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Segurança do trabalho

Estrutura de programas e planos de ação de


gerenciamento de riscos e saúde ocupacional:
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO)
O gerenciamento da segurança e da saúde dos trabalhadores de uma empresa envolve
etapas de identificação de riscos, avaliação do potencial de danos associados, proposição e
implementação de medidas de controle e acompanhamento ou monitoramento das condições
de exposição aos fatores de risco. Evidentemente, devido à extensão dessas etapas e a uma
necessidade de organização e de certa padronização, o gerenciamento de riscos é realizado
por meio de programas específicos e com foco preventivo. Um programa dentro da área de
segurança e saúde do trabalho, objetivamente, apresenta uma série de medidas de controle a
serem executadas ou realizadas segundo um planejamento que envolve, no mínimo, definição
de ações, responsabilidades, prioridades, prazos e algum mecanismo de autoavaliação.

Além disso, um programa está associado a um documento no qual todo o planejamento


está incluso. Esse documento, em especial as ações, não tem caráter estático e sim dinâmico,
permitindo que a qualquer momento novas medidas sejam inseridas, a fim de controlar uma
nova situação de exposição aos fatores de risco ou mesmo corrigir uma dada situação que não
foi plenamente atendida pelo plano atual.

Existem programas estabelecidos como de cumprimento obrigatório por parte das


empresas na área de segurança e saúde do trabalho, em determinadas situações, por
exemplo, o Programa de Conservação Auditiva (PCA). Entretanto, na maioria dos casos, a
legislação apresenta os pontos mínimos que o programa deve conter, mas não fixa um modelo
de documento ou de qualquer outra ferramenta específica que deva ser utilizada. Por meio
desse mecanismo, a legislação permite que a empresa monte o seu programa da forma mais
adequada à sua realidade, desde que alguns itens mínimos estejam presentes.

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Devido à extensão que os programas podem alcançar no que se refere ao gerenciamento


de riscos, muitas vezes o programa é elaborado dentro de uma realidade multidisciplinar, na
qual a parte de engenharia de segurança e medicina do trabalho estão presentes e podem ser
complementadas por outros campos do conhecimento.

O técnico de segurança do trabalho está fortemente ligado ao desenvolvimento dos


programas, podendo atuar na elaboração, na execução e no acompanhamento das ações
dentro das áreas de seu conhecimento e de sua habilitação legal. Também é papel do técnico
de segurança do trabalho orientar o empregador sobre a importância dos programas e sobre a
necessidade legal de sua elaboração.

Entre alguns dos programas da área de segurança e saúde, pode-se destacar:

PGR [NR-1]

Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela Norma Regulamentadora 1,


conhecida pela sigla NR-1, com foco no gerenciamento de todos os tipos de riscos
ocupacionais e situações de emergência dentro de uma empresa.

PGR [NR-18]

Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela NR-18, com campo de aplicação


voltado às indústrias da construção. A indústria da construção é definida dentro da seção “F”
do Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), e envolve as atividades e os serviços
de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção
de obras de urbanização, entre outros. É possível encontrar tais informações na NR-4.

PGR [NR-22]

Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela NR-22 com campo de aplicação


voltado às empresas do ramo de mineração superficial ou subterrânea, garimpos, de
beneficiamento de minérios e de pesquisa mineral.

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PCMSO

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional definido pela NR-7, com o objetivo
de preservar e proteger a saúde dos trabalhadores por meio do acompanhamento de sua
condição de saúde.

PCA

Programa de Conservação Auditiva voltado ao gerenciamento da proteção auditiva, por


meio da prevenção ou da estabilização da perda auditiva dos trabalhadores.

PPR

Programa de Proteção Respiratória com foco na seleção, utilização e manutenção correta


dos equipamentos de proteção respiratória.

PPEOB

Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno com foco na adoção de


estratégias que reduzam ou eliminem a exposição ao benzeno, um reconhecido carcinogênico
humano.

A lista apresentada não é exaustiva em termos de programas de segurança e saúde do


trabalho (SST) que a empresa poderá ou deverá adotar em função de suas características e
segmento econômico. Em alguns casos, a empresa poderá adotar de forma adicional outros
programas que ela julgar eficientes para controle da exposição ocupacional, ou definidos pelo
seu sistema de gestão de SST, quando esse existir.

O termo programa também é aplicado para se referir a um conjunto de ações ordenadas, mas
que não são programas dentro do conceito tratado no início e ao longo deste texto. Por
exemplo, é comum usar o termo “programa de treinamento” para denominar um documento

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que contenha informações básicas sobre a condução do treinamento, de seu conteúdo, entre
outros parâmetros, de forma a uniformizar as informações e os assuntos nele tratados, de
modo que ele possa ser replicado a qualquer trabalhador, garantindo o mesmo padrão ao
longo do tempo.

Antes de uma discussão mais detalhada sobre os programas, é importante que o


profissional de segurança do trabalho saiba que um programa é uma ferramenta poderosa
para auxiliar no gerenciamento de SST. No programa, são definidas responsabilidades
referentes a cada ação, e isso permite que outras áreas da empresa sejam engajadas e
responsabilizadas pela segurança, como as áreas de manutenção e supervisão. Além disso,
um programa trabalha com prioridades, fato que permite alocar adequadamente recursos em
situações que são consideradas críticas para SST dentro da empresa, de acordo com alguma
ferramenta utilizada para essa finalidade, e que serão apresentadas neste conteúdo. A
alocação consciente de recursos preserva os recursos financeiros, melhora seu desempenho e
evidencia a importância da área de segurança e saúde do trabalho dentro dos objetivos
econômicos e de mercado da empresa.

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Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR/NR-1)


A NR-1 estabelece a necessidade de um amplo gerenciamento de riscos e define que ele
constitua um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) a ser elaborado por
estabelecimento. O programa contempla fatores de risco de acidentes, biológicos,
ergonômicos, físicos e químicos, preparação para emergências e análise de acidentes e
doenças ocupacionais. Devido à sua extensão, a organização pode optar por realizar a
implementação do PGR por unidade operacional, setor ou atividade. O programa também deve
contemplar ou estar integrado com os demais documentos, planos e programas exigidos pela
legislação de SST, sempre que aplicáveis à empresa. Por exemplo, uma empresa com uma
pequena estrutura pode optar por contemplar todos os programas dentro do PGR; já uma
empresa de grande porte e com diversas unidades e/ou setores, no mesmo estabelecimento,
pode optar por integrar seus planos e programas ao PGR, mas mantendo cada programa ou
plano em documentos distintos. No último caso, o PGR funciona como o programa principal,
estabelecendo diretrizes para o gerenciamento dos demais programas e interligando-os.

O PGR tem uma estrutura mínima normativa composta pelo inventário de riscos e pelo
plano de ação. A elaboração desses documentos, e do próprio programa, deve ser precedida
pelas seguintes etapas:

Levantamento preliminar de perigos

Essa etapa dever ser conduzida sempre que alguma modificação esteja em curso na
empresa. Essa modificação pode envolver alteração ou introdução de novos processos de
trabalho, antes do início das atividades em um setor ou unidade operacional e até mesmo
antes do início das operações em um novo estabelecimento. O objetivo dessa avalição
preliminar é coletar dados suficientes para que a exposição às fontes de perigos sejam
tratadas antes do início de uma operação ou atividade. Sempre que o fator de risco/perigo não
puder ser evitado, ele deve seguir para as próximas etapas.

Identificação de perigos

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Nessa etapa devem ser descritos os perigos, seu potencial de danos à saúde ou à
integridade dos trabalhadores (ou consequências da exposição), a identificação da fonte ou
das circunstâncias envolvidas e a identificação dos trabalhadores expostos. A etapa anterior
referente ao levantamento preliminar pode ser contemplada por essa etapa de acordo com o
texto normativo.

Avaliação e classificação dos riscos

Uma vez que o perigo/fator de risco foi identificado, o passo seguinte é avaliar o nível de
risco de a consequência associada ao perigo se concretizar. Essa avaliação deve ser realizada
considerando a severidade da lesão ou do efeito à saúde, a probabilidade de sua ocorrência e
o número de trabalhadores possivelmente afetados. A norma estabelece alguns requisitos para
essa etapa, como o uso de uma ferramenta adequada para a avaliação de riscos que deve ser
capaz de classificar o risco quanto à prioridade de medidas preventivas ou corretivas.

Construção do inventário de riscos

O inventário de riscos é construído com base nas informações das etapas anteriores e
com alguns dados adicionais previstos em norma, como a descrição do ambiente de trabalho.

Determinação dos controles

Com base nos dados do inventário de riscos, os controles são estabelecidos sempre
respeitando a hierarquia de controle de acordo com a NR-1 ou com alguma outra norma
regulamentadora que trate do fator de risco avaliado. A hierarquia de controle estabelece a
necessidade da adoção, nessa ordem, de medidas de proteção coletivas, de medidas
administrativas ou de organização do trabalho e de equipamentos de proteção individual
(EPIs).

Elaboração do plano de ação

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À medida que os controles são determinados, as ações a serem realizadas são definidas.
As ações devem ser descritas em um plano de ação contemplando, segundo a NR-1, um
cronograma e as formas de acompanhamento e de aferição dos resultados.

As etapas apresentadas podem ocorrer concomitantemente em toda a empresa em


função de como o PGR está organizado. Por se tratar de um programa, a aplicação dessas
etapas pode ser reaplicada a qualquer momento, de modo que ajustes sejam realizados no
plano de ação com foco preventivo ou corretivo. Uma discussão mais detalhada sobre a
avaliação de riscos, o inventário e o plano de ação será tratada ao longo do texto.

Quando diversas organizações se reúnem para executar determinadas etapas ou


atividades, a NR-1 define critérios para contratantes e contratadas. Uma empresa contratante
é a empresa que necessita de um serviço, mas não conta com pessoal capacitado ou não tem
interesse em realizá-lo, embora necessite. Por exemplo, uma empresa de teleatendimento
pode contratar uma empresa de limpeza para realizar a higienização de suas instalações.
Nessa relação entre as empresas, a empresa de teleatendimento é a contratante e a empresa
de limpeza é a contratada.

O PGR das contratantes pode incluir as medidas preventivas necessárias às contratadas


para realização ou prestação de serviços, além disso, a contratante deve informar os fatores
de risco inerentes às suas atividades a que possam estar expostos os funcionários das
empresas prestadoras de serviços. Do mesmo modo, as organizações contratadas devem
fornecer seu inventário de riscos, como as situações pertinentes à organização contratante, de
modo que medidas preventivas e adequações sejam realizadas quando necessário.

Além dos pontos discutidos, o texto da NR-1 traz algumas informações importantes sobre
o programa, como seu foco, a gestão dos registros, o tempo máximo para reavaliação e sua
relação com a NR-7. São eles:

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O programa, conforme definido em norma, contém foco preventivo e não deve


ser utilizado para avaliação de insalubridade e periculosidade. Por exemplo, se
determinada atividade é insalubre devido à exposição ao ruído intermitente, isso
deve ser tratado em laudos de insalubridade, enquanto o PGR preocupar-se-á
em determinar as medidas preventivas necessárias para reduzir ao máximo a
possibilidade de perda auditiva.

As empresas nas quais houver um sistema de gestão de SST, como aqueles


baseados na ISO 45001 ou em outro padrão, poderão contemplar o PGR dentro
de seus sistemas, desde que cumpram todos os requisitos da NR-1 relativos ao
programa e àqueles previstos nos demais dispositivos legais de SST.

Uma avaliação geral de riscos do PGR deve ocorrer a cada dois anos. Empresas
com sistemas de gestão de SST (p.ex. ISO 45001) certificados podem realizar
essa avaliação a cada três anos. Esses prazos são apenas um limite; sempre
que necessário ou conforme o planejamento, a empresa deve realizar avaliações
de risco.

As atualizações do PGR e os documentos a ele relacionados devem ser


mantidos por um prazo mínimo de 20 anos, salvo algum outro dispositivo legal
que exija um tempo maior de guarda.

O controle da saúde dos trabalhadores, que também é um indicador da eficácia


das medidas de preventivas do PGR, deve ser um processo contínuo e
planejado seguindo os preceitos da NR-7.

Evidentemente, o PGR deve ser construído dentro do princípio da melhoria contínua. Se


determinada empresa não conta com uma gestão de seus riscos ou não atende itens
normativos aplicáveis, a elaboração do PGR pode representar o primeiro passo na direção da
correção de desvios básicos. Conforme os desvios são sanados e a organização amadurece
no campo de SST, o programa pode evoluir para objetivos maiores.

Identificação de perigos/fatores de risco

A identificação de perigos deve contemplar, como já mencionado, os perigos, seu


potencial de danos à saúde ou à integridade dos trabalhadores (ou consequências da
exposição), a identificação da fonte ou das circunstâncias envolvidas e a identificação dos
trabalhadores expostos. Como uma parte desse levantamento é realizado em campo, é útil
coletar um número maior de informações que serão usadas nas etapas posteriores.

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Clique no botão a seguir para realizar o download de um modelo genérico de ficha de


campo para essa etapa.

Ficha de campo (objetos/levantamento.xlsx)

Para alguns fatores de risco, como vibração de mãos e braços e vibração de corpo inteiro,
pode ser necessária uma avaliação preliminar mais extensa. Esse tipo de avaliação preliminar
estará ligado aos Anexos da NR-9 e aos relatórios gerados pelas avaliações da exposição. A
etapa de identificação de perigos pode ser utilizada também como parâmetro para
continuidade dessas investigações.

Avaliação de riscos

A avaliação dos riscos associados aos perigos/fatores de risco visa determinar qual é a
probabilidade de que ocorra um prejuízo à integridade ou à saúde dos trabalhadores. O
resultado dessa avaliação determinará o nível de risco, ou indiretamente, a prioridade da ação
de controle frente a todos os perigos analisados. A condução de uma avaliação de riscos
padronizada fornece uma estrutura sólida sobre a qual todo o gerenciamento se desenvolverá
e auxilia na tomada de decisão sobre situações nas quais o nível de risco pode não ser
prontamente definido.

Pode-se dividir a avaliação de riscos em duas etapas básicas: coleta de dados sobre a
exposição e aplicação de uma ferramenta de priorização para determinar o nível de risco. A
coleta de dados envolve as informações da etapa de identificação de perigos, que são
qualitativas, e essa coleta pode também ser complementada por dados de avaliação
quantitativa quando disponíveis. Com os dados em mãos, pode-se aplicá-los a uma ferramenta
de priorização que deve levar em conta, no mínimo, a severidade das consequências e a
probabilidade da ocorrência do dano. Como resultado desse processo, chega-se ao nível de
risco (ou prioridade ou categoria, conforme o método).

A aplicação de ferramentas de priorização não é algo novo na área de SST e existem


muitas opções na literatura técnica. Quando determinado método pode ser aplicado a uma
gama grande de perigos ou fatores de risco, a ferramenta tende a ser genérica; por outro lado,
quando o método se propõe a abordar situações ou agentes específicos, ele, via de regra,
fornece dados mais robustos sobre o nível de risco.

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É importante que as ferramentas escolhidas para priorização incluam critérios qualitativos e, se


possível, quantitativos, quando aplicáveis. A maioria das abordagens de segurança iniciam
como uma avaliação qualitativa das condições de exposição para depois evoluir para uma
avaliação quantitativa.

Os métodos apontam mais do que apenas o nível de risco ou sua categoria, eles definem
a necessidade e o tipo de ação de controle e, às vezes, determinam a necessidade de coleta
de mais dados ou a necessidade de avaliação quantitativa de fatores de risco e a frequência
do monitoramento.

A NR-1 indica que é função da organização determinar as ferramentas adequadas para a


definição de prioridades. Entretanto, a norma exige que sejam consideradas, além da
severidade e da probabilidade, o número de trabalhadores expostos e a magnitude de
acidentes, com peso maior para acidentes ampliados. Um acidente ampliado é aquele que
pode resultar em danos a um grupo de trabalhadores, à população ou ao meio ambiente. A
probabilidade de ocorrência, segundo a NR-1, deve levar em conta os requisitos estabelecidos
em normas regulamentadoras, as medidas de prevenção implementadas (ou controles
técnicos), as exigências da atividade de trabalho e a comparação com os parâmetros de
exposição estabelecidos pela NR-9.

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Exemplo

A seguir, são apresentadas duas situações nas quais há itens normativos que tratam das
irregularidades descritas. Cada uma das situações é analisada em três passos: Definição
da irregularidade, apresentação de texto normativo relacionado e considerações sobre a
avaliação. As situações apresentadas são apenas ilustrativas e o texto normativo pode
apresentar outros requisitos relacionados, mas não mencionados.

Situação 1
Passo 1: Em um levantamento detalhado das máquinas usadas na empresa, o técnico
constatou que uma dessas máquinas estava com elementos de transmissão de força
desprotegidos, oferecendo um risco de contato do operador com esses elementos. O
contato pode resultar em tracionamento de membros em direção aos elementos de
transmissão de força e provocar esmagamento e/ou amputação de membros.

Passo 2: Antes da aplicação de qualquer ferramenta de avaliação de risco, é necessário


que a norma relacionada seja consultada para a identificação de algum requisito
relacionado. Nesse caso, a norma é a NR-12. Veja um trecho da NR-12 que trata sobre
essa situação:

12.5.9 As transmissões de força e os componentes móveis a elas interligados, acessíveis


ou expostos, desde que ofereçam risco, devem possuir proteções fixas, ou móveis com
dispositivos de intertravamento, que impeçam o acesso por todos os lados.

