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Lavra de Gipsita

A lavra dos depósitos brasileiros é feita a céu aberto, em


depósitos pouco profundos. As frentes têm forma de
anfiteatro, com bancadas variando em torno de 15m. A
relação estéril-minério situa-se em média na ordem de 1:3,
sendo a recuperação na lavra, em geral, superior a 90%. O
capeamento, dependendo de suas características, é
removido, em minas mecanizadas, por meio de
escavadeiras, pás mecânicas ou desmonte hidráulico, sendo
sempre que possível utilizado para enchimento de áreas já
mineralizadas. Na furação são empregados marteletes,
perfuratrizes, compressores e explosivos de potência média.
No período das chuvas são utilizadas bombas para
drenagem da água.
Lavra de Gipsita
A mineração à céu aberto pode ser definida como uma
escavação superficial para remoção de minerais de interesse
econômico. Pode ser empregada para a explotação de
minerais metálicos e não metálicos (industriais) em
depósitos próximos à superfície, geralmente com
profundidades menores que 150 m. Os depósitos podem
variar de poucas toneladas (ouro) até mais de 100 milhões
de toneladas (ferro).

Os métodos de lavra à céu aberto podem ser classificados


entre os 3 tipos básicos descritos a seguir:
1. Mineração de pláceres
2. Mineração de open pits:
3. Mineração combinada
Lavra de Gipsita
1. Mineração de pláceres:
• Método de calhas e represas (“panning and sluicing”)
• Método de desmonte hidráulico (“hidraulicking”)
• Métodos de dragagem (“dredging”)

2. Mineração de open pits:


• Método de bancada simples
• Método de bancadas múltiplas
• Método de corte e aterro (“stripping”)
• Método de pedreiras (“quarry mining”)

3. Mineração combinada
• Método do funil (“glory hole”)
Lavra de Gipsita
Desmonte Represas e calhas
Lavra de Gipsita
Desmonte Hidráulico
Lavra de Gipsita
Desmonte por dragagem
Lavra de Gipsita
Bancadas Simples
Lavra de Gipsita
Bancadas Múltiplas
Lavra de Gipsita
Bancadas Múltiplas
Lavra de Gipsita
Vantagens da mineração à céu aberto:

• grande flexibilidade na produção


• possibilidade de se minerar seletivamente
• possibilidade de extração de 100% do material dentro
dos limites do pit
• pouca necessidade de mão-de-obra
• possibilidade de mecanização permite alta produção
unitária e maior segurança
Lavra de Gipsita
Problemas da mineração à céu aberto:

• ocorrência de estações climáticas desfavoráveis em


alguns locais
• problemas ambientais
• escarificação da superfície (buracos, encostas)
• poeira
• vibrações e barulho das explosões
• disposição de rejeito da lavra
Lavra de Gipsita
Fatores que afetam diretamente a seleção do método de lavra:
•espessura da cobertura e propriedades físicas da rocha estéril
•espessura, forma, configuração e estrutura do depósito
mineral
•modo de ocorrência (posição com respeito à superfície,
ângulo de mergulho)
•condições hidrogeológicas na mineração
•instalações técnicas viáveis para realizar trabalhos em
superfície (energia, equipamentos, perfuração principal,
equipamentos de carregamento e transporte)
•condições climáticas da área de mineração
•fatores econômicos (teor de minério, custos comparativos de
mineração, capacidades de produção requeridas)
•fatores ambientais: - preservação da superfície (recomposição
topográfica) - prevenção da poluição do ar e da água
Lavra de Gipsita
Open Pit Mining”:
Esse tipo de mineração à céu aberto é utilizado para minerar
depósitos minerais em qualquer tipo de rocha aflorante ou próximo à
superfície. São os métodos mais indicados para minerar corpos de
minério de dimensões horizontais que permitam altas taxas de
produção e assim baixos custos unitários de produção.
As variações mais importantes dentre os métodos tipo “open pit” são:
• “stripping mining” – mineração de carvão e camadas horizontais
delgadas.
• “quarry mining” – mineração de rochas ornamentais e agregados
(não metálicos)
Fatores que determinam o “lay out” da cava:
• orientação do depósito
• razão de descobertura
• taxa de produção requerida
• equipamento disponível
Lavra de Gipsita
Lavra de Gipsita

A escolha do método de lavra é um dos principais elementos


para análise de viabilidade econômica do empreendimento
mineral. Selecionado o método, que pode ser a céu aberto
ou lavra subterrânea, este deve ser seguro e produzir
condições adequadas para os funcionários, fomentar a
redução dos impactos causados ao meio ambiente, permitir
condições de estabilidade durante a vida útil da mina, ser
flexível às condições geológicas e a infraestrutura disponível
permitindo atingir uma produtividade máxima e reduzindo o
custo unitário
Lavra de Gipsita

A maioria das minas utiliza mais de um método de lavra em


sua operação, pois um dado método pode ser mais
apropriado para uma zona do depósito, todavia seu
emprego pode não ser a melhor opção em outras zonas. Há
casos ainda em que se faz necessária a alteração do método
aplicado a determinado depósito durante o processo de
lavra por motivos operacionais, econômicos e/ou
ambientais.
Lavra de Gipsita

Os tipos de lavra mais comumente utilizados são a lavra a


céu aberto e a lavra subterrânea, existindo ainda a lavra por
dissolução e a lavra submarina. A lavra a céu aberto se
caracteriza por realizar uma escavação superficial para
extração de minerais com valor econômico agregado, sendo
geralmente aplicada a depósitos estratificados,
horizontalizados e maciços e veios mergulhando em ângulos
maiores do que o ângulo de repouso do material estéril
Lavra de Gipsita
A escolha entre mineração à céu aberto e mineração
subterrânea é a razão de descobertura limite, calculada
através da razão entre o volume de cobertura a ser
removido e a tonelagem de mineral útil descoberto.

