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PBA

PLANO BÁSICO DE
CONTROLE
E MONITORAMENTO
AMBIENTAL
LT 500 kV SE Gilbués - SE São João
do Piauí
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO ......................................................... 4

3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS .......................................................................... 5

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA .................................................................. 6

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................. 18

PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ............................................................. 23

PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ....................... 36

PROGRAMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ............................... 42

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA ......................................... 50


Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF ......................... 51
Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF ............................................. 53
Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG ........................................... 54

PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO ..................................................... 57

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS-PRAD ...................... 77

PROGRAMA DE GESTÃO DE ÁREAS COM ATIVIDADES MINERÁRIAS .............. 95

PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTENÇÃO DE PROCESSOS


EROSIVOS.............................................................................................................. 101

PROGRAMA DE CONTROLE DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS ................. 112

PROGRAMA AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO – PAC .................................. 128

PROGRAMA DE PROSPECÇÃO, RESGATE ARQUEOLÓGICO E EDUCAÇÃO


PATRIMONIAL ........................................................................................................ 163

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1. INTRODUÇÃO
Este documento, integrante do processo de Licenciamento Ambiental,
apresenta o Plano Básico Ambiental – PBA relativo às obras de implantação da
Linha de Transmissão em 500 kV – SE Gilbués/SE São João do Piauí.
O Plano Básico Ambiental tem por objetivo a continuidade do processo de
Licenciamento Ambiental, apresentando os planos e programas ambientais a serem
executados durante a construção do referido empreendimento, conforme determina
a legislação em vigor, para obtenção da Licença de Instalação – LI junto a Secretaria
Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – SEMAR-PI.
Este conjunto de programas, com suas respectivas medidas preventivas,
mitigadoras e/ou compensatórias é abrangente e certamente garantirá que todos os
impactos diretos e indiretos do Empreendimento sejam de alguma forma
preventivamente atacados, mitigados e/ou compensados.
Para todos os impactos ambientais identificados nos meios físico, biótico e
sócioeconômico, foram apresentadas medidas de prevenção, mitigação e/ou
compensação, reunidas em 13 Programas Ambientais, dispondo, cada um deles, do
seguinte conteúdo: introdução, objetivo, base legal (quando for o caso), público alvo,
ações, equipe técnica responsável pela execução do programa e cronograma de
execução.

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2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO

Identificação Do Empreendedor
Razão Social: SÃO JOÃO TRANSMISSORA DE ENERGIA S/A
CNPJ: 18.314.074/0001-68
Endereço: Av. Miguel Sutil, 8695 – 2º andar, Sala 5 – Bairro Duque de Caxias –
Cuiabá-MT
CEP: 78043-305
Telefone: (65) 3051-6100
Representante Legal: Fernando Robério de Borges Garcia – Diretor
CPF: 098.449.451-00
Telefone: (65) 3051-6100
E-mail: roberiogarcia@gmail.com

Identificação do Responsável Técnico Pelo Licenciamento


Nome: Gleice Medeiros Rodrigues – Engenheira Agrônoma
Endereço: Rua Miguel Seror, 128 – Santa Rosa -Cuiabá-MT
Telefone: (65) 9959-5994 / (65) 3023-1771
Email: eagmedeiros@gmail.com

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3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS
Tabela 3.1 – Programas Ambientais

P.01 Programa de Gestão Ambiental - PGA

P.02 Programa de Educação Ambiental

P.03 Programa de Comunicação Social

P.04 Programa de Indenização e Regularização Fundiária

P.05 Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador

P.06 Programa de Conservação da Fauna e Flora

P.06.1 Subprograma de Monitoramento da Fauna e Flora

P.06.2 Subprograma de Afugentamento de Fauna

P.06.3 Subprograma de Resgate de Germoplasma

P.07 Programa de Supressão da Vegetação

P.08 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD

P.09 Programa de Gestão de Áreas com Atividades Minerárias

Programa de Monitoramento e Contenção de Processos


P.10
Erosivos

P.11 Programa de Controle de Resíduos Sólidos e Líquidos

P.12 Programa Ambiental para a Construção-PAC

Programa de Prospecção, Resgate Arqueológico e


P.13
Educação Patrimonial

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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL -
PGA

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1. INTRODUÇÃO
A principal característica do PGA é definir e implementar mecanismos que
subsidiarão a execução e o controle das ações planejadas nos Programas
Ambientais e também, a adequada condução das atividades construtivas no
empreendimento, referente aos procedimentos ambientais, com o intuito de se
manter um padrão criterioso, coerente e adequado na sua implantação e
posteriormente nos serviços de manutenção, aplicando para isso o Sistema de
Gestão Ambiental de forma a realizar o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act / Planejar-
Fazer-Verificar-Agir).
O presente programa apresenta diretrizes técnicas e sequenciais para a
adoção de procedimentos lógicos, estruturados para serem desencadeados
rapidamente em situações que poderão ocorrer durante as obras.
O monitoramento das áreas suscetíveis a impactos ambientais auxiliam no
correto manejo e evitam a ocorrência de impactos desnecessários.
A inspeção de campo irá nos relatar se as medidas preventivas e corretivas
estão sendo aplicadas, e quais os resultados que estão sendo obtidos.
Algumas atividades de construção estão sujeitas a situações emergenciais de
impactos ambientais que poderão ocorrer durante a obra, assim o Programa de
Gestão Ambiental será de grande utilidade para subsidiar os profissionais de campo,
orientando e fiscalizando as equipes de construções.
A fiscalização ambiental é responsável pelo acompanhamento sistemático de
diversos fatores que podem influenciar o empreendimento, tanto na sua fase de
implantação quanto na de operação, estando relacionada com alguns impactos,
como: vazamento de contaminantes, impactos relativos à fauna e flora, controle de
processos erosivos, limpeza e organização nas frentes de trabalho, insegurança da
população, risco de acidentes provocados pelo aumento da circulação de veículos e
máquinas pesadas, entre outros.
Este ciclo consiste em uma sequência de passos utilizados para controlar
qualquer processo definido. É uma ferramenta que auxilia na organização do
processo de implementação de melhorias, dando uma diretriz para a condução de
tais projetos / processos.

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PLAN – Planejar – Refere-se ao planejamento do seu projeto de melhoria, ou seja,
quais são os objetivos, o que já sabemos, o que queremos aprender, e como iremos
fazer (quem, o que, quando, onde, como).
DO – Executar – Conduzir o plano, ou seja, implementar de acordo com o que foi
planejado na etapa anterior.
CHECK – Verificar – Coletar dados, realizar a análise dos dados e com base nessa,
verificar quais são as conclusões que nós podemos tirar.
ACT – Agir Corretivamente – Definir quais mudanças poderão ser feitas e quais
outros ciclos podem ser disparados para a melhoria do processo em questão.

2. OBJETIVOS
• Garantir que todos os programas ambientais contidos neste PBA sejam
atendidos durante a implantação da linha de transmissão;
• Garantir a divulgação e correta compreensão de todos os compromissos e/ou
medidas de controle ambiental pertinentes, junto aos responsáveis diretos e indiretos
do processo de implantação;
• Produzir prova documental de que todas as medidas mitigadoras e de
controle ambiental são rigorosa e continuamente observadas;
• Gerenciar os impactos e/ou os riscos ambientais e controlar as ações ou
atividades geradoras dos mesmos;
• Monitorar e documentar os impactos e as medidas mitigadoras e/ou
compensatórias adotadas.
 Atender a legislação vigente.

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As inspeções e fiscalizações ambientais em campo serão realizadas por
equipes especializadas em supervisão / controle ambiental, auxiliando na definição
de soluções técnicas adequadas para as situações de impactos ambientais,
previstas ou não, que possam apresentar-se durante os trabalhos.
A inspeção ambiental deverá ser realizada semanalmente durante a
implantação da Linha de Transmissão.
No início das obras, as situações ambientais em todas as áreas a serem
diretamente afetadas deverão ser documentadas para constituir uma linha base
contra a qual possam ser comparadas situações futuras. Poderá ser produzida a
documentação cadastral mais detalhada de todos os pontos considerados sensíveis,
como: passivos ambientais pré-existentes e gerados; etapas construtivas, com
ênfase nos serviços de obras sobre cursos d‘água, abertura de faixa de passagens,
estradas de acesso, abertura de picadas, canteiro de obras, desmatamento e
dispositivos de prevenção de impacto ambiental implantados (cercas, caixas de
retenção de sedimentos, etc.).
Também deverá ser verificado se toda a documentação pertinente a área
ambiental, como licenças e autorizações estão disponíveis durante a execução da
obra nas frentes de serviço.
O relatório ambiental do processo de implantação do empreendimento será
abrangente, documentando todas as etapas das obras e incluindo setores fora da
faixa de domínio passíveis de serem impactados pelas mesmas. Com o objetivo de
permitir a reconstituição histórica de todas as alterações ambientais induzidas pelas
obras e serviços executados, todas as informações coletadas deverão ser
agregadas, resultando em um Relatório Trimestral de Acompanhamento Ambiental
onde também contemplará os seguintes itens:
• Ponto da situação das obras, contendo documentação fotográfica;
• Informação relativa à gestão de resíduos;
• Informação relativa à gestão de efluentes;
• Registro de árvores cortadas e cubagem do material lenhoso suprimido;
• Principais ocorrências ambientais (incidentes/acidentes) apresentando as
medidas implementadas para resolução dessas ocorrências, com apresentação de
fotos;
• Ações de sensibilização ambiental, com documentos comprobatórios.

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3. METODOLOGIA

Gestão Ambiental das Obras


As diferentes ações ligadas às etapas construtivas estão permanentemente
associadas a procedimentos ambientais, tornando-se extremamente necessária a
execução de vistorias para identificação de ações inadequadas (Não-Conformidades
– NC´s), tanto no aspecto ambiental (desmatamentos excessivos, indução de
processos erosivos, carreamento de sedimentos, etc) quanto no social
(interferências no cotidiano da população, segurança e saúde dos trabalhadores,
etc).
Para que haja o efetivo acompanhamento é importante estabelecer padrões
para a realização das vistorias, dispor de uma equipe multidisciplinar qualificada e,
efetuar o monitoramento criterioso de todas as atividades inerentes a obra. É
importante salientar que as atividades do PGA se estenderão até o término da
implantação da LT.
a) Equipe
A equipe de Gestão Ambiental será dividida em vários níveis de atuação, de
acordo com a especialização e experiência de cada profissional e das necessidades
do empreendimento. A formação da equipe dependerá da quantidade de frentes de
obras propostas pelo empreendedor.
A Figura 1 a seguir apresenta um exemplo de organograma a qual se
submetem todos os envolvidos no PGA, onde o Coordenador Ambiental é a peça
chave para organização e condução do programa.

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Figura 1: Organograma da Equipe de Gestão Ambiental.

Cada um dos níveis hierárquicos da equipe de gestão ambiental destacados


acima tem uma função definida. A seguir é apresentada uma breve descrição das
funções de cada agente.

Coordenador Ambiental (Gerente)


Este profissional ficará baseado na sede da Consultora Ambiental
responsável pela Gestão Ambiental e será o gestor responsável pela articulação
institucional de todo o processo. Dentre suas atribuições estão:
 Instituir planejamentos, procedimentos, rotinas e fiscalizar a execução das
atividades do PGA;
 Orientar tecnicamente a equipe executiva para o desenvolvimento das ações
de campo;
 Realizar a interlocução entre a equipe executiva do PGA e o representante do
empreendedor;
 Receber, organizar, gerar e difundir todas as informações do
empreendimento;
 Representar o PGA;
 Participar de reuniões com a executora das obras ou com os empreiteiros,
sempre que necessário;
 Providenciar todo e qualquer apoio técnico ao empreendedor;
 Gerenciar o atendimento das solicitações da LI;

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 Fiscalizar e adequar às atividades / cronogramas dos executores dos
programas ambientais do PBA;
 Gerenciar e organizar a inter-relação entre os executores dos programas do
PBA;
 Elaborar os relatórios de atividades do PGA e de atendimento a LI;
 Fazer a interlocução com a equipe do órgão ambiental;
 Coordenar as atividades dos inspetores de campo, planejando suas ações em
compatibilidade com as ações da obra;
 Obter, junto às executoras e às empreiteiras, as programações diárias e
semanais com a antecedência necessária;
 Auxiliar na tomada de decisões técnicas das não-conformidades observadas,
bem como às suas ações diárias quando necessário;
 Verificar e propor alterações nos relatórios diários recebidos dos inspetores;
 Elaborar o Relatório Semanal de Atividades de Campo com base nas próprias
atividades e nas atividades dos inspetores de campo obtidas nos Relatórios Diários
de Inspeção Ambiental;
 Convocar e promover reuniões ordinárias semanais de planejamento de
atividades e verificação das atividades da semana anterior com os inspetores de
campo;
 Providenciar memórias de toda e qualquer reunião ocorrida, seja com a
própria equipe de inspetores, com a executora das obras ou com as empreiteiras;
 Informar as instruções do PGA para as empreiteiras que ora executam as
obras de instalação do empreendimento.
 Conduzir e coordenar as questões/solicitações do órgão licenciador bem
como as visitas de inspeção ao empreendimento.

Supervisor Ambiental
O supervisor ambiental tem a função de supervisionar em campo o
trabalho dos inspetores e reunir e consolidar os relatórios semanais para passar ao
coordenador.

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O supervisor ambiental ficará sediado na região e eventualmente
percorrerá o trecho com algum dos inspetores, conforme a necessidade. Participará
das reuniões com as empreiteiras e será o canal direto com o coordenador.

Inspetores Ambientais
Fixados na região de inserção do empreendimento, o Inspetor Ambiental fará
o acompanhamento do seu respectivo trecho de obra através da realização de
vistorias diárias, garantindo o controle das práticas adotadas pelas empresas
construtoras e o registro de possíveis ações indevidas (NC‘s). Também
acompanhará in loco as atividades implantadas em campo para realização dos
Programas Ambientais, dando apoio logístico às equipes especializadas contratadas
para esse fim.
Para cada uma das frentes a obra será designado um inspetor ambiental.
Entre as atribuições dos Inspetores destacam-se:
 Inspecionar todas as atividades de campo sob o aspecto ambiental e social
determinado pelo PGA;
 Orientar as empresas construtoras em suas ações buscando prevenir e
mitigar os impactos ambientais advindos da instalação do empreendimento;
 Orientar e avaliar as ações de supressão de vegetação e limpezas de faixa e
praças de lançamento de cabos;
 Orientar e avaliar as ações de planejamento e abertura de acessos;
 Elaborar os Relatórios Diários de Inspeção de Campo com todas as
atividades técnicas ocorridas e suas implicações ou demandas, alertando as
atividades que envolvem agentes externos à equipe executora do PGA e enviá-los
diariamente ao Coordenador Ambiental;
 Participar de todas as reuniões ordinárias ou extraordinárias convocadas
pelo Coordenador Ambiental;
 Assessorar o Coordenador Ambiental a elaborar o Relatório Semanal de
Atividades de Campo, sempre que for necessário.

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a) Atividades de Inspeção Ambiental
Através da realização de vistorias diárias, os inspetores ambientais estão
capacitados para orientar os trabalhadores sobre as melhores práticas e registrar as
ações inadequadas (não-conformidades) na execução dos serviços das empreiteiras
de cada trecho de obra e mostrar alternativas para contenção e recuperação dessas
ações.
Os trabalhos de inspeção acontecerão diariamente, vinculados às
programações diárias de obra de cada empreiteira, com isso, os inspetores poderão
vistoriar os locais onde estão sendo realizadas as atividades, observando as práticas
adotadas in loco. Sempre que possível a equipe do PGA contribuirá para a
prevenção ou redução dos impactos ambientais, interagindo com as equipes de
campo das empreiteiras e indicando as melhores metodologias para realização das
tarefas.
Os danos ambientais, quando não solucionados no ato da execução da
atividade, ficam configurados como Não-Conformidades, que serão levantadas e
registradas em formulários-padrão específicos, com a descrição da situação
observada em campo, os prazos e ações definidos para que as empreiteiras
exerçam a correção da situação indevida. Após o término dos prazos estabelecidos,
as áreas onde foram identificadas as não-conformidades sofrerão novas inspeções
para constatação do atendimento das solicitações.
Serão considerados relevantes para efeito de abertura de não-conformidades,
os seguintes itens:
 Recepção de reclamações de partes interessadas;
 Ocorrência de impactos ambientais não previstos;
 Notificações de órgãos ambientais de controle, advertindo sobre o
descumprimento de requisitos obrigatórios de licenças (condicionantes);
 Não atendimento a quaisquer outros requisitos legais aplicáveis às obras
ou o não cumprimento das orientações estabelecidas nos programas ambientais,
especialmente o Plano Ambiental para a Construção (PAC);
 O descumprimento das diretrizes e especificações ambientais a serem
elaboradas na fase de mobilização do empreendimento.
De acordo com o escopo de cada um dos programas integrantes deste PBA, foram
definidos os subgrupos de avaliação indicados no organograma a seguir:

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SGA (O sistema de gestão ambiental se divide em dois blocos de
programas: o PAC (progr ama ambiental da construção e o PGA
(Programa de Gestão Ambiental) O Programa de Gestão Ambiental é de
responsabilidade do empreendedor (no caso da empresa contratada
para executas os programas ambientais – Novo Norte) e o PAC é de
responsabilidade das emp reiteiras. (anexo segue exemplo de esquema
para o sistema de gestão ambiental).

Plano de Gestão
Ambiental

Plano Ambiental para Programa de Comunicação


Construção Social e Aspectos
Sócioseconômicos

Programas de Programas de Programa


Prevenção e Mitigação e Compensatório
Controle Monitoramento

- Programa de
Indenização e
- Programa de Recuperação de - Programa de Monitoramento e Regularização
Áreas Degradadas Contenção de Processos Erosivos Fundiária
- Programa de Supressão de - Programa de Conservação da
Vegetação Fauna e Flora
- Programa de Educação Ambiental
- Programa de Coleta e Disposição
- Programa de Prospecção e
Adequada dos Resíduos Sólidos e Resgate Arqueológico
Líquidos - Programa de Gestão de Áreas
- Programa de Comunicação Social com Atividades Minerárias
- Programa de Saúde e Segurança
do Trabalhador

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5. EQUIPE TÉCNICA PARA EXECUÇÃO DO PROGRAMA
A estrutura do PGA contará com 01 (um) Coordenador Ambiental, um
supervisor, que ficará em campo e coordenará os inspetores e 03 (três) Inspetores
Ambientais (aproximadamente 140 km de trecho construtivo ). Também farão
parte desta equipe todos os consultores e responsáveis pela implementação dos
demais programas ambientais.
Será disponibilizado a ART do responsável técnico pelo programa no início
das atividades.

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6. CRONOGRAMA

MESES
Plano de Gestão Ambiental
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Mobilização Equipe

Definição de Diretrizes e
Especificações

Avaliação de todo traçado

Inspeção/Supervisão da
Instalação

Contato com a SEMAR-PI

Gestão dos Programas


Ambientais

Relatórios de Gestão

Início da Instalação Término da Instalação

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL

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1. INTRODUÇÃO
O programa de Educação Ambiental desenvolverá ações educativas que
visem à efetividade do controle ambiental durante as obras, a partir da capacitação
de técnicos, trabalhadores e escolas para que, durante o período de implantação do
empreendimento, possam agir de forma ambientalmente correta e socialmente
aceitável.
O trabalho voltado aos funcionários da obra irá orientar quanto aos
procedimentos corretos no exercício de suas funções, fazendo com que eles se
tornem responsáveis pelas práticas conservacionistas em seu ambiente de trabalho,
chegando ao seu lar e à sua família.
A Educação Ambiental nas escolas dos municípios afetados será uma prática
educacional sintonizada com a vida na sociedade, que tem como desafio alcançar
todos os cidadãos através de um processo pedagógico participativo procurando
incutir no educando uma consciência sobre a problemática ambiental.

2. OBJETIVOS

 Promover um processo de conscientização dos diversos atores sociais das


comunidades próximas ao empreendimento, a fim de incentivar a adoção de
práticas compatíveis com a proteção do meio ambiente;
 Mobilizar e orientar os trabalhadores e inspetores envolvidos na construção e
operação do empreendimento, sobre as medidas de proteção ambiental,
como também sobre condutas adequadas de relacionamento com a
comunidade;
 Apresentar as medidas a serem adotadas para minimizar as interferências do
empreendimento com o meio ambiente;
 Esclarecer a comunidade de modo a garantir um convívio saudável e
socialmente adequado entre a população residente nas imediações do
empreendimento e a mão-de-obra, direta ou indiretamente, envolvida na
construção;
 Integrar a comunidade no planejamento de ações de Educação Ambiental,
desenvolvido pela Empresa e consolidar formas adequadas de convivência
das comunidades locais com o empreendimento durante as etapas de
construção e operação;

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 Capacitar educadores da rede pública de ensino ou lideranças comunitárias
como agentes multiplicadores de educação ambiental para difusão de
informações, sensibilização e mobilização social, planejamento e execução de
ações sócio-ambientais em suas localidades;
 Produzir e editar material educativo, destinados a população da região com a
finalidade de instrumentalizar educadores e formadores de opinião para
apoiar o processo de sensibilização da população acerca da importância de
se conservar e/ou recuperar o meio ambiente.

3. METODOLOGIA
Os temas a serem abordados para os trabalhadores deverão tratar da
sensibilização para a preservação ambiental, fauna, flora, recursos hídricos,
resíduos sólidos, educação para o trânsito, respeito à comunidade local, entre outras
questões ambientais ligadas a região e ao empreendimento, enfocando os impactos
positivos e negativos identificados na fase do licenciamento prévio, e suas
respectivas medidas de mitigação e controle. Os trabalhos serão desenvolvidos
através de palestras educativas para os trabalhadores. A carga horária prevista para
as palestras é de 2 horas, devendo ser desenvolvidas no início da implantação do
empreendimento e a cada trimestre até a finalização das obras. A entrega de
material educativo ocorrerá no início das atividades e conforme for necessário.
As atividades de educação ambiental nas escolas serão abordadas de acordo
com a faixa etária. Os conteúdos a serem trabalhados nas escolas são:

 Caracterização do empreendimento e sua relação com o meio ambiente;

 Percepção ambiental;

 Conservação da natureza;

 Preservação da fauna e flora;

 Lixo;

 Conservação da Água.
Para implementar as ações educativas, serão utilizados recursos didáticos
que são distribuídos para os participantes como: folders, cartilhas, jogos educativos.
As palestras nas escolas serão realizadas durante a implantação do
empreendimento e atingirão todos os municípios atingidos pela LT.

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A implantação deste Programa deverá ser organizada em conjunto com a
comunidade escolar diretamente afetada pelo traçado da LT e todos os
trabalhadores direta e indiretamente envolvidos na construção do Empreendimento.
Serão elaborados relatórios de acompanhamento das palestras para os
funcionários e escolas a cada trimestre.

4. PÚBLICO ALVO
Foram identificados como público alvo do Programa de Educação Ambiental
os segmentos relacionados a seguir:

 População escolar diretamente afetada;

 Trabalhadores das obras, diretos e terceirizados.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO


Coordenador Geral: profissional com especialização prática em educação
ambiental, que terá como atribuição coordenar o trabalho da equipe; elaborar estas
ações assim como definir o conteúdo, o tipo e a quantidade do material pedagógico
para a realização destes, sendo ele o principal responsável pela articulação junto às
construtoras e comunidade afetada, a organização e a aplicação dos cursos
programados.
Palestrante para Ministrar as Palestras: técnicos com conhecimentos em
Educação Ambiental que deverão ministrar os cursos e, além das responsabilidades
acima descritas, deverão, junto com o Coordenador Geral, auxiliar nos trabalhos e
preparação de todo o material didático.
Serão disponibilizadas as ARTs dos responsáveis técnicos pelo programa no
início das atividades.

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6. Cronograma

Meses
Programa de Educação
Ambiental 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Identificação das comunidades


escolares afetadas

Mobilização de pessoal

Informação do início das obras a


comunidade local

Palestras para os trabalhadores

Palestras para as escolas locais

Distribuição de material de
educação ambiental

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

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PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL

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1. INTRODUÇÃO
O Programa de Comunicação Social visa divulgar para as comunidades
atingidas pela obra, os objetivos, a amplitude e o andamento dos trabalhos, além de
informar sobre a importância do empreendimento no âmbito regional; fortalecer a
articulação com os órgãos envolvidos e fornecer informações sobre os impactos que
poderão surgir com o andamento do empreendimento; criar e manter canais de
comunicação e uma relação de diálogo entre o empreendedor e a população na
Área de Influência do projeto e contribuir para a conscientização da população local
sobre possíveis riscos e cuidados que devem ser observados em relação à LT.
O Programa de Comunicação Social integra o conjunto de programas
sugeridos e se justifica tanto em função da ocorrência desses impactos como,
também, pela necessidade de transparência e busca de um relacionamento
harmonioso entre empreendedores e a sociedade em um contexto de democracia e
constituição da cidadania.
Trata-se do Programa de maior abrangência em relação ao público a ser
atingido e aos impactos que a ele estão associados, em função de seu caráter de
canal de comunicação e interação. Assim sendo, o Programa dará prioridade à
comunidade diretamente afetada, objetivando a informação e o esclarecimento
sobre o empreendimento além de divulgar os demais programas que serão
implementados durante toda a construção da LT e constituir-se como o meio para
ouvir e registrar sugestões, receios e queixas dos diversos setores interessados.

2. OBJETIVOS
Na esfera geral, o Programa de Comunicação Social visa difundir e monitorar
as informações sobre a LT, com transparência, constância e compromisso,
eliminando informações errôneas que poderiam gerar expectativas negativas entre
os diversos segmentos de públicos envolvidos.
Nesse sentido, objetiva-se informar e orientar a população inserida nas Áreas
de Influência do empreendimento sobre as etapas de implantação e seus impactos,
prestando à coletividade um serviço fundamental, sem perder de vista o respeito, a
atenção e o direito à informação que devem ser garantidos a toda população.
Os principais objetivos e metas a serem atingidos com o Programa de
Comunicação Social estão relacionados no quadro a seguir:

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Objetivos Metas

Conhecer a população dos municípios atingidos, no Agir com maior conformidade com a realidade
que diz respeito aos aspectos culturais, sociais e socioeconômica das populações locais.
econômicos locais e regionais.

Criar e manter canais de comunicação e uma Manter a população local informada sobre o
relação de diálogo entre o empreendedor e a empreendimento.
população sob influência da LT. Identificar pleitos, demandas, expectativas e
receios da população local durante toda a fase de
implantação e operação da LT.

Divulgar metas, ações, etapas e resultados dos Manter a população local informada sobre as
projetos ambientais a serem realizados pelo medidas de controle e compensação ambiental
empreendedor. relacionadas ao empreendimento.

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Objetivos Metas

Informar, através dos meios apropriados — em Reduzir ao mínimo os conflitos e problemas


linguagem clara, adequada, acessível e precisa —, relacionados à implantação do empreendimento,
as fases e características do empreendimento. respondendo ao máximo as solicitações de
informações e de questionamentos enviados ao
empreendedor pelos instrumentos de comunicação
criados.

Enfatizar a importância estratégica da LT, como Esclarecer a população local sobre a importância
uma iniciativa voltada para o bem comum e de do empreendimento no Sistema Elétrico Brasileiro.
utilidade pública.

Contribuir na conscientização da população local Evitar acidentes que possam ocorrer por
sobre os riscos reais das obras e das regras de desinformação a respeito dos riscos de
segurança, destacar o Código de Conduta do implantação do empreendimento.
Trabalhador, os cuidados com a preservação da
faixa de servidão e as áreas de proteção ambiental.

Prevenir sobre possíveis transtornos e conflitos Estabelecer, treinar e orientar todas as pessoas
advindos da circulação intensa do contingente de direta e indiretamente envolvidas na obra sobre
trabalhadores empregados na obra, visando, dentre normas de conduta, segurança e meio ambiente.
outros aspectos, à ordem, o respeito à população e
à conservação ambiental

Evitar possíveis sobrecargas na infra-estrutura Informar o contingente e o perfil da mão-de-obra


local, principalmente nos serviços de saúde, necessária ao empreendimento, visando sempre à
provenientes da contratação de trabalhadores de contratação de trabalhadores da região.
outras regiões.

Divulgar os cuidados e restrições de uso na etapa Evitar acidentes que possam ocorrer por
de operação do empreendimento. desinformação a respeito dos riscos na operação
do empreendimento.

