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Centro Universitário do Distrito Federal – UDF

Ciências Exatas e Tecnológicas


Curso: Engenharia Mecânica

1° RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

Gabriel da Silva Peixoto / 140912-3


GMAX IMPLEMENTOS / Brasília

Brasília – fevereiro de 2018


Centro Universitário do Distrito Federal – UDF
Ciências Exatas e Tecnológicas
Curso: Engenharia Mecânica

RELATÓRIO APRESENTADO AO ENG. VICTOR HUGO - ESTÁGIO


SUPERVISIONADO I

Coordenador: Prof. Tiago de Melo


Supervisor de estágio: Victor Hugo
Empresa: GMAX IMPLEMENTOS
Inicio do estágio: 05/02/2018
Carga horaria total: 100 horas (25 dias)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................5
2. A ORGNIZAÇÃO.......................................................................................6
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................7
3.1. CHAPAS DE AÇO...............................................................................7
3.1.1. NUMERAÇÃO E DIMENSIONAMENTO..............................................7
3.2. PERFIS ESTRTUTURAIS...................................................................9
3.2.1. PERFIS FORMADOS A FRIO...........................................................9
3.3. MÁQUINAS UTILIZADAS NO PROCESSO.......................................11
4. CALCULO DO COMPRIMENTO DE PEÇAS DOBRADAS.....................13
4.1. CALCULO ATRAVES DA LINHA MEDIA DA CHAPA..............................................13
4.2. CALCULO ESTIMATIVO...........................................................................................15
5. CONCLUSÃO............................................................................................17
6. REFERÊNCIAS.........................................................................................18
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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a realização de estágio é uma das formas mais eficazes de


se aplicar na pratica, os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula,
durante um curso ministrado na faculdade, agregando ao aluno estagiário o
conhecimento prático, como se dá o dia a dia empresarial em diversos âmbitos.
Visto que certas situações vivenciadas em uma rotina na fábrica são incapazes
de serem obtidas em uma instituição de ensino, pois a maneira mais eficaz de
torna-se habituado a tal situação, é vivenciá-las.
Este relatório tem por finalidade apresentar meus conhecimentos
adquiridos durante o desenvolvimento da pratica realizada na primeira semana
de estagio, que no decorrer desses dias pude observar, analisar e interagir, na
confecção de alguns perfis formados através de chapas de aço, sendo
confeccionados com o corte e dobra de maquinas de conformação a frio.
Neste relatório será aplicada a ênfase maior ao processo de fabricação
de perfis estruturais formados a frio, adquiridos por chapas com a matéria
prima de aço, dimensionadas e cortadas em uma guilhotina, e posteriormente
sendo inseridas em uma máquina dobradeira para dar a tal forma desejada ao
perfil estrutural.
E será listado alguns métodos de cálculos utilizados para se obter o
comprimento adequado a chapa de aço, por saber que há variações nas
dimensões da seção de tal chapa, devido á estricção (compressão e tração) na
parte da dobra.
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2. A ORGANIZAÇÃO

Fundada em 1998, a empresa GMAX IMPLEMENTOS é uma família


especializada em transformar o aço em patrimônio. Sendo um destaque na
execução de serviços metalúrgicos em Brasília, tendo a missão de fornecer
equipamentos e serviços com padrão de qualidade mundial, que representem
soluções eficientes para os diversos tipos de processos no exigente setor
industrial, seja no mercado nacional ou internacional. A empresa sempre busca
se diferenciar na precisão no acabamento, na fabricação dos produtos,
fornecendo o alto nível de qualidade aos produtos e serviços, garantindo o alto
padrão dos provimentos.
A empresa enfatiza alguns valores, tal como:
 Compromisso com o cliente;
 Ética na relação com o público interno e externo;
 Cuidado com a saúde e a segurança no trabalho;
 Rigor no prazo de produção;
 Respeito à legislação, normas técnicas e códigos;
 Compromisso na preservação do meio ambiente.
O cuidado com a saúde e a segurança de seus colaboradores é
considerado um compromisso e respeito a vida. Com todas as atividades
sendo realizadas a rigor com as normas recomendadas em ambientes de
trabalho agradáveis e em condições seguras para o melhor desempenho das
funções.
A empresa conta com 38 funcionários treinados e capacitados para a
execução de serviços metalúrgicos, sendo constante a realização de
treinamentos periódicos para o crescimento e desenvolvimento de novas
habilidades dos seus colaboradores, havendo uma relação baseada no
respeito, valorização e solidariedade.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. CHAPAS DE AÇO

