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FACULDADE CAPIVARI - FUCAP - UNIVINTE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
PROJETO DE TCC I

O FILHO LGBTI+ NA ABORDAGEM SISTÊMICA: FATOR DE MUDANÇAS


PARADIGMÁTICAS NA FAMÍLIA

Raul Zandavalle Filho

Capivari de Baixo (SC), 2023.


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RAUL ZANDAVALLE FILHO

O FILHO LGBTI+ NA ABORDAGEM SISTÊMICA: FATOR DE MUDANÇAS


PARADIGMÁTICAS NA FAMÍLIA

Projeto apresentado à Disciplina TCC 1 sob


supervisão da Professora Gabriela Moreno

Capivari de Baixo (SC), 2023.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LGBTI+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros, Intersexuais


e demais orientações sexuais e identidades de gênero (+).
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................5
2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................10
3 OBJETIVOS............................................................................................................11
3.1 Objetivo Geral......................................................................................................11
3.2 Objetivos Específicos...........................................................................................11
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................11
4.1 Sexo e Gênero.......................................................................................................11
4.2 A Visão Sistêmica.................................................................................................17
5 METODOLOGIA...................................................................................................19
5.1 Caracterização da Pesquisa................................................................................19
6 RESULTADOS ESPERADOS..............................................................................19
7 REFERÊNCIAS BBLIOGRÁFICAS...................................................................21

I
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INTRODUÇÃO

A sexualidade humana é constituída por múltiplos aspectos biopsicossociais que se


conectam e se interligam de forma circular. Os principais pilares que a compõem são o sexo
biológico (macho/fêmea), a identidade sexual (masculino/feminino), a orientação sexual
(homossexual/heterossexual/bissexual e outros) e o aspecto psicológico (comportamentos,
atitudes e sentimentos). É importante compreender e analisar cada um desses aspectos
individualmente e em contexto, levando em consideração as ideologias e significados
socialmente e historicamente construídos. (LIMA; SILVA et al., 2015).
Estamos vivendo em um mundo social em constante transformação, onde novas
identidades culturais e sociais estão emergindo e se consolidando, derrubando barreiras,
quebrando tabus e transgredindo limites identitários. É um momento fascinante de
cruzamentos de fronteiras e hibridização de identidades. Esse momento também exige
novas formas de ensinar e aprender, para que alunos e alunas, independentemente de sua
origem socioeconômica, religião, raça ou orientação sexual, possam desenvolver ideias e
competências críticas, baseadas nos princípios de igualdade de direitos para todas as
pessoas. Para isso, é fundamental que as pessoas tenham conhecimentos sobre relações de
gênero, diversidade, sexualidade e relações étnico-raciais, além da consciência de que esses
elementos influenciam o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo das crianças e jovens.
(SILVA, 2001). Aqui o papel da escola também se faz importante dentro deste contexto de
pluralidade de identidades que permeia o meio escolar, no sentido de permitir a
manifestação pacífica e respeitosa das diferentes personas.
O termo orientação sexual é compreendido como a forma que uma pessoa
reconhece seu desejo em diferentes fases de sua vida. Conforme descrito pelos autores
Sant’Anna e Daspett (2015), a orientação sexual refere-se à maneira como cada indivíduo
