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I. Resumo
O presente artigo procura fazer uma abordagem em resposta a questão supra elaborada sobre
a temática de sexualidade mais precisamente em torno da construção da identidade sexual na
família. Objectivo: analisar a construção social do papel da família na identidade sexual,
identificando o papel da família na identidade sexual, seguidamente propõe-se caracterizar o
processo de construção de identidade sexual na mulher, homens e filhos como membros de
uma família. Entretanto, o mesmo tem, tem como foco inicial falar sobre a socialização como
um todo pacote que gerência os padrões morais de aceitação e refutação como mecanismos
de orientação social. Metodologia: o método quanto a abordagem é qualitativa, usou-se
como técnica de recolha e dados a observação sistemática dos fenómenos sexuais na família e
a revisão de literatura de autores que tratam sobre a mesma temática.
1. Abstract
The present article attempts to approach the issue the above statement elaborated on the
theme of sexuality more precisely around the construction of sexual identity in the family.
Objective: to analyze the social construction of the family's role in the sexual identity,
identifying the role of the family in the sexual identity, then proposes to characterize the
process of the construction of sexual identity in the woman, men and children as members of
a family. However, the same has, as its initial focus, talk about socialization as a whole
package that manages the moral standards of acceptance and refutation as mechanisms of
social orientation. Methodology: the qualitative approach method, the collection and data
collection technique was used to systematically observe the sexual phenomena in the family
and the literature review of authors who deal with the same theme.
II. Introdução
Falar sobre o papel da família na esfera social especialmente na identidade sexual torna-se
cada vez mais emergente porque a família é uma base de construção do carácter social da
sociedade. Neste texto faz-se uma abordagem que problematiza o que se constrói realimente,
uma simples orientação sexual ou níveis de desigualdade com base no sexo. Essa reflexão
pretende suscitar dos nossos leitores e críticos uma visão acomoda sobre a realidade social da
família na identidade sexual dos actores sociais.
Pode tornar-se desafiador falar de família como agente de socialização sem falar
primeiramente do que significa socialização sobretudo, quanto ao processo. A socialização é
um processo contínuo pelo qual são interiorizados valores morais socialmente partilhados
pela geração mais velha para geração nova. Como sendo um processo ocorre em duas etapas
principais (as chamadas socialização primária e secundária).
Artigo para a cadeira de tema transversal IV. Recomendado pela dr. Arlett; produzido por Rénio
Mole. Curso de Sociologia, Março de 2018.
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1. Socialização Primária
Por conseguinte, a socialização primária é aquela que ocorre dentro da família. Isto é, a
transmissão dos valores socialmente aceites na comunidade são interiorizados nos actores
sociais dentro da família, o mais vasto que se pode notar esse tipo de socialização é dentro da
comunidade e isto se for no molde da solidariedade mecânica (no contexto Durkheniano).
2. Socialização Secundária
Contrariamente a essa etapa de socialização é a secundária que acontece fora da família. Isto
significa que, a interiorização dos valores morais socialmente aceites ou mesmo sancionados
pode acontecer na escola, com amigos, nas redes sociais, na igreja entre ouros lugares que
não seja a família nem a comunidade nos moldes da solidariedade mecânica (no contexto
Durkheniano).
Segundo Castells, (1999; p. 22), “entende-se por identidade a fonte de toda experiência do
povo”. E a identidade social se faz pela transmissão de crenças religiosas, práticas morais,
tradições nacionais, tradições profissionais, opiniões colectivas que se transmitem de uma
geração a outra. Esta transmissão metódica, como enfatiza Durkheim, diz respeito à infância
e acaba com a iniciação considerada como um segundo nascimento, aquele do ser social.
Tal como a identidade social a sexual constrói-se pela transmissão de crenças religiosas,
praticas morais, tradições nacionais, profissionais, opiniões colectivas sobre a orientação
sexual da geração mais experiente a geração menos experiente.
Os indivíduos são educados para que venham a continuar biológicas e socialmente a estrutura
familiar. Ao realizar seu projecto de reprodução social, a família participa do mesmo projecto
global, referente à sociedade na qual está inserida. É por isso que ela também ensina a seus
membros como se comportar fora das relações familiares em toda e qualquer situação. A
família é, pois, a formadora do cidadão.
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amigos, colegas entre outros), dependendo do papel que o actor como membro de uma
família desempenha.
Um outro aspecto a prestar atenção é o potencial da lei moral sobre os indivíduos. Porque
para família transmitir tais valores não é de bel-prazer mas, porque a lei moral que permite a
integração social coage os pais até os filhos seja consciente ou inconscientemente.
Pois, para além da motivação que vem do medo da sanção aplicada pela sociedade também,
encontramos a motivação de classe. Em que a família trabalha na conduta dos seus membros
de acordo com a classe que eles pertencem e o seu grupo social.
Segundo VYGOTSKY (2001, P. 289), “Para esse processo concorrem inúmeras causas e
motivações sócio individuais, entre as quais certamente se encontram as motivações de
classe, que, conforme o autor, enredam o papel de cada sujeito em seu meio e determinam o
sentimento de pertença da criança em relação ao seu grupo social”.
