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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Educação e Comunicação


Licenciatura em Psicopedagogia

CRISTIANA MARIA JOÃO

1. A Didáctica enquanto Ciência Pedagógica na Actividade Docente


.

Curso: Licenciatura em Psicopedagogia


Disciplina: Didáctica Geral
Ano de Frequência: 2º
Docente: Msc. Tomás Alfredo

Nampula, Outubro de 2022


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subto
do
máxima tal
tutor
 Introdução 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 4.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Índice

Introdução...................................................................................................................................4
1. A Didáctica enquanto Ciência Pedagógica na Actividade Docente.......................................5
1.1. Conceito de Pedagogia e Objecto de Estudo.......................................................................5
1.1.1. Conceito da Pedagogia......................................................................................................5
1.1.2. Objecto de Estudo da Pedagogia.......................................................................................6
1.2. Origem Etimológica da Didáctica........................................................................................8
1.2.1. Relação entre a Didáctica Geral e a Pedagogia................................................................8
1.3. Conceito de Funções Didácticas........................................................................................10
1.3.1. Aplicação das Funções Didácticas na Actividade Docente............................................12
1.3.2. Importância das funções Didácticas................................................................................15
Conclusão..................................................................................................................................16
Referencias Bibliográficas........................................................................................................17
Introdução

A Didáctica de uma maneira geral pode ser definida como um ramo da pedagogia que estuda
a técnica de ensino em todos os seus aspectos, práticos e operacionais. Por sua vez, a
Educação, é um processo de interacção entre a pessoa humana, em todos os aspectos, com
vista a definição prévia do tipo de cidadão que se pretende para uma sociedade. O processo
educativo é dinâmico, porque a sua acção esta dependente das características de cada
sociedade e do tempo, ela acompanha a evolução geral da sociedade.

Entretanto, este trabalho foi elaborado no âmbito da cadeira de Didáctica Geral, e tem os
seguintes objectivos: descrever a origem etimológica da palavra Pedagogia e didáctica;
estabelecer a relação entre Pedagogia com a Didáctica; falar das funções didácticas, sua
aplicabilidade na docência e a sua importância.

Portanto, o trabalho foi desenvolvido com base numa metodologia científica específica,
sobretudo o método bibliográfico, através da leitura de obras específicas. Assim, no que diz
respeito a estrutura do trabalho, o mesmo está organizado da seguinte forma: capa, folha do
rosto, índice, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
1. A Didáctica enquanto Ciência Pedagógica na Actividade Docente

1.1. Conceito de Pedagogia e Objecto de Estudo

1.1.1. Conceito da Pedagogia

Segundo Marcos (2003) diz que, a Pedagogia designa-se a ciência da educação das crianças e
arte e a técnica de ensinar. Nesta perspectiva, a pedagogia é a reflexão sobre as teorias, os
modelos, os métodos e as técnicas de ensino para lhes apreciar o valor e lhes procurar a
eficácia. Portanto, a pedagogia destina-se a melhorar os procedimentos e os meios com vista à
obtenção dos fins educacionais.

De acordo com varias pesquisas, etimologicamente a palavra Pedagogia é de origem grega.


Dois vocábulos gregos estão na origem etimológica da palavra "Pedagogia" «Paidós» que
significa criança e «Agogé» que significa acção de conduzir. Desse modo, literalmente,
Pedagogia significa condução de Crianças.

Segundo Piletti (2010), Pedagogia é o estudo sistemático da educação, ou seja, é a ciência ea


arte da educação. Trata-se do espaço para reflexão sobre o ideal da educação e da formação
humana em seus contextos mais gerais e completos. Possui inúmeras ligações com todos os
demais termos aqui apresentados, o que reforça a necessidade de absoluta compreensão do
seu significado.

a Pedagogia: “É uma prática social que atua na configuração da existência humana individual
e grupal, para realizar nos sujeitos humanos as características de ‘ser humano’ (Libânio, 2004,
p.30).

