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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O SURGIMENTO HISTÓRICO DA FILOSOFIA

Estudante: Cristina Francisco Almeida, código: 708211243

Tutor:

Curso: Português
Disciplina: Introdução a Filosofia
Ano de frequência: 2º Ano
Turma: N

Milange, Agosto 2022

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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
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Referência Normas APA 6ª
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s edição em
citações/referências 4.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

Introdução................................................................................................................................... 1

1.1 Objetivo geral: ...................................................................................................................... 1

1.2 Objetivos específicos: ........................................................................................................... 1

1.3 Metodologias ........................................................................................................................ 1

CAPITULO II: MARCO TEÓRICO ........................................................................................... 2

2.1 O surgimento histórico da filosofia ........................................................................................ 2

2.1.1 Origem do termo Filosofia.................................................................................................. 2

2.2 Tentativas de definição da Filosofia ...................................................................................... 2

2.2.1 Algumas tentativas de definição de filosofia ...................................................................... 3

2.4 A universalidade e a particularidade da Filosofia ................................................................... 4

2.5 Funções da Filosofia ............................................................................................................. 5

2.6 O que é Filosofia? ................................................................................................................. 6

2.7 A atitude filosófica ................................................................................................................ 7

2.8 Disciplinas da Filosofia ......................................................................................................... 8

2.9 Breve Contextualização histórica do surgimento da Filosofia ................................................ 9

2.9.1 As epopeias ...................................................................................................................... 10

2.9.2 A teogonia ........................................................................................................................ 10

2.9.3 Etapas da filosofia grega clássica ...................................................................................... 11

Conclusão ................................................................................................................................. 12

Referências bibliográficas ......................................................................................................... 13

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Introdução
A palavra filosofia vem do grego philosophia e significa: philo- amizade, amor, afeição e sophia -
sabedoria. Portanto, a filosofia significa o respeito, amor e apreço pelo saber. O termo filosofia foi
cunhado pelo matemático e filósofo Pitágoras, que viveu no século V a. C, a partir da junção das
palavras philo e sophia. Para Pitágoras a filosofia seria o caminho para atingir a sabedoria divina.
Na visão do matemático, a sabedoria completa pertencia somente aos deuses, no entanto, os
humanos poderiam aproximar-se dela a partir do amor e apreço pelo conhecimento, poderiam se
aproximar de algo divino no momento que se tornassem filósofos. A filosofia surge na Grécia no
período compreendido entre o final do século VII a.C e o início do século VI a.C. e foi a maneira
pela qual os gregos antigos encontraram para explicar o mundo, os fenômenos e
os acontecimentos de maneira racional.

1.1 Objetivo geral:


Conhecer o surgimento histórico da filosofia

1.2 Objetivos específicos:


 Compreender a transição do mito para a fase racional e suas respectivas etapas: A
origem da Filosofia.
 Descrever as funções da Filosofia.
 Diferenciar a Filosofia das outras Ciências

1.3 Metodologias
A metodologia empregada para o alcance dos objectivos mencionados contempla a Pesquisa
Bibliográfica. A escolha de tal metodologia proporciona a possibilidade de vislumbrar o que já foi
abordado por outros autores sobre essa temática. Para alcançar os objectivos anunciados neste
estudo e garantir a qualidade das informações colectados o autor usou as seguintes técnicas: a
entrevista, e a observação para evitar a perca do tempo e a dispersão do assunto. Quanto à
abordagem, a pesquisa usada foi qualitativa.

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CAPITULO II: MARCO TEÓRICO

2.1 O surgimento histórico da filosofia

2.1.1 Origem do termo Filosofia

A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos (φίλος)
e sophia (σοφία). A primeira é uma derivação de philia (φιλία) que significa amizade, amor
fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou simplesmente saber. Filosofia
significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez,
seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber, (Kirk, et.al. 1994).

A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.) a criação da palavra.
Conforme essa tradição, Pitágoras teria criado o termo para modestamente ressaltar que a sabedoria
plena e perfeita seria atributo apenas dos deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-
la na qualidade de filósofos.