Passo 3: Na aplicação da ferramenta de avaliação de risco, deve ser considerada, além


dos dados levantados na identificação de perigos/fatores de risco, a condição atual sobre
o não atendimento do item 12.5.9 para a definição da probabilidade de ocorrência de um
acidente. Além disso, independentemente do que apontar a ferramenta de avaliação de
risco, o atendimento ao item normativo é imperativo, devendo este entrar,
obrigatoriamente, no plano de ação. Se for constatada uma situação de risco iminente
para acidentes graves, pode ser necessário paralisar a atividade com o equipamento até
que ações sejam tomadas.

Exemplo de um sistema de proteção de elementos de transmissão de força: A imagem a


seguir apresenta um sistema de transmissão de força utilizando uma corrente de
transmissão devidamente protegida por um sistema de proteção fixa (grades) na cor

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amarela.

Fonte: <https: //tagliabrasil.com.br/sistema-de-protecao-em-maquinas-perigosas>.

Situação 2:
Ponto 1: Considere que em uma obra de ampliação executada em empresa terceira, a
situação de trabalho em andaime encontrada foi a apresentada na imagem a seguir:

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Fonte: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/08/pedreiro-cai-de-estrutura-de-andaime-
em-obra-no-bairro-do-retiro.html>.

Passo 2: A consulta à NR-18 revela diversos itens em relação a andaimes, dentre os


quais:

18.12.1 Os andaimes devem atender aos seguintes requisitos:

d) possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, conforme subitem


18.9.4.1 ou 18.9.4.2 da NR-18, com exceção do lado da face de trabalho;

e) possuir sistema de acesso ao andaime e aos postos de trabalho, de maneira segura,


quando superiores a 0,4 m (quarenta centímetros) de altura.

18.12.5 A superfície de trabalho do andaime deve ser resistente, ter forração completa, ser
antiderrapante, nivelada e possuir travamento que não permita seu deslocamento ou
desencaixe.

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Passo 3: No caso em análise, não precisa ser conduzida nenhuma avaliação de risco a
fim de determinar a possibilidade de queda de um empregado nesse andaime, pois a
forma como a atividade é conduzida não atende minimamente às condições previstas pela
NR-18 e a possibilidade de queda é flagrante e iminente. Nessa situação, a atividade deve
ser suspensa e permanecer desse modo até que a situação seja corrigida.

A escolha da ferramenta a ser utilizada depende também da experiência do responsável


por essa definição, é melhor trabalhar com ferramentas as quais já se está acostumado ou que
se acredita serem adequadas para o desafio encontrado. Quando há a opção por mais de uma
ferramenta, normalmente é realizada uma divisão de fatores de risco em cada uma delas. Para
os fatores de risco ergonômicos, são utilizados métodos de avaliação específicos que
envolvem a situação em análise: por exemplo, há métodos para trabalhadores que içam ou
baixam cargas sem descolamento horizontal, há métodos para trabalhadores que puxam
cargas, há métodos para trabalhos que envolvam movimentos repetitivos com as mãos, entre
outros. Independentemente do número de ferramentas utilizadas, é importante que o resultado
delas seja tratado sobre uma mesma escala de prioridades. Os métodos para fatores de risco
biológicos, físicos e químicos normalmente estão focados na comparação com padrões de
exposição ou na avaliação qualitativa da condição de exposição. Os métodos para acidentes
envolvem diretamente uma avaliação de severidade, probabilidade e frequência da exposição.
É importante destacar que a discussão sobre os métodos de avaliação não é exaustiva, e
diversas maneiras de conduzir uma avaliação podem ser encontrados.

Como o resultado da avaliação de riscos faz parte do inventário de riscos e este é usado
para elaborar os planos de ação, é interessante manter uma documentação sobre os métodos
empregados. A documentação pode ser inclusa no próprio documento do inventário ou estar
em outro documento; a última opção pode ser mais adequada, uma vez que o método é uma
parte que poderá passar por pequenas alterações ao longo do tempo, diferente do inventário
de riscos, que está sujeito a alterações frequentes.

A aplicação de ferramentas não substituiu a avaliação técnica do profissional prevencionista.

Entre alguns dos motivos da importância do profissional prevencionista na avaliação


pode-se destacar:

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Nenhuma ferramenta será capaz de avaliar a totalidade das situações que


poderão ser encontradas nos ambientes de trabalho.

Empresas que estão em seus primeiros passos no gerenciamento de riscos


tenderão a ter muitas situações críticas indicadas pelo método/ferramenta, e
caberá ao profissional realizar uma avaliação das prioridades nesse caso.

A ferramenta pode acabar super ou subdimensionando um nível de risco.

Dados quantitativos, antes de serem utilizados na ferramenta de avaliação,


devem ser validados quanto à sua representatividade, pois a maioria dos
métodos não trabalha com o critério de incerteza de dados quantitativos.

Há situações de longa latência que o método pode não controlar, como o


desenvolvimento de doenças ocupacionais, um processo normalmente de médio
e longo prazo.

A seguir, serão apresentados alguns métodos de avaliação disponíveis na literatura de


SST. Os métodos podem ser aplicados a um grupo de fatores de risco ou a todos os fatores de
risco, conforme as peculiaridades de cada um.

Método 1 – Priorização de riscos conforme ICMM (Para


riscos químicos e físicos)
O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) publicou em seu Guia de Boas
Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional duas metodologias, uma qualitativa e
outra quantitativa. A ferramenta quantitativa tem esse nome porque usa uma escala numérica
para priorização e a qualitativa não usa.

A metodologia utiliza dados de intensidade, frequência e duração da exposição para


definir o nível de exposição, e reforça que dados de avaliações quantitativas devem seguir
uma correta estratégia de amostragem para garantir sua representatividade. As avaliações da
exposição podem ser de dois tipos: qualitativa indireta e quantitativa direta; o fluxograma da
figura 1 apresenta uma orientação de quando aplicar cada caso.

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Figura 1 – Fluxograma de determinação do tipo de avaliação


Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional
(ICMM, 2016).

A avaliação qualitativa indireta usa dados de avaliações quantitativas anteriores junto


com a coleta de dados em campo e na revisão de documentos. A avaliação quantitativa direta
é aplicada quando se deseja determinar o mecanismo de controle (se ele depender do nível de
exposição), se surgirem dúvidas a respeito do atendimento aos padrões legais, se exposições
excessivas resultarem efeitos graves à saúde, se há uma determinação legal, entre outros.

Durante a aplicação da metodologia de priorização, algumas perguntas devem ser


respondidas de forma a subsidiar o uso da ferramenta. São elas:

a. Os níveis de exposição são de forma estáveis, altos ou baixos?

b. Há controles em uso? Eles são eficazes?

c. Há programas ou padrões destinados a monitorar a eficácia dos controles?

d. Os trabalhadores estão familiarizados aos controles, incluindo o seu


desempenho e suas limitações?

e. É feita a revisão dos registros de manutenção e inspeção dos controles?

Durante essa avaliação de campo, é importante realizar as seguintes ações:

Verificar quais condições ambientais ou de tarefas podem elevar a exposição

Conversar com empregados para definir seu nível de entendimento sobre os


riscos e os perigos existentes

Incluir na análise todas as situações de exposição, de rotina e intermitentes e


aquelas que possam estar ligadas às demandas de produção

Considerar eventos não previstos, mas possíveis de ocorrer, como parada de


produção ou qualquer outro tipo de interrupção, como fonte potencial para
exposições acidentais

Verificar se existem e são adequados os planos para emergências médicas

Considerar na avaliação os empregados que estão em áreas próximas, mas que


realizam atividades diversas

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Uma vez que todos os dados foram coletados, seja por perigo, por grupo homogêneo de
exposição ou por tarefa, é possível analisar a incidência e a gravidade dos efeitos à saúde,
categorizar o risco e priorizar controles. Para isso, podem ser usadas duas abordagens, uma
qualitativa e outra quantitativa. Na primeira, a exposição é classificada apenas como baixa,
moderada ou alta, isso não é muito útil para priorizar ações, mas é uma ferramenta útil para
realizar uma avaliação qualitativa da condição atual e, então, definir quais situações ou
exposições devem ser avaliadas de modo mais detalhado. A avaliação quantitativa emprega
uma equação matemática para categorizar risco e utiliza a severidade e o tempo de exposição
para definir a categoria do risco.

Abordagem qualitativa

A tabela 1 apresenta a abordagem qualitativa proposta pelo guia.

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Faixa do
Classificação Categoria
limite de Definição Abordagem
da exposição do risco
exposição

Contato frequente com o


perigo potencial em
pequenas Supervisão
concentrações/intensidades
ou contato infrequente com
o perigo potencial em Não
concentrações/intensidades
Menos de necessita de
moderadas. É frequente a
50% do
exposição que fica 10% controles
limite de
abaixo do limite de
exposição específicos (ou
exposição e é infrequente a
ou abaixo
exposição que alcança ou de novos
Baixa do nível de C
ultrapassa 10% do limite de
ação, se controles).
exposição, mas que chega
ele for
a menos de 50% do limite.
definido Inspeções de
As exposições estão abaixo
de outra
do limite de exposição ou rotina são
maneira
são bem controladas;
ultrapassar o limite de necessárias,
exposição é improvável e é assim como
provável que esse nível de
exposição não cause verificações.
nenhum ou cause poucos
efeitos de saúde adversos.

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Faixa do
Classificação Categoria
limite de Definição Abordagem
da exposição do risco
exposição

Controle

Contato frequente com o Monitorar e


perigo potencial em
concentrações/intensidades inspecionar
moderadas ou contato controles para
infrequente com o perigo
potencial em garantir que a
concentrações/intensidades exposição
moderadas. É frequente a
Entre 50%
exposição que alcança ou permaneça
(ou abaixo
ultrapassa 10% do limite de
do nível de abaixo do limite
exposição e é infrequente a
ação se
exposição que alcança ou de exposição.
ele for
ultrapassa 50% do limite de
Média definido B
exposição, mas que chega
de outra É
a menos de 100% do limite.
maneira) e
As exposições estão no
100% do necessário
limite de exposição ou são
limite de
controladas nesse nível. monitorar a
exposição
Existe o potencial de
ultrapassar o limite de exposição.
exposição, e isso pode
causar efeitos de saúde
É
adversos em alguns
trabalhadores, por necessário
exemplo, em grupos
vulneráveis. vigilância médica
dos
trabalhadores.

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Faixa do
Classificação Categoria
limite de Definição Abordagem
da exposição do risco
exposição

Intervenção
Contato frequente com o
perigo potencial em
concentrações/intensidades Realizar
altas ou contato infrequente
com o perigo potencial em uma intervenção
concentrações/intensidades para reduzir a
muito altas. É frequente a
Maior que exposição que alcança ou exposição abaixo
100% do ultrapassa 100% do limite
Alta A do limite de
limite de de exposição. As
exposição exposições estão acima do exposição.
limite de exposição e/ou
não são controladas para
ficar dentro do limite. É O controle
provável que elas causem
pode ser
efeitos adversos na maioria
dos trabalhadores expostos identificado como
em curto ou longo prazo.
crítico.

Tabela 1 – Matriz de avaliação qualitativa


Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional
(ICMM, 2016).

Abordagem quantitativa

Nessa abordagem, o nível de risco é obtido pela multiplicação de três parâmetros:


consequência, probabilidade de ultrapassar o limite de exposição e período de exposição.
Cada um dos parâmetros contém valores de referência. O resultado desse produto é utilizado
como entrada para a classificação de riscos. As tabelas a seguir apresentam os valores
possíveis de cada parâmetro e a classificação do risco.

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Fator de risco Valor

Ultrapassa continuamente 10

Intermitentemente 6
Possibilidade de
Incomum, mas possível 3
ultrapassar o limite de
exposição
Apenas o minimamente possível 1

Concebível, mas muito


0,5
improvável

Contínuo durante um turno de 8


10
horas

Contínuo de 2 a 4 horas por turno 6

Contínuo de 1 a 2 horas por turno 3


Período de exposição
Curtos períodos de tempo
2
(algumas vezes por mês)

Incomum (algumas vezes por


1
ano)

Raro (uma vez por ano) 0,5

Uma ou mais fatalidades 100

Prejuízo/debilidade considerável
50
de caráter permanente

Doença grave/ausência por mais


15
de 14 dias
Consequência
Doença significativa/ausência
7
entre 7 e 14 dias

Doença menos
significativa/ausência por até 7 1
dias

Tabela 2 – Parâmetros da avaliação quantitativa


Fonte: Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016).

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Risco Classificação do
Medida
calculado risco

Considerar
400 e acima Risco intolerável
descontinuação

200-399 Risco muito alto Ação imediata

70-199 Risco alto Correção necessária

20-69 Risco potencial Atenção necessária

Menos de 20 Risco moderado Monitorar

Tabela 3 – Classificação do risco


Fonte: Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016).

Para auxiliar na definição das consequências ou na gradação, pode-se utilizar um


conceito apresentado no próprio guia, mas que não está diretamente relacionado à tabela 2 no
texto. O guia define quatro níveis de risco que poderiam ser relacionados às últimas quatro
linhas da tabela 2, auxiliando em uma definição mais clara da pontuação, mas mantendo a
mesma pontuação e a mesma condição de fatalidade. Os dados são apresentados na tabela 4.

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Nível
Efeito à
de Definição
saúde
risco

Efeitos de saúde adversos que normalmente


são permanentes e podem levar a uma redução
significativa da qualidade de vida e/ou
Significativo
4 longevidade do trabalhador. É provável que a
e grave
exposição contínua resulte em uma deficiência
física ou mental ou doença limitadora em longo
prazo.

Efeitos de saúde adversos que são


permanentes, mas não afetam
significativamente a qualidade de vida ou a
3 Adverso longevidade do trabalhador. Efeitos de saúde
que são ligeiramente limitadores ou
incapacitantes e que, portanto, podem levar a
uma mudança de profissão ou de estilo de vida.

Efeitos de saúde reversíveis que não trazem


2 Reversível
ameaça à vida.

É improvável que a exposição neste nível leve


1 Reduzido
a um dano.

Tabela 4 – Níveis de risco em função do efeito à saúde


Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional
(ICMM, 2016).

Método 2 – Avaliação para riscos biológicos


Uma das metodologias para classificação de riscos biológicos com potencial de causar
infecção é a adotada pelo órgão de segurança do trabalho espanhol, mais conhecido pela sigla
INSHT (Instituto Nacional para a Saúde e a Segurança no Trabalho). A metodologia é voltada,
principalmente, às atividades nas quais não existe uma intenção deliberada de se trabalhar
com os agentes biológicos, ou seja, eles fazem parte do trabalho devido às características da
atividade. Por exemplo, nas atividades de coleta de lixo não existe a intenção de exposição
deliberada, mas ela existe; já em atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico
microbiológico, a manipulação do agente é proposital. Assim, por exemplo, o método pode ser
aplicado em atividades:

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Envolvendo isolamento hospitalar

Com contato com efluentes líquidos ou resíduos

Que promovam contato com animais e seus produtos

Desenvolvidas na produção industrial de alimentos

Da agroindústria

Envolvendo o saneamento básico

Rotineiras de laboratórios clínicos e veterinários

Os níveis de risco, segundo o método, são definidos com base no perigo associado ao
agente biológico e na possibilidade de exposição a ele. O perigo é avaliado por meio de um
parâmetro chamado grau de risco, que varia entre 1 e 4. O valor do grau de risco é
determinado pela pior condição do agente biológico no que ser refere ao seu potencial de
infectividade e de propagação e na existência de métodos preventivos. A tabela 5 apresenta
essa classificação.

Grupo
Risco de Medidas
de Risco de infectividade
propagação preventivas
risco

Pouco provável, que cause Sem


1 Nenhum risco
uma enfermidade. necessidade

Pode causar uma


enfermidade. Pode Pouco
2 Existem
representar um perigo aos provável
trabalhadores.

Pode causar uma


enfermidade grave.
3 Provável Existem
Acredita-se ser um sério
perigo aos trabalhadores.

Provocam uma
enfermidade grave.
4 Elevado Inexistente
Acredita-se ser um sério
perigo aos trabalhadores.

Tabela 5 – Grau de risco


Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009).

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O próximo passo, após definir o grau de risco, é avaliar a possibilidade de exposição.


Essa avaliação considera a geração de aerossóis com contaminantes biológicos, o tempo de
exposição e a quantidade de material com presença do agente manipulada. A tabela 6
apresenta um padrão para esse tipo de avaliação e a pior condição deve ser considerada para
definição da possibilidade de exposição.

Exemplos de
atividades
potenciais
Possibilidade
Parâmetro Condição (atividade
de exposição
apenas para
referência
didática)

Insignificante ou
Geração de
moderada, mas
bioaerossóis Clínicas
esporádica
veterinárias,
indústrias
Baixa Frequência Menor que 20%
alimentícias,
de contato da jornada
laboratórios de
análises clínicas
Quantidade
Pequena
manipulada

Moderada, mas
Geração de intermitente ou
bioaerossóis elevada, mas Manutenção de
esporádica sistemas de
ventilação, manejo
Média
Frequência Menor que 75% de animais,
de contato da jornada atividades
agrícolas
Quantidade
Média
manipulada

Moderada, mas
Geração de
contínua ou
bioaerossóis Trabalho com
elevada resíduos urbanos,
tratamento de
Alta Frequência Maior que 75%
efluentes,
de contato da jornada
manipulação de
cereais
Quantidade
Elevada
manipulada

Tabela 6 – Possibilidade de exposição


Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009).

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Conhecendo o grau de risco e a possiblidade de exposição, é possível definir o nível de


risco. A tabela 7 apresenta o nível de risco como o resultado de um cruzamento entre as
informações das tabelas 5 e 6. A tabela 8 apresenta as conclusões.