Dessa forma, pode-se dizer que a Pedagogia é a ciência que estuda e atua na esfera do ser
humano auxiliando-o na reflexão do seu existir, fazer e pensar. Então, a Pedagogia não está
restrita apenas, aos muros escolares, ela se estende para além deles e amplia-se, na medida em
que a educação, veloz e sem fronteiras configurada na sociedade atual, necessita humanizar as
relações, visto a impessoalidade fazer parte do cenário social actual.

Ghiraldelli Jr (2007), considera que,

A concepção que diz que a pedagogia é a parte normativa do conjunto de


saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos desenvolver uma boa
educação, é mais ou menos consensual entre os autores que discutem a
temática da educação. Ela, a pedagogia, é aquela parte do saber que está
ligada à razão que não se resume à razão instrumental apenas, mas que inclui
a razão enquanto razoabilidade; a racionalidade que nos possibilita o
convívio, ou seja, a vigência da tolerância e, mesmo, do amor
(GHIRALDELLI JR, p.03).

Dessa forma, a Pedagogia atua em campos bem mais amplos do que os escolares, como já
dito. Pensando assim, ela se estende para os diversos segmentos sociais, como empresas,
órgãos governamentais, instituições e entidades, centros de reabilitação para dependentes
químicos, e campos da medicina, como fisioterapia, tratamento pós-cirúrgico, etc.

1.1.2. Objecto de Estudo da Pedagogia

O objecto de estudo da Pedagogia é a educação intencional (formal) por ser um Processo


organizado e dirigido conscientemente. Esta ciência é constituída por um conjunto sistemático
de verdades referentes a educação. Ela é a ciência especulativa e normativa da educação,
porque investiga o processo educativo para conhecer melhor e para dirigir cientificamente a
educação. Investiga os factores que contribuem para a construção do ser humano como
membro de uma determinada sociedade, investiga os processos e meios utilizados para a
formação do homem, assim como os factores concretos que concorrem para a formação
humana no seu desenvolvimento histórico para extrair os métodos que correspondem a acção
educativa.

Sem o objecto de estudo, nenhuma ciência pode tomar-se funcional, Pois é ele que caracteriza
as diferentes ciências.

Portanto, o objecto de estudo do pedagogo e da pedagogia é a Educação, o Processo Ensino e


Aprendizagem, a acção cultural do educador em intervir e/ou de transmitir tecnicamente, de
forma sedutora, significativa e em comunhão com a realidade social, o perfil e a história de
vida do educando, o conhecimento e a informação e a dimensão cognitiva do educando ao
perceber, aprender, apreender e se apropriar de forma crítico-reflexiva do conhecimento e das
informações transmitidas pela percepção pessoal de observador ou de sujeito da intervenção
formativo-educativa da qual foi sujeito, a sua acomodação junto aos conhecimentos
anteriormente existentes e sua capacidade de aplica-los à realidade social vivido-
compartilhada enquanto ser social e cidadão.
Essa visão da pedagogia fundamenta-se em um conceito ampliado de educação. Para Libâneo,
as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os
contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou
não, sob várias modalidades. Entre essas práticas, há as que acontecem de forma difusa e
dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação de moda
não intencional e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há, também, as
práticas educativas realizadas em instituições não convencionais de educação, mas com certo
nível de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações
profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos sociais
específicos, caracterizando a educação não formal. Existem, ainda, as práticas educativas com
elevados graus de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as que se
realizam nas escolas ou em outras instituições de ensino, compreendendo o que o autor
denomina educação formal.

Para Libânio, são esses processos que constituem o objeto de estudo da pedagogia,
demarcando-lhe um campo próprio de investigação. Ela estuda as práticas educativas tendo
em vista explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e formas de intervenção pedagógica
para a educação.

O pedagógico da ação educativa se expressa, justamente, na intencionalidade e no


direcionamento dessa ação. Esse posicionamento é necessário, defende o autor, porque as
práticas educativas não se dão de forma isolada das relações sociais, políticas, culturais e
econômicas da sociedade.

