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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

TEMA: As sociedades matrilineares de Moçambique

Nome do Estudante: Flora Nhar Manhiçe

Código: 708216253

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Antropologia Cultural
Ano de Frequência:2o

Nampula, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

TEMA: As sociedades matrilineares de Moçambique

Nome do Estudante: Flora Nhar Manhiçe

Código: 708216253

Trabalho de carácter Investigativo


da disciplina de Antropologia
Cultural, a ser entregue no Instituto
de Ensino à Distância da UCM de
Nampula, para fins avaliativos,
orientado pelo docente:

Nampula, Agosto de 2022


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Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice página
Introdução..................................................................................................................... 2
Objectivos ..................................................................................................................... 3
Objectivo geral: ......................................................................................................... 3
Objectivos específicos: .............................................................................................. 3
Metodologia: ................................................................................................................. 3
As sociedades Matrilineares de Moçambique ................................................................ 4
O papel fundamental da ética na administração pública nas instituições públicas de
Moçambique ................................................................................................................. 5
Princípios éticos da administração pública .................................................................... 7
Princípio do Serviço Público ..................................................................................... 7
Princípio da Legalidade ............................................................................................. 7
Princípio da Justiça e da Imparcialidade .................................................................... 7
Princípio da Igualdade ............................................................................................... 7
Princípio da Proporcionalidade .................................................................................. 7
Princípio da Colaboração e da Boa Fé ....................................................................... 7
Princípio da Informação e da Qualidade .................................................................... 7
Princípio Da Lealdade ............................................................................................... 8
Convivência social dentro da Escola Secundária Geral de Alto Molócuè ....................... 8
Conclusão ................................................................................................................... 11
Referências bibliográficas ........................................................................................... 12
Introdução
O presente trabalho de disciplina de Antropologia Cultural apresenta três tópicos
principais, nomeadamente: A sociedade Matrilinear de Moçambique, O papel
fundamental da ética na administração pública nas instituições públicas de Moçambique
e Convivência social dentro da Escola Secundária Geral de Alto Molócuè.
Relativamente ao primeiro tópico, faz-se a menção das sociedades da linhagem
matrilinear, trazendo uma abordagem explicativa como essas sociedades vivem. No que
tange ao segundo, fala-se do papel da ética nas instituições duma forma geral, mas
também como é que estas instituições funcionam olhando os princípios éticos. E por fim
aborda-se sobre a convivência social dentro da instituição de educação que é Escola
Secundária Geral de Alto Molócuè, sabendo que a escola é um lugar que junta várias
pessoas que vêem dos círculos diferentes da sociedade.
O trabalho está organizado estruturalmente respeitando o critério de elaboração
de trabalhos académicos, sequenciando os temas como vem descrito acima.

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Objectivos

Objectivo geral:

 Descrever as sociedades matrilinear de Moçambique

Objectivos específicos:

 Identificar as sociedades matrilinear de Moçambique;


 Mencionar o papel fundamental da ética nas instituições de Moçambique;
 Analisar a convivência social na Escola Secundária Geral de Alto Molócuè.

Metodologia:
Para a efectivação do presente trabalho privilegiou-se a metodologia de revisão
bibliográfica, através de consulta de manual da cadeira, livros digitais e artigos na
internet

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As sociedades Matrilineares de Moçambique

Segundo Garcia (2001, p.12), a sociedade matrilocal “é aquela que estabelece


residência conjunta entre o casal e os pais da mulher. Com frequência acontece nas
sociedades setentrionais de Moçambique onde há uma tendência de as famílias
estabelecerem residência matrilocais”.

Garcia (2001, p.87), acrescenta:

Matriarcal ou matrilinear é a família cujo poder é exercido pela mulher.


