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Gestão Ambiental e

Responsabilidade Social
Material Teórico
As Organizações e o Meio Ambiente

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Nilza Coradi de Araújo

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
As Organizações e o Meio Ambiente

• O Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial


• As Empresas e a Contaminação Ambiental
• A Reação das Empresas
• Competitividade e Gestão Ambiental
• Concluindo a Unidade

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar de forma clara e objetiva a relação entre Empresa e
meio ambiente e como a gestão ambiental pode ser aplicada para a
Empresa se adequar às questões ambientais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
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Conserve seu
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Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

O Desenvolvimento Sustentável
no Mundo Empresarial
Empresas e meio ambiente é um assunto importante e de difícil equalização. As
principais responsáveis pelo esgotamento e pelas alterações ocorridas nos recursos
naturais são as empresas. É na natureza que as organizações obtêm os insumos
que são usados para a produção de bens utilizados pelos seres humanos. É uma
atividade crucial a realizada pelas organizações; no entanto, nos últimos anos,
os problemas ambientais causados pelas indústrias vêm se apresentando como
prioridade e se tornando o aspecto mais visível de tais organizações.

Esse papel de vilãs ambientais tem um fundamento, pois os dados estatísticos


apontam que são poucas as empresas que realmente se empenham em cuidar do
meio ambiente e tornar seus processos produtivos mais eficientes ecologicamente.
E quando o fazem, a iniciativa é, normalmente, uma resposta a exigências legais
e não vem de uma postura de responsabilidade social e ambiental. Sabemos, no
entanto, que o papel desempenhado por essas organizações é imprescindível e é
com o avanço da implantação de Sistemas de Gestão pelas empresas que teremos
uma evolução rumo ao desenvolvimento sustentável.

O conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem sido


pautado mais no sentido do modo como as empresas assumem as formas de gestão
mais eficientes como a produção mais limpa.

Embora haja crescimento perceptível na direção da sustentabilidade, ela ainda


está muito focada no ambiente interno das organizações, voltada, principalmente,
para processos e produtos. Já houve grande avanço; no entanto, falta muito para
que as empresas se tornem agentes de desenvolvimento sustentável socialmente
justo, economicamente viável e ambientalmente correto.

As Empresas e a Contaminação Ambiental


A Revolução Industrial deu início à contaminação ambiental de forma exponencial
e inúmeras catástrofes ambientais foram ocorrendo com repercussões de ordem
local, regional e global. Nos processos industriais, os insumos utilizados são
provenientes dos recursos naturais e, devido aos processos empregados, geram
resíduos que contaminam o meio ambiente. Tais processos podem provocar, além
do esgotamento dos recursos naturais, contaminações que afetam o meio ambiente
e a saúde humana.

Ao explorarmos o meio ambiente buscando um benefício privado causando


diversos impactos ambientais, podemos afetar o bem estar de outras pessoas que
não têm relação com quem esteja gerando os impactos. Esses impactos são custos
externos ou externalidades para as empresas. Do ponto de vista econômico, é a

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internalização dos custos externos ambientais pelas empresas. Isso ocorre quando
o gerador da externalidade não assume os custos e os transfere a terceiros na
forma de contaminação ambiental (DIAS, 2011).

Resumidamente, são custos ambientais que o empresário causa, mas não assume,
e que diminuem seus custos diretos, pois não investindo no processo produtivo para
evitar a produção de resíduos, obtém uma vantagem em curto prazo, mas para a
sociedade como um todo, é negativo, pois leva ao esgotamento e à deterioração
dos recursos naturais e da saúde pública.

É importante frisar que na falta de incentivos que induzem a internalização dos


custos ambientais nas empresas, elas só parariam a geração de resíduos quando
as externalidades ambientais negativas não gerassem mais benefícios para tais
organizações. Na verdade, as leis ambientais ou mecanismos fiscais devem garantir
que tratar os resíduos seja mais barato que se desfazer deles sem tratá-los.

Na verdade, isso está nas mãos das instituições ambientais; na pressão das
comunidades e nas exigências do Mercado, tornando mais conveniente a adoção
de mecanismos prévios que evitem a contaminação.