Vivemos em uma sociedade desigual, baseada em relações sociais de antagonismo e de


exploração. Por isso a pedagogia não se pode eximir de se posicionar claramente sobre qual
direção a ação educativa deve tomar, sobre que tipo de homem pretende formar. Do ponto de
vista do autor isso é o que justifica a existência da pedagogia como área do conhecimento,
cuja especificidade é realizar uma reflexão global e unificadora da realidade da educação.

Nessa concepção, pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática


educativa, indireta ou diretamente vinculadas à organização e aos processos de aquisição de
saberes e modos de ação, com base em objetivos de formação humana definidos em uma
determinada perspectiva. Dentre essas instâncias, o pedagogo pode atuar nos sistemas macro,
intermediário ou micro de ensino (gestores, supervisores, administradores, planejadores de
políticas educacionais, pesquisadores ou outros); nas escolas (professores, gestores,
coordenadores pedagógicos, pesquisadores, formadores etc.); nas instâncias educativas não
escolares (formadores, consultores, técnicos, orientadores que ocupam de atividades
pedagógicas em empresas, órgãos públicos, movimentos sociais, meios de comunicação; na
produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na formação profissional etc.).

1.2. Origem Etimológica da Didáctica

De acordo com Libânio (2006), “a palavra Didáctica deriva-se da palavra grega didactos, que
significa “instrução”. Quer dizer, visto deste modo, a Didáctica desenvolveu-se como a teoria
de instrução. Em sua Didáctica Magna, Coménio qualifica Didáctica como a “arte de
instruir”. (p. 97).

Por sua vez, Masetto (2007), diz que o termo didáctica deriva da expressão grega (Techne
didaktike), que se traduz por arte ou técnica de ensinar A didáctica pode ser vista de maneira
geral e específica. A didáctica geral, é um ramo da pedagogia que estuda a técnica de ensino
em todos seus aspectos práticos e operacionais. Enquanto a didáctica específica, investiga o
ensino numa determinada disciplina.

Didáctica Magna, onde ele tenta sistematizar o processo de ensino, e afirma, a Didáctica é a
“arte de ensinar tudo a todos”. Essa declaração se baseava nas teorias de Bacon, assinalava
que fazer ciência era simplesmente aplicar o método fundado na observação. Para Comenius
significa envolver as diferentes etapas de desenvolvimento da criança e outros condicionantes
do ensino. Assim, a Didáctica ocupa-se das estratégias de ensino, das questões praticadas
associadas à metodologia e dos modos de aprendizagem.

1.2.1. Relação entre a Didáctica Geral e a Pedagogia

No entendimento de Masetto (2007), a Didáctica é um elemento exclusivo da Pedagogia e se


refere ao conteúdo do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento. A
Pedagogia é conceituada como a ciência e a arte da educação, enquanto que a Didáctica é
definida como a ciência e a arte do ensino.

A Didáctica é uma disciplina do campo da Pedagogia que tem como objecto central de
estudos, e de práticas, as relações entre as formas de ensino e aprendizagem e os desafios da
docência na sociedade. A Didáctica, como ciência do ponto de vista pedagógico, está presente
no ensino, dos diversos cursos desde a graduação até pós-graduações, ou seja, faz parte do
currículo dos cursos nas diferentes áreas do conhecimento: jurídico, matemáticas, educação
física, entre outras.

Piletti (1994), explica que a Didáctica é uma disciplina pedagógica que estuda os objectos, as
condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da
disciplina de ensino decorrem da ciência que lhes servem de base. A disciplina de ensino
implica numa selecção de conhecimentos pautada por critérios pedagógicos e didácticos; do
mesmo modo, os métodos da ciência e os métodos de ensino são conexos, não idênticos,
porque a actividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe é peculiar,
distinguindo-se daquela que ocorre na actividade científica.

