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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Impactos ambientais decorrentes da queima da biomassa lenhosa, caso do posto


administrativo de Savana no Milha-14-Dondo

Ana Achiba Rufumo - 708205138

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Estudos Ambientais I
Ano de Frequência: 4° Ano
Turma: B

Beira, Junho, 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Impactos ambientais decorrentes da queima da biomassa lenhosa, caso do posto


administrativo de Savana no Milha-14-Dondo

Ana Achiba Rufumo - 708205138

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Estudos Ambientais I
Ano de Frequência: 4° Ano
Turma: B

Docente: dra. Lélia Yasmin Roberto Ussene

Beira, Junho, 2023


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 2.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas
Folha de Feedback dos tutores:
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ÍNDICE

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.................................................................................................3

1.1. Introdução............................................................................................................................3

1.2. Objectivos............................................................................................................................4

1.2.1. Objectivo geral..................................................................................................................4

1.2.2. Objectivos Específicos......................................................................................................4

1.3. Metodologia.........................................................................................................................4

CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................5

2.1. Conceito básicos..................................................................................................................5

2.2. Impacto ambiental................................................................................................................6

2.2.1. Poluição Atmosférica........................................................................................................6

2.2.2. Redução da biodiversidade...............................................................................................7

2.2.3. Alteração das características físicas do solo.....................................................................7

2.2.4. Impactos socioeconómico................................................................................................7

2.3. Produção de carvão vegetal.................................................................................................8

2.4. Uso doméstico dos combustíveis lenhosos em Moçambique..............................................8

2.5. Características sociais e económicas...................................................................................9

2.6. Recomendações políticas para uma produção sustentável de carvão vegetal......................9

2.7. Uso de fornos melhorados para produção do carvão vegetal..............................................9

2.8. Impacto ambiental da produção do Carvão em Moçambique...........................................10

2.9. Impactos socioeconômicos................................................................................................11

2.9.1. Causas da produção de Carvão vegetal em Savane........................................................11

2.9.2. As consequências da queima de biomassa lenhosa........................................................12

Conclusão..................................................................................................................................13

Referencia bibliográfica............................................................................................................14
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
A gestão dos recursos naturais, sempre foi, e continuara a ser de grande importância para a
vida das comunidades, uma vez que a vida humana depende desses recursos para a sua
sobrevivência (Rydin e Falleth, 2006). Muitos estudos mostraram que muitas populações
pobres em países em desenvolvimento particularmente em Moçambique são muito
dependentes dos recursos naturais locais para o seu sustento Aldana, 2003 & Veld, 2005). Na
maioria dos países em desenvolvimento onde as florestas são recursos naturais nativos, estes
são de propriedade comum, ou de acesso livre, os direitos sobre os mesmos não são claros, e
são em geral acompanhados de má gestão levando à degradação de muitas florestas (Omura,
2008). Sistemas de gestão de recursos florestais danosos, podem resultar em fenómenos de
desertificação, ou no que o ecologista Garret Hardin denominou como “a tragédia dos
comuns. Neste conceito se argumenta que recursos naturais que são considerados de
propriedade comum, inevitavelmente se degradam devido à pressão acrescida sobre os
mesmos, em virtude do recursos serem limitados e o número de indivíduos necessitando do
recurso ser crescente. Em relação a este conceito, Elionor Ostron, é de opinião que recursos
comunitários podem ser geridos e usados de forma sustentável quando o sistema opera dentro
de pequenas comunidades. Isto é, quanto maior for o número de indivíduos numa
comunidade, mais complexa se torna a governação e a gestão. Nestas condições, a
probabilidade de surgimento de comportamentos oportunistas aumenta, desestabilizando os
sistemas, podendo levar ao colapso dos recursos (Ashton e Gallagher, 2009).

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


 Analisar os impactos ambientais causados pela queima da biomassa lenhosa no Posto
Administrativo de Savane na zona de Milha-14 Distrito-Dondo.

