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Gilberto Oliveira de Araújo

Engenheiro de Segurança do Trabalho


CREA 28.100/D-DF
E-mail: gilbertoespecialista@gmail.com
Telefone: (61) 9 9317-5875

PGR
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

BARUC BRASÍLIA TRANSPORTE E ARMAZENAGEM LTDA

Fevereiro de 2023
Gilberto Oliveira de Araújo
Engenheiro de Segurança do Trabalho
CREA 28.100/D-DF
E-mail: gilbertoespecialista@gmail.com
Telefone: (61) 9 9317-5875

SUMÁRIO
1 Dados da organização 3

2 Dados do elaborador do Programa de Gerenciamento de Riscos 3

3 Introdução 4

4 Registro dos dados e arquivamento 5

5 Objetivo geral 5

6 Objetivo específico 5

7 Planejamento anual 6

8 Responsabilidade do empregador 6

9 Responsabilidades dos empregados 7

10 Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PGR 7

11 Participação dos empregados no desenvolvimento do PGR 8

12 Termos e definições. 8

13 Comunicação e formação 10

14 Inventário geral de perigos e riscos ocupacionais 11

15 Avaliação dos riscos ocupacionais 13

16 Avaliação dos Riscos Ocupacionais por meio do Grupo de Exposição Similar 18


– GES, quando aplicável

17 Encerramento 23

18 Plano de Ação 24
1. Dados da organização

DADOS DA ORGANIZAÇÃO (EMPRESA CONTRATADA)


Nome empresarial: Baruc Brasília Transporte e Armazenagem Ltda.
Endereço: Módulo 2, Lote 41 Parte Fundos, CEP: 72.580-200, Condomínio Residencial Santa Maria (Santa
Maria), Brasília – DF.
CNPJ: 14.877.972.0001-73
CNAE: 49.30.2-02
Atividade Principal: Transporte rodoviário de cargas, exceto produtos perigosos e mudanças,
intermunicipal, interestadual e internacional.
Grau de Risco: 3
Número de Empregados do Estabelecimento: 1

2. Dados do elaborador do Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR

DADOS DO ELABORADOR DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

Nome: Gilberto Oliveira de Araújo.

Habilitação profissional: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho.


Registro no conselho de classe: CREA 28.100/D-DF

3
3. Introdução

A gestão dos riscos ocupacionais auxilia uma organização a identificar, avaliar, analisar,
monitorar e mitigar os riscos que ameaçam a realização dos objetivos estratégicos da
empresa, de forma disciplinada e sistemática. Tais aspectos incluem a maximização de
probabilidade e consequência de eventos positivos e a minimização da probabilidade e
consequência de eventos adversos aos objetivos gerais e específicos estabelecidos em matéria
de segurança e saúde ocupacional.

Um plano de gerenciamento de riscos define como uma equipe de responsáveis irá conduzir
a gestão dos riscos ocupacionais com o objetivo de atingir os indicadores de prevenção de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de acordo com o planejamento previamente
definido.

De forma mais precisa podemos sintetizar que o Programa de Gerenciamento de Risco - PGR,
é um conjunto de procedimentos, técnicas de gestão, métodos de avaliação, registros e
controles de monitoramento e avaliação de riscos que devem ser seguidos e adotados pela
empresa com o objetivo de prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
contemplando as fontes de perigos, as diferentes exposições aos riscos no ambiente laboral,
bem como as suas respectivas medidas de prevenção e controle.

O documento base do PGR demonstra o conjunto de ações e todos os procedimentos


necessários para que os meios de prevenção sejam implantados dentro de todos os setores
da organização.

Dessa forma, o PGR apresenta uma série de requisitos voltados para a Saúde e Segurança do
Trabalho -SST, que devem ser seguidos pela empresa, com o objetivo final de prever os riscos
que estarão presentes durante a execução das atividades e tarefas, evitando que acidentes e
doenças ocupacionais venham a ocorrer nas diferentes situações de trabalho.