Grau de risco

1 2 3 4

Baixa 1 2 3 4

Possibilidade de exposição Média 1 3 3 4

Alta 1 3 4 4

Tabela 7 – Nível de risco


Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009).

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Nível
de Conclusão Ação possível
risco

O risco de infecção é
insignificante e
Minimizar a formação de aerossóis.
nenhuma alteração
Reduzir a frequência de contato.
1 nos controles é
Fornecer EPIs.
necessária, exceto
Disponibilizar locais para higienização.
para possibilidade de
exposição alta.

Analisar a substituição do agente


biológico se o contato for deliberado.
Modificar o processo para reduzir a
emissão de bioaerossóis. Alterar a
É necessário adotar forma dos materiais para reduzir a
medidas preventivas formação de bioaerossóis. Definir
2
o mais rápido procedimento de limpeza do ambiente
possível. de trabalho. Estabelecer protocolos de
vigilância de saúde e, se possível,
incluir o trabalhador em um programa
de imunização. Fornecer EPIs e
monitorar seu uso.

Medidas inclusas no nível de risco 2


mais: Enclausurar o processo. Utilizar
equipamentos voltados à
biossegurança. Estabelecer programas
de manutenção preventiva em todas as
É necessário adotar instalações. Estabelecer programas de
3 medidas corretivas o desinfecção e controle de pragas.
mais rápido possível. Definir mecanismos de coleta e
descarte de materiais contaminados.
Reduzir a exposição, limitando o
número de trabalhadores expostos.
Definir mecanismos de higiene pessoal
antes das refeições e ao final do turno.

É necessário adotar Medidas inclusas no nível de risco 3 e


4 medidas corretivas adoção de rígidos padrões de
imediatamente. contenção do agente biológico.

Tabela 8 – Condição da exposição e controles

Para agentes biológicos que não contêm potencial infeccioso, mas que podem causar
alergias ou que apresentam efeitos tóxicos, uma análise semelhante pode ser conduzida.
Nesse caso, os agentes são classificados da seguinte maneira:

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Grupo
de Efeito Exemplos
risco

Compostos voláteis liberados por


fungos. Poeiras orgânicas de origem
I Nocivo ou irritante
animal ou vegetal com potencial para
causar irritação dérmica.

Tóxico ou
Endotoxinas bacterianas e estruturas
II sensibilizante
ou compostos vegetais.
dérmico

Muito tóxico ou Algumas micotoxinas e agentes com


III sensibilizante potencial para causar pneumonite por
respiratório hipersensibilidade.

IV Cancerígeno Algumas micotoxinas.

Tabela 9 – Grupo de risco para agentes não infeciosos

Utilizando os mesmos parâmetros da tabela 7, o nível de risco para agentes não


infecciosos, mas com potencial tóxico ou de causar alergias, é apresentado na tabela 10. As
medidas de controle seguem os mesmos conceitos daquelas apresentadas na tabela 8.

Grau de risco

I II III IV

Baixa 1 1 2 4
Possibilidade
Média 1 2 3 4
de exposição
Alta 2 3 4 4

Tabela 10 – Nível de risco


Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009).

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Avaliação ergonômica
A avaliação ergonômica para definição de prioridades está fortemente ligada ao tipo de
atividade realizado e ao perigo associado. Há uma variedade de métodos que buscam analisar
apenas situações específicas de trabalho. Por exemplo, para um trabalhador que executa
movimentos repetitivos com as mãos em uma linha de desossa de frango, podem ser
aplicados métodos que analisam apenas esse tipo de movimento. Por outro lado, há métodos
globais que avaliam uma série de situações, mas que produzem resultados nada específicos.
Esse equilíbrio entre o campo de aplicação e a solidez do resultado deve ser alvo de análise
crítica do profissional a fim de determinar qual o método é mais adequado; não raro, mais de
um método pode ser utilizado quando são conduzidas avaliações de diversos postos de
trabalho, cada um com uma característica.

Um ponto fundamental em qualquer avaliação ergonômica é entender as limitações do método


aplicado para garantir que os resultados obtidos estejam dentro de situações cobertas pelo
método.

Além disso, a avaliação ergonômica ou o resultado pode ser impactado por questões
relacionadas à idade do funcionário, à sua predisposição a lesões, à sua experiência na
atividade, ao ambiente, entre outros. Essas ponderações sobre a escolha do método e suas
limitações e os interferentes da avaliação são melhor conduzidos por um profissional com
formação em ergonomia. A figura 2 apresenta uma estrutura para a definição do método de
análise e as considerações decorrentes, mas ela não é exaustiva.

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Figura 2 – Fluxograma possível para seleção da ferramenta de avaliação ergonômica


Fonte: adaptado de A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures (AIHA,
2015).

A maioria dos métodos de avaliação ergonômica estabelece entre três ou quatro


categorias de risco, tais como: seguro, risco elevado e risco extremo. Na categoria segura,
nenhuma ação para controle precisa ser adotada, mas a monitoramento das condições de
exposição deve ser estabelecido; na categoria de risco elevado, medidas para evitar lesões
devem ser adotadas no curto prazo; e na categoria de risco extremo, uma ação imediata se faz
necessária para controlar a situação.

Quando um risco é considerado elevado, normalmente são aplicados controles


administrativos, como rodízio de trabalhadores, com a intenção de que haja variação do tipo de
movimento realizado, modificações nas taxas de produção, limitação na massa ou na
quantidade de cargas movimentadas e pausas para descanso. Medidas de engenharia são
adequadas quando a categoria é de risco extremo. Essas medidas podem incluir alteração dos
meios de preensão, sistemas de sustentação parcial de ferramentas ou equipamentos, ajustes
de assentos ou do mobiliário do trabalho, entre outros.

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É importante destacar que muitas situações de exposição a fatores de risco ergonômicos,


principalmente aquelas relacionadas à ergonomia física, não exigem em uma primeira
abordagem o uso de uma ferramenta complexa. Muitos pontos podem ser definidos como
críticos pela simples inspeção de uma atividade ou com o uso de algum padrão de
comparação (como aquele apresentado na tabela 11), mas é necessário argumentar
tecnicamente nesse sentido. Para as demais situações ou para aquelas para as quais não está
clara a criticidade da tarefa, os métodos de avaliação constituem uma ferramenta útil.

Frequência
Área do corpo (movimentos por Agravantes
minuto)

Exigência de força ou postura


Ombro Maior que 2,5 extrema, velocidade e
elevada carga estática

Falta de treinamento, altas


Braço/cotovelo Maior que 10 demandas de produção, falta
de controle

Atividade com longa duração


Antebraço/pulso Maior que 10 ou repetidas diversas vezes
na jornada

Dedos Maior que 200 *

Tabela 11 – Atividades repetitivas de risco alto para determinadas áreas do corpo.


Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management: a Practical Approach
(Reese, 2016).

Avaliação de acidentes
Existem diversas ferramentas para priorização de situações que envolvem fatores de
risco de acidentes. Normalmente, essas ferramentas também podem ser aplicadas a outros
fatores de risco, mas corre-se o risco de não cobrir uma boa parte das situações devido ao seu
caráter genérico. Uma das ferramentas que podem ser utilizadas é aquela que está
apresentada no documento Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, uma
publicação da AIHA (American Industrial Hygiene Association).

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A AIHA estabeleceu uma análise qualitativa baseada em uma matriz de risco que leva em
conta a severidade de uma lesão e a probabilidade de sua ocorrência. Ambos os parâmetros
definem nível de risco. Assim como nas demais ferramentas, é possível priorizar controles e
alocar adequadamente recursos. A determinação do nível de risco e do tipo de controle
necessário pode ser obtida pela aplicação sequencial das seguintes tabelas:

Probabilidade de
Definição
ocorrência

Frequente Probabilidade de ocorrer repetidas vezes

Provável Probabilidade de ocorrer várias vezes

Ocasional Probabilidade de ocorrer algumas vezes

Remoto Não é provável que ocorra

Muito improvável, pode-se assumir que a


Improvável
exposição não ocorre

Tabela 12 – Probabilidade de ocorrência


Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012).

Severidade ou
Definição
consequência

Primeiros socorros ou tratamento médico


Negligenciável
simples

Marginal Lesões leves ou perda do dia de trabalho

Incapacidade temporária maior que três


Crítica
meses

Catastrófica Morte ou incapacidade permanente

Tabela 13 – Severidade do dano


Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012).

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Severidade ou Consequência

Probabilidade de
ocorrência/exposição
em um tempo Negligenciável Marginal Crítica Catastrófica
determinado ou
atividade

Frequente Médio Sério Alto Alto

Provável Médio Sério Alto Alto

Ocasional Baixo Médio Sério Alto

Remoto Baixo Médio Médio Sério

Improvável Baixo Baixo Baixo Médio

Tabela 14 – Nível de risco


Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012).

Nível de
Definição
risco

Risco aceitável, aplicação de medidas de controle a


Baixo
critério do avaliador

Médio Adotar medidas corretivas o mais breve possível

Sério Prioridade alta para adoção de medidas de controle

Atividade não permitida na situação atual. Suspensão da


Alto
atividade e correção

Tabela 15 – Controles de acordo como nível de risco


Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012).

Durante a aplicação do método, é importante considerar a existência de requisitos legais


e a existência de atividades críticas para segurança, como o trabalho em altura e o trabalho
em espaço confinado. Problemas que não apresentam uma severidade elevada, mas são
comuns e frequentes/prováveis, também devem ser cuidadosamente analisados.

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Matriz de risco de uso geral


Em alguns casos, em especial para empresas de pequeno porte, uma única ferramenta
de avaliação de risco pode ser mais efetiva do que o uso de várias metodologias. Isso é
importante, principalmente, quando não há profissionais de SST dentro da empresa, e assim o
entendimento de uma única ferramenta de linguagem mais simples e direta é mais adequada.
Apenas uma metodologia pode ser aplicada se o profissional de SST entender que ela é
adequada à maioria das situações que ocorrem na empresa, sendo os casos não atendidos
por ela extremamente reduzidos e podendo, na sua ocorrência, ser tratados à parte.

As tabelas a seguir apresentam um exemplo de matriz geral para classificação de risco,


com uma abordagem quantitativa, dada pelo produto da severidade e da frequência. Ao final,
um exemplo de aplicação é apresentado. Quando apenas uma ferramenta é utilizada, pode ser
útil realizar a sua aplicação após o levantamento de todas as situações de exposição aos
perigos, pois isso evita que situações com níveis de risco realmente diferentes sejam
colocadas no mesmo patamar de forma equivocada. Por exemplo, um trabalho a um nível de
ruído sem proteção de 87 dB(A) não pode ter a mesma classificação de um trabalho realizado
a cinco metros de altura sem nenhuma proteção. Esse último, necessariamente, deve
apresentar um nível de risco ocupacional e prioridade de controle maiores.

Categoria Denominação

10 Chances remotas de ocorrência

Improvável (evento sob controle com existência de meios


20
de proteção)

Possível (evento teoricamente possível, porém sem


30
registros)

Houve pelo menos um evento na empresa nos últimos


40
cinco anos

Tabela 16 – Categoria de frequência/Probabilidade.

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DANO EM PESSOAS

Gravíssimo
Fatalidade ou lesões que gerem
impacto irreversível à saúde ou
5
levem à morte. Acima de 10 pessoas
envolvidas.

Fatalidade ou lesões que gerem


impacto irreversível à saúde ou
4
Grave
levem à morte. Até 10 pessoas
envolvidas.

Lesões moderadas que gerem


Moderado
Categoria de

restrição de atividade, afastamento


Severidade

3
com impacto reversível. Acima de 10
pessoas envolvidas.

Lesões moderadas que gerem


restrição de atividade, afastamento
2
com impacto reversível. Até 10
Leve

pessoas envolvidas.

Sem danos ou com lesões leves,


com primeiros socorros e sem
Levíssimo

afastamento ou restrição de
1 atividades. Entre 1 e 10 pessoas
envolvidas (caso o evento levíssimo
envolva mais de 10 pessoas,
considerar como leve).

Tabela 17 – Categoria de severidade

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Frequência/Probabilidade

10 20 30 40

Gravíssimo
Não Não Não
5 Moderado
tolerável tolerável tolerável

Não Não
4 Tolerável Moderado
Grave

tolerável tolerável
severidade
Categoria

Moderado

Não
3 Tolerável Moderado Moderado
tolerável
de

2 Tolerável Tolerável Moderado Moderado


Leve
Levíssimo

1 Tolerável Tolerável Tolerável Moderado

Tabela 18 – Matriz de classificação do risco ocupacional

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Classificação do
risco MEDIDAS
ocupacional

Não há necessidade de medidas além das


existentes. Sempre que houver uma mudança na
Tolerável (10 a 49) forma de realizar a atividade, uma nova análise
deve ser realizada, considerando os novos
elementos.

Moderado (50 a Controles adicionais devem ser implementados de


90) forma a reduzir o risco.

Os controles existentes são insuficientes. Métodos


Não tolerável
alternativos de realização da atividade deverão ser
(maior que 90)
considerados. A atividade não pode ocorrer.

Tabela 19 – Controles de acordo com o nível de risco ocupacional

De forma a exemplificar o uso dessa ferramenta, considere a seguinte situação de


análise em uma pequena empresa:

Situação

A empresa, em seu processo produtivo, necessita movimentar materiais entre as áreas


de trabalho e, para isso, faz o uso de empilhadeiras. Há um grande número de empilhadeiras e
trabalhadores operando no mesmo local e não há nenhuma área exclusiva para movimentação
de máquinas e de trabalhadores.

Perigo associado

Atropelamento pela empilhadeira – Acidente

Fonte ou circunstância

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Ausência de limitação de áreas de circulação

Frequência

40 [segundo o método] (já houve casos de atropelamento)

Severidade

4 [segundo o método] (potencial para causar lesão séria ou fatal em até 10 trabalhadores
no mesmo evento)

Matriz de risco – produto da frequência pela severidade

40 x 4 = 160

Risco ocupacional

Não tolerável [segundo o método]

Nesse exemplo, como o resultado da matriz de risco foi de 160, isso representa um risco
ocupacional “não tolerável”, segundo o método. Assim, os controles atuais, caso existam, são
insuficientes para controlar o risco, e deve-se verificar outras formas de realizar a atividade,
pois a forma não pode ser continuada.

Outras ferramentas

As ferramentas ou os métodos de avaliação de riscos apresentados não são os únicos


existentes. A literatura técnica apresenta outras ferramentas. Por exemplo, a AIHA apresenta,
em seu livro A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures, ferramentas
para avaliação de risco em situações de emergência, para avaliação da exposição dérmica e

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para avaliação qualitativa, todas voltadas à exposição de agentes químicos. O NIOSH


(National Institute for Occupational Safety and Health) e a Fundacentro, também na área de
químicos, apresentam ferramentas de priorização baseadas em bandas de controle. O instituto
espanhol de segurança no trabalho apresenta ferramenta para priorização de situações ligadas
a acidentes.

Inventário de riscos

O inventário de riscos, que é parte da estrutura do PGR, deve apresentar uma série de
itens mínimos de forma a subsidiar a elaboração dos planos de ação. A norma exige que os
seguintes pontos estejam presentes no inventário:

a. Caracterização dos processos e ambientes de trabalho

b. Caraterização das atividades

c. Descrição dos perigos e suas consequências à integridade ou à saúde do


trabalhador, com indicação da fonte ou circunstância na qual o perigo está
presente e com a relação de trabalhadores expostos

d. Descrição das medidas de prevenção já implementadas

e. Dados da análise preliminar ou resultados do monitoramento qualitativo ou


quantitativo da exposição aos agentes biológicos, físicos e químicos de acordo
com a NR-9 e os resultados da avaliação ergonômica, conforme estabelecido
pela NR-17

f. Classificação dos riscos de acordo com a etapa de avaliação de riscos de modo


a subsidiar a elaboração dos planos de ação

g. Descrição do critério técnico aplicado para realizar a avaliação do risco e definir


sua classificação

As tabelas a seguir apresentam modelos que podem ser utilizados dentro do inventário
de riscos. Os itens “a” e “b” da lista anterior podem estar descritos no documento e não nas
tabelas para reduzir o volume de informações repetidas. Os modelos estão separados para
cada tipo de fator de risco e podem ser adaptados de acordo com as características de cada
fator de risco e com a metodologia de avaliação aplicada. Eles também incluem um campo
para identificação de documento e registros associados, para tornar rastreável a fonte dos
dados e sua relação com os demais itens do PGR.

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Clique no botão a seguir para realizar o download dos modelos.

Modelos - Inventário de riscos (objetos/modelos-inventario.pdf)

A norma não define um formato padrão para a consolidação do inventário de riscos,


sendo de livre escolha pelo profissional a sua forma, o que permite, em muitos casos, a
adoção de algum documento já estabelecido na empresa para o levantamento de perigos.
Dentro dessa ideia, por exemplo, o profissional pode definir que as consequências à saúde ou
à integridade dos trabalhadores devido a algum fator de risco sejam agrupadas em apenas um
ponto do documento, evitando assim uma repetição de dados ao longo do inventário sempre
que o fator de risco se repetir. Além disso, o inventário pode ser elaborado de acordo com o
formato adotado pelo PGR. Por exemplo, se o PGR, dentro do estabelecimento, está
implementado por atividades, setores ou unidades operacionais, o inventário poderá seguir
essa mesma lógica.

Plano de ação

Quando a avaliação de riscos for concluída e o inventário de riscos for constituído, o


passo seguinte é definir o plano de ação com as medidas preventivas necessárias para o
controle da exposição. Ao elaborar um plano de ação, é importante considerar a hierarquia de
controle e os dispositivos legais aplicáveis.

