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Metodologias de Ensino
Entender as metodologias de ensino nos cursos de ensino superior é uma tarefa bastante importante.
Muitos partem do pressuposto de que todos nós já nascemos com a capacidade para ensinar. Porém, a
grande maioria dos profissionais que são formados em áreas diferentes da licenciatura ou pedagogia
passam por muitas dificuldades ao tentar adaptar-se aos trâmites da docência e do ensino, caso optem por
seguir uma carreira acadêmica e compartilhar os seus conhecimentos com seus colegas em formação.
• depreender sobre o papel dos processos padrões de ensino, tais como planos de ensino, conteúdos
e avaliações;
Introdução
Quando muitos de nós optamos por uma profissão, necessitamos de alguém que nos ensine sobre esse
ofício. Caso optemos por realizar uma carreira de formação profissional, o primeiro passo dessa etapa é a
formação no ensino superior.
Independentemente de qual área escolhemos, a figura do professor é determinante para a existência dessa
relação de aprendizagem. Ainda que a profissão pretendida não seja a docência, o professor é o veículo de
comunicação do conteúdo necessário com os futuros aprendizes. Entretanto, ao longo do caminho
profissional, muitos acabam se tornando também professores. Médicos, psicólogos, engenheiros,
jornalistas, fisioterapeutas e uma série de outras profissões são áreas que, em comum, possuem o fato de
não serem licenciaturas e, portanto, não formam professores. Mas, e os professores que formam estes
alunos?
Se você é um desses profissionais que não é docente de formação, mas que acabou se tornando professor
universitário, a disciplina de metodologia do ensino é essencial para compreender este processo de
docência. Por tal razão, essa disciplina objetiva abordar essa temática, de forma que fique mais fácil para
você, futuro docente, compreender como algumas características do ensino se organizam no ensino
superior.
A Importância da Didática e das Metodologias de Ensino nos Cursos de Formação para Docentes
não Licenciados
Conforme você pode observar na apresentação e na introdução deste roteiro de estudos, essa disciplina é
muito direcionada para aqueles que não possuem a formação na licenciatura ou pedagogia. Os profissionais
que possuem a licenciatura na sua formação entram em contato com processos didáticos, com psicologia
da aprendizagem, com elementos de políticas públicas voltadas à educação, entre outros conteúdos, que os
permitem compreender melhor a dinâmica da sala de aula. Nesse sentido, buscando abordar o papel do
educador na dinâmica da sala de aula no ensino superior, entendemos que o primeiro passo é justamente
conversar com aqueles que não possuíam, no momento da escolha de sua carreira, intenção inicial de se
tornarem docentes.
O modelo de Ensino Superior implantado no Brasil visava formar os estudantes para o exercício de
profissões, valorizando disciplinas de necessidade imediata para o desempenho dessas. O imperativo,
assim, era de um profissional de sucesso em sua área de atuação e este era convidado a ministrar aulas
expositivas, mostrando na prática como se faz. Era o necessário para reforçar a crença de que bastava ser
um bom profissional para que estivesse apto a ensinar (NOGUEIRA; LIMA, 2012, p. 2-3).
Observamos que é compreensível que, para que uma carreira exista, alguém se proponha a passar o ofício
para os aprendizes. Ainda que você não tenha pensado inicialmente em ser um professor, é muito
importante entender o seu atual papel como determinante para o futuro da profissão que você escolheu.
Graças a você, os futuros profissionais da sua área poderão ter acesso a um conteúdo com qualidade e
bastante experiência.
Por que podemos afirmar isso com tanta certeza? Só de nos encontrarmos neste tipo de relação, na qual
você está lendo esse roteiro, podemos corroborar que você é um profissional que se preocupa com a sua
constante formação, com o refinamento dos processos para tornar-se um docente melhor. Aproprie-se
dessa qualidade e vamos conhecer um pouco mais a respeito dessa profissão maravilhosa que é a
docência. Caso você já seja licenciado e esteja buscando refinar ainda mais a sua profissão, aproveitamos
esse momento também para parabenizá-lo(a) por sempre se colocar como aprendiz!
Portanto, ainda que buscando ser excelente na sua prática profissional, é necessário envolver-se com os
elementos da docência. “Por um longo tempo, a experiência exitosa de sua profissão era o suficiente para o
exercício da docência nos cursos superiores” (NOGUEIRA; LIMA, 2012, p. 3). Ainda que articulado com o
compromisso profissional, é necessário o compromisso docente.