Com certeza a dependência da Didáctica em relação à Pedagogia se verifica na


impossibilidade de se especificar objectivos da instrução, das matérias e dos métodos, fora de
uma concepção de mundo, de uma opção metodológica geral e uma concepção de praxis
pedagógica, uma vez que essas tarefas pertencem ao campo do pedagógico.

Para Libâneo (1996), a finalidade imediata do processo didáctico é o ensino de determinadas


matérias e de habilidades cognitivas conexas; todavia, por se tratar de matérias ou temas de
ensino, implicando, portanto, dimensão formativa, a eles se sobrepõem objectivos e tarefas
mais amplos determinados social e pedagogicamente. Dai considerar-se a didáctica como
disciplina de intersecção entre a teoria educacional e as metodologias específicas das matérias
que se esclarecem e se particularizam sob características comuns, básicas, da actividade
pedagógica e, em particular, do processo de ensino e aprendizagem.

Entretanto, a Pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo


social, no seio de uma determinada sociedade, bem como as metodologias apropriadas para a
formação dos indivíduos, tendo em vista o seu desenvolvimento humano para tarefas na vida
em sociedade.

De acordo com Libâneo (1996, p.129), “a educação, o professor e o educando apresentam-se


com diferentes papéis, em cada uma das tendências pedagógicas. A didáctica tem
desempenhado diversificados papéis associados às inúmeras tendências pedagógicas”.

A prática pedagógica revela-se extremamente controlada e dirigida,


com actividades mecânicas no âmbito de uma proposta educacional
rígida e passível de ser programada em detalhes pormenorizados
(Ibid.).
A Didáctica, como ciência do ponto de vista pedagógico, está presente no ensino, dos diversos
cursos desde a graduação até pós-graduações, ou seja, faz parte do currículo dos cursos nas
diferentes áreas do conhecimento: jurídico, matemáticas, educação física, entre outras. Há um
lugar da Pedagogia que enfoca a acção do professor.

Para Libâneo (1996, p. 25), “a Didáctica é o principal ramo de estudo da Pedagogia. Ela
investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A
ela cabe converter objectivos sociopolíticos e pedagógicos em objectivos de ensino,
seleccionar conteúdos e métodos em função desses objectivos”.

A didáctica é definida como teoria pedagógica de carácter prático, ou seja, teoria que busca
prover respostas a demandas apresentadas pela sociedade à área pedagógica, sobre o
desenvolvimento da prática no dia-a-dia da sala de aula, por meio de princípios construídos
sobre a realidade concreta dessa prática, envolvendo um saber tecnológico que implique
técnicas e regras sobre como ensinar. A didáctica teoria pedagógica estuda e ensina como
transformar o saber escolar, ou seja, o processo de pedagogização do saber científico.
Segundo Pimenta (2010, p.17),

A Didáctica é a parte da Pedagogia que utiliza estratégias de ensino destinadas


a colocar em prática as directrizes da teoria pedagógica, do ensino e da
aprendizagem. A Didáctica ocupa-se das estratégias de ensino, das questões
praticadas associadas à metodologia e dos modos de aprendizagem .

Para Libanêo (1994), “a Didáctica é uma disciplina pedagógica que estuda os objectos, as
condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da
disciplina de ensino decorrem da ciência que lhes servem de base” (p. 108).

A disciplina de ensino implica numa selecção de conhecimentos pautada por critérios


pedagógicos e didácticos; do mesmo modo, os métodos da ciência e os métodos de ensino são
conexos, não idênticos, porque a actividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe
é peculiar, distinguindo-se daquela que ocorre na actividade científica.
1.3. Conceito de Funções Didácticas

Segundo Gani e Cossa (2015, p.59), AS Funções Didácticas são “etapas do processo completo
da aquisição das qualidades duma personalidade, isto é são orientações para o professor poder
dirigir um processo completo da aprendizagem”.

Para Libânio (1990), Funções Didácticas são movimentos ou passos do Processo de Ensino e
Aprendizagem no decorrer de uma aula ou unidade didáctica. O mesmo autor fala da
estruturação didáctica de uma aula, referindo se às funções didácticas.