1.2.2. Objectivos Específicos


 Definir a biomassa lenhosa;
 Identificar os impactos ambientais decorrentes da queima da biomassa lenhosa;
 Descrever os impactos provenientes da queima da Biomassa lenhosa.

1.3. Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi utilizada a metodologia de pesquisa
bibliográfica, utilizando a abordagem qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza
como base de dados conteúdos materiais já publicados em revistas, livros, artigos e teses,
assim como também materiais disponíveis na internet (Gil, 2010).

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CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceito básicos


Para Matos (1978, p. 67), combustíveis lenhosos são aqueles que provem da madeira na sua
fase sólida em que envolvem o carvão e lenha, fase líquida (óleos, pirolíticos e metanol).
Carvão - é “o resíduo preto poroso obtido pela destilação destrutiva da matéria animal ou
vegetal sob suprimento limitado de ar e carvão vegetal é o resíduo sólido resultante da
carbonização ou pirólise da madeira sob condições controladas num espaço fechado,
geralmente designado forno.
Lenha - madeira e outro material fino de troncos, ramos e outras partes de árvores e arbustos
usados como combustível para cozinha, aquecimento de casas e outras formas de energia
geradas através da combustão directa, não só nas casas, mas também na indústria rural. Inclui-
se neste conceito os restolhos agrícolas, resíduos de madeira e polpas das indústrias (Cunha et
al., 2008).

De acordo com a Política Nacional de desenvolvimento de energias novas e renováveis apud


BRM/nº 31(2009), a biomassa é um conjunto de material orgânico de origem biológica, sem
desconsiderar as frações biodegradáveis de produtos agro-pecuários, florestais incluindo os
resíduos agrícolas e animais bem como resíduos municipais biodegradáveis. Na nossa visão a
biomassa pode ser definida como toda matéria orgânica de origem recente, derivada de
animais e vegetais. Segundo Tripathi (1998) e Goldemberg (1998) apud Scresmin (2012)
consideram biomassa para fins energéticos as: culturas 1 e descartes das lavouras, restos
florestais, esterco de animais domésticos, esgotos urbanos, lixo doméstico e o descarte das
indústrias madeireiras.

O Carvão vegetal é uma substância de cor negra obtida pela carbonização da madeira ou lenha
também e a principal fonte de energia lenhosa utilizada nos centros urbanos dos países em
desenvolvimento, substituindo a lenha, a medida que a renda das famílias aumenta. A medida
que as cidades Africanas crescem, elas requerem mais carvão vegetal (Hosier et al., 1993).

Carvão vegetal é obtido a partir da queima ou carbonização de madeira, após esse processo
resulta em uma substância negra. No cotidiano o carvão vegetal é utilizado como combustível
de aquecedores, lareiras, churrasqueiras e fogões a lenha, além de abastecer alguns setores
1

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industriais, como as siderúrgicas. O carvão também é usado na medicina, nesse caso chamado
de carvão ativado oriundo de determinadas madeiras de aspecto mole e não resinosas
(MICOA, 2012).
A poluição atmosférica: refere-se a mudanças da atmosfera suscetíveis de causar impacto a
nível ambiental ou de saúde humana, através da contaminação por gases, partículas sólidas,
líquidos em suspensão, material biológico ou energia. A adição dos contaminantes pode
provocar danos diretamente na saúde humana ou no ecossistema, podendo estes danos serem
causados diretamente pelos contaminantes, ou por elementos resultantes dos contaminantes.
Para além de prejudicar a saúde, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a
intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis.

2.2. Impacto ambiental


De cordo com Azevedo (1997), Impacto ambiental é alteração no meio ambiente ou em algum
dos seus componentes por determinada acção ou actividade humana. O objectivo de estudar
os impactos ambientais no posto administrativo de Savane, é de avaliar as consequências
destas acções para que possa haver a prevenção da alteração da qualidade do meio ambiente.