4
4. Registro dos dados e arquivamento

Todos os documentos que compõe o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR devem ser
arquivados, seja em meio eletrônico ou físico, por um período mínimo de 20 anos a contar da
data da elaboração. Deve-se observar que diferentes documentos e formulários podem ser
criados separadamente, em períodos de tempo de acordo com o desenvolvimento do
programa. Logo, para o registro histórico dos dados, e principalmente para a correta gestão
do PGR, é recomendável que todos os documentos sejam arquivados para que a
rastreabilidade da gestão do programa seja devidamente comprovada.

5. Objetivo Geral

O PGR visa a preservação da saúde e a integridade física dos empregados diretos da


organização, bem como visa contribuir para a preservação da saúde e integridade física dos
empregados de empresas prestadores de serviço, caso tenha, através das etapas de
antecipação, reconhecimento, avaliação, controle e monitoramento dos riscos ocupacionais
em todos os processos de trabalho desenvolvidos no ambiente laboral.

As ações previstas nesse programa serão desenvolvidas no âmbito da empresa Baruc Brasília
Transporte e Armazenagem Ltda, sob responsabilidade direta da empresa, com a participação
dos empregados, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos
riscos ocupacionais e das necessidades de controle de acordo com as atividades executadas.

6. Objetivos Específicos (Metas)

▪ Cumprir todas as normas legais que apliquem ao trabalho que executa, em especial as
Normas Regulamentadoras;
▪ Apresentar o Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR para todos os empregados
da empresa, bem como para a empresa contratante;
▪ Assegurar o cumprimento técnico das ações propostas no PGR e sua respectiva análise
global para mensuração dos resultados obtidos;

5
▪ Realizar treinamento de EPI conforme determina a NR-6 – Equipamento de Proteção
Individual.

7. Planejamento Anual

O PGR conta com um planejamento anual, o qual está devidamente expresso no cronograma
de ação.

O cronograma de ação tem por objetivo documentar o compromisso assumido pela empresa,
no sentido de implementar as medidas de controle propostas na estrutura do PGR, cujo
cumprimento é objeto de fiscalização por parte dos agentes de inspeção do trabalho e demais
órgãos governamentais e partes interessadas.

Fica a critério da empresa, ou ao seu preposto, o estabelecimento das datas para o


cumprimento das ações preventivas previstas no cronograma anual. Salientamos, que o não
atendimento dos prazos estabelecidos deverá ser devidamente justificado, haja vista que o
descumprimento injustificado será passível de autuação por parte dos órgãos de fiscalização.

8. Responsabilidades do Empregador

▪ A organização deve implementar, por estabelecimento, o gerenciamento de riscos


ocupacionais em suas atividades.
▪ Garantir a periodicidade das avaliações, levantamentos, implantação e manutenção
do PGR;
▪ Garantir a divulgação a todos os empregados do estabelecimento;
▪ Manter atualizado os documentos referentes ao PGR (Documento Base, Inventário de
Perigos e Riscos Ocupacionais, Análise Preliminar de Riscos, Plano de Ação, e outros
que se fizerem necessários);
▪ Garantir a elaboração técnica e coordenação do PGR.
▪ A implementação das medidas de controle, bem como a eliminação e o controle dos
riscos ocupacionais no presente documento, é de exclusiva responsabilidade do
contratante (empregador).

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▪ A validade do presente programa está condicionada ao conhecimento do empregador
ou preposto, após tomar ciência do seu conteúdo, responsabilizando-se pela
implementação das medidas propostas.

9. Responsabilidades dos empregados

O embasamento quanto ao conjunto de responsabilidades dos empregados está previsto no


item 1.4.2 da Norma Regulamentadora – NR 01:

▪ Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho,


inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
▪ Submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
▪ Colaborar com a organização na aplicação das NR;
▪ Usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador;

Conforme o disposto no item 1.4.2.1 constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado
ao cumprimento do disposto nas alíneas do subitem anterior.

Cabe destacar que segundo o item 1.4.3 da NR 01, temos que:

▪ O trabalhador (empregado) pode interromper suas atividades quando constatar uma


situação de trabalho onde, a seu ver, envolva risco grave e iminente para a sua vida e
saúde, informando imediatamente ao seu superior hierárquico.

10. Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PGR

1) Periodicidade: anual ou no mínimo a cada dois anos;


2) Forma de Avaliação: verificação dos resultados obtidos de acordo com o planejamento
previsto no cronograma de ações alinhado aos objetivos estabelecidos no PGR;
3) Ajustes de desenvolvimento: analisar a necessidade de readequar processos, métodos,
prazos e responsáveis de acordo com o cumprimento das ações previstas.

7
11. Participação dos empregados no desenvolvimento do PGR

É de suma importância que os empregados tenham um papel ativo no desenvolvimento do


PGR, por meio da contribuição direta através de sugestões, participação em processos de
identificação de perigo e análise de riscos ocupacionais, bem como pelo intermédio da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, se houver.
O empregador deve garantir que os empregados tenham acesso aos mecanismos de
comunicação necessários para que a consulta e participação possa estar ao alcance de todos
aqueles envolvidos nas atividades da empresa.

12. Termos e definições

Agente biológico: micro-organismos, parasitas ou materiais originados de organismos que,


em função de sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo
à saúde do trabalhador. Exemplos: bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T
humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioides immitis.
Agente físico: qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e
exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes.
Observação: critérios sobre iluminamento, conforto térmico e conforto acústico da NR-17 não
constituem agente físico para fins da NR-09.
Agente químico: substância química, por si só ou em misturas, quer seja m seu estado natural,
quer seja produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que em função de sua
natureza, concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do
trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, vapores
de tolueno, névoas de ácido sulfúrico.
Cinta: Acessório utilizado para amarração e movimentação de cargas, nos termos definidos na norma
ABNT NBR 15637.
Equipamento de elevação de carga: Todo equipamento que faça o trabalho de levantar, movimentar
e abaixar cargas, incluindo seus acessórios (destinados a fixar a carga a ser transportada, ligando-a ao
equipamento).

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Procedimento: Sequência de operações a serem desenvolvidas para realização de um determinado
trabalho, com a inclusão dos meios materiais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que
possibilitem sua realização.
Profissional capacitado: Trabalhador que recebeu capacitação sob orientação e responsabilidade de
um profissional habilitado.
Empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob
a dependência deste e mediante salário.
Empregador: a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao
empregador as organizações, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitam trabalhadores
como empregados.
Estabelecimento: local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de
terceiros, onde a empresa ou a organização exerce suas atividades em caráter temporário ou
permanente.
Evento perigoso: ocorrência ou acontecimento com o potencial de causar lesões ou agravos
à saúde.
Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária.
Local de trabalho: área onde são executados os trabalhos.
Obra: todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação,
manutenção ou reforma.
Ordem de serviço de segurança e saúde no trabalho: instruções por escrito quanto às
precauções para evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. A ordem de serviço
pode estar contemplada em procedimentos de trabalho e outras instruções de SST.
Organização: pessoa ou grupo de pessoas com suas próprias funções com responsabilidades,
autoridades e relações para alcançar seus objetivos. Inclui, mas não é limitado a empregador,
a tomador de serviços, a empresa, a empreendedor individual, produtor rural, companhia,
corporação, firma, autoridade, parceria, organização de caridade ou instituição, ou parte ou
combinação desses, seja incorporada ou não, pública ou privada.
Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional: fonte com o
potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação
com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.

9
Prevenção: o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as fases
da atividade da organização, visando evitar, eliminar, minimizar ou controlar os riscos
ocupacionais.
Responsável técnico pela capacitação: profissional legalmente habilitado ou trabalhador
qualificado, conforme disposto em NR específica, responsável pela elaboração das
capacitações
e treinamentos.
Risco ocupacional: combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados
por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e
da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.
Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo
estabelecimento.
Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de natureza
administrativa, como os empregados e outros sem vínculo de emprego.

13. Comunicação e Formação

Os empregados devem ser instruídos quanto aos procedimentos de segurança e saúde


ocupacional a serem seguidos, medidas de controle aplicadas na organização, procedimentos
de emergência a serem adotados, responsabilidades no tocante à segurança e saúde
ocupacional, bem como quanto aos riscos ocupacionais que estão sujeitos ou que possam
originar-se no ambiente laboral.

