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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCACAO À DISTÂNCIA

TEMA: Vontade Humana e a Liberdade do Homem na Sociedade Moçambicana

Ana Filipe Zacarias. CÓD: 708212536

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Turma: S
Disciplina: Ética Social
Ano de Frequência: 3º Ano
1º Trabalho do Campo

Tutor: dr. Pe. Victor Alfiado Makola

BEIRA, MAIO, 2023


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 Bibliografia 0.5
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problema)
Introduçã
o  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
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ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusã  Contributosteóricospráti
2.0
o cos
 Paginação, tipo e
Aspectos Formataç tamanho de letra,
1.0
gerais ão paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas
APA 6ª
Referência
edição  Rigor e coerência das
s
em citações/referências 4.0
bibliográfi
citações e bibliográficas
cas
bibliograf
ia
Recomendações de Melhoria
Índice
I. Introdução................................................................................................................................ 1

1. Tema: Vontade Humana e a Liberdade do Homem na Sociedade Moçambicana ................. 2

1.2 Objectivos gerais .................................................................................................................. 2

1.2.1 Objectivos específicos ....................................................................................................... 2

1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 2

1.3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 2

II. Revisão Teórica ..................................................................................................................... 3

2. O conceito da vontade e da liberdade ..................................................................................... 3

2.1 Liberdade na sociedade moçambicana ................................................................................. 4

2.2 Os Direitos Humanos em Moçambique ............................................................................... 5

2.3 A liberdade na sociedade ...................................................................................................... 6

III. Conclusão ............................................................................................................................. 7

IV. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 8


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I. Introdução

O significado de transformações importantes em qualquer sociedade sempre se justifica


referente à aquisição de maior liberdade oriunda das acções individuais de um povo
particularmente em Moçambique. Do lado semântico do conceito de liberdade, a expressão
mais ampla é o termo vontade e, Ngoenha elucida de forma mais significativa para história do
pensamento a questão da vontade, onde encontramos a definição, segundo a qual a liberdade,
em geral, é liberdade de vontade.
Uma considerável parcela dos filósofos supõe que o conceito de vontade livre esteja muito
ligado à noção de responsabilidade moral. Mas o significado da vontade não está esgotado por
sua conexão com a responsabilidade moral.

A vontade também parece ser uma condição no amplo campo de realizações de um indivíduo
e está, intrinsecamente, relacionada a liberdade. A liberdade é um dos valores fundamentais
da existência humana e é o critério mais importante do desenvolvimento social.Partindo da
hipótese de que a vida ética, mundo histórico das relações e dos ideais humanos, é a soma
total dos determinantes da vontade, na medida em que são os actos do espírito prático.

O trabalho verifica de que modo, através da actualização do conceito de vontade os indivíduos


são moldados em agentes éticos aptos a participar da vida ética e contribuir com o processo de
efectivação da ideia de liberdade. Para isso, apresenta-se o conceito e significação de vontade;
se faz uma descrição sobre como as actualizações para o desenvolvimento do espírito
objectivo, em sua manifestação humana, resultam das articulações das determinações da
vontade e, são demonstradas as principais características do conceito de vontade no processo
de efectivação da ideia de liberdade.
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1. Tema: Vontade Humana e a Liberdade do Homem na Sociedade Moçambicana

1.2 Objectivos gerais

 Contribuir para a compreensão do nível de percepção dos cidadãos sobre vontade


humana e a liberdade do homem na sociedade moçambicana
 Desenvolver uma ferramenta analítica complementar ao exercício formal vontade
humana e a liberdade do homem na sociedade moçambicana

1.2.1 Objectivos específicos

 Avaliar as causas e os efeitos do nível de percepção vontade humana e a liberdade do


homem na sociedade
 Identificar as principais áreas em que há maior deficit de conhecimento vontade
humana e a liberdade do homem na sociedade;
 Buscar o valor agregado participativo dos cidadãos na liberdade do homem.