Fatores de controle em mineração por “open pit”:

• custos de mineração (descobertura, céu aberto x


subterrânea, beneficiamento)
• recuperação de minério
• diluição (distribuição de teores)
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Tipos de metodologia de trabalho em “open pits”:

• lavra através de bancadas simples


• lavra através de bancadas múltiplas
• lavra através de “stripping mining”
• lavra através de “quarry mining”
Lavra de Gipsita
Bancadas simples:
Na mineração à céu aberto uma bancada é um nível de operação
dentro do qual os materiais (mineral e estéril) são escavados da face
da bancada.
A mineração tipo “open pit” em bancada simples pode ser
empregada para minerar qualquer tipo de depósito mineral
superficial em qualquer tipo de rocha. Assim, “quarry mining” e
“strip mining” podem ser operações em bancada simples.
A altura máxima da bancada e inclinação do talude dependem do
tipo de rocha que forma a bancada. As alturas são especificadas
pelas regulamentações mineiras específicas de cada país e não deve
exceder 20 m. Para minas de areia as altura máxima é a altura
vertical da escavadeira na face de trabalho ou 10 m, o que for
menor. Em alguns casos já foram usadas alturas de bancada de até
60 m (excepcional). Nesses casos obviamente a estabilidade da face
é crítica colocando em perigo o pessoal e o equipamento.
Lavra de Gipsita
Operações típicas:
• depósitos de areia e cascalho
• camadas de carvão com cobertura limitada
• exposições superficiais de rochas ornamentais
• depósitos de agregados para construção civil

A produção é limitada apenas pela capacidade do


equipamento que pode ser empregado na cava e pelo
número de frentes de arranque ao longo da face de trabalho
que podem ser escavadas simultaneamente.
• Parei aqui
Lavra de Gipsita
O Polo Gesseiro do Araripe, utiliza o método de lavra Open
Pit Mining para explotação do minério de gipsita em face do
modo de ocorrência das jazidas e de suas características
morfológicas. Este método movimenta grandes volumes de
material estéril para as pilhas de “bota-fora”, localizadas fora
do pit, o que implica em altos custos operacionais devido às
grandes distâncias de transporte, além de impactos
ambientais significativos com a geração de volumosas pilhas
de material estéril, implicando na necessidade de áreas de
servidão para disposição de tais pilhas, tornando-se esse um
gargalo à operacionalização do método já que em algumas
minas não há mais disponibilidade de espaço físico para
locação do bota-fora. Além disso, são formadas grandes
crateras após a explotação que não permitem a reinserção da
área na paisagem natural da região.
Lavra de Gipsita
CICLO BÁSICO DE MINERAÇÃO
Os ciclos básicos de mineração à céu aberto e mineração
subterrânea são praticamente os mesmos e compõem-se das
seguintes operações:
• Estabelecimento dos acessos (desenvolvimento);
• Extração em um ciclo perfuração => detonação =>
carregamento;
• Transporte do material desmontado.

- fornecimento energia
- bombeamento de água
- transporte de pessoal e materiais
- manutenção
- sistemas de controle (topografia, supervisão, etc)
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Fatores a considerar nos métodos de mineração:

A seleção do método de mineração é determinada por 4


princípios básicos:

• Segurança
• eficiência (máxima extração)
• economia (máximo retorno, menor custo)
• praticabilidade
Lavra de Gipsita
Fatores que afetam a configuração geométrica do “pit” e a
utilização dos equipamentos em mineração à céu aberto:

1) Características espaciais do corpo de minério:


- tamanho
- forma (espessura, extensão vertical, regularidade)
- atitude (inclinação, mergulho)
- profundidade
2) Propriedades físicas, químicas e mecânicas do minério e
encaixante:
- propriedades geomecânicas
- planos de fraqueza (juntas, estratificação, falhas)
- suscetibilidade à degradação e oxidação
- mineralogia
Lavra de Gipsita
3) Condições hidráulicas e da água superficial
4) Fatores econômicos
- teor do minério, valor do mineral, distribuição de teores
na jazida
- custos de mineração e beneficiamento
- taxas de produção desejadas
- considerações geográficas (disponibilidade de mão-de-
obra e materiais, infra-estrutura)
5) Fatores ambientais
- considerações geográficas
- preservação da natureza
- prevenção da poluição do ar e da água
- problemas de profundidade (pressão e tensão na rocha)
Lavra de Gipsita
A opção de seleção do método de lavra normalmente está
entre dois extremos:
Alta produção / baixo teor / baixo custo / alta diluição / baixa
eficiência
Baixa produção / alto teor / alto custo / pequena diluição / alta
eficiência (min. seletiva)

Na mineração à céu aberto enfatiza-se em geral a economia de


escala, que depende da movimentação de grandes volumes de
rocha a baixo custo unitário com grandes máquinas de
mineração, ao invés da mineração seletiva. Consequentemente
utilizam-se equipamentos de carregamento e transporte de
grande capacidade. Antes de escavar o solo normalmente
necessita-se da fragmentação do material através de
perfuração e detonação.

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