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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

CAMPUS BAIXADA SANTISTA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

HOMOFOBIA

SÃO VICENTE/SP
2012
HOMOFOBIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNIFESP – Universidade Federal de São
Paulo – Campus Baixada Santista, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Serviço Social.
SÃO VICENTE/SP
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS BAIXADA SANTISTA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

FOLHA DE APROVAÇÃO

______________________________
ORIENTADOR

______________________________
PROFESSOR CONVIDADO

______________________________
PROFESSOR SUPLENTE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS BAIXADA SANTISTA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho com uma forma de agradecimento a todos que


participaram das nossas vidas nestes últimos anos e que de uma forma e de outra
colaboraram com o nosso desenvolvimento intelectual, emocional e profissional.
Nesta lista que trazemos no coração não podem faltar nossos familiares que tiveram
compreensão pela nossa ausência do lar, durante longos períodos e por estes anos
que se passaram. Agradecemos também aos professores que cumpriram com
dignidade suas vocações para o ministério do ensino, colaborando diretamente na
nossa formação e com o futuro do nosso país. Agradecemos aos nossos colegas
que foram nossos companheiros por longos anos e que durante este curso foram os
nossos amigos e que descobrimos na jornada da vida.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS BAIXADA SANTISTA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

RESUMO

Hoje em dia, somos acostumados a estabelecer culturalmente um conjunto de


ideias sobre os homossexuais que, muitas vezes, tendem para o campo dos
preconceitos. Controvérsias à parte será que esse tipo de comportamento sexual
sempre foi motivo de tanta polêmica? Muitas vezes, nosso imaginário nos impede de
tentar admitir outros tipos de perspectiva em relação a esse tema. 
Recuando para os tempos antigos poderíamos nos deparar com uma visão
bastante peculiar ao notarmos que afeto e prática sexual não se distinguiam naquele
período. As relações sexuais não eram hierarquizadas por meio de uma distinção
daqueles que praticam optavam pelos hábitos homo ou heterossexuais. Na Grécia,
por exemplo, o envolvimento entre pessoas do mesmo sexo chegava, em certos
casos, a ter uma função pedagógica. 
Na cidade-estado de Atenas, os filósofos colocavam o envolvimento sexual
com seus aprendizes como um importante instrumento pelo qual se estreitavam as
afinidades afetivas e intelectuais de ambos. Entre os 12 e os 18 anos de idade o
aprendiz tinha relações com seu tutor, desde que ele e os pais do menino
consentissem com tal ato. Já em Roma, havia distinções onde a pederastia era
encarada com bons olhos, enquanto a passividade de um parceiro mais velho era
motivo de reprovação. 

Palavras-chave: homossexuais, preconceito, práticas sexuais, envolvimento sexual.


Sumário

INTRODUÇÃO..............................................................................................................7

1 - HOMOSSEXUALIDADE SUA HISTÓRIA E CONQUISTAS....................................8

O que é Homossexualidade?....................................................................................8

1.2. Entendendo a Sexualidade...............................................................................8

1.3. Historias e conquistas.....................................................................................10

2 . Preconceito e Homofobia, Principal Influência Para a Exclusão Social................12

2.1. Definições de Preconceito................................................................................12

2.2 Homofobia, Aversão dos homossexuais..........................................................14

2.3. Homossexuais e as consequências da homofobia e do preconceito..............15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................................18
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INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da


