Você está na página 1de 12

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Processo de Ensino - em Aprendizagem de Historia na Escola

Benedito Jaime Ernesto - 708208135

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Disciplina: Didática de História
Ano de frequência: 3° Ano
Turma: A

Docente: Mcs. Albino Carlos Ninca

Beira, Maio, 2022


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha de Feedback dos tutores:

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Índice

1. Introdução...............................................................................................................................3

2. Breve histórico do processo educacional................................................................................4

2.1. O processo de ensino-Aprendizagem...................................................................................4

2.2. O Ensino e a Aprendizagem de história na escola...............................................................5

Conclusão....................................................................................................................................9

Referências bibliográficas.........................................................................................................10
1. Introdução
O processo de ensino e aprendizagem é definido como um sistema de trocas de informações
entre docentes e alunos, que deve ser pautado na objetividade daquilo que há necessidade que
o aluno aprenda. Não podemos realizar um ensino meramente superficial, mas um ensino que
vise à aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Desta forma, o ensino realizado aos
alunos pelo professor deve visar uma aprendizagem que modifique o pensamento dos alunos.
A prática do professor deve ser pautada em constante reflexão sobre a forma como o ensino é
proporcionado em sala de aula e se condiz com a teoria aprendida.

Nesta perspectiva, o presente trabalho aborda sobre “O Processo de Ensino em Aprendizagem


de História na Escola”, objetivo principal é compreender o Processo de Ensino - em
Aprendizagem de História na Escola. Assim, trabalho compreende três secções. A primeira
corresponde a presente introdução, objectivos do estudo e a metodologia usada para a
prossecução dos resultados esperados da pesquisa. A segunda foi reservada a apresentação do
quadro teórico. Finalmente, apresenta-se a conclusão da presente pesquisa, seguida da lista de
referências bibliográficas.

Para viabilizar a pesquisa foi feito levantamento em fontes bibliográficas e documentais, tais
como livros, manuais, artigos científicos publicados e disponíveis na Internet, sobre o assunto
em questão, onde faz-se referência dos conceitos e aspectos pertinentes que corporizarão o
trabalho.

3
2. Breve histórico do processo educacional
Segundo Carlos Rodrigues Brandão (1988), a educação está presente em todos os grupos que
aprenderam a lidar com a educação do mesmo modo como qualquer outro grupo humano em
qualquer outro tempo. A educação actual tem muitas características da educação grega e
ateniense.

Brandão (1998) diz que a educação grega é considerada dupla, tendo questões que a nossa
educação atual ainda não conseguiu resolver. Ela é mais caracterizada por ter normas de
trabalho que ao ser reproduzido como o saber que se ensina para que se faça.

Há também as normas de vida, que ao serem reproduzidas é um saber que ensina para que se
viva. Para a educação grega, a obra de arte mais perfeita é o homem educado. Os gregos
tinham a ideia de que todo o saber se transfere pela educação, por meio de trocas
interpessoais. A partir da educação grega surge a Paideia, que significa formação completa do
homem, no sentido de educá-lo para a vida em sociedade. Desenvolve o corpo e a
consciência, após os sete anos, quando aprende fora do seu cotidiano. Os ensinos eram
distintos e realizados em locais chamados “lojas de ensinar”. Sólon, legislador grego, cita o
modelo dessa educação:

“As crianças devem, antes de tudo, aprender a nadar a ler; em seguida, os pobres devem
exercitar-se na agricultura ou em uma indústria qualquer, ao passo que os ricos devem se
preocupar com a música e a equitação, e entregar-se à filosofia, à caça e à frequência aos
ginásios (Brandão, 1988, p. 40)”.

2.1. O processo de ensino-Aprendizagem


O processo de ensino e aprendizagem ocorre de diferentes formas. A função da educação é
transformar sujeitos e mundo em algo melhor. O homem só entende o processo de construção
do saber quando aprende a problematizar suas práticas. Nesse sentido, o objetivo do processo
de ensino e aprendizado é a formação do aluno, como ele vai ser capacitado, de quais formas
a escola pode ajudar em seu processo de desenvolvimento.

4
O papel da escola é proporcionar, não somente que o aluno aprenda a ler e a escrever, mas
formar o aluno para o convívio, por meio de a educação mudar o rumo da sociedade, pois a
finalidade da escola é proporcionar e desenvolver o aluno de forma integral.

Sabemos que o professor é a peça chave nesse processo - claro que os alunos adquirem
conhecimentos de diversas formas e em diversos lugares. É necessário que a prática leve o
aluno a refletir, a alcançar uma nova visão de mundo, que ele possa, por meio da educação,
mudar a sua condição. É papel do professor fazer com que o aluno adquira esses
conhecimentos, mediar esse processo para que o aluno aprenda com objetividade.