2.2.1. Poluição Atmosférica


O conceito de poluição atmosférica inclui uma gama de actividades, fenómenos e substâncias
que contribuem para a deterioração da qualidade natural da atmosfera. Os poluentes
atmosféricos são considerados como substâncias que geram esse efeito negativo ao meio
ambiente (Almeida 1999).
Atmosfera é a denominação dada à camada de gases que envolvem a Terra, sendo constituída
principalmente de nitrogénio e oxigénio. Ela é composta por uma série de cinco camadas
concêntricas, sendo, troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera (Raven et al.,
1995).
Portanto de cordo com as evidências vivenciadas no quarteirão há clareza de que o meio
ambiente está poluído, como se sabe que o meio ambiente faz parte de tudo que existe a nossa
volta, logo a atmosfera também está poluída, e isso de forma directa ou indirecto prejudica o
próprio homem que é o mentor desta actividade.
Poluentes atmosféricos resultantes da produção do carvão vegetal afectam a saúde humana de
diversas formas. Os efeitos incluem irritação dos olhos, redução da capacidade pulmonar,
doenças cardiovasculares, doenças crónicas do aparelho respiratório (asma, bronquite,
enfisema e pneumoconiose e danos ao sistema nervoso central (Almeida, 1999).
6
Em África, os recursos florestais continuam a ser um combustível dominante para a maior
parte das famílias rurais e urbanas. Em 1983 a população africana era estimada em cerca de
450 milhões de habitantes. Esta população usava um volume de combustível lenhoso, por ano,
calculado em 300 milhões de m³ que representam 70% da energia consumida no continente
(Fao, 1998).
Segundo Soto (1994), os impactos provenientes da produção do carvão vegetal, podem ser:

2.2.2. Redução da biodiversidade


Os autores discutem a troca de uma área rica em biodiversidade por uma floresta homogénea,
trazendo efeitos sobre a fauna e podendo gerar extinção de ecossistemas e causando a
destruição dos sistemas de manutenção da vida, esgotando o potencial para produtividade
biológica da terra, com ameaças a um processo de desertificação, além da redução das áreas
de colecta de frutos nativos pela população (Idem).

2.2.3. Alteração das características físicas do solo


Este evidencia-se pela alteração das características dos solos visto que geralmente os lugares
onde são feito a queima do carvão e através do aquecimento e elevadas temperaturas os solos
tendem a mudar de suas características normais, isto é de cor preto para acastanhados
profundos e por vezes vermelhos. Esse impacto, de certo modo contribui também para a
redução da aptidão dos solos produzirem, isto no contexto da agricultura (Idem).
Na exploração do carvão vegetal, as enormes quantidades de gases que são libertados pela
actividade coloca em risco a comunidade local e o solo, influenciando assim a qualidade do
solo.
Concordando com alguns autores sobre a poluição do solo e da vegetação, desta actividade de
produção de carvão vegetal na área de estudo está degradando o solo, os fumos libertados
pelos fornos fazem com que o solo perca a sua capacidade e as suas propriedades, destruindo
a vegetação, afugentando os animais e extinção dos mesmos na área de estudo.

2.2.4. Impactos socioeconómico


Segundo Alberto (2006) falar do consumo de combustível lenhoso, pelo seu grande impacto
socioeconómico, significa:
Debruçar-se sobre a melhoria da qualidade de vida das famílias rurais e urbanas;

7
Procura pela racionalização do uso dos recursos florestais;
Encarar com importância devida um problema que afecta directa e diariamente a grande
maioria das famílias, nos seus respectivos agregados familiares onde pertencem e comungam
em quase todas as suas necessidades e anseios (Aberto, 2006).

A produção de carvão vegetal para fins domésticos faz parte de uma das fontes alternativas de
arrecadação de receitas para várias centenas de famílias rurais no País. As comunidades
identificam de forma contínua soluções alternativas visando a arrecadação de receitas sem que
estejam virados exclusivamente à agricultura, criação de animais e exploração intensiva de
madeira (Fao,2003).

