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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCACAO À DISTÂNCIA

TEMA: O vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural.

Regina Francisco Joaquim. Cód: 708201147

Curso: Licenciatura em Ensino de Português

Turma: B

Disciplina: Ética Social

Ano de Frequência: 3º Ano

1º Trabalho do Campo

Tutor: Ir. Luisa Santos

BEIRA, MAIO, 2023


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 Capa 0.5

 Índice 0.5
Aspectos 0.5
 Introdução
Estrutura organizac
ionais  Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
Introduçã problema)
o  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusã  Contributosteóricospráti 2.0
o cos
 Paginação, tipo e
Aspectos Formataç tamanho de letra, 1.0
gerais ão paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas
APA 6ª
Referência
edição  Rigor e coerência das
s
em citações/referências 4.0
bibliográfi
citações e bibliográficas
cas
bibliograf
ia
Recomendações de Melhoria
Índice

I. Introdução................................................................................................................................ 1

1. Tema: o vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural .................................................. 2

1.2 Objectivo geral do Trabalho ................................................................................................. 2

1.2.1 Objectivos específicos ....................................................................................................... 2

1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 2

1.3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 2

II. Revisão literária ..................................................................................................................... 3

2. O conceito da liberdade .......................................................................................................... 3

2.1 A importância liberdade ....................................................................................................... 4

2.2 Os limites da liberdade. ........................................................................................................ 4

2.3 A diferença entre liberdade e libertinagem........................................................................... 5

2.4 Como é entendido a liberdade nos dias de hoje; .................................................................. 6

2.5 A relação que existe entre liberdade e a verdade, tendo em conta a lei natural ................... 7

2.5.1 A lei natural; ...................................................................................................................... 8

2.6 A dignidade da pessoa humana ............................................................................................ 9

2.6.1 O conceito da dignidade da pessoa humana. ..................................................................... 9

III. Conclusão ........................................................................................................................... 10

IV. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 12


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I. Introdução

Uma tarefa deveras interessante seria a de identificar os direitos sociais que salvaguardariam,
em qualquer sítio onde se realizasse o labor humano, as condições de trabalho mínimas,
abaixo das quais não haveria trabalho digno. Estaríamos a contrastar a diversidade das pautas
de direitos sociais com a necessária transcendentalidade de um atributo que é imanente ao
género humano em qualquer atmosfera cultural, qual seja, a dignidade.

Embora se alardeie o seu carácter difuso ou impreciso, o conceito dignidade humana não
pode ser simplesmente sublimado, antes se exigindo a depuração de seu possível significado,
a sua latitude conceitual. E é assim, sobremodo, quando se pretende distinguir, propriamente,
a dignidade da pessoa humana, atentando-se, então, para o que se dirige, nessa expressão
particularista, ao homem concreto e individual, à sua realidade idiossincrática, inextensível
desde logo a toda a humanidade.

Ainda no plano semântico, nota-se que a palavra dignidade possui tríplice sentido, pois
qualifica, à primeira vista, um modo de proceder e também a pessoa que assim procede: o
sujeito é digno porque se comporta dignamente. O seu terceiro sentido – que nos interessa de
imediato – não deriva de uma conduta, nem mesmo de um padrão de conduta, senão de uma
qualidade inerente ao ente, homem ou mulher, não importando seu modo de conduzir-se. A
dignidade da pessoa humana é, já agora, um pressuposto de qualquer conduta, um limite
externo e de carácter tutelar imposto à acção.

As pessoas seriam igualmente dignas. Isso nos remeteria a uma concepção de igualdade
material bastante afinada com o ideário da Ilustração e aparentemente estranha a uma
evolução dos estudos filosóficos que vem resultando no resgate do sujeito.
É como se tivéssemos uma porção de humanidade que nos faria credores do mesmo
tratamento, não obstante as nossas pontuais dessemelhanças.
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1. Tema: o vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural

1.2 Objectivo geral do Trabalho

 Analisaro vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural.

1.2.1 Objectivos específicos

 Reconhecer a importância da liberdade com a verdade e a lei natural


 Indetificar os limites da liberdade e libertinagem
 Diferenciar os conceitos liberdade e libertinagem..

1.3. Metodologia

Para realização do trabalho será necessários 4 métodos de abordagem e dos procedimentos


acompanhados de técnicas de entrevista, inquérito, bibliográfico e método de observação
directa.