As famílias matriarcais abundam no norte de Moçambique, sendo que a
mulher exerce o poder indirectamente através do seu irmão do sexo
masculino. É este a quem cabe zelar pela orientação da vida dos filhos
da irmã cuidar pela iniciação desses filhos e legar-lhes a sua herança em
caso de morte. O papel do pai biológico é quase que passivo, pelo que
quando o filho porta-se mal ou comete uma infracção, o pai remete a
solução dessa situação ao tio materno do filho, isto é, ao irmão da mãe
do filho.

Como resultado da influência nesta região, assiste-se as diferenças entre a região


norte e sul do Zambeze, a norte do Zambeze devido ao impacto da mosca Tsé-Tsé,
impediu numa primeira fase a prática da pecuária, sobretudo o gado bovino e
privilegiando a prática da agricultura, actividades que maioritariamente eram praticadas
pelas mulheres, o que teria originado comunidades matrilineares, estas sociedades
desenvolveram-se no norte do Zambeze.

Devido a prática da agricultura, conferiu a mulher poderes sobre o homem onde


os filhos do casal pertencem ao grupo de parentesco da mãe e os bens e poderes são
herdados por via materna. O casamento na sociedade matrilinear, o homem fixa a sua
residência na família da mulher, isto é, o casamento é matrilocal, a esta prática chama-
se uxorilocalidade. As funções políticas e jurídicas são desempenhadas pelo tio
materno. Nestas sociedades, se no casal a mulher morre, o homem é obrigado a casar-se
com a irmã da sua defunta mulher, a esta prática chama-se Surrurato.

Neste caso as mulheres e que transmitem os apelidos aos descendentes. Nas


sociedades matrilineares as principais decisões da família, como o casamento e
resolução de alguns problemas, são tomadas pelo irmão da mãe (tio materno). Este tipo
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de sociedade é característico de algumas regiões das províncias de Tete, Zambézia,
Nampula, Cabo Delgado e Niassa.

Cada indivíduo pertence à família da mãe, o que significa, em concreto, que o


homem não pode transmitir os seus bens e os seus títulos honoríficos aos seus filhos
varões, mas sim aos varões mais próximos da linha materna, designadamente um tio ou
um primo.
Os seus próprios filhos, que não pertencem à estirpe, não poderão suceder-lhe
mas receberão, em contrapartida, a herança dos seus tios maternos. Contudo, o sistema
matrilinear não se identifica com o de matriar-cado, já que não confere às mulheres o
poder de direcção e superintendência dos negócios, nem qualquer autoridade política.
Apenas diz respeito às regras de transmissão dos bens.
No sistema matrilinear, o irmão da mãe ultrapassa visivelmente o pai na
orientação da educação da prole; mostra forte intransigência e dureza, enquanto que o
pai se revela benevolente e brando, chegando mesmo a assumir a defesa dos jovens
perante o seu tio.

O papel fundamental da ética na administração pública nas instituições públicas


de Moçambique
Falar de ética é abandonar a pretensão da neutralidade, pois o conceito exige
uma tomada de posição por parte do estudioso, que não apenas revela sua visão de como
o mundo deveria ser, mas também os valores que ele esposa e defende. Sendo um tema
notoriamente difícil de se abordar, a ética deve ser compreendida à luz da filosofia, e
discutida dentro da realidade do campo de conhecimento com o qual se trabalha. Esta
secção examina inicialmente o conceito de ética para, em seguida, partir para uma
definição que norteará as discussões subsequentes.
Aristóteles, em sua “Ética a Nicômaco”, afirmou que toda arte e toda
investigação buscam um bem, que é a tendência para a qual todas as coisas convergem;
esse bem é a finalidade suprema, o “sumo bem”, para o qual, segundo ele, a ciência
política (que pode discuti-lo para todas as nações e cidades) se mostra como a discussão
adequada (Aristóteles, 1987, p.98). A felicidade é identificada como esse bem supremo,
e Aristóteles a discute a fundo, considerando-a o único bem que é desejável por si
mesmo, o único que não contribui para outras coisas, o único que é bom em si. Dessa
maneira, a ética é o conhecimento e a prática do bem, da felicidade que, uma vez