reconhece seu desejo ao longo da vida, podendo ser categorizada como assexual (sem
atração sexual), bissexual (atração por ambos os sexos), heterossexual (atração pelo sexo
oposto) e homossexual (atração por pessoas do mesmo sexo).
Historicamente o conceito de homossexualidade estava atrelado à doença, sendo
que os profissionais da área da saúde e social usavam o termo “homossexualismo” até a
década de 80 – demonstrando uma conotação de desvio ou transtorno sexual, pois o sufixo
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“ismo” é usado para identificar uma doença. Em 1973, os Estados Unidos retirou
“homossexualismo” da lista dos distúrbios mentais da American Psychology Association,
passando a ser usado o termo Homossexualidade. Em nove de fevereiro de 1985, o
Conselho Federal de Medicina aprovou a retirada, no Brasil, da homossexualidade do
código 302.0, referente aos desvios e transtornos sexuais, da Classificação Internacional de
Doenças. (MARTINS et al., 2015).
Não obstante, em nossa atualidade as relações homo afetivas têm sido encaradas
de forma diferente, visto que ela era, até poucas décadas atrás, por exemplo, era uma
sexualidade “indevida” e era ainda considerada inferior a outras formas de sexualidade – o
que justifica o grande preconceito com esta forma de ser. (SILVA NETO, 2012).
De um modo geral, a homossexualidade ainda não é bem recebida pelas famílias,
permanecendo ainda uma denotação de “erro” ou “culpa” em ambos os lados.
Destarte, cabe um preâmbulo no delicado tema “família”, o qual servirá para
melhor compreendermos a implicação com o assunto do artigo.
As relações homoafetivas vêm ganhando espaço e visibilidade na literatura
científica, em uma postura de se combater preconceitos e promover uma cultura de maior
tolerância e respeito à diversidade (NASCIMENTO et al., 2015). No que tange à revelação
da orientação sexual (outness – refere-se ao assumir-se homossexual para si mesmo e
coming out refere-se ao processo da revelação da orientação sexual, comumente chamado
de “sair do armário”) e as relações familiares, nota-se que é um desafio para o indivíduo
que quer contar para a família, uma vez que há o temor de ser rejeitado pelos familiares e
pela sociedade. Pensa-se na frustração que poderá causar à família por não corresponder às
expectativas deles, tendo em vista que, de modo heteronormativo, a homossexualidade
contraria a construção sociocultural a respeito de si mesmo e do homem e da mulher
heterossexuais, na qual o esperado era a afirmação da continuação de uma sociedade
patriarcal, racionalizadora, higienizada e preocupada de modo a não propagar qualquer tipo
de ameaça de grupos minoritários que afetem a moral das famílias tradicionais
(MAFFESOLI, 2007; MISKOLCI, 2015). Para Martins et al. (2010), a heteronormatividade
é compreendida como uma “expressão utilizada para descrever ou identificar uma suposta
norma social relacionada ao comportamento padronizado heterossexual” (MARTINS et
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al.,p. 12), ideia complementada por Mello (2012), que a relaciona diretamente com os
papéis de gênero esperados para homens e mulheres.
Para autores como Toledo e Teixeira a homossexualidade ainda é vista e sentida
como se percebia no século XIX, com todas as implicações e sofrimentos advindos de uma
época de muita ignorância e preconceitos nas famílias (TOLEDO E TEIXEIRA, 2013).
De acordo com a historiadora Schulman (2010), a família é o primeiro espaço
onde as pessoas, independentemente de como experimentam o erotismo, aprendem a
homofobia, seja como atores ou vítimas. A autora considera que a homofobia familiar é um
fenômeno que afeta a vida da comunidade LGBTQIA+ e que representa uma crise cultural
mais ampla, visto que se trata de uma violência evidente, mas que é negada e invisibilizada
no mundo privado. A família impõe punições a seus membros homossexuais que variam
desde pequenas desconsiderações até graus variados de exclusão, chegando a ataques
brutais que afetam a vida da pessoa gay ou até mesmo a crueldades diretas e indiretas
(SCHULMAN, 2010).