Chapas são produtos planos obtidos por processo de laminação de aço,


fabricados por siderúrgicas, com larguras superiores a 500 mm, com
classificação entre chapas grossas e chapas finas, sendo caracterizadas por
medidas de suas espessuras, as grossas com espessuras entre 5 mm e 150
mm, com largura-padrão entre 1 m a 3,8 m e comprimento-padrão entre 6 m a
12 m, e as finas com espessuras variando entre 0,6 mm e 5 mm, com largura-
padrão entre 1 m a 1,5 m e comprimento-padrão entre 2 m e 6 m.
3.1.1. NUMERAÇÃO E DIMENSIONAMENTO
As chapas de aço na empresa GMAX IMPLEMENTOS são classificadas
por algumas variáveis, tais qual, o número, a espessura, a polegada e o
peso/m², como disposto nas tabelas abaixo, 1.1 para chapas finas, 1.2 para
chapas grossas:
Tabela 1-1 Classificação chapas finas

NÚMERO ESPESSURA/MM PLEGADAS PESO/M²


20 0,95 8
19 1,11 9
18 1,27 10,16
17 1,43 12
16 1,59 1/16 13
15 1,79 15
14 1,98 5/67 16
13 2,38 3/32 19
2,5 20
12 2,78 7/64 22
3 24
11 3,18 1/8 25,44
3,5 28
10 3,57 9/64 29
9 3,97 5/32 31,76
4 32
8 4,37 11/64 35
7 4,76 3/16 40
Fonte: (GMAX IMPLEMENTOS)
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Tabela 1-2 Classificação chapas grossas


NÚMERO ESPESSURA/MM PLEGADAS PESO/M²
5 40

6 48
3 6,35 ¼ 51
7,93 5/16 64
9,53 3/8 77
12,7 ½ 102
15,88 5/8 127
19,05 ¾ 153
22,23 7/8 178
25,4 1 203
31,75 1¼ 254
38,1 1½ 305
44,45 1¾ 356
50,8 2 407
63,5 2½ 508
76,2 3 610
88,9 3½ 711
101,6 4 813
Fonte: (GMAX IMPLEMENTOS)
Tabela analisada e conferida, usando um paquímetro no local da
empresa, para se adequar ao tamanho de cada chapa.
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3.2. PERFIS ESTRTUTURAIS

Para um projeto de uma estrutura metálica os perfis são os mais


importantes entre os componentes. Os perfis de utilização corrente são aqueles
cuja a seção transversal se assemelha as formas de algumas letras, como I, H,
U e Z, com isso recebem os nomes das respectivas letras, e também tem o
perfil L, recebendo o nome de cantoneiras.
Os perfis podem ser obtidos por alguns processos, como a laminação ou
a partir de operações, como a conformação a frio ou soldagem. Com esses
processos é possível obter inúmeros tipos de seção transversal. Quando
necessário obter uma maior capacidade resistente no perfil, se utiliza os perfis
compostos por dois ou mais, os perfis duplos, adquirindo uma boa rigidez a
torção (eliminando possíveis travamentos), menor área exposta (reduzindo a
área que necessita a pintura) e menor área de parada de líquidos ou detritos
(reduzindo a possibilidade de corrosão).

Figura 1 Seções transversais de perfis formados a frio

3.2.1. PERFIS FORMADOS A FRIO


Os perfis formados a frio são obtidos através de chapas de aço,
dobradas a frio em maquinas dobradeiras, podendo ser fabricados nas
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dimensões desejadas, tendo uma crescente utilização em estruturas leves, pois


possuem a praticidade de serem projetados para cada aplicação especifica,
ressaltando a leveza, facilidade de fabricação, de manuseio e de transporte,
além de possuírem resistência e ductilidade, utilizados principalmente em
concepções de estruturas de coberturas, elementos de fixação de tapamentos
laterais de galpões, andaimes e escoramentos, porém, sendo usada cada vez
mais como estruturas principais de galpões e edifícios de múltiplos andares,
nas estruturas civis.
O processo utilizado, na empresa GMAX IMPLEMENTO é o
descontinuo, utilizados para fabricação de pequenas quantidades de perfis, são
fabricados mediante a maquinas dobradeiras, posteriormente ao corte da
chapa através de maquinas de corte por guilhotina, sendo observado que para
se adquirir um formato mais complexo a chapa de aço é dobrada por várias
vezes necessárias, até que se tenha o formato desejado, ou seja, gerando
cada canto do perfil por vez, existe um limite de ao comprimento do perfil, por
questão à largura da prensa utilizada na máquina. Como esse material é
levado a uma estricção (compressão e tração) na área dobrada, para obtenção
da forma, isso faz com que mude as algumas propriedades do material na
região, como uma elevação da resistência ao escoamento e redução da
ductilidade do material de aço.
Como já mencionado, a nomenclatura dos perfis é padronizada, a
designação (nomenclatura) é feita da seguinte forma: tipo do perfil x dimensões
dos lados x espessura, com essas medidas dadas em milímetros, como a
tabela a baixo irá mostrar, os tipos e nomenclaturas padronizadas.
Tabela. 2 - Perfis padronizados a frio
Série Seção transversal Designação
Cantoneira de
L x bf x t
abas iguais