Segundo Lakatos e Marconi (2003:91)

“ A metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem


percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos
utilizados para fazer uma pesquisa científica”

1.3.1 Tipo de pesquisa

Para Lakatos e Marconi (2003: 107) ” na maioria dos casos são pesquisas que envolvem:
levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas que tiveram experiencia práticas com o
problema pesquisado e análise de exemplos estimulem a compreensão”.
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II. Revisão literária

2. O conceito da liberdade

Liberdade significa o direito de agir segundo seu livre arbítrio, segundo a própria vontade,
desde que não prejudique outra pessoa. É não depender de ninguém. Liberdade também
corresponde ao conjunto de ideais liberais e dos direitos de cada cidadão. É a independência
do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. (Alves,2011).

Para Leal (2021), Liberdade significa o direito de agir segundo seu livre arbítrio, segundo a
própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. É não depender de ninguém.
Liberdade também corresponde ao conjunto de ideais liberais e dos direitos de cada cidadão.
É a independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade.

Liberdade é a condição daquele ou daquela que é livre. E, ser livre é realizar escolhas e
praticar acções por vontade própria. O termo origem na palavra em latim libertas, que deriva
de liber (“livre”).

Liberdade é um conceito amplo que pode estar relacionado a diversas possibilidades de acção:

 Liberdade de expressão

 Liberdade de ir e vir

 Liberdade de crença

 Liberdades civis

Na filosofia, liberdade é um importante conceito que sustenta a ética e a moral. Os


comportamentos humanos só podem ser analisados a partir da ideia de que são frutos de uma
escolha livre e consciente.

Em outras palavras, a ética e a moral só são possíveis porque os seres humanos são dotados de
liberdade.
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2.1 A importância liberdade

A importância da liberdade é defendida por Sen assemelha-se à ideia da liberdade de


expressão exposta por Mill. Este autor confere relevância à liberdade de expressão,
especialmente diante de imposições de dogmas religiosos e unanimidades, como condição
para o desenvolvimento humano, constituindo, assim, uma sólida fundamentação para o
direito à liberdade. A liberdade de expressão possui um valor absoluto para Mill, pois, ao
contrário de outros utilitaristas, fundamenta a sua defesa sobre ela não com base no combate à
tirania, mas sim na busca por caminhos que permitam o desenvolvimento humano.

Para Leal (2021), a liberdade dos indivíduos é fundamental para fomentar a importância dos
direitos civis que o protegem do poder discricionário do Estado. O objetivo deste estudo foi
analisar obras de Amartya Sen e John Mill, com foco na temática da liberdade individual e
apresentar aspectos relacionados entre as ideias discutidas nas obras em análise e nas
interpretações dos autores. Desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica e exploratória, com
abordagem qualitativa, para atingir o objetivo do estudo. Analisou-se que os autores
defendem a importância de as liberdades estarem livres de empecilhos e as oportunidades
estarem à disposição dos indivíduos, para que estes façam suas escolhas pessoais.

De acordo com Leal (2021), o livro aborda sobre a concepção de liberdade, de maneira
processual, atentando para a real situação de liberdade do indivíduo. Expressa que a liberdade
é um privilégio, pois, dentre tantas negações à mesma, existe a negação substancial de
liberdade econômica, impedindo as pessoas de saciarem a própria fome, ainda as privações
relacionadas à ausência de serviços públicos, assistência social, negação de liberdade política,
participação social e comunitária, dentre outras.

2.2 Os limites da liberdade.


A liberdade de expressão engloba a liberdade de crítica e de discordância, desde que
respeitosa, sem xingamentos e sem mentiras. “É interessante que a gente tenha discordância.
A gente mora em um país democrático, a discordância é o coração da democracia. Mas a
partir do momento em que a discordância vira discurso de ódio, a gente tem que combater”.
Para ele, com respeito é possível discordar e criticar absolutamente tudo, mas o limite será
sempre o direito do outro.
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“O limite do direito de liberdade de expressão se dá quando, sob essa pretensa liberdade,


atinge-se a honra, a dignidade ou mesmo a democracia. Inclusive existem crimes, previstos no
Código Penal, que definem a limitação da chamada liberdade de expressão, como os crimes
de injúria, difamação e calúnia”, (Oliveira, 2005).

“Ele utilizou uma expressão que atingiu diretamente a minha honra e é exatamente este o
limite da liberdade de expressão. Além disso, disse que eu estaria em outro estado, quando na
verdade eu estava em Umuarama, trabalhando em prol da população local, logo, ele mentiu,
outro limite claro da liberdade de expressão”, relembra. A notícia falsa e a ofensa ainda
geraram outras manifestações em grupos de whatsapp de moradores da cidade.