3. METODOLOGIA
A estrutura do programa segue 3 etapas descritas abaixo.
Reuniões Internas: tem como objetivo articular as ações voltadas ao público interno
(trabalhadores) para que se desempenhe as ações para a implantação e operação
do empreendimento de forma integrada e adequada, sempre respeitando a
necessidade de cumprir normas de conduta, estabelecer regras de segurança, não
comprometer o meio ambiente, manter hábitos saudáveis e o respeito mútuo e com
a população local.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 26
Todos os componentes desse público serão submetidos a treinamentos e
palestras de integração a fim de conhecerem melhor a obra e a região onde será
realizada. Essas ações abordarão os seguintes fundamentos:

Normas de Conduta

Fundamentos Atividades Necessárias

Levar ao conhecimento dos trabalhadores todos os A) Elaboração de uma Cartilha do


procedimentos e metodologias utilizados em uma obra Trabalhador (normas de conduta, primeiros
de linha de transmissão. socorros e plano emergencial).

Difundir e praticar o espírito de equipe. B) Cartilha de meio ambiente.

C) Distribuição das Cartilhas .


Determinar e exercer o respeito mútuo entre todos
trabalhadores. D) Realização de palestras (incluindo
dinâmica de grupos e seminários
Estabelecer procedimentos de convivência entre o participativos) para os trabalhadores, com o
empreendedor e o público externo diretamente objetivo de prestar esclarecimentos sobre o
atingido. empreendimento.

Segurança

Fundamentos Atividades Necessárias

Implantação de consciência/responsabilidade para utilização


de:

- equipamentos de proteção individual (EPI);

- equipamento de proteção coletiva (EPC). A) Distribuição das cartilhas.


Elaboração de procedimentos sobre ações emergenciais no B) Realização de palestras e
campo. treinamentos sobre segurança.

Direção defensiva.

Respeito à sinalização instalada na faixa de servidão, nos


canteiros de obras e nas vias de acesso.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 27
Meio Ambiente:

Fundamentos Atividades Necessárias

Reconhecimento do ambiente que será A) Realização de palestras para os trabalhadores com


encontrado no decorrer da obra. o objetivo de apresentar o EIA e PBA do
empreendimento, com a presença dos responsáveis pela
Procedimentos no gerenciamento de
implantação dos Programas Ambientais.
resíduos.
B) Distribuição das Cartilhas do Trabalhador.
Coleta seletiva de lixo.
C) Elaboração e distribuição de um folheto informativo
Cuidados relativos a utilização de máquinas e
sobre os procedimentos necessários para casos
equipamentos próximos a rios, córregos,
específicos de acidentes ou cuidados ambientais durante
lagos e nascentes.
a época de obras.
Procedimentos no caso de acidentes que D) Realização de uma palestra específica sobre
envolvam animais. gerenciamento de resíduos.
Procedimentos no caso da necessidade de E) Apresentação do diagnóstico socioeconômico dos
remover plantas nativas. trechos onde serão realizadas as obras, indicando os

Procedimentos no caso de encontrar peças pontos sensíveis para as obras no que diz respeito

arqueológicas. aos impactos com a população local. Ressaltar o


cuidado especial com as crianças durante as obras. O
Cuidados relativos à escavação em vias,
mesmo cuidado deverá ser tomado em relação às
onde é comum encontrar tubulações da
porteiras e cercas das propriedades para evitar fugas
comunidade (água e esgoto) nem sempre
de animais.
legalizadas e/ou sinalizadas, deixando local
para o trânsito de pedestres e veículos da
comunidade, assim como uma sinalização e
proteção adequadas relativas à segurança.

Procedimentos quando da interferência no


ambiente das localidades

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 28
Saúde

Fundamentos Atividades Necessárias

Reconhecimento de riscos à saúde decorrentes das


A) Distribuição das Cartilhas do
atividades inerentes à obra.
Trabalhador.
Necessidade de cuidados com a higiene corporal.
B) Realização de palestra sobre os
Noções sobre primeiros socorros. cuidados com a saúde, ressaltando

Informações gerais sobre cuidados com a saúde e doenças aqueles relacionados às atividades
sexualmente transmissíveis (DST). das obras.

C) Realização de treinamento de
Reconhecimento de agentes causadores de doenças, tais
primeiros socorros.
como diarréias, verminoses, dentre outras.
D) Inspeção nas cantinas das obras.
Necessidade de cuidados com animais peçonhentos.

Reuniões Institucionais: as reuniões institucionais têm por objetivo apresentar o


projeto executivo do empreendimento ao Poder Público dos municípios, destacando
a sua importância local e regional, o empreendedor, os executores, os aspectos
gerais referentes à obra de implantação, ações propostas pelos Programas
Ambientais que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre
os impactos esperados e benefícios.
Além das informações gerais sobre o empreendimento, a equipe enfocará os
aspectos relevantes ou os pontos críticos apresentados no lote de obra em que cada
município está inserido, priorizando o cronograma da frente de obra, as ações
propostas para a região e os procedimentos de segurança a serem observados nos
canteiros de obras, trechos em obras e em seu entorno.
Visando à articulação do Poder Público durante a execução da obra para
minimizar os impactos sociais relacionados à fase de implantação do
empreendimento as reuniões institucionais deverão abranger as esferas do Poder
Público de todos os municípios da área de influência do empreendimento.

Reuniões Comunitárias: as reuniões comunitárias serão realizadas por etapa de


obra e visam apresentar o empreendimento para associações, entidades
ambientalistas e organizações da sociedade civil da área de abrangência do
Programa. Estas reuniões têm por objetivo explicar os aspectos referentes à obra de

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 29
implantação do empreendimento e ações propostas pelos Programas Ambientais
que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre possíveis
impactos esperados e benefícios. A equipe enfocará o cronograma das obras e as
principais ações a serem desenvolvidas no trecho em que estas comunidades estão
inseridas, buscando, assim, prevenir possíveis transtornos e conflitos decorrentes da
circulação do contingente de trabalhadores empregados na obra, visando, entre
outros aspectos, à ordem, ao respeito à população e à conservação do meio
ambiente.
Esta etapa se subdividirá em quatro fases:

Fase I – Mobilização para início das obras


Criação e divulgação de instrumentos/meios de comunicação, concebidos a
partir das perspectivas do público-alvo, em linguagem e formas adequadas e, acima
de tudo, respeitando as características sociais e culturais dos destinatários,
destacando-se:

a) Folheto institucional: contém as justificativas e objetivos para o


empreendimento, sua importância para o desenvolvimento regional e nacional, as
principais fases e características, cuidados ambientais adotados, benefícios diretos
para a região e Programas Ambientais;

b) Boletim Informativo: visa informar o andamento do Projeto; manter os


representantes dos poderes públicos e formadores de opinião a par do
empreendimento; divulgar os resultados de reuniões com a população ou
institucionais (com entrevistas); convênios firmados; apoios ao Projeto;
esclarecimento de questões que venham a surgir; divulgar as formas de contato
direto com o empreendedor. Voltar-se-á, também, para a divulgação dos benefícios
que o empreendimento trará para a população em geral;

c) Caixas de Comunicação: localizadas em locais estratégicos (correio,


escolas, igrejas e canteiros de obras) a fim de facilitar a comunicação da população
e dos trabalhadores com o empreendedor;

d) Volantes: levam diretamente às comunidades circunvizinhas informações


sobre questões relevantes que requeiram rápida divulgação;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 30
e) Material para a mídia: de acordo com o veículo de comunicação (jornal,
televisão, rádio, revista), será produzido material de divulgação e informação
adequado a cada público-alvo;

f) Código de Conduta dos Trabalhadores: publicação contendo o conjunto de


normas, regras e posturas que os trabalhadores vinculados ao empreendimento
devem seguir;

g) Cartilhas: objetivos mais específicos de informar a população, esclarecer


dúvidas, minimizando anseios e apontando os cuidados necessários para se
conviver com a LT como: os cuidados necessários para evitar quaisquer acidentes
relacionados à LT, tais como danificar isoladores, torres, cabos ou estais; as
restrições de uso do espaço compreendido pela faixa de servidão e o perigo da
prática das queimadas próximo à LT.

h) spots em rádios locais: com informações sistemáticas sobre os assuntos


relevantes relacionados ao empreendimento e divulgação das formas de contato
com o empreendedor.
Nesta fase, serão estabelecidos os canais de comunicação com o Poder
Público, associações de moradores, lideranças e organizações da sociedade civil.
Esses canais se manterão durante toda a implantação do empreendimento.

Fase II – Implantação do Empreendimento

Criação e estabelecimento das bases de Ouvidoria:


As bases de Ouvidoria (balcão de sugestões e reclamações) deverão ser
instaladas em cada trecho das obras e localizarem-se, de preferência, nos canteiros
de obras, que se tornam pontos referenciais para a população local.
O número do telefone do Ouvidor deve ser o mesmo durante todo o período
em que o serviço for mantido. Este terá que ter informações detalhadas sobre as
obras como cronograma, nomes das empresas envolvidas, contatos institucionais,
conhecimento sobre restrições na faixa de domínio e procedimentos ambientais,
funcionará como um dos principais interlocutores entre empreendedor, empreiteira e
populações lindeiras.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 31
Divulgação de notícias sobre a LT na mídia local:
Um assessor de imprensa será o elo entre a LT e os meios de comunicação
social, necessários para noticiar, debater e esclarecer dúvidas, ao longo da
execução do empreendimento, bem como será responsável pela elaboração de
releases, produção de spots para rádios e demais eventos relacionados às mídias
locais e regionais.

Contato permanente com as famílias afetadas:


Esta atividade estará diretamente direcionada ao Programa de Indenização e
Regularização Fundiária e trocará informações com as populações diretamente
envolvidas.
As famílias afetadas serão visitadas para receber informações,
esclarecimentos de dúvidas e sugestões sobre o empreendimento e o
desenvolvimento dos Programas Ambientais.

Contato permanente com a população da Área de Influência Direta:


Dar continuidade às atividades de distribuição dos materiais informativos e
acompanhar possíveis conflitos que possam ocorrer durante a implantação da LT.
- Realização, sempre que necessário, de reuniões e fóruns, por trechos ou
regiões (todas as reuniões ou fóruns devem ser registrados em atas e documentos
fotográficos).
- Divulgar, as ações nos meios de comunicação formais dos municípios
como rádio, TV e jornal.
- Divulgar as ações nos meios de comunicação espontâneos do local: carro
de som, comércios locais, etc.
- Distribuir para as famílias e escolas da Área de Influência Direta as
cartilhas sobre os cuidados específicos para evitar acidentes.
- Divulgar os serviços de Ouvidoria da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 32
Fase III – Monitoramento:

Elaboração de relatórios parciais:


A elaboração de relatórios trimestrais servirá para avaliar a evolução dos
trabalhos, aferirem os resultados dos programas e garantir os ajustes necessários.
Viabilizar o fluxo contínuo e transparente de informações:
Manutenção dos canais de comunicação por intermédio da continuidade dos
serviços de Ouvidoria, contatos permanentes com as populações locais e Poder
Público, para esclarecer dúvidas e registrar demandas, queixas, sugestões, etc.
relacionadas ao empreendimento.

Fase IV - Finalização das Atividades:

Divulgação da etapa de operação do empreendimento e fornecimento de


orientações necessárias:
Informar sobre o início da operação do empreendimento, esclarecer à
população sobre as restrições de uso e cuidados a serem observados na faixa de
servidão, contribuir com desmobilização das diferentes frentes que envolvem a obra
e divulgar as atividades futuras.
Elaboração de relatório final:
Consolidação de todas as informações constantes nos relatórios parciais,
apontando estratégias para um acompanhamento social durante a operação do
empreendimento.

4. PÚBLICO ALVO

Público Interno
Refere-se aos trabalhadores da Linha de Transmissão e de empresas
contratadas, responsáveis pela construção da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 33
Público Externo
- Proprietários afetados pela implantação do empreendimento;
- Famílias residentes no entorno das obras;
- Famílias residentes nos assentamentos e acampamentos rurais próximos
ao empreendimento;
- Municípios atingidos pela obra.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO


Coordenador Geral - coordenar toda a implementação do programa, assim como
contratar e coordenar a equipe de comunicação, definir e orientar os trabalhos no
campo e a elaboração dos textos e materiais de divulgação do Programa. Responde
institucionalmente pelo projeto, representando a empresa nas reuniões e eventos
públicos a serem organizados.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 34
6. CRONOGRAMA
Meses

Programa de Comunicação Social 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

1ª Etapa: Informação sobre o Empreendimento

2ª Etapa: Divulgação e criação dos canais de


comunicação

3ª Etapa: Consolidação de canais de interação


entre o Empreendedor e a Sociedade Local

4ª Etapa: Registro e Avaliação das Ações de


Comunicação Social

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 35
PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 36
1. INTRODUÇÃO
O Programa de Indenização e Regularização Fundiária visa a formulação de
uma proposta de negociação, tendo em vista que, em geral, há a expectativa por
parte dos proprietários sobre os critérios de avaliação e os procedimentos a serem
adotados pelo Empreendedor para a indenização das áreas onde passará a LT.
O estabelecimento de um canal de comunicação entre o Empreendedor e os
proprietários afetados é de fundamental importância para que a implantação do
empreendimento se dê da forma mais transparente possível, evitando, dessa
maneira, inquietações e desinformações destes proprietários.
A constante troca de informações sobre as ações e necessidades das partes
envolvidas não só possibilita a tomada de decisões consensuais, como também
promove a interação entre a população afetada e o Empreendedor.

2. OBJETIVOS

Este programa tem por objetivo geral executar todas as atividades


necessárias à liberação das áreas para a implantação de linhas de transmissão, bem
como o pagamento das indenizações pelas restrições de uso e eventuais danos à
produção ou benfeitorias afetadas.

São objetivos específicos deste programa:

 Autorização de passagem: será realizada de forma amigável, para ingresso


em sua Propriedade, para a realização dos Serviços, mediante a assinatura
de documento específico;

 Cadastro documental: identificação dos proprietários;

 Abertura de Processo: a realização dos Serviços com relação a cada


Propriedade será documentada e registrada em pastas individuais,
denominadas individualmente como ―Processo Administrativo‖;

 Levantamentos Físicos: será realizado um inventário criterioso das terras e


benfeitorias-tangentes à terra nua existente em cada Propriedade, as quais
discriminará segundo a classe de aptidão agrícola dos solos e o manejo

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 37
tecnológico empregado, ou segundo o tipo de edificações existentes na
Propriedade;

 Pesquisa de preços: consiste na coleta de dados, de acordo com as normas


estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), para
imóveis rurais e urbanos, por amostragem, de valores de terras, benfeitorias
reprodutivas e não reprodutivas, visando a determinação dos valores básicos
unitários a serem utilizados no processo de avaliação;

 Constituição da Servidão de Passagem: uma vez efetuada os procedimentos


descritos nos itens anteriores, será constituída a Servidão de Passagem de
forma amigável;
 Formalização da constituição da Servidão de Passagem: firma pelo
proprietário do correspondente instrumento, particular ou escritura pública
conforme ao disposto no artigo 108 do Código Civil Brasileiro, de constituição
de Servidão de Passagem. Averbação do referido instrumento no Cartório de
Registro de Imóveis competente e no Cartório de Títulos e Documentos
competente;
 Pagamentos de Compensação: uma vez concluídos de forma definitiva os
procedimentos legais necessários à constituição da Servidão de Passagem,
será efetuado o pagamento da Compensação correspondente.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 38
3. METODOLOGIA

As atividades deste programa consistem basicamente na identificação,


avaliação e instituição de servidão averbada na matrícula dos imóveis afetados ou
atingidos pelo traçado da Linha de Transmissão.
Na etapa de Avaliação de Servidão todos os levantamentos serão realizados
na presença do proprietário ou de seu representante, que deverá apor sua
assinatura de concordância nos respectivos formulários.
Inicialmente será feito um levantamento físico que compreenderá o
levantamento da faixa de servidão em cada propriedade, avaliando solo, culturas,
benfeitorias, etc. Essa avaliação subsidiará o cálculo exato do valores das
indenizações.
As negociações com os proprietários devem ocorrer de forma amigável.
Somente nos casos em que persistir a negativa de alguns deles em outorgar a
servidão, será interposta ação judicial para instituição da servidão para passagem do

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 39
empreendimento. Nessa ocasião, a Declaração de Utilidade Pública deverá ser
utilizada para resolver o impasse.

4. PÚBLICO ALVO

Como público alvo do programa serão os proprietários dos imóveis rurais


afetados pelo empreendimento e arrendatários, posseiros, moradores, ou detentores
de bens afetados.

Instituições Envolvidas

Tabelionatos e Cartórios de Registro de Imóveis, prefeituras e outros órgãos


municipais e ou federais existentes nos municípios da área de abrangência do
empreendimento.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

Serão responsáveis pela implantação deste Programa o empreendedor e


seus respectivos procuradores contratados.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 40
6. CRONOGRAMA

Meses
Programa de Indenização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Autorização de passagem

Cadastro Documental

Abertura de processo

Levantamentos Físicos

Pesquisa de preço

Constituição da servidão de
passagem

Pagamento das
indenizações

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 41
PROGRAMA DE SAÚDE E
SEGURANÇA DO TRABALHADOR

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 42
1. INTRODUÇÃO
A preocupação com a segurança e saúde do trabalhador permeia mais que o
próprio indivíduo, é um valor intrínseco e indispensável ao processo de construção
como um todo. A empresa enquanto responsável pelo trabalhador tem por obrigação
oferecer condições para que este possa usufruir de uma boa qualidade de vida, ter
aproveitamento potencial em sua função, além de ter respeitado os direitos
humanos.
A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no
trabalho no âmbito das empresas contribui para a proteção contra os riscos
presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e
diminuindo consideravelmente os custos.
Com base na experiência da empreiteira em outras obras, é possível antever
os tipos de acidentes que podem nelas ocorrer: os decorrentes de trânsito de
veículos e da utilização de equipamentos e ferramentas; os resultantes de desmonte
de rochas; doenças causadas por vetores transmissores, parasitas intestinais ou
sexualmente transmissíveis, dentre outros.
Por isso, deve-se estabelecer a necessidade de pessoal, equipamentos e
materiais capazes de atender a situações de emergência, assim como cumprir as
rotinas de saúde ocupacional e segurança, exigidas pela Legislação do Trabalho no
Brasil.
Os principais aspectos relacionados são as condições meteorológicas
adversas, os campos eletromagnéticos, a queda de estruturas e o trânsito de
máquinas, equipamentos e veículos, também cuidados especiais serão observados à
eventuais impactos à LT em função de vendavais, rajadas de vento ou fenômenos
semelhantes.
A estratégia do Programa orienta-se por exigir da empresa construtora os
serviços necessários na área de saúde e segurança, assim como fiscalizar e avaliar,
continuamente, a execução desses serviços. Em função disso, considera-se
indispensável que cada empreiteira elabora o seu Programa de Saúde e Segurança nas
Obras, com os objetivos gerais a seguir.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 43
2. OBJETIVOS
O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador tem como objetivos gerais:

- Promover as condições de preservação da saúde e segurança de todos os


empregados e colaboradores da obra;
- Conscientizar os funcionários da importância das recomendações propostas
pelo Programa e da responsabilidade de cada um;
- Zelar pela segurança individual e pela segurança de todos os envolvidos
na obra;
- Atender às situações de emergência;
- Ampliar o conhecimento dos trabalhadores vinculados às obras, esclarecendo-
os sobre a prevenção da saúde e de acidentes.

O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador tem como objetivos específicos:

- Prevenção e primeiros socorros em caso de acidentes, bem como o


pronto atendimento às situações de emergência;
- Uso de equipamentos de proteção individual EPI‘s e EPC‘s na prevenção de
acidentes;
- Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; Medicina preventiva;
Atividades educativas e preventivas em relação a acidentes com animais
peçonhentos, bem como a implantação de uma estrutura de apoio para atuar
em situações de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos;
- Implementar o Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SES), de acordo com a Portaria 3214/78 do MTb -NR
04;
- Implementar o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção – (PCMAT), de acordo com a NR 18, que o
regulamenta;
- Implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
(PCMSO), de acordo com a NR 07, que o regulamenta;
- Plano de remoção de acidentados;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 44
- Assistência pela equipe de saúde contratada pela empresa em caso de
acidentes;
- Campanhas de vacinação para os funcionários;
- Estruturação dos serviços de Segurança e Saúde, atendendo às rotinas de
prevenção e controle e casos emergenciais;
Adoção de procedimentos rápidos e eficientes no atendimento a emergências;
- Promover o uso correto de equipamentos e ferramentas.

Deverá ser estruturada a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


(CIPA), segundo a NR-5, com empregados da empresa construtora, a qual se
reunirá periodicamente e deverá elaborar o Mapa de Riscos Ambientais, e definir os
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), segundo a NR-6, a serem utilizados
pelos diferentes setores das obras, cuidando para que sejam utilizados e mantidos
estoques de reposição.
Deve-se compor o quadro da equipe de segurança (engenheiros, técnicos,
médicos e enfermeiros especializados), de acordo com o número de funcionários de
cada empreiteira, conforme determinações estabelecidas na NR-4.
Deve ser elaborado um Plano de Contingência para Emergências Médicas e
Primeiros Socorros, incluindo a implementação de convênios com os serviços
hospitalares das cidades mais próximas às obras, garantindo o pronto atendimento
de casos emergenciais, quando a remoção vier a ser necessária.
A meta do Programa é, portanto, a estruturação dos serviços de Segurança
Industrial e Saúde, atendendo às rotinas de prevenção e controle e casos
emergenciais.

3. BASE LEGAL-LEGISLAÇÃO
Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Aprova as Normas
Regulamentadoras -NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 45
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs

NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO

NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

4. AÇÕES

A infra-estrutura do empreendimento compreende: o canteiro de obras com


contêineres, refeitório, alojamento, ambulatório, ambulâncias e almoxarifado. Para
contemplar a Segurança do Trabalho nestes ambientes, é sugerido que sejam
adotadas as medidas expostas abaixo:
- Criar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) no canteiro de
obras e registrá-la no órgão regional do Ministério do Trabalho, visando promover a
saúde e proteger a integridade física dos trabalhadores;
- Fazer uma Análise de Risco da atividade executada pelo trabalhador, através da
identificação de riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;
- Oferecer treinamento para correta execução de cada etapa do trabalho com
segurança, bem como manejo adequado das máquinas e ferramentas;
- Oferecer Equipamentos de Proteção Individual e promover o uso correto;
- Realizar inspeções de campo para vistoria em equipamentos e instalações;
- Sinalizar materiais (Pesados, difícil manejo, cortante, quente, corrosivo, tóxico,
inflamável, perfurante...) e a obra (Pisos e passagens irregulares, obstruídas,
escorregadias, com saliência ou buracos...) a fim de instruir os trabalhadores;
- Elaborar relatórios mensais com as ocorrências de eventuais acidentes, bem como
dispor medidas para evitar reincidência;
- Condições sanitárias de conforto e segurança das instalações do Canteiro
de Obras e nos pontos de apoio, no que diz respeito a refeitórios, sanitários,
abastecimento de água potável, destinação e tratamento de efluentes e resíduos

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 46
sólidos;
- Instalação de consultório e enfermaria para pronto atendimento na obra para
atendimentos emergenciais;
- Transporte de emergência através de ambulância, a qual permanecerá na obra
durante todo o período de construção.

Figura 2:Equipamentos de proteção individual (EPIs).

Figura 3: Equipamentos de proteção individual (EPIs).

5. PÚBLICO ALVO
Este Programa tem com público-alvo todos os trabalhadores, técnicos e
demais profissionais, das empresas contratadas, envolvidos nas atividades de
construção do empreendimento.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 47
6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO
A execução dos trabalhos serão efetuados sob a responsabilidade de
profissionais habilitados – Engenheiro (s) de Segurança, Técnico (s) de
Segurança, Médico(s) e Enfermeiro(s) especialistas em Saúde do Trabalho.
Será disponibilizado ART do responsável ou responsáveis pelo programa.
A fiscalização pelo empreendedor dos serviços de saúde e segurança
será exercida pelo Supervisor Ambiental.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 48
7. CRONOGRAMA

Meses
Programa de Saúde e
Segurança do Trabalhador 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Implementar os programas
PCMAT, SESMT e PPRA

Criar a Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes (CIPA)

Realização de atividades e
palestras educativas

Instalação de placas de
sinalização

Realizar treinamentos com os


funcionários

Relatórios de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 49
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA
FLORA E FAUNA
SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA E FLORA
SUBPROGRAMA DE AFUGENTAMENTO DA FAUNA
SUBPROGRAMA DE RESGATE DE GERMOPLASMA

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 50
1.1. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA – PCFF
O Programa de Conservação da Flora e Fauna, a ser implantado durante as
atividades de instalação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí, está
subdividido em três subprogramas, sendo eles: Subprograma de Monitoramento
da Fauna e Flora (PMFF), Subprograma de Afugentamento de Fauna (PAF) e
Subprograma de Resgate de Germoplasma (PRG). Esses subprogramas,
incluindo seus cronogramas, estão intimamente ligados ao Plano de Supressão da
Vegetação, sobretudo para os subprogramas de Afugentamento de Fauna e
Resgate de Germoplasma, sendo considerados indispensáveis no que diz respeito
às medidas de mitigação dos impactos ambientes inerentes à supressão da
vegetação.

1.1.1. Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF


O Programa de Monitoramento da Fauna e da Flora - PMFF é de extrema
importância para se identificar e acompanhar os aspectos ambientais relacionados à
flora e fauna terrestre na área de influência da LT 500 kV SE Gilbués SE São João
do Piauí, tendo por objetivo a avaliação dos impactos decorrentes da implantação
deste Empreendimento sobre a fauna e flora da região.
Este Programa possibilita a identificação dos efeitos referentes à implantação
do Empreendimento sobre a flora e fauna, além de determinar, através de
tratamentos estatísticos avançados, índices de diversidade, frequência, abundância
relativa e índices de similaridades entre diferentes habitats, dentre outros.
Recomenda-se um total de duas campanhas de campo, uma no período chuvoso e
outra no período de estiagem, a fim de completar um ciclo sazonal da região.

 Procedimentos Metodológicos
a) Monitoramento da Flora
Para determinação da composição florística, serão realizadas coletas de
material botânico de espécimes em estágio reprodutivo ao longo da área de
influência do Empreendimento. De cada indivíduo amostrado, serão coletados, no
mínimo, quatro ramos com material reprodutivo (botões, flores e frutos) e/ou
vegetativo (não fértil). A coleta dos espécimes em campo será realizada através da
técnica de caminhamento aleatório, com utilização de GPS para marcação dos
pontos.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 51
Todo material coletado será descrito em fichas de campo, com informações
referentes à denominação popular, ao hábito de crescimento dos espécimes, à
floração, à frutificação, ao comportamento, aos tipos de ambiente, usos, locais e
datas das coletas. Serão destacadas as espécies consideradas de relevância
econômica (utilidade alimentícia, medicinal, ornamental, etc.) e ecológica (rara,
endêmica, ameaçada de extinção, etc.). As atividades serão documentadas através
de amplo registro fotográfico.
O material botânico coletado será submetido à identificação, após passar pelo
processo de herborização, através de levantamento bibliográfico em obras
especializadas e/ou comparação do material com outros existentes no Herbário
Graziela Barroso - TEGB da Universidade Federal do Piauí – UFPI, onde será
incorporado ao acervo do herbário. O sistema de classificação utilizado será
Angiosperm Phylogeny Group III – Sistema APG III. Sendo a classificação das
mesmas conferidas através do banco de dados eletrônico disponível pelo Missouri
Botanical Gardeno.
As espécies amostradas serão inseridas no banco de dados do Programa
Estatístico Mata Nativa 2.06, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa,
para análise da sua composição florística e da diversidade das espécies, através do
índice de Shannon-Weaver. Após análise da composição florística, torna-se possível
caracterizar detalhadamente as diversas formações vegetais encontradas, seu
estado de conservação e regeneração.
Para determinação de estrutura horizontal (densidade absoluta e relativa,
dominância absoluta e relativa, frequência absoluta e relativa, valor de importância
(VI), valor de cobertura (VC)), índices de diversidade (Shannon (H‘), Simpson (C),
Pielou (J‘)) e índices de similaridades (Jaccard (JS) e Sorensen (SO)) e coeficiente
de mistura de Jentsch (QM) será empregado o método de fitossociologia, obtidas
analisando e confrontando os dados gerados pelo programa Mata Nativa 2.06.
A análise dos parâmetros fitossociológicos permitirá detalhamento da
estrutura horizontal e vertical dos remanescentes florestais, além da dinâmica da
sucessão vegetal.

b) Monitoramento de Mamíferos Não Voadores


As metodologias para os levantamentos mastofaunísticos incluirão busca

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 52
ativa, busca direta por vestígios, captura com armadilhas de arame do tipo live traps
e cameras trap (armadilhas fotográficas), além de entrevistas, para mamíferos de
pequeno, médio e grande porte.

c) Monitoramento de Mamíferos Voadores (quirópteros)


A metodologia utilizada para captura das espécies de quirópteros para o
trabalho em questão será através de redes do tipo Mist-Nets, armadas em
ambientes de mata, incluindo bordas, áreas próximas a corpos-d ‘água, como
riachos e córregos.
d) Monitoramento de Aves
O levantamento das aves realizar-se-á através de contagem direta,
vocalização e de capturas com redes de náilon (Mist-nets) com 12m de comprimento
por três de altura e malha de 36 mm. Serão utilizadas 10 redes neblina dispostas no
campo de forma linear e contínua (linha de rede) abertas no início da manhã entre
cinco e dez horas e, no final da tarde, das 16h30min às 18h30min horas.
Para determinar a composição da avifauna, o levantamento específico nos
diferentes habitats ocorrerá através da observação direta das espécies ou do
registro da vocalização através de gravador portátil, censo auditivo, binóculo e
caderneta de campo, realizados durante sete dias no período diurno, vespertino e
noturno sem horário pré-estabelecido.

e) Monitoramento da Herpetofauna
Serão utilizados quatro conjuntos de armadilhas adaptadas para anfíbios e
répteis, do tipo pitfall, fixadas por um período de 24 horas durante o período de
permanência na estação, cada constituída de quatro alçapões, dispostos em três
linhas de 5,00m, formando ângulos de 120 graus, partindo de um mesmo ponto
central interligado por uma lona plástica, feitos de baldes de plástico de 60 litros, e
as lonas, fixadas com grampos em estacas de madeira. A Procura Limitada por
tempo (PLT) acontecerá manualmente em locais de acumulação d‘água ou não,
dentro da área do empreendimento. As coletas oportunistas aconteceram de forma
aleatória nos deslocamentos realizados durante as atividades em cada estação e
entre as estações de levantamento.