U simples U x bw x bf x t
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U enrijecido Ue x bw x bf x D x t

Z enrijecido a 90° Z90 x bw x bf D x t

Z enrijecido a 45° Z45 x bw x bf x D x t

Fonte: (ABNT NBR 6355:2003).

3.3. Maquinas utilizadas no processo

As maquinas utilizadas e analisadas durante a primeira semana de


estágio, foram as seguintes: prensa dobradeira CNC e máquina de corte a
guilhotina hidráulica.
 Prensa dobradeira (prensa viradeira) – com um comando
numérico, que possibilita a prensa fazer uma sequência de dobras
diferentes na mesma peça, a partir do controle de várias variáveis
de um lista de movimentos determinadas por um código, a prensa
é formada por uma mesa (matriz) com o formato final da dobra do
perfil, essa matriz é prensada contra a chapa de aço, por um
punção, que pressiona a chapa para efetivar a dobra, com
sucessivas operações similares a essa, podem fornecer varias
seções de perfis com a geometria desejada, através da troca de
ferramentas, sempre atento a carga máxima suportada defina
pelo fabricante. A travessa superior da prensa possui intermédios
que conectam o punção desejado com a travessa superior, já a
travessa inferior possui uma bancada de trabalho onde é fixada a
matriz.

 Máquina de corte a guilhotina – é uma ferramenta para corte de


chapas de aço planas, com um comando CN, para ajustar as
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dimensões desejadas a peça, com o corte sendo facilmente


realizado graças as suas facas de corte, com alta precisão, que
são dispostas de maneira inclinada diminuindo a força necessária
a ser aplicada para efetuar o corte, tornando possível o corte
linear das chapas de aço com precisão.
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4. CÁLCULO DO COMPRIMENTO DE PEÇAS DOBRADAS

4.1. CÁLCULO ATRAVES DA LINHA MÉDIA DA CHAPA

Para obter uma chapa dobrada segundo um determinado perfil é


necessário o corte da chapa com tamanho certo, por motivos da tração e
compressão que ela recebe no processo de dobra, consequentemente
surgindo um alongamento ou encurtamento do comprimento da chapa.
As fibras do material localizadas em seu plano neutro, não iram
sofrer alterações, e quando houver será alterações desprezíveis, com a
conformação da peça, tratando de plano linear, o local não afetado por
tração ou compressão será a linha neutra, portanto com a avaliação e
estudo dessa linha, será facilitado descobrir o comprimento exato da peça a
ser cortada.

Figura 2 - Esforços em um perfil dobrado

LN – Linha neutra (linha média)


SI – Superfície interna
SE – Superfície externa
r – Raio de concordância
C – Força de compressão
T – Força de tração
A linha neutra (linha média / LLN) não se encontra sempre na
metade da espessura da chapa, chegando a tal conclusão:
 A localização da linha neutra ou linha média será na metade (1/2) da
espessura da chapa quando for até 1 mm.
 A localização da linha neutra ou linha media será (1/3) da espessura
quando a espessura for acima de 1 mm.
Para calcular o comprimento da chapa para o processo de dobra,
deve ser lembrado como calcular um perímetro. A extensão da
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circunferência, ou seja, seu perímetro, pode ser calculada da