homossexualidade foram admirados, tolerados ou condenados, de acordo com as
normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando
admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira de melhorar a
sociedade; quando condenados, eram considerados um pecado ou algum tipo de
doença, sendo, em alguns casos, proibidos por lei. Desde meados do século XX a
homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e
descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na maioria do mundo
ocidental.
Atualmente, não há consenso científico sobre os fatores específicos que
levam um indivíduo a tornar-se heterossexual, homossexual ou bissexual, incluindo
possíveis efeitos biológicos, psicológicos ou sociais da orientação sexual dos pais.
A orientação sexual, provavelmente não é determinada por apenas um fator,
mas por uma combinação de influências genéticas, hormonais e ambientais. Nas
últimas décadas, as teorias baseadas no fator biológico têm sido favorecidas por
especialistas. Ainda continua havendo controvérsia e incerteza quanto à gênese da
diversidade das orientações sexuais humanas, não há nenhuma evidência científica
de que pais anormais, abuso sexual ou qualquer outro evento adverso da vida
influenciem a orientação sexual. O conhecimento atual sugere que a orientação
sexual normalmente é estabelecida durante a infância.
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1 - HOMOSSEXUALIDADE SUA HISTÓRIA E CONQUISTAS.

O que é Homossexualidade?

Homossexualidade, também chamada de homossexualismo (do grego


antigo ὁμός (homos), igual + latim sexus = sexo), refere-se ao atributo, característica
ou qualidade de um ser, humano ou não, que sente atração física, estética e/ou
emocional por outro ser do mesmo sexo ou género. Enquanto orientação sexual, a
homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais,
afetivas e românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo"; o termo
também se refere a indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base
nessas atrações, manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de
pessoas que compartilham da mesma orientação sexual.
Até agora, nem a comunidade científica, nem os grupos religiosos, nem os
homossexuais têm chegado a um acordo sobre a definição da homossexualidade .

1.2. Entendendo a Sexualidade.

A homossexualidade é uma das quatro principais categorias de orientação


sexual, juntamente com a bissexualidade, a heterossexualidade e a assexualidade.
Como uma orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um padrão
duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente entre
pessoas do mesmo sexo"; "o termo também se refere a um indivíduo com senso de
identidade pessoal e social com base nessas atrações, manifestando
comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da
mesma orientação sexual. 
A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar
com precisão; na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma
prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população, enquanto
outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum
grau de tendência homossexual. 
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Cada pessoa homossexual descobre-se diferente do padrão social


heterossexual em momentos diferentes de suas vidas, mas geralmente ainda
enquanto crianças. Aceitar-se é outra questão, com variantes diversas de acordo
com aspectos culturais, com a educação familiar e com a personalidade de cada um.
Ao contrário da descoberta, que acontece naturalmente, a aceitação precisa ser
trabalhada e costuma demorar o tempo de amadurecimento da pessoa. Aceitar-se
homossexual é reconhecer a normalidade de amar ou de trocar experiências sexuais
com alguém do mesmo sexo.

A) Orientação sexual – A orientação sexual indica qual o gênero (masculino e


feminino) que uma pessoa se sente preferencialmente atraída fisicamente
e/ou emocionalmente. A orientação sexual pode ser assexual (nenhuma
atração sexual), bissexual (atração por ambos os gêneros), heterossexual
(atração pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero), ou
pansexual (atração por diversos gêneros, quando se aceita a existência de
mais de dois gêneros). O termo pansexual (ou também omnissexual) pode
ser utilizado, ainda, para indicar alguém que tem uma orientação mais
abrangente (incluindo, por exemplo, atração específica por transgêneros). A
orientação sexual não-heterossexual foi removida da lista de doenças mentais
nos EUA em 1973; editado pela OMS Organização Mundial da Saúde, em
1993.

B) Orientação Sexual versus Preferência Sexual - O termo orientação sexual é


considerado, atualmente, mais apropriado do que opção
sexual ou preferência sexual. Isso porque opção indica que uma pessoa teria
escolhido a sua forma de desejo, coisa que muitas pessoas consideram como
sem sentido. Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de
desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não, pois,
segundo pesquisas recentes esta orientação poderá estar determinada por
fatores biogenéticos, sejam questões hormonais in utero ou genes que
possam determinar esta predisposição.
É importante esclarecer que há grande imposição do modelo heterossexual
para todos. Em alguns casos, pode não existir a preocupação em conhecer o
nível ou qualidade de vida afetiva, nível de prazer ou felicidade que uma
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pessoa possa ter, mas sim que ela deveria ser heterossexual. Por conta
dessa forte imposição, muitas pessoas podem encontrar alívio dos desejos
homoeróticos na religiosidade fanática, nos remédios, nas drogas ou mesmo,
adotando um padrão escondido ou de vida dupla: No seu entorno social e
familiar assume um comportamento heterossexual e num mundo privado
permite-se exercer a sua homossexualidade, situação esta que cria um maior
ou menor conflito interior e assim as suas repercussões posteriores nesse ser
humano. Segundo diversas organizações científicas não é possível forçar a
alteração da orientação sexual de alguém