1.1.2. Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 53
O Subprograma de Afugentamento de Fauna apresenta-se como a forma
mais ideia de garantir o mínimo de impacto que venha sofrer a composição
faunística regional durante as atividades de supressão da vegetal para a
implantação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí.
Este subprograma tem como principal objetivo salvaguardar os espécimes da
fauna silvestre encontrado a frente de desmate do presente Empreendimento,
através do afugentamento, além de subsidiar o desenvolvimento de trabalhos
subsequentes para a elaboração de instrumentos de defesa e preservação dos
recursos naturais durante a etapa de instalação do Empreendimento, contribuir com
dados relevantes ao Subprograma de Monitoramento de Fauna e com o
conhecimento da fauna terrestre da região do Empreendimento.

 Procedimentos Metodológicos
A metodologia para este subprograma será de monitorar todas as atividades
previstas no plano de desmatamento, tais como corte com utilização de foices,
motosserras e empilhamento da madeira, visando facilitar a localização dos
espécimes, ninhos, vestígios diretos e indiretos de animais silvestres.
A equipe responsável pelo corte realizará, sob supervisão de um profissional
habilitado, uma varredura extensiva de toda a área com a intenção de afugentar a
fauna silvestre. Recomenda-se que essa varredura seja realizada diariamente,
sempre que houver atividades de desmatamento.
Durante as atividades de afugentamento de fauna, a equipe irá vistoriar as árvores
antes da derrubada e orientar os trabalhadores (equipe de supressão de vegetação)
da presença de animais, principalmente os mamíferos arborícolas e ninhos,
orientando-os sobre os cuidados necessários para não ferir ou matar os mesmos. Na
constatação da presença de animais nas árvores, as atividades de desmatamento,
no local, serão temporariamente suspensas até que o técnico da equipe de
acompanhamento tome as providências necessárias para o afugentamento do
animal.

1.1.3. Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG


O Subprograma de Resgate de Germoplasma tem como objetivo principal a
mitigação dos impactos relacionados à perda da cobertura vegetal oriunda da
implantação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí. Também, como

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 54
objetivos centrais, o presente subprograma pretende contribuir para o conhecimento
e conservação da flora local, com conservação de espécies consideradas raras,
endêmicas, ameaçadas de extinção, de interesses econômico e científico, e
subsidiar projetos de recuperação de áreas degradadas na região.
 Procedimentos Metodológicos
Serão realizadas coletas de material botânico em toda a área onde houver
supressão de vegetação para a implantação do Empreendimento. As áreas alvo de
supressão serão cuidadosamente inspecionadas para a coleta plântulas, espécimes
de epífitas, sementes, além de rizomas, bulbos e raízes.
As espécies prioritárias para o resgate serão aquelas consideradas no EIA como
endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, além de espécies de interesse para a
ciência e para a população (medicinais, ornamentais, frutíferas, dentre outras).
O material botânico será encaminhado para viveiro de produção de mudas,
sendo posteriormente utilizadas para a recuperação de áreas degradadas e, se
possível, doados para alguns municípios inseridos na área de influência do
Empreendimento, incluindo escolas, com o intuito de promover atividades
experimentais com alunos, arborização urbana, dentre outros. O excedente de
material coletado, sobretudo de sementes, será estocado em câmaras de
estocagem.

2. PÚBLICO ALVO
Este Programa tem com público-alvo todos os trabalhadores, técnicos e
demais profissionais, das empresas contratadas, envolvidos nas atividades de
construção do empreendimento.

3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO


A execução dos trabalhos serão efetuados sob a responsabilidade de
profissionais habilitados – Biólogos e Engenheiros Florestais. Será
disponibilizado ART do responsável ou responsáveis pelo programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 55
4. CRONOGRAMA

PERÍODO DE EXECUÇÃO

ANO
1º 2º
TRIMESTRE

PBA SUBPROGRAMA ATIVIDADES 1º 2º 3º 4º 5º 6º


MÊS
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Período para a implantação do Empreendimento

Período sem supressão da vegetação


Período de supressão da vegetação *
*

Execução de atividades de campo


Monitoramento da Fauna e Flora Elaboração de Relatório Parcial
Relatório Final
Execução de atividades de campo
Programa de Conservação da Afugentamento de Fauna Elaboração de Relatório Parcial
Flora e Fauna - PCFF Relatório Final
Execução de atividades de campo
Elaboração de Relatório Parcial
Resgate de Germoplasma
Produção e manutenção de mudas
Relatório Final
Legenda: (*) período passível de mudança, conforme dinâmica do plano de avanço da supressão da vegetação.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 56
PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA
VEGETAÇÃO

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 57
1. INTRODUÇÃO
Para a instalação da Linha de Transmissão em questão, a supressão de
vegetação nativa necessária será a menor possível. Ocorrerá somente em alguns
trechos ao longo do seu traçado, principalmente em função das atividades de
lançamento dos cabos (pilotos e condutores) e, em alguns casos, na implantação
de torres. Será, também, necessário que se obedeça às distâncias mínimas de
segurança entre as copas das árvores e os cabos condutores. Em casos especiais,
poderão ocorrer aberturas de acessos para construção de torres, em áreas
florestadas. Nesses casos isolados, a abertura do acesso se dará, sempre que
possível na faixa de serviço, sem a necessidade de intervenções fora dela.
Como primeira medida de mitigação, os impactos decorrentes da supressão
de vegetação foram minimizados durante a otimização do estudo de traçado
realizado, o qual priorizou a escolha de uma alternativa onde a ocorrência de
interferências com áreas cobertas com vegetação nativa era menor, bem como
foram previstos ajustes pontuais, visando preservar as áreas existentes. Como
segunda medida para a mitigação desses impactos, a supressão de vegetação
para instalação da referida LT seguirá as recomendações da NBR-5422/85, que
estabelece a necessidade de se restringi-la ao mínimo necessário, para a
instalação e operação da linha de transmissão.
A adoção deste Programa atenderá ao Artigo 3º, Parágrafo 1º do Código
Florestal - Lei nº 4.771, o qual dispõe sobre a necessidade de prévia autorização
do Poder Executivo Federal para a supressão, total ou parcial, de florestas de
preservação permanente, para a execução de obras, planos, atividades projetos
de utilidade pública ou interesse social, o que é o caso do
empreendimento em questão.

2. OBJETIVOS

 Minimizar a supressão de vegetação por meio do estabelecimento de


técnicas e procedimentos ambientais, a serem adotados durante as atividades de
instalação e através da adoção de medidas de controle e monitoramento eficientes;
 Quantificar as áreas de vegetação nativa suprimidas ao longo das atividades

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 58
de instalação da LT;

 Estimar o volume do material lenhoso a ser retirado, considerando-se as


áreas de supressão total (faixa de serviço), as áreas de corte seletivo (demais áreas da
faixa de servidão);

 Identificar e localizar a ocorrência, na faixa de servidão, de espécimes


protegidas de corte e propor medidas para a sua preservação, quando possível;

 Atender aos critérios de segurança para a instalação e operação da LT;

 Propor um Programa de Manutenção da Faixa de Servidão, no que se refere


ao componente vegetação e às respectivas distâncias de segurança, a ser
implementado na etapa de operação da LT;

 Realizar, concomitantemente com as atividades de supressão de vegetação,


o afugentamento e resgate da fauna diretamente afetada;

 Atender à Legislação Ambiental em geral.

Com a realização da caracterização quali-quantitativa da vegetação natural, em


áreas representativas dos diversos ambientes com remanescentes de vegetação
arbórea, grande parte dos três primeiros objetivos listados acima, foram atendidos;
entretanto será realizado o acompanhamento dos cortes e a quantificação do material
lenhoso efetivamente suprimido durante a supressão para alcançar o volume real de
madeira a ser suprimida, uma vez que o impacto será minimizado através da aplicação
dos procedimentos ambientais aqui propostos.
O programa de supressão da vegetação pretende atingir as seguintes
metas:

 Realizar o acompanhamento dos cortes durante a supressão, em 100%


(cem por cento) das tipologias florestais diagnosticadas para supressão de
vegetação nativa, ao longo do traçado, visando ao controle do material lenhoso

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 59
oriundo das atividades de supressão licenciadas para a instalação da LT.

 Solucionar 100% das Não-Conformidades Ambientais, caso ocorram,


principalmente com relação às atividades de supressão de vegetação, consideradas
todas as variáveis de controle e a totalidade das áreas em prazo hábil.

 Minimizar o impacto na vegetação afetada através da adoção de


técnicas de controle ambiental e monitoramento das atividades.

3. BASE LEGAL
 Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
 Lei nº 4.771 - Institui o Código Florestal Federal, modificado pela Medida
Provisória nº 1.956-50, de 26/5/2000.
 Lei nº 7.754, de 14/4/1989 - Estabelece medidas para proteção das
florestas existentes nas nascentes dos rios, e dá outras providências.
 Resolução CONAMA nº 002/96 - Compensação Ambiental.
 Resolução CONAMA nº 237/97, de 19/12/97 - Licenciamento Ambiental.
 Resolução CONAMA nº 303/02, de 20/3/02 - Dispõe sobre parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
 Lei nº 9.605, de 12/2/98 - Crimes Ambientais.
 Instrução Normativa IBAMA nº 30, de 31/12/2002 - Disciplina o cálculo do
volume geométrico das árvores em pé, através da equação de volume que
especifica, e dá outras providências.
 Portaria IBAMA nº 37-N/92 - Lista oficial de espécies da flora brasileira
ameaçada de extinção.
 Norma Técnica da ABNT 5422/85 - Procedimentos para linhas de
transmissão.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 60
4. AÇÕES

As atividades de supressão de vegetação deverão acontecer durante a


limpeza das áreas para a implantação de canteiros de obras e alojamentos,
ampliação e construção de acessos, terraplanagem, limpeza da faixa de servidão,
fundações e aterramento, e montagem de torres ao longo de todo traçado da LT,
conforme estabelecido no cronograma geral da obra. As principais etapas previstas
estão descritas a seguir:

A) Operacionalização

As atividades de supressão da vegetação serão limitadas ao mínimo


necessário para a instalação e operação seguras da LT, seguindo-se as
recomendações da Norma Técnica Brasileira NBR-5422/85 e obedecendo-se
rigorosamente às Especificações Ambientais vigentes.
Em virtude dos critérios da NBR-5422/85 e da necessidade de
estabelecimento, em alguns casos, de uma faixa de supressão total da vegetação, é
importante que se considere a distinção entre faixa de servidão (ou de domínio) e
faixa de serviço da LT.
Esta última corresponde a uma estreita faixa, de largura variável (prevista
para ter em média 5 a 25 metros nesse empreendimento), utilizada nas atividades que
envolvem, principalmente, o tráfego de veículos e equipamentos, o transporte
de materiais e o lançamento dos cabos. Nessas áreas, em geral, é praticada a
supressão total de indivíduos de porte arbóreo, ao passo que, no restante da
largura da faixa de servidão neste empreendimento será de 60m, é possível efetuar
cortes seletivos (supressões seletivas de indivíduos arbóreos que impeçam a
instalação e a operação segura da LT). Essa supressão pode ser efetuada em
patamares.
A Supressão de Vegetação será iniciada após a emissão da Licença de
Instalação pela SEMAR-PI, sendo de responsabilidade do empreendedor, e se
encerrará somente após a entrega do relatório final dos resultados obtidos, ao
término das atividades.
Seguem as etapas operativas do Programa de Supressão da Vegetação:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 61
Planejamento de atividades
É imprescindível que cada intervenção de potencial impactante seja
cuidadosamente planejada. A equipe ambiental do empreendimento será a
responsável pelo planejamento das operações e elaborará, junto com a
empreiteira, um plano semanal e diário de operações, de acordo com as
facilidades e as eventuais prioridades da obra.
Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-se
quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os eventuais
obstáculos. A importância desta, reside na mitigação dos impactos decorrentes, das
atividades de remoção da cobertura arbórea sobre as áreas limítrofes do
empreendimento e seu entorno, permitindo um planejamento minucioso das
alternativas, técnicas e equipamentos de corte a serem empregados. Outra
avaliação de suma importância reside na segurança dos trabalhadores envolvidos em
tal atividade.

Supressão da Vegetação na Faixa de Servidão


A supressão da vegetação será por corte raso sem destoca numa faixa central
nas áreas sem restrição legal de acordo com as diferentes tipologias interceptadas
pelo eixo da LT.
Nas Áreas de Preservação Permanente (Talvegues, Nascentes, Encostas, Mata
Ciliares, etc) e Reservas Legais, a supressão da vegetação ficará restrita a um corte
raso sem destoca com largura máxima de 5,0 metros apenas para passagem do cabo
piloto e equipamentos.
Nas áreas adjacentes ao corte raso, será realizado abate seletivo das árvores
e arbustos que apresentarem as copas a uma distância superior ao raio de ação
dos cabos condutores, também considerando o movimento dos cabos em dias de
fortes ventanias.
A supressão de vegetação será semi-mecanizada, e será efetuado o corte das
arvores que estiverem dentro da área de trabalho, procurando direcionar a queda
das mesmas para o centro da Faixa de Servidão.
As galhadas (galhos finos, grassos e folhas) provenientes da supressão deverão
ser triturados e deixados na própria faixa da Servidão. Contudo, os fustes das árvores

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 62
com valor comercial deverão ser enleirados separadamente. Esses fustes deverão
ser seccionados em toras acima de 3,0 metros de comprimento (comprimento
comercial), para facilitar o enleiramento. As arvores, arbustos e galhos grossos que
não tiverem valor comercial serão aproveitados em forma de lenha e seccionados em
aproximadamente 1 m e empilhados ao lado da faixa.
As árvores abatidas nas áreas de supressão seletiva deverão permanecer no
próprio terreno após seccionamento em toras, de forma que não obstruam os cursos
d´água, as vias de acesso ou atrapalhem a operacionalização das etapas
construtivas da Linha de Transmissão. A imagem abaixo ilustra os diferentes tipos
de supressão em relação as tipologias ao longo do traçado.

Figura 4: Largura da Supressão na Faixa de Servidão nas Diferentes Tipologias.

Poderão ser suprimidos 25 m de largura de faixa de servidão na tipologia


Cerrado e Caatinga para as áreas especiais de tensão ecológica e as áreas de
preservação permanentes (APPs) assim como as áreas de reserva legal serão
suprimidos apenas 5 m a céu aberto de largura de faixa de servidão e corte

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 63
seletivo até o limite da faixa de servidão, apenas dos indivíduos de grande porte,
que colocam em risco a operação da LT.
Outra operação necessária é a limpeza periódica da faixa de servidão,
cujo objetivo é de reduzir e manter a altura da vegetação em patamar que
possa eliminar possíveis riscos ao sistema de transmissão de energia. Muitas vezes,
esta limpeza é feita mediante o corte raso da vegetação, sendo possível o manejo da
mesma com o corte seletivo em função da altura e distância dos cabos, permitindo a
permanência de árvores de pequeno e médio porte.

Supressão da Vegetação nas Praças das Torres e de Lançamentos


A supressão da vegetação nas praças de montagem e lançamento de cabos
deverá seguir critérios específicos citados anteriormente. Nessas áreas a supressão
será corte raso e deverão ocorrer do centro para a periferia, sempre conservando as
vegetações rasteiras, para se evitar processos erosivos, retirando apenas as arvores e
arbusto e não usando equipamento motorizado.
O desgalhamento e o desdobro deverão seguir as mesmas orientações do
Plano de Supressão de Vegetação do PBA.
O material proveniente da supressão deverá ser enleirado nas bordas
laterais da faixa de servidão, sendo que as toras de valor comercial e lenha
deverão ser enleiradas separadamente.
As praças das torres terão dimensões máximas de 1.600 m² (40 m x 40
m) para torres estaiadas e 400 m2 (20 m x 20 m) para torres autoportantes, suficiente
para montagem e içamento das torres, trânsito de veículos e transporte de materiais.
A imagem abaixo ilustra a forma como será realizada a supressão nas praças
das torres:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 64
Figura 5:Forma de Supressão nas Praças das Torres.

Supressão da Vegetação nas Vias de Acesso


Evitar ao máximo e sempre que possível a supressão da vegetação nas
estradas e vias de acesso. As árvores abatidas deverão ser desgalhadas e
desdobradas, como já descritas anteriormente.
Enleirar às margens dos acessos, todo material proveniente da supressão,
sendo que as toras de espécies de interesse comercial deverão ser dispostas
separadamente;
Os resíduos provenientes da supressão que representa um volume de material
expressivo e que coloque em risco a linha de transmissão deverão ser

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 65
removidos da Faixa de Servidão e dispostos em local apropriado.

Casos Especiais
a) Intervenção em Reserva Legal e áreas de preservação
permanente
Em relação às áreas de reserva legal, serão tratadas como tal, apenas as propriedades
cujas matrículas estejam averbadas. Sendo assim para estas áreas, estão previstas a
reposição florestal. Serão reflorestadas novas áreas equivalentes às que foram
suprimidas em regime de reserva legal, utilizando espécies do mesmo bioma onde
ocorreram as supressões.

b) Queima e uso de herbicidas


É terminantemente proibida a utilização de queimadas ou herbicidas como forma
de desmatamento.

Os procedimentos gerais no processo de limpeza durante a supressão da


vegetação
A abertura e a limpeza da faixa de servidão, tanto no que se refere à
supressão total (corte raso) quanto à parcial (corte seletivo), envolve a remoção
de árvores ou material lenhoso. Os procedimentos gerais que vêm sendo
seguidos durante o processo de limpeza são:

(a) Demarcação das áreas


A faixa de servidão bem como aquelas de apoio às obras devem ser
demarcadas e sinalizadas.

(b) Identificação botânica das árvores


Esta atividade deve ser exercida por pessoa de comprovada experiência
em trabalhos dessa natureza.

(c) Procedimentos para corte de vegetação


As operações e etapas a seguir descritas apresentam um conjunto de
recomendações de natureza operacional.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 66
(c.1) Avaliação das árvores
Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-
se quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os
eventuais obstáculos.

(d) Corte de cipós


O corte de cipós é uma operação fundamental para mitigação dos impactos em
áreas onde há uma densidade elevada dessas lianas. A presença dessas
ocasiona muitos problemas às operações de remoção da vegetação, dentre os
quais, destacam-se os danos às árvores do entorno da faixa de servidão e o risco de
acidentes de trabalho. Essa operação deve ser realizada antes do início dos cortes
das arvores. É uma atividade essencialmente manual, entretanto convém salientar a
importância da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) no
resguardo da integridade física do trabalhador.

(e) Planejamento da supressão


Esta atividade buscará identificar a melhor sistemática de trabalho para a supressão,
definindo a forma de trabalho.

(e.1) Operação de corte e retirada da vegetação


Esta atividade pode ser efetuada por métodos mecanizados (tratores para o transporte)
ou semi-mecanizados (motosserra para os cortes).

(f) Procedimentos para o corte com motosserra (semi mecanizados)


Esta atividade requer:
 O operador deverá estar legalmente habilitado e treinado conforme a NR 12 para
a operação da motosserra sendo que este equipamento deverá estar
licenciado/autorizado pelo IBAMA.
 Verificação, por parte do operador, se a direção de queda recomendada no
planejamento é possível e adequada à minimização dos impactos sobre a
vegetação em torno, além da avaliação sobre riscos de acidentes, por
exemplo, galhos quebrados pendurados na copa, cipós não-seccionados, etc.
 Limpeza do tronco a ser cortado, promovendo o corte de cipós e

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 67
arvoretas, além da remoção de eventuais casas de cupins, galhos quebrados
ou outros obstáculos situados próximos à árvore. Deve-se atentar sempre
para a presença de insetos como vespas, abelhas e formigas na área, assim
como para os ofídios venenosos (cobras e serpentes), pois pode provocar
acidentes de natureza grave; Preparação dos caminhos de fuga, por onde a
equipe deve afastar-se no momento da queda da árvore. Esses caminhos
devem ser construídos no sentido contrário ao que a árvore tende a cair. Para
árvores com tronco de boa qualidade (pouco inclinado e sem rachaduras)
e direção natural de queda favorável à operação de arraste, utiliza-se a
técnica padrão de corte. Outras técnicas, classificadas como "cortes
especiais", são utilizadas para as árvores que apresentam, pelo menos,
uma das seguintes características: diâmetro grande, inclinação excessiva,
tendência à rachadura, existência de ocos grandes e direção de queda
desfavorável, conforme Figuras a seguir:

Figura 6:Avaliação da Tendência Natural de Queda da árvore.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 68
Figura 7:Indicação dos Caminhos de Fuga.

Figura 8:Esquema da técnica de Padrão de Corte

Figura 9: Redirecionamento da queda da Árvore Através da Adoção de Cunha e


Assimetria na Largura da Dobradiça.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 69
Figura 10: Tifor

Figura 11:Ilustração da Técnica de ancoragem, onde Podem ser Combinadas as Utilizações


de Cunha, de Tirfor e de Assimetria na Largura da Dobradiça.

(g) Cortes especiais


Estas técnicas devem ser empregadas para a mitigação dos impactos da
biota do entorno bem como na prevenção de acidentes. As figuras a seguir
ilustram situações de redirecionamento da queda utilizando: redirecionamento
com cunha, o tifor e técnica de ancoragem com cabos.

Seccionamento e aproveitamento da madeira


Para o seccionamento e melhor aproveitamento da madeira, serão adotados
os seguintes procedimentos:
Os cortes dos troncos serão efetuados próximos ao solo e executados de
forma a resultar numa superfície plana, normal ao eixo longitudinal do caule. Os
cortes executados com ferramentas manuais deverão ser imediatamente acabados.
As árvores com diâmetros maiores que 8 cm deverão ter seus galhos
cortados antes de serem empilhadas.

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O seccionamento será regido pelo uso potencial de cada fuste,
objetivando sempre o aproveitamento mais nobre. A madeira poderá ser usada
como estiva, ou para controlar a erosão.
O comprimento das toras será estabelecido em acordo prévio com os
proprietários das terras, procurando seguir um modelo, para facilitar a cubagem. Os
resíduos (lenha) deverão ter comprimento máximo de 0,60 m e serão agrupados em
pilhas de 1,00 m altura por 2,0 m de comprimento, com o mesmo objetivo. O material
suprimido somente deverá ser cubado após o baldeio/transporte/empilhamento
conforme citado anteriormente, sendo elaborados os laudos florestais de supressão
nessa ocasião.
O material lenhoso a ser aproveitado para uso comercial (serraria) serão
aqueles indivíduos com diâmetros superiores a 0,30 m.
Ao término das atividades, o técnico da área ambiental residente deverá
apresentar ao Órgão Licenciador, um relatório, contendo registro fotográfico das
atividades de supressão de vegetação, volume total atingido e destino final do
material lenhoso.
A forma a ser utilizada para quantificação é a cubagem das pilhas de toras já
traçadas, leiradas às margens da faixa de servidão, antes do baldeio.

Figura 12:Empilhamento de Toras de Madeira. Detalhes dos Tipos de Suporte para Aeração da
madeira Empilhada e Recomendações para Evitar Acidentes.

A matéria vegetal será devidamente ordenada fora da faixa de servidão,


preferencialmente em locais próximos às instalações do proprietário das terras

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atravessadas, ou em outro local determinado pelo empreendedor em comum
acordo com os proprietários.
O material lenhoso não aproveitado na obra, será espalhado de forma
uniforme ao longo da faixa suprimida, de modo a promover um acréscimo de
serrapilheira. O aporte de biomassa via serrapilheira é um dos mais importantes
processos de transferência de nutrientes nos ecossistemas florestais tropicais
(Martins e Rodrigues, 1999).
A manutenção da biomassa abatida in locu mantém os nutrientes na floresta,
não havendo a exportação dos mesmos, posteriormente esse material
será decomposto naturalmente e reintroduzido no ciclo natural. Favorecendo assim
a recomposição do ecossistema afetado.
Segundo ALVARENGA (1995) manter a superfície do solo permanente coberta
por materiais vegetais em fase vegetativa ou como resíduos é, efetivamente, o
manejo recomendado para proteção e conservação do solo. A fim de minimizar a
compactação dos solos, o material lenhoso será disposto uniformemente ao longo da
faixa de supressão, atuaria minimizando o impacto do maquinário utilizado para
construção da linha.

Transporte da madeira
A opção de distribuir uniformemente ao longo da faixa de supressão o
material lenhoso seccionado, a fim de acrescentar matéria orgânica e
acelerar a recuperação da floresta, elimina a necessidade de retirada da madeira e
evita os impactos ambientais promovidos pela retirada desse material.
No entanto caso haja interesse do proprietário sobre o material em questão,
o mesmo estará seccionado, empilhado e disponibilizado à propriedade qual
pertence para que o proprietário faça o aproveitamento dessa madeira da forma
que melhor o convier, desde que respeite a legislação municipal, estadual, e
federal vigente e as exigências do órgão ambiental competente (SEMAR) sendo
aconselhado o destino para benfeitorias dentro da própria propriedade.

Quantificação volumétrica posterior à supressão


A quantificação da vegetação suprimida deverá ser realizada para o controle das
atividades propostas neste Programa. O levantamento desses dados deverá ser

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 72
efetuado no momento após as operações de remoção da vegetação nativa. O
objetivo é avaliar, com rigor, o volume extraído em números exatos, através de
laudos florestais a serem encaminhados posteriormente aos órgãos ambientais.

Cubagem e emissão de laudos


Consiste na medição da pilha (1 x 1 x 1 m), geralmente expressa em uma unidade
denominada ―estéreo (st)‖; contudo, para a determinação do volume de lenha
suprimida, é necessária a obtenção de um fator de cubicação ou de empilhamento.
Para isso, é necessária a cubagem rigorosa das toras, comomencionado
anteriormente, e o estabelecimento da razão entre os volumes, que representa o
índice de conversão do volume global da pilha em volume sólido de lenha. Essa
tarefa será de total responsabilidade do executor da supressão e será fiscalizada
pela Supervisão Ambiental.

Registros fotográficos
Esta atividade visa retratar a supressão ocorrida. Além da imagem, deve conter, no
mínimo: a data, o nome do proprietário, e uma referência do que foi suprimido.

Elaboração do Laudo
A elaboração do laudo técnico florestal deverá ocorrer imediatamente após o
transporte ao local acertado com o proprietário das terras suprimidas, devendo ser
elaborado e revisado e assinado por técnico com competência legal para tal
(incluindo laudo o número do CREA e a ART devidamente paga para o profissional
que realizará a confecção dos laudos durante a atividade).