1.3. Metodologia
Para realização do trabalho será necessários 4 métodos de abordagem e dos procedimentos
acompanhados de técnicas de entrevista, inquérito, bibliográfico e método de observação
directa.

Segundo Lakatos e Marconi (2003:91)

“ A metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem


percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos
utilizados para fazer uma pesquisa científica”

1.3.1 Tipo de pesquisa


Para Lakatos e Marconi (2003: 107) ” na maioria dos casos são pesquisas que envolvem:
levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas que tiveram experiencia práticas com o
problema pesquisado e análise de exemplos estimulem a compreensão”.
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II. Revisão Teórica

2. O conceito da vontade e da liberdade


A vontade é o método ou a forma da existência da liberdade no homem e, portanto, é
impossível ter vontade sem liberdade e liberdade sem vontade. Segundo Hegel “a vontade
livre inclui de início em si mesma, as diferenças que consistem que a liberdade é a sua
determinação e seu fim”. (HEGEL, 2005).

De acordo com Hegel, (2005), a vontade é um modo de pensar ligado à incorporação do


conhecimento teórico do homem em sua actividade prática, enquanto seraí, na existência real.
Ao mesmo tempo, vontade e pensamento são impossíveis sem o outro. Uma pessoa que não
possui a inteligência apropriada não é capaz de tomar decisões conscientes e correctas.
Inversamente, o foco da consciência na cognição do mundo torna-se possível para a vontade
benevolente, o desejo do homem de adquirir o conhecimento necessário para sua actividade.

A vontade livre apenas em si é a vontade que é livre unicamente em conceito, formalmente,


mas não em conteúdo. A vontade é a definição essencial de liberdade, mas ainda é meramente
formal; é apenas um esboço do que é a liberdade, e ainda não é a ideia de liberdade. O
conteúdo da vontade ainda precisa ser especificado. Não é qualquer escolha com a qual o “eu”
é capaz de se identificar. Para ser livre em um sentido real, o “eu” tem que se encontrar, em
alguma escolha particular que deve representar uma realidade adequada a ele mesmo.
(HEGEL, 2003).

Liberdade significa o direito de agir segundo seu livre arbítrio, segundo a própria vontade,
desde que não prejudique outra pessoa. É não depender de ninguém. Liberdade também
corresponde ao conjunto de ideais liberais e dos direitos de cada cidadão. É a independência
do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. (Alves, 2011).

Para Leal (2021), Liberdade significa o direito de agir segundo seu livre arbítrio, segundo a
própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. É não depender de ninguém.
Liberdade também corresponde ao conjunto de ideais liberais e dos direitos de cada cidadão.
É a independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade.

Liberdade é a condição daquele ou daquela que é livre. E, ser livre é realizar escolhas e
praticar acções por vontade própria. O termo origem na palavra em latim libertas, que deriva
de liber (“livre”).
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A liberdade se desdobra em diversos tipos: de pensamento, de opinião, política, religiosa, etc.


Todas essas variações tentam localizar nossas possíveis experiências de autonomia e de não
dependência. A liberdade é uma das grandes questões da humanidade. Seu conceito atravessa
toda a história da filosofia e ganhou diversos significados ao longo da história

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C) disse que “a liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo
para um determinado agir ou sua omissão”. Assim, liberdade é o princípio para escolher entre
alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário. Para Aristóteles, é livre e
voluntária a acção que não sofre coações.

Sócrates (469-399 a.C.) acreditava que o homem livre é aquele que consegue dominar seus
sentimentos, seus pensamentos, a si próprio. É dele a célebre frase: “Conhece-te a ti mesmo”.
Uma contradição da época foi a existência da escravidão. A profissão de “pensar” era um
exercício de liberdade para os homens livres.