O defensor teve a placa do carro divulgada nestes grupos e chegou a receber ameaças.

“A consequência da postagem virtual dele foi real e séria, e esse é o


perigo dos posts falsos e injuriosos. É preciso destacar que as
manifestações em redes sociais em nada diferem das manifestações em
revistas, jornais ou até mesmo orais. A injúria, a difamação e a calúnia
devem ser combatidas, seja no mundo real seja no mundo virtual.
Devemos, de uma vez por todas, eliminar o mito de que o que se faz por
trás de uma tela de computador ou de celular não tem consequências”
(Sen, 2000).

2.3 A diferença entre liberdade e libertinagem.

Sen, A. K. (2000), Liberdade é um conceito amplo relativo a possibilidades de escolhas,


autonomia e direito à autodeterminação, limitados pelo respeito à liberdade de outras pessoas.
Já a libertinagem é compreendida como uma extrapolação dos limites da liberdade, alheia às
regras e sem moderação.

A ideia de liberdade propõe que as acções são livres desde que não se sobreponham ou
restrinjam a liberdade alheia e o bem comum. Por sua vez, a libertinagem está relacionada
muitas vezes a um comportamento sexual lascivo, ao egoísmo e a ação em interesse próprio
sem respeito ao próximo.
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Liberdade e Libertinagem são dois conceitos amplamente utilizados e também muito


confundidos pelas pessoas que pensam se tratar da mesma coisa já que estão relacionados
diretamente à tomada de decisão dos indivíduos.

A liberdade e a libertinagem se tratam de conceitos relacionados, mas que possuem


significados distintos. Primeiramente, a liberdade se refere à capacidade do indivíduo de agir
e tomar decisões sem interferência externa, desde que respeite os direitos dos outros. É um
direito fundamental de todo ser humano, e é um dos valores centrais das democracias liberais.
(Sen, 2000).

A liberdade é uma busca pela realização pessoal, mas é também um compromisso com a
responsabilidade e a ética. Em outras palavras, ela envolve uma busca por autonomia pessoal
e respeito pelos outros.

Já a libertinagem se refere a um comportamento desregrado e excessivo, em que o indivíduo


se entrega aos seus desejos sem levar em consideração as consequências de suas acções.

A libertinagem é caracterizada pela falta de limites e pela irresponsabilidade em relação aos


outros. Ela pode envolver a busca por prazer, satisfação pessoal, poder ou qualquer outra
forma de gratificação individual, sem se importar com as normas morais ou legais que
regulam a sociedade. Desse modo, enquanto a liberdade envolve uma busca pela autonomia e
respeito mútuo, a libertinagem pode levar à opressão e à falta de respeito pelos outros. (Sen,
2000).

2.4 Como é entendido a liberdade nos dias de hoje


A liberdade de escolha é a capacidade que as pessoas têm de decidir o que fazer ou o que
pensar, sem serem impedidas ou coagidas a fazer algo contra sua vontade. É um conceito
fundamental para o desenvolvimento pessoal e para a construção de uma sociedade justa e
livre. (Pansieri, 2016),

No entanto, é importante entender que a liberdade de escolha não é absoluta. Existem limites
éticos e legais que são estabelecidos para proteger a segurança, os direitos e as liberdades de
outras pessoas. Além disso, a liberdade de escolha pode ser influenciada por factores como a
cultura, a educação, as condições económicas, a discriminação e as desigualdades sociais.
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Pansieri, F. (2016), a liberdade de escolha é uma parte importante da democracia e do sistema


de direitos humanos, pois permite que as pessoas exerçam seu livre-arbítrio e sua criatividade,
além de permitir que possam participar activamente na vida política e social. No entanto, a
liberdade de escolha também pode ser prejudicada por abusos de poder, corrupção e outros
factores políticos.

Em resumo, a liberdade de escolha é um valor importante que deve ser protegido e defendido,
mas é importante compreender que existem limitações e influências que afectam sua
realização. É necessário trabalhar para garantir que a liberdade de escolha seja equitativa e
acessível para todas as pessoas, para construir uma sociedade justa e livre.

2.5 A relação que existe entre liberdade e a verdade, tendo em conta a lei natural

A liberdade de escolha é a capacidade que as pessoas têm de decidir o que fazer ou o que
pensar, sem serem impedidas ou coagidas a fazer algo contra sua vontade. É um conceito
fundamental para o desenvolvimento pessoal e para a construção de uma sociedade justa e
livre. (Aquino, 1988)

No entanto, é importante entender que a liberdade de escolha não é absoluta. Existem limites
éticos e legais que são estabelecidos para proteger a segurança, os direitos e as liberdades de
outras pessoas. Além disso, a liberdade de escolha pode ser influenciada por factores como a
cultura, a educação, as condições económicas, a discriminação e as desigualdades sociais.