A heteronormatividade é um padrão cultural que afeta a forma como as famílias


educam seus filhos e filhas, visando a heterossexualidade como o padrão esperado e
valorizado. Para cumprir com essas premissas, as famílias investem pesadamente, muitas
vezes de forma inconsciente, para que seus filhos e filhas se tornem heterossexuais e façam
as correspondências das performances de gênero correspondentes ao seu sexo biológico,
através do dispositivo da sexualidade. Isso é feito através de estratégias diversas, como
enaltecer e valorizar experiências e modos de existência que julgam levar à
heterossexualidade, enquanto banem o que julgam levar à dissidência sexual e/ou de
gênero, reforçando assim o controle e a vigilância (SCHULMAN, 2010)

Essas narrativas destacam a pressão que as famílias exercem sobre seus filhos e
filhas para que se adequem aos padrões heteronormativos, mesmo que isso signifique negar
sua identidade e sua liberdade de escolha. É importante reconhecer e combater essas
práticas para garantir que as pessoas sejam livres para explorar sua sexualidade e sua
identidade de gênero sem medo de julgamento ou rejeição por parte de suas famílias.
(TOLEDO E FERNANDES, 2013).
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Ainda de acordo com Sant’Anna e Daspett (2015), a homossexualidade (embora a


presente pesquisa irá tratar de filhos que pertençam à qualquer sexualidade
heterodivergente), foi considerada durante muitos anos como algo pecaminoso, doentio ou
mesmo criminoso. Assim declaram que “rejeições impactantes e variadas foram e ainda são
frequentes no contexto social desses indivíduos” (SANTANA e DASPETT, p. 679). Não
resta dúvida que a questão ainda envolve polêmicas e posições bastante conservadoras, e
não nos faltam notícias de indivíduos postos para fora de casa e de suas famílias e mesmo
vítimas de violência e morte.
Segundo Galano (2006), família é a estruturação de toda a parentela com suas
possibilidades e imposições. É ali, no seio da família, em primeiro lugar, que a criança
normalmente aprende a construir o arcabouço do seu cotidiano, tanto por intermédio da
linguagem como através dos seus usos e costumes.
Para Castilho (2009), a família é desenhada como um sistema altamente complexo
de relações que permite aos seus integrantes a divisão compartilhada de um mesmo
contexto social de pertencimento; é a família que permite aos seus membros o
reconhecimento das diferenças, o aprendizado de unir-se e separar-se, a construção da
identidade, assim como das primeiras trocas emocionais e afetivas. Além disso, é na família
que se aprende e se transmite padrões e modelos como nos ensina Cerveny (2011, p. 51),
“toda família repete” e há repetições que diferenciam uma família das demais formando a
identidade desta.
De acordo com a visão sistêmica e novo paradigmática, as pessoas desejam,
amam, se relacionam e se apresentam de forma peculiar e, ao mesmo tempo, influenciadas
por contextos e significados que as envolvem e dos quais elas fazem parte. Necessitam,
portanto, serem reconhecidas, aceitas e compreendidas em suas idiossincrasias no âmbito
de suas relações familiares e sociais, do seu desenvolvimento e ciclo vital familiar, imersas
na cultura (CARTER & MACGOLDRICK, 1995).
Assim como a sociedade vem encarando as novas mudanças paradigmáticas em
relação à homonormatividade, a família também está passando por estas transformações.
Não raro, encontramos formações familiares diversas das que eram comuns décadas atrás –
são as denominadas “novas configurações familiares” – destacando-se as famílias
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monoparentais, as homoafetivas, as estendidas e outras pluralidades (LIMA SILVA e


outros, 2015).
À luz da abordagem sistêmica a família assume um papel preponderante. Nos
ensinam McGoldrick e Carter (1995) que as pessoas amam, se relacionam e se apresentam
e conjuntamente são influenciadas pelos seus contextos e pelos significados das quais elas
fazem parte e como tal, necessitam ser compreendidas e aceitas em sua integralidade em
suas famílias, respeitando-se o fluxo normal de seus ciclos de vida familiares. É preciso que
se encontre um meio de compartilhamento dos laços de parentesco, sem prejudicar os
afetos ali envolvidos. É precipuamente o acolhimento destes novos sujeitos de direitos que
ora se ocupa a pesquisa proposta.
Ademais, vê-se que as famílias dos membros LGBTI+ – cumprindo o seu papel
acima identificado – deveriam acolher estes sujeitos da mesma forma com que
responsabilizam-se pela prole heteronormativa. O bem estarbem-estar e a qualidade de vida
daqueles estão irremediavelmente ligados à forma como lidam com a questão. É
perfeitamente normal e recorrente perguntarem-se “onde errei?”, como se isto fora
resultado de algum erro por eles cometidos. O que se sabe, entretanto, é que tudo na
natureza do ser humano é multifatorial e a homonormatividade não é diferente. Pode-se
afirmar que fatores genéticos, constitucionais, ambientais, experiências de vida e outras
predisposição desconhecidas até o presente formam a identidade não heteronormativa do
indivíduo. (LANZ, 2015)
É sabido que na abordagem sistêmica a família é um sistema do tipo aberto, cujas
partes constantemente interagem e se interdependem. Já os sistemas se constituem de
totalidades integradas. Do ponto de vista sistêmico e novo paradigmático, a família é uma
construção, portanto, envolta em significados socialmente construídos que a definem e por
meio dos quais as pessoas compartilham tais conceitos e a partir deles balizam seus
comportamentos, sentimentos e ideias (GRANDESSO, 2000).
Nesta abordagem, parte-se da ideia que há uma constante e interdependente
correlação entre os membros da família e que esta deve ser analisada como uma totalidade,
não sendo apenas um somatório destas partes. Claro que devemos sempre levar em
consideração ainda outros fatores que a influenciam como os culturais, os
socioeconômicos, os ciclos da vida (o familiar e o individual) em que estão inseridos. A
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sexualidade LGBTI+ não fica à parte, devendo ser compreendida neste contexto
(GRANDESSO, 2000)
Isto posto, é de se compreender a dificuldade enfrentada pelo filho que não se
enquadra na heteronormatividade, já que sua orientação está imersa num contexto de
crenças, tabus e outras construções que precisam sempre ser analisadas em conjunto, dentro
de uma visão mais ampla, ou ainda, dentro da visão dos participantes.
A família, portanto, imersa muitas vezes na surpresa ao saber da sexualidade que
foge à esperada, vê-se suprida de seus sonhos opostos aos filhos e necessita de um apoio
psicoterapêutico capaz de atender às suas expectativas futuras.
Em que aspectos a abordagem familiar sistêmica pode contribuir com a família
que vivencia a experiência de ter um (a) filho (a) LGBTI+?