O empregador deve garantir que os registros de treinamento, instruções e orientações


estejam disponibilizadas no PGR. Contendo todas as informações pertinentes ao conteúdo
ministrado, responsável técnico pelo evento, data e carga horária de duração e o registro
formal da participação do trabalhador por meio de assinatura física ou eletrônica.

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14. Inventário Geral de Perigos e Riscos Ocupacionais

Setor Galpão de armazenamento.


Horário de trabalho Das 07:00 as 17:00 (Com intervalo de 1h).
Número de trabalhadores no setor 1
Cargo existente no setor Ajudante.
Caracterização do processo de trabalho Carga, descarga e armazenamento de mercadorias.
Caracterização do ambiente de trabalho Ambiente tipo galpão com aproximadamente 600m2, paredes construídas com tijolos tipo bloco cerâmico
revestida com reboco, piso em cimento polido, pé direito aproximadamente 6,0m, teto em estrutura metálica
treliçada coberto com telha de zinco. Ventilação natural proveniente do acesso principal do galpão.
Iluminação artificial auxiliada por luminárias tipo fluorescente.
Caracterização das atividades Fazer o recebimento de mercadorias em geral e acondicioná-los no interior da câmara fria; armazenar
mercadorias com auxílio de empilhadeira elétrica; fazer separação de mercadorias em geral para posterior
entrega nos clientes; acondicionar as mercadorias no caminhão com auxílio de paleteira; fazer a limpeza do
galpão.
Equipamentos de Proteção Individual e C. A Calçado ocupacional de uso profissional (C.A nº 26576); luva para proteção contra agentes térmicos e
mecânicos (C.A Nº 43440); macacão de segurança contra agentes térmicos – frio (C.A nº 27657).

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Nº Perigo Fonte ou Circunstâncias Risco Associado Possíveis Lesões ou Agravos Medidas de Controle Implementada
1 Geração do frio. Entrada na câmara fria Exposição a baixas Urticária; fenômeno de Vestimenta tipo Japona (C.A nº 10975); calça
para armazenamento e temperaturas. Raynaud; frosbite; pés de térmica (C.A nº 26157); luva para proteção
retirada de mercadoria imersão; queimaduras; contra agentes térmicos e mecânicos (C.A nº
em geral. perniose; ulceração; 18663).
hipotermia.
2 Levantamento manual de cargas. Armazenagem de Sobrecarga dos Lesões musculoesqueléticas. Não implementada.
mercadorias. membros Lesões nas costas; lesões na
superiores (mãos coluna lombar.
e braços);
sobrecarga na
coluna vertebral.
3 Frequente ação de Transporte de cargas com Tensões nos Dores lombares; traumatismos Não implementada.
puxar/empurrar cargas. auxílio de paleteira. braços, ombros e agudos, como cortes ou
costas. fraturas devido a acidentes.
4 Operar máquina sem estar Operação de máquina Falta de Lesões diversas como cortes e Não implementada.
habilitado. (empilhadeira elétrica) treinamento para perfurações.
operação de
máquina.

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15. Avaliação dos Riscos Ocupacionais

Para compreendermos com maior precisão qual é a magnitude dos riscos ocupacionais aos
quais os empregados estão expostos, propusemos a criação de uma planilha de avaliação de
riscos ocupacionais, onde cada setor e processos foram subdivido em Grupos de Exposição
Similar – GES, que faz referência a um grupo de empregados que experimentam situações de
exposição semelhantes, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de
qualquer empregado desse grupo seja representativo da exposição dos demais. Além deste
critério, também pode-se utilizar a definição do Grupo Homogêneo de Exposição – GHE, onde
faz-se referência a um grupo de dados com comportamento estatístico similar, ou seja, um
grupo de empregados que experimentam uma exposição a um determinado agente que está
dentro da mesma probabilidade estatística.
Para entendermos com maior propriedade as variáveis que se apresentam nas exposições
ocupacionais, e o consequente risco durante as atividades laborais, é proposta uma
classificação que permita avaliar o grau de magnitude das exposições, tendo como base duas
metodologias de avaliação de riscos ocupacionais, a saber: Método William T. Fine (Método
WTF) para classificação e avaliação de riscos ocupacionais e a análise da eficácia das medidas
de controle presente no artigo “Hazard Identification, Risk Assessment, and Control Measures
as an Effective Tool of Occupational Health Assessment of Hazardous Process in an Iron Ore
Pelletizing Industry”.