A liberdade de escolha é uma parte importante da democracia e do sistema de direitos


humanos, pois permite que as pessoas exerçam seu livre-arbítrio e sua criatividade, além de
permitir que possam participar activamente na vida política e social. No entanto, a liberdade
de escolha também pode ser prejudicada por abusos de poder, corrupção e outros factores
políticos.

Em resumo, a liberdade de escolha é um valor importante que deve ser protegido e defendido,
mas é importante compreender que existem limitações e influências que afectam sua
realização. É necessário trabalhar para garantir que a liberdade de escolha seja equitativa e
acessível para todas as pessoas, para construir uma sociedade justa e livre.
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2.5.1 A lei natural


Para Aquino, (1988), a lei natural é, em primeiro lugar, uma espécie de lei e, portanto,
uma espécie de ordenação da razão dirigida ao bem comum e suficientemente promulgada.
Como estas características são realizadas na lei natural? Em uma primeira abordagem, que
desenvolveremos ao longo de todo este trabalho, podemos dizer o seguinte.
Em primeiro lugar, a lei natural é uma ordenação da razão de duas maneiras: é uma
ordenação disposta pela razão que faz a lei, e destinada a outra razão, que o recebe. Em
segundo lugar, o fato de que esteja direcionada para o bem comum significa que as suas
disposições transcendem a mera realização individual, porque ordenam ou dispõem
adequadamente o homem a viver em comunidade. E em terceiro lugar, o homem pode
conhecê-la facilmente porque é “promulgada” pela luz natural da sua razão interagindo com
todo o seu dinamismo apetitivo.

A lei é considerada por Santo Tomás como uma ajuda externa para a realização pessoal, que é
também comunitária. É uma certa regra ou medida pela qual o homem pode integrar-se
adequadamente na comunidade humana e, assim, alcançar.

Enquanto ordenação imposta, a lei natural é a ordem impressa nos apetites do homem, tanto
aqueles que ele tem em comum com os seres irracionais quanto o apetite racional ou vontade
(a vontade é também ela mesma uma tendência, pela qual o homem se encontra inclinado
para seu bem, e por cujo influxo, quando a vontade não está corrompida, tornam-se
especificamente humanas todas as outras inclinações). (Aquino, 1988)

Todos os apetites são, portanto, um factum, algo que o homem não elege ter, mas sim escolhe
moderar, no mais das vezes acompanhando seus estímulos, outras vezes colocando-lhes freio,
de modo que todos atuem em conjunto para alcançar o fim último em vista do qual o homem
foi criado, e para o qual todas as inclinações são nativamente dispostas.

Aquino, Tomás de. (1988) As inclinações naturais não são, portanto, obstáculos à plena
realização humana, mas elementos necessários, uma espécie de incentivos sem os quais a vida
humana “puramente racional” seria, a par de desumana, completamente impossível. Portanto,
não é tarefa da razão sufocar os apetites sensíveis ou paixões, mas, ao contrário, apoiar-se
neles e moderá-los, e terminar por formá-los, impondo-lhes ordem e harmonia, ajustando-os e
mantendo-os “sintonizados” para que possam todos interagir de forma harmoniosa na
consecução de realização humana plena.
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2.6 A dignidade da pessoa humana

A se compreender que o princípio da dignidade da pessoa humana é fundamento da


República e causa primeira da tutela dos direitos sociais, interessa consultar o significado de
tal princípio, ainda mais quando esse seu conteúdo jurídico se reveste de força normativa, a
exemplo do que sucede a todos os princípios constitucionais.

A dignidade da pessoa humana é conceito que não se reporta ao sentido de dignidade


vinculado ao modo de ser de uma conduta ou do agente (conduta digna de pessoa digna), mas
é uma qualidade que precede e limita qualquer acção humana. Portanto, se a dignidade é uma
qualificação comum a todos os seres humanos, a sua realização normativa terá sempre a
igualdade como pressuposto

2.6.1 O conceito da dignidade da pessoa humana.

A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca, inseparável de todo e qualquer ser
humano, é característica que o define como tal. Concepção de que em razão, tão somente, de
sua condição humana e independentemente de qualquer outra particularidade, o ser humano é
titular de direitos que devem ser respeitados pelo Estado e por seus semelhantes. É, pois, um
predicado tido como inerente a todos os seres humanos1 e configura-se como um valor
próprio que o identifica. (Oliveira, 2005).