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alcançada, leva o homem a ser bom e a agir bem. Desde que Aristóteles produziu essa
reflexão, verdadeiro “marco zero” da ética, inúmeros pensadores se debruçaram sobre o
problema e produziram suas próprias ideias, e não é tarefa deste artigo produzir uma
visão, mesmo que sumária, da história dessas reflexões. Mas era necessário recuperá-la,
haja vista que a concepção aristotélica é útil para trilhar o caminho que liga a ética à
Administração Pública.
Marie-Helène Parizeau (2003) expande a discussão ao tratar do conceito de ética
aplicada, na qual as interrogações e questionamentos morais são relacionados a esferas
específicas da vida humana. Uma ética da Administração Pública pertence,
forçosamente, a esse reino das éticas aplicadas, na medida em que é preciso definir
princípios e normas de acção que norteiem o ser humano nessa esfera da vida, embora
não necessariamente o faça em outra.
Para essa autora, as éticas aplicadas se referem a contextos específicos nos quais se
desenvolvem análises de consequências e decisões são tomadas. Ou seja, trata-se de
uma ética circunscrita na realidade, que abandona quaisquer pretensões de
universalidade para focalizar em problemas relevantes para a área à qual se aplica, mas
não necessariamente às outras.
A ética é a reflexão sistemática e rigorosa sobre os valores, as normas de
conduta e os princípios morais que norteiam a acção do ser humano junto aos seus
semelhantes. A ética se aplica a toda esfera da vida humana, a cada tipo de acção,
dentro do quadro mais amplo dos valores morais da sociedade; ou seja, não deveria
haver tensão entre estes no sentido geral e sua aplicação a problemas específicos, como
a bioética, a administração ou o direito. Assim, a ética é uma reflexão sobre como
deveria ser o agir humano conforme uma determinada estrutura de valores.
A Administração Pública ao zelar pelos interesses de cada cidadão, zela pelos
interesses gerais da sociedade e seus valores e assume um compromisso social que lhe
aporta responsabilidades:
 De carácter organizacional perante o cidadão-contribuinte;
 De carácter institucional perante o cidadão-eleitor; e
 De carácter contratual perante o cidadão-societário.

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Princípios éticos da administração pública

Princípio do Serviço Público

Os funcionários encontram-se ao serviço exclusivo da comunidade e dos


cidadãos, prevalecendo sempre o interesse público sobre os interesses particulares ou de
grupo.

Princípio da Legalidade

Os funcionários actuam em conformidade com os princípios constitucionais e de


acordo com a lei e o direito.

Princípio da Justiça e da Imparcialidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem tratar de forma justa e


imparcial todos os cidadãos, actuando segundo rigorosos princípios de neutralidade.

Princípio da Igualdade

Os funcionários não podem beneficiar ou prejudicar qualquer cidadão em função


da sua ascendência, sexo, raça, língua, convicções políticas, ideológicas ou religiosas,
situação económica ou condição social.

Princípio da Proporcionalidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, só podem exigir aos cidadãos o


indispensável à realização da actividade administrativa.

Princípio da Colaboração e da Boa Fé

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem colaborar com os


cidadãos, segundo o princípio da Boa Fé, tendo em vista a realização do interesse da
comunidade e fomentar a sua participação na realização da actividade administrativa.

Princípio da Informação e da Qualidade

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Os funcionários devem prestar informações e/ou esclarecimentos de forma clara,
simples, cortês e rápida.

Princípio Da Lealdade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem agir de forma leal,


solidária e cooperante.

Denhardt e Denhardt (2006, p.67) afirmam que a “Administração Pública deve


ser considerada como a gestão de programas públicos, em todos os níveis de governo.
Essa gestão envolve lidar com diferentes tipos de organizações que operam em variados
contextos políticos e históricos, e suas especificidades produzem tantas oportunidades
quantas restrições ao trabalho dos gestores”.
Diante dos princípios acima mencionados pode-se compreender o papel da ética
na administração pública nas instituições de Moçambique, uma vez que as organizações
devem funcionar respeitando a lealdade, a colaboração, a boa fé, a qualidade de
informação, a justiça, a imparcialidade, etc.