Para Santo Agostinho (354-430), apesar de Deus saber o que vamos fazer, ele não controla as
nossas acções. A liberdade seria fruto de uma escolha: o homem é livre porque pode escolher
entre o bem e o mal. O livre-arbítrio seria uma dádiva de Deus, mas a acção será legítima se
guiada pela fé e pelas leis do Criador. Se ele escolher o bem, certamente encontrará a
liberdade. Se sua escolha for o mal, a natureza pecaminosa o distanciará de Deus.

2.1 Liberdade na sociedade moçambicana

Em certa medida, existe em Moçambique uma concepção de liberdade individual que não é
diferente da concepção europeia medieval, sobretudo na Inglaterra (Skinner & Strath, 2003).

É a ideia de que a liberdade individual consistiria nas isenções especiais conferidas a alguém
(por exemplo à Igreja ou a membros da aristocracia) pelo Soberano (o Rei). No período
colonial, e em virtude da distinção entre indígena e assimilado, a condição de cidadão foi
reduzida à satisfação de certos critérios definidos pelo poder.

A cidadania não se referia à satisfação de um direito natural que tornava o direito à dignidade
humana individual anterior ao Estado, mas sim a algo que só era realizável a partir da
existência do Estado. Foi esta concepção que aqueles que lutaram pela Independência
recuperaram (apesar de toda a retórica anti-colonial e que, na transição para a democracia,
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piorou ainda mais com a oficialização da “autoridade tradicional” pelo seu teor dualista) e
impuseram com o seu projecto político socialista.

Tudo isto, no contexto de Moçambique, acontece sob o pano de fundo de uma sociedade que
se constitui historicamente nos esforços individuais de garantia de dignidade humana
individual. Esses esforços levam alguns a procurarem na assimilação a sua emancipação,
outros nas igrejas, outros ainda na educação, na migração, etc.

A ideia de que alguém possa ser intérprete da vontade do povo funda-se, em certa medida, na
ideia gémea de que alguém tem competência para definir os limites da liberdade individual,
ao mesmo tempo que pode também definir os horizontes do poder legítimo do Estado sobre
os seus cidadãos. Este é o terreno natural da cultura política dos “movimentos de libertação no
poder”, um terreno minado e todo ele baseado na ideia de que o protagonismo histórico
confere qualidades especiais e uma aptidão única para interpretar a “vontade do povo”.

2.2 Os Direitos Humanos em Moçambique

Os Direitos Humanos em Moçambique No plano nacional, os Direitos Humanos também


encontram uma consagração satisfatória. Em Moçambique, desde a conquista da
independência que a temática dos Direitos Humanos constitui uma preocupação de todos,
principalmente, como forma de repor os direitos e as garantias fundamentais dos cidadãos,
antes negados à maior parte da população pelo colonialismo. A própria Constituição da
República quer na legislação ordinária são elencados vários Direitos Fundamentais/Humanos
que gozam os cidadãos moçambicanos, dentre os quais podemos destacar:

 O Direito à vida;
 A Liberdade de associação;
 A Liberdade de consciência, de religião e de culto;
 A Liberdade de constituir, aderir e participar de programas e partidos políticos;
 A liberdade de expressão e informação;
 A Liberdade de residência e de circulação.
 A Liberdade de reunião e manifestação;
 A proibição expressa da tortura e de tratamentos cruéis e desumanos;

Entretanto, estudos apontam que, não obstante este quadro normativo, institucional e de
políticas públicas, a efectivação ou implementação dos Direitos Humanos no mundo passa por
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uma maior consciencialização dos principais actores em matéria de Direitos Humanos, com
destaque para os cidadãos, sobre a existência, importância e protecção dos Direitos Humanos.
Nesses estudos podemos, perfeitamente, incluir Moçambique.