Assim, vamos compreender um pouco mais como funciona, basicamente, a educação em nosso país. Esse
tipo de conteúdo é importante, pois sempre se subentende que um professor saiba destes detalhes. A
educação no nosso país possui três fases obrigatórias e uma não obrigatória. As três primeiras são
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. O ensino superior não é obrigatório. Entretanto, ele é
função do Estado. Isso significa dizer que o Estado deve oferecer educação pública e de qualidade no
ensino superior, mesmo que ela não seja obrigatória. Como o número de vagas não é suficiente, existem
também as instituições privadas de ensino superior. O dever do Estado, para com elas. é de regulamentá-
las e de controlar a qualidade na formação dos profissionais.
Por essa razão, existe uma série de políticas públicas voltadas para a educação superior. Uma delas você já
deve ter ouvido falar bastante, a chamada LDB, ou seja, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que possui
como número 9394/96. Junto da Constituição Federal de 1988, essa é a lei mais importante para a
educação em território nacional. Você deve ter escutado, atualmente, sobre uma Base Nacional Comum
Curricular, que é voltada especificamente para a educação infantil e os ensinos fundamental e médio.
Portanto, ela não será objeto de nossa atenção nesse momento. A discussão das leis que se realizam
acerca da Educação Superior é bastante existente em nossa sociedade. É lei, no artigo 66 da LDB 9394/96
que a preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado (BRASIL, 1996). Para o momento, traremos a
discussão esta reflexão:
Na legislação educacional em vigor, Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), a questão da formação dos
professores universitários está restrita a apenas um artigo: Art. 66 [...] Como se pode observar, está
evidente que não há preocupação com a formação pedagógica em termos legais, desobrigando os
professores e instituições a cuidar dessa questão (NOGUEIRA; LIMA, 2012, p.3).
As leis determinam alguns padrões a serem estabelecidos por cada uma das instituições de ensino superior.
Muitas das ações que o docente precisa desenvolver no ensino superior se enquadram nas documentações
necessárias para o curso estar regularizado frente ao Ministério da Educação. Abordaremos algumas
dessas características no quarto item.
Para entender um pouco mais sobre esses processos de padronização e de leis, é importante entender que
a educação sempre está relacionada ao tipo de indivíduo que ela precisa formar em uma determinada
época (LIBÂNEO, 1994). Por isso, vamos entender um pouco mais sobre as relações entre as metodologias
de ensino e os diferentes contextos históricos no próximo subitem.
Uma das características mais comuns, em futuros professores que não foram formados para a docência, é
reproduzir as características que consideravam interessantes em professores que tiveram ao longo da sua
vida. Não somente os professores universitários, mas também ao longo da educação básica, que se
tornaram exemplos de conduta a ser seguida. Temos a tendência de buscar repetir ações que foram
consideradas por nós positivas para o nosso próprio aprendizado. Entretanto, se não conhecemos sobre as
estratégias metodológicas presentes em algumas ações dos nossos professores, podemos acabar errando
ao escolher um jeito de dar aula sem conhecimento de elementos mais profundos acerca da opção por essa
abordagem. Afinal, segundo Nogueira e Lima (2012), “somente a pesquisa e o conhecimento técnico da
disciplina a ser ministrada não garantem o sucesso do processo de ensino-aprendizagem” (NOGUEIRA;
LIMA, 2012, p. 5).
A compreensão de que todas as perspectivas educacionais têm relação direta com o contexto social e
histórico (FREIRE, 1996) é mais evidente quando temos um aprofundamento a respeito deste assunto, que
não é possível em um breve roteiro como esse. Entretanto, ainda que de forma resumida, apresentamos
aqui alguns elementos da educação no Brasil ao final do século 19, para que fique mais evidente a
compreensão de que a educação hoje configura-se dessa forma porque os indivíduos necessários para o
contexto atual são diferentes do passado. Quem nos auxilia no processo de aprendizado deste conteúdo
são os autores Libâneo (1994), Freire (1996), Gaspari (2005), Comenius (2006) e Saviani (2007).
Comenius (2005) é um dos principais nomes quando nos debruçamos a compreender a trajetória da
didática e entender o processo de trazer o conhecimento de mundo acumulado pelo homem, por meio da
educação (SAVIANI, 2007). Entretanto, iniciaremos nossa abordagem histórica no final dos anos de 1900,
para fins de melhor compreensão.
Ao final do século 19, a sociedade ocidental industrializava-se crescentemente, necessitando de uma força
de trabalho que soubesse ler manuais simples para o funcionamento de uma máquina. Apenas saber ler já
era interessante nesta época. A educação tratava os alunos como tábulas rasas que apenas recebiam a
informação do professor, sem participar da construção do conhecimento (LIBÂNEO, 1994). Quando
chamamos uma forma de dar aula de tradicional, remetemo-nos a esse período, no qual o professor apenas
passa o conteúdo e realiza avaliações para confirmar se os alunos se apropriaram do assunto. Nesse
contexto, não há participação ativa dos alunos, que apenas assistem às aulas e decoram as informações
escritas nos livros (FREIRE, 1996).