O método William T. Fine estabelece um critério de julgamento da exposição ocupacional com


base na classificação do Grau de Criticidade – GC que estima o potencial do risco ao qual um
ou mais trabalhadores estão expostos.

Para determinar o grau de criticidade são analisadas diferentes variáveis, a depender de cada
condição de trabalho, são elas:

1.Consequência: definida como o potencial de dano que poderá ser causado pela exposição
ocupacional a um determinado fator de risco, seja este de origem mecânica ou ambiental e
mesmo um fator ergonômico reconhecido durante as tarefas executadas.

2. Probabilidade: definida como a chance de algum evento indesejado ocorrer, baseado em


experiências e série histórica de dados que possam estar disponíveis na organização.

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3. Exposição: o período em que o trabalhador está exposto ao risco ocupacional é diretamente
proporcional a probabilidade de um evento indesejado ocorrer, como um acidente de
trabalho e/ou doença ocupacional. Logo, quanto maior o tempo de contato com a fonte ou
condição perigosa, maiores serão as chances de um potencial danos à saúde se materializar.

4. Tipo de medida de controle implementada: nesta etapa é analisado se a empresa já


implementa alguma medida de controle para promover a proteção dos trabalhadores
expostos; entende-se como medida de controle aquelas definidas como: substituição
(exemplo: troca de um produto químico de alta toxicidade por um outro produto químico de
menor toxicidade, troca de maquinário com menor emissão de ruído dentro de um processo,
entre outras), medidas de engenharia com redundância (exemplo: sistema de controle lógico
programável desenvolvido para garantir que as falhas que comprometam a função de
segurança sejam monitoradas, duplos contatores em série, entre outros.), medidas de
engenharia simples (exemplo: proteção fixa em máquinas, proteções do tipo monocanal),
medidas administrativas (exemplos: treinamento, sinalização de segurança, procedimentos e
instruções de trabalho) e/ou o uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI adequado
para um determinado tipo de exposição ocupacional.

5. Fator de proteção da(s) medida(s) de controle implementada(s): este critério é de extrema


importância para avaliarmos o grau de proteção de uma medida de controle já implementada
pela organização, com o objetivo de minimizar os riscos ocupacionais em seus processos,
atividades e tarefas. Medidas de ordem geral, administrativas ou mesmo individuais já podem
existir de forma efetiva em uma organização, desta forma devemos avaliar a eficácia de cada
controle baseado na neutralização e minimização que cada mecanismo de proteção pode
proporcionar. Foram atribuídos valores de porcentagem para cada item estabelecido, tal
critério levou em consideração os dados publicados na norma o artigo: “Hazard Identification,
Risk Assessment, and Control Measures as an Effective Tool of Occupational Health
Assessment of Hazardous Process in an Iron Ore Pelletizing Industry” em tradução livre
“Identificação de perigos, avaliação de riscos e medidas de controle como uma ferramenta
eficaz de avaliação de saúde ocupacional de processos perigosos em uma indústria de
pelotização de minério de ferro”, publicado no National Center for Biotechnology Information,
adaptando sua referência ao método William T. Fine, com o objetivo de considerar no
processo de avaliação de riscos o grau de eficácia de cada medida de controle e o peso que

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cada uma delas podem ter na diminuição do grau de criticidade corrigido para cada atividade
analisada.

OBSERVAÇÃO: Cabe ressaltar que a simples informação da existência de uma medida de


controle não é fator suficiente para considerarmos a sua efetiva implementação. É obrigatório
a evidência de funcionalidade da medida de proteção adotada, informações como: projetos
aprovados por responsáveis técnicos, registros qualitativos e quantitativos, treinamento,
procedimentos estabelecidos e aprovados, manutenção preventiva, preditiva e/ou corretiva,
substituição de componentes de proteção, monitoramento periódico de acordo com as
especificações da empresa e profissionais responsáveis, aprovação da medida de prevenção
por órgãos competentes (quando exigido), fichas de entrega e auditoria de uso do EPI e a
própria escolha da proteção dentro da prioridade das medidas de controle (eliminação,
substituição, medidas de engenharia, medidas administrativas e uso do EPI) devem ser
analisadas pelo profissional técnico que elabora o PGR para determinar a real eficácia do
controle implementado pela empresa.

