientes voltam para
o solo e são absorvidos novamente pelas novas plantas que crescem no local. Esse
processo é conhecido como ciclagem de nutrientes.

A ciclagem de nutrientes é um processo muito importante e garante que alguns solos


pobres sustentem florestas exuberantes, ou seja, a ciclagem dos nutrientes pelas plantas
vai sustentando a floresta. No Brasil, esse processo pode ser observado na Floresta

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Amazônica. A maior parte dos solos sob essa floresta são pobres em nutrientes, mas a
ciclagem dos nutrientes pelas plantas faz com que exista uma floresta, mesmo se tratando
de um solo pobre.

A matéria orgânica humificado pode, inclusive, dar cor ao solo. As camadas de solo que
apresentam maior teor de matéria orgânica apresentam coloração que varia de castanho a
preto, conforme a imagem ao lado.

A matéria orgânica é formada pelo processo de decomposição e humificação do resíduo


vegetal e animal depositado sobre o solo. Além de melhorar a agregação do solo, a matéria
orgânica também aumenta a porosidade do solo e consequentemente melhora a infiltração
de água. A quantidade de matéria orgânica que vai acumular no solo depende do clima,
do tipo de vegetação, da textura do solo, da umidade e do tipo de uso que é dado ao
mesmo.

Importância dos constituintes orgânicos do solo


Segundo DHALIWAL et. al, (2019),

A matéria orgânica do solo (MOS) apresenta capacidade de modificar


relações físico-químicas do solo, alterando a disponibilidade de
micronutrientes, aumentando relações entre microrganismos do solo e
sua fauna edáfica.

Neste sentido, sua participação no sistema produtivo vai mais além, a matéria orgânica
do solo atua como agente cimentante na formação de agregados do solo, no controle da
temperatura do solo, na evaporação de água nas camadas superficiais e fertilidade do
solo, sendo parâmetro base para a recomendação da adubação nitrogenada em culturas
que não realizam a fixação biológica de nitrogênio.

A matéria orgânica do solo é originária de resíduos vegetais e animais que passam por
uma dinâmica de processos físico-químicos. Essa dinâmica resulta em nutrientes que
podem ser absorvidos pelas plantas além de atuar de forma benéfica na estruturação do
solo.

Tendo em vista que o principal substrato para a formação da matéria orgânica do solo são
os resíduos vegetais, a adoção de plantas de cobertura ao sistema de produção é a principal
forma de agregar matéria orgânica ao solo.

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Contudo, apenas o uso de plantas de cobertura não é o suficiente, é preciso determinar
quais plantas usar e quando usar. Algumas plantas apresentam maior potencial de
produção de massa seca e tendem a ter uma maior durabilidade da palhada no solo, como
por exemplo as gramíneas. Em contrapartida, devido a uma alta relação C/N, as gramíneas
tendem a liberar pouco nitrogênio oriundo dos resíduos vegetais no solo.

Já as leguminosas, tendem a liberar maiores quantidades de Nitrogênio ao solo, contudo


sua palhada apresenta pouca durabilidade no solo e se manejada de forma incorreta em
alguns casos pode ser totalmente degradada antes mesmo da cultura semeada
posteriormente fechar a entrelinha, o que resultaria em solo desnudo, aumentando a
evaporação de água no solo, temperatura e erosão superficial.

Além de garantir uma boa palhada, a boa distribuição dos resíduos vegetais é fundamental
para a melhorar a uniformidade da matéria orgânica na área de cultivo. Contudo, é
importante frisar que o incremento da matéria orgânica do solo é um processo demorado
e pode levar anos.

Outro fator importante que deve ser levado em consideração no aumento da matéria
orgânica do solo é o tipo de sistema de produção. Nos sistemas convencionais onde há
incorporação da palhada residual.

COSTA et. al, (2004) em avaliação de experimento conduzido durante 21 anos a fim de
analisar os efeitos do plantio direto, encontrou valores 15% inferiores na adição de
carbono quando comparado ao sistema de plantio directo.