Monitoramento Ambiental
O monitoramento das atividades de supressão da vegetação e de seus
impactos tem como objetivo detectar riscos, corrigir procedimentos, avaliar as
operações, contabilizar e registrar a supressão, centralizar e proceder à
organização e compilação dos documentos afetos a este projeto e inspecionar as
operações de campo, ou seja, inter-relacionar as suas diversas etapas. Esta atividade
deverá ser de responsabilidade do proposto ambiental da empreiteira, fiscalizado pela
Supervisão Ambiental.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 73
Acompanhamento e Avaliação Ambiental
A etapa de acompanhamento e avaliação (inspeção ambiental) deverá
garantir que todas as atividades que envolvam intervenções sobre áreas de
vegetação sejam fiscalizadas. O inspetor ambiental deverá participar em turno
integral das atividades de supressão e zelar para que todos os procedimentos
previstos neste documento sejam executados, principalmente o registro das
supressões de vegetação, assinalando o início e término das atividades em cada
trecho. Serão registradas ocorrências de Não-Conformidades Ambientais, que
deverão ser imediatamente informadas ao empreendedor e devidamente
solucionadas no prazo estabelecido.
A equipe de gerenciamento ambiental diretamente envolvida com o
acompanhamento e avaliação, receberá treinamento para fiscalização das
atividades, sendo igualmente responsável pela fiscalização integral da aplicação das
especificações ambientais correspondentes e pela emissão e
acompanhamento da solução das Não-Conformidades Ambientais.

5. PÚBLICO ALVO
O público alvo do Programa é representado pelo empreendedor e o
conjunto de empresas contratadas envolvidas na instalação e operação da LT, os
proprietários de terras na Área de Influência Direta da LT e o órgão licenciador.

6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA


O empreendedor contará com uma equipe da empresa consultora formada
por profissionais qualificados, na função de Inspetor Ambiental, para inspecionar,
orientar e informar os atores do empreendimento sobre as normas e diretrizes
contidas neste Plano.

Coordenador de Meio Ambiente


Esse profissional ficará na sede da empresa responsável pela gestão
ambiental, e deverá possuir experiência na área de Meio Ambiente. Ele será
responsável por garantir que todos os requisitos ambientais previstos no

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 74
contrato do empreendedor com o empreiteiro, os Estudos de Impacto Ambiental
(EIA), assim como a legislação municipal, estadual e nacional, e o conteúdo
deste projeto sejam cumpridos.

Inspetores de Campo
O Inspetor Ambiental será um profissional qualificado, a ser lotado no local
da obra para garantir o cumprimento deste projeto à partir da orientação das equipes
de campo e do fornecimento de informações para o Coordenador de Meio
Ambiente. O inspetor também será responsável por elaborar o fator de
empilhamento para as leiras e confeccionar relatórios técnicos semanais sobre o
desenvolvimento das atividades.
Técnicos da área ambiental qualificados para fiscalizar e acompanhar as
atividades propostas; trabalhadores treinados no uso de equipamentos
específicos, EPIs e ferramentas cortantes.
Será disponibilizado a ART do profissional responsável pelo programa antes do
início das atividades.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 75
7. CRONOGRAMA

Meses
Programa de Supressão da
Vegetação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Corte de cipós

Corte raso com motossera

Seccionamento e empilhamento da
madeira

Limpeza da faixa de servidão, áreas


das torres e praças de montagem.

Reaproveitamento da madeira.

Manutenção da faixa de segurança

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 76
PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS-PRAD

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1. INTRODUÇÃO
O processo de implantação de uma Linha de Transmissão acarreta em
modificações a locais específicos na fase de construção, por exemplo, nas áreas de
canteiros de obras, áreas de empréstimo e bota-fora, escavações para
fundação das torres, montagem das estruturas e instalação dos cabos condutores,
pára-raios e acessórios.
A maioria dos impactos do empreendimento não é de grande magnitude e
ocorre restritamente nas frentes de obras. Nas áreas de canteiros de obras,
empréstimo e bota-fora, previamente escolhidos, os impactos serão pontuais e
minimizados com base em uma série de atividades de recomposição da vegetação e
tratamento do solo.
Conforme indicado no EIA, a LT passará, em uma grande parte, por áreas
onde já existe algum tipo de ocupação, sendo prioritariamente ocupadas com usos
agrícolas. As áreas de pastagens plantadas constituem, também, uma das
fisionomias mais comuns da área do empreendimento, ocupando antigas áreas
agrícolas ou áreas onde houve a supressão da vegetação original.
Na região por onde passará a LT, será utilizada, sempre que possível, a
malha viária existente ou serão construídos alguns acessos para o transporte da
mão-de-obra, de equipamentos e materiais de construção e montagem. As
estradas e caminhos deverão ser conservados durante toda a fase de execução dos
trabalhos.
Este Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD - contém as
diretrizes e as técnicas básicas recomendadas para serem empregadas durante a
construção e montagem da Linha de Transmissão, visando minimizar e/ou evitar os
impactos ambientais. As especificações são baseadas na Legislação vigente e em
técnicas e diretrizes usadas com sucesso em obras lineares similares.
A recomposição de áreas degradadas é obrigatória e necessária não só para
possibilitar a retomada do uso original ou alternativo das áreas impactadas onde
houve intervenção antrópica, como também para atender às Legislações
Ambientais, Federal e Estadual.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 78
2. OBJETIVOS
Este Programa tem como principal objetivo a recuperação das áreas
degradadas durante a implantação da Linha de Transmissão e sua reintegração à
paisagem natural.
As diretrizes gerais são as seguintes:
 Identificar e mapear todas as áreas degradadas no processo de Instalação
da LT;
 Promover a estabilização dos terrenos;
 Colaborar com a conservação, proteção e sustento da fauna;
 Implantar uma cobertura vegetal nas áreas degradadas;
 Recuperar as áreas que serão utilizadas como canteiros de obras, alojamentos
e outros, visando o reafeiçoamento do relevo e à revegetação dessas áreas;
 Implantar medidas capazes de restabelecer e reintegrar áreas
degradadas à paisagem regional, contribuindo para a melhoria da qualidade
ambiental em conformidade com valores ambientais, estéticos e sociais das
circunvizinhanças;
 Contribuir para a reconstituição da vegetação nas áreas impactadas, de forma
que, no final, aproximem-se ao máximo das condições naturais anteriores à
intervenção antrópica;
 Recompor e proteger o solo nas áreas em que os horizontes
subsuperficiais ficarem expostos (com devolução das camadas de solo fértil), a fim de
preparar o terreno para sua utilização pelos agricultores, promovendo o retorno ao
ciclo produtivo das áreas agrícolas, reintegrando as que forem afetadas;
 Fornecer condições mínimas para se estabelecer um novo equilíbrio
dinâmico entre solo-água e vegetação;
O PRAD visa promover a rápida revegetação das áreas degradadas,
estabilizar os terrenos e controlar a erosão, recuperar as atividades biológicas no
solo, realizar o tratamento paisagístico das áreas afetadas e preservar e
restaurar o equilíbrio natural.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 79
3. BASE LEGAL

A Recuperação de Áreas Degradadas atenderá às normas técnicas específicas e


aos requisitos legais pertinentes, compreendendo a Legislação Federal e do
Estado do Mato Grosso.
Todos os métodos de trabalho e processos que serão adotados respeitarão
os artigos concernentes e aplicáveis contidos na Lei nº 4771, de 15 de setembro de
1965, que instituiu o Código Florestal Brasileiro, e em suas modificações pelas Leis
5.106, de 2/9/1966; 5.868, de 12/12/1972; 5.870, de 26/3/1973; 6.535, de
15/6/1978; 7.0511, de 7/7/1986; 7803, de 18/07/1989, e 9.985, de 18/7/2000.
Deverão também ser seguidas as determinações das principais Normas
Técnicas pertinentes que estão sumarizadas no Quadro a seguir:

Quadro 1: Principais Normas Técnicas Pertinentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 80
4. METODOLOGIA
As técnicas e as metodologias a serem empregadas na recuperação de áreas
degradadas deverão ser individualizadas para cada uma delas, respeitando-se suas
características específicas bem como o tipo de uso que foi responsável pela
degradação.
As áreas de uso agrícola que sofrerem intervenções devem ser recuperadas
de modo que os proprietários as utilizem com agricultura e/ou pastagem, da
mesma forma como ocorria antes da implantação do empreendimento ou com
outros usos, respeitando-se as recomendações do empreendedor quanto à
segurança.
O Programa compreende um conjunto de fases, desde a caracterização
inicial das áreas que devam ser recuperadas até as recomendações gerais de
medidas a serem tomadas durante e após as obras. Os casos específicos serão
tratados entre empreiteira e empreendedor, mediante a elaboração de projetos
específicos, conforme as necessidades locais, sempre com a aquiescência dos
proprietários.
Os itens a seguir apresentados descrevem, nas distintas fases de trabalho, as
formas convencionais para recuperação das áreas degradadas e as ações que
serão necessárias para atingir os objetivos e metas estabelecidos.

Caracterização e Localização das Áreas a serem Recuperadas


Compreende a identificação, avaliação e delimitação de áreas que devem ser
recuperadas notadamente naquelas destinadas a canteiros de obras principais,
acessos, locais de escavação e fundação de torres, reaterro, locais para
montagem de estruturas, lançamento de cabos condutores, pára-raios e
acessórios.

Remoção, Armazenamento e Manejo do Material Vegetal e da Camada


Superficial do Solo
A camada superficial do solo removida será estocada, para ser utilizada
nas áreas a serem recuperadas. Serão armazenadas em formas de leiras com
cerca de 1,0m de altura, ou em pilhas individuais de 5 a 8m³, permitindo aeração

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 81
necessária para que não haja alteração da matéria orgânica. A principal atividade
biológica do solo ocorre nessas camadas superficiais, e sua conservação
constitui uma prática eficiente para recuperação das camadas superiores do solo.
Os operadores de máquinas devem ser instruídos para que não aprofundem
demasiadamente a retirada desse material, buscando-se evitar mistura com
material subsuperficial ou de subsolo, em caso de escavações mais profundas.

Recuperação de Áreas

Áreas de Canteiros de Obras


A recuperação das áreas de canteiros de obras obedecerá às recomendações
constantes neste Programa. O tratamento para recuperação inclui a
reconfiguração do terreno, procurando recompor suas condições anteriores,
revegetação e/ou plantio de gramíneas pelo método mais indicado ao local, a ser
definido em projeto específico a ser elaborado pela empreiteira.
Os métodos de recuperação serão os descritos nesse Programa e devem ser
aplicados nos pontos de apoio acima citados. São válidas também para as áreas de
canteiros de obras, as diretrizes gerais para recuperação de áreas de
empréstimo descritas a seguir.

Áreas de Bota-fora
A delimitação e a utilização áreas de bota-fora serão regidas pelo Projeto
Executivo a ser elaborado pela(s) empreiteira(s) em cumprimento às normas
pertinentes. Os locais deverão ser objeto de cadastro, com pleno consentimento
dos proprietários e aprovação do empreendedor.
Os processos a serem utilizados para disposição dos materiais consistirão de
espalhamento destes em camadas de cerca de 30cm de espessura sobre toda a
área. As camadas sucessivas deverão ser comprimidas pelo trânsito dos veículos de
transporte na descarga do material. As declividades deverão ser mantidas,
conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O tratamento para recuperação deve ser semelhante ao descrito para áreas
de empréstimo, incluindo a configuração do terreno, procurando-se recompor suas

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 82
condições anteriores por meio de revegetação e/ou gramagem pelo método mais
indicado ao local, a ser definido em projeto específico a ser elaborado pela
empreiteira.

Recuperação e Conservação de Acessos

Tendo em vista o alto grau de antropização da área onde está inserido o


empreendimento, a maioria dos acessos às obras será feita através de vias já
existentes, evitando-se a abertura d enovas estradas e caminhos, que estarão
condicionados às áreas onde isso seja absolutamente necessário.
Quando for necessária a abertura de novos acessos, recomenda-se adotar medidas
preventivas pertinentes, de modo que os trabalhos de recuperação sejam restritos ao
mínimo necessário,evitando-se intervenções ambientais. Os cuidados que devem ser
seguidos durante a abertura dos acessos estão descritos no Plano Ambiental para a
Construção (PAC), também integrante deste PBA.
Para os casos em que for necessário o corte ou aterro de taludes nas extremidades
das vias, recomenda-se principalmente a execução de rede de drenagem, caixas de
passagens e até bueiros ao pé dos taludes, para direcionamento do fluxo de águas
pluviais.

Recuperação de Praças de Montagem das Torres


Estas praças deverão ser definidas durante a obra, conforme as
necessidades.
É importante evitar a degradação da área, minimizando os gastos e trabalhos
de recomposição. Alguns procedimentos simples permitem diminuir essas
atividades.
Se a montagem for mecanizada com uso de guindastes, o nivelamento para o
uso das máquinas deverá será executado por meio de calços, evitando-se
processos mais complicados e desnecessários. Se algum tipo de raspagem
superficial for necessário, o solo deve ser estocado em pilhas ou leiras.
Antes da recuperação dos terrenos, deve-se coletar todo o material
descartado da montagem (metais, madeira e plástico), deixando o terreno limpo para

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 83
recomposição.
Terminado o trabalho, os solos deverão ser recompostos, utilizando-se os
métodos de gradagem e plantios descritos adiante, com o objetivo de se criar
uma cobertura vegetal a mais próxima possível da original.

Recuperação de Praças de Lançamento e Emendas de Cabos


As praças de lançamento de cabos devem priorizar áreas onde não serão
necessárias supressões de vegetação, quando isso não for possível, a área de
serviço será desmatada e limpa somente nas dimensões mínimas necessárias.
Deve-se evitar a utilização de máquinas pesadas na abertura de praças
de trabalho, para não provocar maior compactação dos solos.
Nos locais propícios pelas condições de relevo e em presença de solos não
pedregosos superficialmente, a recomposição do terreno consistirá em gradagens
— uma mais profunda, atingindo 20 a 25 cm de profundidade e outra, superficial
leve, em profundidades de 10 a 12cm. As gradagens superficiais leves são
utilizadas para melhorar a estrutura dos solos, incorporando restos de cultura,
calcário e destorroamento das camadas superficiais. Quando efetuadas em duas
operações, essas gradagens devem ser cruzadas. Caso se faça apenas uma
operação, inicia-se o corte pela periferia, em direção ao centro da área.
Quando os solos forem rasos ou compactados ou tiverem camadas
impermeáveis nos primeiros 30cm de profundidade, pode-se lançar mão de
escarificadores. Se a camada compactada for mais profunda, podem-se utilizar
subsoladores. Esses procedimentos sempre devem ser avaliados visando-se à
conservação dos solos, de modo que possíveis problemas locais de compactação
não venham a ser agravados pelas gradagens.
Em áreas já terraceadas em pequenos declives, os terraços devem ser
localmente recompostos conforme se encontravam originalmente, considerando as
áreas concretadas e as torres. A drenagem deve ser garantida mediante o uso de
canaletas apropriadas a cada caso, em áreas arenosas e/ou com maiores declives, a
serem previstas no Projeto Executivo.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 84
Revestimento Vegetal - Plantios de Gramíneas
Essa metodologia tem a finalidade de recompor e preservar áreas expostas
durante a obra, proporcionando condições para que resistam à erosão superficial
causada pelas precipitações pluviais, através da proteção vegetal de
gramíneas adaptadas às condições locais.
A empreiteira apresentará ao empreendedor os métodos, os quantitativos
envolvidos e os locais prioritários que serão recuperados. Esses locais receberam a
visita da equipe de meio ambiente para aprovação desses métodos.
Serão prioritários os serviços nas áreas íngremes, margens dos cursos d‘água e
locais onde pode haver escorregamento de massa, pois são sujeitos a maiores
riscos de erosão e assoreamento.
Na recuperação, usam-se as técnicas básicas de cultivo: por semeadura,
enleivamento ou plantio de mudas. A escolha do método depende de fatores, tais
como, a natureza da área a ser semeada, o tamanho, a capacidade germinativa
das sementes e as características de propagação de espécies individuais. A
semeadura pode ser feita a lanço ou por hidrossemeadura. A semeadura a lanço
deixa as sementes expostas na superfície, exigindo a colocação de uma cobertura
de solo.

Enleivamento
Uma cobertura de gramíneas pode também ser obtida por meios diversos,
porém os mais usuais são as placas de grama ou estolões. Esses procedimentos
podem ser utilizados em áreas instáveis, quando houver grande disponibilidade de
grama na região e sua retirada não causar degradação local. Consiste na retirada de
placas de gramados adjacentes aos locais das obras, de forma intercalada, para
permitir a sua regeneração.
É um dos métodos de melhor resultado na proteção vegetal e, para sua
implantação, alguns procedimentos devem ser seguidos, como os descritos
abaixo:
- O terreno deverá ser preparado mediante revolvimento e, em
determinados casos, escarificado. A seguir, deve-se misturar a terra vegetal
resultante da raspagem dos horizontes superiores dos solos, convenientemente

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 85
estocada e tratada;

- A extração das leivas deve ser precedida de um exame técnico sobre a


sanidade do gramado, a infestação por ervas daninhas e o desenvolvimento
satisfatório da gramínea que se desejará retirar. Essa deve ser cortada rente ao
solo, sendo retiradas placas de 30 a 40 cm de lado, com espessura suficiente para
conter raízes e solo superficial — cerca de 5 a 10 cm. A operação poderá ser
realizada por meio de equipamentos manuais, ou mecânicos. Assim que forem
retiradas, as placas podem ser carregadas em veículos de carga e transportadas
para os locais de plantio, quanto mais próximo ao local do plantio, mas adaptada as
gramíneas estarão;

- O plantio constará da colocação manual das placas sobre o terreno. A fixação


poderá ser efetuada por meio de soquetes de madeira ou metal. Caso a área seja
íngreme, recomenda-se cravar ponteiras de madeira com a finalidade de fixar as
placas ao solo;

- A irrigação é importante para a fixação das placas. A prática pode ser repetida
inúmeras vezes, até o completo restabelecimento do gramado.

Plantio de Grama em Mudas


É um método indicado para terrenos planos e de baixa declividade, pois
impede que as mudas sejam levadas pelas águas pluviais antes de enraizarem no
solo onde forem plantadas.
A separação das mudas ou touceiras é efetuada manualmente, no local da
obra. As mudas ou touceiras, à razão de 100 por metro quadrado, serão colocadas em
sulcos especialmente preparados, com cerca de 10cm de profundidade,
recobertas com terra e compactadas manualmente. A terra restante deve ser
espalhada entre as mudas.
Após o plantio, é recomendável irrigar as mudas, quanto necessário, até a
sua definitiva fixação no solo.

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Hidrossemeadura
A proteção pelo método de hidrossemeadura é, normalmente, utilizada em
locais terraplanados, onde podem ocorrer processos de mobilização e carreamento de
partículas, em áreas com pouco recobrimento pela vegetação, em taludes
íngremes e valas ou quaisquer outras superfícies de solo desprotegidas e
suscetíveis à erosão.
A hidrossemeadura é uma técnica mecanizada, semelhante à semeadura a
lanço. Uma de suas principais vantagens é a capacidade de cobrir, com rapidez e
economia, áreas inacessíveis em declives íngremes.
A preparação do terreno para fixação das sementes compreende a
regularização do talude e a eliminação de concavidades e negatividade do mesmo,
para evitar a formação de novos focos erosivos e desmoronamentos.
Os procedimentos e métodos a serem utilizados para o sucesso da
hidrossemeadura estão descritos a seguir:

Picoteamento ou Microcoveamento
Consiste em abrir pequenas covas no talude com dimensões de 10x10cm,
espaçadas entre si cerca de 15 a 20 cm, dispostas de forma alternada, com a
finalidade de aumentar a rugosidade do terreno, remover a camada oxidada do
subsolo e permitir a retenção da mistura a ser lançada pela hidrossemeadura.

Preparação da Mistura
A mistura de sementes, fertilizantes, mulch, corretivos e adesivos com água
deve ser preparada em tanque de caminhão, dotado de misturador e pulverizador. A
preparação da mistura consiste em encher o tanque do caminhão até sua capacidade
normal, deixando o misturador ligado. A seguir, devem ser lançados o acetalmulchim,
os adubos e, finalmente, as sementes.
O acetalmulchim trata-se de um composto de acetato de celulose e celulose
que, fixado no solo, forma um tecido protetor altamente resistente à energia
mecânica da água.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 87
Características das Espécies a serem Utilizadas para Revegetação
A escolha das espécies mais adequadas deve basear-se em critérios de
adaptabilidade edafoclimática, rusticidade, boa capacidade de reprodução,
perfilhamento, velocidade de crescimento, adaptabilidade às condições de solo e
subsolo e facilidade de obtenção de sementes. As espécies a serem utilizadas
devem ser tolerantes às eventuais deficiências hídricas e aos fatores climáticos
locais mais importantes.
Deve-se ter em conta que os taludes mais profundos atingem o subsolo, cuja
capacidade de suporte às plantas é muito baixa.
A ocorrência e a constituição de gramados para originarem mudas e a
disponibilidade de sementes ou grama em placa em viveiros locais ou próximos às
áreas a serem recuperadas são fatores a serem considerados, pois podem limitar
a lista de espécies a serem utilizadas, além de proporcionar economia nos custos
de transporte.

Espécies Recomendadas
Entre as gramíneas (família Poaceae ou Gramineae) para hidrossemeadura,
enleivamento, plantio em placas ou mudas, as espécies que preenchem as
melhores condições para revegetação, considerando os critérios expostos, é a
seguinte:

Grama-esmeralda (Zoysia japonica): também conhecida por zoisia-


silvestre, grama-zoisia ou zoisia, possui folhas estreitas e médias, cor verde-
esmeralda e estolões penetrantes, que enraízam facilmente. Esse tipo forma perfeito
tapete de grama, de grande beleza, sendo recomendada para paisagismo e
recuperação de áreas de canteiros de obras em áreas próximas a cidades, com
folhas macias e resistentes ao pisoteio, devido ao entrelaçamento dos estolões
com as folhas.
Recomendada para controle da erosão em climas quentes, possui raízes que chegam
a atingir 20 cm de profundidade. É indicada para plantios a pleno sol e seu porte
pode atingir 15 cm.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 88
Reflorestamento com Espécies Arbóreas
Caso sejam necessários, em locais específicos, a serem definidos no
Projeto Executivo, será necessário recuperar a vegetação arbustiva e
arbórea. Nesse caso, serão plantadas espécies nativas, de preferência que
ocorram na região, segundo um padrão que deve ser delineado para cada local.
Em relação aos aspectos da sucessão secundária na vegetação, BUDOWSKI
(1961;1965) considera três estágios de sucessão antes de a Floresta Tropical
Úmida chegar ao seu clímax: pioneiro, secundário inicial e secundário tardio.
Conforme se avança na sucessão há um aumento na complexidade florística e
na estrutura das florestas em função dos diferentes fatores que condicionam a
regeneração natural.
Baseada nesses princípios, a recomposição da vegetação arbustivo-arbórea
deverá ser do tipo heterogêneo, considerando-se os três grupos ecológicos,
conforme segue:
- 1o grupo: espécies pioneiras - grupo constituído por plantas heliófitas, de porte
médio a baixo, com desenvolvimento rápido;
- 2o e 3o grupos: secundárias iniciais e tardias - plantas que possuem
características intermediárias de exigência de luz, incremento e longevidade e ciclo de
vida maior do que as pioneiras;
- 4o grupo: climáxicas - grupo constituído por plantas de desenvolvimento lento, porte
elevado quando adultas, umbrófilas na fase inicial de desenvolvimento,
longevas e com sementes pesadas dispersas por roedores e pássaros.
A recomendação de percentagens de plantas considerando os grupos
ecológicos para todos os estágios da sucessão poderá ser, por exemplo: 50% de
pioneiras; 30% de secundárias iniciais; 15% de secundárias tardias; 5% de clímax.
Além de considerar esses grupos, é muito importante a introdução de
leguminosas, pois elas se associam com microrganismos fixadores de nitrogênio e
com fungos micorrízicos e têm sido utilizadas com sucesso como condicionadoras da
melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas de substratos
degradados (Faria, Embrapa).
As espécies de rápido crescimento, de metabolismo acelerado, com ciclo
anual, que germinam em sete dias na época das chuvas, denominadas

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 89
transitórias, têm a finalidade de ocupar o solo, fixando os nutrientes lançados por
aspersão e estabelecendo uma proteção eficiente contra a erosão. Formam um
tapete verde permitindo que as espécies permanentes, que germinam 30 a 40
dias após o plantio, invadam os espaços, originando uma cobertura auto-
sustentável.

Espécies Arbóreas Recomendadas


Caso sejam necessários plantios de espécies arbóreas para a recuperação das
áreas degradadas, serão adquiridas mudas de espécies do mesmo bioma,
preferencialmente da mesma região, para que as áreas a serem reflorestadas
mantenham as características mais próximas das de origem
Para o sucesso da recomposição ou do reflorestamento com espécies
nativas, são necessárias várias etapas desde a preparação da área até o plantio e a
manutenção das mudas. Dessa forma, o plantio propriamente dito compreende as
seguintes atividades, descritas a seguir:

Preparação da Área para o Reflorestamento

Abertura de aceiros
Em casos específicos, é importante a demarcação de aceiros externos,
especialmente no Centro-Oeste, onde são comuns os incêndios em pastagens
naturais. A largura deve possuir uma largura que seja eficaz para proteção contra
possíveis queimadas da área a ser reflorestada, bem como para facilitar o acesso,
tanto por ocasião da implantação, como na manutenção.

Espaçamento e marcação
Para reflorestamento, após definidas as áreas, será realizada a marcação das
covas na zona de plantio, com o espaçamento escolhido de 3 X 3 m em média,
totalizando 1,150 plantas por hectare. Quando o local da marca coincidir com uma
árvore em desenvolvimento, deverá ser deslocado no sentido da linha de plantio,
seguindo o espaçamento.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 90
Combate a formigas
O ataque de formigas em plantios de recomposição florestal constitui sério
problema, que merece atenção especial e constante. A erradicação das formigas
cortadeiras deverá ser efetuada na fase de preparo do terreno, por causa da maior
facilidade de localização dos formigueiros, nos quais não deve ser feita nenhuma
limpeza. Devem ser utilizadas iscas granuladas em dias não-chuvosos, à razão de
10g/m² de formigueiro, usando-se porta-iscas para evitar acidentes e destruição das
iscas pelas chuvas. Para os ninhos de difícil localização, a isca de granulação média
ou pequena é recomendada. As iscas devem ser utilizadas quando o formigueiro
estiver em plena movimentação e distribuídas pelos olheiros ativos.

Coveamento
Consiste na abertura das covas, depois de demarcadas, no seu respectivo
espaçamento, nas proporções 0,40 x 0,40 x 0,40 metros. A terra extraída deverá ser
depositada próximo à cova, para posterior incorporação do adubo.

Correção da acidez e adubação do solo


Na terra extraída na abertura das covas, deverá ser feita a correção da acidez
por meio de calagem, devendo-se observar um intervalo para o plantio de, pelo
menos, 20 dias; transcorrido esse período, a terra deverá ser tratada com adubação,
para ser incorporada à cova. As proporções dos nutrientes serão determinadas após
a realização da análise. Sempre é recomendada a coleta de amostras de solos, com
o objetivo de determinar o estado atual de sua fertilidade, em relação ao teor de
elementos essenciais à nutrição das plantas e condições de acidez. Essa análise
inicial servirá como elemento para sugestões de adubação e calagem. Dentre as
determinações que deverão ser feitas, destacam-se: pH em água, Al+++, Ca+++Mg++
em cmolc /kg, Fósforo(ppm) e Potássio (ppm).

Plantio
Deverão ser seguidas as orientações básicas para plantio de árvores,
estabelecimento prévio de módulos considerando a composição florística adequada
a cada caso e plantio nas covas segundo a marcação e conforme o módulo:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 91
- Distribuição das mudas, de modo que as espécies de rápido crescimento
venham a sombrear as mudas de espécies que se desenvolvem melhor à sombra;
- Os plantios serão efetuados na época das chuvas;
- Deverão ser cumpridas as recomendações técnicas, conforme diretrizes
adotadas para o projeto.

Irrigação
A prática da irrigação é importante no Centro-Oeste, para permitir a pega das
mudas na proporção desejada. Há um importante decréscimo da pluviometria nos
meses de inverno, quando a umidade relativa costuma cair significativamente. Por
isso a manutenção dos plantios compreende também, irrigação das mudas até ser
detectado o seu desenvolvimento satisfatório.