As Funções Didácticas de uma aula são apenas orientações das actividades do professor e dos
alunos que levam a concretização de uma aula, mas isso não quer dizer que existe uma única
forma ou forma padrão de organizar uma aula.

Aliás Libânio (1990, p.179), lembra nos que “o trabalho docente, sendo uma actividade
intencional e planeada requer estruturação e organização a fim de que sejam atingidos os
objectivos do ensino. A indicação de etapas do desenvolvimento de aula não significa que
todas as aulas devam seguir um esquema rígido”.

As funções didácticas tem varias designações e varias subdivisões. Alguns pedagogos as


dividem em seis (06) e alguns em cinco (05), mas o mais consensual e usual é dividir as
funções didácticas em quatro (04), nomeadamente: Introdução e Motivação, Mediação e
Assimilação, Controlo e Avaliação (1990, p.180).

Segundo Carvalho (2015), as funções didácticas são momentos ou etapas que decorrem do
processo de ensino e aprendizagem e, assinalam a passagem de uma fase para outra, sendo
que cada uma destas etapas tem seus objectivos e características. Porem, a finalidades de
todos estes momentos é o alcance das metas do PEA. A realização de uma aula requer sete (7)
etapas que também denomina-se por " Funções Didácticas. Assim, as sete funções didácticas
mais comuns são as seguintes:

 Introdução – é a primeira etapa do processo de ensino e aprendizagem que


caracteriza-se pelo contacto do professor e do aluno mediante um determinante
conteúdo;

 Motivação – consiste num processo de estímulos ou incentivos que ocorrem por


iniciativa do professor, com a finalidade de integrar os alunos na aula;
 Mediação – consiste na inteiração entre o professor e o aluno ligados pelo conteúdo;

 Assimilação – é a aquisição de novos valores e conhecimentos da aula;

 Domínio – é a aprimoracao do conteúdo do processo de ensino e aprendizagem;

 Consolidação – consiste na confrontação da teoria e pratica da aula;

 Controle ou avaliação – é uma das últimas etapas onde o professor e aluno examinam
se os objectivos do processo de ensino e aprendizagem foram almejados.

1.3.1. Aplicação das Funções Didácticas na Actividade Docente

As fases da aula ou funções didáticas devem ser seguidas de forma sequenciada. Apesar disso,
não existe uma separação rígida ou estanque em cada passo da aula ou função didática,
havendo uma relação de dependência entre as mesmas, isto porque quando uma ocorre, essa
será a principal e a outra será a secundária. Contudo, é possível que, num passo da aula ou
função didática, coocorram outras cujo objetivo é garantir que os alunos obtenham sucesso
nas aprendizagens a que são desafiados (Libânio, 1994).

As funções didáticas estão inter-relacionadas e, como se referiu, ocorrem de forma sequencial,


possibilitando que, de forma hierárquica, uma seja superior a outra (s) no decurso do processo
de ensino-aprendizagem. Em condições normais, com o fim da aplicação de uma função
didática abre-se uma porta de entrada para o funcionamento de outra. Torna-se expectável
que, tendo sido aplicada uma função didática com sucesso, as que se lhe seguem tenderão a
capitalizar esse sucesso na aprendizagem, criando-se assim uma sequência de aprendizagens
em cadeia, resultante da adição dos sucessos de aprendizagem na aplicação de todas as
funções de aprendizagem que, como se mencionou, interagem entre si aquando da sua
aplicação na sala de aula (Libânio, 1994).

Na generalidade, estes investigadores (Libânio, 1994; Piletti, 2001) da área da didática


sublinham que existem quatro (04) fases de aula ou funções didáticas, a saber: (i) Introdução e
Motivação; (ii) Mediação e Assimilação; (iii) Domínio e Consolidação; (iv) Controle e
Avaliação.