Convivência social dentro da Escola Secundária Geral de Alto Molócuè

Vivemos actualmente uma sociedade caótica, injusta, desigual, excludente,


violenta, com uma séria crise de paradigmas nos assolando e provocando angústias e
incertezas quanto ao futuro, ao ponto de notar-se reiteradamente certa ausência de
humanidade – no sentido mais belo que essa palavra possa representar.

Segundo Bittar ( 2008, p.167) afirma que:

“Nessa sociedade presenciamos uma falência generalizada das formas e


dos meios, muitas vezes perversos, com que o Estado se relaciona com
os indivíduos por meio de suas políticas. Um tempo e espaço vivido em
que vários modelos se encontram em revisão: o de família reinante, o
papel do homem e da mulher frente à família, e o relacionamento
homem-natureza”.

É nesse contexto adverso, que a escola assume tamanha importância por ser um
local privilegiado de convivência, devendo primar pela educação integral do indivíduo,
considerando não apenas sua dimensão cognitiva, mas também afectiva, moral e
8
espiritual, pois dada a crise que assola o mundo, é a escola ainda espaço privilegiado de
desenvolvimento, formação e humanização do sujeito a partir da apropriação daquilo
que a humanidade produziu historicamente. É nesta linha de pensamento que nos traz a
necessidade de aprofundarmos a convivência social na Escola Secundária Geral de Alto
Molócuè.

Entende-se que o Ensino em ambientes formais de aprendizagem, tal como se


constitui a educação escolar, deve estar articulado a uma proposta de formação humana,
devendo considerar que “o domínio da existência é o domínio do trabalho, da cultura, da
história, dos valores - domínio em que os seres humanos experimentam a dialética entre
determinação e liberdade” (Freire, 2007, p. 78).

A escola Secundária Geral de Alto Molócuè, com seus muros, não tem
conseguido impedir que os conflitos, a violência e os preconceitos fiquem de fora do
seu ambiente; considerando que o indivíduo só pode ser entendido inserido em seu
contexto, portanto na escola têm-se reflectido factos que acontecem na própria
sociedade.

A instituição escolar, enquanto espaço de socialização, não apenas de saberes e


cultura acumulados pelas gerações anteriores, mas como um espaço de convivência por
excelência, pode institucionalmente, a partir de práticas e processos que desenvolve,
propiciar o desenvolvimento de sentimentos, acções ou reacções como, hostilidade,
discriminação, revolta, repulsa, medo, estigmatização, entre outros. Porém, dependendo
de sua concepção de sujeito, de mundo e das relações entre sujeitos, pode tornar-se um
ambiente promotor do diálogo, do respeito, da livre expressão de culturas diversas, e de
um posicionamento perante o mundo de forma crítica e autónoma.

A escola que temos sido a citar nota-se a convivência conturbada entre os


alunos, facto que é remetido aos modos de convivência de casa, isto é, os alunos trazem
um comportamento menos abonatórios, corrompidos pela sociedade onde cada um é
inserido, todavia, a escola tem envidado esforços de modo que os alunos mudem do seu
comportamento a partir de aprendizagem de boas práticas de convivência social.

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É importante frisar a convivência entre os funcionários desta escola, o que se
nota é louvável, visto que transmitem valores éticos, através de prática, o que conquista
de super maneira aos alunos a pautarem pelo mesmo comportamento.

A escola secundária geral de Alto Molócuè tem sido espelho de boa convivência
social por parte dos funcionários o que pode contribuir na mudança de comportamento,
e pela sua forma de dirimir os conflitos dos alunos, o que resulta na socialização dos
indivíduos prevaricadores.