Replantio
As plantas que não sobreviveram ao plantio serão repostas. Essa operação
deverá ser executada 30 dias após o plantio inicial ou de acordo com as condições
climáticas, tendo como objetivo manter um mínimo de sobrevivência do plantio.

Atividades de manutenção
O projeto deve prever o coroamento de manutenção ao redor da muda, que
consta de capinas; a primeira, três meses após o plantio. O número de capinas
dependerá do tempo de fechamento da floresta, que varia conforme as condições
locais e espécies plantadas. Sempre que plantas indesejáveis estiverem competindo
com as mudas, deverá ser realizado o coroamento.
Nas áreas degradadas, dever-se-á ter cuidado para aproveitar ao máximo o
crescimento das espécies em regeneração, eliminando-se apenas a vegetação que
estiver cobrindo as mudas. As roçadas deverão restringir-se ao estritamente
necessário, para evitar que áreas em regeneração sejam cortadas. A menor
intervenção é sempre ecologicamente benéfica; no entanto, deve-se ter em mente
que as áreas deverão estar livres de espécies daninhas e preparadas contra
incêndios.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 92
Adubação de Cobertura
Visando a um desenvolvimento uniforme de todas as mudas plantadas, deve-
se prever uma adubação de cobertura nas covas de plantas não fixadoras de
nitrogênio.

Monitoramento das atividades


O monitoramento dos trabalhos de revegetação deve ser executado pela
equipe de fiscalização do empreendedor, através de visitas periódicas às áreas em
reabilitação, e repassadas as informações ao coordenador ambiental do
empreendimento. Para o acompanhamento do andamento do PRAD é
imprescindível a produção de relatórios com informações das ações executadas nas
áreas passíveis de recuperação.

5.PÚBLICO ALVO
Como públicos-alvo do Programa destacam-se: o empreendedor, a empresa
contratada para execução das atividades, o órgão licenciador (SEMAR / PI), os
proprietários dos imóveis rurais afetados ou próximos do empreendimento, além das
Prefeituras e Secretarias de Meio Ambiente dos Municípios envolvidos.

6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO


Empresa especializada ou técnicos da área de recuperação qualificados
para fiscalizar e acompanhar as atividades propostas. Será disponibilizada a
ART dos profissionais responsáveis pelo programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 93
7. CRONOGRAMA
Meses
Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Caracterização das áreas

Abertura de aceiros

Espaçamento e marcação

Combate a formigas

Coveamento

Adubação e calagem

Plantio

Replantio

Adubação de cobertura

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 94
PROGRAMA DE GESTÃO DE
ÁREAS COM ATIVIDADES
MINERÁRIAS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 95
1. INTRODUÇÃO
Este Programa tem como finalidade estabelecer as ações necessárias para
neutralizar ou minimizar as possíveis interferências em áreas com processos de
atividades minerárias interceptadas pelo eixo da LT.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste Programa é evitar, ou solucionar, caso já existentes,os


eventuais impactos negativos resultantes da construção e operação da LT sobre as
áreas de interesse para extração mineral, áreas de exploração mineral requeridas e
as que estiverem em diferentes estágios de licenciamento.

2.2 Objetivos Específicos

a) Analisar detalhadamente, junto ao Departamento Nacional de Produção


Mineral – DNPM, os processos de concessão de áreas visando identificar as reais
possibilidades de interferência das ocorrências ou jazidas das substâncias minerais
de interesse. Essa análise inclui a localização precisa das áreas registradas para
pesquisa/exploração mineral.
b) Realizar o cadastramento da faixa de servidão da LT como área prioritária
no DNPM;
c) Solicitar junto ao DNPM a consulta quanto à incompatibilidade de
atividades das áreas relativas aos processos de titularidade minerária já requeridas
e/ou concedidas, interferentes com a faixa de servidão ou que venham a apresentar
alguma restrição à construção e/ou operação da LT;
d) Estabelecer diretrizes para acordo com os detentores do direito minerário,
de modo que sejam satisfatórias para ambas as partes, ressarcindo eventuais
perdas de receita e, assim, liberar as faixas de implantação do empreendimento,
sem que restem pendências judiciais com os detentores de direitos minerários.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 96
3. BASE LEGAL

Este projeto de implantação da Linha de Transmissão está contemplado no


Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2 – do Governo Federal podendo
ser considerado uma obra de utilidade pública, portanto, essa condição confere ao
empreendimento prioridade em relação a outras formas de uso e ocupação do solo,
dentre as quais se incluem as atividades de pesquisa e mineração.
De acordo com a previsão do Código de Mineração (Decreto – Lei n°227, de
28 de fevereiro de 1967) que em seu Capítulo III, Artigo 42o – referente à lavra ―... a
autorização será recusada se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou
comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo do
governo...” .
A solicitação de não-emissão de novos títulos minerários, incluindo-se, nesse
caso, novas Autorizações de Pesquisa, Registros de Licenciamento e Permissões de
Lavra Garimpeira e, também, a transformação das autoridades existentes em
Concessões de Lavra, encontra, portanto, amparo na legislação em vigor e nos
procedimentos adotados anteriormente pelo DNPM, em situações de obras públicas.
Esse pedido permitirá ao Empreendedor precaver-se contra futuras ações
indenizatórias por parte de novos detentores de títulos minerários.

4. METODOLOGIA

4.1 Aspectos Gerais

O Programa iniciará com a análise de imagens aérea atualizadas, com a


finalidade de obter informações sobre o local ideal do traçado da LT de acordo com
a diretriz proposta nos estudos ambientais. Após a definição do traçado da Linha de
Transmissão, será solicitada ao DNPM, o bloqueio dos títulos minerários com
autorização de pesquisa, a não-liberação de novas autorizações e concessões na
Área de Influência Direta do empreendimento. Havendo interferência direta com a
ocorrência mineral ou jazida, serão propostos acordos para compensar os
investimentos realizados.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 97
4.2 Levantamento de Dados sobre a Situação das Interferências Minerárias no
DNPM
Para execução deste Programa, será necessário:
a) consultar o Sistema de Informações Geográficas da Mineração
(SIGMINE), o Cadastro Mineiro e os overlays (mapas com os
processos minerários) atualizados, obtidos no DNPM, que contêm
dados atualizados sobre os processos minerários, protocolados
nesse órgão, como titular, situação legal, bem mineral, localidade,
área, distrito, município, estado e último evento registrado;

b) consultar as cartas de áreas requeridas por processos minerários,


referentes às folhas topográficas correspondentes à Área de
Influência Direta do empreendimento;
Após esse procedimento, o empreendedor deverá solicitar ao Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM), a não-emissão de novos títulos minerários,
para que não haja interferências futuras com o empreendimento, e a desapropriação
(bloqueio) dos títulos já concedidos.

4.3 Vistorias de Campo


O reconhecimento de campo, além de checar e complementar as informações
obtidas no escritório, deverá permitir a investigação das áreas requeridas e os
métodos de extração adotados, dentre outros aspectos. Essa investigação,
combinada com os dados secundários levantados, visa a estabelecer, também, a
qualidade e a quantidade dos bens minerais existentes, dado que será importante
para os acordos de desapropriação.

4.4 Memorial Descritivo (Consolidação de Dados / Elaboração dos Produtos


Finais)
Serão consolidados os dados das áreas requeridas e as informações sobre os
recursos minerais levantados em conjunto com outros dados geológicos. Adotar-se-

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 98
ão formas simples e legíveis de representação cartográfica dos dados, justapondo-
os com uma base geológica.
O mapa elaborado conterá, também, as áreas requeridas, conforme as
informações obtidas no DNPM. Esse mapa, acompanhado de texto explicativo,
deverá mostrar o relacionamento entre os indícios de minerais e jazidas
reconhecidas no campo e na bibliografia com a potencialidade mineral da região
estudada.
As informações obtidas com esses produtos permitirão caracterizar e avaliar,
com maior segurança, os recursos minerais existentes que despertam interesse para
mineração e suas interferências com a área de Influência Direta do empreendimento.

4.5 Bloqueio de Áreas e Acordo com os Concessionários


Após essas etapas, será solicitado o bloqueio das áreas com atividades
minerárias diretamente afetadas pela LT, junto ao DNPM (Departamento Nacional de
Produção Mineral) e MME (Ministério de Minas e Energia).
Está prevista a realização de acordos e indenizações para compensar as
restrições ou impedimentos às atividades minerárias decorrentes da implantação e
operação do empreendimento, caso estas sejam identificadas ao longo do traçado
da LT.

5. PÚBLICO-ALVO
Todos os requerentes de processos de atividades legais de lavra e/ou de
pesquisa mineral na área diretamente afetada pelo empreendimento são tidos como
público-alvo deste Programa.

6. EQUIPE TECNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA


A equipe será composta por um geólogo responsável pelo bloqueio das áreas de
atividades minerárias protocoladas no DNPM, e pela coordenação das atividades de
campo.
Para realizar as vistorias em campo, serão utilizados como equipe de apoio
os fiscais de obras e técnicos de campo envolvidos com as atividades do PAC e do
Programade Estabelecimento da Faixa de Servidão.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 99
7. CRONOGRAMA
Meses

Atividades do Programa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Realização de vôo pela diretriz


proposta nos estudos ambientais

Definição do eixo da LT

Levantamento de sobre a
situação das interferências
Minerárias no DNPM

Vistoria em campo

Memorial Descritivo das


atividades minerárias

Bloqueio de áreas em atividades


minerárias

Notificações e acordo com os


Concessionários

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 100
PROGRAMA DE MONITORAMENTO
E CONTENÇÃO DE PROCESSOS
EROSIVOS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 101
1. INTRODUÇÃO
Este Programa compreende aos dispositivos a serem aplicados e adotados
no sentido de proteger e estabilizar locais que serão diretamente afetados pela
implantação e operação da Linha de Transmissão. Visa manter uma coexistência
harmônica com as áreas circunvizinhas cobertas por vegetação natural ou ocupadas
por culturas temporárias, nas estradas já existentes e nos novos acessos que serão
abertos para construção da obra; e evitar danos aos solos, ao sistema hidrográfico,
aos mananciais e aos ecossistemas.
Em função da geologia, relevo, solos e clima da região podem ocorrer zonas
mais ou menos alteradas e irregulares, caracterizando assim áreas de diferentes
resistências a processos erosivos. A diferença de permeabilidade entre o solo e a
rocha constitui um meio de percolação preferencial na interface entre esses dois
tipos de material, podendo desencadear processos erosivos e instabilidades,
principalmente em terrenos com maior declividade e de solos menos coesivos.
Esses processos são intensificados pelas ações antrópicas e pelas
precipitações pluviométricas, sendo favorecidos pela posição do lençol freático e
quando a cobertura vegetal não é suficiente para a proteção do solo.
Com as alterações provocadas no meio natural pela implantação e operação
do empreendimento, será necessária a adoção de medidas preventivas e corretivas
visando evitar o desencadeamento desses fenômenos morfodinâmicos, tais como, a
aceleração dos processos erosivos, carreamento de sólidos e movimento de massa.

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo geral deste Programa é localizar e atuar nas áreas com maior
fragilidade, ao longo do traçado proposto, sugerindo e adotando as medidas de
prevenção e correção mais adequadas e eficazes para controlar processos erosivos,
evitando que se instalem durante as diversas etapas das obras.
Os processos erosivos, eventualmente encontrados antes do início da obra
serão identificados e gerados relatório de passivos ambientais.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 102
Objetivos Específicos

- Manter os caminhos de serviço, acessos e drenagens, para evitar a instalação de


processos erosivos.
- Controlar os processos erosivos e minimizar o carreamento de sedimentos.
- Monitorar as áreas com preexistência de processos erosivos instalados;
- Implementar um sistema de inspeção e acompanhamento ambiental das obras. A
inspeção durante a execução das obras avaliará se as medidas, parâmetros,
especificações técnicas e procedimentos metodológicos utilizados estão sendo
adequadamente aplicados e gerando resultados positivos;
- Monitorar e acompanhar os processos de recomposição das áreas até seu
completo restabelecimento.

3. METODOLOGIA

- Localização de Áreas Críticas e Cadastramento de Focos Erosivos ao Longo


da Linha de Transmissão, Praças de Torres e Vias de Acesso:

A área do empreendimento deve ser inspecionada a fim de que sejam


cadastrados e georreferenciados os locais mais suscetíveis à erosão, em linhas
gerais, conhecidos pelas suas características de solo e relevo.

- Recomendações e obras especiais para os trechos de maior fragilidade

Uma vez identificadas as áreas mais críticas, para minimizar possíveis


impactos oriundos da ocorrência de processos erosivos, tentar-se-á, sempre que
possível, evitar a alocação de grandes estruturas, tais como acessos, cortes e
aterros nesses locais. Quando isso for inevitável, haverá necessidade de análise das
condições do solo, a fim de caracterizar as feições erosivas já existentes e planejar
as medidas adequadas para estabilização dos solos antes de realizar a intervenção.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 103
Em complemento, verificada a existência de sulcos, fendas, ravinas ou
movimentos e colapsos de terra na Área de Influência Direta da LT, os trabalhos
específicos, como reconformação do terreno e desvio de águas pluviais, deverão ser
executados por meio de métodos apropriados, conforme recomendações constantes
a seguir, sempre considerando as características pedológicas, geológicas e
climáticas específicas de cada região. Os sulcos podem ser preenchidos com
matações e solo, e as superfícies expostas devem ser revegetadas, de acordo com
os métodos descritos no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas deste
PBA.
Deverão ser tomados cuidados especiais durante as obras, principalmente
nas regiões de maior fragilidade. Se houver necessidade de criar taludes mais
íngremes, devem-se tomar providências para minimizar os efeitos de processos
erosivos, por exemplo:
- Instalação de dispositivos, como canaletas longitudinais tipo escada em descida
d‗água, a serem detalhados em projeto específico;
- Construção de patamares intermediários, de forma a evitar longos percursos das
águas pluviais;
- Remoção de material instável a partir do topo dos taludes, evitando-se os
escorregamentos que ocorrem quando essa atividade é feita nas suas bases;
- Remoção do material excedente da escavação com máximo critério, evitando-se o
desencadeamento de processos erosivos e assoreamento de áreas vizinhas à obra;
- Implantação de sistemas de drenagem e proteção superficial nos taludes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 104
Nas áreas de maior declividade, se existirem valas, deverão ser instalados
tampões provisórios formados por sacos de areia ou solo, com o propósito de evitar
a atuação de processos erosivos. Os tipos de calhas poderão ser conformados no
próprio terreno, com revestimento vegetal, em concreto, ou solo-cimento. As
canaletas devem ser colocadas nos topos ou no pé de taludes de corte e aterros. Ao
longo da canaleta longitudinal, podem ser dispostos calhaus existentes na área, com
a finalidade de dissipar energia. Essas canaletas e demais componentes do sistema
de drenagem deverão ser desobstruídos e limpos, para ficar livres de sedimentos
que impeçam a drenagem das águas. Caixas de passagem de solo-cimento,
alvenaria ou concreto serão instalados para conexão entre canaletas e para diminuir
a energia das águas, bem como a utilização de gabiões.
O lançamento das águas deverá ser em terreno vegetado e livre de erosão,
no qual haverá estrutura para dissipação de energia da água. Serviços de controle
de erosão de caráter provisório serão executados nas áreas onde houver
intervenção, visando à proteção da faixa de servidão da LT e de áreas
terraplenadas.
As escavações e cortes para implantação de torres terão que estar
adequados aos parâmetros de resistência dos materiais, suas dimensões e
presença d‗água. Em geral, a implantação desse tipo de obra envolve escavações
pouco profundas, posteriormente reaterradas após a conclusão das obras de
fundação; entretanto, escavações em colúvios ou tálus poderão se instabilizar em
função das obras e, até mesmo, provocar escorregamentos de encostas.
Taludes de argilas moles e areias fofas, mesmo de pequenas dimensões,
sempre serão instáveis quando saturados. Estruturas geológicas desfavoráveis —
falhas, diáclases, xistosidade — podem provocar escorregamentos em escavações
sobre solo residual e rocha.
Dessa forma, além do dimensionamento correto da inclinação dos taludes,
bermas de equilíbrio, drenagem superficial e profunda, podem ser necessárias obras
de contenção, como muros de contenção para o período de construção ou para a
vida útil do empreendimento.
Casos especiais de estruturas apoiadas sobre diferentes tipos de litologia,
rocha alterada, solos moles, expansivos, colapsíveis ou agressivos, podem
demandar escavações especiais para substituição parcial ou total desses materiais,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 105
e posterior recomposição do terreno.
Em áreas mais instáveis, onde houver escorregamentos de massa ou onde já
foram iniciados processos de sulcamento e/ou ravinamentos, deverá ser procedida
inicialmente a estabilização mecânica, através da instalação de barreiras físicas e
diminuição da velocidade de carregamento de materiais inconsolidados, para
posterior implementação de programa de recuperação e reabilitação ambiental.
Nesses casos, dever-se-á priorizar a estabilização em detrimento da recuperação de
condições originais.

- Instalação de canteiros de obras

Deverá ser executado projeto específico para os canteiros de obras,


evitando-se terraplenagens desnecessárias. Deverão ser executadas terraplenagens
quando a topografia não permitir a utilização do terreno natural. Sempre que
possível utilizar áreas antropizadas.
O solo removido para exploração de áreas de empréstimo ou, eventualmente,
para a formação de platôs, nas áreas dos canteiros, deverá ser armazenado, para
posterior reutilização.
A implantação dos canteiros e de áreas de empréstimo e bota-foras (caso
seja necessário) deverá obedecer rigorosamente às diretrizes constantes no Plano
Ambiental para a Construção – PAC.

- Utilização e Conservação dos Acessos Durante a Instalação

Para a instalação da LT, é necessária a preparação de toda a logística e


acessos a serem utilizados para transporte de pessoal, material, insumos e
equipamentos nas várias fases do projeto. Ao final dos trabalhos, os materiais
devem ser retirados das áreas de armazenamento e transportados, também, por via
rodoviária até os locais das obras.
Sempre que possível serão utilizados os acessos existentes, evitando-se a
abertura de novos caminhos e estradas. Uma planta rodoviária da região deve ser
elaborada, identificando as estradas principais, vicinais, secundárias, caminhos e

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 106
trilhas que serão utilizados. Sempre que houver possibilidade, em áreas de relevo
plano, com o consentimento dos proprietários e do empreendedor, pode ser viável o
tráfego sobre terreno natural, sem abertura de acessos, como no caso de caminhos
até o local de instalação das torres. Esses procedimentos provocam pequenos
impactos, pontuais e reversíveis, uma vez que o solo dessa localidade não ficará
exposto.
A abertura de novas estradas vicinais está condicionada às áreas onde não
houver acessos, e a intervenção naquelas já existentes deve contar com a
aprovação do empreendedor, dos proprietários, das Prefeituras locais e órgãos
ambientais, uma vez que pode acontecer indução a processos erosivos,
principalmente se forem gerados materiais inconsolidados e não forem corretamente
dispostos.
Medidas preventivas devem ser tomadas para evitar o início de processos
erosivos nas estradas e caminhos a serem utilizados:
- Os acessos, quando necessários, só devem ser abertos em locais menos
favoráveis à erosão;
- As melhorias a serem executadas nas estradas deverão ser compatíveis com o
tipo de sua utilização e com o porte e peso dos veículos que nelas circularão;
- A movimentação de material deve ser realizada, preferencialmente, em dias menos
chuvosos;
- A execução de cortes e aterros deve ser bastante limitada; se necessário, devem
ser tomadas medidas preventivas cabíveis. Em taludes, devem ser executadas as
obras de contenção comentadas e a recuperação por intermédio de plantios de
espécies vegetais pelos métodos convencionais de enleiramento, plantio de grama
em mudas após picoteamento e/ou hidrossemeadura, consorciando gramíneas e
leguminosas de rápido crescimento, estas últimas, fixadoras de nitrogênio
atmosférico, conforme procedimentos constantes no Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas;
- Os taludes dos acessos devem ser protegidos por canaletas colocadas em suas
cristas, escadas d‗água com caixas de dissipação de energia nas vertentes, bermas
e proteção vegetal, medidas estas que visam derivar as águas lateralmente,
evitando erosão nos declives;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 107
- Para evitar sulcamento nas margens e no leito das estradas, um sistema de
drenagem deve ser definitivamente implantado, constituído por caixas de passagem
e meios de redução de energia, com a finalidade de canalizar as águas para os
talvegues próximos;
- Para conservar os leitos das estradas e caminhos, é necessária a aplicação de
revestimentos, adquiridos em pedreiras dos municípios atravessados pela Linha de
Transmissão;
- Os sistemas naturais de drenagem e os cursos d‗água devem ser protegidos, de
forma que as melhorias não os afetem;
- Quando forem necessárias obras em acessos nas áreas de várzeas ou em
drenagens naturais, não deve haver carreamento de sólidos para os cursos d‗água e
para as áreas alagadas;
- Devem ser observadas as recomendações de não se destruir a vegetação vizinha
aos acessos, quando passarem máquinas e veículos fora do leito das estradas e
caminhos;
- Caso seja preciso abrir áreas de empréstimo para retirada de material, elas devem
ser autorizadas e convenientemente recompostas, conforme recomendações
constantes no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

- Escavações, Preparação e Concretagem

Durante a execução dessas atividades, deve-se ter o cuidado especial para


que o material retirado seja devidamente armazenado, de forma que não ocorra
erosão nos montes, com carreamento de material para cursos d‗água, plantações,
estradas, instalações ou matas. Esse material não deverá interferir com o sistema
de drenagem construído.
Nos locais de estocagem de materiais, deverão ser utilizados calços de
madeira, metálicos ou de concreto, evitando o contato direto com o solo.
Proteção e drenagem serão executadas para evitar o carreamento de material.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 108
-Praças de Montagem de Torres e Lançamento de Cabos

As torres serão montadas diretamente sobre seu ponto de colocação. As


áreas destinadas à pré-montagem de torres devem — na medida do possível — ser
sempre adjacentes aos piquetes de montagem, evitando-se a terraplenagem; caso
contrário, deverá haver aprovação do empreendedor.
As praças de lançamento de cabos ao longo da LT deverão ser definidas
durante a obra e de acordo com as necessidades.
A limpeza dos terrenos será realizada através de roçadas, em área restrita
necessária para a torre, evitando ao máximo a circulação ao seu redor. Também,
nesse caso, não haverá capina, e sim roçamento da vegetação, deixando-a rasteira.

- Travessias de Cursos D’água

Se houver necessidade de remodelação de pontes e transposições de cursos


d‗água, as secções deverão ser dimensionadas convenientemente, de modo a
garantir as vazões dos córregos, inclusive, aquelas após enxurradas.
Pontes, manilhas, pequenos bueiros devem ser colocados a fim de conter o
assoreamento de mananciais provocado pela movimentação durante as obras.

Implantação e Monitoramento

As medidas de monitoramento mais recomendadas são as visitas periódicas


às áreas críticas, com análise visual da situação de estabilidade de taludes e
emissão de relatórios fotográficos. O monitoramento pode ser realizado de seis em
seis meses, a partir da implantação das medidas de controle, ainda durante as
atividades construtivas. Ressalta-se que as atividades de monitoramento devem
subsidiar a atribuição de resultados aos indicadores ambientais apresentados neste
Programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 109
4. EQUIPE TÉCNICA

A equipe técnica que coordenará esse programa deverá ser composta por
um profissional com experiência em estudos de processos erosivos,
preferencialmente com experiência em trabalhos nessa área.
O profissional coordenador poderá ser um Agrônomo, Engenheiro Florestal,
Geólogo ou Engenheiro Civil, que deverá contratar trabalhadores braçais para o
caso da necessidade de contenção de processos erosivos específicos. Será
disponibilizado a ART do responsável pelo programa.

5. PLUBLICO ALVO
O publico alvo do Programa de Monitoramento de Processos Erosivos são:
as associações que representem os proprietários dos imóveis rurais afetados ou
próximos do empreendimento, as Prefeituras Municipais, Secretarias de Meio
Ambiente e colaboradores em atividade no projeto da LT.

6. RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA


O Programa será executado pelas empreiteiras contratadas, sob a
supervisão do empreendedor e de suas equipes de meio ambiente.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 110
7. CRONOGRAMA
Programa De Monitoramento E Meses
Contenção De Processos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Erosivos

Localização das Áreas Críticas.

Construção de sistemas de
drenagem

Construção de canaletas e
patamares

Armazenamento, proteção e
drenagem de material retirado
das escavações.

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 111
PROGRAMA DE CONTROLE DE
RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 112
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
resíduos sólidos são aqueles no estado sólido e semi-sólido, que resultam de
atividade da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle da poluição, assim como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento em corpos d‘ água
ou rede de esgoto ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente
inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.
O problema do tratamento e destinação final do lixo merece destaque, pois o
manejo inadequado de resíduos sólidos gera desperdícios, contribui de forma
importante à manutenção das desigualdades sociais, constitui ameaça constante à
saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo assim a qualidade
de vida da população.
O manejo dos resíduos líquidos e sólidos depende de vários fatores, dentre
os quais devem ser ressaltados: sua forma de geração, acondicionamento na fonte
geradora, coleta, transporte, recuperação e disposição final.
Grande parte dos resíduos provenientes das atividades de construção de
Linhas de Transmissão por suas próprias características apresentam pequenos
riscos à saúde humana e ao meio ambiente, mas que exigem cuidados especiais
quanto ao seu tratamento. Os resíduos gerados devem atender às exigências legais,
instruções ambientais e normas de segurança em relação ao seu manuseio, coleta,
acondicionamento, armazenamento, transporte, disposição final e controle, de
acordo com sua natureza, grau de risco, origem, volume e características técnicas,
constantes na legislação ambiental vigente e nas Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho, em especial na NR-25 (Resíduos Industriais).

2. OBJETIVOS
O objetivo principal deste programa, é evitar impactos ambientais
relacionados a resíduos líquidos e sólidos da LT, devido a falta de controle que
podem ser gerados com as obras de implantação nas áreas da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 113
Alguns dos objetivos específicos do programa são:
 Quantificar e qualificar os resíduos gerados na obra;
 Buscar minimizar a geração de resíduos na fonte;
 Adequar a segregação na origem;
 Controlar e reduzir risco;
 Assegurar o correto manuseio, armazenamento e disposição destes resíduos;
 Conscientizar os colaboradores da importância da uma correta disposição dos
resíduos e os impactos destes sobre o meio ambiente;
 Estar em conformidade com a legislação vigente.

3. METODOLOGIA
Para que os objetivos sejam alcançados deverão ser seguidas as seguintes
etapas:
 Estimar a quantidade de resíduos líquidos e sólidos gerados por dia buscando
assim projetar o período de coleta a ser adotado;
 Recolher e acondicionar diariamente os resíduos líquidos e sólidos gerados
no empreendimento. Esta atividade deverá ser desenvolvida por funcionários
preparados para essa função. Nas frentes de obra em que ocorra a
alimentação de operários deverão ser habilitadas áreas adequadas,
disponibilizando-se contenedores para lixo doméstico, que deverão ser
coletados pelo menos a cada dois dias;
 Definir um local e os tipos de recipientes onde os materiais recicláveis
poderão ser armazenados até uma destinação final viável. Poderão ser
aproveitados tambores de 200 litros (do tipo utilizado para óleo diesel) ou
recipientes de fibra de vidro, os quais deverão ser pintados e portarem
tampas. Recomenda-se que sejam pintados de cores diferentes (ex. verde,
vermelho, azul e amarelo) e colocado o símbolo de reciclagem com o nome
do material a ser recolhido (ex. plástico - vidro – metal – papel);

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 114
Figura 13:Recipientes para Coleta Seletiva.

Figura 14:Cores da Coleta Seletiva.

 Designar um encarregado da limpeza para fazer uma coleta seletiva,


separando os materiais recicláveis dos não recicláveis. Tal separação deverá
ser realizada durante o período que for definido para coleta;
 Definir um espaço para acondicionamento do resíduo que não será reciclável,
utilizando-se para isso de recipientes adequados;
 Separar o lixo proveniente de varrições e poda de plantas de materiais
terrosos, tornando este mais leve e menos volumoso;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 115
Figura 15: Espaço para acondicionamento de resíduos no canteiro de obras.