A palavra philosophía não é uma invenção moderna a partir de palavras gregas, [29] mas um
empréstimo tomado da própria língua grega; os termos φιλοσοφος (philosophos) e φιλοσοφειν
(philosophein) já teriam sido empregados por alguns pré-socráticos
(Heráclito, Pitágoras e Górgias) e pelos historiadores Heródoto e Tucídides. Em Sócrates e Platão,
é acentuada a oposição entre σοφία e φιλοσοφία, em que o último termo exprime certa modéstia e
certo ceticismo em relação ao conhecimento humano

A filosofia nasceu na Grécia antiga, no início do século VI a.C. Tales de Mileto é reconhecido
como o primeiro filósofo, apesar disso, foi outro filósofo, Pitágoras, que cunhou o termo "filosofia",
uma junção das palavras "philos" (amor) e "sophia" (conhecimento), que significa "amor ao
conhecimento". Desde então, a filosofia é a atividade que se dedica a compreender, identificar e
comunicar a realidade através de conceitos lógico-racionais. Ela surgiu do abandono gradativo das
explicações dadas pela mitologia (desmitificação) e a busca por um conhecimento seguro.

2.2 Tentativas de definição da Filosofia


Segundo Antiseri, e Reale, (1990). A filosofia é a juncão de duas palavras gregas FILO e
SOFIA, traduzida na língua portuguesa significa Amor à Sabedoria . O primeiro filosofo a usar
este termo foi Pitágoras no seculos VI a.C., ele era considerado o homem mais sábio daquela época
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e, ao negar de ser chamado de sábio, afirmou que era amigo da sabedoria e ela pertence aos deuses,
e não aos homens, o papel dos homens é ir a busca do conhecimento “Demanda da verdade e não
a sua posse”.

O filósofo é aquele que busca constantemente a sabedoria, nunca se considera sábio ou dono do
conhecimento, ele deve ser amante, amigo do verdadeiro conhecimento. Para Karl Jaspers filosofar
significa estar-a-caminho, isto é, na filosofia são mais importantes as interrogações do que as
respostas. A máxima socrática “só sei que nada sei” é um dos exemplos que todo aquele que
pretende iniciar uma investigar, busca do conhecimento, primeiro deve reconhecer que ele não sabe
nada, reconhecendo isso estaria a abrir uma janela para o conhecimento entrar.

A filosofia não possui uma definição universal, de tal modo que todos os filósofos possam seguir,
cada filósofo de acordo com seu objecto de estudo define a filosofia, por isso na filosofia temos
muitas definições.

2.2.1 Algumas tentativas de definição de filosofia


Como já vimos anteriomente, existem várias perspectivas ou maneiras de
conceber a filosofia. Vejamos algumas dessas perspectivas

Tentativa1 (de Aristoteles- idade antiga) A Filosofia é o estudo dos primeiros princípios e causas
últimas de todas as coisas. Para Aristóteles (380-322 a.C.), assim como para grande parte
da Filosofia clássica, principalmente os primeiros filósofos, a grande preocupação era de descobrir
a origem do universo, isto é, tentar encontrar a causa primeira de todas as coisas. Nessa ordem de
ideias, compreende-se então o tipo de definição que Aristóteles dá à filosofia.

Tentativa 2 (de Cícero – Idade Média) Para este filósofo, a filosofia é o estudo das causas
humanas e divinas. Para Cícero, a filosofia tem de se preocupar com a questão do Homem, no que
diz respeito sobre a sua origem, a sua existência e o seu destino. E preocupa-se também sobre as
quetões divinas, isto é, questões ligadas a Deus, espírito, alma.

Tentativa 3 (de Descartes – Idade Moderna) Filosofia é a arte de raciocínio correcto. A Idade
Moderna foi a época onde começa o desenvolvimento da técnica e da ciência motivada pelo uso da
razão. É nessa perspectiva que aparece Descartes a definir filosofia como arte de raciocinar bem,
e por isso mesmo, ser filósofo é ter essa capacidade de raciocinar correctamente.
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Tentativa 4 (de Karl Marx - Idade Contemporãnea) A filosofia é uma prática de transformação
social e politica. Para este filósofo, a filosofia deve ajudar os homens a corrigir as mentes de modo
a melhorar as suas condições de vida.