2.3 A liberdade na sociedade

A liberdade na sociedade atual deveria ser a garantia de que somos verdadeiramente livres:

 livres para fazermos nossas escolhas. (Ultimamente trazem uma idéia falsa de que
somos livres para pensarmos por nós mesmos, mas não é isso que acontece. A
influência da mídia é tão poderosa que meche com nossas escolhas. Onde está a
liberdade de escolha se somos sujeitados a pensar e agir de acordo com o que a mídia
nos apresenta?)
 livres para termos opinião. (A cada dia querem embutir em nossa vida a falsa ilusão
de que podemos ter nossas próprias opiniões. No entanto quando vemos algo errado da
parte de nossos governantes e queremos opinar somos barrados por uma escolta
policial. Onde está a liberdade de opinião?)
 livres para ir e vir. (Um dos direito mais básicos e assegurados pela constituição: a
liberdade de ir e vir. No entanto, a cada dia que passa somos obrigados a nos
enclausurarmos em casa, instalar os mais modernos equipamentos de segurança e
nossas crianças são impedidas de brincar na rua ou ir para escola por causa da guerra
ao tráfico. Onde está a nossa liberdade de ir e vir?)
 liberdade de escolher nossos governantes. (Dizem que somos livres para votar em
quem queremos, no entanto passa ano e mais ano e sempre vemos a descoberta de
fraude nas eleições: urnas adulteradas compras de voto, etc. Será que somos livres
para escolhermos nossos governantes?)
 A liberdade na sociedade atual está ainda muito longe de ser realidade, ela tem um
papel crucial em nossa vida: garantir que possamos viver com dignidade, respeito,
tolerância; tem como função garantir que tenhamos uma vida mais humana onde a
verdade prevaleça e a mentira apodreça.
 A liberdade na sociedade atual é importante e necessária, porém a cada dia se parece
mais com uma utopia.
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III. Conclusão

A liberdade é esse processo de saída de si, que na cisão própria de seu movimento reflexivo
de exteriorização, perfaz o movimento inverso, a volta a si, para empreender novamente…
uma nova exteriorização, na verdade uma externação. A liberdade decide-se nesse processo
de actualização do movimento lógico tal como ele se efectua na sucessão temporal da história.

A liberdade não pede definições, ela exige o trabalho de aventurar-se na objectividade do


mundo, criando assim suas próprias determinações.” O processo de desenvolvimento da força
cognitiva, um movimento necessário de um estágio de desenvolvimento para outro, do estar
em si mesmo por estar fora de si mesmo, em ser em si mesmo e por si mesmo (ideia, natureza,
espírito). O processo necessário de auto-desenvolvimento é realizado, de acordo com Hegel,
em uma mente pura ou absoluta (ideia), como resultado do qual a mente (pensamento) é a
única e realmente existente, e todo o real é necessário para o racional.
Para apresentar seu sistema, Hegel o divide em três partes: lógica que representa a mente ou a
ideia em si mesma; retratando a mesma ideia em sua alteridade a filosofia da natureza e
representando a ideia em si e para si a filosofia do espírito. O ponto de partida da filosofia de
Hegel é a identidade do pensamento (consciência) e do ser, essa identidade é a unidade
concreta substancial do mundo.

O pensamento absoluto objectivo é a força motriz de todas as coisas e actua como uma ideia
absoluta que está se desenvolvendo continuamente. A ascensão do abstracto para o concreto é
o princípio geral do desenvolvimento.
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IV. Referências Bibliográficas

Abreu, C. Amartya Sen, (2012): o autor e algumas das suas obras. Revista Angolana de
Sociologia, v. 9.
Alves, R. V. S. (2011), Sobre a Liberdade: Indivíduo e Sociedade em Stuart Mill. Revista
CEPPG, Ano XIV, n. 25.
Aquino, Tomás de. (1988) Suma Teológica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos. Hegel,
G.W.F. Princípios da Filosofia do Direito. Tradução: Orlando Vitorino. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
Leal, M da L. (2021), Resenha do Livro “Desenvolvimento Como Liberdade” de Amartya
Sen. Revista Orbis Latina, v. 11, n. 01, p. 165-171.
Sen, A. K. (2000), Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras.
Oliveira, Pedro A. Ribeiro. (2005), Fé e Política: fundamentos. São Paulo: Idéias e Letras.

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