 Os efluentes líquidos gerados nos canteiros (efluentes sanitários, efluentes


domésticos, efluentes industriais das instalações de manutenção, das
instalações industriais e dos pátios de estocagem) deverão se coletados em
redes implantadas separadamente para os efluentes domésticos e sanitários
e outra para os industriais;
 Para óleos e graxas deverão ser previstas caixas de separação e
acumulação, além de procedimentos de remoção adequados;
 A disposição final dos efluentes deverá ser aprovada pela fiscalização e
deverá observar a normatização estabelecida pelo órgão ambiental,
concessionária local e restrições ambientais da área de destino;
 O tratamento dos efluentes domésticos deverá contar com fossas sépticas
e/ou filtros, conforme Norma ABNT – NBR 7229, não sendo permitido o uso
de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas;
 Os efluentes domésticos dos refeitórios deverão passar previamente por caixa
retentora de gordura, antes de serem levados a tratamento similar em fossa
séptica ou filtro anaeróbio, conforme norma acima citada;
 As águas de lavagem de veículos e peças, as águas de drenagem dos pátios
de estocagem de materiais e derivados de petróleo, como os óleos
lubrificantes utilizados, deverão passar por caixa sedimentadora – caixa de
areia – e caixa retentora de óleos. O efluente da caixa de retenção de óleos

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 116
deverá passar por filtro de areia, por gravidade, antes de sua remoção para a
disposição final;
 Os resíduos classificados como de Classe I, como os resíduos oleosos
decorrentes da manutenção de máquinas e equipamentos, deverão ser
armazenados adequadamente e encaminhados para reaproveitamento. A
armazenagem intermediária e o transporte dos resíduos oleosos deverão
processar-se em conformidade com as normas da ABNT: NBR 12.235 e NBR
13.221;
 Os resíduos oleosos retidos na caixa separadora deverão ser removidos e
armazenados em tanque apropriado para posterior reciclagem em indústrias
especializadas, como é o caso de óleos e materiais derivados de petróleo,
retirados de veículos e equipamentos. A armazenagem desses resíduos
deverá ser feita em local com piso impermeável e dotado de sistema retentor
de óleo para evitar os riscos de contaminação de águas e solos nas áreas
próximas;
 A lavagem de veículos, equipamentos ou peças nos corpos d‘água, gerando
riscos de contaminação por resíduos graxos e oleosos, é terminantemente
proibida;
 No final das obras deverá ser elaborado um relatório final apresentando os
dados e resultados obtidos na fase de implantação da rede básica.
Visando mitigar os possíveis impactos advindos de tais resíduos, se faz
necessária uma correta manipulação e segregação destes através das atividades de
acondicionamento, coleta, transporte, e tratamento e/ou disposição final.
Os procedimentos elaborados e implementados no âmbito da correta
segregação de resíduos, consiste na operação de separação dos resíduos por
classe, conforme descrito pela norma ABNT NBR 10.004, identificando-os no
momento de sua geração, buscando formas de acondicioná-lo adequadamente,
conforme a NBR 11.174/89 (resíduos classe II) e NBR 12.235/87 (resíduos classe I),
e a melhor alternativa de armazenamento temporário e destinação final.
A segregação dos resíduos tem como finalidade evitar a mistura daqueles
incompatíveis, visando garantir a possibilidade de reutilização, reciclagem e a
segurança no manuseio. Todos os funcionários serão devidamente treinados sobre

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 117
a correta separação, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos
líquidos e sólidos e o que a mistura de resíduos incompatíveis pode causar.

Figura 16:Segregação dos Resíduos.

A seguir são apresentados os procedimentos que devem ser adotados na


implantação da LT para a correta segregação dos resíduos líquidos e sólidos
gerados na área de influência direta das obras.

Classificação dos Resíduos Sólidos


Os resíduos sólidos gerados nos ambientes das Subestações da Linha de
Transmissão, serão devidamente identificados, quanto a tipologia e demais
características conforme a Matriz de Geração de Resíduos, apresentada a seguir.
Esta etapa terá o objetivo de classificar, quantificar, indicar formas para a
correta identificação e segregação na origem, dos resíduos gerados por
área/unidade/setor da obra.

Acondicionamento do Lixo
Os tipos de recipientes apropriados para o acondicionamento dos materiais
descartáveis são:
 Metálicos: de lata ou chapa galvanizada ou pintada.
 Plástico rígido.
 Saco plástico: de polietileno, colorido, não devendo ser transparente.
 Saco de papel: só de papel, ou de papel com camada interna de
plástico.
As principais características a serem observadas em tais recipientes são:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 118
 Ser hermético e à prova d‘água.
 Ter tampa bem ajustada ou sistema adequado de fechamento.
 Ser resistente, inclusive à corrosão.
 Ser de capacidade adequada, com volume máximo de 100 litros, o que
corresponde mais ou menos a 30 kg.
 Ser provido de alças, quando rígido e meio cheio, para que possa ser
manipulado com facilidade por uma pessoa.
 Ter forma tronco-cônica, quando rígido, o que facilita o esvaziamento e a
limpeza.
 Ser de polietileno e não transparente, quando for saco plástico.

Figura 17:Recipientes Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Figura 18:Recipientes Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Estes recipientes devem atender as normas: EB588 - Sacos plásticos para


acondicionamento de lixo, P-EB 588 - Recipientes padronizados para lixo e ainda
MB 732 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo, sendo essas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 119
No caso do acondicionamento provisório do lixo podem-se utilizar recipientes
especiais, constituídos de caixas ou containers com tampa de vários tamanhos e
formatos, em geral patenteados.
Também podem ser utilizadas lixeiras construídas em alvenaria e revestida
internamente com cerâmica ou azulejo, dimensionada em função do volume de lixo a
ser produzido, bem como da freqüência de coleta para a destinação final.

Figura 19:Exemplo De Local Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Os resíduos putrescíveis como os restos orgânicos vegetais e animais,


procedendo de preparo e consumo dos alimentos, devem ser adequadamente
acondicionados, antes de serem depositados nos recipientes. É conveniente
acondicioná-los previamente em sacos plásticos, o que reduzirá odores
desagradáveis, tanto nos recipientes como durante a coleta e o transporte, bem
como acesso de moscas. A adoção dessa prática facilita também o esvaziamento
dos recipientes.
No âmbito do correto acondicionamento do lixo devem ser observados os
seguintes aspectos:
Conservação dos Recipientes e dos seus Arredores em Condições Higiênicas: a
limpeza de recipientes não descartáveis utilizados para a coleta do lixo é muito
importante para o controle de moscas e roedores, bem como para eliminação de
odores. Tal freqüência pode ser ainda diminuída se os resíduos sólidos putrescíveis
forem bem envolvidos em papel ou acondicionados em sacos fechados, e se o
material for envolvido internamente também com papel.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 120
O tratamento por inseticidas dos recipientes não descartáveis também é
conveniente. O recipiente deve ser escovado e desinfetado, pois não existe
acondicionamento à prova de ratos ou de insetos quando os recipientes estão em
mau estado.
Os locais ao redor do recipiente devem ser mantidos limpos, não devendo
existir lixo fora dos mesmos, pois desta forma atrairiam moscas, baratas e ratos.
Bases ou Prateleiras para Recipientes: a construção de prateleiras ou bases para
sustentar os recipientes tem as seguintes vantagens: reduz a corrosão dos
recipientes; dificulta ou impede o acesso de ratos; evita que os recipientes sejam
virados, por exemplo, por cães.
Os tipos de bases ou prateleiras são:
 Poste com gancho, nos quais se penduram os recipientes.
 Estrados de concreto, ou de madeira, que tenham o fundo a uma distância
mínima de 20 cm do solo.
 Prateleiras instaladas na parte interna de portas de caixas para lixo. Há casos
em que estas caixas são providas de duas portas sendo uma para o lado
externo e outra para o lado interno do imóvel.
Coleta e Transporte
A cargo da empresa contratada para execução do projeto, o sistema de coleta
e transporte dos resíduos deverá apresentar segurança e pontualidade, posto que a
falha operacional no sistema possa gerar efeitos negativos como poluição visual,
odores e surgimento de focos de vetores como moscas, mosquitos e etc.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 121
Figura 20: Caminhão para coleta de resíduos sólidos acima e caminhão para coleta de
resíduos líquidos abaixo.

O transporte externo dos resíduos classificados como Classe I – Perigosos,


necessitam de prévia autorização para o seu transporte, denominada
AUTORIZAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE RESÍDUOS PERIGOSOS – ATRP.
A ATRP deve ser solicitada pelo gerador, mediante Requerimento próprio fornecido
pelo CRA, acompanhado dos seguintes documentos:
I - cópia da Licença de Operação da empresa geradora;
II - cópia da Licença de Operação da empresa receptora;
III - termo de responsabilidade da transportadora dos resíduos;
IV - anuência da instalação receptora;
V - anuência do órgão ambiental do Estado de destino;
VI - comprovante do pagamento de remuneração fixada no Anexo IV do
Regulamento;
VII - outras informações complementares exigidas pelo CRA.
Durante o percurso do transporte, o responsável pela condução do veículo deverá
dispor de cópia da respectiva ATRP.
Os resíduos serão transportados através de empresas transportadoras
devidamente Licenciadas.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 122
Disposição Final
Todo o lixo sólido gerado durante as obras da linha deverá ser destinado ao
sistema de coleta e disposição final das Prefeituras Municipais. Dessa forma o
responsável deverá recolher adequadamente todo o seu lixo e acondicionar de
maneira sanitariamente correta para destinar ao sistema de coleta público. Os
materiais recicláveis serão destinados para empresas de reciclagem do município
mais próximo.

Controle de Contaminação do Solo


O objetivo é evitar a contaminação do solo por óleos e graxas oriundas da
utilização de equipamentos como geradores, compressores e bombas, por produtos
químicos diversos não degradáveis, e por águas residuais, especialmente aquelas
oriundas de atividades de concretagem e da lavagem de caminhões.
Os princípios básicos que devem reger a prevenção da contaminação do solo são:
 Todos os equipamentos devem apresentar boas condições de funcionamento
e não apresentar vazamentos.
 Os equipamentos móveis (caminhões, tratores, etc.) que apresentarem
defeito e/ou vazamento devem ser retirados da frente de obra.
 Na impossibilidade de retirada do equipamento defeituoso da frente de obra,
poderá ser admitido o conserto do mesmo no local, devendo o fato, no
entanto, ser notificado à supervisão ambiental, que verificará as condições em
que esses trabalhos serão realizados. Em todos esses casos, deverão ser
providenciados dispositivos de retenção de vazamentos provisórios, mesmo
que rústicos, para se evitar a contaminação do solo.
 Os equipamentos fixos que utilizem combustível (geradores, compressores ou
outros), deverão sempre contar com dique, bandeja ou outro dispositivo de
contenção de vazamentos, com capacidade superior ao volume máximo
possível de um eventual vazamento.

Constatada a existência de solo contaminado, devem ser adotadas as


seguintes providências:

 Eliminação da fonte de contaminação.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 123
 Raspagem do solo contaminado.
 Recolhimento do material para destino adequado.

Não devem ser armazenados combustíveis ou óleos lubrificantes nas frentes


de obra. Estes depósitos devem estar localizados nas oficinas ou módulos de apoio
às frentes de obra. Preferencialmente, o abastecimento dos equipamentos deve ser
realizado por caminhão-comboio;
Os produtos químicos considerados perigosos ao meio ambiente devem ser
armazenados na Área de Apoio ou na Oficina. Nas frentes de obra deve permanecer
apenas uma quantidade razoável para uso imediato. Os depósitos devem
permanecer em local protegido e sobre área impermeável com dique para proteção
contra vazamentos.
Todo tanque ou área de estocagem de combustíveis ou produtos químicos
deverá ser realizado sobre piso impermeável contornado por dique de contenção
com capacidade pelo menos 25% maior que a do tanque ou contenedor de maior
porte.
Não será permitida a estocagem de combustíveis ou produtos químicos em
tanques enterrados. Tampouco poderão ser enterradas tubulações para esses
produtos.
O uso de produto químico considerado perigoso deve ser cuidadoso,
tomando-se todas as precauções de segurança, especialmente a utilização dos
devidos EPIs, e evitando a contaminação do solo e dos recursos hídricos.
As oficinas e boxes para lavagem de veículos devem dispor de sistemas que
permitam a separação e coleta de óleos e/ou ácidos eventualmente derramados.
Nestes locais, o piso deve ser cimentado ou ter outro revestimento de forma a
evitar a absorção de óleo pelo solo.
Para óleos e graxas devem ser previstas caixas de separação e acumulação
e procedimentos de remoção adequados.
Locais específicos para manutenção e lavagem de máquinas e veículos
devem ser impermeabilizados (com cimento ou cerâmica) e ter capacidade para
contenção de eventuais vazamentos.
O local de lavagem de máquinas e veículos deve ser definido previamente
pela construtora e os motoristas devem ser instruídos a utilizar somente este local.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 124
Controle de Contaminação das Águas
Todas as medidas especificadas para o controle da contaminação do solo
durante a construção são igualmente pertinentes para efeitos de controle da
contaminação da água. Complementarmente, devem ser adotados os seguintes
controles:
 Sempre que possível, a rede pública deverá ser o destino final dos esgotos
coletados no canteiro ou alojamento.
 Não havendo possibilidade de interligação com a rede pública, deve-se prover
os canteiros/alojamentos com sistemas de tratamento de águas residuais
adequado à carga orgânica existente, podendo ser adotadas fossas sépticas,
poços de absorção ou filtros anaeróbios, atendendo às Normas NBR 7.229/93
e NBR 13.969/97.
 Em nenhuma hipótese devem ser interligados os sistemas de drenagem de
águas pluviais e de esgotamento sanitário.
 As instalações sanitárias nas frentes de obra serão dimensionadas em
conformidade com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho
(NRs). Os sanitários devem apresentar boas condições de uso e ser em
número suficiente para a quantidade de trabalhadores em cada frente (na
razão de 1 sanitário para no máximo 20 trabalhadores). Poderão ser utilizados
banheiros químicos ou fossas sépticas, que deverão ser projetadas de acordo
com a NBR 7.229/93.
 Nos canteiros de obra, caso não exista rede de coleta pública, deverá
necessariamente ser prevista a implantação de fossas sépticas, projetadas
conforme a NBR 7.229/93. Os efluentes de refeitório deverão ser previamente
tratados em caixas de separação de gordura.
 Deve ser evitada a permanência prolongada de empoçamentos d‘água no
sistema de drenagem. As poças podem tornar-se focos de proliferação de
mosquitos e outros vetores de doenças.
 Quanto ao abastecimento de água, caso seja necessário manipular qualquer
produto químico para o tratamento e/ou desinfecção, assegurar-se-á seu
manuseio, armazenamento e transporte em condições adequadas, evitando
riscos às pessoas, animais e ao meio ambiente. Neste sentido, todo o sistema
de abastecimento de água deverá estar protegido contra contaminação,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 125
especialmente caixas d‘água e poços, através de sua localização adequada,
e sua proteção física por meio de cercas, sobre-elevações ou obras similares.

Figura 21:Construção de fossa séptica.

4.PÚBLICO ALVO
O público alvo é o Empreendedor, prefeituras, as empreiteiras/colaboradores,
proprietários rurais e demais envolvidos na execução da obra.

5. EQUIPE TÉCNICA
Um engenheiro sanitarista deverá ser responsável pela execução do
programa. A ART do responsável técnico será disponibilizada no início das
atividades.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 126
6. CRONOGRAMA
Programa de Controle de Resíduos Meses
Sólidos e Líquidos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Estimar a quantidade de resíduos
líquidos e sólidos gerados pela obra

Definir um local para os resíduos e os


tipos de recipientes que serão
utilizados

Recolher e acondicionar de forma


adequada os resíduos

Controle de contaminação do solo

Controle de contaminação das águas

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 127
PROGRAMA AMBIENTAL PARA A
CONSTRUÇÃO – PAC

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 128
1. INTRODUÇÃO
As obras de engenharia em geral interferem no meio ambiente requerendo,
desta forma, a elaboração de estudos técnicos que definam medidas de controle e
ações para prevenir e reduzir os impactos ambientais decorrentes.
Intervenções normais de obra, como a abertura de acessos, a implantação de
canteiros de obras, a realização de escavações e concretagens, entre outras têm um
potencial impactante, uma vez que podem alterar as características da paisagem
local. Para evitar que esses impactos venham a ser concretizados ou para reduzir a
sua magnitude, é importante que as atividades construtivas atendam a padrões
criteriosos preestabelecidos.
O PAC, apresentado de forma detalhada neste capítulo, é um instrumento
gerencial de grande importância para o monitoramento de todas as atividades das
obras. Nele são apresentadas as diretrizes e as técnicas básicas recomendadas
para serem empregadas durante a construção emontagem de empreendimento,
abordando tópicos relacionados aos métodos de construçãopadronizados; métodos
de construção especializados, incluindo procedimentos para desmonte derocha;
medidas para prevenir, conter e controlar os vazamentos de máquinas utilizadas
naconstrução; dentre outros.
Concentrando tais informações, o PAC é utilizado como parte integrante do
contrato entre empreiteiras e empreendedor, para garantir que o empreendedor
obtenha os padrões ambientaisque almeja em suas instalações. Assim, espera-se
que os custos para implementação do PAC estejam contemplados nos
planejamentos e orçamentos das construtoras
Com isso, tal implantação é plenamente justificável, considerando o
atendimento às exigências ambientais impostas pela legislação pertinente,
notadamente as definidas no processo de licenciamento, a partir dos planos e
programas definidos no EIA e das condicionantes da Licença Prévia, além dos
aspectos específicos do empreendimento, adotando cuidados e medidas que evitem
ou corrijam imprevistos que possam ocorrer ao longo do processo construtivo,
aplicados em caráter preventivo ou corretivo, de forma coerente com a política
nacional de meio ambiente, o Plano de Gestão Ambiental das obras e a política
ambiental do empreendedor.
A correta introdução do PAC durante as obras tem a finalidade de garantir a

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 129
mitigação e minimização de impactos e o pleno enquadramento do empreendimento
no contexto sócio-ambiental da região que o mesmo está inserido.

2. OBJETIVOS
O principal objetivo do PAC é o de assegurar que as obras sejam implantadas
e operem em condições de segurança, evitando danos ambientais às áreas de
trabalho e seus entornos, estabelecendo ações para prevenir e reduzir os impactos
identificados no EIA e promover medidas mitigadoras e de controle.
Outros objetivos específicos estão vinculados aos demais subprogramas,
salientando-se os seguintes tópicos:
 Cadastro e licenciamento de jazidas;
 Controle e prevenção de processos erosivos (limitação da descobertura,
orientação para movimentações de terra, estabilização de solos, revegetação,
dimensionamento de saídas de água e dissipadores de energia);
 Critérios para localização de canteiros de obra, usinas, britadores e acessos;
 Controle de resíduos de máquinas e equipamentos;
 Controle de geração de material particulado, gases e ruídos;
 Controle de efluentes e resíduos sólidos (canteiros de obra e frentes de
trabalho);
 Procedimentos Operacionais e Estratégias de Ação.
 Definir as diretrizes ambientais associadas aos procedimentos executivos de
obras, visando, sobretudo, à eliminação ou mitigação de impactos ambientais
e sociais;
 Estabelecer diretrizes visando à segurança, saúde e emergências médicas,
para evitar danos físicos, preservar vidas e prover adequado atendimento;
 Ampliar o conhecimento dos empregados referente à preservação ambiental,
da saúde e prevenção de acidentes, por meio da participação em
treinamentos na obra;
 Garantir o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e
municipal vigentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 130
3. METODOLOGIA
O conjunto de atividades das obras de implantação da LT — construção de
alojamentos, canteiros, acessos, supressão de vegetação, escavações,
concretagem, montagem de torres, lançamentos de cabos e comissionamento —
poderá causar impactos ambientais, significativos ou não, devido a ação de agentes
diversos, como a implementação das atividades de obra e as interferências dessas
obras sobre a flora, a fauna e as populações locais. Nesse caso, os elementos de
controle ambiental, na forma de procedimentos, são necessários para garantir o
desenvolvimento adequado das obras, levando-se em conta também as
características típicas da região. Nesse sentido, destacam-se:
- As APP´s, Reservas Legais, área de inundação, apresentados nos estudos,
suscitam cuidados com a implantação das estruturas das torres, no lançamento de
cabos, visando minimizar as alterações provocadas no hábitat local e a produção de
resíduos gerados pela obra;
- Cuidados especiais deverão ser tomados em relação ao possível
aparecimento de ninhais;
- Para os volumes de escavação de cavas, principalmente em locais com
presença de rocha, deverão ser adotadas, sempre que possível, soluções que
envolvam o uso desse material em proteções superficiais, em áreas susceptíveis a
erosão e transições de taludes, entre outros, minimizando assim os significativos
volumes de bota-fora;
- No caso de ser necessário desmonte de rocha a fogo, serão empregadas as
normas e procedimentos específicos para a realização dessa atividade;
- A mão-de-obra disponível local deverá ser utilizada, e as compras de insumos
básicos deverão ser, na medida do possível, efetuadas nas localidades situadas
próximo às frentes de trabalho, alojamentos e canteiros, objetivando alcançar o
máximo de benefícios sócio-econômicos na região de implantação da Linha de
Transmissão;
- Deverão ser previstas cercas em locais específicos e previamente
identificados nas áreas de abertura de cavas (estas terão que estar isoladas e
tampadas) e nas praças de montagem de torres e de lançamentos de cabos,
principalmente onde ocorra maior densidade de bovinos e pessoas;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 131
- Prever soluções de drenagem, escoamento e proteção, para minimizar e
eliminar problemas de alagamento;
- Adotar dispositivos (cercas-filtro, entre outras) que reduzam a velocidade do
fluxo d‘água para o interior dos corpos hídricos, evitando, desse modo, processos
erosivos e de assoreamento;
- Reduzir as áreas de supressão e desapropriação;
- Todas as superfícies expostas de cortes, principalmente em praças de
montagem de torres, deverão ser protegidas contra as ações erosivas de agentes
naturais (chuvas e ventos);
- Deverá ser elaborado o Código de Conduta destinado a todos os
trabalhadores envolvidos, visando conscientizá-los dos aspectos ambientais (de
segurança e comportamentais), notadamente em relação às comunidades da Área
de Influência Direta da Linha de Transmissão;
- Abastecer os veículos e equipamentos com segurança. Esse serviço fica
proibido em áreas úmidas, só podendo ser executados a 40m de distância dessas
áreas, tendo-se ainda a necessidade de kits contra vazamentos, por ocasião do
abastecimento;
- Prever equipamentos e sistema de combate a incêndio nos locais indicados,
conforme requisitos das normas de segurança.
As construtoras também serão responsáveis pela mitigação dos danos
ambientais durante todas as atividades, de forma a preservar, tanto quanto possível,
as condições naturais da paisagem. As intervenções deverão ser restritas às áreas
necessárias, e a recuperação deverá ser definida da forma mais aproximada às
condições originais (considerar os locais passíveis de recomposição, que deverão
sofrer processos de reconformação dos terrenos, revegetação, implantação dos
dispositivos de drenagem e de estabilização de solos, dentre outras), que deverá ser
executada tão logo estejam concluídas as fases da obra. Para essa finalidade, suas
ações deverão basear-se nas metodologias descritas no Programa de Recuperação
de Áreas Degradadas.
As empresas deverão explicitar também, dentre outros, quais os cuidados
ambientais que deverão ser tomados para evitar derramamentos de combustíveis e
lubrificantes e o deságüe de águas servidas, incluindo-se aquelas usadas no

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 132
beneficiamento de agregados e produção de concreto, bem como as utilizadas para
minimizar a poluição do ar (gases e poeira).
No quadro abaixo são apresentados os aspectos ambientais como local,
causas e medidas a serem realizadas durante a construção do empreendimento.

Quadro 2: Aspectos Ambientais da Construção.


Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Erosão dos taludes de


escavação (produção de Drenagem superficial, proteção vegetal.
sedimentos).

Disposição de resíduos
Reciclagem/tratamento/disposição em
perigosos – Classe I
aterros sanitários especiais.
(poluição).

Disposição de resíduos
Coleta seletiva e disposição em aterros
sólidos, Classes II e III
sanitários/ reciclagem.
(poluição).

Efluentes sanitários Tratamento em filtros anaeróbios / fossas


(poluição). sépticas.
Canteiro de obras
Efluentes não-perigosos
e alojamentos Decantação.
(produção de sedimentos).

Efluentes líquidos - oficina Sistema de separação água e óleo /


(poluição). reciclagem.

Depósito de combustíveis e
Sistema de prevenção contra vazamentos.
lubrificantes (poluição).

Produção de ruídos Uso de EPIs (Equipamentos de Proteção


(poluição). Individual).

Produção de poeira
Aspersão de água.
(poluição).

Emissão de gases (poluição)


Sistemas de manutenção e filtros.
por equipamentos.

Danos às vias existentes Melhoria da pista e da drenagem –


Transporte de (interferência no cotidiano). restauração imediata.
pessoal, Reforço da sinalização e treinamento
equipamentos e Acidentes (interferência no pessoal. Observar os veículos de transporte
materiais cotidiano). de trabalhadores, que deverão estar
compatíveis com as normas vigentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 133
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Produção de poeira
Aspersão de água.
(poluição).

Emissão de gases (poluição)


Sistemas de manutenção e filtros.
por equipamentos.

Estabilidade de taludes
Drenagem superficial, proteção vegetal.
(produção de sedimentos).

Produção de poeira
Aspersão de água.
(poluição).

Utilização e Produção de gases


Sistemas de manutenção, filtros.
aberturas de vias (poluição).
de acesso Emissão de gases (poluição)
Sistemas de manutenção, filtros.
por equipamento.

Drenagem superficial e revegetação


Recomposição (poluição e
(conforme Programa de Recuperação de
produção de sedimentos).
Áreas Degradadas).

Canteiro / Bota- Recomposição (produção de Conformação da morfologia do terreno,


Fora sedimentos). drenagem superficial e proteção vegetal.

Dragagem e degradação da Sistema de controle de erosão e contenção


área (produção de de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas
Áreas de
degradação). de silte).
empréstimo
Emissão de gases (poluição)
Sistemas de manutenção, filtros.
por equipamento.

Desmonte (uso de
Normas do Exército e da ABNT.
explosivos).

Produção de ruídos
Uso de EPIs.
(poluição).

Produção de poeira
Pedreiras Aspersão de água.
(poluição).

Emissão de gases (poluição)


Sistemas de manutenção, filtros.
por equipamento.

Recomposição (poluição e Conforme Programa de Recuperação de


produção de sedimentos). Áreas Degradadas.

Desmonte (uso de
Normas do Exército e da ABNT.
Escavações em explosivos).
rochas Produção de ruídos
Uso de EPIs.
(poluição).

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 134
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Produção de poeira
Aspersão de água.
(poluição).

Emissão de gases (poluição)


Sistemas de manutenção, filtros.
por equipamento.

Deverá ser armazenado em local confinado,


Os aditivos de concreto. coberto, ventilado e controlado por pessoal
capacitado.

Deverá ser controlada e realizada em local


A lavagem dos agregados. apropriado, com sistema de canalização e

Central de contenção.

concreto Agregados miúdos e O material coletado deverá ser reciclado ou


graúdos. disposto em bota-fora.

Locais de captação de água


Deverão ser devidamente licenciados.
para concretagem.

Concretagem em áreas Evitar, durante a concretagem, a produção


sensíveis. de resíduos fora dos locais previstos.

Sistemas de controle de erosão e produção


Escavação (produção de
de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas
sedimentos).
de silte).

Produção de ruídos
Escavações Uso de EPIs.
(poluição).
(cavas)
Produção de poeira
Aspersão de água.
(poluição).

Emissão de gases (poluição)


Sistemas de manutenção, filtros.
por equipamento.

Escavação em rocha sem


Isolamento da área.
uso de explosivos.

Uso de martelete Locais de bota-fora. Licenciamento junto aos órgãos ambientais.

Disposição e controle de Programa de Recuperação de Áreas


resíduos. Degradadas.

Corte, remoção e disposição em locais


Topografia Supressão de vegetação.
determinados nas licenças ambientais.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 135
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Evitar, durante a topografia, a supressão


Trabalhos em áreas excessiva e a produção de resíduos,
sensíveis. principalmente em Áreas de Proteção
Ambiental.

Fundamental importância para o bom


andamento dos trabalhos, pois aumenta a
Sinalização Colocação de placas.
segurança dos trabalhadores e das
populações do entorno.

Margem de curso d‘água


Montagem de cavaletes (projeto adequado).
(Mata Ciliar)

Corte, remoção e disposição em locais


Supressão de vegetação.
Travessias determinados nas licenças ambientais.

Licenciamento junto aos órgãos ambientais,


Rodovias e ferrovias sinalização, planejamento e controle de
resíduos.