Produzir Entregar Recolher as sobras Reciclar


Figura 1
Fonte: Adaptado de iStock / Getty Images

Fatores para Induzir Respostas das Empresas


Muitos fatores podem provocar uma resposta das empresas para diminuir os
impactos ao meio ambiente. Entre esses fatores, temos: o estado, a comunidade,
o mercado e os fornecedores.

O Estado
Alguns órgãos ambientais, juntamente com a Legislação Ambiental, são
importantes ferramentas para limitar a liberdade das empresas em contaminar. O
Estado usa esses instrumentos legais com o intuito de preservar o ambiente, a saúde
e o bem comum. A regulação formal pode ser atrelada a instrumentos econômicos
e/ou ao comando e ao controle nos quais o governo estabelece regulamentações
para o uso dos recursos naturais e fiscaliza o cumprimento da Legislação punindo as
empresas que não cumprem com multas e até com o fechamento da Organização.
Nesse caso, a decisão da empresa em contaminar ou não vai depender da diferença
entre os custos que ela terá e o valor das multas ou dos custos de um possível
fechamento temporário.

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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

No caso da utilização dos instrumentos econômicos, os bens ambientais devem


ser valorados da forma mais correta possível, de acordo com a sociedade, de
forma a se cobrar pelo uso desses bens, direta ou indiretamente, em forma de
taxas, subsídios etc. A Empresa pode decidir entre contaminar e pagar a taxa ou
descontaminar e incorrer nos custos para reduzir a emissão de contaminantes.

As medidas de controle ou prevenção da contaminação, mesmo gerando os


custos iniciais, ajudam a melhorar a competitividade entre as empresas. Para
que isso realmente ocorra, além de benefícios ambientais, deve também ocorrer
benefícios privados, que gerariam ao mesmo tempo benefícios públicos como
aumento do emprego e das condições sociais.

Mas o Estado não é o único que incentiva e pressiona as empresas para que
melhorem seu desempenho no quesito meio ambiente; além da regulação formal,
outros fatores como pressões da comunidade, grupos organizados, Mercado,
consumidores e fornecedores também pressionam as organizações para essa
mudança de postura.

A Comunidade
As comunidades que se localizam próximas às empresas cada vez mais se
apresentam como fundamentais em relação à pressão aos problemas ambientais,
porque são as primeiras a sofrerem as consequências da poluição dessas
organizações e, por conta disso, tem uma capacidade de resposta mais rápida,
afetando diretamente as decisões da Empresa no controle ambiental.

Outro ponto importante é que cada vez mais as pessoas estão ficando
informadas sobre os processos que levam à contaminação ambiental. Membros da
comunidade, intelectuais, jornalistas, educadores, entidades ecológicas e técnico-
científicas, encontram os mecanismos legais para pressionar governos e empresas
a cumprirem suas responsabilidades junto ao meio ambiente.

O Mercado
As empresas comumente atuam em diversos mercados, tanto locais como
globais. Com o aumento da consciência ambiental, os mercados consomem cada
vez mais produtos de empresas que são ecologicamente responsáveis. Países
mais desenvolvidos ou regiões mais desenvolvidas dentro de um mesmo país,
normalmente, são os que mais consomem produtos com essa pegada e isso acaba
colocando a Empresa como benfeitora ou não do meio ambiente, agregando valor
de Mercado.

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Os Fornecedores
Muitas empresas fornecedoras de outras que necessitam ou já têm uma política
de bom desempenho ambiental acabam fazendo exigências aos seus próprios
fornecedores para que eles tenham as certificações ambientais e se tornem
organizações que atendam aos requesitos ambientais.

Dessa maneira, mesmo que a empresa não sofra pressão direta do Estado
ou da comunidade, ela se vê obrigada a adotar medidas ambientais para evitar a
contaminação, porque seus clientes exigem que ela integre uma cadeia produtiva
ambientalmente correta.

Figura 2 – Descarte de Resíduos Industriais


Fonte: iStock / Getty Images

A Reação das Empresas


A poluição causada pelas indústrias é resultado da dificuldade da transformação
total dos insumos em produtos. Essas sobras formam os resíduos que podem
contaminar o ar, a água e o solo. Quando uma empresa necessita reduzir seus
resíduos, tem basicamente dois caminhos a seguir: instalar tecnologias ao final do
processo produtivo para barrar a contaminação gerada ou aplicar atividades para a
prevenção da contaminação ao longo de todo o processo produtivo.