1 JUSTIFICATIVA

O tema desta pesquisa tem sua relevância devido ao crescente surgimento de


novas subjetividades que assumem às novas orientações sexuais direito à normalidade e
naturalidade que há na diversidade humana. Quando estas surgem como expressão da
identidade no ambiente familiar, produzem certos fenômenos que precisam ser
investigados à luz de uma teoria e abordagem psicológica.
Sendo a terapia familiar sistêmica uma estratégia psicológica que trabalha
especificamente com a família - com as relações interpessoais e com o contexto em que
estas estão inseridas - percebemos que a escolha desta abordagem pode cooperar e
trazer o conhecimento necessário a respeito das implicações das mudanças
paradigmáticas que se desencadeiam nestas famílias com filhos que escapam da
heteronormatividade. A importância do aprofundamento das pesquisas neste campo tem
justificativa nos movimentos pelos direitos LGBTI+ em franca ascendência na última
década.
Esta pesquisa nos trará subsídios que contribuirão para a compreensão das
reações dos pais diante de uma declaração de um filho (a) não heteronormativo, bem
como das mudanças que advém deste acontecimento. Percebe-se também a necessidade
premente de estudo deste tema para as famílias que necessitam de informações e maior
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conhecimento sobre a forma de lidar com filhos (as) de orientações sexuais distintas da
heterossexualidade.

2 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Descrever como o método sistêmico contribui na intervenção no processo de aceitação
e compreensão no contexto familiar de filhos (as) LGBTI+.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Descrever as dificuldades da família de aceitação das diferentes orientações
sexuais quando de seu surgimento.
 Conhecer as intervenções propostas pela terapia familiar sistêmica para famílias
com filhos (as) LGBTI+

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 SEXO E GÊNERO

No campo dos processos sociais e culturais temos tido o desenvolvimento de um


novo tipo de sociedade, cujos contornos permanecem ainda difusos. Dispomos de muito
mais acesso à informação, há fluxos populacionais em escalas sem precedentes e a
criação de muitos mercados globais (BASILIO, 2010).
Assuntos voltados a questões de cidadania, agenda dos Direitos Humanos e política
de identidade são considerados de máxima urgência na superação de todas as
contradições advindas com estas agendas. A orientação sexual tem papel decisivo nesta
tarefa de ultrapassagem deste tabu social. Agora não mais se trata de direitos políticos,
econômicos ou sociais, mas sim de direitos de identidade e de cultura. Os direitos
relativos à ela, segundo descreve Almeida (2010, p. 33): “são o fim da linha dos
conceitos modernos de cidadania, direitos humanos e identidade, e que ou são pensados
como universais, como o são os direitos humanos em geral, ou não podem ser
pensados”. O autor ressalta, portanto, em primeira análise, a urgência destes novos
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tempos, trazendo questões de gênero e identidade como primordiais ao


desenvolvimento das sociedades.
Relativamente ao fato de que a orientação sexual é consequência das categorias de
sexo e gênero e encontra-se no ápice do processo das identidades coletivas da
modernidade e a primeira grande identificação pós-moderna. É por esta razão que ela é
tão desafiadora ao contestar todos os conceitos mais liberais de cidadania e de Direitos
Humanos. (PIZZINATO E OUTROS, 2019).
É preciso, portanto, universalizar os direitos das populações LGBTI+ 1. É nesta
esteira que a questão da homossexualidade necessita, a partir da luta e criação destes e
de outros direitos, ser estudada, compreendida, discutida e, principalmente, respeitada.
De outra sorte, precisamos ainda – fazendo um link com o tema abordado –
discorrer sobre o que se entende por gênero e a importância que se encerra na
compreensão dos fenômenos de identidade sexual, orientação sexual e sexo biológico,
distinguindo-os de sobremaneira.
Aludindo a este tema de modo claro e sem rodeios, Lanz (2015) nos ensina a
diferenciar os três principais significados embutidos e generalizados na palavra “sexo”:
aquilo que conhecemos comumente como sexo biológico, em primeiro lugar; aquilo que
conhecemos como gênero, em segundo e aquilo que definimos como orientação sexual,
em terceiro. Ela as identifica magistralmente em categorias distintas e sem se
confundirem entre si.
Define sexo biológico ou genital como aquilo que a pessoa traz entre as pernas ao
nascer, oferecendo a natureza quatro opções a saber: macho, a pessoa que nasce com
pênis; fêmea, a pessoa que nasce com vagina; interssexuado, a pessoa que nasce com
pênis e vagina, simultaneamente e, por último, o nulo, aquela que nasce destituída de
qualquer traço genital definido (LANZ, 2015)
Para Lanz (2015), gênero, o segundo significado para sexo, é apontado como o
conjunto de expectativas sociais de desempenho de uma pessoa em função de seu sexo
biológico. É aquilo que a sociedade, em função dos papéis, funções, interdições,