Assim, o sistema de plantio direto também auxilia na diminuição da taxa de


decomposição da matéria orgânica, colaborando para a maior permanência da MOS no
sistema produtivo.

CIOTTA et. al, (2003), avaliando a MOS e a capacidade de troca de cátions (CTC),
encontrou redução de 14% na taxa de decomposição da MOS no sistema plantio direto
quando comparada ao sistema de cultivo convencional.

Portanto, a matéria orgânica do solo também desempenha um papel fundamental na


nutrição do solo, atuando na CTC de forma que quanto maior o teor de carbono orgânico
no solo (figura 2), maior a CTC do solo, e com isso maior a capacidade de adsorção de

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cátions. Grande parte dos cátions adsorvidos pelo solo são nutrientes que podem ser
utilizados pelas plantas como por exemplo Ca2+, Mg2+ e K+. Logo, o aumento da matéria
orgânica do solo pode melhorar a nutrição das plantas em virtude de uma maior
disponibilidade de nutrientes adsorvidos no solo.

Funções do Solo

Sampaio, (1999,) entende que, é habitual atribuir 6 funções aos solos, 3 de natureza
ecológica, 2 de natureza técnico-industrial e 1 de natureza sociocultural:
 Três funções de natureza ecológica (Meio de Suporte para a produção de
biomassa Regulador ambiental e Reserva de biodiversidade), essenciais para o
meio ambiente e para a sociedade.
 Três funções de natureza socioeconômica (Suporte de infraestruturas, Fonte de
matérias-primas: Cascalho e Suporte de património natural e cultural, de
importância especifica para as sociedades humanas.

Funções de natureza ecológica:


 Meio de Suporte para a produção de biomassa

Está na base da vida humana e animal uma vez que é ela que assegura o aprovisionamento
em alimentos, bioenergia e produção de fibras. Assim, o solo é um substrato físico para
o sistema radicular das plantas e, simultaneamente, é um substrato nutritivo que assegura
a utilização de água e outras substâncias necessárias ao crescimento vegetal.

 Regulador ambiental

Funciona como filtro, acumulador, amortecedor e transformador de diversos compostos


que circulam entre a atmosfera, a hidrosfera e os organismos vivos, fazendo parte
integrante do ciclo hidrológico e de outros ciclos biogeoquímicos. Funciona com um
complexo reactor bio-físico-químico onde ocorrem fenómenos de filtração mecânica,
adsorção e precipitação à superfície de constituintes inorgânicos e orgânicos do solo e
transformações bioquímicas, nomeadamente a mineralização (decomposição) de resíduos
da actividade biológica até à libertação dos elementos minerais constituintes e à sua
reintegração nos ciclos biogeoquímicos.

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 Reserva de biodiversidade

Por ex., o banco de sementes do solo, mas também o meio de crescimento e habitat de
uma miríade de organismos, macro e microscópicos, muitos de espécies ainda
desconhecidas, que têm no solo o seu habitat, e que são enorme manancial genético.

Uma vez que já desapareceram algumas espécies e outras se encontram em extinção,


torna-se necessário preservar o património genético das espécies ainda existentes.

Funções de natureza socioeconômica


Os solos também são necessários para construção de habitações, desenvolvimento
industrial, circulação e transportes, equipamentos de tempos livres e desportos, recepção
de resíduos, etc. Nesta função o solo é, geralmente, decapado ou impermeabilizado
(betonado).

 Suporte de infraestruturas

Principalmente vias de comunicação, mas também edifícios

 Fonte de matérias-primas: Cascalho

Fornecimento de água, argila, areia, cascalho, carvão, minerais, turfa, etc., para a
produção técnica e industrial ou para fins socioeconômicos.

 Suporte de património natural e cultural

Paisagens protegidas, espaços de lazer, tesouros arqueológicos e paleontológicos,


vestígios paleoambientais.