2.3. Produção de carvão vegetal


Segundo Brito e Barrichelo (1981), Carvão vegetal, é o termo genérico do produto Sólido
obtido da carbonização da madeira.
O carvão é o resíduo sólido que resulta da carbonização ou pirólise lenta de biomassa seca
em condições controladas e ausência total ou parcial oxigénio (ar) em espaços fechados (Fao,
1987).
A produção de carvão vegetal é uma prática bastante concorrida nos últimos anos no
quarteirão nᵒ18 e esta prática foi motivada com a presença das indústrias madeireiras dos
Chineses, em que os moradores aproveitam os restos da madeiras para o fabrico de carvão
sem ter enconta os aspectos ambientais que podem alterar a qualidade do meio ambiente
provocando danos a voltados da saúde pública do próprio homem e as plantas, alteração do
clima a nível local e perca das propriedades químicas e físicas do solo.

2.4. Uso doméstico dos combustíveis lenhosos em Moçambique


Tradicionalmente, em Moçambique, a nível doméstico, tanto a lenha como o carvão vegetal
são usados basicamente para a confecção de alimentos, quer seja nas zonas rurais, suburbanas
ou urbanas. Todavia, nas zonas rurais, as fogueiras são usadas também para o aquecimento do
meio, secagem de alimentos e sementes, aquecimento de água para o banho, iluminação e
mesmo com um meio de proteção contra os animais ferozes durante a noite, em algumas
regiões. Em muitos casos, satisfazem-se duas ou mais destas necessidades em simultâneo. Por
exemplo, ao mesmo tempo que se está a cozinhar, pode-se estar a secar uma dada quantidade
de alimentos ou sementes, a iluminar e a aquecer o meio e a água. Nas zonas suburbanas e
urbanas, os dispositivos para a queima do carvão vegetal, ao mesmo tempo que são usados
8
para a confecção alimentar, podem satisfazer também outras destas necessidades.

2.5. Características sociais e económicas


Moçambique tem um grande potencial em termos de energia, contudo somente uma pequena
parte do seu potencial é explorada. O uso do carvão vegetal quando comparado com o uso de
gás ou energia eléctrico é mais oneroso para o usuário, mas, as baixas rendas da maioria da
população e os custos iniciais associados com a utilização de outras fontes, fazem com que o
carvão vegetal seja uma grande alternativa para a população. Adicionalmente, os usuários
podem comprar pequenas quantidades o que permite que eles possam fazer melhor uso das
suas rendas baixas.

2.6. Recomendações políticas para uma produção sustentável de carvão vegetal


Para que a produção de carvão vegetal não tenha impacto negativo na sustentabilidade das
florestas, várias medidas devem ser tomadas em consideração. Em primeiro lugar, devem ser
implementadas medidas que limitam o acesso aos recursos florestal através de melhorias na
delimitação de terras e direitos e obrigações sobre as florestas. Devem ser levados a cabo
investimentos em pesquisas, planificação, patrulhamento, treino de pessoal, aquisição de
meios de controlo, e inventários florestas (Kooper, 2001, p. 89). Para alem disto as entidades
envolvidas na gestão e no uso dos recursos devem assegurar a existência de informação
segura e fiável acerca das quantidades dos recursos florestais, disponibilidades dos recursos
para produção de carvão, sobre os processos biológicos que ocorrem em relação ao
desenvolvimento das florestas, bem como informação acerca de como os produtores de carvão
utilizam as florestas.

2.7. Uso de fornos melhorados para produção do carvão vegetal


Para Alberto (2006), incentivos através de créditos rurais bonificados para os produtores de
carvão que queiram investir em tecnologias melhoradas de produção, pode ter implicações
positivas a longo prazo nas receitas obtidas pelos produtores, e na redução de desperdícios da
produção de carvão resultantes da baixa eficiência de conversão dos fornos tradicionais, e na
pressão sobre os recursos florestais. O Aumento da eficiência de carbonização: tem por
objectivo conseguir-se maiores rendimentos na carbonização. O resultado será o consumo de
cada vez menos lenha para produzir a mesma quantidade de carvão. Esta intervenção é
aplicável apenas aos produtores de carvão e requer assim relativamente menos recursos que o
melhoramento dos fogões. As associações de produtores de carvão vegetal podem servir de
9
montra de tecnologia, e jogar um papel importante na promoção das mesmas.