Consequência Pontos
1. Catastrófico com inúmeras mortes 100
2. Severo com mortes e lesões graves 50
3. Grave com possibilidade de morte ou incapacidade 25
4. Incapacidade temporária 15
5. Lesões com afastamento 5
6. Lesões superficiais 1

Probabilidade Pontos
1. Resultado mais provável e esperado 10
2. Resultado possível 6
3. Raro, porém possível 3
4. Pouco provável, mas já ocorreu 1
5. Extremamente remota a possibilidade 0,5
6. Praticamente impossível, nunca ocorreu 0,1

15
Exposição Pontos
1. Contínua (várias vezes ao dia) 10
2. Frequente (pelo menos uma vez ao dia) 6
3. Ocasionalmente (uma vez na semana até uma vez ao mês) 3
4. Irregular (uma vez ao mês até uma vez ao ano) 2
5. Raramente (ocorre em curtos espaços sem definição) 1
6. Remotamente (nunca ocorreu) 0,5

Estimativa da redução do risco ocupacional com Fator Redução


base na medida de controle implementada Multiplicativo estimada do
Risco
Ocupacional
1. Eliminação do risco ocupacional 00 100%
2. Medidas de engenharia: barreiras de proteção 0,3 70%
3. Medidas administrativas 0,5 50%
4. Equipamento de Proteção Individual-EPI 0,8 20%
5. Nenhuma medida de controle implementada 1,0 0%

Para realizar a classificação final do Grau de Criticidade Corrigido - GCC foi utilizada a equação
expressa abaixo:

𝑮𝑪𝑪 = 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒆𝒒𝒖ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒙 𝑷𝒓𝒐𝒃𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒙 𝑬𝒙𝒑𝒐𝒔𝒊çã𝒐 𝒙 𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑷𝒓𝒐𝒕𝒆çã𝒐

Ou seja, para chegarmos ao resultado final do GCC podemos considerar a aplicação das medidas
de controle implementadas (desde que devidamente comprovadas por meio de evidências
técnicas e legais, dotadas de rastreabilidade), valendo-se do peso atribuído a cada um dos
critérios adotados.

Caso haja a adoção de mais de uma medida de controle, recomenda-se a escolha da opção de
maior valor e que esta mesma medida seja acompanhada dos registros necessários para a sua
efetiva comprovação.

OBSERVAÇÃO: deve ser considerado, para fins da gradação da severidade das lesões ou agravos
à saúde, o número de trabalhadores expostos a um determinado fator de risco, trata-se de um

16
requisito compulsório presente no item 1.5.4.4.3 do novo texto da Norma Regulamentadora –
NR 1 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).

Assim, o número de empregados que formam um determinado Grupo de Exposição Similar – GES
(item 16 do PGR) deve ser registrado com o objetivo de analisar a magnitude de exposição, pois
quanto maior for o número de empregados expostos a um fator de risco mais provável é a
extensão dos danos causados por um evento acidentário. Logo, o número de empregados
expostos deve ser utilizado como um dos parâmetros para priorizar as medidas de controle a
serem desenvolvidas pela empresa no âmbito do PGR.

Abaixo se encontra a tabela para determinação do Índice de Risco – IR de acordo com o resultado
final associado ao Grau de Criticidade Corrigido - GCC:

Tabela de determinação do Índice de Risco

Índice de Risco Grau de Criticidade Corrigido -GCC Atuação frente ao risco

Grave e Iminente >400 Suspensão imediata das atividades


Risco Muito Elevado 200 ≤ GCC ≤ 400 Correção imediata
Risco Elevado 70 ≤ GCC < 200 Correção urgente
Risco Moderado 20 ≤ GCC < 70 Não é urgente, mas deve ser corrigido
Risco Aceitável GCC < 70 Manutenção das condições atuais

17
16 Avaliação dos Riscos Ocupacionais por meio dos Grupos de Exposição Similar – GES, quando aplicável