Pode-se trazer à baila a visão antropológica de Leonardo Boff, quando do ultraje da


dignidade:
Nada mais violento que impedir o ser humano de se relacionar com a
natureza, com seus semelhantes, com os mais próximos e queridos,
consigo mesmo e com Deus. Significa reduzi-lo a um objecto inanimado
e morto. Pela participação, ele se torna responsável pelo outro e com-
cria continuamente o mundo, como um jogo de relações, como
permanente dialogação. (Alves,2011).

A dignidade da espécie humana consiste no reconhecimento de que o ser humano ocupa uma
posição superior e privilegiada entre todos os seres que habitam o nosso mundo. Distintas
10

razões foram empregadas para justificar essa superioridade, sendo as mais frequentes o uso da
razão, o livre arbítrio e, no âmbito religioso, a criação à imagem de Deus.
Já a dignidade da pessoa humana envolve a concepção de que todas as pessoas, pela sua
simples humanidade, têm intrínseca dignidade, devendo ser tratadas com o mesmo respeito e
consideração.

Nas palavras de António Pele, (2004), a compreensão moderna da dignidade humana tem,
simultaneamente, um “alcance vertical”, que expressa “a superioridade dos seres humanos
sobre os animais”, e um “alcance horizontal”, que consiste “na igualdade dos seres humanos
entre si, independentemente da função que cada um desempenhe na sociedade”.
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III. Conclusão

A liberdade é condição daquele que é livre, capacidade de agir por si mesmo. A liberdade é
a expressão genuína da essência humana. É para alguns, sinônimo de autodeterminação,
independência, autonomia. Spencer definiu a “a liberdade de cada um termina onde
começa a liberdade do outro” assim conferiu cunho político a liberdade, traçando-lhe como
possibilidade de o indivíduo exercer, em sociedade, os chamados direitos individuais
clássicos, como o direito de voto de liberdade de opinião e de culto.
Já em sentido ético, se traduz como o direito de escolha pelo indivíduo de seu modo de agir,
independentemente de qualquer determinação externa. Aliás, em eras medievais muito se
discutiu a respeito do livre arbítrio.

O desejo do homem mobiliza seu poder de agir em direção a um fim que ele, como criatura,
persegue sem saber muito bem o que é: a realização de sua noção. O indivíduo moral precisa
deliberar sobre o que deve ser escolhido e esclarecer pela razão o desejo para que ele busque o
efetivamente melhor e não sua sombra. Essa passagem entre a espontaneidade da vontade em
relação ao bem e uma ação refletida em que a razão reconhece o melhor ou, pelo menos,
diminui o risco de erro, se dá através do direito.

Do que temos dito, entende-se que a lei natural, em seus primeiros princípios, seja a mesma
para todos os homens. Se entendermos a lei natural como a nossa ordenação natural para o
fim último, cujo conhecimento nos é facilitado pelo dinamismo apetitivo impresso em nós na
forma de tendências, na medida em que partilhamos uma mesma natureza, temos uma mesma
lei natural. E se concebemos os princípios da lei natural como a expressão não só dos bens
humanos, mas também dos meios necessários a alcançá-los, o grau de universalidade destes
princípios vai depender da sua maior ou menor necessidade para alcançar a plena realização
humana.
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IV. Referências Bibliográficas

Abreu, C. Amartya Sen, (2012): o autor e algumas das suas obras. Revista Angolana de
Sociologia, v. 9.
Alves, R. V. S. (2011), Sobre a Liberdade: Indivíduo e Sociedade em Stuart Mill. Revista
CEPPG, Ano XIV, n. 25.
Aquino, Tomás de. (1988) Suma Teológica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos.
Leal, M da L. (2021)Resenha do Livro “Desenvolvimento Como Liberdade” de Amartya Sen.
Revista Orbis Latina, v. 11, n. 01, p. 165-171.
Pansieri, F. (2016), Liberdade como Desenvolvimento em Amartya Sen. Revista da
Academia Brasileira de Direito Constitucional, v. 8, n. 15, p. 453-479.
Sen, A. K. (2000), Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras.
Oliveira, Pedro A. Ribeiro. (2005), Fé e Política: fundamentos. São Paulo: Idéias e Letras.
PELE, António. (2004), Una aproximación al concepto de dignidad humana. Universitas, n.
1, dez/jan.

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