Tentativa 5 (Hountondji – na Actualidade) Filosofia é uma disciplina científica, teorética e


individual. Tentativa 6 (de Anyanw - na Actualidade) Filosofia tem a missão de explicitar o
implícito, tomar consciência do inconsciente. Para este filósofo, a filosofia tem a missão de trazer
à vista, aquilo que está oculto, deixar em evidência tudo o que parece escondido, e trazer à
consciência tudo o que se pratica sem dar conta dele.

Tentativa 7 (de Ngoenha – na Actualidade) Para ele, filosofia ajuda a resolver os problemas da
humanidade, e é um instrumento de emancipação. Para este filósofo, o Homem tem que tomar
filosofia como arma de libertação que resolve os problemas que acontecem no nosso dia a dia.

2.4 A universalidade e a particularidade da Filosofia


A Universalidade da Filosofia verifica-se nos problemas e não na sua solução ou resolução, pois a
solução está em consonância com as condições concretas de cada sujeito - a particularidade. Daí
que o universal alberga em si a particularidade.
Os problemas que a Filosofia levanta são problemas da humanidade (universais), que resultam da
acção do Homem (particular) medida que a consciência se vai desenvolvendo ou construindo a sua
realidade material e espiritual
A Filosofia é, ainda, um saber universal, pois exprime preocupações e problemas que dizem
respeito à humanidade em todas as suas dimensões.
Uma reflexão torna-se filosófica a partir do momento em que busca explicação sobre os mais
profundos problemas do ser humano, tais como: os problemas relacionados com o amor como
categoria filosófica, o da amizade, o da beleza ou justiça. Ao levantarmos estes problemas
estaremos além do particular e estaremos a entrar numa reflexão universal (Cotrim, 2005).
Duas principais razões revelam a universalidade e particularidade da Filosofia:
 Ela abrange todos os homens: todos os homens são filósofos na medida em que todos se
deparam com a realidade material e ou imaterial que lhes exija filosofar (ainda que tenhamos que
distinguir o filosofar espontâneo do filosofar sistemático);

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 Há questões que, de um modo ou de outro, preocupam todos os homens embora situados
em diferentes espaços e tempo; Essas questões são impreterivelmente abordadas de maneira
filosófica.
 A particularidade da Filosofia reside no facto do que cada filósofo aborda uma realidade
dada baseando-se na sua própria razão: tantos filósofos, tantas maneiras de abordar uma realidade,
isto é, tantos filósofos, tantas filosofias

2.5 Funções da Filosofia


A Filosofia é uma maneira de estar no mundo, é um modo de existir. Como tal, não deve ser vista
apenas como uma procura de compreensão e interpretação do mundo. Na verdade, o esforço de se
apropriar do real passa pela maneira como o Homem interpreta a realidade, mas também como ele
se situa perante ela. Disto resultam as várias e diferentes maneiras de estar no mundo, os vários e
diferentes modos de existir, as várias dimensões da existência humana Biriate, & Geque, (2010).

O Homem não só pensa e comunica com os outros, não só procura compreender e interpretar a
ordem do mundo ou ordenar o «caos cósmico», como também sabe que pensa e pensa sobre o seu
próprio pensamento, formulando para este princípios e regras que o tornem coerente. O Homem
pensa também no «além», venerando um ente que não conhece, embora encontrando nele o sentido
da sua existência. O Homem também goza a felicidade e sofre a dor do trabalho, do jogo, da espera,
da descoberta, do desejo, etc. O Homem manifesta-se, com efeito, em planos diferentes: pensar,
sentir e agir. Todos estes planos podem ser agrupados em dois: o teórico e o prático,
circunscrevendo-se neles as funções da Filosofia.