É fato que o processo de aprendizagem vai envolver, não somente a escola, mas também a
família, a troca mútua entre docentes e alunos, as interações entre outros fatores que tem
como funcionalidade a epistemologia dos educandos.

Para Piaget (1975), a criança expõe seus aprendizados por meio da linguagem. Dessa forma é
que podemos ter a certeza sobre o desenvolvimento cognitivo do aluno. Piaget se inspirava na
teoria kantiana, que dizia que:
“O processo de conhecimento implica, de um lado, a existência de um objeto a ser conhecido,
que suscita a ação do pensamento humano e, de outro, a participação de um sujeito ativo capaz
de pensar, de estabelecer relações entre os conteúdos captados pelas impressões sensíveis, a
partir das suas próprias condições para conhecer, ou seja, a partir da razão (Isilda, 1998. p.
34)”.

Isso significa que o professor deve estabelecer uma ligação entre o que será ensinado ao aluno
e relacionar com o conhecimento que o aluno já possui, para que o aluno possa ter interesse
no que será estudado e, assim, criar uma conexão com a sala de aula e o seu dia a dia.

2.2. O Ensino e a Aprendizagem de história na escola


Para Bittencourt (2009) o ensino e a aprendizagem na disciplina ainda se baseiam
basicamente nos conteúdos curriculares trazidos pelo livro didático e nas práticas tradicionais
de ensino o que não é de todo ruim uma vez que:
o entendimento de que muito do “tradicional” deve ser mantido, porque a prática escolar já
comprovou que muitos conteúdos e métodos escolares tradicionais são importantes para a
formação dos alunos e não convém serem abolidos ou descartados em nome do “novo” (. p.
229)
5
Assim, é necessário que o professor esteja sempre utilizando os conhecimentos prévios dos
alunos uma vez que sem um gancho de vivências anteriores o cérebro não conseguirá
assimilar as novas informações, para isso os mesmos devem utilizar instrumentos didáticos
metodológicos que estimulem através dos órgãos dos sentidos e ainda de experiências
anteriores ligações para que o novo conhecimento se equilibre.

Segundo Relvas (2009) diz que quando assiste à aula, o educando recebe informações de todo
o tipo, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o cérebro e
circulam no córtex cerebral antes de serem arquivados ou descartados. Sempre que encontram
um arquivo já formado (conhecimento prévio), arrumam um gancho para o seu
armazenamento, fazendo com que, no futuro, elas sejam resgatadas mais facilmente. Quando
uma informação é resgatada da memória, trilha os mais diferentes caminhos. Se eles já
tiverem sido percorridos anteriormente, a recuperação de conhecimento será simples e rápida,
o que não tem nada a ver com decoreba (p.66).

Responsabilidade do docente é preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e


participantes na família, no trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política. È
uma atividade fundamentalmente social, porque contribui para a formação cultural e científica
do povo, tarefa indispensável para outras conquistas democráticas (Libâneo, 2005, p. 47)

Compreendemos que o professor não pode transmitir para seus alunos sua posição de
fracassado que foi dominado e que tudo foi muito bom, pois, até hoje o povo se encontra da
mesma forma e o máximo que pode fazer é ficar quieto e aceitar a dominação das classes
majoritárias da sociedade.

Actualmente usa apenas o livro didático e o que ainda é pior não estimulava os alunos a
reflexão sobre os fatos ocorridos. O método baseado apenas no livro didático Bittencourt
(2009) chama atenção para o fato de que as leituras de textos apenas reproduzem as
informações históricas, as quais por sua vez serão repetidas por professores e alunos. Cabe ao
professor como agente de sua prática pedagógica incentivar os alunos a desenvolver o seu
senso crítico e político através da leitura dos textos, onde eles podem escrever ou mesmo

6
dialogar sobre o tema em uma roda de conversa entre todos os membros envolvidos no
processo de ensino e com a mediação do educador.

O livro didático não deve ser o único instrumento de ensino para passar o conteúdo aos alunos
e que o professor deve deixar suas crenças fora do ambiente escolar. Fazendo fluir o espírito
crítico dos alunos e não os tornando cada vez mais alienados as formas dominantes da
sociedade.