A NR-1 não define uma estrutura para o plano de ação, mas exige a adoção de medidas
para eliminar ou controlar a exposição nas seguintes situações:

Quando a legislação de SST assim determinar por meio de uma norma


regulamentadora ou outro dispositivo legal.

Quando a classificação dos riscos apontar essa necessidade. A classificação é o


resultado da avaliação de riscos para todos os fatores de risco em análise.

Quando for identificada, na vigilância da saúde, uma relação entre os fatores de


risco aos quais o trabalhador está exposto e alguma lesão ou agravo à saúde
desenvolvido.

Ocorrer um acidente ou uma doença ocupacional, sendo que a investigação de


acidentes deve subsidiar a definição ou o ajuste dessas medidas.

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As medidas preventivas propostas devem respeitar a hierarquia de controle na seguinte


ordem: medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de organização do
trabalho e uso de EPIs. Caso as medidas de controle coletivo sejam inviáveis tecnicamente
(isso deve ser justificado) ou não reduzirem o risco a um patamar aceitável, as demais
medidas devem ser empregadas. Os trabalhadores devem ser informados sobre toda as
medidas preventivas relacionadas às suas atividades, incluindo as limitações dessas medidas.

Uma vez que foram estabelecidos os planos de ação, é importante, e também é normativo,
que exista um acompanhamento da implementação e das medidas de prevenção conforme
uma definição e um planejamento prévio. Essa verificação deve contemplar, no mínimo, a
verificação da implementação das ações previstas até o momento, as inspeções nos locais e
nos equipamentos de trabalho e o monitoramento das exposições ambientais, quando
aplicável.

Se durante o acompanhamento for constatado que determinada medida não resulta na


proteção esperada, novas medidas devem ser propostas de forma a corrigir a situação. Todo
esse processo deve ser registrado em documento a ser definido pela empresa e armazenado
junto à documentação do PGR pelo prazo legal.

Pontos importantes sobre o plano de ação

Alguns elementos básicos devem constar em um plano de ação, tais como: as ações a
serem realizadas, o prazo de conclusão de cada ação e o responsável pela ação. A ação deve
ser específica, realizável, relevante e mensurável. Alguns exemplos estão listados a seguir,
exceto pela definição do responsável:

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Treinar, até outubro de 2021, todos os trabalhadores do setor de manutenção no


descarte correto dos resíduos contaminados.

Realizar, até novembro de 2021, um levantamento detalhado das condições de


trabalho no setor de tingimento em relação aos agentes de acidentes.

Analisar, até fevereiro de 2022, a viabilidade técnica de instalação de um sistema


de ventilação geral no setor de fabricação de filme plástico, para melhorar o
conforto dos trabalhadores.

Definir, até agosto de 2021, um documento padrão e um cronograma de


inspeções dos sistemas de combate a incêndio aplicável a toda a empresa.

Realizar, até março de 2022, um levantamento quantitativo da exposição à


vibração de corpo inteiro nos cinco operadores de empilhadeiras da expedição.

Os responsáveis por cada ação são as pessoas da empresa com capacidade para conduzi-las,
mas é importante destacar que a responsabilidade por garantir a implementação de cada ação
é da organização, pois ela conta com os recursos e meios para garantir isso.

Eventualmente, o plano de ação apresentará ações que não podem ser diretamente
executadas por alguém da empresa. Isso pode ocorrer, por exemplo, por ausência de
profissional com capacidade técnica. Imagine que uma pequena empresa defina como
necessário instalar um sistema de exaustão para controle da exposição a vapores de um
agente químico. Se não há alguém na empresa que possa projetar e/ou instalar esse sistema,
será necessário contratar uma empresa terceira para esse serviço. Entretanto, o responsável
pela ação relativa a essa instalação ainda será alguém da empresa. Nesse caso, o
responsável deverá procurar um prestador para esse serviço e acompanhar todo o processo
da ação.

Com base na explicação, analise as seguintes propostas de ações descritas e identifique


o erro cometido em cada uma delas.

1. Treinar, até setembro de 2021, os trabalhadores do setor de


tecelagem.

2. Uso, até agosto de 2021, de EPIs no setor de teste de motores.

3. Substituir, até agosto de 2021, as nove dobradeiras de chapas


metálicas por modelos com menor nível de emissão de ruído.

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4. Verificar a viabilidade de alterar os parâmetros força e tempo de


impacto da prensa para reduzir a emissão de ruído.

5. Enclausurar, até novembro de 2021, o processo de solda manual


para evitar a exposição do soldador à radiação UV.

A seguir, confira se você identificou os erros corretamente.

Respostas

Ação Comentário

Treinar, até setembro de 2021, os Não foi especificado qual o


trabalhadores do setor de tecelagem. tipo de treinamento.

Não é uma ação e sim o


Usar, até agosto de 2021, EPIs no setor
resultado de uma ação. Não
de teste de motores.
especifica quais EPIs.

Substituir, até agosto de 2021, as nove


Não é realizável, necessita
dobradeiras de chapas metálicas por
de aporte financeiro elevado
modelos com menor nível de emissão
em curto espaço de tempo.
de ruído.

Verificar a viabilidade de alterar os


parâmetros força e tempo de impacto
Não há prazo determinado.
da prensa para reduzir a emissão de
ruído.

Enclausurar, até novembro de 2021, o


Não é adequado, a atividade
processo de solda manual para evitar a
é manual.
exposição do soldador à radiação UV.

Modelos de plano de ação

A fim de organizar as informações, os planos de ação normalmente são apresentados no


formato de tabelas, e podem ser segregados por setor da empresa, por tipo de fator de risco,
por tipo de ação (treinamento, medidas coletivas etc.). Além disso, o formato poderá seguir
algum padrão da organização ou uma ferramenta conhecida, como o 5W2H.

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Veja alguns modelos de planos de ação.

Clique nos botões a seguir e faça os downloads dos modelos.

Modelos - Plano de ação 1 (objetos/modelos-plano-de-acao-1.pdf) Modelos - Plano de ação 2


(objetos/modelos-plano-de-acao-2.pdf) Modelos - Plano de ação 3 (objetos/modelos-plano-de-acao-
3.pdf) Modelos - Plano de ação 4 (objetos/modelos-plano-de-acao-4.pdf)

Exemplo de aplicação

Para aplicar os conceitos apresentados, será elaborado um PGR de um setor de


empresa que produz e comercializa peças de mármore e granito. Durante a elaboração, as
etapas da identificação de perigos e da avaliação de riscos serão utilizadas para a construção
do inventário de riscos e do plano de ação. A seguir os dados da empresa e as etapas serão
discutidas.

Dados da empresa e etapas

Empresa

A empresa Granitos Lobisomem, que atua no comércio de peças de granito e mármore,


criou um novo setor (chamado de acabamento) para atender à demanda crescente do
mercado por peças para lavatórios e pias de cozinha. O novo setor foi criado anexo ao prédio
principal, para que as peças brutas produzidas já fossem prontamente encaminhadas ao setor
de acabamento.

O novo setor começou a operar há dois meses e conta com cinco funcionários que
trabalham exclusivamente nele. As rotinas envolvem execução de pequenos contornos e
recortes nas peças, polimento e fixação de elementos também em granito ou mármore por
meio do uso de produtos químicos.

A rotina de trabalho é idêntica para todos os trabalhadores: cada um inicia e finalizada


todo o trabalho em uma peça conforme especificação. São produzidas em média 20 peças por
dia. Quando uma peça é finalizada, ela é transportada ao setor de expedição. O transporte

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ocorre de forma manual, às vezes por dois trabalhadores, entre os cavaletes de trabalho e um
carro de carga. A peça é conduzida para expedição por um trecho de 20 metros com piso
regular em área interna. Uma peça acabada pode ter massa de até 40 kg.

Figura 3 – Setor de acabamento Fonte: Disponível em:


<https://grupomartinsadv.jusbrasil.com.br/noticias/540399286/tribunal-reconhece-profissao-de-
marmorista-como-atividade-especial>. Acesso em: 28 ago. 2020.

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Figura 4 – Carro de transporte Fonte: Disponível em:


<https://www.adoodbr.com/adpics_new/09e94a8ad07716878fb56669859d706d.jpg>. Acesso
em: 31 ago. 2020.

PGR

A técnica de segurança do trabalho dessa empresa, que foi contratada após o início das
atividades no setor, decidiu fazer um levantamento sobre a situação atual da empresa em
relação à legislação trabalhista. Após duas semanas analisando a legislação, a documentação
e as rotinas de trabalho da empresa, a técnica identificou algumas prioridades, como a
elaboração do PGR para o novo setor. A empresa já conta com um PGR rodando para os
demais setores, que foi realizado por uma empresa de consultoria em SST e que está
adequado às atividades e aos perigos existentes.

Em reunião com a direção da empresa para discutir as necessidades de SST, ficou


acertado que será elaborado um PGR exclusivo para o setor de acabamento, mas articulado
com o PGR já existente. Essa opção foi adotada, pois a direção já definiu critérios para
acompanhar o PGR existente e não quer uma revisão geral do programa neste momento.
Quando o PGR existente passar por uma revisão global, o PGR do setor de acabamento será
integrado a ele.

Etapas para elaboração do programa no setor de acabamento

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A técnica de segurança do trabalho decidiu adotar os seguintes passos para elaboração


do PGR do setor de acabamento, de acordo com a NR-1:

a. Passo 1: realizar a identificação dos perigos

b. Passo 2: realizar a avaliação de riscos para cada perigo identificado

c. Passo 3: elaborar o PGR com o inventário de riscos e o plano de ação

Execução

Passo 1: clique aqui (objetos/levantamento.xlsx) e veja os resultados da identificação


de perigos realizada.

Passo 2: clique aqui (objetos/avaliacao-riscos.docx) e veja os resultados da avaliação


de perigos.

Passo 3: clique aqui (objetos/pgr.docx) e veja o PGR.

Análise crítica
Após a análise do PGR do exemplo, faça uma análise crítica do programa. Você pode
fazer os seguintes questionamentos:

Outras ações poderiam ser propostas?

Sim. Poderia ser definido, por exemplo, que apenas um dos trabalhadores iria manipular
a cola, enquanto os demais trabalhariam com ajustes e polimento das peças a fim de evitar
exposição a diversos fatores de risco, mas isso dependeria de uma análise da organização do
trabalho.

A organização das ações como apresentada seria a mais


adequada caso o plano fosse mais extenso?

Talvez não. Por exemplo, uma organização cronológica das ações após a sua definição
poderia auxiliar no controle.

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Uma planilha em Excel ou em outro software poderia ajudar


em qual sentido?

Poderia ajudar, por exemplo, no acompanhamento das ações com o uso de algum
recurso de filtro do software.

Os fatores de riscos foram todos contemplados na identificação


de perigos?

Talvez não. Somente a visita em campo e a análise das atividades poderia determinar
isso. Por exemplo, seria razoável considerar a exposição a partículas volantes como uma fonte
potencial para lesões oculares.

Será que o uso de várias ferramentas é melhor ou será que


uma ferramenta de avaliação de riscos apenas seria mais
adequada?

Isso dependerá do perfil de exposição encontrado; uma única ferramenta pode


homogeneizar o critério de prioridades, mas talvez não seja capaz de lidar com todas as
situações. Essa pergunta deve ser respondida pelo profissional responsável pela classificação
dos riscos.

As respostas para os questionamentos apresentam como propósito instigar você, aluno,


e não devem ser tomadas como verdade absoluta!

MEI, ME e EPP

A NR-1 estabelece algumas regras diferenciadas para empresas nas modalidades MEI
(microempreendedor individual), ME (microempresa) e EEP (empresa de pequeno porte). São
elas:

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O MEI está dispensado da elaboração do PGR.

Quando um MEI for um contratado, a empresa contratante não está dispensada


de considerar as atividades do MEI em seu PGR.

As MEs e EPPs que, no levantamento preliminar, não identificarem exposições a


agentes biológicos, físicos e químicos, nos termos da NR-9, e declararem
informações digitais conforme estabelecido pela NR-1, estão dispensadas da
elaboração do PGR.

As empresas desobrigadas de elaborar o PGR continuam obrigadas a cumprir as


determinações legais em outras normas regulamentadoras.

Encerramento

O PGR é um programa amplo que visa controlar a exposição ocupacional a todos os


fatores de risco por meio da adoção de medidas preventivas. Sua estrutura básica é composta
por um inventário de riscos e um plano de ação. O plano de ação é construído com base na
identificação de perigos e na avaliação de riscos, consolidados no inventário de riscos. A
execução do PGR é de responsabilidade da organização e pode ser apoiada por profissionais
internos ou externos ligados à área de engenharia de segurança e medicina do trabalho, sendo
o técnico de segurança do trabalho um desses profissionais.

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Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional


(PCMSO)
O PCMSO está previsto na NR-7 e é um programa que tem por objetivo proteger e
preservar a saúde dos trabalhadores. Diferentemente dos demais programas apresentados,
ele é construído com base em outro programa, o Programa de Gerenciamentos de Riscos
(PGR), previsto na NR-1 ou em outro programa de gerenciamento de riscos previsto pelas
NRs.

Enquanto o PGR está focado em determinar o nível de risco de cada situação e propor
controles em campo para evitar agravos à saúde ou à integridade dos trabalhadores, o
PCMSO monitora a saúde dos trabalhadores, sendo que seus resultados podem subsidiar uma
avaliação do PGR.

Assim, se determinado trabalhador ou conjunto de trabalhadores indica algum agravo à


saúde, deve-se averiguar se as medidas adotas pelo PGR são suficientes e se os fatores de
risco foram devidamente avaliados.

Durantes as atividades laborais, um trabalhador pode estar exposto a diversos fatores de


risco em intensidades ou concentrações variáveis e, para que o acompanhamento de sua
saúde seja realizado adequadamente pelo médico do trabalho, que é o profissional
responsável pelo PCMSO, este deve conhecer o nível de exposição do trabalhador e suas
rotinas de trabalho. Como nem todas as exposições têm potencial de causar algum agravo à
saúde, seja pelas características de como uma atividade é realizada ou pela exposição a uma
intensidade ou uma concentração relativamente baixa, o PCMSO foca somente nas atividades
que podem representar potencial para agravos à saúde de acordo com os riscos ocupacionais
identificados e classificados pelo PGR. Não é papel do PCMSO realizar uma espécie de filtro
dessas situações, isso é papel do PGR por meio da avaliação de riscos, por esse fato, o
PCMSO está baseado na análise presente no PGR.

Essa relação entre o PGR e PCMSO deixa evidente a importância da elaboração sólida
do PGR e de forma antecipada ao PCMSO. Embora o médico do trabalho já receba os dados
prontos do PGR, sua atuação não está restrita ao PCMSO, ele pode atuar no PGR auxiliando
os profissionais na avaliação dos riscos e na elaboração do programa.

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Dois tipos de vigilância são empregados dentro do PCMSO a fim de acompanhar a


situação da saúde ocupacional dos trabalhadores e subsidiar as ações: a vigilância passiva e a
vigilância ativa.

Vigilância passiva

Na vigilância passiva o médico obtém os dados ou as informações a partir da busca


voluntária dos trabalhadores pelos serviços médicos, normalmente associados a algum
desconforto sentido na jornada de trabalho.

Vigilância ativa

Já na vigilância ativa são realizados exames médicos específicos e diretamente


relacionados à exposição do trabalhador, além da coleta de informações sobre sinais e
sintomas relacionados à exposição aos fatores de risco. A vigilância ativa constitui a principal
ferramenta e permite uma série de ações e intervenções que serão discutidas nos próximos
parágrafos.

O Programa Médico de Saúde Ocupacional deve permitir que seja possível detectar e
rastrear, em estágios iniciais, os agravos à saúde relacionados, por exemplo, ao
desenvolvimento de doenças ocupacionais e detectar, por meio de exames específicos,
exposições excessivas a agentes nocivos, comparando indicadores biológicos de exposição.
Um indicador biológico de exposição excessiva pode ser uma concentração de determinado
agente no sangue ou na urina que determina diretamente ou indica uma potencial
superexposição.

A tabela 20 apresenta um trecho adaptado da NR-7, que trata dos indicadores biológicos
de exposição excessiva para dois agentes químicos: acetona e nitrobenzeno. A acetona é um
agente com largo uso como solvente na indústria química, sendo utilizado também na
produção de polímeros, fibras e como intermediário na produção de outros químicos. O
nitrobenzeno também é um agente químico largamente utilizado na produção de anilina, e
também tem papel importante na fabricação de alguns óleos lubrificantes e na indústria de
corantes, defensivos agrícolas e borrachas sintéticas.

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Valor do
Momento indicador
Substância da coleta biológico
CAS[1] Indicador Observações
química da de
amostra exposição
excessiva

Pode ser
67-64- Acetona na encontrado por
Acetona 25 mg/L
1 urina exposições a
outras substâncias

Final da Encontrado em
jornada populações não
de expostas
Meta- trabalho ocupacionalmente.
98-95- 1,5% da
Nitrobenzeno hemoglobina Pode ser
3 hemoglobina
no sangue encontrado por
exposições a
outras
substâncias.

[1] CAS (Chemical Abstract Service)

Tabela 20 – Trecho da tabela de indicadores exposição excessiva constante na NR-7

Além do acompanhamento da saúde, o programa pode indicar a aptidão do trabalhador


em exercer determinadas atividades ou funções. Por exemplo, considerando um trabalhador
que terá como provável nova função a operação de um forno, e, assim, estará exposto ao risco
de uma sobrecarga fisiológica em decorrência do agente físico calor, exames relacionados à
sua condição cardiovascular e do sistema endócrino, em especial aquelas relacionadas à
pressão alta e a diabetes, respectivamente, podem servir de parâmetros para sua liberação ou
não para a atividade.