C) Identidade sexual – A identidade sexual indica a percepção individual sobre o


gênero (masculino e feminino) que uma pessoa percebe para si mesma.
Assim como o termo sexo pode assumir várias interpretações costuma-se
separar orientação sexual do conceito de identidade sexual. O termo
identidade de gênero aproxima-se da identidade sexual, mas também
mantém diferenças conceituais significativas.

1.3. Historias e conquistas.

As atitudes da sociedade em relação à homossexualidade variam


grandemente em diferentes culturas e diferentes períodos históricos, assim como as
atitudes para com o desejo, as atividades e os relacionamentos sexuais em geral.
Desde a década de 1970, em grande parte do mundo tornou-se mais aceitável as
relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo quando os parceiros tenham
a idade legal.
Uma Pesquisa sobre atitudes globais de 2007 do Pew Research
Center concluiu que os "povos na África e no Oriente Médio opõem-se fortemente à
aceitação social da homossexualidade. Mas há muito maior tolerância para a
homossexualidade nos principais países latino-americanos,
como México, Argentina, Chile e Brasil. As opiniões na Europa são divididas entre o
Ocidente e o Oriente. Maiorias em cada nação da Europa Ocidental pesquisadas
dizem que homossexualidade deve ser aceita pela sociedade, embora a maioria
dos russos, poloneses e ucranianos discordem. Estadunidensesestão divididos -
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uma estreita pluralidade (49%) considera que a homossexualidade deve ser aceita,
enquanto 41% discordam."
Recuando para os tempos antigos poderíamos nos deparar com uma visão
bastante peculiar ao notarmos que afeto e prática sexual não se distinguiam naquele
período. As relações sexuais não eram hierarquizadas por meio de uma distinção
daqueles que praticam optavam pelos hábitos homo ou heterossexuais. Na Grécia,
por exemplo, o envolvimento entre pessoas do mesmo sexo chegava, em certos
casos, a ter uma função pedagógica. 
Com a assimilação do valor estritamente procriador do sexo, disseminado
pela cultura judaica, a concepção sobre o ato homossexual foi ganhando novas
feições. A popularização do cristianismo trouxe consigo a idéia de que o sexo entre
iguais seria pecado. Dessa forma, desde o final do Império Romano, várias ações de
reis e clérigos tentaram suprimir o homossexualismo. Ainda assim – ao longo da
Idade Moderna – tivemos vários relatos de representantes da nobreza tiveram casos
com parceiros e parceiras do mesmo sexo. 
No século XIX, com a efervescência das teorias biológicas e o auge da razão
como verdade absoluta, teorias queriam dar uma explicação científica para o
homossexualismo. No século XX, a lobotomia cerebral foi declarada como uma
solução cirúrgica para que quisesse se “livrar” do hábito. Nesse mesmo período,
diversos grupos lutaram pelo fim da discriminação e a abolição da classificação
científica que designa o homossexualismo como doença. 
Mesmo que ainda o tema cause muito preconceito e levante tabu entre as
pessoas, devemos perceber que a identidade sexual não pode ser vista como um
dado a ser controlado por alguém ou por alguma instituição. Antes de qualquer
justificativa, seja contra ou a favor dos homossexuais, devemos colocar o respeito
ao outro como princípio máximo dessa questão.
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2 . Preconceito e Homofobia, Principal Influência Para a Exclusão


Social.