Com o passar do tempo, alguns líderes foram necessários. Gestores, supervisores e outros elementos que
auxiliassem o chefe ou proprietário de uma grande indústria eram importantes para o processo (LIBÂNEO,
1994). Caso fossem somente seres capazes de decorar informações, sem nenhuma iniciativa própria, sem
a capacidade de aprender com independência, não seriam interessantes para essa época. É por isso que
os professores da Escola Nova foram muito importantes para a educação, tanto no Brasil quanto no mundo
ocidental, na época das décadas de 1920 e 1930 do século passado. A escola nova buscava estimular o
aprendizado com base em grupos de estudo, apresentações de trabalho, pesquisas e outras atividades que
permitissem que o aluno estudasse com autonomia.
O processo que veio em seguida também correspondeu à época (FREIRE, 1996; SAVIANI, 2007). Nas
décadas de 1940 a 1970, o mundo vivenciou a Guerra Fria e a importância da rapidez da técnica e da
execução eficaz dos processos. A educação, nessa época, é chamada de tecnicista, pois não exigia
profundos raciocínios e questionamentos de quais técnicas eram usadas e por que. Saber fazer, saber
realizar, saber resolver os problemas eram ações vistas como mais importantes para a época do que
questionar sobre o seu desenvolvimento (LIBÂNEO, 1994).
Em termos de Brasil, observamos no final da década de 1980 a reabertura democrática (FREIRE, 1996;
GASPARIN, 2005; SAVIANI, 2007). É por essa razão que a maioria das pedagogias da década de 80 e 90
são consideradas mais críticas (FREIRE, 1996). Questionando o sistema, o status quo e as formas de
aprendizagem até então, as pedagogias das referidas décadas propunham a reflexão a respeito do contexto
social e histórico, estimulando não somente a independência do estudo, mas também à transcendência, a
quebra de paradigmas e a capacidade do aluno de entender que suas ações, ainda que pequenas, refletem
em todo o contexto no qual ele vive (FREIRE, 1996; GASPARIN, 2005; SAVIANI, 2007). Ou seja, sua ação,
independentemente de qual for, é um ato político (FREIRE, 1996).
A nossa geração é fruto de uma mistura de todas essas formas de ensinar (GASPARIN, 2005). Muitos de
nós tivemos acesso a professores bastante tradicionais, mas que usavam algumas técnicas escolanovistas
como a apresentação de trabalhos. Em muitos momentos, saber tecnicamente como realizar uma atividade
parecia ser mais importante do que questionar sobre como ela funcionava. Entretanto, a capacidade de
questionar e de refletir sobre o contexto e as nossas ações também foi estimulada. Observe que a nossa
geração é fruto de todas as gerações anteriores, assim como a geração atual, somando-se, a todas, a
importância das novas tecnologias.
A nossa relação neste momento é por intermédio do que chamamos de educação a distância, fruto de um
período que só poderia ocorrer em uma era tecnológica e digitalizada. Ainda que o advento da internet seja
anterior à década de 1980, a sua popularização para a maioria das pessoas se deu somente ao final dos
anos 10 do nosso século.
É por essa razão que o ensino a distância cresce mais na nossa época. É por esse motivo, também, que a
internet se tornou uma plataforma que permite até mesmo aos cursos presenciais a realização de atividades
que anteriormente não seriam possíveis. Sendo assim, a era digital requer outro tipo de cidadão, capaz de
viver em um mundo digitalizado, e é nela que estamos inseridos neste momento.
LIVRO
Quando tratamos das diferentes estratégias metodológicas adotadas para o ensino superior, entendemos
que a maior diferença entre elas é onde se localiza a aprendizagem do aluno. Uma das teorias mais em
voga na nossa atualidade para o ensino superior são as chamadas metodologias ativas de aprendizagem.
Podemos entender Metodologias Ativas como formas de desenvolver o processo do aprender que os
professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas
áreas. A utilização dessas metodologias pode favorecer a autonomia do educando, despertando a
curiosidade, estimulando tomadas de decisões individuais e coletivas, advindos das atividades essenciais
da prática social e em contextos do estudante (BORGES; ALENCAR, 2014, p.120).
Debald (2003) entende que a prática pedagógica no Ensino Superior deve ser encarada com muita postura
e seriedade, exigindo comprometimento com o processo que eduque a autonomia do acadêmico, mediado
pelo professor.