Os dados gerados pelo PCMSO também podem ser utilizados para realizar análises
estatísticas da relação entre os agravos à saúde e os fatores de risco e fornecer embasamento
para a decisão do afastamento do trabalho ou de rotinas dos trabalhadores que possam ter
algum prejuízo de sua saúde.

Para os trabalhadores que apresentarem alguma suscetibilidade específica aos fatores


de risco, o programa permite um acompanhamento diferenciado. Além desses pontos
discutidos, o programa permite o controle de imunização ativa dos empregados de acordo com
os riscos em seu ambiente de trabalho entre outros aspectos.

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A NR-7, além das questões discutidas, também estabelece a necessidade de exames


obrigatórios, as responsabilidades da empresa e peculiaridades sobre a extensão da NR-7
sobre a pessoa jurídica, a elaboração de relatório analítico e apresenta alguns anexos
relacionados ao acompanhamento da saúde dos empregados. Esses pontos serão tratados a
seguir.

Exames obrigatórios

Dentro do PCMSO há exames clínicos que são de realização obrigatória e apresentam a


seguinte terminologia:

Exame admissional

Exame a ser realizado antes que o trabalhador inicie suas atividades laborais.

Exame periódico

Realizado anualmente, ou com frequência maior de acordo com o critério do médico


responsável, quando determinado fatores de risco for identificado e classificado pelo PGR ou
quando o trabalhador portar doença crônica capaz de aumentar sua suscetibilidade aos riscos.
Para trabalhadores expostos a condições hiperbáricas, há uma periodicidade ou forma
determinada em função de vários critérios estabelecidos em anexo próprio da NR-7. Nos
demais casos, o exame clínico deve ser realizado a cada dois anos.

Exame de retorno a trabalho

Exame a ser realizado antes do retorno ao trabalho por empregado que esteve afastado
por 30 ou mais dias em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza. Esse tipo de
exame poderá determinar que o trabalhador retorne de forma gradual às suas atividades se o
médico entender que isso poderá evitar algum agravo à saúde.

Exame demissional

Realizado após a demissão do funcionário, com prazo de até 10 dias para sua realização.
O exame poderá ser dispensado caso o último exame clínico tenha sido realizado há menos
de 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, e há menos de 90 dias para empresas

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de grau de risco 3 e 4. O grau de risco utilizado nessa classificação é aquele que consta na
NR-4.

Além dos exames clínicos, podem ser necessários exames complementares, nas
seguintes situações:

Quando o PGR indicar medidas imediatas de controle da exposição ao agente,


ou seja, identificar que existe risco substancial à saúde do trabalhador dentro do
objeto da NR-7. Essa adoção imediata significa que o trabalhador já experimenta
uma exposição considerada crítica e, por esse motivo, deve-se avaliar a sua
condição.

O trabalhador estiver exposto acima dos níveis de ação no ambiente de


trabalhado, de acordo com a NR-9 ou se a classificação do PGR indicar essa
situação. Os níveis de ação são definidos para os agentes físicos ruído
contínuo/intermitente, ruído de impacto, calor, vibração de mãos e braços,
vibração de corpo inteiro e para os agentes químicos com limite de exposição.

Cada vez que o trabalhador passar por um exame clínico, o médico deve emitir um
atestado de saúde ocupacional (ASO), que deverá ser disponibilizado ao empregado, e, se
solicitado, deverá ser fornecido também em meio físico. Caso ocorra um exame complementar
sem que tenha sido realizado um exame clínico, a organização deverá emitir um recibo de
entrega do resultado do exame, e da mesma forma, se solicitado, uma cópia física deverá ser
entregue.

O ASO, segundo a NR-7, deve conter algumas informações básicas, tais como: razão
social e CNPJ da empresa ou CAEPF da organização; nome completo do empregado, seu
CPF e sua função; nome e número do registro profissional do médico responsável pelo
PCMSO; a data e o número do registro profissional e assinatura do médico que realizou o
exame clínico. Outras informações específicas sobre o exame também devem constar: a
descrição dos fatores de risco identificados e classificados pelo PGR que exijam controle
médico conforme previsão do PCMSO, ou a inexistências desses; indicação dos exames
clínicos e complementares realizados bem como a data desses exames.

A condição de apto ou inapto para a função do empregado também deve constar no ASO.
Quando uma norma regulamentadora exige exames específicos para determinada função,
essa condição (apto ou inapto) deve constar também no ASO. Por exemplo, a NR-35, que

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regula atividades realizadas em altura, define que exames médicos sejam realizados para as
patologias capazes de originar mal súbito e queda de altura, logo, essa aptidão para a
atividade em altura deve constar no ASO se o trabalhador realizar esse tipo de atividade.

Os dados do prontuário médico do empregado devem ser armazenados por um período


de 20 anos, após o seu desligamento. Esse prazo pode variar conforme determinação
presente nas NRs, por exemplo, para trabalhadores expostos a substâncias carcinogênicas,
esse prazo é 40 anos, já para o trabalhador exposto à radiação ionizante, o prontuário deve
ser mantido até que ele complete 75 anos de idade e, pelo menos, por período de 30 anos
após seu desligamento.

Papel do empregador e da organização

O empregador é responsável por garantir a elaboração e a implementação do programa,


arcar com as despesas dos procedimentos relacionados, sem ônus ao empregado, e indicar o
médico do trabalho que será responsável pelo PCMSO.

A organização, segundo a NR-7, deve garantir que o PCMSO:

a. Detalhe as possíveis consequências ou agravos à saúde relacionados com os


agentes de riscos reconhecidos e classificados pelo PGR.

b. Apresente um planejamento de exames médicos necessários, sejam clínicos


e/ou complementares, relacionados aos fatores de risco identificados e conforme
previsão da própria NR-7.

c. Defina os critérios de interpretação e planejamento das condutas relativas aos


resultados dos exames médicos.

d. Seja de conhecimento e seja atendido pelos médicos que realizarem exames


médicos ocupacionais nos trabalhadores.

e. Inclua um relatório analítico sobre o programa e seu desenvolvimento de acordo


com a estrutura prevista na NR-7.

Relatório analítico

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A NR-7 estabele que o médico responsável pelo programa elabore um relatório. Esse
relatório é chamado de relatório analítico, devendo ser elaborado anualmente com estrutura
mínima, também definida em norma. Com base nos dados desse relatório, a organização
poderá realizar as devidas adequações de suas atividade, a fim de reduzir a incidência de
agravos à saúde e agindo de modo preventivo. Com essa finalidade, o relatório deve ser
apresentado pelo médico e discutido com os responsáveis do setor de SST da empresa,
incluindo a CIPA, se a empresa dispor de uma.

O relatório analítico deve informar o total de exames clínicos e complementares


realizados e detalhar os tipos para o último. Uma série de informações estatísticas devem ser
apresentadas com base nos exames complementares e nos seus resultados, e com base nos
dados sobre incidência e prevalência de doenças ocupacionais. Em ambos os casos, os
resultados podem ser categorizados por unidade operacional, setor ou função ou, de forma
adicional, incluir outras distribuições à carga do médico do trabalho.

Em qualquer caso, a confidencialidade dos dados dos empregados deve ser mantida, de modo
que nenhum empregado específico seja apontado no relatório.

A NR-7 ainda exige que os dados referentes às comunicações de acidente do trabalho


(CAT) sejam inclusas no relatório, bem como uma análise crítica sobre a variação dos dados
com base no relatório analítico anterior.

Empresas de grau de risco 1 e 2, com até 25 funcionários, e empresas de grau de risco 3


e 4 devem apresentar relatório contendo apenas o número de exames clínicos e exames
complementares, e seus tipos, realizados no período. O grau de risco utilizado na NR-7 é
aquele definido na NR-4.

Anexos da NR-7

A NR-7 apresenta alguns anexos que definem parâmetros de avaliação médica, são eles:

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Casos especiais – MEI, ME e EPP

A NR-7 estabelece um regramento especial para empresas classificadas como MEI


(microempreendedor individual), ME (microempresa) e EEP (empresa de pequeno porte). As
regras especiais são as seguintes:

As MEI, ME e EPP, de grau de risco 1 e 2, de acordo com a NR-4, que declarem


as informações de forma digital, dentro do estabelecido pela NR-1, e que não
identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos, biológicos e
ergonômicos, não são obrigadas a elaborar o PCMSO.

As empresas que se enquadrarem no item anterior ainda deverão realizar os


exames médicos ocupacionais admissionais, demissionais e periódicos (a cada
dois anos), sendo que elas devem comunicar ao serviço de medicina
ocupacional ou ao médico do trabalho que são dispensadas da elaboração do
PCMSO e que o funcionário não está ou estará exposto a fatores de risco.

O relatório analítico não será exigido para MEI. Também não será exigido para
ME e EPP, se forem dispensadas da elaboração do PCMSO.

Encerramento

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A NR-7 estabelece a necessidade da elaboração do PCMSO, um programa com foco na


saúde do trabalhador e que fica a cargo do médico do trabalho. Esse programa apresenta forte
relação com o PGR estabelecido pela NR-1, de modo que ambos estão integrados. Essa
relação entre ambos faz com que o PCMSO seja presente também nas rotinas dos técnicos de
segurança do trabalho.

Uma vez que esse programa é uma exigência normativa, o TST poderá atuar em relação
a ele apoiando o empregador na interpretação dos dados do relatório analítico, auxiliando na
escolha e no acompanhamento da atuação da empresa responsável pelo PCMSO, pois, em
muitos casos, a empresa não estará obrigada a contratar um médico do trabalho como
integrante do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT). Além desses pontos, o técnico poderá apoiar o médico do trabalho no entendimento
e detalhamento de como as exposições aos fatores de risco ocorrem dentro da empresa, e
poderá utilizar os dados do relatório analítico para promover as modificações necessárias
preservando a segurança e saúde dos empregados.

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Programa de Conservação Auditiva (PCA)


O ruído contínuo/intermitente ou de impacto é provavelmente o agente mais comum em
exposições ocupacionais, sendo que os resultados dessa exposição foram e são largamente
estudados, e os efeitos à saúde são bem conhecidos. Por outro lado, essa prevalência do
ruído em exposições ocupacionais nos mais diversos segmentos econômicos também gerou
uma demanda pelo desenvolvimento de estratégias e controles para se evitar a perda auditiva
gradual, um dos efeitos da exposição a níveis substanciais de ruído.

A partir das preocupações da área de segurança e saúde e desse desenvolvimento de


estratégias e controles para se evitar a perda auditiva gradual, foi estabelecido o Programa de
Conservação Auditiva (PCA), voltado à gestão da exposição ocupacional ao ruído dentro de
uma condução multidisciplinar, seja para prevenir a perda auditiva, seja para estabilizá-la.

As ações preventivas, segundo nossa legislação, devem iniciar para o agente ruído
contínuo/intermitente quando a dose de exposição diária ultrapassar 50% ou, para ruído de
impacto, quando o valor de pico máximo admissível menos três decibéis for ultrapassado.
Nesses casos, o gerenciamento exige ao menos: informação ao trabalhador sobre as
consequências da exposição ao ruído e as formas de controle, controle médico da condição
auditiva e monitoramento qualitativo e quantitativo das exposições. Para gerenciar exposições
acima desses valores, o PCA constitui uma ferramenta útil.

Diferentemente de alguns programas, o PCA não é descrito em uma norma


regulamentadora, isto é, não há uma estrutura definida em NR, embora esteja ligado ao PGR
da NR-1. Para contornar esse fato, a Fundacentro publicou o Guia de Diretrizes e Parâmetros
Mínimos para Elaboração e Gestão do Programa de Conservação Auditiva (PCA). Entre
alguns pontos tratados dentro desse documento e presentes no desenvolvimento do programa,
destaca-se:

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Definição de estrutura mínima para o documento-base do programa

Apresentação de medidas de controle normalmente empregadas para controle


da exposição ao ruído

Metodologia para escolha dos equipamentos de proteção individual baseado no


parâmetro NRRsf (Noise Reduction Rate Subject Fit ou Taxa de Nível de
Redução do Ruído/Colocação Subjetiva)

Identificação de agentes químicos neurotóxicos com potencial para causar perda


auditiva

Estrutura mínima do PCA

O guia da Fundacentro apresenta uma estrutura mínima para o documento-base do PCA.

Itens do PCA
A estrutura conta com 10 itens para composição do documento e para o desenvolvimento
das ações desse programa. Os itens são:

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Introdução: a introdução deve contextualizar a empresa em relação ao


programa, devendo apresentar os objetivos estabelecidos com foco em evitar ou
minimizar as perdas auditivas de origem ocupacional. A descrição das atividades,
também com uma visão macro, deve ser apresentada, assim como o número de
trabalhadores expostos ao agente ruído e a outros agentes com potencial de
gerar perda auditiva.

Política da empresa em relação ao PCA: nesse tópico deve ser descrita a


política da empresa em relação ao PCA, indicando as diretrizes do programa,
seu público-alvo e seu papel dentro do PCA.

Responsabilidades e competências: aqui, a empresa deve definir claramente


as responsabilidades da elaboração, implementação e gestão do PCA. Devem
ser evidenciadas as responsabilidades do administrador do programa, dos
gestores, dos supervisores, dos empregados e demais cargos que possam estar
envolvidos. O guia da Fundacentro define que o administrador deve conhecer
todos os aspectos do programa e deve, preferencialmente, ser um
fonoaudiólogo, um membro do SESMT, o que inclui o técnico de segurança do
trabalho ou um higienista ocupacional.

Avaliação da exposição: uma correta avaliação da exposição é parte


fundamental para definir a necessidade e a extensão das medidas de controle.
Assim, o PCA estabelece a necessidade de que sejam conduzidas avaliações
qualitativas e quantitativas, e que isso faça parte do programa. Na avaliação
qualitativa, o guia define aspectos que devem ser considerados na etapa de
caraterização da exposição e que devem servir para adoção de medidas
preventivas e corretivas. As avaliações quantitativas devem ocorrer seguindo os
preceitos da Norma de Higiene Ocupacional n.º 1, conhecida pela sigla NHO-1, e
ser representativas da exposição a fim de que se possa classificar o risco,
monitorar o nível de exposição ou subsidiar a definição das medidas de controle.

Gerenciamento audilógico e controle médico: esse item do programa está


diretamente relacionado com a NR-7 e está a cargo do médico do trabalho.
Segundo os critérios técnicos vigentes no Brasil, o acompanhamento médico da
saúde dos trabalhadores deve iniciar quando a exposição exceder o nível de
ação para os agentes com esse parâmetro, o que é o caso do ruído. O guia
define que seja estabelecido o nexo ocupacional das perdas auditivas, ou seja, o
médico deve identificar a relação entre a perda auditiva e as atividades do
empregado durante a jornada de trabalho. Para estabelecer o nexo, o guia define
cinco itens mínimos de verificação pelo médico. Ainda, dentro desse assunto, há
a exigência de um acompanhamento da evolução da perda auditiva para fins de
controle, reavaliação das medidas de controle empregadas, em especial dos
EPIs, e um mapeamento da empresa, tendo como parâmetros as perdas
auditivas.

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Medidas de controle coletivo: dentro do PCA, as medidas de controle coletivo e


as medidas administrativas têm prioridade frente aos EPIs, como em qualquer
aplicação na área de SST. Para que as medidas sejam estudadas ou
implementadas de acordo com os objetivos do programa, é necessário
estabelecer ações claras, prazos e responsáveis, considerando as prioridades
conforme dados da avaliação da exposição e do controle médico.

Gestão de equipamentos de proteção auditiva: aqui, o documento define o


processo de escolha do EPI adequado à exposição. Um dos parâmetros é a
atenuação do protetor auditivo, mas outros pontos como sujidade e temperatura
do ambiente, anatomia e características físicas do empregado e características
do protetor auditivo devem ser observados. A seleção do EPI deve ser suportada
também por ensaios e de atenuação de compatibilidade com outros EPIs. O
programa deve definir os mecanismos de distribuição e reposição, manutenção,
substituição e higienização dos protetores. Devem ser estabelecidas as formas
de monitoramento de uso, documentadas por meio de protocolos.

Educação/capacitação e motivação de trabalhadores e demais envolvidos


com o PCA: deve ser definido, por meio de um programa de treinamento, como
será a condução da capacitação dos trabalhadores, com abrangência desde os
aspectos relacionados às fontes de ruído até exercícios práticos de uso de EPIs.
Os demais participantes do PCA também devem passar por capacitações
adequadas às suas responsabilidades sempre que necessário.

Manutenção de registros: os registros gerados na implementação do programa


devem ser gerenciados e documentados a fim de, a qualquer momento,
relacionar uma informação com os demais componentes do PCA ou com cada
trabalhador.

Avaliação do programa: o programa deve ser avaliado anualmente, auditando-


se todos os aspectos do PCA. A avaliação deve considerar os dados dos exames
audiológicos, indicadores diretos da perda auditiva. A análise desses dados e da
evolução do programa devem subsidiar as medidas corretivas e as
oportunidades de melhoria.

O programa, na maioria dos tópicos, irá definir como determinadas ações devem ser
conduzidas ou o que deve ser considerado, inclusive fixando alguns modelos para uso em
campo. Dessas conduções resultam registros, e esses registros fazem parte do PCA. O
documento do programa não deve ser encarado como algo que será elaborado e arquivado, e
sim como uma ferramenta para condução padronizada das ações com o objetivo de evitar ou
estabilizar as perdas auditivas.