As causas e danos ao meio


ambiente envolvem todas as Observar todo o processo de licenciamento,
fases construtivas da LT principalmente em relação às condicionantes
Terraplenagem (acesso, canteiro, praças de das licenças e restrições da área e dos
montagem, lançamentos, programas ambientais a serem
áreas de empréstimo e bota– implementados.
fora).

Corte, remoção e disposição em locais


Supressão de vegetação.
determinados nas licenças ambientais.

Observar Normas de Segurança, isolamento


Abertura de cavas. da área e cobertura das cavas até seu
fechamento.

Fundação das Evitar, durante a concretagem, a produção


Concretagem das fundações.
torres de resíduos fora dos locais previstos.

Utilizar o material da abertura das cavas,


Aterro das bases evitando, assim, áreas de empréstimo
adicionais.

Segregação e controle de
Programa de controle de resíduos.
resíduos

Praça de Corte, remoção e disposição em locais


Supressão de vegetação na
montagem de apropriados para a cubagem. Utilizar a
área da torre.
torres menor área possível.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 136
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Cercar toda a área de trabalho, não


Isolamento da área de permitindo o acesso de animais e pessoas
trabalho. estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,
além de criar uma área de vivência.

Acondicionar, adequadamente, dentro da


praça, as estruturas. Cuidados deverão ser
Armazenamento das tomados com as áreas de proteção
estruturas metálicas. ambiental quando houver, por exemplo: mata
ciliar, córregos, parques, reservas florestais,
etc.

- Execução de aterramento em toda a LT e o


seccionamento e aterramento de cercas e
demais estruturas condutoras, evitando-se
Aterramento das estruturas
com isso a propagação das descargas
elétricas que eventualmente incidirem nas
mesmas.

Otimização de processos
erosivos causados, pela Utilizar procedimentos de controle de erosão.
instalação da praça.

Concretagem em áreas Evitar, durante a concretagem, a produção


sensíveis. de resíduos fora dos locais previstos.

Recolhimento, segregação e
disposição dos resíduos Programa de controle de resíduos.
gerados nesta fase.

Corte, remoção e disposição em locais


Supressão de vegetação na
apropriados para a cubagem. Utilizar a
área da torre.
menor área possível.

Cercar toda a área de trabalho, não


Isolamento da área de permitindo o acesso de animais e pessoas
Praça de trabalho. estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,
lançamento de além de criar uma área de vivência.
cabos Acondicionar, adequadamente, dentro da
praça, os materiais. Cuidados deverão ser
Armazenamento dos
tomados com as áreas de proteção
equipamentos, dos carretéis
ambiental quando houver, por exemplo: mata
e cabos.
ciliar, córregos, parques, reservas florestais,
etc.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 137
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Cuidados com a segurança do trabalho.


Colocação de isoladores. Observar o programa de controle de
resíduos.

Recolhimento, segregação e
disposição e dos resíduos
Programa de controle de resíduos.
gerados em todas as fases
da obra.
Comissionamento
Eliminação de todas as Não-
Realizar auditorias no sentido de entregar a
Conformidades da
obra ambientalmente correta, obedecendo às
implantação da Linha de
exigências da Licença de Instalação (LI).
Transmissão.

Os requisitos básicos para a construção da LT referem-se àqueles de ordem


geral, necessários para garantir a infra-estrutura básica da obra, envolvendo os
serviços de topografia, estradas de acesso, terraplenagem, canteiro de obras,
supressão de vegetação, escavação e sinalização.
Dessa forma, são descritos, a seguir, os elementos considerados como
requisitos básicos para a construção da Linha de Transmissão, conforme fluxograma
abaixo:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 138
Figura 22:Fluxograma das atividades do PAC.

Canteiros de Obras
A localização dos canteiros será proposta pela montadora, com a sua
respectivaanálise ambiental, para uma verificação, in loco, pela equipe de meio
ambiente do empreendedor.
As áreas indicadas para os canteiros deverão estar em locais que causem o
mínimo de impactos ambientais e às comunidades locais, e serem submetidas às
Prefeituras locais. A montadora deverá apresentar relatório contendo uma descrição
das áreas, o layout previsto, a estrutura funcional e suas respectivas instalações
(redes de água,esgotos, energia, acessos, alojamentos, ambulatórios, destino final
do lixo e controlede resíduos), o qual deverá ser submetido à análise do
empreendedor e dos órgãos ambientais responsáveis, se for o caso. Os
licenciamentos desses órgãos, quando solicitados, deverão ser apresentados ao
empreendedor antes das obras, para que seja liberada a instalação dos canteiros.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 139
A definição dos locais dos canteiros de obras em empreendimentos lineares
dependede uma série de fatores que diretamente envolvem a logística (procedência
da mão-de-obra especializada e forma de habitação a ser utilizada — alojamentos
e/ouhotéis, pensões, repúblicas) e a forma estratégica de execução da montadora.
A seleção de áreas de apoio e canteiros de obras ocorrerá na fase de início
de construção. No entanto, outras áreas de apoio secundárias serão definidas
paulatinamente ao longo de todo o cronograma de construção. Na presente obra,
além dos canteiros de obra principais, os serviços construtivos necessitarão das
seguintes instalações secundárias:
• Módulos de apoio de frente de obra;
• Oficinas avançadas;
• Frentes de lançamento de cabos.
Para a escolha dessas áreas critérios devem ser observados, dentre esse
incluem:
• Inexistência de qualquer restrição de zoneamento municipal ao tipo de
atividade proposta;
• Inexistência de necessidade de supressão de vegetação nativa ou
interferência com áreas de preservação permanente (APP);
• Preferência por terrenos de baixa declividade.
A estratégia de seleção de áreas de apoio visará minimizar distâncias de
transporte envolvendo o uso de vias locais. Procurar-se-á também evitar, na medida
do possível, o cruzamento de rodovias pelos veículos a serviço das obras.
A localização dos canteiros secundários será proposta pela construtora, com
a sua respectiva análise ambiental, para uma verificação, in loco, pela equipe de
meio ambiente do empreendedor e após essa definição seguirá para ciência e
aprovação da SEMAR /PI.
As áreas indicadas para os canteiros deverão estar em locais que causem
mínimo impacto sobre o meio ambiente e as comunidades locais, e serem
submetidas às Prefeituras locais. As empresas deverão apresentar relatório
contendo uma descrição das áreas, o layout previsto, a estrutura funcional e suas
respectivas instalações (redes de água, esgotos, energia, acessos, alojamentos,
ambulatórios, destino final do lixo e controle de resíduos), o qual deverá ser
submetido à análise do empreendedor e da SEMAR / PI.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 140
Canteiros secundários não possuirão estruturas de alojamentos. Assim, não
provocarão impactos significativos, cumprindo as diretrizes e os critérios
estabelecidos nos estudos, que serão verificados antecipadamente pela Gestão
Ambiental da obra (empreendedor / empreiteira), conforme previsto neste PAC.
Registra-se que, em obras já realizadas ou em andamento, nesses tipos de
unidades, os impactos são mínimos e mitigáveis.
Cabe frisar que o PAC e a estrutura de Gestão Ambiental da obras farão parte
das Especificações Técnicas de contratação das empreiteiras.
As premissas de localização dos canteiros servirão como orientação, tendo
sido estabelecidas a partir da experiência das empresas do Setor Elétrico em obras
similares, uma vez que a definição exata da logística de cada frente de obra é
prerrogativa das empresas que venham a ser contratadas para execução dos
trabalhos em cada trecho considerado.
Em se tratando de uma obra linear de rápido avanço, admitiu-se que canteiros
independentes deverão dar assistência a cada segmento.
Nos canteiros de obras principais, estarão localizadas estruturas, tais como:
almoxarifado, depósitos de máquinas, ferragens das estruturas, equipamentos e
materiais, escritório de projetos e administração, dentre outras.
Os alojamentos, sempre que possível, serão instalados em prédios alugados
nas cidades próximas. O contingente de mão-de-obra deverá ser transportado
diariamente dos alojamentos para os canteiros de obras e, destes, até as frentes de
trabalho.
Para a operação e manutenção dos canteiros, serão previstos dispositivos e
rotinas que não só atendam às prescrições básicas de conforto, higiene e segurança
dos trabalhadores como também minimizem os transtornos que possam ser
causados à população vizinha, tais como ruídos, poeira, bloqueio de acessos, etc.
Os canteiros serão cercados com portaria, identificação das empresas, com
acesso restrito de pessoas autorizadas e com normas rígidas de conduta.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 141
Canteiros de Obras Principais
As diretrizes e os critérios a serem considerados pela empresa contratada,
para a locação dos canteiros de obras principais, são:
- Antecipadamente, deverá ser solicitado o apoio das Prefeituras locais a fim de
cadastrarem a mão-de-obra local disponível para as obras, veiculando propagandas,
pela imprensa e através de cartazes, com especificação dos tipos de profissionais
necessários. Esse procedimento visa priorizar a contratação da mão-de-obra local,
evitando-se a mobilização de pessoas estranhas à região e, ao mesmo tempo,
diminuir a estrutura de apoio às obras (alojamentos, despejos sanitários, resíduos,
lixo, etc.). Contribui também para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e
minimizar os problemas de aumento da prostituição e violência, dentre outros
aspectos;
- Estes canteiros deverão situar-se nas imediações de municípios dotados de
boa infra-estrutura: acessos, comunicações, transportes interestadual e
intermunicipal, hotéis, hospital, comércio (peças automotivas e materiais de
construção) e mão-de-obra semi-especializada (pedreiros, carpinteiros, armadores,
etc.), excluindo-se, neste caso, as cidades de pequeno porte;
- Esses locais deverão situar-se, preferencialmente, próximo aos grandes
centros, onde os impactos, em razão da chegada de trabalhadores, serão
minimizados;
- A infra-estrutura da região atravessada pela diretriz da Linha de Transmissão
deverá ser considerada, visando à possibilidade de alojar o máximo de seus
empregados, em casas alugadas, repúblicas, hotéis e pensões existentes nas
redondezas;
- A área a ser utilizada, preferencialmente, já deverá ter sido impactada,
devendo ser previsto o possível reaproveitamento da infra-estrutura a ser instalada,
quando do término da obra;
- A área a ser escolhida deverá ter como requisitos básicos: o tipo de solo e
acessos compatíveis com o porte dos veículos/equipamentos e com a intensidade
do tráfego. Deverá ser dotada de sistema de sinalização de trânsito e de sistema de
drenagem superficial, com um plano de manutenção, fuga e limpeza;
- A localização não deverá interferir expressivamente com o sistema viário e de
saneamento básico, sendo necessário contactar as Prefeituras, órgãos de trânsito,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 142
segurança pública, sistema hospitalar, concessionária de água, esgotos, energia
elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação;
- Em regiões com deficiência de infra-estrutura, sua localização deverá priorizar
a não-interferência com as atividades cotidianas da comunidade local;
- Os canteiros centrais não serão implantados próximos a reservas florestais
nem a Áreas de Preservação Permanente (APPs);
- Os procedimentos de mobilização e posterior desmobilização deverão ser
bem informados à comunidade; da mesma forma, os diversos ramos de atividades
locais, como comércio, recursos médicos e outros, deverão ser convenientemente
cientificados dos eventos pertinentes programados para a fase de construção;
- Os víveres serão guardados em local mantido permanentemente limpo,
refrigerado no caso de perecíveis. Deverão ser utilizadas telas e cercas protetoras,
garantindo-se a inacessibilidade a animais e insetos;
- O projeto e a montagem das cozinhas (caso previstas) deverão ser
executados de forma a permitir total higiene e possuir todos os equipamentos e
recursos necessários à limpeza do local e ao pessoal envolvido no preparo de
refeições para atendimento dos canteiros e alojamentos;
- As instalações dos refeitórios deverão prever o uso de telas, boa ventilação,
contar com sanitários em número adequado e demais equipamentos — tudo em
conformidade com as melhores práticas de higiene e saúde;
- O sistema de armazenamento de água para o consumo humano deverá ser
objeto de inspeção e limpeza periódica, visando garantir a potabilidade;
- A drenagem dos canteiros deverá prever estruturas que comportem o tráfego
de máquinas e equipamentos;
- Os sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário ou de
óleos, graxas, etc. serão individualizados, nunca podendo ser interligados;
- Todos os resíduos gerados nos canteiros e demais locais da obra serão
recolhidos com freqüência de acordo com o plano de controle de resíduos;
- Será realizada a separação do lixo hospitalar e dos resíduos perigosos,
classificados conforme a NBR 10.004, visando à sua estocagem, transporte e
destinação final adequada, conforme a Legislação Federal e do Estado do Mato
Grosso;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 143
- No caso de uso de produto químico para tratamento e desinfecção, seu
armazenamento e manipulação serão realizados de forma segura, evitando riscos às
pessoas, aos animais e ao meio ambiente;
- Deverá haver proteção contra contaminação em todo o sistema de
abastecimento de água, especialmente em caixas d‘água e poços. A proteção
deverá ser exercida mediante a escolha adequada de local, construção de cercas,
sobrelevações e outras obras similares;
- Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados,
isolados da rede de drenagem e com diques de contenção com capacidade para o
volume armazenado. Os dispositivos de armazenamento não poderão ter drenos, a
não ser que esses dispositivos escoem para outra área de contenção ou
reservatório, onde todo o derramamento possa ser contido;
- Para a instalação de canteiros de obras e alojamentos, serão apresentadas,
posteriormente, as diretrizes complementares específicas para essas atividades;
- Implantar o controle de resíduos, principalmente a coleta seletiva.
Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho (uso
de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do
Ministério do Trabalho.
O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de
resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão
permitidos.

Canteiros Secundários e Frentes de Obra


Qualquer canteiro secundário, ou frente de obra, deverá adotar os
procedimentos a seguir descritos. Os efluentes gerados nos canteiros secundários e
frentes de obra (resíduos, esgoto, óleos e graxas, etc.) deverão ser recolhidos e
transportados para locais preestabelecidos, para segregação e destinação final. Os
óleos e lubrificantes coletados das operações de manutenção serão encaminhados
para o canteiro central envasados e, posteriormente, para empresas de rerrefino.
Os restos de comida, vasilhames, etc. utilizados nos refeitórios deverão ser
coletados diariamente. Não será admitida a deposição de resíduos orgânicos nas
frentes de trabalho.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 144
Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados e
isolados da rede de drenagem com barreiras de contenção. Os dispositivos de
armazenamento não deverão ter drenos, a não ser que esses dispositivos escoem
para outra área de contenção ou reservatório onde todo o derramamento puder ser
contido.
A implantação desse tipo de canteiro deverá ser evitada próximo a Unidades
de Conservação, fragmentos florestais, Reservas Legais e a APPs.
O canteiro secundário deverá dispor, no mínimo, de um kit de primeiros
socorros ou a estrutura estabelecida pela legislação em vigor e um kit de controle de
vazamentos.
O transporte das refeições para as frentes de obra deverá ser efetuado em
embalagens hermeticamente fechadas e higienizadas. O intervalo de transporte até
o campo deverá ser reduzido, a fim de manter a qualidade e o aquecimento da
alimentação.
Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho
(uso de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do
Ministério do Trabalho.
O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de
resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão
permitidos.

Topografia
Os serviços de topografia foram essenciais para definição traçado, a partir de
um estudo topográfico bem feito, impactos futuros serão evitados. A equipe
responsável assimilou o máximo de informações sócio-ambientais a esse
levantamento, definindo um traçado o mínimo impactante.
Seguindo a Planta Perfil e o Projeto Executivo, a equipe de campo iniciará os
trabalhos de locação das torres, etapa inicial para implantação da LT.
Os trabalhos preliminares de topografia deverão seguir as seguintes
orientações:
- Reconhecimento prévio da área onde será realizada a locação da faixa,
visando minimizar os impactos ao meio ambiente;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 145
- Antes do inicio dos serviços topográficos, a equipe responsável pelo
levantamento cadastral deverá verificar, em qualquer propriedade, se o proprietário
recebeu a comunicação do início dos serviços de implantação da Linha de
Transmissão, ou seja, a entrada das equipes em qualquer propriedade só será
possível com a devida autorização de passagem. Essa comunicação deverá ser
dada de acordo com as diretrizes do Programa de Comunicação Social.
- As equipes do levantamento topográfico deverão receber treinamento
adequado, a fim de se conscientizarem da importância de eliminar ou minimizar os
impactos ambientais referentes aos serviços.
- Todas as motosserras utilizadas nos serviços deverão estar obrigatoriamente
acompanhadas da licença específica (Licença para Porte e Uso de motosserra –
LPU). As recomendações constantes nas Normas de Segurança no Trabalho e do
Código de Conduta deverão ser cumpridas.
- A abertura de picadas de topografia será executada em conformidade com as
orientações e licença obtidas na SEMAR / PI, limitando podas e supressões ao
suficiente apenas para possibilitar a medição e locação da faixa de servidão, praças
de montagem e de lançamento.
- Encontrando-se restos cerâmicos ou artefatos de pedras lascadas ou
qualquer vestígio relacionado a civilizações antigas, ao longo de travessias de
corpos d‘água ou nas proximidades onde serão instaladas as torres e as praças de
lançamento de cabos, ou quando da abertura de novos acessos, o fato deverá ser
comunicado imediatamente ao funcionário responsável, que retransmitirá a
informação ao Inspetor Ambiental ou à Fiscalização das obras, para que tomem as
devidas providências, em conformidade com o Programa de Prospecção e
Salvamento Arqueológico.
Considera-se que, nas etapas de topografia como a exploração de traçado,
poligonação, levantamento do perfil do terreno e cadastro de propriedades e
benfeitorias, assim como no próprio projeto de engenharia, deverão ser levadas em
conta as seguintes condicionantes:
- A locação do traçado deverá levar em conta as condições geológico-
geotécnicas, observando-se as seguintes condições:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 146
1. Terrenos estáveis;
2. Evitar a locação em terrenos alagados e inundáveis, pântanos, brejos,
mangues e margens de rios;
O traçado definitivo da Linha de Transmissão, estabelecido pelo projeto executivo de
engenharia, a ser implantado topograficamente, deverá evitar a passagem por áreas
onde se encontrem as seguintes ocorrências:
- Proximidade de conglomerados urbanos, sedes de propriedades rurais e de
construções isoladas;
- Passagem por zonas altas, com o objetivo de evitar grandes esforços devido
à pressão do vento e às descargas atmosféricas e a interferência com a rota
migratória de aves;
- Diretriz próxima de caminhos existentes ou em terrenos menos acidentados;
- Passagem por terrenos inundáveis, sujeitos à erosão, afloramentos rochosos
ou de difícil acesso;
- Todo tipo de travessias.

Ao se desviar de interferências como benfeitorias, não deverá haver nenhuma


intervenção com habitações, procurando-se dispensar, dessa forma, qualquer
procedimento de relocação de população/famílias.
Os terrenos deverão ser considerados sob regime por servidão, e sua
demarcação será estabelecida por decreto. A servidão compreenderá uma faixa de
60m de largura ao longo de toda a extensão da LT.

Estradas de Acesso
Os acessos a serem utilizados são os previstos no Projeto da Linha de
Transmissão, evitando-se, ao máximo, a abertura de outros. Durante a construção
desses acessos, poderão ser gerados materiais inconsolidados sujeitos a erosão e
transporte por águas pluviais, muito em função da construção de cortes e aterros.
Dessa forma, deverão ser considerados os seguintes aspectos de proteção
ambiental:
- Implementar cuidados necessários para evitar focos erosivos, principalmente
respeitando a topografia do local, locando os acessos em pontos menos favoráveis
ao desencadeamento de erosões;

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- Havendo necessidade de cortes e aterros, dotá-los de proteção, como
canaletas de crista e de pé, além de revegetá-los;
- Procurar encaminhar as saídas d‘água dessas vias para o talvegue mais
próximo, evitando deixá-las a meia vertente, o que poderá favorecer processos
erosivos;
- Quando os caminhos tiverem baixa capacidade de suporte, a superfície deve ser
revestida por toras de madeira colocadas transversalmente (Estivas);
- Utilizar solo-cimento no fundo das canaletas de drenagem com maior fluxo de
água.
- Se forem construídos, os taludes devem ter a proteção adequada:
canaletas colocadas em suas cristas, escadas d‘água, caixas de dissipação de
energia, bermas e proteção vegetal, visando à derivação das águas lateralmente e
evitando, assim, erosão nos declives
Durante as obras, deve-se priorizar o período de menor pluviosidade para a
movimentação de material (solos e rochas escavados), devendo-se aplicar um
colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm para reduzir o desprendimento de
solo nas estradas de terra, vias de acesso e vias de passagem nos canteiros e
alojamentos. Além disso, deverá ser executada a contenção do talude (corte/aterro)
mediante o plantio de gramíneas.
Alguns cuidados, de ordem geral, deverão ser observados:
- Deverão ser usadas as estradas internas de acesso autorizadas, negociadas
pela construtora, com proprietários e empreendedor;
- As estradas de acesso existentes, usadas durante as obras, deverão ser
restauradas nas condições anteriores à construção;
- A utilização de aterros de empréstimos deverá ser autorizada pelo
empreendedor e deverá ser devidamente licenciada;
- As melhorias introduzidas não deverão afetar os sistemas de drenagem e
cursos d‘água naturais existentes;
- Para evitar os transtornos advindos do aumento do tráfego e diminuir o risco
de acidentes, deverão ser adotadas medidas, tais como: sinalização das vias (placas
de controle de velocidade, animais silvestres, cruzamentos, indicação da obra,
escolas, travessias de pedestres, lugarejos e comunidades, etc.); distribuição do
transporte ao longo do dia, para que não haja concentração dessa atividade num

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 148
único período; transporte de determinadas cargas e equipamentos em períodos de
menor fluxo de veículos; conscientização dos motoristas visando à redução de
acidentes;
- Se confirmada a manutenção do tráfego junto às comunidades, deverá ser
providenciada, no período seco, a umectação das vias de acesso a elas, de forma a
reduzir as emissões de poeira sobre as residências locais, além da aplicação de um
colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm, para reduzir o desprendimento
de solo nas estradas de terra;
- Quando forem transportados materiais de construção, devem-se usar, de
preferência, caminhões fechados, a fim de evitar que caiam acidentalmente, o que
pode vir a causar problemas ambientais e de segurança para a população do
entorno.
Ao final dos serviços, materiais e equipamentos, sucata e material
descartável deverão ser retirados dos locais de trabalho, utilizando-se as vias de
acesso disponíveis.

Terraplanagem
Em função das características da região, serão considerados os aspectos
listados a seguir para os serviços de terraplanagem, notadamente para estradas de
acessos, com o objetivo de minimizar, ou mesmo eliminar, a possibilidade de
degradação ambiental decorrente desses serviços.
O serviço terá que ser cuidadosamente planejado, objetivando evitar impactos
desnecessários ao meio ambiente.
Deverão ser considerados para os acessos:
- Os critérios especificados nas instruções técnicas de projeto, em relação à
drenagem de estradas de acesso e aos tipos de traçado (cortes e aterros) que
deverão ser evitados ao máximo;
- Melhoramento dos acessos existentes, objetivando o restabelecimento das
condições naturais da rede de drenagem, por meio da implantação de
bueiros/galerias, pontilhões, etc;
- Proteção de todos os taludes de cortes e/ou aterros, em tempo hábil, visando
à segurança das instalações e preservação do terreno contra a erosão, através do
plantio de vegetação adaptada à região e dispositivos de drenagem/contenção;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 149
- Até o encerramento da obra, as pistas das estradas de acesso serão
mantidas sob condições adequadas, para permitir tráfego permanente aos
equipamentos e veículos de construção, montagem e fiscalização.
Os seguintes itens deverão ser considerados para áreas de canteiros:
- O cumprimento rigoroso dos critérios especificados de projeto;
- Evitar serviços de terraplenagem nas áreas de almoxarifado e depósito de
material ao tempo, mantendo, sempre que possível, as vegetações rasteiras,
retirando-se apenas os arbustos necessários e evitando, ao máximo, cortar as
árvores existentes. O material deverá ser estocado sobre calços metálicos ou de
madeira, de modo a evitar seu contato direto com o solo;
- Manter protegidos e sob condições adequadas os acessos internos de
circulação entre os elementos dos canteiros;
- Manter protegidos todos os taludes de cortes e/ou aterros;
- Redução, ao máximo, dos serviços de terraplenagem/raspagem nessas
áreas.
Os seguintes itens deverão ser considerados para as áreas de empréstimo e
bota-foras:
- Planejar os serviços de terraplenagem, nessas áreas, com o objetivo de evitar
processos erosivos;
- Utilizar o material escavado e não utilizado, proveniente principalmente da
camada superficial rica em matéria orgânica, nas áreas de bota-fora ou em outras
áreas devidamente autorizadas;
- Aplicação de técnicas visando garantir declividades suaves, terraceamento
entre bancadas de escavação e revegetação (plantio de grama ou gramíneas
nativas) nos taludes, após a conclusão dos serviços;
- É terminantemente proibido usar Áreas de Preservação Permanente como
jazidas de empréstimos e bota-foras.
Deverão ser considerados para praças de montagem de torres e lançamento de
cabos os seguintes itens:
- Planejar os serviços com o objetivo de evitar processos erosivos;
- Prever seção típica com solo de escavação comum, empregando material
conforme especificação de projeto, visando minimizar novos locais de bota-fora.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 150
De maneira geral, as obras de terraplanagem devem ser, sempre que
possível, acompanhadas da instalação de dispositivos de drenagem que possibilitem
o escoamento das águas pluviais sem o desencadeamento de processos erosivos.
O Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos descreve as
práticas mais adequadas a serem adotadas nesse sentido

Supressão de Vegetação
O corte seletivo e a supressão parcial da vegetação (NBR 5.422), nas áreas
diretamente afetadas pelo empreendimento, quando necessários, têm como
finalidade principal a abertura de acesso, limpeza, abertura e delimitação clara da
faixa de servidão, de serviço, de segurança, além das áreas de escavações das
bases das torres, praças de montagem e lançamentos de cabos.
A limpeza envolve a remoção de árvores, arbustos e restos de vegetação
(resíduos, galhos finos, folhas, etc). Os procedimentos-padrão a serem seguidos
durante o processo de remoção são os seguintes:
- Os locais de obra e os limites da faixa de servidão deverão ser claramente
delimitados, certificando-se de que não irá ocorrer nenhuma remoção além dos seus
limites;
- As árvores deverão ser tombadas nos locais de obra;
- Qualquer árvore que cair dentro de cursos d‘água, drenagem natural ou além
do limite da faixa de servidão deverá ser imediatamente removida;
- As árvores localizadas fora dos limites dos locais da faixa não deverão ser,
em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se também
a poda dos galhos projetados;
- Toda e qualquer operação de remoção de vegetação só poderá ser iniciada
mediante autorização expressa do Inspetor Ambiental do empreendedor.

O reaproveitamento da madeira abrange os seguintes requisitos:


- A madeira que não for especificamente designada para outros usos deverá
ser cortada no comprimento da árvore e ficará organizadamente empilhada em local
determinado pela Inspeção Ambiental;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 151
- A madeira não deverá ser estocada em valas de drenagem ou em áreas
úmidas, a não ser que as condições específicas do local não permitam o
armazenamento de forma mais adequada;
- Árvores e vegetação arbustiva, bem como restos de vegetação, deverão ser
dispostas, e os tocos de árvores removidos não poderão ser enterrados;
- A queima e o uso de herbicidas são terminantemente proibidos.
Atendendo às restrições do local e das licenças ambientais, utilizar-se-ão as
formas apresentadas a seguir:
- Os arbustos deverão ser empilhados organizadamente em locais previamente
definidos pela Inspeção Ambiental;
- O empilhamento dos arbustos não deverá ser contínuo, sendo necessária a
criação de intervalos entre as pilhas, para facilitar a passagem da fauna e, também,
uma futura remoção.
O lasqueamento, caso necessário, deverá ser efetuado na forma de cortes, e os
arbustos deverão ser dispostos ou transformados em lascas, que poderão ser
utilizadas em áreas a serem recompostas, de maneira que não iniba o crescimento
da vegetação.
Com relação ao enterramento, queima e destruição fora do local da obras, caso
sejam necessários, deverão ser observados os seguintes requisitos:
- Deve-se tentar comercializar qualquer material útil, seguindo rigorosamente
as determinações das licenças ambientais;
- Restos de madeira deverão restringir-se aos locais de obra, a menos que haja
autorização por escrito do proprietário e aval do órgão ambiental.