Por outro lado, é necessário organizar o sector de produção de carvão, encorajando os


carvoeiros a organizarem-se em associações ou em grupos particulares para permitir que a
assistência em tecnologias de produção de carvão deve ser levada a cabo para a adopção das
tecnologias. Esta medida pode ser implementada através de um controlo efectivo da
concessão de licenças de exploração de madeira lenhosa. São muito poucos os dados
estatísticos fiáveis e consistentes sobre as eficiências obtidas usando diferentes métodos de
produção de carvão.

A maioria dos relatórios têm como base um número pequeno de experiências, o que impede
que os seus resultados sejam homologáveis. Adicionalmente, dado que existem diferentes
métodos de medir e exprimir eficiência, isto pode conduzir a erros consideráveis e confusão
de conceitos. Mas, mesmo considerando a informação disponível, é claro que
independentemente do método utilizado para produzir carvão, há uma grande variação nas
eficiências obtidas.

Outra estratégia chave para o sucesso desta política, é a definição de mercados fixos para a
venda do carvão vegetal, e a identificação do mercado no qual se vai vender o carvão
produzido usando tecnologias melhoradas. O preço de venda deste tipo de carvão deve ser
suficiente para cobrir os custos de produção e do seu transporte para o mercado. E os custos
de produção variam de acordo com o tipo e a escala da operação. Carvoeiros tradicionais
trabalhando em florestas não reguladas, pode não haver custos a pagar directamente a não ser
o tempo e o esforço investido no trabalho. Em contrapartida, os carvoeiros de larga-escala têm
de comprar lenha e pagar os seus empregados. Mas, o princípio é o mesmo: a não ser que se
produzam lucros, faz sentido desenvolver qualquer negócio.

2.8. Impacto ambiental da produção do Carvão em Moçambique


 A produção actual de carvão é um dos factores que causam o desmatamento, em
Moçambique não existe ainda a cultura de plantio de árvores para fins energéticos. Por
falta de políticas regulamentadas a cadeia de suprimento do carvão vegetal torna-se
ineficiente e de risco necessitando urgentemente de intervenções que possam garantir
a sustentabilidade da cadeia de valor de carvão vegetal. Os autores afirmam ainda que,
o desmatamento é um dos problemas ambientais que afectam o sector florestal uma
10
vez que este tem implicações negativas tanto para o ambiente a nível local como
global.
 Para Sitoe et al. (2012), a redução da cobertura florestal reduz também a capacidade
existente de sequestramento de carbono e libera o carbono já fixado pelas plantas
contribuindo assim para acentuar os problemas trazidos pelas mudanças climáticas
destruição da biodiversidade, resultando na destruição e extinção de diversas espécies,
elevação das temperaturas locais e regionais, pois na ausência das florestas que
absorviam parte da energia solar, toda energia é devolvida à atmosfera na forma de
calor. Aumento do processo de erosão e empobrecimento do solo, devido à remoção
de sua camada superficial. Agravamento dos processos de desertificação devido à
diminuição de chuvas. Diminuição dos índices pluviométricos (metade das chuvas
caídas sobre as florestas tropicais são resultantes da troca de água da floresta com a
atmosfera). Proliferação de pragas e doenças devido ao desequilíbrio nas cadeias
alimentares e fim do extrativismo vegetal, por vezes de alto valor econômico.