Medidas de controle

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Dentro de um dos anexos do guia da Fundacentro são apresentados alguns controles,


normalmente utilizados para reduzir a exposição ao ruído. Esses controles podem auxiliar na
elaboração de planos de ação para o PCA e que integrarão o PGR previsto pela NR-1. A tabela
a seguir apresenta algumas formas de controle de acordo com o guia:

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Opções de abordagem Exemplo de possibilidade

Controle aplicado à fonte de ruído

Instalação de
silenciadores em
sistemas de ar
comprimido,
compressores, bicos
de saída de ar,
válvulas
pneumáticas,
condutores de
sistemas de
ventilação
Substituição de
partes ou peças de
1. Eliminação da máquinas e
fonte de ruído equipamentos, por
2. Seleção de exemplo,
máquinas e substituição de
equipamentos com peças metálicas por
menor geração de peças plásticas
nível de pressão Utilização de
sonora ventiladores mais
3. Manutenção silenciosos por meio
da modificação do
4. Modificações nas número, tamanho e
fontes geradoras formato das pás
Uso de bases rígidas
na montagem de
máquinas e
equipamentos ou uso
de sistemas de
amortecimento,
ambas para redução
da vibração.
Alteração no
processo de
produção e/ou no
método empregado.

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Opções de abordagem Exemplo de possibilidade

Controle aplicado à fonte de ruído

Controle aplicado na trajetória de transmissão do ruído

Disposição de
máquinas,
equipamentos e
posicionamento dos
pontos de trabalho
considerando a
diretividade dos
postos de trabalho
Enclausuramento de
máquinas e
equipamentos com o
Via aérea
uso de materiais que
possam reduzir a
1. Arranjo do leiaute energia da onda
de máquinas e sonora
equipamentos
Utilização de
2. Enclausuramento materiais
(se viável) absorventes em
3. Adaptação de paredes e forros
superfícies Barreias, cabines ou
biombos acústicos e
superfícies refletoras
Via vibração propagada
Utilização de
1. Isolamento ou materiais já
amortecimento da destinados à redução
vibração de ruído nos projetos
Selamento de frestas
e juntas
Alteração do arranjo
físico das fontes
emissoras
Posicionamento
remoto do sistema
de controle

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Opções de abordagem Exemplo de possibilidade

Controle aplicado à fonte de ruído

Controle aplicado no receptor

Redução de jornada
Rodízio de
trabalhadores, de
funções e de
atividades
1. Controles Pausas em locais
administrativos destinados ao
repouso acústico
2. Uso de protetores
auditivos Utilização de
protetores tipo
concha ou de
inserção de acordo
com as
características da
exposição

Tabela 21 – Formas e exemplo de controles


Fonte: adaptado do Guia de Diretrizes e Parâmetros Mínimos para Elaboração e Gestão do
Programa de Conservação Auditiva (PCA).

Seleção de protetores auditivos com base em sua atenuação

A seleção de protetores auditivos em relação à atenuação, dentro do PCA, é tratada com


base em três parâmetros:

Nível de exposição

É o valor do nível de pressão sonora ao qual está exposto o trabalhador de acordo com
avaliações conduzidas seguindo o critério da NHO-1 e desde que os dados sejam
representativos da exposição. O nível de exposição é dado em dB(A) e é um parâmetro básico

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fornecido por todos os equipamentos de avaliação. A proteção com EPIs poderá ser uma
opção quando o valor ultrapassar os 85 dB(A) na zona auditiva.

Nível de redução do ruído do protetor (NRRsf)

É um parâmetro do protetor auditivo. Seu valor é uma composição da atenuação ao longo


das frequências de uma oitava. Esse parâmetro é obtido no Certificado de Aprovação (CA) do
protetor auditivo. Esse dado representa um valor médio de atenuação do ruído ambiente.

Nível de exposição com proteção

Esse é o valor do nível de ruído, em dB(A), já atenuado pelo protetor, que “ingressa” no
ouvido do trabalhador. O guia técnico da Fundacentro faz três considerações sobre o nível de
exposição com proteção: o primeiro é que o nível de exposição deve estar abaixo do limite de
tolerância; o segundo é que ele esteja abaixo do nível de ação como uma garantia da
segurança ao trabalhador; e o terceiro é que ele seja superior a 70 dB(A). Essa última
condição não está associada à perda auditiva, pois quanto menor o nível de ruído melhor, mas
a atenuação que coloque o nível de exposição abaixo desse valor, em um ambiente industrial,
pode representar um risco de acidente, uma vez que o trabalhador poderá não perceber
alertas sonoros, veículos ou máquinas em movimento.

De forma resumida, pode-se adotar a seguinte regra de seleção em relação ao nível de


exposição com proteção:

Nível de exposição com proteção para uma


Condição
jornada de oito horas[1]

Proteção
Acima de 85 dB(A)
insuficiente

Entre 80 dB(A) e 85 dB(A) Proteção aceitável

Entre 75 dB(A) e 80 dB(A) Boa proteção

Entre 70 dB(A) e 75 dB(A) Proteção aceitável

Abaixo de 70 dB(A) Superatenuação

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[1] Se a jornada diferir de oito horas, é possível usar o resultado do equipamento de


avaliação projetado para uma exposição com esse tempo. Todos os audiodosímetros fornecem
a dose e o nível de exposição para oito horas.

A figura 5 apresenta algumas opções de EPIs usualmente comercializados. A escolha do


EPI não envolve unicamente o parâmetro de atenuação, sendo que o profissional deve avaliar
qual a opção adequada para uso em campo, como discutido no tópico referente à estrutura do
programa.

Figura 5 – Exemplos de protetores auditivos


Fonte: disponível em: <www.3m.com.br>. Acesso em: 21 ago. 2020.

Exemplo de aplicação
Suponha um trabalhador envolvido em construção de redes de esgoto. Uma análise
criteriosa dos níveis de exposição ao ruído indicou que esse trabalhador está exposto a um
nível médio de 92 dB(A) para uma exposição de oito horas. Com base nesse dado, qual seria
a faixa de atenuação (valores de NRRsf) do protetor auditivo, assumindo esse tipo de proteção
como a única possível?

Solução
A resposta a essa questão pode ser obtida cumprindo o seguinte:

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O primeiro passo é verificar na regra de seleção apresentada qual a faixa


classificada como “boa atenuação”. A regra de seleção indica que a situação-alvo
é aquela na qual o nível de exposição com proteção está entre 75 e 80 dB(A).

A próxima etapa consiste em calcular a faixa de atenuação para que o nível de


exposição atual de 92 dB(A) diminua e fique entre 75 e 80 dB(A). Basicamente,
isso é calculado pela subtração de 92 dB(A) de ambos os valores:
92 − 80 = 12
92 − 75 = 17

Com base nesses resultados, é possível filtrar a busca por protetores que
tenham NRRsf entre 12 dB e 17 dB, e que atendam às demais necessidades de
uso.

Clique no botão a seguir e veja o certificado de aprovação de um modelo de EPI que está
nessa faixa de atenuação.

Certificado de aprovação (objetos/CA_auditivo.pdf)

Alguns pontos são importantes:

1. Nesse exemplo foi utilizada a faixa de boa atenuação para a escolha do protetor,
mas nem sempre isso será possível, devido ao ruído ser elevado ou próximo ao
limite de tolerância para oito horas. Nesses casos, outras faixas podem ser
utilizadas como aquelas de “proteção aceitável”.

2. Valores de exposição superiores, mas próximos ao limite de tolerância para oito


horas podem aproximar a condição de uso de um protetor para a condição de
superatenuação, pois a maioria dos protetores auditivos comercializados
apresentam atenuação (NRRsf) a partir de 15 dB.

3. A escolha do protetor deve envolver também o julgamento técnico do profissional


que fará a escolha, uma vez que uma simples subtração não pode ser o único
parâmetro de definição.

Agentes químicos

Alguns agentes químicos com efeitos neurotóxicos podem acabar afetando a estrutura ou
as funções do ouvido interno. Essas substâncias são conhecidas como ototóxicos e são
subdivididas em cocleotóxicos e vestibulotóxicos. Substâncias cocleotóxicas produzem perda

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auditiva e substâncias vestibulotóxicas afetam a sensação de orientação espacial, equilíbrio


corporal e controle de movimento; normalmente as substâncias têm apenas um tipo de ação
em relação à ototoxicidade, mas outras apresentam ambas as ações como agentes químicos
do grupo das nitrilas.

A gestão da exposição ao ruído deve considerar a exposição a esses agentes químicos,


pois uma exposição descontrolada pode resultar em perda auditiva nos casos em que há
exposição concomitante ao ruído, e isso poderia sugerir, às vezes incorretamente, que o
gerenciamento do ruído ocupacional não está adequado. Uma lista de substâncias ototóxicas é
mostrada nas tabelas sem seguida. Elas são baseadas em dados da Agência Europeia para
Segurança e Saúde e complementam a publicação da Fundacentro. As tabelas devem ser
usadas com cuidado, pois avaliam apenas o potencial ototóxico da substância; outros efeitos à
saúde das mesmas substâncias podem ser mais relevantes do que a perda auditiva, como
desenvolvimento de câncer e danos permanentes no sistema nervoso central ou em órgãos
específicos.

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Substância ou Característica
Classificação CAS[1]
compostos principal

Dissulfeto de
75-75-0
carbono

Estireno e
100-42-5
metilestirenos[2]

Etilbenzeno 100-41-4

Solvente n-Hexano 110-54-3

n-Propilbenzeno 103-65-1

Tolueno 108-88-3

Tricloroetileno 79-01-6

p-Xileno 106-42-3

Cianeto de
hidrogênio e sais 74-90-8
Efeitos
Asfixiante de cianeto[2]
químico cocleotóxicos
Monóxido de
630-08-0
carbono

Chumbo e sais a
base de 7439-92-1
chumbo[2]

Cloreto de metil
115-09-3
mercúrio
Metal e
Dióxido de
composto 1310-53-8
germânio
metálico
Estanho em
compostos -
orgânicos[2]

Sulfeto de
1344-48-5
mercúrio

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Substância ou Característica
Classificação CAS[1]
compostos principal

Acrilonitrila 107-13-1

3-Butenonitrila 109-75-1

bis-2-
111-94-4 Efeitos
Cianoetilamina
Nitrilas cocleotóxicos e
cis- vestibulotóxicos
1190-76-7
Crotononitrile[3]

cis-2-
25899-50-7
Pentenonitrila

[1] CAS (Chemical Abstract Service)

[2] CAS não aplicável

[3] Sem equivalente em português

Tabela 22 – Substâncias químicas ou compostos com fortes evidências de ototoxidade.

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Substância ou
Classificação CAS[1] Característica
composto

10108-
Composto metálico Cloreto de cádmio
64-2

7440-
Não metal Arsênio
38-2

Bromato de 7758-
potássio 01-2
Bromatos
7789-
Bromato de sódio
38-0
Efeitos
Bifenóis cocleotóxicos
-
policlorados[2]

Hexabromo 3194-
ciclododecano 55-6
Hidrocarbonetos
halogenados Hexacloro 118-74-
benzeno 1

Tetrabromo
79-94-7
bisfenol A

[1] CAS (Chemical Abstract Service)

[2] CAS não aplicável

Tabela 23 – Substâncias químicas ou compostos com razoáveis evidências de


ototoxidade.

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Substância ou
Classificação CAS[1] Característica
composto

Efeitos
7439-
Metal Manganês cocleotóxicos e
96-5
vestibulotóxicos

142-82-
n-Heptano
5
Compostos
544-16-
alquídicos Nitrito de butila
1
Efeitos
cocleotóxicos
4-terc Butil Tolueno 98-51-1

Piretróides[2] -
Defensivos
Organofosforados[2] -

[1] CAS (Chemical Abstract Service)

[2] CAS não aplicável

Tabela 24 – Substâncias químicas ou compostos com fracas evidências de ototoxidade

Encerramento

O PCA é uma importante ferramenta para o gerenciamento das exposições ocupacionais


ao ruído e deve integrar qualquer gestão séria de SST. Embora importante, ele é apenas uma
parte do gerenciamento de riscos, e o profissional prevencionista deve integrá-lo ao PGR
estabelecido na NR-1, de forma que as ações propostas nele ou o próprio programa devem
fazer parte das ações do PGR.

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Programa de Proteção Respiratória (PPR)

Introdução

O Programa de Proteção Respiratória é uma exigência legal dada pela Portaria nº


672/2021 do Ministério do Trabalho e Previdência. Essa Portaria faz algumas observações
sobre o PPR e menciona que a sua estruturação deve seguir o que estabelecem as normas
regulamentadoras e as orientações da Fundacentro.

A Fundacentro elaborou um documento de nome Programa de Proteção Respiratória:


Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores, no qual orienta como deve ser conduzida a
elaboração e a gestão do programa, além de fixar as responsabilidades dentro de sua
estrutura.

O PPR deve ser aplicado quando já esgotadas as demais medidas e os trabalhadores


continuarem expostos aos contaminantes dispersos no ar acima dos padrões (limite de
exposição e/ou nível de ação), ou quando houver deficiência de oxigênio no ambiente de
trabalho. A implementação do PPR pode ocorrer de forma voluntária nas situações nas quais o
trabalhador optar por um nível maior de proteção ou conforto.

A elaboração e a implementação estão a cargo da organização, sendo o empregador o


responsável pelo programa. Eventualmente, o empregador poderá designar um administrador
do programa com a responsabilidade de gerenciar o PPR, mas ele próprio também pode
acumular essa função, desde que tenha conhecimento técnico para tal, uma situação não
comum.

Relação com outros programas

O PGR determinado na NR-1 é um Programa de Gerenciamento de Riscos, o que inclui


os fatores de riscos químicos. Entre esses fatores existem aqueles que representam um risco
associado a um ambiente com contaminantes ou deficiente de oxigênio, situações nas quais o
PPR é aplicável. Assim, o PPR é um programa que deve ser integrado ou estar incluso no
PGR.

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Devido à diversidade de efeitos à saúde produzidos pelos agentes químicos, à


sensibilidade ou à predisposição dos trabalhadores a doenças ocupacionais e aos diversos
fatores que podem impactar no uso e na vedação dos respiradores, o PPR deve estar
relacionado ao PCMSO. O médico do trabalho, a fim de determinar a aptidão do empregado,
deve ter atenção aos seguintes parâmetros:

As características do ambiente no qual o respirador será utilizado, cobrindo, no


mínimo, a temperatura, a unidade, a pressão parcial do gás oxigênio (ppO2) e a
necessidade de uso de outros EPIs para os demais fatores de risco presentes.

As atividades de trabalho e sua exigência física, que podem alterar o perfil de


respiração e a quantidade de ar inalado.

O período de uso do respirador durante a jornada de trabalho.

A presença de deformidades faciais ou o uso de barba e/ou bigode, que podem


comprometer a vedação adequada.

A existência ou a predisposição a doenças pulmonares, cardiovasculares ou


neurológicas.

A possibilidade de alterações psíquicas oriundas do uso de respiradores, como a


presença de claustrofobia.

Dessa forma, o uso de respiradores somente poderá ocorrer após criteriosa avaliação
médica. A avaliação das capacidades física e mental para o uso de respiradores deve ocorrer
anualmente.

Responsabilidades

Para que a implementação do programa ocorra de forma adequada e cumpra seu papel
de proteger a saúde dos trabalhadores, existem certas responsabilidades para os diversos
níveis da empresa relacionados ao PPR. O empregador é o responsável geral pelo PPR, mas
há responsabilidades, que serão apresentadas a seguir, específicas do administrador do
programa, dos trabalhadores e dos terceiros, se houver.

É responsabilidade do empregador

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a. Designar um administrador do programa que tenha a responsabilidade delegada


para gerenciar efetivamente o PPR

b. Providenciar recursos adequados e a organização para garantir a eficácia


contínua do PPR

c. Definir, implementar e documentar o PPR

d. Fornecer o respirador adequado e com certificado de aprovação

e. Permitir ao empregado usuário do respirador que deixe a área de risco por


qualquer motivo relacionado com o seu uso

É responsabilidade do administrador do programa

a. Preparar os procedimentos operacionais escritos para uso correto dos


respiradores em situações de rotina e de emergência

b. Avaliar a concentração do contaminante na área de trabalho antes de ser feita a


seleção do respirador e, periodicamente, durante o seu uso, com a finalidade de
garantir que o respirador apropriado esteja sendo utilizado

c. Selecionar o respirador apropriado que proporcione proteção adequada para


cada contaminante presente ou potencialmente presente

d. Fazer a manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira que o


programa fique documentado e permita uma avaliação da sua eficácia

e. Providenciar para que todos os envolvidos conheçam o conteúdo do programa e


atualizar seus conhecimentos e o de seus colaboradores para que possam
desempenhar eficientemente as tarefas relativas ao PPR

f. Avaliar anualmente a eficácia do programa e revisar periodicamente os


procedimentos escritos

g. Indicar e treinar pessoas competentes para o cumprimento de tarefas ou de


funções no programa

É responsabilidade dos empregados

a. Usar o respirador fornecido, de acordo com as instruções e o treinamento


recebidos

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b. No caso de uso de respirador com vedação facial, não apresentar pelos faciais
(barba, cavanhaque etc.) que interfiram na selagem do respirador em seu rosto;
guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que
não se danifique ou deforme

c. Deixar imediatamente a área contaminada se observar que o respirador não está


funcionando bem e comunicar o defeito à pessoa responsável indicada nos
procedimentos operacionais escritos

d. Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração em seu estado de saúde


que possa influir na capacidade de uso seguro do respirador

Prestadores de serviços

Os prestadores de serviços devem cumprir as disposições constantes no PPR da


contratante. A responsabilidade do fornecimento dos respiradores, treinamento, ensaio de
vedação, entre outros, deve ser determinada antes do início das atividades.