Cabe aqui ressaltar a importância de se conceber, pesquisar e compreender a


escola a partir das múltiplas culturas que a constituem, partindo de uma análise dos
processos e mecanismos que se desenvolvem dentro dela, das relações dos professores
com alunos, dos alunos com seus pares, de como ela é atravessada por uma série de
medidas e mudanças que repercutem no seu funcionamento, não colocando o foco
apenas no psiquismo dos alunos, mas também considerando que no ambiente escolar há
situações em que eles são podados, reprimidos, marginalizados, taxados de preguiçosos,
desinteressados, quando na verdade, alunos e professores, só reflectem a dinâmica,
muitas vezes cruel, excludente, repressora e limitante das relações que se dão na
sociedade e acabam por se reflectirem no interior da escola.

Nesse contexto, como defende Souza (2010,p. 97), “torna-se necessário


compreender a complexa rede de relações individuais e sociais que se desenvolvem no
interior da escola enquanto instituição”.

Repensar o ambiente escolar com base numa perspectiva crítica e emancipatória,


que prime acima de tudo pela valorização do indivíduo, torna-se de suma importância,
quando consideramos que na escola encontramos crianças e adolescentes com um
psiquismo em estruturação, portanto mais vulneráveis a criar e desenvolver imagens,
estigmas e representações distorcidas de si e do outro, o que suscita discussões acerca
de como o indivíduo constrói sua subjectividade em um espaço escolar marcado por
essas características.

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Conclusão

Depois de fazer uma pesquisa aprofundanda sobre os temas que corporizaram o


presente trabalho pode-se resumidamente concluir que a sociedade matrilinear pode ser
entendida como sendo aquela que a família cujo poder é exercido pela mulher. Neste
caso as mulheres e que transmitem os apelidos aos descendentes. Nas sociedades
matrilineares as principais decisões da família, como o casamento e resolução de alguns
problemas, são tomadas pelo irmão da mãe (tio materno). Este tipo de sociedade é
característico de algumas regiões das províncias de Tete, Zambézia, Nampula, Cabo
Delgado e Niassa.
Relativamente ao papel fundamental da ética nas instituições públicas em
Moçambique constatou-se que a ética se aplica a toda esfera da vida humana, a cada
tipo de acção, dentro do quadro mais amplo dos valores morais da sociedade; ou seja,
não deveria haver tensão entre estes no sentido geral e sua aplicação a problemas
específicos, como a bioética, a administração ou o direito. Assim, a ética é uma reflexão
sobre como deveria ser o agir humano conforme uma determinada estrutura de valores,
daí que é fundamental para o funcionamento das instituições, uma vez que estas são
geridas com base nas regras traçados, respeitando os valores éticos humanos.
No que se refere a convivência social nas instituições públicas concretamente na
Escola secundaria geral, pode-se dizer que é boa, apesar de as vezes houver tendências
de comportamentos desviantes por parte de alunos, o que é de carácter social do
ambiente onde os alunos vêm, todavia nota-se acções correctivas por parte dos
professores.

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Referências bibliográficas
Aristóteles. (1987). Ética a Nicômaco. (Coleção Os Pensadores, vol. II).
São Paulo: Nova Cultural.
Bittar, E. C. B. (2008). A escola como espaço de emancipação dos sujeitos. Editora
Universitária UFPB.

Denhardt, R. B. & Denhardt, J. V. (2006). Public administration: an action


orientation. 5. ed. Belmont: Thomson Wadsworth.

Freire, P. (2007). Ação Cultural para Liberdade e outros escritos. 12. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra.

Garcia, F. M. G. P. P. (2001). Análise Global de Uma Guerra: Moçambique 1964 –


1974. Dissertação para a obtenção do Grau de Doutor em História Universidade
Portucalense. Porto.
Souza, B. P..(2007). Apresentando a orientação à queixa escolar. In: SOUZA, B. P.
(Org.). Orientação à queixa escolar. São Paulo.

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