Existem três principais metodologias ativas de aprendizagem. Entretanto, elas não são as únicas opções no
ensino superior. Entender em qual local o aluno desenvolve a sua aprendizagem determina compreender
qual é a opção pela metodologia ativa.
Há um importante conceito a ser destacado que participa de todas as fases da metodologia ativa: a Sala de
Aula Invertida que, segundo Debald (2020), reflete-se como o preparo prévio do aluno para que depois o
conteúdo a ser apresentado pelo professor já tenha tido espaço para ser brevemente aprendido. A respeito
da localização do processo de aprendizagem, ela pode ser fundamentada no problema, baseada em
equipes ou em projetos.
A aprendizagem baseada em problemas, conhecida como PBL, do inglês problem based learning , busca
como resultado do aprendizado a solução coletiva de um problema teórico. Muito utilizada em áreas da
saúde, ela permite um alto grau de interdisciplinaridade, e seu estímulo está pautado nos recursos
disponibilizados pelo professor.
Existe, por último, a aprendizagem baseada em projetos. Nela, inserimos a criação de um produto, marca
ou estabelecimento. A aprendizagem ocorre empiricamente, em um caso determinado pelo docente. Ainda
que se confunda com a PBL, na aprendizagem baseada em projetos é necessária a apresentação de um
produto final.
Independentemente da opção por elas, “somente uma educação que tenha como princípio a liberdade,
poderá auxiliar na construção de uma sociedade mais humanizada” (DEBALD, 2003, p. 1). Além disso,
ainda que você tenha conhecido alguns dos diferentes tipos de metodologias ativas no ensino superior,
cabe ressaltar que cada instituição possui a sua própria abordagem metodológica. Convém conferir com seu
coordenador de curso ou diretor acadêmico quais são as metodologias constantes no Projeto Pedagógico
do Curso, ou no Projeto Político Pedagógico, e verificar se ele permite que você aborde alguns desses
elementos. Lembre-se de que é a opção pela metodologia que determina quais procedimentos didáticos
você pode adotar enquanto docente. Entretanto, existem alguns procedimentos didáticos que são
padronizados. Trataremos deles no próximo tópico.
LIVRO
Segundo Libâneo (1994), o plano de ensino é o elemento principal que norteia toda a construção de uma
disciplina. Ele possui um cabeçalho padronizado que determina o turno, o período de aulas e a quantidade
de alunos existentes naquela turma. Sobre o cabeçalho, muitos professores o negligenciam, e cabe
ressaltar que as informações nele contidas são determinantes para uma série de estratégias a serem
adotadas. Por exemplo, existem atividades que não podem ser realizadas, dependendo do espaço de aulas
teóricas, ou atividades que precisam ser desmembrados dependendo do número de alunos que participam
da aula. É muito importante que se dê atenção para este detalhe, que interfere diretamente no planejamento
de qualquer aula.
Todo plano de ensino possui predefinida a ementa. A ementa é predefinida no momento da proposta de
abertura do curso de ensino superior. Ela é quem determina o que será aprendido naquela disciplina, e o
que diferencia uma disciplina da outra. A partir dela são traçados os objetivos e conteúdos.
Libâneo (2004) traça também importantes considerações aos objetivos. Os objetivos podem ser voltados
para o professor ou para os alunos. Dizer que o objetivo é voltado ao docente significa que, ao fim daquele
plano de ensino, o docente deve ter cumprido todos os objetivos estabelecidos. Dizer que os objetivos são
montados para o aluno implica dizer que o professor deve se responsabilizar para que, ao final da disciplina,
todos os alunos tenham atingido os objetivos propostos.
Os conteúdos devem ser traçados de forma a respeitar a ementa e atingir os objetivos propostos (LIBÂNEO,
1994). Devem levar em consideração a progressão da dificuldade do mais simples para o mais complexo,
respeitando a proporção de tempo determinada para aquela disciplina - geralmente um semestre ou um
ano.
Quando são determinados os objetivos e os conteúdos, ficam mais evidentes quais são as metodologias a
ser utilizadas para as aulas. Entretanto, podemos optar pelas metodologias ativas não somente para as
aulas, mas para os processos avaliativos (LIBÂNEO, 1994; FREIRE, 1996; SAVIANI, 2007; DEBALD, 2020).
É importante que toda a equipe pedagógica esteja ciente e unida no processo avaliativo, principalmente se
ele envolve interdisciplinaridade (GASPARIN, 2005).