 Introdução e Motivação
De acordo com Piletti (2001, p.233) “motivação consiste em apresentar a alguém estímulos e
incentivos que possam favorecer determinado tipo de conduta. Consiste em oferecer ao aluno
os estímulos e incentivos apropriados para tornar a aprendizagem mais eficaz”.

Libâneo (1994, p.111) define a Introdução como “a parte da entrada da aula que conduz ao
aluno para estratégia de desenvolvimento, faz a apresentação do tema, apresentação da
questão chave, apresenta a problemática de forma resumida”. Nesta ordem de ideias, a fase da
Motivação e Introdução consiste no ato ou efeito de se introduzir o aprendente no processo de
ensino-aprendizagem, estimulando-o a iniciar e inteirar-se do processo de ensino-
aprendizagem de que faz parte na sala de aula, para que se possa estabelecer a temática a ser
tratada na aula, posteriormente.

A fase didática da Introdução e Motivação, como todos os passos seguintes da aula, é de


extrema relevância e empregue para que ocorram aprendizagens com sucesso entre os alunos.
Esta função tem como finalidade criar condições para que o aluno esteja disposto para iniciar
o processo de ensino-aprendizagem, assim como a fase de aula posterior. Existem três
objetivos essenciais com a execução desta fase da aula:

 Estabelecer as condições ótimas de predisposição para os aprendentes se envolverem


e controlarem as aprendizagens que se vão seguir;
 Consolidar conhecimentos previamente adquiridos e desafiar o aluno com novas
instruções;
 Exercer nos alunos uma motivação frequente, atraindo a sua concentração e vontade
de aprender, com base na verificação do seu comportamento e estado de perceção
(Piletti, 2001).

 Mediação e Assimilação

A Mediação configura a real atividade do processo de ensino-aprendizagem no âmbito do


qual, o professor com base no diálogo inicial e sumário deste, no final dessa ação, faz a
transposição dos conteúdos junto dos seus alunos. Neste processo, por um lado há o
apagamento da figura do professor como transmissor de conhecimentos e abre-se espaço para
a existência do professor como aquele que faz a mediação, facilitação ou orientação da
aprendizagem. Por outro, salienta-se o papel do aluno como agente ativo da sua aprendizagem
e não como elemento passivo. Nesta fase da aula, o professor-transmissor cessa de existir e dá
lugar ao professor-mediador.
Este último orienta a sua ação com base na explicitação, aos seus alunos, dos recursos
pedagógicos previamente preparados, estruturando as suas ações, procurando que estes, de
forma proactiva, assimilem eficientemente os conteúdos durante processo de ensino-
aprendizagem, de modo que os pupilos possam desenvolver atitudes, convicções, habilidades
e hábitos, entre outros (Piletti, 2001). Em termos de metodologia de ensino, o professor deve
privilegiar, na mediação de conteúdos, o diálogo instrutivo (elaboração conjunta), pois este
permite que o aluno participe na construção do saber. O método expositivo, por colocar o
estudante numa situação de passividade na aprendizagem, não deve ser o primeiro a ser eleito
nesta fase (Libânio, 1994).

 Domínio e Consolidação

O Domínio e Consolidação é uma fase didática em que estão agrupadas atividades que têm
como objetivo oferecer uma estruturação e síntese dos conteúdos adquiridos na fase anterior,
a sua análise pormenorizada e o seu emprego no plano da aplicação. Nesta fase da aula, há a
necessidade de se refinarem os conhecimentos adquiridos pelos alunos e, para o efeito, o
professor procura estabelecer, através de exercícios, oportunidades de aprendizagem para que
os alunos percebam e incorporem nas suas mentes os conteúdos analisados com base em
trabalhos teóricos e práticos que devem propiciar a materialização da aquisição dos
conhecimentos analisados. No centro desta fase didática, está a necessidade de transferir estes
conhecimentos analisados e sistematizados na mente do aluno para guiá-lo em ocasiões ou
experiências da sua vida prática. O Domínio e Consolidação dos conteúdos deverá incidir
sobre uma metodologia que destaque a recapitulação, regulação e prática dos conhecimentos
(Piletti, 2001).