Com a instalação de tecnologias, uma parte dos resíduos é retida antes que saia da
área ocupada pela Empresa. Esses resíduos devem ser recolhidos e dispostos em local
específico e em recipientes adequados, o que exige das empresas novas instalações
que, consequentemente, demandam investimentos e aumento no custo de produção.

Entre outras, as atividades de prevenção da poluição, incluem o uso mais


eficiente dos recursos naturais e da energia utilizada e a diminuição da geração de
resíduos. No entanto, as estratégias para reduzir a emissão de poluentes podem
também gerar muitos benefícios para a Empresa, como a diminuição de custos
de produção e o melhor posicionamento no Mercado, com maior eficiência no
processo e produto de melhor qualidade.

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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

Muitas outras vantagens a empresa obtém quando reduz os resíduos e adota


mecanismos de controle da poluição. Entre esses benefícios, destacamos:
»» Menores gastos com matéria-prima, energia e disposição de resíduos;
»» Diminuição ou eliminação dos futuros custos com processos de descontami-
nação de resíduos.
»» Diminuição das complicações legais e não pagamento de multas ambientais;
»» Custos menores de operação e manutenção;
»» Diminuição dos riscos para funcionários e meio ambiente e, portanto,
menores despesas.

Muitas vezes, para reduzir a contaminação, não é necessário investimento, apenas


a melhoria da gestão e das práticas adotadas ao longo do processo de fabricação.

Portanto, tornar-se uma organização ambientalmente responsável exige uma


mudança profunda no modo de ver e fazer as coisas.

Competitividade e Gestão Ambiental


Para que uma empresa possa ser considerada competitiva, um conjunto de fatores
variados, complexos e que se inter-relacionam devem ser analisados; fatores como:
custos, capital humano, tecnologia, inovação, controle de qualidade, produtos e
serviços. A Gestão Ambiental, nos últimos anos, desponta como mais um item de
competitividade, devido aos benefícios que traz ao processo de produção. Entre as
muitas vantagens competitivas, podemos destacar:
»» Quando a Empresa cumpre as exigências normativas, melhora seu desem-
penho ambiental, trazendo a sua inserção num mercado que é cada vez mais
exigente em termos ambientais;
»» A redução dos recursos energéticos como um item a ser alcançado na gestão
ambiental traz consequente redução nos custos de produção;
»» Com a redução da quantidade de insumos utilizados por produto, há redução
dos custos de matéria-prima e consumo de recursos;
»» Otimizando as técnicas de produção, melhora-se a capacidade de inovação
da Empresa e se minimiza o impacto ambiental do processo.

A questão ambiental entrará em uma Organização por vários meios e dependerá


de alguns fatores, como o ambiente externo e próximo à unidade de produção, dos
recursos naturais que essa empresa utiliza e do grau de contaminação ambiental
que seu processo produtivo gera, entre outros.

O quadro a seguir apresenta as diferentes estratégias adotadas pelas empresas


diante da problemática ambiental e da legislação envolvida.

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Tabela 1 - Opções estratégicas das empresas diante da legislação ambiental.
Opções Estratégicas Descrição
É a opção adotada pelas empresas que não cumprem a legislação ambiental devido aos custos
Não Cumprimento
envolvidos, ou por terem baixa percepção da importância do fator ambiental.

Cumprimento A organização escolhe uma estratégia reativa, limitando-se a cumprir a legislação vigente.

A empresa adota uma postura proativa em termos de gestão ambiental, adotando uma
política ambiental que ultrapassa as exigências legais. As emrpesas que assumem esta
Cumprimento a mais
estratégia são as que incorporam instrumentos voluntários de política ambiental, como os
selos ecológicos e os certificados de gestão ambiental, como o ISO 14001.

Estratégia baseada na premissa de que a “gestão ambiental é boa administração”. É


Excelência comercial adotada pelas empresas que buscam a excelência ambiental, com foco na qualidade,
e ambiental procurando projetar e desenvolver produtos e precessos limpos. Sob esse ponto de vista,
essas empresas consideram que a contaminação equivale à ineficiência.