As tarefas da Filosofia abrangem, as áreas do saber (área teórica) e da experiência (área prática),
embora hoje seja questionável a oposição entre a teoria e a prática. Contudo, há razões suficientes
para afirmar que o Homem é um ser teórico e prático.

O plano teórico refere-se não só aos saberes instrumentais ligados as actividades artesanais,
profissionais e técnicas, aos saberes relativos à interacção social e ao senso comum. Como também
aos saberes considerados mais elevados, como os ligados à Arte, à Ciência, Política, ao Direito,
Filosofia. O plano prático abarca a multiplicidade de experiências que o Homem adquire a partir
da sua própria existência, do seu trabalho, da natureza, da sua convivência e da sua actividade
cognitiva e valorativa, entre outras.

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Este quadro mostra-nos a dificuldade de opor a teoria à prática. Para além disso, também nos mostra
que o Homem é, por um lado, um ser aberto ao mundo enquanto dotado de sentido e razão, meios
pelos quais ele se relaciona com a Natureza e a sociedade, procurando dar-lhes sentido,
transfigurando os, reconstruindo-os, ordenando-os ou globalizando-os. Por outro lado, o Homem
está arrojado para a existência, tanto na interacção comunicativa com os outros como na
coexistência com a Natureza.

Pela etimologia da palavra, a Filosofia satisfaz, nos dois planos, o desejo de saber: saber pensar
(plano teórico) e saber agir (plano prático).

Saber pensar significa não só ordenar as ideias de forma coerente, questionar de forma inteligível
(só uma pergunta Clara é susceptível de uma resposta Clara), ordenar um discurso argumentativo,
como também tomar consciência da amplitude, complexidade e profundidade do real. No entanto,
saber pensar significa também questionar-se sempre de novo sobre a coerência, a inteligibilidade
do seu próprio pensamento e sobre os princípios em que se baseiam os seus próprios argumentos.

Saber agir significa saber aplicar o saber pensar. Responde pergunta «saber pensar para quê?»: para
a orientação existencial e social do Homem, ou seja, para uma atitude racional perante a realidade
que o rodeia, (Chambisse, 2017).

2.6 O que é Filosofia?

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente "amor pela sabedoria") é o estudo de
questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente,
e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver. O termo provavelmente foi
cunhado por Pitágoras (c. 570 – 495 a.C.). Os métodos filosóficos incluem o questionamento,
a discussão crítica, o argumento racional e a apresentação sistemática (Chaui, 2004.

Historicamente, a "filosofia" englobava qualquer corpo de conhecimento. Desde o tempo do


filósofo grego antigo Aristóteles até o século XIX, a "filosofia natural" abrangia a astronomia,
a biologia, a medicina e a física. Por exemplo a obra de Newton, Philosophiæ Naturalis Principia
Mathematica (1687) mais tarde classificada como um livro de física. No século XIX, o
crescimento das universidades de pesquisa modernas levou a filosofia acadêmica e outras
disciplinas a se profissionalizar e se especializar.

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filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da
análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”.

2.7 A atitude filosófica


O espanto
O espanto é considerado o ponto de partida para uma atitude filosófica. A partir do espanto, o
indivíduo deixa de ser indiferente à sua realidade, as ações e os acontecimentos. Assim que o
espanto é gerado há a impulsão para que seja construída a atitude
crítica, racional, contestadora e problematizadora. Aristóteles foi um dos primeiros a defender a
origem da filosofia a partir do espanto do ser social, da estranheza e da perplexidade em relação
aos acontecimentos da natureza, do universo e da vida. Para Aristóteles, o espanto é o ponto de
partida para a formulação de perguntas críticas e racionais e, consequentemente, para a busca
por respostas e soluções que possam minimizar ou solucionar definitivamente as questões que
geram dúvidas, incômodos e desconfortos.

A dúvida
A dúvida também é elemento essencial para a construção da filosofia e da atitude filosófica. É
preciso que o filósofo duvide de todos os conceitos, todas as verdades e todas as imposições
sociais. O filósofo não deve naturalizar os conhecimentos, deve problematizar tudo que é posto e
apresentado, sempre usando a racionalidade. Se não houver dúvida, não será
possível repensar e discordar do que já está estabelecido. Sem a dúvida, não é possível reformular,
já que todas as respostas e teorias deixariam de ser questionadas.