Escavações

Escavação em Solos: no que diz respeito à escavação em solos, para as fundações


das torres, deverão ser especialmente observados os critérios listados a seguir:
- Dever-se-á evitar a utilização de máquinas pesadas na abertura de praças de
trabalho. A escavação deverá ser executada manualmente, nos locais mais críticos,
visando preservar, ao máximo, as condições naturais do terreno e sua vegetação.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 152
- Todos os taludes escavados nas áreas de empréstimo e de bota-foras
deverão ser, obrigatoriamente, protegidos mediante o plantio de grama
(revegetação).
- Todo o material escavado e não utilizado, proveniente, principalmente, da
camada superficial, rica em matéria orgânica, deverá ser espalhado superficialmente
nas áreas das torres.
- Todas as áreas de escavações em zonas de pastoreio deverão ser cercadas,
a fim de evitar a queda de animais de criação (bovinos caprinos, etc.).
- As cavas, quando abertas, deverão ser tampadas de forma adequada e
segura. Atualmente, em empreendimentos similares, vem-se utilizando a parte
redonda das bobinas menores com excelente resultado.

Escavações em Rocha: caso haja necessidade de escavação em rocha, os


fragmentos poderão ser usados durante a construção da LT, em estruturas da
contenção ou dispostos na região, com a anuência do proprietário da terra.
O material rochoso que não puder ser reaproveitado poderá ser removido e
colocado num local previamente aprovado ou, então, espalhado em áreas de bota-
fora ou na área de influência da torre.

Procedimentos de Uso de Explosivos:


- No início dos trabalhos de localização das áreas rochosas, deverão ser
utilizados equipamentos adequados para a identificação do perfil rochoso, a fim de
se realizar uma cubagem e a identificação da dimensão do bota-fora a ser utilizado.
Evita-se, assim, uma surpresa em relação à quantidade de rochas retiradas da cava;
possibilita, também, se for o caso, um destino final adequado desse material. Antes
das escavações em rocha, deverão ser executadas as seguintes atividades:
- Preparação de um plano de fogo adequado às necessidades do trabalho que
se pretende executar;
- Colocação de sinais de advertência, bandeiras e barricadas;
- Obediência aos procedimentos para armazenar, carregar, disparar e destruir
o material explosivo com segurança e de acordo com os regulamentos do País,
inclusive o R-105 do Ministério do Exército;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 153
- Execução dos serviços por pessoal qualificado, supervisionado por
profissional habilitado, conforme a legislação.
Além da regulamentação do Ministério do Exército sobre o uso de explosivos (R105),
deverão ser cumpridas as seguintes diretrizes:
- Norma Regulamentadora para Explosivos - Portaria nº 3.214 do Ministério do
Trabalho;
- Normas de Segurança para Armazenamento, Descontaminação e Distribuição
de Explosivos do Ministério do Exército.
Além disso, deverão ser utilizadas outras especificações e procedimentos que
cuidam do tema ―Explosivos e Detonadores‖.
No que diz respeito a ruídos e vibrações, diversas são as normas e recomendações
aplicáveis para diferentes tipos de ambientes, dentre as quais se destacam:
- ISO (International Standard Organization) - R 1996 (1971) e R 1999 (1975);
- ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) - NBR 10.151 e 10.152;
- IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) - Resoluções CONAMA 001 e
002, de 17/8/1990.
Essas normas consideram os parâmetros que influenciam o desconforto, e
também a variação dos níveis e das horas em que ocorre a exposição das pessoas.
Todas essas normas deverão ser de conhecimento obrigatório das
construtoras, que deverão assumir o compromisso de cumpri-las, ao elaborarem
suas Propostas e ao assinarem os Contratos com o empreendedor.

A - Procedimentos Gerais:
- As detonações deverão ser executadas em horários preestabelecidos,
programados com, pelo menos, 24 horas de antecedência. A Fiscalização também
deverá ser avisada da detonação com a mesma antecedência.
- No horário das detonações, deverá ser acionada uma sirene, e toda a área
em torno de 300 m do ponto de detonação deverá ser evacuada. As detonações
deverão ser executadas no horário compreendido entre as 10 e as 17 horas.
- Após a detonação, o trabalho só deverá ser liberado após a vistoria de técnico
especializado.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 154
- Nenhum trabalho com explosivos poderá ser realizado sem a obtenção dos
certificados de habilitação dos operadores, do certificado de registro e da
autorização do Ministério do Exército para o uso de explosivos.
- O transporte de explosivos deverá ser feito por veículos autorizados e com
guia de tráfego emitida pelo Ministério do Exército exclusivamente para a obra. O
material deverá ser armazenado atendendo às prescrições das normas específicas.

B - Procedimentos a céu aberto:


Perfuração: deverá ser executada com perfuratrizes e compressores portáteis
especiais.
Explosivos: em áreas secas, deverá ser utilizado explosivo comum e, em regiões
alagadas, emulsões explosivas encartuchadas. Deverão ser iniciadas por cordel
detonante e utilizados explosivos de retardo. O acionamento do cordel deverá ser
por meio de estopim mais espoleta.
Onde houver necessidade de conter o lançamento de fragmentos, deverá ser
usada uma camada de terra limpa sobre a vala e sacos de terra no seu entorno.

C - Proteção Ambiental:
No caso de detonação próxima ou em Áreas de Preservação Permanente,
deverá ser elaborado um procedimento específico de desmonte de rocha, a ser
enviado ao órgão ambiental responsável, antes do início dos serviços.
Para reduzir a onda de choque das detonações, deve-se evitar detonar grande
quantidade de furos ou fogos simultaneamente, usando retardos entre os furos, e
deixar parte do furo sem explosivos.
Os locais de bota-fora dos fragmentos de rocha deverão ser previamente
escolhidos, autorizados pelo proprietário do terreno e devidamente licenciados pelos
órgãos competentes. Deverá ser elaborado um projeto que contemple dispositivos
de drenagem, reconformação do terreno e revegetação.
Quando as explosões forem realizadas a céu aberto, também deverão ser
observados alguns parâmetros importantes, dentre os quais se destacam:
- A fauna local deverá ser observada em função da área-dormitório e da área
de descanso de bandos, onde as explosões que se fizerem necessárias ocorrerão
em horários após o amanhecer, e nunca ao anoitecer;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 155
- Qualquer animal que, porventura, seja atingido deverá ser recolhido ao
zoológico mais próximo, para os devidos cuidados e providências.

Sinalização do Empreendimento
A implantação de placas de sinalização é importante para o bom andamento
dos trabalhos, pois aumenta a segurança dos trabalhadores e das populações do
entorno. O trânsito de veículos envolvidos com as obras, as proximidades de áreas
escolares ou a presença de animais na pista são alguns dos elementos que exigem
atenção das pessoas que circulam pela área, não só motoristas como também
pedestres e trabalhadores. Placas educativas, por exemplo, com recomendações
para a preservação da natureza, também são importantes ferramentas de Educação
Ambiental.

Figura 232: Placa Educativa

Fundações das Torres


Os procedimentos e recomendações ambientais a serem adotados são
apresentados a seguir. Deverão ser tomadas todas as medidas cabíveis, de forma a
evitar o início de processos de erosão no preparo e limpeza dos locais de execução
das fundações, especialmente a recomposição da vegetação rasteira.
Quando da utilização de concretagem local por meio de betoneiras, cuidados
deverão ser tomados visando à utilização total do concreto disponível nelas; isso
impedirá a colocação dos resíduos em áreas inadequadas. A água de lavagem das
betoneiras só poderá ser descartada nas usinas de concretagem.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 156
Quando forem usados pré-moldados nos canteiros de concretagem, os
mesmos cuidados deverão ser tomados.
Deverão ser tomadas precauções especiais na execução das fundações de
torres nas travessias de cursos de água, a fim de não provocar nenhuma alteração
ou interrupção no sistema de drenagem natural.
Deverão ser providenciadas as proteções e sinalizações adequadas, para que
sejam evitados acidentes na execução desses serviços, quando executados nas
proximidades de áreas urbanas/habitacionais.
Sempre que necessário, as fundações deverão ser protegidas contra erosão,
por meio de canaletas, muretas, etc.
Quando do término de todas as obras de fundação, o terreno à sua volta
deverá ser recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando
margem ao início de processos erosivos.
Durante o período das fundações das bases das torres, a inspeção de
segurança deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra e à saúde
dos trabalhadores.

Reaterro das Fundações das Torres


O material escavado que vier a ser utilizado como reaterro das fundações
deverá ser acondicionado, de maneira a preservar a vegetação nas imediações. O
material escavado e não utilizado deverá ser espalhado e compactado na área da
torre, não deixando acúmulo de terra fofa.
O local de retirada de material de empréstimo, quando necessário, para o
reaterro das fundações deverá ser escolhido de tal forma que cortes no terreno não
venham a provocar erosões futuras; considerar-se-á, nesse caso, a necessidade de
proteção desses cortes. As diretrizes do Plano de Gerenciamento de Resíduos
deverão ser observadas e seguidas.
Durante o período de reaterro das bases das torres, a inspeção de segurança
deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 157
Praça de Montagens das Torres

As estruturas metálicas das torres deverão ser montadas, peça por peça e/ou
por seções pré-montadas no solo, nas praças de montagem preparadas. Os
procedimentos e recomendações ambientais e de segurança a serem adotados são
apresentados a seguir:
‫ ﺣ‬As praças de montagem deverão ocupar as menores áreas de trabalho possíveis,
pois assim diminuirão os impactos ambientais;
‫ ﺣ‬Durante o período de montagem das torres, a inspeção de segurança deve checar
todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores;
‫ ﺣ‬A sinalização também se torna necessária nessas áreas, tendo em vista que a
construtora responsável pela obra terá que ser identificada para as comunidades
lindeiras. Da mesma forma, os acessos às torres devem ser restritos;
‫ ﺣ‬Deverão ser priorizados procedimentos que reduzam a abertura de áreas
destinadas às atividades de construção da Linha de Transmissão, diminuindo,
principalmente, o uso de equipamentos de grande porte, de forma a preservar as
áreas atingidas;
‫ ﺣ‬Os serviços de montagem deverão ser executados dentro da área delimitada para
a praça de montagem, mantendo-se o processo de recolhimento de resíduos sólidos
e oleosos, em consonância com o Plano de Gerenciamento de Resíduos.
Só poderão permanecer dentro da praça de montagem os funcionários necessários
à execução dos serviços.
Na execução desses serviços próximos a áreas urbanas/habitacionais,
deverão ser providenciadas as proteções adequadas (tapumes, cercas isolantes,
sinalizações, etc.), para evitar acidentes.
Deverão ser criadas as áreas de convivência, compostas de:
- Tenda, com mesa e cadeiras;
- Placa de identificação;
- Mala de primeiros socorros;
- Banheiro químico;
- Coleta seletiva de resíduos;
- Guarda de EPIs;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 158
- Água potável.
Essas áreas destinam-se a pequenas reuniões e refeições, além de servirem
para avaliação da gestão ambiental, quanto à efetiva aplicação deste PAC e à
minimização das Não-Conformidades surgidas durante a implantação da Linha de
Transmissão.

Praça de Lançamento dos Cabos Condutores e Pára-Raios


Para início das atividades de lançamento, o sistema de aterramento deverá
estar completamente instalado. Está instalação é feita antes da montagem das
torres. Os suportes da LT deverão ser enterrados de maneira a tornar a resistência
de aterramento compatível com o desempenho desejado e com a segurança de
terceiros. O aterramento deverá restringir-se à faixa de segurança da Linha e não
interferir com outras instalações existentes e com atividades desenvolvidas dentro
da faixa. A execução das valetas para contrapeso deverá garantir condições
adequadas de drenagem e proteção contra erosão, tanto na fase de abertura como
na de fechamento, recompondo o terreno ao seu término.
O lançamento dos cabos condutores e pára-raios deverão ser executados a
partir das praças de lançamento, sob tensão mecânica controlada automaticamente,
até ser obtido o fechamento recomendado pelo projeto para cada vão da Linha de
Transmissão, seguindo-se o grampeamento dos mesmos.
Para a sinalização, deverão ser identificados os pontos obrigatórios (rotas
aeroviárias, vales profundos, cruzamentos com rodovias, ferrovias e outras linhas de
transmissão), para os quais serão executados projetos específicos de sinalização
aérea e de advertência, baseados nas normas da ABNT e nas exigências de cada
órgão regulador envolvido.
Os principais procedimentos a serem adotados são:
- Evitar praças de lançamento de cabos situadas em encostas íngremes,
próximas a cursos de água e em locais com vegetação nativa de porte arbustivo-
arbóreo;
- Reduzir, ao máximo, o número e a área a ser utilizada em função da
implantação das praças de lançamento;
- A área da praça de lançamento de cabos terá de ser cercada e isolada,
evitando a entrada de pessoas estranhas ao empreendimento;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 159
- Evitar a raspagem do solo nessas localidades e quando a mesma for
necessária armazenar as camadas orgânicas superficiais do solo escavado;
- Remodelar a topografia do terreno ao término da utilização respectiva,
restabelecendo o solo, as condições de drenagem e a cobertura vegetal;
- Limitar a abertura da faixa de servidão por ocasião da etapa de lançamento
dos cabos na medida estritamente necessária, para passagem do trator que conduz
o cabo-guia, de forma a evitar maiores interferências na área atravessada;
- Demarcar, cercar e sinalizar os locais de instalação dos cabos condutores,
pára-raios e acessórios;
- Instalar estruturas de proteção adequada à LT (por exemplo, cavaletes de
madeira), para manter a distância necessária entre os cabos, os obstáculos
atravessados e o solo, nos casos de travessias sobre rodovias, ferrovias, linhas
elétricas e de telecomunicações e outros cruzamentos. Deverá ser instalada uma
rede ou malha de material não-condutor para evitar a queda do cabo sobre o
obstáculo atravessado, em caso de falha mecânica no processo de lançamento;
- Colocar sinais de advertência pintados com tinta fosforescente, se as
empolgaduras (traves de proteção ao lançamento dos cabos) forem situadas a
menos de 2 m do acostamento da estrada. Os sinais deverão ser postos de modo tal
que fiquem facilmente visíveis para os veículos que trafegam nos dois sentidos. Em
rodovias de maior importância, é recomendada a utilização de lâmpadas de
advertência tipo ―pisca-pisca‖;
- Todas as cercas eventualmente danificadas durante a fase de instalação dos
cabos deverão ser reconstituídas após o lançamento;
Durante o período de lançamento de cabos, a inspeção de segurança deve checar
todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores. Todos os resíduos desta fase deverão ser recolhidos, selecionados,
classificados e colocados para a disposição final conforme o Plano de
Gerenciamento de Resíduos.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 160
Comissionamento
Na fase de comissionamento das obras, além da parte técnica a ser
observada, deverá ser inspecionado o estado final dos seguintes itens:
- Áreas florestais remanescentes;
- Preservação das culturas;
- Vãos livres de segurança, verticais e laterais, entre árvores e a LT;
- Limpeza de proteção contra fogo;
- Proteção contra erosão e ação das águas pluviais;
- Reaterro das bases das estruturas;
- Condições dos corpos d‘água;
- Recomposição.
As ações a serem implementadas são apresentadas no Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas.

4. PÚBLICO ALVO

O Plano Ambiental para a Construção da LT deverá ser executado


considerando a participação de todos os trabalhadores da obra e, também, daqueles
que indiretamente poderão vir a ser alvo das demandas ou consequências da
implantação do empreendimento.
Ressalta-se que estão incluídos no grupo de trabalhadores de obra, todos os
níveis hierárquicos dos quadros de profissionais das empreiteiras e das empresas de
gestão/fiscalização da obra.

5. EQUIPE TÉCNICA

Serão responsáveis pela execução do programa engenheiro civil, agrônomo,


florestal ou ambiental. Será disponibilizado a ART do responsável técnico pelo
programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 161
6. CRONOGRAMA
Programa Ambiental para Meses
Construção - PAC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Canteiros de obra

Topografia

Estrada de acesso

Terraplanagem

Supressão da Vegetação

Escavação

Fundação de Torre

Praça de Montagem de Torre

Praça de Lançamento de Cabos

Comissionamento

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 162
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO,
RESGATE ARQUEOLÓGICO E
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 163
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa arqueológica realizada nas áreas de influência da LT 500 KV, SE
Gibués - SE São João do Piauí, autorizada pela portaria IPHAN nº 39/2013,
contribuiu para a formação de um quadro acerca dos estudos sobre as ocupações
humanas, em períodos históricos ou pré-históricos, na região de implantação do
empreendimento.
Foram identificados no diagnóstico arqueológico interventivo 3 (três) sítios
arqueológicos e 2 (duas) ocorrências arqueológicas na ADA, aos quais
acrescentasse a existência de 1 (um) sítio arqueológico já existente, cujo cadastro
no CNSA foi realizado pela equipe da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem
Americano).
Na AID existem 5 (cinco) sítios arqueológicos e 4 (quatro) ocorrências
arqueológicas. Por outro lado, a AII apresenta 4 (quatro) sítios arqueológicos e 2
(duas) ocorrências, identificados no diagnóstico arqueológico interventivo, aos quais
são acrescentados mais 7 (sete) sítios arqueológicos, cujos cadastros foram
realizados por pesquisadores da FUMDHAM (4 no total) e por arqueológicos que
participaram de um projeto arqueológico, para a implantação de uma linha de
transmissão, desenvolvido no ano de 20061, deste projeto há 3 sítios arqueológicos
no município de Bom Jesus que estão na AII. Ao todo, somando-se os dados da
ADA, AID e AII, chegou-se a 20 sítios e 8 ocorrências arqueológicas2.
No que tange aos sítios históricos observados, destacamos os vestígios
encontrados no interior das estruturas habitacionais apontam para atividades ligadas
diretamente ao suporte ambiental utilizado pelo grupo doméstico em questão.
O conceito de grupo doméstico refere-se a ―um grupo de pessoas co-
residindo em uma residência ou composto residencial, e que, até certo ponto,

1
Prospecção Arqueológica da Área de Implantação das linhas de transmissão 69 kV Eliseu Martins /
Bom Jesus; São João do Piauí / Canto do Buriti; Bertolínia / Uruçuí II; Eliseu Martins / Bertolínia e
Sub-Estações de Uruçuí II, Buriti Grande e Itaueira.
2
As quais poderão indicar a existência de novos sítios arqueológicos, de acordo com os objetivos e
metodologias empregados nas próximas etapas de pesquisa arqueológica, relacionadas ao
licenciamento ambiental.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 164
compartilham de suas atividades de manutenção e das decisões a ele relacionadas‖
(BLANTON, 1994: 05).
A cultura material encontrada em sítios domésticos, está relacionada às
atividades de caráter diversificado que foram realizadas no interior e no exterior das
estruturas de habitação, e expressão simultaneamente normativas e idiossincrásicas
da unidade mais básica da sociedade em sua interação com a sociedade como um
todo (BEAUDRY, 1984: 27). Pelo fato do grupo doméstico ser a unidade social
responsável pelos vestígios materiais encontrados nas unidades domésticas, e estar
integrado à sociedade mais ampla, este tem sido considerado como uma das
escalas mais apropriadas de análise para a pesquisa arqueológica (KLEIN, 1991:
88).
Por outro lado, no que cumpre aos vestígios pré-históricos, foi possível
perceber a existência de sítios com arte rupestre, em uma área onde ainda não
haviam sido identificados os mesmos, embora esses potencial seja destacado pelos
sítios arqueológicos existentes em espaços no entorno. Além disso, o estudo
indicou, embora de maneira tênue por causa do tamanho da amostra, a formação de
duas perspectivas de organização tecnológica que podem ser pensadas com
relação aos sítios líticos: a primeira delas pode ser enxergada como envolvendo a
vinculação da produção de artefatos às necessidades imediatas; a segunda
perspectiva, envolve uma organização tecnológica que amplia a vida útil dos
artefatos, na medida em que acarreta maiores índices de reuso e, também, de
reciclagem.
Tendo em vista o atendimento das recomendações presentes no relatório final
do projeto Diagnóstico Arqueológico Interventivo na Área da LT 500 KV, SE
Gilbués–SE São João do Piauí, Estado do Piauí, no que tange ao patrimônio cultural
arqueológico é que o presente plano de trabalho foi elaborado.

Objetivos
 Identificar a extensão, profundidade, diversidade cultural e grau de
preservação dos sítios arqueológicos identificados nas áreas afetadas pela
implantação do empreendimento;
 Aprofundar o estudo das ocorrências arqueológicas, tendo em vista o seu
reconhecimento ou não enquanto sítios arqueológicos;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 165
 Efetuar atividades de salvamento arqueológico nos sítios selecionados,
através de escavações ou de outros métodos que possam contribuir com
informações sobre a arqueologia e os processos de ocupação nas áreas
afetadas pela implantação do empreendimento;
 Contribuir para a ampliação do conhecimento acerca do passado pré-colonial
e histórico da Região Sul do Estado do Piauí, pensando essa inserção,
também, dentro de perspectivas regionais e/ou nacionais.

Metodologia
Metodologia simplificada da pesquisa arqueológica
 Levantamento de dados históricos, através do estudo de fontes primarias
e/ou secundárias; levantamento de informações acerca do ambiente, tais
como clima, vegetação, hidrografia, geologia, geomorfologia, topografia,
etc., isto, principalmente por meio do exame de uma documentação
cartográfica, em escalas diversificadas, com o propósito de obter
conhecimento prévio da área a ser trabalhada; levantamento acerca da
produção bibliográfica e/ou técnica em arqueologia, considerando-se as
fontes disponíveis para a(s) área(s) em estudo. Essas informações irão
contribuir para uma contextualização da(s) área(s) e, também, auxiliarão
no planejamento de atividades de campo.
 Delimitação de áreas piloto, com tamanho variável – dependendo da
espacialidade da região e do alcance do(s) empreendimento(s) –, para o
emprego do método de levantamento arqueológico por amostragem
probabilística estratificada (―Sampling‖), que se caracteriza pela realização
de levantamentos de campo em áreas amostrais delimitadas a partir dos
levantamentos anteriores, como forma de abranger diferentes
compartimentos ambientais e/ou áreas de maior potencial arqueológico.
 Realização de intervenções de sub-superfície ao longo de toda a Linha de
Transmissão e, nos locais de implantação das torres.
 Levantamento de campo assistemático extensivo, isto é, realização de
uma varredura na(s) área(s) através de ―prospecções‖ oportunísticas e
probabilísticas em que serão considerados fatores como, as diferentes
informações da(s) comunidade(s) local(is) acerca de ocorrências de cunho

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 166
arqueológico e, lugares específicos com maior acessibilidade e
visualização do solo.
 Levantamento através de técnicas invasivas na subsuperfície de sítios
arqueológicos, tais como poços teste e/ou sondagens, com tamanho,
espaçamento e profundidade variáveis de acordo com a tipologia das
evidências arqueológicas.
 Configuração de sítios e/ou estruturas em uma planta 2-D, realizada
graficamente em papel milimetrado e em 3-D, realizada em software
especifico.
 Coleta de amostras que contenham sílica para datações por
Termoluminescência e de amostras para datação por C14, isto, quando a
tipologia do material for insuficiente para inferir uma cronologia e/ou
tipologia do grupo humano e dentro dos limites/prazos de execução do
projeto.
 Documentação dos procedimentos de campo e de laboratório através de
fotografias e/ou filmagens.
 Coleta e acondicionamento de materiais arqueológicos em campo e
curadoria técnica destes em laboratório e/ou reserva técnica.
 Análises laboratoriais que visem identificar as peças quanto a matéria
prima, a tecnologia associada ao(s) processo(s) de elaboração e os
atributos relacionados a(s) forma(s) e ao(s) uso(s) da peça(s).
 Identificação do(s) sítio(s) arqueológico(s) através do preenchimento de
fichas de cadastramento tidas como padrão pelo IPHAN – Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Essas fichas serão anexadas ao
relatório do projeto e atuam, também, de maneira a possibilitar o registro
dos sítios identificados na(s) área(s) do empreendimento no âmbito do
Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do IPHAN.
 Realização de escavações arqueológicas que delimitem espaços
amostrais nos sítios arqueológicos identificados na fase anterior para
serem resgatados.
 Levantamento topográfico dos sítios arqueológicos a serem resgatados.
 Utilização de técnicas de relevè para identificação e coleta de informações
em sítios que contenham arte rupestre.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 167
 Coleta de sedimentos, através de colunas testemunho, para análises de
solo encontrado em sítios arqueológicos, quando a estratificação destes
assim o permitir.
 Acompanhamento da obra, mitigando ou evitando possíveis impactos ao
patrimônio arqueológico, representado pelos sítios e/ou ocorrências
arqueológicas identificados nas fases anteriores e que não foram
elencados para serem resgatados.

Metodologia simplificada da educação patrimonial


A educação patrimonial, desde a década de 1990, faz parte das ações do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN que vem promovendo
ações educativas com a finalidade de proporcionar uma discussão ampla sobre a
importância do Patrimônio Cultural.
Assim, ao propormos o trabalho de educação patrimonial nesta pesquisa
desejamos articular um diálogo sobre a histórica local, pois acreditamos que a
educação patrimonial pode propiciar uma relação mais efetiva entre a população e
as suas heranças culturais.
A educação patrimonial pode ser aplicada em vários âmbitos, desde unidades
escolares localizadas nas zonas urbana e rural até à associações de moradores, ou
núcleos residenciais, em áreas nos municípios envolvidos no traçado da Linha de
Transmissão.
A educação patrimonial, como qualquer área que visa a
educação/aprendizagem, trabalha com as capacidades intelectuais dos indivíduos,
através do uso de conceitos e habilidades na vida diária. O reconhecimento do
patrimônio natural cultural em meio ao qual o individuo encontra-se inserido oferece
oportunidades para provocar a curiosidade e estimular a memória e as emoções
sobre o lugar. Desta forma, a educação patrimonial estimula a busca pelo passado,
a compreensão do presente, projetando o futuro.
A materialização das ações de educação patrimonial ocorrerá, entre outros
aspectos, da seguinte maneira:

 Observação: exercícios de percepção/ sensorial, por meio de perguntas,


manipulação de objetos, mediação, anotações, dedução, comparação,
jogos de detetive etc.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 168
 Registro: desenhos, descrição verbal ou escrita, gráficos, fotografias,
maquetes, mapas e plantas baixas, modelagem etc.
 Exploração: análise do problema, levantamento de hipóteses, discussão,
questionamento, avaliação, pesquisa em outras fontes etc.
 Apropriação: recriação, releitura, dramatização, interpretação em
diferentes meios de expressão, como a pintura, escultura, drama, dança,
música, poesia, texto, filme e vídeo, exposição.

Destarte, ressaltamos ainda o fato de que uma pesquisa arqueológica


apresenta vários estágios, sejam eles de trabalhos de campo, de laboratório ou de
gabinete. Basicamente, uma pesquisa em arqueologia pode ser perspectivada a
partir da natureza do dado arqueológico e dos objetivos do pesquisador, sendo que
a esses pontos podem ser ligados outros três que são: o planejamento de campo, os
procedimentos de análise e as ilações interpretativas. Desse modo, observamos que
a eficiência de uma pesquisa não está no maior ou menor uso de determinado
conceito, dado ou inferência analítica, mas que ela consiste essencialmente em um
uso bem articulado e paralelo de um arcabouço teórico, de métodos e técnicas que
possam gerar coleções de dados confiáveis e, também, da coerência pertinente às
hipóteses de trabalho formuladas.

2. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA


Para a realização dos trabalhos de campo: arqueólogos, técnicos arqueólogos
e trabalhadores braçais;
Para realização dos trabalhos em laboratório: estagiários, técnicos em
geoprocessamento, técnicos de laboratório, consultores e arqueólogos de
laboratório.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 169
3. CRONOGRAMA

Programa de Prospecção Arqueológica e Educação Patrimonial

Meses
Atividade
1 2 3 4

Atividades de campo – Prospecção

Elaboração das ações de educação patrimonial

Execução das ações de educação patrimonial

Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados

Análise dos materiais arqueológicos coletados

Sistematização e análise dos dados coletados

Elaboração do Relatório Final

Entrega do Relatório Final do Programa de Prospecção Arqueológica e Educação


Patrimonial

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 170
Programa de Resgate Arqueológico, Educação Patrimonial e Monitoramento

Bimestres
Atividade
1 2 3 4

Atividades de campo – Resgate arqueológico

Elaboração das ações de educação patrimonial

Execução das ações de educação patrimonial

Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados

Análise dos materiais arqueológicos coletados

Sistematização e análise dos dados coletados

Elaboração do Relatório Final

Entrega do Relatório Final do Resgate Arqueológico e da Educação Patrimonial

Monitoramento arqueológico

Entrega do(s) relatório(s) de monitoramento arqueológico

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