As empresas observam as práticas mais avançadas do seu setor econômuco e incentivam a


Liderança ambiental sua força de trabalho para “trabalhar com base numa ética ambiental”. De modo geral são
as primeiras a assumir novas medidas de cunho ambiental.
Fonte: Dias, 2005 apud Roome, 1992

Na competitividade empresarial, as variáveis ambientais mais relevantes são: a


Gestão Ambiental de Processos e a Gestão Ambiental de Produtos.

As principais ferramentas na Gestão Ambiental de Processos são as Tecnologias


Ambientais como a produção mais limpa e a certificação de processos. Na Gestão
Ambiental de Produtos, temos a análise do ciclo de vida, a certificação dos produtos
e o eco design.

As empresas, depois de melhorarem os processos de produção, voltam-se para


o projeto de seus produtos e, nesse ponto, a importância da avaliação do ciclo
de vida dos produtos é imprescindível, que é a análise dos impactos ambientais
causados pelo produto, desde a matéria-prima utilizada, seu transporte, modo de
fabricação, transporte do produto final, utilização do produto e seu descarte. Em
relação ao produto, muitas outras fases do ciclo de vida podem ser adicionadas a
essa análise.

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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

Ciclo de Vida dos Produtos

Transporte e
Armazenamento
Fabricação Venda

Extração da
Uso
Matéria Prima

Descarte
Reciclagem Manutenção

Re-Uso

Figura 3 – Ciclo de vida dos produtos


Fonte: CNI, 2004

Gestão Ambiental – Estímulos para Adoção


Existem diversos estímulos externos e internos para que uma Empresa adote
um Sistema de Gestão Ambiental. A seguir, apresentaremos os diversos fatores
que induzem as empresas a adotarem esse sistema como parte de seu processo de
desenvolvimento e inovação.

Estímulos Internos
1. Redução de custos: benefícios imediatos com a redução de material por
unidade produzida, utilização mais eficiente de recursos como energia e
água. Em médio e longo prazos, benefícios com a redução de resíduos com
menores custos futuros para o manejo e disposição desses dejetos;

2. Qualidade do produto: a obtenção da melhora da qualidade ambiental traz


a elevação da qualidade do produto, como: durabilidade, confiabilidade e
facilidade na manutenção;

3. Melhoria da imagem da empresa: uma empresa com reconhecimento


ambiental tem imagem positiva junto aos consumidores;

4. Inovação: o sistema de Gestão Ambiental acaba incorporando a inovação


como componente fundamental e permanente na estrutura da Organização.
A Empresa precisa de inovação por diversos motivos; um exemplo é buscar
diferenciação em relação a seus concorrentes e, com um produto inovador,
acessar mercados que antes não teria oportunidade de atingir;

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5. Responsabilidade social: gestores das empresas nos seus diversos níveis
se sentem cada vez mais responsáveis em relação à comunidade, pois já
compreendem o papel da Empresa na poluição ambiental. A conservação
do meio ambiente inclui a preocupação com as necessidades das gerações
futuras, com a diversidade cultural e social na comunidade.

Estímulos Externos
1. Mercado: aumento das exigências ambientais por parte de clientes e
consumidores. Essa demanda obriga as empresas a adequar sua forma de
atuar, alterando processos e produtos em desacordo com o meio ambiente;

2. Concorrência: os concorrentes também podem ser um estímulo para a


adoção de métodos de gestão ambiental. A posição da empresa em relação
aos concorrentes cada vez mais está relacionada à adoção de sistema de
Gestão Ambiental;

3. Poder Público e Legislação Ambiental: o controle dos governos em


relação às questões ambientais está aumentando cada vez mais; então, as
empresas, além de conhecer a Legislação vigente, deve antever a Legislação
futura de seus países e dos países para os quais exportam. Hoje a regulação
ambiental ainda é um dos fatores mais determinantes para que as empresas
adotem medidas voltadas para a Gestão Ambiental;

4. Sociocultural: consumidores e sociedade como um todo são as partes mais


significativas da pressão exercida, colocando exigências sobre os produtos
e os processos de produção. Processos produtivos antes conhecidos apenas
por algumas pessoas dentro das empresas, hoje se popularizaram pelos
meios de comunicação, o que faz com que, em pouco tempo, as empresas
percam a credibilidade se o objetivo for somente melhor posicionamento no
Mercado, sem modificar efetivamente seus processos e seus produtos;

5. Certificações ambientais: as certificações que se expressam em selos de


qualidade ambiental têm cada vez mais se tornado um estímulo de peso para
as empresas. Muitos clientes de países desenvolvidos exigem uma certificação
reconhecida, como a norma ISO 14000.