O rigor
A atitude filosófica depende basicamente do rigor para garantir bases sólidas para
seus questionamentos e atitudes. É preciso rigor para evitar ambiguidade, informações e
críticas contraditórias aos fatos que são postos em xeque. O rigor é um dos elementos importantes
para que o filósofo ou o questionador não use de falsas informações ou lógica rasa e falaciosa para
basear suas críticas e atitudes. O rigor, aliado à racionalidade, garante as bases para sustentação
das críticas ao modelo socialmente imposto, que é o alvo principal daqueles que adotam a atitude
filosófica.

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A insatisfação
Não é tarefa da filosofia garantir respostas prontas e satisfatórias às questões e dúvidas pessoais. O
que mais se encontra na filosofia são questionamentos e dúvidas. Não há certezas, as teorias não
estão prontas e acabadas. É preciso sempre que o filósofo duvide do senso comum, duvide
das informações que recebe, duvide de suas próprias conclusões e certezas. O filósofo deve evitar
a satisfação diante das respostas que encontra, pois a insatisfação garantirá a busca por
outras respostas, por outros pontos de vista, outras teorias e outras visões de mundo diante da
sociedade e das práticas que estão sendo questionadas.

A atitude filosófica é, portanto, um posicionamento, um modelo de ação que discorda, questiona e


busca respostas e possíveis ações para o padrão social imposto pela sociedade na qual o filósofo
vive. Assim, ao questionar, duvidar ou se espantar de forma racional, o indivíduo ou o grupo social
passam do estado de atitude costumeira, aquela que já tem sua imposição normalizada, e passa a
adotar o comportamento de quem tem atitude filosófica.

2.8 Disciplinas da Filosofia


Axiologia Estuda a natureza dos valores.

Antropologia Filosófica Investiga a natureza humana e a relação desta com as sociedades e as


culturas.

Ética (ou filosofia moral) Estuda problemas relacionados com o modo como devemos viver e com
o que devemos valorizar. A ética abrange três áreas ou subdisciplinas distintas: a metaética, a ética
normativa e a ética aplicada. A metaética estuda problemas mais abstractos, relacionados com a
natureza da própria ética; a ética normativa estuda diferentes sistemas éticos; e a ética aplicada
estuda problemas práticos, como o aborto ou a eutanásia.

Filosofia Política Estuda o modo como podemos viver em sociedade e o modo como devemos
fazê-lo, o que levanta problemas.

Estética e Filosofia da Arte A estética estuda a natureza do juízo estético em geral; a filosofia da
arte estuda problemas relacionados com a definição, valor e avaliação da arte.

Filosofia da Religião É o estudo dos conceitos religiosos, da natureza e justificação da crença


religiosa.
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Lógica Estuda e sistematiza a argumentação válida.

Filosofia do conhecimento (ou Gnosiologia) Estuda problemas relacionados com o conhecimento


em geral.

Filosofia da Ciência (ou Epistemologia) Estuda aspectos epistemológicos, metafísicos e lógicos


das ciências em geral, incluindo as ciências da natureza e as ciências humanas. A filosofia das
ciências tem dado origem a várias subdisciplinas especializadas: filosofia da biologia, filosofia da
física, filosofia das ciências humanas e filosofia da história.

Metafísica e ontologia A metafísica estuda problemas relacionados com os aspectos mais gerais
da estrutura da realidade. A ontologia é a parte da metafísica que estuda a existência ou o que há.

Filosofia da Linguagem Estuda todos os problemas relacionados com o funcionamento da


linguagem e o fenómeno do significado linguístico.

Filosofia da mente Estuda problemas metafísicos e epistemológicos dos fenómenos mentais.