Normalmente, para aprovação de alguma alteração no plano de ensino é necessária uma reunião dos
professores que são responsáveis por aquele curso, que chamamos de reunião de colegiado. Essa reunião
é uma ótima oportunidade para se discutir tanto os conteúdos quanto os processos avaliativos.
Por fim, os recursos são os elementos disponíveis para o ensino (LIBÂNEO, 1995; DEBALD, 2020). Temos
como exemplo equipamentos de multimídia, computadores, laboratórios, espaço para aulas práticas e assim
por diante. Leve em consideração os recursos disponíveis ao traçar uma possibilidade avaliativa, já que
algumas propostas envolvem custos para os alunos, que devem ser considerados durante o processo de
elaboração da sua proposta.
LIVRO
Chegamos enfim ao último conteúdo deste roteiro: as metodologias de ensino e as novas tecnologias.
Abordar as novas tecnologias no ensino é uma atitude bastante ousada, uma vez que a tecnologia
desenvolve-se com tamanha velocidade e profundidade que alguns dos elementos que trouxermos aqui,
podem ser obsoletos em muito pouco tempo.
Valente (2017) relaciona a quantidade e diversidade de possibilidades de práticas sociais inerentes à cultura
digital, pois abrem os limites espaciais e temporais da sala de aula.
Ao optar pela abordagem pedagógica, é importante observar quais tecnologias estão disponíveis para o
uso. Quais aplicativos podem ser interessantes de serem abordados durante as suas aulas, quais
programas, quais inovações a sua área possui? Em termos laboratoriais, máquinas de impressão 3D,
holografias, robôs e outros utensílios podem ser recursos importantes para suas aulas. São justamente as
práticas com os tipos de tecnologias disponíveis que determinam o quanto ativo um aluno será, de acordo
com o professor que estrategicamente desenvolve seu planejamento para o aprendizado do aluno
(VALENTE, 2017).
O mais comum e mais acessível atualmente são as plataformas que requerem o uso da internet. A internet é
uma ferramenta que permite o acesso a canais de busca de conteúdo escrito, em áudio ou em vídeo,
promovendo a troca de informações e a aproximação no processo educativo.
As várias plataformas de ensino a distância são um grande exemplo da grande possibilidade de interação
que a internet propõe para o processo de ensino-aprendizagem. Para além de materiais escritos e vídeo
aulas, há uma variedade de estudos de caso, questionários, podcast e outros elementos que enriqueçam
esse processo.
As plataformas digitais também podem ser usadas como recurso quando a reclusão for obrigatória. Toda
geração que viveu o início do ano de 2020 vai se lembrar do quanto o distanciamento social foi necessário
como medida de contenção da disseminação de uma grande pandemia. O quanto a internet determinou os
processos de educação, trabalho e convivência social? Para além deles, como as compras de itens básicos,
serviços públicos de saúde e assistência social foram implementados de forma digital? Esse advento
interfere em todas as áreas do conhecimento e da vida do cidadão, entre elas, o processo de educação.
LIVRO
Conclusão
Durante este roteiro de estudos, propusemo-nos auxiliar você a entender um pouco mais sobre as
metodologias de ensino nos cursos de ensino superior. Entender que essas metodologias foram se
modificando ao longo do tempo, de acordo com o contexto histórico, foi uma das formas de demonstrar a
importância da didática e dos processos de ensino na educação.
BORGES, T. S.; ALENCAR, G. Metodologias Ativas na Promoção da Formação Crítica do Estudante: o uso
das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante de ensino superior. Cairu
em Revista , ano 3, n. 4, p. 1, p. 19-143, jul./ago. 2014.
BRASIL, Lei Federal nº 9.394. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da
União. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 16 abr. 2020.
COMENIUS, Didática Magna. Tradução de Ivone Castilho Benedeti. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
DEBALD, B. S. Metodologias Ativas no ensino superior . O protagonismo do aluno. Porto Alegre: Pensa,
2020.
FREIRE, J. B. Pedagogia da autonomia : saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,
1996.
GASPARIN, J. L.Uma didática para a pedagogia histórico: crítica. Campinas: Autores Associados, 2005.
NOGUEIRA, A. E. S.; LIMA, U. C. Os professores não licenciados e a docência no ensino superior: uma
proposta de curso de formação inicial. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO E
CONTEMPORANEIDADE, 6., 2012, São Cristóvão. Anais [...]. São Cristóvão, 2012. Disponível em:
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/10172/13/12.pdf Acesso em: 14 abr 2020.
VALENTE, V. A . et al. Metodologias ativas: das em distintos níveis de ensino. Revista Diálogo
Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 455-478, abr./jun. 2017. Disponível em:
https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/view/9900. Acesso em: 16 abr. 2020.