2.1. Definições de Preconceito.

Sempre que a sociedade discorda da essência e condição de algumas


pessoas ou até mesmo quando esta, por motivos de caráter sente-se mal em estar
perto de seres que supostamente são imorais e inferiores a ela, surge um problema
chamado preconceito.
A significação desta palavra refere-se ao fato de você ter um conceito, uma
avaliação de alguém sem conhecer a personalidade e o caráter mediante a figura
física ou ações momentâneas em situações adversas, o que confere opiniões
precipitadas a respeito da pessoa avaliada.
A consequência do preconceito é a discriminação cujo significado é a efetiva
repulsa a pessoa baseada no preconceito estabelecido antes, é como se fosse à
execução da opinião formada, é a efetivação do preconceito formado, explicitação
da concepção premeditada em face da visualização de uma situação exercida por
qualquer indivíduo.
Tomando como base estes conceitos podemos agrupar a homossexualidade
e a pessoa do homossexual nessa atmosfera de pessoas que sofrem preconceito e
são discriminadas, foram marginalizadas e segregadas do meio social.
É fácil observar o uso do preconceito realizado contra a homossexualidade e
depois contra o homossexual e, é exposto através de fatores que a evidenciam e
permanentemente são usados para se justificar o pleno exercício desse ato
desonesto e revoltante e finalizando com as consequências geradas na vida do ser
homossexual, pois existem alguns fatores que contribuem para essa prática
discriminatórias:

 Fator Ordem natural: baseia-se no sentido de acreditar existir uma ordem natural da
sexualidade onde a homossexualidade está excluída em face da relação apenas proporcionar
prazer e não procriar e também é considerada como uma afronta a essa ordem estabelecida,
pois o padrão definido é o homem e a mulher. Para isso justifica-se em dizer que uma pessoa
de sexualidade diferente desse padrão, mudou por vontade própria a sua natureza de
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suposta ordem natural, como se questões relativas à sexualidade não viessem definidas na
concepção genética do indivíduo.

 Fator religião: remete-se ao fato da religião empreender uma perseguição com


fundamentação nas traduções bíblicas á homossexualidade caracterizando-a como
"perversão", "desvio de conduta", "desvio de comportamento", "mudança da ordem natural",
exercendo políticas de "curas" para algo perfeitamente natural. Com isso a religião passou a
ser a principal questionadora da homossexualidade gerando nas pessoas que a seguem uma
aversão exacerbada ao assunto impossibilitando em muitos momentos a discussão a respeito
do assunto, verifique dentro das igrejas se ainda não é um tabu falar de sexo e
principalmente da homossexualidade, as razões são simples: alguns que são religiosos e
usam a religião para esconder a sua verdadeira face, repugnância ao assunto, por ser
polêmico.

 Fator moral: alia-se ao fato de considerar a homossexualidade como algo imoral, indigno,
profundamente refutável do ponto de vista de valores morais cabíveis a qualquer pessoa. Isso
implica em dizer que não a personalidade, o caráter, ás ações que são a comprovação de
alguém ser moral e sim á sua situação sexual. Outra questão é que a homossexualidade não
se enquadra num rol de valores, pois quantos heteros são corruptos e até mais imorais que a
homossexualidade, a constituição sexual de cada pessoa não é fator delimitante de
precedência para que ela seja moral ou imoral, digna ou indigna, mas sim os seus atos,
opiniões, posições, realizações frente á sociedade. Com isso a homossexualidade carrega o
estigma de ser imoral, sem valores, impura e todos os adjetivos que caracterizam refutações.