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LGBTQIA+ – Lésbicas, Gays, Bissexuais , Transgêneros, Interssexuais, Assexuados e outros; é uma sigla que se tornou comum na
autoidentificação do movimento de defesa dos direitos das sexualidades não-heterossexuais. Esta sigla veio dar conta do movimento mais
abrangente do que o anterior movimento gay ou gay e lésbico.
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atitudes, atributos políticos, econômicos e culturais, definiu como sendo masculino e


feminino. Obviamente, ligou estes dois atributos ao homem e à mulher,
respectivamente. Precisamos esclarecer que estes papéis, de tanto serem naturalizados à
exaustão nas práticas e relações diárias das pessoas, acabaram por serem aceitos como
“naturais”, havidos ou por herança ou por vontade divina.
Por estas crenças que sexo e gênero são tomados como se fossem a mesma coisa:
se a pessoa é mulher deve necessariamente identificar-se com o feminino e vice-versa.
Em outras palavras, gênero seria algo que a pessoa “é” ou “tem”, um tipo de atributo
nascido com ela e nela permanece toda a sua existência. West e Zimmerman apud
Lanz,2015, assim declararam: “gênero não é algo que a gente nasce, mas algo que a
gente faz”. Percebe-se aqui claramente a intenção dos citados autores de diferenciarem
claramente a questão levando-a ao atributo cultural de gênero como definição.
Na mesma linha de entendimento, preconiza Lanz (2015) que:
gênero é uma instituição jurídica, portanto de natureza social, política e cultural,
que a sociedade estabelece em função do sexo genital. (...) é também a instituição
jurídica que dá todo o arcabouço sóciopolítico e cultural da sociedade. E
juridicamente, como sabemos, só existem duas categorias de gênero – homem e
mulher, ou masculino e feminino. Quando nasce, cada pessoa é automaticamente
inscrita em uma delas, única e exclusivamente em função de seu sexo genital, de
macho ou de fêmea. A peça jurídica que configura tal inscrição é a Certidão de
Nascimento .(LANZ, 2015, p. 41)

Em suma, oficialmente só existem duas categorias de gênero admitidas: masculino e


feminino ou homem e mulher – ambas derivam das duas categorias de sexo genital
existentes na pessoa humana: macho e fêmea. A isto chamamos dispositivo binário de
gênero. Fora disso, teríamos a divergência, transgressão ou ainda a categoria desviante: o
transgênero ou dispositivo de gênero não binário, mas este foge do tema proposto (LANZ,
2015).
Segundo a mesma autora Lanz (2015), a terceira conceituação de sexo a ser examinada
é a orientação sexual. Ela vincula-se ao desejo erótico-afetivo de uma pessoa ou seja, é com
quem ela gosta de namorar ou manter relações sexuais. Nossa sociedade estabeleceu,
entretanto, que somente a heteronormatividade é natural, ou seja, qualquer possibilidade de
se furtar àquilo que a natureza determinou através do sexo genital e biológico é vista como
antinatural. Trata-se, portanto, de um dispositivo totalitário e hegemônico, derivado da
aplicação de normas binárias de comportamento sexual. Essa dita naturalização do gênero
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tem sido ao longo da história um meio de coerção social mediante a qual a sociedade impõe
as suas normas e regras de desempenho aos seus participantes, fazendo com que acreditem
ser uma disposição natural.
Pode-se afirmar ainda que os meninos e as meninas, desde os primeiros passos na
primeira infância, vão passando por uma espécie de treinamento do que seja ser menino ou
menina. Vão sendo muitas vezes aplaudidos ou punidos por determinadas condutas – o que
estimula ou desestimula a sua repetição. É o caso do garoto que é aplaudido por algum
gesto de bravura (“que menino valente!”) ou torna-se alvo fácil de gozação dos coleguinhas
(bullying) caso aja de forma que fuja daquilo que é considerado “normal” ou “adequado”
para um menino.
Heilborn (2002) assim escreve, ao falar também de gênero: “o termo convencionado
significa a dimensão dos atributos culturais alocados a cada um dos sexos em contraste com
a dimensão anatomofisiológica dos seres humanos”(HEILBORN, 2002, p.60). O conceito
da autora, dentro também de uma perspectiva construtivista, privilegia a importância da
escolha cultural ao invés de prender-se somente a um destino biológico que possa explicar
as nuances que o masculino e o feminino assumem nas diversas culturas.
Bandura (1977), em seus estudos, afirma que o desenvolvimento da identidade de
gênero no indivíduo é um processo completamente individual e subjetivo. Tal processo
somente pode ocorrer mediante trocas sociais com “o outro”. Entretanto, este mecanismo
não ocorre de forma única. Outros fatores preponderantes tomam parte: a cultura, a
genética, a sociedade e, como não poderia faltar, a época em que vivemos. Ocorre que o
mais difícil é saber em que proporções esses elementos contribuem. Aliás, nem mesmo se
sabe com toda a certeza se todos eles participam da modelagem da identidade única de cada
pessoa ou se ainda outros entrariam em sua formação.
Do ponto de vista sócio-político não passamos de cópias uns dos outros – tudo
baseado num modelo que historicamente vamos reproduzindo, afirma Judite Butler. A
autora nos ensina que somos cópias de modelos que não possuem nenhum original, a
enfatizando a questão da não originalidade dos comportamentos humanos, onde tudo se
copia e se influencia mutuamente (BUTLER,2013).
Nas pesquisas de Bandura (apud LANZ, 1977, p. 207), a aprendizagem da criança
ocorre por observação. Os indivíduos observados são chamados de “modelos” e servem de
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inspiração à ela e são fontes permanentes de comportamentos a serem imitados ou