2.9 Breve Contextualização histórica do surgimento da Filosofia

A filosofia nasce de uma tentativa desusadamente obstinada de chegar ao conhecimento real", diz
Bertrand Russell. Com efeito, o desejo de encontrar explicação para a própria existência e a
existência do mundo circundante, que já nas antigas concepções míticas expressava-se por meio de
elementos simbólicos, está na origem da filosofia como tentativa de discernir os princípios e
fundamentos subjacentes à realidade aparentemente caótica (Reale, 2006).

Segundo a tradição clássica, o pensador grego Pitágoras foi o primeiro a denominar-se philosóphos,
aquele que ama ou procura a sabedoria, em oposição ao sophós, ou sábio que se limitaria a
entesourar conhecimentos sem se preocupar com sua validade. Lendária ou não, essa distinção
resultou correta na caracterização essencial do espírito filosófico, cuja busca visa não ao registro
ou à descrição de fatos concretos, mas à conquista de um saber unitário e abrangente sobre o
homem e a natureza.

Desde seu nascimento na Grécia no século VI a.C., foram apresentadas inúmeras e freqüentemente
contraditórias definições de filosofia, entre elas a tradicional concepção de Aristóteles, que

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entendia a filosofia como ciência dos princípios e causas últimas das coisas; ou a concepção das
escolas positivistas e empíricas, que a viam como simples organizadora ou esclarecedora dos dados
proporcionados pela experiência e pelas ciências. Em última instância, porém, a persistência
histórica de tais polêmicas contribuiu para destacar o caráter primordialmente crítico e
antidogmático da atividade filosófica, que faz da reflexão sobre si mesma seu primeiro e
fundamental problema.

Cabe, pois, usando as palavras do pensador alemão Karl Jaspers, definir filosofia antes de tudo
como "a atividade viva do pensamento e a reflexão sobre esse pensamento", isto é, uma
investigação racional direcionada não só para a determinação dos princípios gerais da realidade
mas também para a análise crítica do próprio instrumento - a razão - e das idéias, concepções e
valores elaborados pelo homem mediante o exercício da razão.

2.9.1 As epopeias

Epopeia é uma narrativa que apresenta, com maior qualidade os fatos originalmente contados em
versos, a saber as características: personagens, tempo, ação, espaço. Também pode conter factos
heroicos muitas vezes transcorridos durante guerras.

Epopeia é um poema épico ou lírico. Um poema heroico narrativo extenso, uma coleção de
feitos, de fatos históricos, de um ou de vários indivíduos, reais, lendários ou mitológicos.
A epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservada ao longo dos tempos
pela tradição oral ou escrita. A epopeia exalta um povo que é representado por um herói
(exemplo: Os Portugueses em Lusíadas). Os primeiros grandes modelos ocidentais de
epopeia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia, os quais têm a sua origem nas
lendas sobre a guerra de Troia (Politzer, 1979).

Segundo Aristóteles, a epopeia é a imitação de homens superiores, em versos com metro único e
forma narrativa, diferindo assim das tragédias. As epopeias não possuem limite de tempo ou
espaço, tornando-se ilimitadas, diferindo assim das tragédias, que possuem tempo determinad

2.9.2 A teogonia

Teogonia (em grego: Θεογονία [theos, deus + gonia, nascimento] - THEOGONIA,


na transliteração), também conhecido por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico em

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1022 versos hexâmetros escrito por Hesíodo no século VIII-VII a.C., no qual o narrador é o próprio
poeta. O poema se constitui no mito cosmogônico (descrição da origem do mundo) dos gregos, que
se desenvolve com geração sucessiva dos deuses, e na parte final, com o envolvimento destes com
os homens originando assim os heróis.