Estrutura do programa

O PPR deve contemplar itens mínimos em sua estrutura, sendo que a maioria deles
devem ser descritos em procedimentos operacionais. O programa deve contemplar os
seguintes pontos:

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Política da empresa na área de proteção respiratória e abrangência do programa

Indicação do administrador do programa: responsável pela gestão do programa

Descrição das responsabilidades do empregador, do administrador do programa,


dos trabalhadores, de terceiros, de supervisores, entre outros

Avaliação dos riscos respiratórios e seleção do respirador com a definição de


critérios específicos (A seção 5 do documento da Fundacentro estabelece um
passo a passo para a seleção com base em critérios técnicos.)

Parâmetros mínimos de qualidade do ar para sistemas de ar mandado

Avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários

Treinamento para uso dos respiradores, metodologia para o ensaio de vedação e


política da barba

Definição de avaliações e revisões dos programas e mecanismos para


arquivamento dos registros

Manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores, sua guarda e


estocagem

Uso de respirador para fuga, emergências e resgates, quando aplicável

Existe um modelo básico de programa descrito em um dos anexos do documento


contemplando a política, a abrangência, as responsabilidades e alguns elementos básicos. A
questão dos procedimentos como um documento não é exemplificada, entretanto a publicação
descreve pontos que devem ser considerados, por exemplo, na limpeza de respiradores;
assim, pode-se escrever um procedimento baseado nesses pontos.

Seleção de respiradores

O documento da Fundacentro estabelece um mecanismo para seleção de respiradores


que deve ser aplicado nas atividades que exijam o uso de proteção respiratória. O mecanismo
é um passo a passo da seleção, na qual o responsável pela seleção deve responder algumas
perguntas a fim de definir tecnicamente o tipo de respirador para a situação em análise. A
seleção de respiradores cobre as seguintes situações:

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Respiradores para uso rotineiro

Respiradores para ambientes IPVS (imediatamente perigoso à vida e à saúde)


com pressão ambiente normal

Respiradores para ambientes com deficiência de oxigênio IPVS em pressão


ambiente reduzida

Respiradores para ambientes com deficiência de oxigênio não IPVS em pressão


ambiente reduzida

Respiradores para atividades em espaço confinados

Respiradores para operação de jateamento

Respiradores para fuga, emergência e resgate

Um guia de seleção para uso rotineiro de respiradores, com base no documento da


Fundacentro, pode ser visto no fluxograma da figura 6. Um exemplo de aplicação segue o
fluxograma. Esse documento está acessível na página da Fundacentro, na aba Biblioteca, no
endereço <gov.br>.

Figura 6 – Fluxograma resumido para seleção de respiradores de uso rotineiro com base
no documento da Fundacentro

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Os subitens de “g” até “j” do item 5.1 do guia de seleção auxiliam a correta seleção do
respirador em função das características do contaminante. As características consideram a
forma de apresentação do agente (gás, particulado, etc.), exposição concomitante a agentes
químicos, forma de geração, entre outros. Além disso, uma análise da razão entre a
concentração do agente químico e seu limite de exposição é apresentada e é um dos fatores
determinantes para a escolha do tipo de respirador.

Exemplo de aplicação

Caracterização: considere um operador de uma pequena unidade de produção


de tintas. Esse operador controla uma linha de produção da mistura seca entre
dióxido de titânio e óxido férrico e, devido ao processo, ele acaba exposto a
ambas as substâncias por via respiratória. Além disso, na sua área de trabalho
há um sistema misturador de solvente que opera basicamente com aguarrás
mineral. O misturador na linha de alimentação apresenta alguns vazamentos e
eventualmente são retiradas amostras para controle de qualidade desse
equipamento: ambos os fatos levam à exposição do operador também ao vapor
de aguarrás mineral. Não há deficiência de oxigênio. Um levantamento
quantitativo revelou as seguintes informações:

Limite de
Concentração na pior
Agente CAS exposição para
condição de trabalho[1]
(ACGIH)

Aguarrás 8052-
95 ppm 100 ppm
mineral 41-3

Dióxido de 13463-
12 mg/m³ 10 mg/m³
titânio 67-7

Óxido 1309-
2 mg/m³(R) 5 mg/m³(R)
férrico 37-1

[1] Para uma jornada de 8h/dia e 40h/semana

(R) – Respirável

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Problema: é necessário definir um respirador adequado com base nessa


exposição.

Solução: os passos a seguir estão baseados no diagrama anterior e no item 5.1


do documento da Fundacentro, que pode ser encontrado na página da
Fundacentro, na aba Biblioteca.

Passo 1 (de acordo com o item 5.1, subitem “a”): há deficiência


de oxigênio?

Não. Segundo o subitem “a”, para uma atmosfera na qual não há deficiência de oxigênio,
deve-se seguir para o item “b”.

Passo 2 (de acordo com o item 5.1, subitem “b”): os


contaminantes e suas concentrações são conhecidos?

Sim. Os contaminantes são dióxido de titânio, óxido férrico e aguarrás mineral, e as


concentrações são 12 mg/m³, 2 mg/m³(R) e 95 ppm, respectivamente. Nesse caso, o método
indica que se deve seguir para o item “c”.

Passo 3 (de acordo com o item 5.1, subitem “c”): existem


limites de exposição ou valores de referência ou a toxidez pode
ser estimada para os agentes em questão?

Sim, existem limites de exposição: dióxido de titânio (10 mg/m³), óxido férrico (5
mg/m³(R)) e aguarrás mineral (100 ppm). Nesse caso, o método indica avançar para o subitem
“d”.

Passo 4 (de acordo com o item 5.1, subitem “d”): a


concentração dos contaminantes é considerada IPVS?

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Não. A concentração de IPVS para dióxido de titânio, óxido férrico e aguarrás mineral são
5.000 mg/m³, 2.500 mg/m³ e 4366 ppm (aprox.), respectivamente. Nesse caso, deve-se
avançar para o item “e”.

Passo 5 (de acordo com 5.1, item “e”): cálculo do Fator de


Proteção Mínimo Requerido (FPMR)

Como mais de uma substância está presente, deve-se calcular o FPMR seguindo o item
“f”.

Passo 6 (de acordo com 5.1, item “f”): cálculo do Fator de


Proteção Mínimo Requerido (FPMR)

As três substâncias químicas apresentam ação sobre o sistema respiratório, o óxido


férrico e o dióxido de titânio têm ação sobre o trato respiratório inferior e a aguarrás mineral
tem ação sobre o sistema respiratório superior. Como as três substâncias agem sobre o
mesmo sistema orgânico, será considerado o efeito aditivo delas. O FPMR é calculado pela
soma das razões entre a concentração (C) do agente e seu limite de exposição (LE):

FPMR é igual à concentração de dióxido de titânio dividido pelo limite de exposição do


dióxido de titânio mais concentração de óxido férrico dividido pelo limite de exposição do óxido
férrico mais concentração de aguarrás mineral mais o limite de exposição da aguarrás mineral.

FPMR é igual a 12 mg/m³ dividido por 10 mg/m³ mais 2 mg/m³ dividido por 5 mg/m³ mais
95 ppm dividido por 100 ppm que é igual a 2,55.

Como o FPMR encontrado é maior que 1,0, segue-se para o item “g”.

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Passo 7 (de acordo com 5.1, item “g”): seleção do respirador


com base do FPA e no FPMR

Agora, deve-se selecionar o respirador com fator de proteção atribuído (FPA) maior do
que o FPMR calculado usando o quadro 1 do documento (reproduzido ao final desse passo). O
agente aguarrás mineral é um irritante dos olhos e está com uma concentração da ordem do
limite de exposição. Assim, será selecionado um respirador com peça facial inteira para
contemplar proteção dos olhos.

O respirador selecionado será do tipo purificador de ar não motorizado, que contém um


FPA igual a 100. Como o FPA (100) é maior que o FPMR (2,55), a condição está satisfeita e
segue-se para o item “h”.

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Tipos de coberturas das vias respiratórias

Sem vedação
Com vedação facial(b)
facial(b)
Tipo de respirador
Peça
Peça
facial Capuz(e) Outros(f)
semifacial(c)
inteira(d)

A – Purificador de
ar

não motorizado 10(g) 100(h) - -

motorizado(i) 50(j) 1000(k) 1000(k) 25

B – de adução de
ar

B1 – linha de ar
comprimido

de demanda sem
10(j) 100 - -
pressão positiva

de demanda com
50(j) 1000 - -
pressão positiva

de fluxo contínuo 50(j) 1000 1000 25

B2 – máscara
autônoma (circuito
aberto ou fechado)

de demanda sem
10(j) 100 - -
pressão positiva(l)

de demanda com
- 10000 - -
pressão positiva

Tabela 25 – Fatores de proteção atribuídos (FPA)(a)


Fonte: Programa de Proteção Respiratória: Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores
(Fundacentro, 2016).

Passo 8 (de acordo com 5.1, item “h”): seleção do cartucho


químico

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Como uma das substâncias é um vapor, três condições devem ser testadas e satisfeitas:

1. A concentração do contaminante no ambiente deve ser menor que a sua


concentração IPVS.

2. A concentração do contaminante no ambiente deve ser menor que a Máxima


Concentração de Uso (MCU) do filtro, conforme quadro 2 (reproduzido a seguir).

3. O filtro químico deve ser compatível com a peça facial do respirador selecionado
no item “g”.

O item 1 já foi satisfeito no passo 4; o item 3 será assumido como satisfeito, uma vez que
serão consideradas as informações do fabricante do respirador (e que será o mesmo do
cartucho químico). Para o item 2, para vapores orgânicos, um filtro classe 1 apresenta um
MCU de 1000 ml/m³ (que é igual a 1000 ppm), logo, o MCU é maior que 85 ppm, então
também está satisfeito.

Como há presença de particulado (dióxido de titânio e óxido férrico), segue-se para o


item “j”.

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Máxima
Classe do concentração de Tipo de peça facial
Tipo
filtro uso(c) (mL(c)/m3) compatível
(d)

Vapor
Um quarto facial,
FBC orgânico(b)
semifacial, facial
Baixa Gases 300
inteira ou conjunto
capacidade ácidos(b)
bocal
Amônia

Vapor
orgânico(b)
1.000
Amônia
300 Um quarto facial,
Classe 1 Metilamina
100 semifacial, facial
Cartucho Gases
1.000 inteira ou conjunto
pequeno ácidos(b)
50 bocal
Ácido
10
clorídrico
Cloro

Vapor
Classe 2 orgânico(b) 5.000
Cartucho Amônia 5.000 Facial inteira
médio Gases 5.000
ácidos(b)

Vapor
Classe 3 orgânico(b) 10.000
Cartucho Amônia 10.000 Facial inteira
grande Gases 10.000
ácidos(b)

Tabela 26 – Máxima concentração de uso de um filtro químico(a)


Fonte: adaptado da ABNT/NBR 13696/2010.

Passo 9 (de acordo com 5.1, item “j”): seleção do filtro

O item “j” apresenta cinco subitens. Nessa análise, a condição a ser satisfeita é o subitem
“j”, que apresenta o seguinte texto: se o aerossol for mecanicamente gerado (poeiras ou
névoas), usar filtro classe P1 ou peça semifacial filtrante para partículas PFF1 se o FPMR for
menor que 5.

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Para o caso em análise, a opção de uma PFF1 não será possível, pois a escolha anterior
por uma peça facial inteira e a presença de vapor invalida essa opção. A opção será sobre um
filtro classe P1, que será sobreposto ao cartucho químico.

Uma opção do respirador é a seguinte:

Figura 7 – Partes do sistema de proteção respiratória escolhido


Fontes: (a) <https://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/todos-os-produtos-3m-do-
brasil/~/Respirador-Reutiliz%C3%A1vel-Facial-Inteira-3M-S%C3%A9rie-6800-Grande/?
N=5002385+8711017+3290679139&rt=rud>.
(b) <https://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/todos-os-produtos-3m-do-
brasil/~/Cartucho-Qu%C3%ADmico-3M-6001-Preto-Letras-brancas/?
N=5002385+3294087399&rt=rud>.

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(c) <https://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/todos-os-produtos-3m-do-brasil/~/Filtro-
para-Particulados-3M-5N11/?N=5002385+3294083148&rt=rud>.
(d) <https://www.3m.com.br/3M/pt_BR/3m-do-brasil/todos-os-produtos-3m-do-brasil/~/Retentor-
para-Filtros-3M-501/?N=5002385+3294087177&preselect=3293786499&rt=rud>.

Encerramento

O PPR é uma ferramenta para o gerenciamento das exposições ocupacionais aos


agentes químicos que possa ingressar pela via respiratória. Embora importante, ele é apenas
uma parte do gerenciamento de riscos, e o profissional prevencionista deve integrá-lo ao PGR
estabelecido na NR-1 e ao PCMSO.

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Programa da Prevenção Ocupacional da Exposição ao


Benzeno (PPEOB)
O PPEOB é um programa com foco em gerenciar a exposição ocupacional ao benzeno.
Esse agente químico é um reconhecido carcinogênico humano, relacionado ao
desenvolvimento de câncer linfático e hematopoiético e leucemias. As exposições a essa
substância causam sintomas neurológicos e afetam a medula óssea e o sistema imunológico.

O programa é estabelecido pela NR-15, no Anexo 13-A, e engloba as empresas que


produzam, transportam, armazenam ou que empreguem o produto ou misturas contendo
benzeno acima de 1% em volume da substância, e as empresas por elas contratadas.

A legislação brasileira restringiu o uso dessa substância a indústrias que o produzem, que
utilizem em processos de síntese química e que o empreguem nos combustíveis derivados do
petróleo, bem como em atividades de laboratório que exijam o uso dessa substância sem que
exista um substituto adequado. Eventualmente, outras empresas podem fazer uso dessa
substância, mas devem apresentar uma justificativa técnica detalhando a inviabilidade de
substituição.

O Anexo da NR-15 determina alguns pontos para o programa como a necessidade de ele
ser formalizado pelo ocupante do cargo gerencial mais elevado dentro da empresa. Essa
pessoa deve, também, indicar um responsável pelo programa para responder a órgãos
públicos e aos trabalhadores, por meio de suas representações e seus sindicatos. O PPEOB
deve conter um documento-base, no qual o planejamento estará descrito, além de apresentar
uma relação dos empregados responsáveis pela execução desse plano.

A norma não define uma estrutura para o documento base, sendo que ele deve seguir a
estrutura padrão de outros programas que tratam do controle à exposição de agentes
químicos. Até o fim da vigência do PPRA (antiga NR-9), a estrutura era a desse programa.
Após a revisão dessa norma, essa estrutura está relacionada ao PGR estabelecido pela NR-1.
Além disso, a NR-9 apresenta anexo específico que trata da exposição ocupacional ao
benzeno em postos revendedores de combustíveis.

Embora a norma não fixe a estrutura do PPEOB, ela indica pontos que devem estar
presentes no documento-base. Esses elementos incluem:

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Descrição da instalação que opera com essa substância em concentração


volumétrica igual ou maior que 1%

Dados da avaliação quantitativa ocupacional da exposição ao benzeno e seu


monitoramento, além do detalhamento de como essas avaliações serão
armazenadas pelo prazo legal

Definição dos procedimentos operacionais que possam expor o trabalhador ao


benzeno, incluindo atividades de manutenção e de situações emergenciais,
apoiados por avaliações qualitativas e quantitativas para uma adequada
avaliação do risco

Descrição das ações de vigilância à saúde dos empregados e trabalhadores


terceiros de acordo com o estabelecido pela NR-7 no Anexo V, que trata também
de substâncias carcinogênicas

Indicação do cumprimento das determinações mínimas legais e de acordos


coletivos referentes ao benzeno

Especificação dos equipamentos de proteção respiratória de acordo com o


estabelecido no Programa de Proteção Respiratória (PPR) da Fundacentro

Descrição das medidas de controle utilizadas, sejam coletivas, administrativas e


organizacionais e individuais

Cronograma e planejamento de ações que mantenham a concentração do


benzeno disperso no ar abaixo do valor de referência tecnológico

Esse programa estabelece uma série de requisitos para controle ocupacional do


benzeno. Além de ser uma determinação legal, ele auxilia as atividades do técnico de
segurança do trabalho na prevenção da exposição a esse agente carcinogênico.

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Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR/NR-18)


O PGR da NR-18 é um Programa de Gerenciamento de Riscos voltado à indústria da
construção. Essa classificação é dada na Seção “F” do Código Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), também presente na NR-4. A indústria da construção engloba atividades
de terraplanagem, de construção e reforma de edifícios, construção de estradas e ferrovias,
obras de fundações, obra de instalações elétricas, entre outros. O PGR é de elaboração e
implementação obrigatória em todos os canteiros de obra (figura 8) e deve levar em conta

também as frentes de trabalho . Esse programa deve ser elaborado por profissional

legalmente habilitado na área de segurança do trabalho; nos casos em que a construção


apresentar até 7 metros de altura e com, no máximo, 10 trabalhadores, a NR permite que um
profissional qualificado em SST elabore o documento. A execução do programa, em qualquer
um dos casos, é de responsabilidade da organização.

Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de


apoio e execução de construção, demolição, montagem, instalação, manutenção ou reforma.

Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária.

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Figura 8 – Obra de ampliação e modernização de aeroporto no estado do Ceará


Fonte: Disponível em: <www.ceara.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2020.