 Fator político e social: cada cidadão tem deveres e direitos, e para que os direitos possam
ser usados precisa-se de leis e políticas públicas que legitimem e regulamentem os mesmos.
Na falta de um aparato legal, legitimo e delimitador de deveres e direitos, ocorre o
preconceito contra qualquer situação que seja contrária a suposta "ordem de normalidade",
nisto se inclui a homossexualidade, pois leis que possam garantir o pleno exercício da
sexualidade inexistem, políticas que ajudem a homossexualidade ser emancipada no sentido
de penalizar quem aferir contra o estado sexual peculiar assim como acontece com o racismo
onde comprovado o efetivo preconceito se é preso sem ter direito a fiança. Ao ser exposta na
sociedade sem políticas públicas, a homossexualidade chega na mesma sem nenhuma
proteção sendo alvo de toda sorte de aversão, resultado da falta de posturas políticas que a
legitimem e faça a todos respeitá-la.

 Fator homofobia e sociedade: amparada fortemente no preconceito, se efetiva na aversão,


repugnância, repúdio, medo, vontade de prejudicar os homossexuais pela inóspita justificativa
de sermos distintos na área da sexualidade.Acontece no trabalho, no consultório médico, na
padaria, na fila do banco, e em muitos outros locais, enfim são tantas as alternativas e ações
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para se exercer o fator homofóbico, a presença do gay se torna um incomodo para as


pessoas altamente "superiores" nesses e nos demais lugares. Esse fator poderá resultar no
extremo de desejar de acabar ou tornar fatal à vida de um ser portador da sexualidade
diferente, necessitando cuidado para onde se estar e caso perceba atitudes suspeitas,
chamar a polícia ou pedir ajuda a alguém menos insipiente existente no local.

 Fator familiar: causado pelo fato da não aceitação familiar em relação à homossexualidade
do filho, exercendo preconceito, em vez de apoiar, ajudar e procurar compreender o filho,
aceitando-o para ele não ser jogado aos cuidados da sociedade, garantindo assim a própria
integridade física, emocional e sexual, sendo um suporte para viver feliz.

2.2 Homofobia, Aversão dos homossexuais.

Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego  medo,


"aversão” irreprimível, é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação
a lésbicas, gays,bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros. As definições
referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão
e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e
hostil, assim como discriminação e a violência com base em uma percepção
de orientação não heterossexual.
"A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e
outras formas de intolerância na medida em que procura
desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a
sua humanidade,dignidade e personalidade.” (King,
Coretta Scott, 1998) 

Em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação


contra homossexuais uma violação aos direitos humanos. Entre as formas mais
discutidas estão a homofobia institucionalizada (por exemplo, patrocinada
por religiões ou pelo Estado, a lesbofobia, a homofobia como uma intersecção entre
homofobia e sexismo contra as lésbicas, e a homofobia internalizada, uma forma de
homofobia entre as pessoas que experimentam atração pelo mesmo sexo,
independentemente de se identificarem como LGBT.
Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional
diante da homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição
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de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou


verbal.
Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito,
como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição
de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa,
ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma. A homofobia é a expressão do
que podemos chamar de hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se
compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade
humana.
No decorrer da história, inúmeras denominações foram usadas para identificar
a homossexualidade, refletindo o caráter preconceituoso das sociedades que
cunharam determinados termos, como: pecado mortal, perversão sexual, aberração.
Outro componente da homofobia é a projeção. Para a psicologia, a projeção é
um mecanismo de defesa dos seres humanos, que coloca tudo aquilo que ameaça o
ser humano como sendo algo externo a ele. Assim, o mal é sempre algo que está
fora do sujeito e ainda, diferente daqueles com os quais se identifica.
Podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que
compreende desde as conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como
violência e assassinato. A homofobia implica ainda numa visão patológica da
homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”.