repelidos. Lanz (2015) termina a questão afirmando que
interessante observar que as crianças normalmente ainda não sabem se um
determinado comportamento é ou não apropriado para sua categoria de gênero
mas, acima de tudo, acabam imitando por semelhança”(LANZ, 2015, p. 207).

Os adultos ao seu redor irão dar respostas a este comportamento, aprovando-o ou


reprovando-o através de recompensa ou de punição. Muito provavelmente a criança tenderá
a se comportar de maneira a obter o máximo de recompensas e o mínimo de punições ou
rejeições, de forma que a longo prazo ele fatalmente se fixará num modelo que lhe
proporcione mais recompensas.
Pedro Frazão e Renata Rosário (2005), ao trabalhar a questão de gênero, aduzem
que
as mulheres desconfiam do lugar naturalmente subordinado que as ciências, as
religiões, o Estado, as mídias, lhes reservaram e começaram a questionar a
atribuição e assunção de uma natureza frágil. Ainda sem questionar a inércia de
um corpo naturalmente sexuado: “O uso da palavra ‘gênero’, como já dissemos,
tem uma história que é tributária de movimentos sociais de mulheres, feministas,
gays e lésbicas. Sua trajetória acompanha as demandas por direitos civis, direitos
humanos, enfim, por igualdade e respeito (FRAZÃO e ROSÁRIO, 2005, p.78).

Ainda sob este prisma, o autor citado reafirma que gênero é uma categoria que se
relaciona ao feminino e ao masculino, levando em consideração as diferenças biológicas
entre os sexos. É importante reconhecer a existência de desigualdades, mas não aceitá-las
como justificativa para a violência, a exclusão e a desigualdade de oportunidades no
trabalho, na educação e na política. O pensamento de gênero é uma forma de viabilizar
mudanças nas relações sociais e, consequentemente, nas relações de poder. É um
instrumento para compreender as relações sociais, em especial as relações entre mulheres e
homens.