Avaliação dos Riscos Ocupacionais por Função

Empresa: Baruc Brasília Transporte e Armazenagem Ltda. Horário de trabalho: Das 07:00 as 17:00 (Com intervalo de 1h).
Processo: Carga, descarga e armazenamento de mercadorias.
Código do GES: Não aplicável. Cargo: Ajudante.
Nome do GES: Não aplicável.
Descrição das atividades: Fazer o recebimento de mercadorias em geral e acondicioná-los no interior da câmara fria; armazenar mercadorias com auxílio de
empilhadeira elétrica; fazer separação de mercadorias em geral para posterior entrega nos clientes; acondicionar as mercadorias no caminhão com auxílio de
paleteira; fazer a limpeza do galpão.
Total de empregados 1 Total de empregados do estabelecimento. 1
Índice relativos de empregados expostos. 100%
Profissional que fez a análise: Gilberto Oliveira de Araújo.
E-mail do responsável pela análise: gilbertoespecialista@gmail.com Data:15/02/2023.

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Nº Perigo Risco Ocupacional Classificação do Risco Ocupacional Potencial Efeito a Saúde Requisito Legal
01 Geração do frio. Exposição a baixas temperaturas. Risco Físico. Urticária; fenômeno de Não aplicável.
Raynaud; frosbite; pés de
imersão; queimaduras;
perniose; ulceração;
hipotermia.

Consequência Probabilidade Exposição Tipo de Medida Eficácia Descrição da Grau de Índice de Recomendações
de Controle Estimada da Medida de Criticidade Risco e Observações
Implementada Medida de Controle Corrigido Gerais
Controle Existente
6. Lesões superficiais 3. Raro, porém 1.Contínua (várias 4. Equipamento Calçado Risco Ao adentrar no
possível. vezes ao dia). de Proteção 0,8 ocupacional de 24 Moderado. interior da
Individual. uso câmara fria o
profissional empregado
deve utilizar
(C.A nº 26576);
todos os EPI’S
luva para
para a devida
proteção proteção.
contra agentes
térmicos e
mecânicos (C.A
Nº 43440);
macacão de
segurança
contra agentes
térmicos – frio
(C.A nº 27657).

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Nº Perigo Risco Ocupacional Classificação do Risco Ocupacional Potencial Efeito a Saúde Requisito Aplicável
02 Levantamento manual Sobrecarga dos membros Fator Ergonômico. Lesões musculoesqueléticas. NR-17 – Ergonomia.
de cargas. superiores (mãos e braços); Lesões nas costas; lesões na
sobrecarga na coluna vertebral. coluna lombar.

Consequência Probabilidade Exposição Tipo de Medida Eficácia Descrição da Grau de Índice de Recomendações
de Controle Estimada da Medida de Criticidade Risco e Observações
Implementada Medida de Controle Corrigido Gerais
Controle Existente
6. Lesões 3. Raro, porém 2.Contínua (várias 5. Nenhuma Não Pegar a carga o
superficiais. possível. vezes ao dia). Medida de 1 implementada. 30 Risco mais próximo do
Controle Moderado. corpo. Não
Implementada. flexionar o
tronco (dobrar a
coluna) quando
abaixar para
pegar uma
carga. Utilizar
cinta lombar.

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Nº Perigo Risco Ocupacional Classificação do Risco Ocupacional Potencial Efeito a Saúde Requisito legal
03 Frequente ação de Tensões nos braços, ombros e Fator Ergonômico. Dores lombares; traumatismos NR-17
puxar/empurrar costas. agudos, como cortes ou
cargas. fraturas devido a acidentes.

Consequência Probabilidade Exposição Tipo de Medida Eficácia Descrição da Grau de Índice de Recomendações
de Controle Estimada da Medida de Criticidade Risco e Observações
Implementada Medida de Controle Corrigido Gerais
Controle Existente
6. Lesões 2. Resultado 1.Contínua (várias 5. Nenhuma Não Risco Não exceder a
superficiais. possível. vezes ao dia). Medida de 1 implementada. 60 Moderado. capacidade de
Controle carga permitida.
Implementada. Utilizar cinta
lombar.