Devido à dinâmica de uma obra que envolve diversas etapas, o PGR deve estar
atualizado sempre com a etapa em desenvolvimento. A sua estrutura deve ser a mesma do
PGR da NR-1, com algumas especificidades elencadas em norma (os projetos devem estar a
cargo de profissional legalmente habilitado):

Projeto da área de vivência do canteiro de obra e da frente de trabalho, se ela


existir, de acordo com as especificações da própria NR

Projeto elétrico das instalações temporárias usadas durante a obra

Projeto dos sistemas de proteção coletiva, tais como sistemas contra quedas e
contra projeção de materiais

Projeto de sistemas de proteção individual referente à queda de altura

Relação do EPIs e suas características técnicas mínimas de acordo com os


fatores de risco existentes na obra

Na maioria das obras de médio e grande porte existem empresas responsáveis por
diversas etapas, como, por exemplo, execução de fundações, instalação elétrica, acabamento,
pintura, entre outros. Se houver empresas contratadas na obra, elas devem fornecer seu
inventário de riscos para a empresa/organização responsável integrar os dados dentro do
PGR.

A NR-18 permite, sob certas condições, o uso de soluções alternativas de proteção


coletivas, de técnicas de trabalho aos trabalhadores, entre outros, diferentemente daquelas
exigidas pelos itens normativos, desde que sejam projetados para uso na indústria da
construção, representem um avanço tecnológico na área de SST e permitam a condução do
trabalho de forma saudável e segura. A documentação relacionada à adoção de soluções
alternativas deve fazer parte do PGR do canteiro de obra, incluindo os memoriais de cálculo,
quando se tratar de projeto, as especificações técnicas e os procedimentos de trabalho. Além
da documentação, é importante destacar que o uso dessas soluções implica na condução de
uma análise de risco, elaboração de permissões de trabalho e treinamento dos trabalhadores
envolvidos nas tarefas, incluindo os procedimentos de trabalho e outras operações ou uso de
máquinas e equipamentos pertinentes.

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Os procedimentos de trabalho que servem de base para a capacitação da mão de obra e


integram a documentação básica das soluções alternativas, e que devem integrar o PGR como
mencionado, estão sujeitas a um conteúdo mínimo. A NR-18 estabelece que os seguintes itens
devem estar presentes:

A identificação de fatores de risco, incluindo a descrição das medidas de


proteção coletiva a serem empregadas, definição e especificação dos EPIs
necessários

A descrição detalhada da forma de emprego ou de uso dos equipamentos de


proteção coletiva e dos equipamentos de proteção individual

Descrição das medidas preventivas a serem adotadas para realização de um


trabalho seguro e outras medidas definidas como necessárias por profissional
legalmente habilitado na área de segurança do trabalho

O profissional técnico de segurança do trabalho têm um caráter fundamental na condução da


elaboração e implementação desse programa, atuando no reconhecimento de fatores de risco,
na definição de prioridades e na implementação e acompanhamento do programa dentro de
suas atribuições legais. É importante reforçar que o PGR da NR-18 apresenta a estrutura do
PGR previsto na NR-1, assim, a atuação do técnico não está unicamente restrita ao tópico de
EPIs tratados no início desse texto.

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Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR/NR-22)


O texto a seguir utiliza da terminologia empregada na NR que estabelece o programa
atualmente.

A NR-22 é uma norma voltada ao segmento econômico da mineração, compreendendo


as atividades de mineração de superfície (figura 9) e mineração subterrânea, garimpos,
beneficiamento de minerais e pesquisa mineral. Esse setor conta com um conjunto de
características e riscos que o difere dos processos industriais ao qual possa se estar
habituado. Essas características únicas fizeram com que o segmento fosse regulado por
norma específica e por um Programa de Gerenciamento de Riscos próprio, o PGR da NR-22.
Embora, ela tenha regramento próprio, seu PGR estará, como nos demais casos, relacionado
ao PCMSO determinado pela NR-7.

Figura 9 – Atividade de extração de carvão mineral em superfície no Estado do Rio


Grande do Sul.
Fonte: Disponível em: <www.crm.rs.gov.br>. Acesso em: 19 ago. 2020.

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O PGR, que está a cargo do empregador ou do permissionário da lavra garimpeira, no


que tange à elaboração e implementação, deve contemplar os requisitos da NR-22 aplicáveis à
atividade e incluindo, ao menos:

Uma análise dos riscos biológicos, físicos, químicos, dos aspectos relacionados
à ergonomia e à organização do trabalho e uma análise também de atividades
críticas relacionadas aos riscos de acidentes, como trabalho em altura, em
espaço confinado, em profundidade e ao uso de energia elétrica, de máquinas e
equipamentos, veículos e trabalhos manuais

Especificação dos equipamentos de proteção individual empregados, de acordo


com a NR-6, em especial para equipamentos destinados à proteção respiratória

Avaliação das atividades que possam originar deficiência de oxigênio e formação


de atmosfera explosiva, seja pela própria característica dos minérios explorados
(como a formação natural de grisu em minas de carvão, uma mistura de metano
e oxigênio) ou pelas características da atividade, como uso de máquinas à
combustão interna no interior da mina e outros elementos

Especificações do sistema de ventilação para uma condução segura das


atividades, principalmente no que se refere à mineração de subsolo, relacionado
ao teor mínimo de oxigênio (19% no caso), diluição de gases inflamáveis ou
nocivos, diluição de poeiras e manutenção de temperatura e umidade adequadas
às atividades

Análise e investigação de acidentes do trabalho para definição de ações


corretivas

Planejamento para emergência

Análise da estabilidade da matriz rochosa sobre o qual a mineração é realizada.


Essa matriz rochosa é tratada por maciço na NR-22, e seu monitoramento é
importante para que se evite colapso e desestruturação que possam
comprometer a estabilidade da atividade de mineração e a segurança das
instalações e trabalhadores.

A elaboração do programa, segundo a NR-22, deve obedecer a uma sequência de etapas


muito semelhante às etapas utilizadas na higiene ocupacional, mas voltada a todos os riscos
ocupacionais. A etapa inicial envolve a antecipação e o reconhecimento de riscos,
considerando também os dados oriundos da CIPAMIN (uma CIPA estabelecida na NR-22); os
dados obtidos e a exposição dos trabalhadores são avaliados na etapa dois. Uma vez que a
avaliação é concluída, parte-se para a etapa três, que estabelece as prioridades de controle,

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as metas a serem atingidas, as ações a serem executadas e o cronograma de execução. Para


os riscos físicos e químicos, o nível de ação é o parâmetro utilizado para definir o início de
medidas preventivas que contemplam monitoramento da exposição, o controle médico e a
informação aos trabalhadores.

A implementação das ações propostas e a exposição dos trabalhadores são então


monitoradas e, uma vez ao ano, pelo menos, uma análise crítica deve ser conduzida a fim de
avaliar as ações e definir novas medidas e correções necessárias. A análise crítica, sempre
que ocorrer, deve ser registrada incluindo, no mínimo, uma análise da implementação das
medidas previstas até a data da análise.

O profissional da área de segurança não deve encarar o PGR da NR-22 como um programa
de gerenciamento substancialmente diferente do PGR da NR-1. A diferença entre eles é que o
PGR em questão (NR-22) é voltado a um segmento econômico, o que pode facilitar sua
implementação, uma vez que a própria norma estabelece uma série de requisitos mínimos a
serem cumpridos e diretamente relacionados ao programa.

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Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)


Programa vigente até 01/2022.

O texto a seguir utiliza da terminologia empregada na NR que estabelecia o programa.

O PPRA foi um programa estabelecido na criação das primeiras normas


regulamentadoras, por meio da NR-9, e esteve vigente por muitos anos. O PPRA era aplicável
a qualquer segmento econômico, à exceção da mineração, que tinha programa específico.
Alguns segmentos econômicos como aqueles relacionados aos serviços de saúde fixavam
critérios de inclusão para o programa.

O objetivo do PPRA era trabalhar na prevenção da exposição aos agentes ambientais,


definidos como os agentes físicos, químicos e biológicos. Essa prevenção estava voltada às
doenças ocupacionais na maioria dos casos e em alguns casos de acidentes decorrentes da
exposição descontrolada aos agentes ambientais. O programa utilizava um documento-base
para sua elaboração e execução, fundamentado nas etapas de higiene ocupacional de
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos. A parte principal desse programa
(e como de qualquer programa) era o plano de ação estabelecido com base na etapa de
avaliação de riscos. O controle dos riscos deveria seguir a hierarquia de controle prevista no
texto da norma, com prevalência para eliminação ou substituição do risco, seguida, nesta
ordem, pelo do uso de controles coletivos, administrativos e organizacionais e equipamentos
de proteção individual. Uma vez ao ano, no mínimo, o programa deveria passar por uma
análise global de forma a promover ajustes em seu planejamento.

O PPRA continuou atual ao longo de sua vigência, pois o texto normativo nunca fixou limites
na elaboração do programa, deixando a critério de seu elaborador a melhor forma de
condução. Entretanto, frequentemente o programa tinha seu objetivo distorcido, sendo utilizado
na caraterização de atividades insalubres (NR-15), perigosas (NR-16) e na constatação de
atividades especiais (legislação previdenciária), ou apresentava em seu plano de ação ações
que não estavam ligadas ao objetivo do programa, como ações relacionadas à CIPA
(formação, processo eleitoral), à prevenção de incêndios, à adequação da instalações
elétricas, à análise ergonômica.

Como regra geral, quando essas situações estavam inclusas dentro do PPRA, elas eram
tratadas de forma superficial também, sendo que não eram úteis nem para a prevenção de
riscos ambientais, nem para o gerenciamento das situações às quais se propunham.

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O programa, além do acompanhamento direto de seu plano de ação, que permitia que as
adequações fossem realizadas quando necessário, era acompanhado indiretamente pelo
monitoramento da saúde dos trabalhadores por meio do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO). Quando determinado desvio era encontrado nos indicadores
biológicos de exposição (resumidamente, nos resultados dos exames ocupacionais), isso
poderia sugerir alguma falha no mecanismo de controle dos riscos, seja por uma falha no
reconhecimento de riscos ou em sua avaliação ou no emprego desses controles.

Com a modernização das normas regulamentadoras, com a experiência adquirida no


gerenciamento de riscos e com as distorções de aplicação cada vez mais frequentes nos
PPRAs, o órgão governamental responsável pela SST decidiu realizar uma revisão profunda
sobre a NR-9 e sobre a NR-1. Dessa revisão, resultaram dois pontos importantes:

A NR-9 deixou de tratar de um programa para focar exclusivamente no


reconhecimento, na avaliação e no controle dos agentes biológicos, físicos e
químicos. Os resultados da avaliação são incorporados ao inventário de riscos e
os controles definidos são incorporados ao plano de ação, ambos previstos pela
NR-1 no Programa de Gerenciamento de Riscos. A nova NR-9 não determina
mais a elaboração de um documento-base, mas exige a elaboração de relatórios
das avaliações realizadas.

A NR-1, entre outros aspectos, definiu a necessidade do gerenciamento de riscos


ocupacionais, por meio de um programa específico: o Programa de
Gerenciamento de Riscos (PGR). Nesse programa, os dados resultantes da nova
NR-9 são utilizados, assim como os dados da avaliação ergonômica, previstos
na NR-17, da avaliação das fontes causadoras de acidentes e das situações de
emergência. Dessa forma, pode-se assumir que o antigo PPRA foi incorporado a
um programa maior, o PGR. O termo incorporado é correto, pois muitos dos
elementos do PPRA estão ainda na NR-9 ou foram transferidos para a NR-1,
com um ajuste a fim de tornar mais claro seu texto.

Embora o texto da NR-9, que fixava a exigência da elaboração do PPRA, não esteja mais
vigente, a documentação desse programa e de outras documentações relacionadas deve ser
gerenciada por um período mínimo de 20 anos a partir da data de sua elaboração. Esse
requisito estava presente no texto da NR-9.

Assim, é necessário pelo menos algum conhecimento sobre o PPRA a fim de garantir a
correta gestão dos dados pelo prazo legal.

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Programa das Condições e Meio Ambiente de Trabalho


(PCMAT)
Programa vigente até 01/2022.

O texto a seguir utiliza da terminologia que era empregada na NR que estabelecia o programa.

O PCMAT foi um programa estipulado por uma antiga versão da NR-18, e era destinado
às empresas do ramo da construção (construção de edifícios, obras de infraestrutura, entre
outros) com mais de 20 trabalhadores. A ideia do PCMAT era gerenciar todos os riscos
ocupacionais envolvidos em um canteiro de obra ou frente de trabalho ao longo de todas as
etapas de execução da obra.

Esse programa deveria englobar o antigo PPRA (estabelecido na antiga NR-9), embora
não existisse no texto normativo uma indicação de dispensa da elaboração do PPRA. O
programa estava a cargo de engenheiros que têm atribuições para projetar, dimensionar e
especificar sistemas de proteção coletivas tratadas dentro do PCMAT. Ainda, em 2011, a NR-
18 estabeleceu que somente profissionais legalmente habilitados na área de segurança
poderiam elaborá-lo. Assim, o papel do técnico em segurança do trabalho estava restrito à
parte complementar e operacional do programa, sendo um dos agentes de apoio da execução
do planejamento e acompanhamento do programa. Atualmente, o programa não existe mais,
mas a documentação associada deve ser gerenciada pelas empresas.

O programa contava com itens mínimos como memorial sobre o ambiente de trabalho e
suas operações em relação aos acidentes e às doenças ocupacionais e suas medidas de
controle; especificação, projeto e execução de proteções coletivas e dimensionamento de
áreas de vivência, um cronograma de implementação das medidas preventivas de acordo com
as etapas da obra e de realização de um programa de conscientização dos empregados,
envolvendo, por exemplo, capacitações sobre SST.

Com a modernização das normas regulamentadoras, o órgão governamental responsável pela


SST decidiu realizar uma revisão da NR-18. A revisão da norma cobriu vários pontos que não
eram tratados na versão anterior, ou que normalmente podiam causar confusão. Ao
reestruturar toda a norma houve a necessidade de reestruturação do programa, e o PCMAT
deu lugar ao PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) definido dentro da NR-18, que
utiliza como base o PGR da NR-1.

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PGRTR
A NR-31, uma norma setorial destinada as atividades desenvolvidas na agricultura,
pecuária, silvicultura, exploração florestal e na aquicultura, define que as empresas envolvidas
nessas atividades desenvolvam o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural
(PGRTR). A estrutura do PGRTR é semelhante a estrutura do PGR previsto pela NR-01,
entretanto todo o processo de elaboração desse programa está contido na NR-31, não há
nenhuma referência normativa a NR-01.

Figura: Aplicação de defensivo agrícola em lavoura.


Fonte: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/especial-publicitario/sell-
agro/noticia/2021/06/22/adjuvantes-agricolas-otimizam-aplicacao-de-defensivos-e-geram-
economia-1.ghtml Acesso em 06/09/2021.

O foco do programa é o controle das situações e atividades que possam resultar em


acidentes e doenças ocupacionais, ou seja, devem ser considerados todos os fatores de risco
(acidente, biológico, ergonômico, físico e químico). Esse programa é construído iniciando com
a etapa de identificação de perigos ou fatores de risco e quando possível a sua eliminação já
nessa fase. Para os fatores de risco que não puderem ser eliminados, uma condução da
avaliação do nível de risco deve ser realizada com a finalidade de prioridades par adoção de

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medidas de controle e construção de um planejamento. As medidas de controle devem seguir


a mesma hierarquia prevista na NR-01 e reforçada na NR-31. Além desses pontos, a etapa de
elaboração deve considerar o acompanhamento da exposição aos fatores de riscos e os
resultados das investigações de acidentes e doenças ocupacionais.

Uma vez conduzida essas etapas o PGRTR deve ser elaborado contendo, no mínimo o
inventário de riscos e o plano de ação. O inventário deve descrever os ambientes, processos e
as atividades envolvidas, apontado os fatores de riscos e suas consequências, bem como
caracterizar que são os empregados expostos e descrever as medidas de controle existentes.
Integram também o inventário os dados das exposições ocupacionais aos agentes biológicos,
físicos e químicos e os dados das exposições aos fatores de riscos ergonômicos. Para o
último, a norma determinada que sejam adotados os critérios presentes em seu item 31.8 que
trata de ergonomia. Os resultados da avaliação do nível de risco e os critérios adotados
encerram o inventário.

Embora o PGRTR apresente muitos pontos semelhantes ao PGR da NR-01, existem


certas situações explícitas no texto normativo da NR-31 sobre as quais o programa deve
prever medidas de controles. Essas situações envolvem:

Medidas para trabalhados com animais, envolvendo inclusive, programas de


imunização dos trabalhadores, manipulação e eliminação de excrementos, entre
outros.

Definição de procedimento para situações climáticas extremas e orientação dos


empregados.

Estabelecimento de vias seguras para movimentação de veículos e pessoas,


envolvendo sinalização e proteção física contra quedas de veículos.

Determinação de condições mínimas de segurança para trabalho próximo a


linhas de transmissão de energia elétrica.

Priorização para que trabalhos que envolvam esforço físico elevado sejam
realizados, preferencialmente, no início ou ao final do dia, e minimização de
riscos para trabalhos em aclive/declive.

Eliminação de resíduos do processo produtivo que ofereçam algum risco aos


trabalhadores.

A NR-31 ainda faz a previsão de que o programa seja revisado a cada três anos e que
modificações de processos, condições de trabalho, tecnologias, entre outros, forçam a
necessidade em prazos inferiores ao prazo máximo. O acompanhamento da saúde dos

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trabalhadores é realizado segundo a previsão da própria NR-31 com base em parâmetros da


NR-07.

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