 Controle e Avaliação

Em relação à fase didática referente ao Controle e Avaliação, Libânio (1994, p.186) sustenta
que “para o professor poder dirigir efetivamente o processo de ensino-aprendizagem deve
conhecer permanentemente o grau das dificuldades dos alunos na compreensão da matéria.
Este controle vai consistir também em acompanhar o processo de ensino-aprendizagem
avaliando-se as atividades do professor e do aluno em função dos objetivos definidos”. Nesta
ordem de ideias, esta fase da aula em torno do Controle e Avaliação ocorre em todas as outras
fases didáticas e, simultaneamente, manifesta-se como o fechamento de todo o processo de
ensino-aprendizagem vivenciado pelo aluno, tendo o auxílio do seu professor.
1.3.2. Importância das funções Didácticas

Para Gani e Cossa (2015, p.60), a aplicação das funções didácticas não é feita de forma
aleatória, pois ela esta dependente do tipo de aulas. Essas aulas podem ser de introdução a um
conteúdo complicado, de repetição e exercícios, de sistematização, de controlo ou avaliação.

Me apoiando no pensamento de Libânio que faz referencia a planificação da actividade


docente e a organização em funções didácticas faz parte desta planificação e facilita a
orientação do docente na sua mediação.

O trabalho docente como sendo um trabalho racional deve ser ter uma estrutura muito sólida,
embora esta estrutura não seja algo rígido e estático.

As funções didácticas têm essa principal importância de dar uma sequência ao trabalho
docente.

As funções didácticas orientam o professor para consolidarem conscientemente as


regularidades do processo de aquisição. (motivação da aprendizagem; consolidação dos
resultados; integridade do processo de aquisição e a estrutura clara de um processo de aulas).
Conclusão

A didáctica pode ser vista de maneira geral e específica. A didáctica geral, é um ramo da
pedagogia que estuda a técnica de ensino em todos seus aspectos práticos e operacionais.
Enquanto a didáctica específica, investiga o ensino numa determinada disciplina. Por sua vez,
a pedagogia e uma ciência que tem em vista conduzir ou dirigir o conjunto de conhecimento
sistemático no processo educativo da criança.

Porem, a didáctica é um termo que designa o procedimento cujo objecto é instruir pelo ensino.
É considerada uma disciplina que reúne os instrumentos necessários aos professores para
estruturar e realizar o processo de ensino. Há uma didáctica geral e didácticas específicas.
Contudo, o processo de ensino e aprendizagem é uma actividade que tem como objecto a
aprendizagem, sendo o conteúdo um dos elementos que une o professor e o aluno.
Referencias Bibliográficas

Carvalho, Irene Mello. (2015). O processo didáctico. (7ª ed.). Brasil, Rio de Janeiro:
Fundação Getúlio Vargas

Comenius, Johann Amòs; Gomes, Joaquim Ferreira. (2006). Didáctica magna: tratado da arte
universal de ensinar tudo a todos. Portugal, Lisboa: Editorial Presença

Gani, Nazir e Cossa, Ermelindo. (2015). Didáctica de Historia II 3º Ano. UCM CED.

Ghiraldelli Jr. Paulo. (2017). O que é pedagogia? Artigo eletrônico disponível em


http:www.fundacaomariocovas.org.br. Acesso em 08 de Outubro de 2022.

Libâneo, José Carlos. (1996). Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social


dos conteúdos. Brasil, São Paulo: Loyola

Libânio, José Carlos. (1990). Didáctica. Cortez. São Paulo. Brasil.

Masetto, Marcos Tarciso (2007). Didáctica: a aula como centro. (3ª ed.). Brasil, São Paulo:
FTD

Piletti, Claudino. (1994). O Estágio na Formação de Professores: unidade teoria e prática. (2ª
ed.). Brasil, São Paulo: Cortez

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