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Dias (1998) nos chama atenção sobre como o modelo de família foi se alterando conforme as
transformações decorrentes da organização da sociedade, sendo factor relevante a Revolução
Industrial, que gerou um aumento na mão-de-obra contribuindo para o ingresso das mulheres
no mercado de trabalho, assim assumindo parte da responsabilidade do sustento familiar.
Essas mudanças acabaram por gerar também um afastamento da mulher do lar, e de maneira
forçada aproximou o homem dos filhos contribuindo também para a divisão de algumas
tarefas do lar.
O mais racional já pensado é que a família tem uma função própria relativamente aos
membros mais velhos aos novos. Essa função não é simplesmente de interiorizar os valores
mas também, perpetuar tais valores de acordo com a lei moral de orientação colectiva nas
sociedades.
A família pode construir desigualdades sociais quando a transmissão desses valores estiver
sendo feita como base na consciência de classe social como se os indivíduos que possuem
sexo masculino têm maior importância em relação aos do sexo feminino. Também, pode na
mesma proporção desconstruir tais níveis de desigualdades.
Coloca-se que o sistema de opressão sexual atravessa outros modos de desigualdade social,
separando indivíduos e grupos. A ideia de opressão sexual implica na existência de uma
relação de exploração e de dominação que confere um lugar de subalternidade às
sexualidades não heterossexuais. (Heilborn, 2004).
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Os pais como membro de uma família possuem um papel indispensável na estrutura social e
sexual dos filhos. O veículo que se usa para transmissão dos valores sexuais que permitem a
sua construção identitária é a interacção social com que os membros de uma família se
munem. Isto é, se o nível de interacção numa família é baixa comparada a conflito torna
difícil falar de algo “profundo” como a identidade sexual dos pais aos filhos e vice-versa.
Estudos mostram que a falta de comunicação dos assuntos que tem a ver com a identidade
sexual dos filhos na família causa grandes problemas na estrutura identitária; caso que suscita
estudos sociológicos dos níveis de interacção da família.
Portanto, o ambiente familiar constitui o alicerce fundamental que dá suporte ao que somos e
ao que fazemos, nele experiencia-se a elaboração e a aprendizagem de dimensões
significativas da interacção (linguagem, comunicação, contacto corporal, sentimento de
filiação, fraternidade, amor, relações interpessoais). (Capelo & Carinhas, 2011).
Qualidade do ambiente familiar é um dos factores com maior peso na mediação do nível de
desempenho do autoconceito das habilidades, grau de dificuldade da tarefa e expectativas por
parte dos filhos. Os pais exercem um papel preponderante na mediação destas variáveis, no
percurso académico dos filhos e na orientação vocacional e sexual. (Fleming, 2010).
Os pais tornam-se a base de toda experiencia dos filhos onde buscam exemplo de orientação
sexual e social, desta feita, o destorcimento deste papel na estrutura familiar traz
consequência proporcionais na estrutura sexual dos filhos de uma família.
O papel sexual, que é definido primeiro pelo treinamento prematuro da criança na família, é,
em casos bem-sucedidos, grandemente reforçado pelos controles de tipificação sexual a que
ela é sujeita mais tarde. «Em seu grupo lúdico, na escola, nas organizações em que participa,
a criança ganha prestígio se aprende o código sexual apropriado, com os seus ritos e metas;
mas enfrenta grande castigo social (e, às vezes, físico), se o não faz».
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Bauman afirma que a identidade é uma das maiores questões dos indivíduos líquidos
modernos e está “colocada no topo de seus debates existenciais”. A identidade própria, o que
define o ser humano como pessoa única, por assim dizer, é definida pelo teórico como “a
rejeição daquilo que os outros querem que você seja”. É necessário entender o que torna o
indivíduo único, o que lhe define como ser humano. Porém, num mundo globalizado e
líquido, cheio de identidades mutáveis, fica difícil entender o que exactamente faz de um
indivíduo único (se é que tal coisa é possível). (BAUMAN, 2004 p.30).
Bauman faz referência ao mundo em que as transformações ocorrem de forma muito rápida e
as vezes inconscientes. Para este autor o que permite esta rápida transformação de valores são
os múltiplos meios de transmissão de tais valores, nos nossos as midias ocupam o lugar na
construção da identidade sexual dos adolescentes e jovens muito mais quando estes não são
orientados a partir dos seus pais ou encarregados de educação.
X. Considerações Finais
Depois das abordagens feitas em torno deste tema o papel da família na identidade sexual
torna-se relevante considerar alguns aspectos. Primeiramente a família tem um papel
indispensável na construção da identidade sexual, ademais a isso acresce-se no seu valor a
capacidade que ela tem e construir ou desconstruir as desigualdades com base no sexo. Desta
Artigo para a cadeira de tema transversal IV. Recomendado pela dr. Arlett; produzido por Rénio
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forma, este assunto torna-se cada vez mais interessante no contexto social Macua onde a
passagem dos valores sexuais só passados para terceiras pessoas (ritos e iniciação) para além
dos próprios pais; porem em nossa abordagem teve uma limitação natural (isto é, temos
consciência de que não podemos falar d tudo sobre o assunto) sugere-se aos futuros
pesquisadores usarem outras lentes que os permita desvendar outros aspectos que não foram
levantados aqui.
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BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade; editora paz e terra; São Paulo, 1999.
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