2.3. Homossexuais e as consequências da homofobia e do preconceito.

A questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia


compreende também questões da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos
comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo da equivalência de
direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira,
o desaparecimento da hierarquia sexual estabelecida, como discutimos.
Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões
fundamentais: de um lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de
outro, a dimensão cultural que destaca a questão cognitiva, onde o objeto do
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preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o homossexual enquanto


indivíduo.
Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legalidade da
união estável entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. A decisão retomou
discussões acerca dos direitos da homossexualidade, além de colocar a questão da
homofobia em pauta.
Apesar das conquistas no campo dos direitos, a homossexualidade ainda
enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da união homoafetiva não foi capaz
de acabar com a homofobia, nem protegeu inúmeros homossexuais de serem
rechaçados, muitas vezes de forma violenta.
O homófobo pode reagir perante os homossexuais com calúnias, insultos
verbais, gestos, ou com um convívio social baseado na antipatia e nas ironias,
modos mais disfarçados de se atingir o alvo, sem correr o risco de ser processado,
pois fica difícil nestes casos provar que houve um ato de homofobia. Alguns
movimentos são realizados em código, compartilhados no mundo inteiro pelos
adversários dos homossexuais, tais como assobios, alguns cantos e bater palmas.
A noção de homofobia comparece com frequência nas falas cotidianas e
institucionais de atores dos mais diversos setores sociais. Homens e mulheres da
mídia, da educação, da cultura, da saúde, da justiça, dos movimentos sociais, entre
outras áreas, vêm apontando os dedos para a questão, denunciando ou finalmente
admitindo: a homofobia é um grave problema social.
Diante de um emprego difuso do conceito e da denúncia de homofobia,
parece existir uma crescente sensibilidade e disposição para se lidar mais
criticamente com o fenômeno e uma maior conscientização acerca do papel das
instituições na sua reprodução e no seu enfrentamento. Ao mesmo tempo, não
parece existir, necessariamente, uma convergência ou uma sinergia entre diferentes
abordagens, adoções práticas e orientações frente a um fenômeno (ou a
fenômenos, talvez) em torno do qual gravitam não apenas distintas percepções,
entendimentos ou juízos, mas também disparidades quanto a interesses e cálculos
que, por sua vez, parecem desencadear diferentes estratégias.
A consistência das atuações que problematizam e visam desestabilizar ou
superar a homofobia parece, ainda, estar relacionada às condições objetivas dos
campos sociais onde elas têm lugar e a partir dos quais se desdobram. Assim, o seu
alcance relaciona-se ao conjunto e às dinâmicas das disputas e dos conflitos
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desencadeados quer internamente quer externamente a esses campos. Os efeitos


do empenho anti-homofóbico podem depender das lutas travadas não só entre
setores contrapostos quanto às diferentes modalidades de reconhecimento da
diversidade (e, mais especificamente, da diversidade sexual): podem ser igualmente
decisivos os conflitos travados dentro de cada uma dessas áreas.
O que é mais marcante neste caso é a tentativa de se conferir outro
significado ao conceito, na medida em que ele é associado, sobretudo, a situações e
mecanismos sociais relacionados a preconceitos, discriminações e violências contra
homossexuais, bissexuais e transgêneros, seus comportamentos, aparências e
estilos de vida.
É importante focar também numa outra perspectiva, ou seja, além da “fobia” e
em modelos explicativos centrados no indivíduo, a reflexão, crítica e denúncia contra
comportamentos e situações que poderiam ser mais bem abordados em outros
campos: o cultural, o educacional, o político, o institucional, o jurídico, o sociológico,
o antropológico.
A homofobia passa a ser vista como fator de restrição de direitos de
cidadania, como impeditivo à educação, à saúde, ao trabalho, à segurança, aos
direitos humanos e, por isso, chega-se a propor a criminalização da homofobia.
Abrem-se aí novas frentes de batalhas, fogos cruzados, possibilidades e paradoxos
políticos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
18

Preconceito contra homossexualidades: a hierarquia da invisibilidade / Prado, Marco


Aurélio Máximo; Machado, Frederico Viana. – São Paulo: Cortez, 2008. –
(Preconceitos; v 5)

http://www.conselheirogls.com/saiba_sobre_homosexualismo.html

http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/religiao-ultima-barreira-para-liberdade-
sexual/artigo/preconceito-discriminacao-contra-homoss

http://homofobia.com.sapo.pt/definicoes.html

http://www.infoescola.com/psicologia/homofobia/

http://www.fafich.ufmg.br/educacaosemhomofobia/

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