seguinte forma:
Perímetro = Diâmetro * π
Sabendo que D é o dímetro da circunferência, ou seja, D = 2 * Raio
(Rn), de modo geral o perímetro será calculado como:
Perímetro = Diâmetro * π * β° / 360° ou 2 * raio * β° / 360°
O raio mínimo e outra variável importante no cálculo, pois o raio
influencia muito nas dimensões do perfil, quanto menor o raio de
dobramento, maior será as tensões na superfície dobrada, então com isso,
se houver um pequeno raio de dobramento, consequentemente será
exercida um excessivo tracionamento podendo romper as fibras externas
do perfil. Define-se o raio mínimo de dobra para ser evitado a trinca do
material, este valor é em função do alongamento que o material sofre, e da
sua espessura quando submetida a dobra. Para determinar o raio mínimo,
pode ser utilizada a relação:
Rmín. = (50 * e / AL%) – (e / 2)
Rmín. - Raio mínimo
AL% - Alongamento % da chapa
e - Espessura da chapa
Rn = Rmín. + LLN
Rn - Raio neutro (raio médio)
Rmín. – Raio mínimo
LLN – Linha neutra (linha média)
A chapa quando submetida a conformação de dobra, como já
mencionado, seu comprimento pode ser alongado ou encurtado, para
determinar o comprimento alterado na dimensão da placa, será utilizado o
perímetro, interpretado pela letra P.
Irá ser utilizado como exemplo um perfil em U, para elaboração da
formula, como a figura a seguir:

Figura 3 – Perfil U dobrado a frio


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D – Altura.
C – Comprimento.
e – Espessura.
Então, será utilizado L para determinar o comprimento desenvolvido
quando tiver o efeito de encurtamento e L’ para determinar o comprimento
desenvolvido quando tiver o efeito de alongamento, a formula do
comprimento desenvolvido a ser utilizado para uma confecção do perfil
citado, será:
L = 2 * D + C + (2 * P)
L – Comprimento desenvolvido (quando a chapa sofre o efeito de
encurtamento).
D – Altura.
C – Comprimento.
P – Perímetro.
L’ = 2 * D + C – (2 * P)
L’ – Comprimento desenvolvido (quando a chapa sofre o efeito de
encurtamento).
D – Altura.
C – Comprimento.
P – Perímetro.

4.2. CÁLCULO ESTIMATIVO

Durante o período na empresa, foi passado o método utilizado pelos


funcionários para obtenção do comprimento desenvolvido do perfil
adquirido na dobra, foi elaborado as fórmulas para cada perfil passado,
segui a tabela abaixo:
Tabela 3 – Formula do comprimento desenvolvido
Série Seção transversal Formula comp.

Cantoneira L = ∑abas – (2 * t)

U simples
L = ∑abas – (4 * t)
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U cartola
L = ∑abas – (8 * t)
U enrijecido
L = ∑abas – (8 * t)

Z enrijecido a 90°
L = ∑abas – (4 * t)
Fonte: (AUTOR)
L – Comprimento desenvolvido do perfil.
A constante inserida nas fórmulas, depende dos números de dobras
do perfil multiplicado por dois.
t – Espessura da chapa.
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5. CONCLUSÃO

O desenvolvimento da primeira semana de estágio realizado, como


análise e participação do processo de corte e dobramento das chapas de
aço na empresa, proporcionou, além da experiência adquirida, um
conhecimento das rotinas em uma metalúrgica, como se comporta os
operários dentro da empresa, adequação a dimensionamentos das chapas,
frisou que para se ter um formato desejado do perfil estrutural, deve saber
calcular o comprimento desenvolvido do perfil, por motivo de estricção da
chapa quando dobrada, ocorrendo em suas superfícies tensões de tração e
compressão, fazendo com que, no final do processo a chapa tenha se
alongado ou encurtado nas dimensões, pude receber um feedback de uma
forma educada, tendo a possibilidade de colocar em prática as teorias
vistas na faculdade.
Conclui-se que o estágio, o qual vem sendo realizado na empresa
GMAX IMPLEMENTOS, será de grande agrado aos meus conhecimentos
técnicos, favorecendo minhas qualificações e me tornando um profissional
dotado de competência.
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6. REFERÊNCIAS

ABNT NBR 6355:2003. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Perfis


Estruturais de Aço Formados a Frio – Padronização.

MOLITERNO, Antônio. Elementos para projetos em perfis leves de aço. 1ª


edição. São Paulo: Editora Edgar Blucher, 1989. 209p.

CHODRAUI, Gustavo. TABELAS PARA VERIFICAÇÃO DE PERFIS


FORMADOS A FRIO. Salvador: UCSAL, 2009, 61p Monografia apresentada ao
Curso de Engenharia Civil da Universidade Católica do Salvador como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Salvador,
2009. Disponível em:
<http://proalpha.com.br/onewebmedia/apostila%20de%20met%C3%A1lica.pdf
>. Acesso em: 12 fev. 2018.

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