Segundo Bensi e Salvucci, (s/d) refere que as contribuições exclusivas do ensino da História,
na formação da cidadania, ultrapassam a questão cívica e de valorização de heróis fabricados.
A História ensina a conhecer entender e pensar o presente com olhos no passado, afinal
entender as transformações ocorridas tanto no campo estrutural como no campo das
ideologias é fundamental para a consolidação de uma sociedade mais justa (p.4)

Portanto, os métodos de ensino tornam-se elementos primordiais no que diz respeito ao


embasamento em uma aula de História, então assim concluímos que a primeira atitude que o
educador dessa área do conhecimento deve tomar é a escolha de um método que irá
proporcionar aos alunos uma boa compreensão da História.

Paulo Freire,1986, diz que o melhor método é o método dialógico, onde este valoriza os
conhecimentos prévios dos alunos. Não só Freire como muitos outros estudiosos acreditam
nessa proposta e verificamos que nos cursos de Pedagogia os estudantes são logo no início do
curso nos primeiros estágios quando vão aprender a elaborar planos de aula incentivados a
iniciarem as aulas dialogando com os educandos para perceberem o que eles já sabem sobre o
assunto então depois é que se dá continuidade a aula sempre pegando os ganchos dos
conhecimentos prévios dos alunos. Portanto, o diálogo é a afirmação conjunta do professor e
dos alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo. Então, em vez de
transferir o conhecimento estaticamente, como se fosse uma posse fixa do professor, o diálogo
requer uma aproximação dinâmica na direção do objeto (Freire, 1986, p. 124).

É desta forma que analisamos o papel da História como uma disciplina capaz de despertar o
pensamento crítico, político e autônomo diante das mazelas impostas pela sociedade. Mas
temos aqui que ressaltar que para que esses cidadãos sejam formados é fundamental que os

7
educadores estejam preparados para enfrentar o desafio de formadores através de sua prática
docente.

Para Fonseca (2009) ensinar e aprender a história local e do cotidiano é a parte do processo de
(re) construção das identidades individuais e coletivas, a meu ver, fundamental para que os
sujeitos possam se situar, compreender e intervir no espaço local em que vivem como
cidadãos críticos (p.123).

É fundamental que os estudos nessa disciplina se iniciem partindo da realidade particular dos
alunos e depois vá se expandindo para o mais geral sempre considerando suas opiniões acerca
dos conteúdos estudados é assim que o professor de História do Ensino Médio vai começar a
construir a identidade crítica de seus alunos sobre a sociedade vigente, cheia de desigualdade
social, preconceito e marcada pelo consumismo exagerado que traz maldade para as pessoas e
para o Planeta.

As aulas podem assim tornarem-se mais atrativas uma vez que é uma reclamação geral dos
professores da disciplina a falta de atenção dos alunos durante as aulas. A História como
disciplina escolar está assumindo seu papel político de existir, pois está formando cidadãos
críticos, reflexivos, democráticos e com identidade própria e sólida construída dentro da sala
de aula e não baseada em falsas ideologias.

8
Conclusão
Concluímos que o ensino de história no contexto escolar auxilia na conscientização dos
alunos, para que os mesmos compreendam que fazem parte dessa sociedade que está em
intensa evolução.

Contudo, é necessário buscar uma história com práticas pedagógicas que permitam formar
cidadãos críticos diante da realidade, uma ciência comprometida com o homem e com a
sociedade, uma sociedade tal qual ela representa, dividida em classes, com conflitos e
contradições, onde o ensino da mesma contribua para sua transformação. Dessa forma, cada
profissional do ensino de história, tem uma grande parcela de responsabilidade, uma ampla
função, não apenas de ensinar, mas o de ajudar a aprender e a apreender, orientando no
crescimento intelectual-cognitivo-político, formando pessoas criativas, críticas e capazes de
fazer coisas novas, diferentes.

9
Referências bibliográficas
Bensi, R. F. Salvucci, M. O ensino de História neoliberalismo e cidadania. Recuperado a 10
de abril de 2022 em: http://www.webartigos.com/artigos/o-ensino-de-historia/11470/.
Bittencour, Circe Maria Fernandes. (2009). Ensino e História: fundamentos e métodos. 3.ed.
São Paulo: Cortez.
Brandao, Carlos Rodrigues. (1984). O que é educação. 12. Ed. São Paulo: Brasiliense
Fonseca, Selva Guimarães. (2009). Fazer e ensinar História. Belo Horizonte: Dimensão.
Freire, Paulo; SHOR, Ira. (1986). Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro;
Paz e Terra.
Libâneo, José Carlos. (2005). Didática. São Paulo; Cortez Editora, 2005.
Palangana, Isilda Campaner. (1998). Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky:
a relevância do social. 2. Ed. São Paulo: Plexus, 1998.
Relvas, Marta Pires. (2009). Fundamentos Biológicos da Educação: despertando
inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 4. ed. Rio de Janeiro; Wak Editora.

10

Você também pode gostar