Lanz (2015) , sobre o tema, assim se manifesta


essa permanente “vigilância de gênero” de todos sobre todos é uma das marcas
do conservadorismo e reacionarismo da sociedade patriarcal-machista em que
vivemos. Ainda que essa vigilância, absolutamente ostensiva nos estratos mais
altos, não seja exercida com o mesmo rigor repressivo em crianças de estratos
socioeconômicos mais à base da pirâmide, ela existe de fato, permeando todas as
camadas socioeconômicas e intervindo em todas as relações interpessoais dentro
da sociedade brasileira (LANZ, 2015, p. 238).
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Leticia Lanz (2012) foi certeira ao afirmar que a constante "vigilância de gênero"
que todos exercem uns sobre os outros é uma das características do conservadorismo e do
reacionarismo presentes na sociedade patriarcal-machista em que vivemos. Essa vigilância
é mais evidente nos estratos sociais mais elevados, mas ela está presente em todas as
camadas socioeconômicas e afeta todas as relações interpessoais na sociedade brasileira. A
autora está apontando para a existência de uma cultura de controle social baseada em
estereótipos de gênero que limitam a liberdade e a autonomia das pessoas, especialmente
das mulheres e de outras identidades de gênero minoritárias. Ela sugere que é importante
reconhecer e combater essa vigilância de gênero para promover uma sociedade mais
igualitária e justa para todos.
Heilborn (2004) ao aludir categoricamente à questão de gênero atribui a dimensão
de uma escolha cultural, descartando de sobremaneira um atavismo, como chamou -
biológico, para explicar as feições que o feminino e o masculino assumem nas mais
variadas culturas.
Nos ensina Borrillo (2016) que as relações sociais entre os sexos e as sexualidades
são organizadas principalmente a partir de uma ordem sexual pré-estabelecida. Esta ordem
chamada “natural” determina uma ordem social em que o feminino deve ser complementar
do masculino pelo canal da subordinação psicológica e cultural. Tudo tem sua origem na
justificativa de que os papéis atribuídos ao homem e à mulher devem necessariamente
seguir essa naturalização. Denomina-se sexismo como a ideologia que determina, organiza,
estratifica as relações entre os sexos, no qual no cerne o masculino é definido por sua
posição ligada ao universo exterior e público, enquanto isto o feminino deve se ligar a tudo
que diz respeito à vida doméstica e à intimidade. Assim diz textualmente o autor que “o
sexismo caracteriza-se por uma constante objetificação da mulher” (p. 16). Em outras
palavras, a dominação do masculino sobre o feminino identifica-se com esta forma
específica de violência simbólica, e o dominado a aceita como natural, inevitável e mesmo
necessária.
O sexismo, segundo Borrillo (2016), portanto, que trata da inferiorização do
feminino com relação ao masculino, vai implicar também na estratificação ou melhor ainda,
na hierarquização das sexualidades, como se houvesse uma superioridade biológica e moral
dos comportamentos chamados heterossexuais. Pode-se afirmar que se trata de uma
17

estratégia política como forma de se estabelecer uma normalidade sexual. Vai ser definido,
portanto, aquilo que a dominação político-sexual masculina determinou como normal e
aceitável. A heterossexualidade vai servir como régua moral e padrão para avaliar todas as
outras formas de sexualidades – a isto chamamos de heterossexismo. As ditas formas outras
de sexualidade – e aí entram a homossexualidade, a bissexualidade e mesmo a
transgeneridade – são classificadas como sexualidades incompletas, acidentais e perversas e
na pior das vezes, como patológicas, imorais e destruidoras da civilização humana.

4.2 A VISÃO SISTÊMICA

Segundo Nichols e Schwartz (2007), a abordagem sistêmica tem suas origens nas
teorias da comunicação e da cibernética, que surgiram na década de 1940. A cibernética,
em particular, foi uma importante influência na sistêmica por sua ênfase nos sistemas de
feedback e na autorregulação. Outra influência significativa foi a terapia familiar, que
surgiu na década de 1950 e propunha uma abordagem que levava em consideração as
dinâmicas familiares como um todo. A sistêmica começou a se consolidar como uma
abordagem específica na década de 1960, com os trabalhos de Gregory Bateson e outros
pesquisadores que propunham uma visão mais ampla e integrada das relações humanas.
Desde então, a abordagem sistêmica tem evoluído e se diversificado, tornando-se uma
importante referência para diversos campos do conhecimento, da psicologia à
administração de empresas.
Parafraseando os renomados Nichols e Schwartz (2007), a terapia sistêmica possui
diversas ferramentas que visam compreender e intervir nas dinâmicas familiares e nos
sistemas sociais. Entre as principais ferramentas da abordagem sistêmica estão a escuta
ativa, o questionamento circular, o uso de metáforas e histórias, a reflexividade, a mudança
de foco e a intervenção direta. A escuta ativa é essencial para a compreensão das narrativas
e experiências dos clientes, enquanto o questionamento circular busca identificar padrões
de interação e relacionamentos na família ou sistema social. O uso de metáforas e histórias
é uma estratégia que facilita a comunicação e ajuda a ilustrar conceitos e ideias complexas.
18