21
Nº Perigo Risco Ocupacional Classificação do Risco Ocupacional Potencial Efeito a Saúde Requisito legal
04 Operar máquina sem Falta de treinamento para operação Risco de Acidente. Lesões diversas como cortes e NR-17
estar habilitado. de máquina. perfurações.

Consequência Probabilidade Exposição Tipo de Medida Eficácia Descrição da Grau de Índice de Recomendações
de Controle Estimada da Medida de Criticidade Risco e Observações
Implementada Medida de Controle Corrigido Gerais
Controle Existente
5. Lesões com 2. Resultado 2.Frequente (pelo 5. Nenhuma Não Risco Providenciar
afastamento. possível. menos uma vez ao Medida de 1 implementada. 180 Elevado. treinamento de
dia). Controle capacitação
Implementada. conforme NR-
12.

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17. Encerramento

O presente programa tem validade técnica e legal para as condições analisadas em campo,
quaisquer alterações que modifiquem os processos de trabalho e, por consequência, os riscos
ambientais, de acidentes e fatores ergonômicos avaliados, deverão ser objeto de revisão
sistêmica, sob a consequência do programa se tornar desatualizado caso as revisões não sejam
realizadas; isentando o profissional elaborador e a empresa contratada de qualquer
responsabilidade jurídica.

A implementação do programa é de responsabilidade da empresa contratante, através do


administrador do PGR indicado pela mesma para gerenciar as ações estipuladas na estrutura do
programa.

Dessa forma, através deste documento ratificamos a elaboração do Programa de Gerenciamento


de Riscos - PGR de acordo com os critérios técnicos e a legislação vigente em matéria de segurança
do trabalho e higiene ocupacional.

Brasília-DF, 16 de fevereiro de 2023.

23
What? Why? Where? Who? When? How? How Much? Priorização
Item O que? Por que? Onde? Quem? Quando? Como? Quanto? Situação G G T GUT
1 Elaborar ordens deCumprir o item No ambiente de Profissional de 03/2023 Conhecer o A conferir. Previsto. 2 3 3 18
serviço sobre1.4.1 da NR-1, trabalho da segurança do processo de
segurança e saúde alínea “c”. empresa. trabalho. trabalho e buscar
no trabalho. Informar os riscos identificar os
ocupacionais perigos e riscos.
existentes nos
locais de trabalho.
2 Divulgar o PGR Dar ciência sobre o Estabelecimento A definir. 02/2023 Programar uma A conferir. Previsto. 3 3 3 27
para todos os PGR e seus da empresa. reunião interna
empregados do objetivos a todos com todos os
estabelecimento. os empregados do empregados do
estabelecimento. estabelecimento
para que as
informações sejam
repassadas.
3 Treinamento Promover a Empregados que Profissional 02/2023 Realizar A conferir. Previsto. 3 3 4 27
sobre o uso, conscientização utilizam EPI’s. segurança do planejamento do
guarda e sobre o uso dos trabalho. treinamento.
conservação dos Equipamentos de Apresentação de
EPI’s. Proteção slides, vídeos.
Individual.
4 Realizar avaliação Buscar adaptar as No Profissional 03/2023 Por meio de A conferir. Previsto. 3 3 2 18
ergonômica características estabelecimento especializado abordagens
preliminar das psicofisiológicas da empresa. em ergonomia. qualitativas,
situações de dos trabalhadores. semiquantitativas,
trabalho. quantitativas ou
combinações
dessas.

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5 Realizar Atender exigência Empregado que Empresa 03/2023 Presencial ou A Conferir. Previsto. 4 3 4 48
treinamento de da NR-12. opera especializada online.
capacitação em empilhadeira em
máquinas e elétrica. treinamento de
equipamentos. SST ou
profissional
habilitado.

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Gravidade (G)
1 Sem gravidade
2 Pouco grave
3 Grave
4 Muito grave
5 Extremamente grave

Urgência (G)
1 Sem urgência
2 Pouco Urgente
3 Urgente
4 Muito Urgente
5 Extremamente Urgente

Tendência (T)
1 Sem Tendência de Piorar
2 Piorar em Longo Prazo
3 Piorar em Médio Prazo
4 Piorar em Curto Prazo
5 Agravar Rápido

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