Nesse mito, as divindades representam fenômenos ou aspectos básicos da natureza humana,


expressando assim as ideias dos primeiros gregos sobre a constituição do universo

2.9.3 Etapas da filosofia grega clássica


Etapas da Filosofia Grega Clássica No decorrer dos séculos, a Filosofia teve um conjunto de
preocupações, perguntas e interesses que lhe vieram de nascimento na Grécia. Para isso, devemos
primeiro conhecer os principais períodos da Filosofia grega que definiram os campos de
investigação filosófica na Antiguidade. A história da Grécia costuma ser dividida pelos
historiadores em quatro fases ou épocas (Bertrand, 2004);:

a) a da Grécia Homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em seus dois
grandes poemas, Ilíada e Odisséia;

b) a da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao século V a. C, quando os gregos criam
cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Samos, etc., e predomina a economia urbana,
baseada no artesanato e no comércio;

c) a da Grécia clássica, nos séculos V e IV a. C, quando a democracia se desenvolve, a vida


intelectual e artística no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar; d)
a helenística, a partir do final do século IV a. C., quando a Grécia passa para o poderio do império
de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império Romano, terminando a história de
existência independente.

Os períodos da filosofia não correspondem exactamente a essas épocas, já que ela não existe na
Grécia Homérica, e só aparece nos meados da Grécia arcaíca. O apogeu da Filosofia acontece
durante o apogeu da cultura e da sociedade gregas; portanto, durante a Grécia clássica. Os quatro
grandes perodos da Filosofia grega, nos quais seu conteúdo muda e se enriquece são: Período pré-
socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a. C., quando a Filosofia se
ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza.

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Conclusão
A filosofia nasceu na Grécia antiga, no início do século VI a.C. Tales de Mileto é reconhecido
como o primeiro filósofo, apesar disso, foi outro filósofo, Pitágoras, que cunhou o termo "filosofia",
uma junção das palavras "philos" (amor) e "sophia" (conhecimento), que significa "amor ao
conhecimento". A filosofia é a juncão de duas palavras gregas FILO e SOFIA, traduzida na língua
portuguesa significa Amor à Sabedoria . O primeiro filosofo a usar este termo foi Pitágoras no
seculos VI a.C., ele era considerado o homem mais sábio daquela época e, ao negar de ser chamado
de sábio, afirmou que era amigo da sabedoria e ela pertence aos deuses, e não aos homens, o papel
dos homens é ir a busca do conhecimento “Demanda da verdade e não a sua posse. Epopeia é uma
narrativa que apresenta, com maior qualidade os fatos originalmente contados em versos, a saber
as características: personagens, tempo, ação, espaço. Também pode conter factos heroicos muitas
vezes transcorridos durante guerras. A Universalidade da Filosofia verifica-se nos problemas e não
na sua solução ou resolução, pois a solução está em consonância com as condições concretas de
cada sujeito - a particularidade. Daí que o universal alberga em si a particularidade.

Os problemas que a Filosofia levanta são problemas da humanidade (universais), que resultam da
acção do Homem (particular) medida que a consciência se vai desenvolvendo ou construindo a sua
realidade material e espiritual. A Filosofia é uma maneira de estar no mundo, é um modo de existir.
Como tal, não deve ser vista apenas como uma procura de compreensão e interpretação do mundo.
Na verdade, o esforço de se apropriar do real passa pela maneira como o Homem interpreta a
realidade, mas também como ele se situa perante ela. Disto resultam as várias e diferentes maneiras
de estar no mundo, os vários e diferentes modos de existir, as várias dimensões da existência
humana.

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Referências bibliográficas
Antiseri, D e Reale, G. (1990). História da Filosofia: antiguidade e idade média. São Paulo,

Paulinas, V.1.

Biriate, M. e Geque, E. (2010). Pré-universitário: Filosofia 11. Maputo, Longman.

Chambisse, E. D.; Cossa, J. F. (2017), Fil11 - Filosofia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores,

Maputo,.

Aristóteles, D. A. (2006). Apresentação, tradução e notas de Maria Cecília Gomes Reis. São Paulo.

Ed. 34,

Aristotle, (1995), The Complete Works of Aristotle (ed. J. Barnes), Princeton: Princeton University

Press.

Bertrand R. (2004); Laura Alves. História do Pensamento Ocident Ediouro Publicações.

Platão. A. (1999), República. (trad. Enrico Corvisieri) São Paulo: Nova Cultural,. (Col. Os

Pensadores).

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