A reflexividade, por sua vez, consiste na habilidade de refletir sobre o processo terapêutico
e o papel do terapeuta na dinâmica familiar.
A mudança de foco é uma ferramenta que busca redirecionar a atenção dos clientes
para outros aspectos das suas vidas e a intervenção direta é utilizada para promover a
mudança de comportamentos e padrões de interação. Em resumo, a terapia sistêmica se
utiliza de um conjunto de ferramentas e técnicas específicas para promover a mudança e a
melhora da qualidade de vida dos seus clientes, levando em consideração as dinâmicas
sistêmicas e contextuais que influenciam a vida das pessoas (NICHOLS E SCHWARZ,
2007).
De acordo com Salvador Minuchin (1974), as principais formas de atuação dentro
da terapia familiar sistêmica são a reorganização estrutural, a modificação de padrões
transacionais e a transformação do sistema de crenças. A reorganização estrutural busca
modificar a forma como a família se organiza e interage, identificando e mudando padrões
disfuncionais de hierarquia, limites e alianças. A modificação de padrões transacionais, por
sua vez, procura alterar a forma como a comunicação e as interações ocorrem entre os
membros da família, promovendo a expressão de sentimentos e necessidades e a
negociação de conflitos. Já a transformação do sistema de crenças busca questionar e
modificar as crenças e valores que sustentam os padrões disfuncionais de interação e
relacionamento. Em conjunto, essas formas de atuação permitem que a terapia sistêmica
promova mudanças significativas na dinâmica familiar, ajudando os membros da família a
superar dificuldades e a melhorar a qualidade de vida.
Murray Bowen (1993), criador da teoria do Sistema Multigeracional Familiar,
destacou diversas vantagens da abordagem sistêmica na terapia familiar. Entre elas, estão a
compreensão do funcionamento do sistema familiar como um todo, a identificação dos
padrões de interação disfuncionais e a possibilidade de trabalhar com toda a família para
promover mudanças positivas.
Ao adotar uma visão sistêmica, os terapeutas podem ajudar as famílias a
compreenderem que a orientação sexual e a identidade de gênero de um filho não são
escolhas, mas sim aspectos intrínsecos de sua personalidade. Além disso, a terapia pode
ajudar a identificar e tratar os preconceitos e as crenças limitantes que podem estar afetando
negativamente o relacionamento entre pais e filhos.
19

Por meio da visão sistêmica, é possível criar um ambiente de acolhimento e respeito


mútuo dentro da família, promovendo a compreensão e a aceitação da diversidade. Esse
tipo de terapia também pode ajudar a desenvolver habilidades de comunicação efetiva,
aumentando a empatia e a capacidade de diálogo entre os membros da família.
Em última análise, a visão sistêmica pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar as
famílias a lidarem com os desafios que surgem quando um filho LGBTI+ é descoberto. Ao
criar um ambiente de diálogo aberto e respeitoso, a terapia poderá ajudar a fortalecer o
vínculo entre pais e filhos, promovendo a saúde emocional e o bem-estar de toda a família?

4 METODOLOGIA

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho será realizado através de uma pesquisa bibliográfica, que


consistirá na revisão da literatura relacionada à temática abordada. Para tanto, serão
utilizados livros, periódicos tais como o Publimed e Scielo, artigos, teses de Mestrado e
Doutorado, Publicações Científicas de Universidades, sites e plataformas da Internet entre
outras fontes. De acordo com Boccato (2006, p. 266), a pesquisa bibliográfica tem como
objetivo solucionar uma problemática (hipótese) por meio da análise e discussão crítica de
referências teóricas publicadas. Esse tipo de pesquisa proporcionará subsídios para o
conhecimento acerca do tema estudado, apresentando de que maneira e sob quais enfoques
e/ou perspectivas a temática foi abordada na literatura científica.

6 RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados esperados desta pesquisa bibliográfica sobre a abordagem sistêmica


para famílias com filhos LGBTI+ são diversos. Primeiramente, espera-se obter uma
compreensão mais ampla e aprofundada sobre a abordagem sistêmica e suas ferramentas, a
fim de avaliar sua eficácia no atendimento a famílias com filhos LGBTI+.
20

Além disso, espera-se que a pesquisa também aponte para possíveis limitações e
desafios na aplicação da abordagem sistêmica nesse contexto específico. Isso pode incluir
questões culturais, religiosas e de gênero que afetam a aceitação de pessoas LGBTI+ em
diferentes sociedades e comunidades. Com esses resultados, será possível fornecer
subsídios para que profissionais de diferentes áreas possam desenvolver práticas mais
eficazes no atendimento a famílias com filhos LGBTI+.
Além disso, espera-se identificar os principais desafios enfrentados por essas
famílias, como a falta de compreensão e aceitação dos filhos por parte de membros da
família, a discriminação e o preconceito da sociedade, bem como o impacto desses desafios
na saúde mental dos filhos e na dinâmica familiar como um todo. Por fim, espera-se que
esta pesquisa contribua para o desenvolvimento de estratégias e intervenções eficazes para
ajudar as famílias a lidar com esses desafios e a promover a aceitação e inclusão dos filhos
LGBTI+.
21

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