Selos ecológicos são identificações dos produtos por meio de selos ou etiquetas
emitidos por organizações comerciais e não governamentais, atestando que o
produto cumpriu certos padrões ambientais previamente estabelecidos. Esses selos
constituem atitude voluntária e são mais comuns nos países nos quais a consciência
ecológica é maior.

Os sistemas de gestão ambiental constituem processos sob os quais, de forma


sistemática e planejada, controlam-se e se minimizam os impactos ambientais
negativos de uma Organização.

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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

Para se obter a certificação de um modelo de Gestão Ambiental, como, por


exemplo, a série ISO 14000. A Empresa deve implementar ferramentas para
monitorar atividades, produtos ou serviços que podem interagir com o meio ambiente
e desenvolver programas ambientais que promovam redução ou eliminação do
impacto eventualmente produzido (DIAS, 2005);

6. Fornecedores: os fornecedores podem influenciar a conduta das empresas


de várias formas como, por exemplo, introduzindo novos materiais e
processos que diminuem as agressões ao meio ambiente e que podem ser
adotados pelas corporações.
Em %

Atender o regulamento ambiental 45,2

Estar em conformidade com a política


social da empresa
40,6

Atender exigências para o licenciamento 37,8

Melhorar a imagem perante a sociedade 16,0

Atender o consumidor com


preocupações ambientais
15,9

Reduzir custos dos processos industriais 13,4

Aumentar qualidade dos produtos 12,7

Atender reivindicação da comunidade 6,7

Aumentar a competividade
das exportações
6,2

Atender exigências de instituição


financeira ou de fomento
3,3

Atender pressão de organização


não governamental ambientalista
2,9

Outra 1,0

Figura 4 – Principais razões para a adoção de medidas gerenciais


associadas à Gestão Ambiental pelas indústrias

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Concluindo a Unidade
De todas as instituições que existem na sociedade humana, as empresas são
os principais agentes para atingirmos o desenvolvimento sustentável. A questão
envolve o ambiente interno das empresas, pois não há atuação responsável de
uma empresa na sociedade se internamente seus gestores e funcionários não estão
convencidos da adoção de práticas ambientalmente corretas. Portanto a importância
da adoção de Sistema de Gestão Ambiental integrados numa perspectiva mais
ampla que envolva a mudança da cultura da empresa, introduzindo as questões
ambientais internamente na empresa.

O envolvimento da Humanidade com a questão ambiental tem colocado as


empresas como vilãs da sociedade e responsáveis pela degradação do ambiente
natural. Se analisarmos apenas sob esse prisma, as empresas como unidades
produtivas isoladas do contexto social, podemos até afirmar isso, no entanto, as
empresas devem ser também analisadas no contexto social, no meio em que se
encontram, como fornecedoras indispensáveis de produtos e serviços dos quais os
seres humanos necessitam e dependem para viver.

É importante termos em mente que a responsabilidade do empresário é


fundamental para a superação da crise ecológica e este deve assumi-la, ou de forma
voluntaria ou coercitiva pela aplicação da legislação.

Portanto, a responsabilidade social e ambiental da empresa é um fato, mas


deve ser compartilhada pela sociedade que consome seus produtos e os tem como
extremamente necessário para sua sobrevivência. A responsabilidade pela poluição
do planeta não pode estar localizada apenas em um agente determinado, mas sim
uma consequência de uma sociedade como um todo, que deve assumir o problema
e cada um deve cumprir seu papel para enfrentá-lo.

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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Ecodesign é a Nova Modalidade de Lucro.
https://youtu.be/9ArVDFMeOZs
Certificação ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental
https://youtu.be/Xgbm_UzGxhM

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Referências
CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011.

DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São


Paulo: Atlas, 2011.

ROOME, Nigel. Developing environmental management strategies. Business


strategy and the environment, v. 1, n. 1, p. 11-24, 1992.

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