As duas últimas funções, ou os usos do solo a elas associados, têm normalmente uma
natureza destrutiva do solo que não permite conciliar estas funções com as outras. Por
outro lado a importância do solo na produção de biomassa e como regulador ambiental
facilmente nos permite concluir que o solo não deve ser isolado do meio ambiente de que
faz parte.

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Como afirma Sparks, 2000,

Consequentemente e atendendo a que 99% da produção de alimentos e


de biomassa são derivados do solo também deve ser encarado como
suporte ou elemento basilar das sociedades humanas tal como as
conhecemos.
No entanto, não é de mais salientar esta perspectiva, numa época em que se assiste a uma
urbanização e a uma evolução tecnológica tão espectacular que facilmente nos faz
esquecer a dependência e a fragilidade das nossas sociedades de algo tão banal,
aparentemente simples ou até “sujo”, para alguns, como é o solo.

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Conclusão
De acordo com Santos et al., 2018, Solo é um conjunto de corpos naturais, constituídos
por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais
minerais e orgânicos; contêm matéria viva e podem ser vegetados na natureza e,
eventualmente, terem sido modificados por acções do homem.

Na defesa do meio ambiente o solo é, muitas vezes, um recurso esquecido mas é essencial
para o suporte de todos os ecossistemas terrestres.

O solo é composto pelas fases sólida, líquida, gasosa e orgânica. A fase sólida é
constituída pelos minerais, que compõem, em média, 45% do volume. Os constituintes
orgânicos do solo são os fungos, bactérias, actinomicetos e protozoários que habitam no
solo.

Para terminar, dizer que a conservação do solo é muito crucial e é dever de todos nós,
visto que cerca de 99% da produção de alimentos e de biomassa depende do solo (FAO,
2004).

Portanto, o solo é um recurso vital para a humanidade, praticamente tanto como o ar e a


água.

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Referências Bibliográficas
BLUM, W. (1998 pp. 1-16). Basic Concepts: Degradation, Resilience, and
Rehabilitation. In: Lal, R.; Blum, WH.; Valentine, C. & Stewart, B.A. (Eds.) Methods for

Assessment of Soil Degradation. Advances in Soil Science. CRC Press.

BALOTA, E. L. (2017. 288 p). Manejo e qualidade biológica do solo. Londrina:

Mecenas.

NKONYA et al., (2011 p.184). The economics of desertification, land degradation, and
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Research.

FAO, (2004). The State of Food Insecurity in the World. FAO, Rome.

Frey, k. J.; Nielson, D. R. (1984). Foreword, In: Land Use Planning Techniques and
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USA.

SOLTNER, D. (1983). Les Bases de la Production Végétale - Tome I: Le Sol. Collection

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WUEPPER, D.; BORRELLI, P.; FINGER, R. (2020, p. 51-55.). Countries and the global

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CSA Newso SSSA, (1997). Glossary of Soil Science Terms 1996. Soil Sci. Soc. Am.

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COLEMAN, D. C. (2001) Soil biota, soil systems, and processes. Encyclopedia of

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Sampaio, E. P. M. 1999. Utilização da Carta de Solos. Universidade de Évora. Oficinas

Gráficas de Barbosa & Xavier, Ldº. Évora.

CIOTTA et. al, (2003, p.1161-1164,). Matéria orgânica e aumento da capacidade de


troca de cátions em solo com argila de atividade baixa sob plantio direto. Ciência Rural,

Santa Maria, v.33, n.6.

18
COSTA et. al, (2004 p.587-589). Aumento de matéria orgânica num latos solo bruno em

Plantio direto. Ciencia Rural, Santa Maria, v.34, n.2.

DHALIWAL ET. Al, (2019). Dynamics and transformations of micronutrients in


agricultural soils as influenced by organic matter build-up: A review. Environmental and

Sustainability Indicators.

19

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