2.9. Impactos socioeconômicos


Outro aspecto muito importante é o social, Carvoarias são palco de denúncias frequentes
envolvendo jornadas excessivas, alimentação inadequada e alojamentos insalubres – para não
falar na corriqueira ausência de carteira assinada. Não raro, ocorrem situações ainda mais
graves, como a retenção de salários e a chamada “peonagem” por dívidas, onde o trabalhador
é coagido a permanecer no serviço para pagar supostos débitos de alimentação, transporte ou
outros alegados por seus chefes.

2.9.1. Causas da produção de Carvão vegetal em Savane


Dentre as causas da produção de Carvão vegetal em savane concretamente na zona de milha
14 segundo o inquérito destacam-se as causas económicas e sociais, dado que a pratica de
produção de Carvão contribui para geração de renda familiar, a falta de emprego contribuem
bastante na motivação para a pratica dessa actividade visto que a maioria das pessoas que
pratica essa actividade são camponeses na qual quando não estão na faze de produção em vez
deles ficarem parado sem nenhuma actividade eles preferem produzir Carvão. Mas quando
chega na época de cultivo muitos deles abandonam para atender as suas actividades nas
machambas, esses são os tais amadores.

Como foi mencionado nos métodos, dois grupos distintos de produtores de carvão vegetal
11
foram encontrados, nomeadamente: os produtores tipo 1, sendo que para este grupo de
produtores, a produção de carvão vegetal é tida como principal actividade e a que contribui
para maior renda familiar, e os produtores tipo 2, que produzem carvão como parte das
actividades secundárias sendo que estes são na sua maioria residentes no distrito.

2.9.2. As consequências da queima de biomassa lenhosa


Para Brand (2000, p. 67), a queima da madeira para o fabrico do carvão tem grande variedade
de impactos ambientais com relação as emissões atmosféricas. Isto inclui a quantidade e
disponibilização de cinza produzida durante a combustão; gerenciamento adequado da área de
estocagem da madeira destinada para combustível; aumento do tráfego de caminhões, onde
está localizada a planta para queima do resíduo de madeira e as mudanças dos níveis de ruídos
causados pelos equipamentos utilizados para a actividade. No que concerne a queima da
biomassa salienta se o abate indiscriminado das arvores, crescimento precária das plantas, a
perda das propriedades dos solos.

Conclusão
Constituiu objecto de estudo é poluição Atmosférica Causado pela queima da biomassa
lenhosa no Posto Administrativo de Savane na Milha-14 Distrito de Dondo colocando o risco
12
o meio ambiente. Para tal, foram feitas várias análises descritivas, partindo dos pressupostos
teóricos aliados à prática, analisando aspectos físico-geográficas e socioeconómicos do Posto
Administrativo de Savane na Milha-14, com vista a compreender a dinâmica de Produção do
carvão Vegetal na região, não só, a Produção de carvão Vegetal serve para a fonte de
rendimento do Posto Administrativo de Savane.
Especificamente o trabalho, pretendia avaliar os impactos causados pela a atividade de
Produção de Carvão vegetal que causa o meio ambiente, o que ficou claro no corpo do
trabalho o seguinte:
 A Produção de Carvão vegetal garante a sustentabilidade económica de algumas
famílias que desta dependem em particular aquelas que diretamente estão ligadas a
Produção de Carvão vegetal.
 Esta atividade causa diversificados danos ao ambiente concretamente a poluição do
solo, do ar, e a alteração da paisagem natural, também conhecido como impacto visual
ou estético, o que nos leva a concluir que isto advêm da inobservância das regras
estabelecidas nas licenças de exploração de Carvão vegetal concedidas pelas entidades
competentes.
 Consequentemente surgem vários problemas que se reflectem na vida social das
comunidades locais em particular às que se localizam e desenvolvem suas actividades
económicas na área adjacente à pedreira, para além de pôr em risco a saúde pública da
comunidade em geral e dos próprios trabalhadores.

Referencia bibliográfica

13
Alberto, M. (2006). A contribuição do sector florestal e faunístico para a economia do pais.
Maputo.
Brouwer, R. Falcão, P. (2004). Wood fuel consumption in Maputo, Mozambique. Biomass
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Maputo

14

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